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Prof. Dr. Lucio A.

Castagno
Otorrinolaringologia
Faculdade de Medicina - UFPEL
luciocastagno@hotmail.com
SEIOS PARANASAIS: Anatomia
 4 seios paranasais revestidos com
epitélio cilíndrico ciliado e células
caliciformes

 Frontal
 Maxilar
 Etmóide
 Esfenóide
Epitélio cilíndrico ciliado
Normal: Enfermidade:

Movimentos ciliares Paralisia de movimentos ciliares


com estase de secreções e
colonização de bactérias
Seios paranasais
Ventilação - drenagem

FRONTAL
ETMÓIDE POSTERIOR
ETMÓIDE ANTERIOR
ESFENÓIDE
MAXILAR

MEATO MÉDIO MEATO SUPERIOR


Sinusite x Rinite
Diagnóstico diferencial

Sinusite Rinite
Congestão nasal Congestão nasal
Rinorréia purulenta Coriza
Gotejamento pós-nasal Prurido nasal
Cefaléia Conjuntivite alérgica
Facialgia Prega nasal
Hiposmia / Anosmia
Sintomas sasonais
Tosse, febre
Semiologia: DOR
CEFALÉIA TENSIONAL

• Localização ENXAQUECA
• Tipo:
ENFERMIDADES
Pressão OCULARES
Pulsátil
Pontadas SINUSITES

DISFUNÇÃO ATM

NEVRALGIA
DO TRIGÊMIO

DENTES
SINUSITES
Diagnóstico: clínico
Aguda até 4 semanas
Sub-aguda 4 a 12 semanas

Crônica mais que 12 semanas


Recorrente episódios múltiplos com
períodos assintomáticos
entre crises
Crônica agudizada complicada
I Consenso Brasileiro sobre Rinossinusite
Rev Bras Otorrinolaringol 65(3) Parte 2, 1999, supl.9.
1 - RINOSSINUSITE AGUDA
ADULTO CRIANÇA
Rinorréia (ant+post) Rinorréia
Congestão nasal Congestão nasal
Facialgia - cefaléia Tosse
Tosse

-> Sintomas persistem por mais de 7 dias (“gripe prolongada”)


-> Pior a noite
Dykewicz, MS. Allergic Disorders. Rhinitis and
sinusitis. J. Allergy Clin. Immuno. 2003;111 (2)
2- RINOSSINUSITE CRÔNICA
ADULTOS e CRIANÇAS
Sintomas semelhantes
duração de meses a anos (> 3 meses)
sintomas mais discretos
Alterações irreversíveis de mucosa

Obstrução nasal
Gotejamento retronasal (posterior)
Tosse crônica, halitose
Tosse Crônica

41%

24%

21%

Gotejamento 5%
nasal posterior Asma
(rinossinusite) Refluxo
gastroesofágico
Bronquite
crônica
RINOSSINUSITE CRÔNICA
Sintomas persistem mais de 3 meses

Inflamação crônica ou eosinofílica da mucosa

Alterações ao CT SF

Resposta limitada a antibióticos


RINOSSINUSITE CRÔNICA:
Limitações na qualidade de vida

Fadiga Halitose

Concentração Baixa produtividade

Desconforto Fungar crônico

Distúrbios do sono Assuar o nariz

Faltas ao trabalho
RINOSSINUSITE CRÔNICA: Causas
Rinite alérgica ou não-alérgica
 Rinite alérgica e sinusite crônica:
 70%-80% nos adultos.
 36%-60% nas crianças.

Anormalidades anatômicas: desvio de septo,


hipertrofia de cornetos, hipertrofia de adenóides
Discinesia ciliar
Fibrose cistica
Tumores
Imunodeficiencias: IgA, IgM
Doenças granulomatosas
RINOSSINUSITE CRÔNICA e ASMA

Rinorréia posterior favorece a tosse e


broncoespasmo

Controle da asma requer controle da


sinusite crônica
Etiologia Infecciosa

Viral
S. aureus
lesão direta Anaeróbios
bloqueio óstio
Bactérias
S. pneumoniae
Aeróbias
H. influenzae Fungos
M. catarrhalis S. pneumoniae
H. influenzae
M. catarrhalis

AGUDA SUBAGUDA CRÔNICA


Sinusite Crônica Maxilar
217 isolados de 174 pacientes
Anaeróbios
S. aureus
6%
25%
Outros 33%

36% E. coagulase
negativa
(provável
contaminação)

Biel - Ann Otol Rhinol Laryngol; 107(11 Pt 1):942-5, 1998


Participação de Anaeróbios
em Rinossinusite Crônica

Estudo Anaeróbios Pacientes Material Seios

Karma, 1979 18% Adultos Biópsia Maxilar


Secreção

Brook, 1991 100% Criança Aspirado Maxilar, etmoidal

Brook, 1989 88% Adultos Aspirado Maxilar

Muntz, 1991 6% Crianças Biópsia Etmoidal

Biel, 1998 6,5% Adultos Biópsia Maxilar


Aspirado

Biel et al – Ann Otol Rhinol Laryngol 1998; 107: 942


RINOSSINUSITE CRÔNICA: Investigação

RXSF
CT SF ou IRM (alt. anatômicas, tumores,
fungos)
Alergoteste
Imunoglobulinas
Mensagem para não esquecer:
RXSF PARA SINUSITE AGUDA
RXSF EM CRIANÇAS MENOS 6 ANOS

1. Não radiografar na fase aguda; o diagnóstico de


SINUSITE AGUDA é clínico e não requer
radiografias!
2. Radiografias de seios paranasais em crianças menores
de 6 anos atrapalham mais do que ajudam: há
velamento em pacientes normais, gripados e com
rinosinusites.
RINOSSINUSITE CRÔNICA:
Radiografias de seios paranasais
Espessamento mucoso dos seios >6 mm.
 90% sinusites.

Nivel hidroaéreos.

Opacificação completa do seio


60% são sinusites.
Okuyemi KS et al. Radiologic imaging
in the management of sinusitis.
Am Fam Physician 2002;66 :1882-
1886.
Radiografia simples (Waters)
Sinusite maxilar bilateral
© Faculty of Medicine, University of Szeged
CTSF
Não usar isoladamente; interpretar junto com
achados clínicos e endoscópios. Indice de falsos
positivos muito elevado.
40% dos adultos sadios tem
anormalidades ao CTSF.
80% de los adultos com IVARS tem
alterações em seios paranasais ao CTSF.

y JM, et al. Computed tomographic study of the common cold.


J Med. 1994 Jan 6;330(1):25-30.
CTSF
Rinossinusite crônica

©2000 Mosby, Inc.


CTSF
Pacientes con resfriados comuns.

Gwaltney JM, et al. Computed tomographic study of the common cold.


N Engl J Med. 1994 Jan 6;330(1):25-30.
RINOSSINUSITE CRÔNICA:
Recomendações para CT SF

Pacientes com complicações de sinusite


Sintomas neurológicos, diplopia, intumescimento
periorbitário ou facial

Sinusites refratárias ao tratamento

Cefaléia severa “centro da cabeça”


Descartar sinusite esfenoidal

Planejamento cirúrgico
IRM: Imagem de Ressonância Magnética
Primeira escolha na suspeita de tumores ou
rinossinusite fúngica.

Avalia extensão adjacente e intracraneana.


Diferencia líquido de tecido (ao contrário do CT).

S et al. Radiologic imaging in the management of sinusitis.


hysician 2002;66 :1882-1886.
IRM (MRI)

CTSF
RINOSSINUSITE CRÔNICA:
Tratamento clínico

Spray de corticóide nasal (budesonide)

Vaporização
Lavagens nasais (rinosoro 3%)
Antibióticos nas agudizações (seleção e
duração apropriadas)

Corticóides orais
SINUSITE CRÔNICA:
Tratamento clínico (sugestão)

Amox+Clavulanato 875 mg bid 14-21 d (Clavulin BD) *


Budesonide nasal spray 32 mcg bid 4-6 s (Busonid)
Soro fisiológico 3% (Rinosoro 3%) tid
Prednisona 20 mg qD 14-21d (Meticorten)

Paracetamol 750 mg q6h prn

(*) Alergia a penicilina -> Levofloxacino 500 mg qD 14-21d


RINOSSINUSITE CRÔNICA:
Tratamento cirúrgico

Diversas técnicas: endoscópica, microcirurgia


nasal, clássica

Restabelecer a ventilação dos seios


paranasais comprometidos
Drenar secreções

Corrigir alterações anatômicas


RINOSSINUSITE ALÉRGICA
FÚNGICA (AFS)
CTS com opacificação unilateral com imagens
radiopacas brilhantes (hiperdensas) no interior do
seio paranasal.
Sinusite que não responde a antibioticos.
Cultivo de muco nasal positivo para fungos.
Pacientes com enfermidade crónica ou
imunodeprimidos.
Diagnóstico de AFS.
RINOSSINUSITE ALÉRGICA
FÚNGICA (AFS): Tratamento

Encaminhar para o especialista


Remoção cirúrgica
Antifúngicos
Prof. Dr. Lucio A. Castagno
Otorrinolaringologia
luciocastagno@hotmail.com
TUMORES NASO-SINUSAIS
Muito raros (3%)
Diagnóstico tardio por semelhança com
enfermidades benignas: sinusite ou polipose nasal

Cavidade Nasal
½ benigno
½ maligno
Seios Paranasais
Maligno
Maxilar 70%
 Etmóide 20%
Tumores naso-sinusais: Epidemiologia
Homens idosos
Exposição a tóxicos:
Madeira, corantes, poluição industrial
Fumo e Alcool ??

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Tumores naso-sinusais:
Quadro clínico
Sintomas cavidade oral: 25-35%
Dor, trismus, erosão dentária
Nasais: 50%
Obstrução, epistaxe, rinorréia
Oculares: 25%
Epifora, diplopia, proptose
Sintomas faciais
Assimetria, entumescimento

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Tumores naso-sinusais:
Radiologia
Diag. diferencial c/sinusites
CT
Erosão óssea e invasão de
estruturas adjacentes

MRI
94 -98% correlaciona-se
com achados cirúrgicos
Diagnóstico diferencial
entre fluido e tecido
1 - Tumores naso-sinusais Benignos
Papilomas
Osteomas
Displasia fibrosa
Tumores neurogênicos

40
Tu nasais benignos:
Papiloma invertido
4% dos tu naso-sinusais
Origem na parede nasal
lateral
Unilateral
Degeneração maligna em 2-
13% (média 10%)
Tu nasais benignos:
Osteomas
Crescimento lento de osso
maduro
Localização:
Frontal, etmoides, seios
maxilares
Quando obstrui a
ventilação da cavidade
pode levar a formação de
mucocele
Tratamento: exerese local
2 - Tumores naso-sinusais Malignos
Carcinoma epidermóide
Adenocarcinoma cístico
Carcinoma mucoepiermóide
Adenocarcinoma
Melanoma
Neuroblastoma olfatorio
Linfoma
Tumores metastáticos
Outros
Tumores naso-sinusais Malignos
Carcinoma epidermóide
Tumor nasal mais comum (80%)
Seio maxilar (70%)
Cavidade nasal cavity (20%)
90% tem invasão local quando diagnosticados
Tumores naso-sinusais Malignos
Diagnóstico geralmente tardio;
requer elevado índice de suspeição
Tratamento multimodal
Resultados muito limitados
Tumores naso-sinusais Malignos
Tratamento
Abordagem multipla
Preservar a órbita
Qualidade de vida
Cirurgia – Radioterapia

Intratável ? (invasão intracraneana e grandes vasos)


CARCINOMA DE SEIO MAXILAR com extensão para
estruturas adjacentes (órbita e base de crânio)

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