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DIAGNÓSTICO
1 Questionar faringite / piodermite recente
2 Verificar período de incubação compatível
Documentar infecção estreptocócica:
- Antiestreptolisina O (ASO): melhor para faringite
3 - Anti-DNAse B: melhor para infecção de pele
CRITÉRIOS DE BIÓPSIA
A GNPE não necessita biópsia, sendo indicada apenas na presença dos critérios abaixo:
• Anúria/IR acelerada/ azotemia acelerada ou prolongada
• Oligúria > 1 semana (72h pela SBP)
• Hematúria macroscópica ou HAS > 4 semanas (SBP)
• ↓ complemento > 8 semanas
• Proteinúria nefrótica (> 150mg/kg/24h)
• Evidência de doença sistêmica
Confirmação de GNPE = não trata (prognóstico é ótimo)!
Descarta GNPE = merece tratamento!
É PATOGNOMÔNICO DE GNPE!!!
TRATAMENTO
Alivia sintomas, não trata doença
1.Restrição hidrossalina
HAS / Edema 2.Diuréticos (furosemida) Mesmo assim fazemos
3.Vasodilatores (hidralazina) - emergência ATB!
Azotemia Diálise (se necessário)
Não previne, mas
elimina cepas
Antibiótico nefritogênicas, sendo
uma medida
epidemiológica
Outras causas infecciosas: a GNDA pode ocorrer por infecções não-estreptocócicas, como:
• Endocardite bacteriana, infecções supurativas crônicas, shunt VP, pneumonia por Micoplasma,
hepatite viral, mononucleose infecciosa
• Causas não-infecciosas: LES, púrpura de Henoch-Schönlein, Granulomatose de Wegener,
síndrome de Goodpasture
Doença de Berger (Nefropatia por IgA)
• Glomerulopatia primária mais comum no Brasil e no mundo
• Depósito de IgA no mesângio
• Predomina no sexo masculino (2H:1M), entre 10 – 40 anos = ADULTOS JOVENS!
• Caracteriza-se pela presença de hematúria macroscópica recorrente após fator precipitante
(doença infecciosa, exercício físico, estresse emocional, vacinação – recorrentes!!!).
• HEMATÚRIA E MAIS NADA!
Clínica da IgA:
50% Hematúria macroscópica recorrente
Hematúria, nada,
Hematúria microscópica persistente
40% hematúria, nada....
– Pior prognóstico
Síndrome nefrítica Complemento
10% - Com complemento normal e, NORMAL
- Sem período de incubação
Laboratório
• ↑ IgA sérica (50%) + normocomplementenemia
• Depósitos cutâneos de IgA (50%)
• Biópsia: confirmação da doença → depósitos mesangiais de IgA
Prognóstico - variável
• 60% evolução benigna
• 30 – 40% IRC ao longo de 20 anos
• < 5% remissão completa
• < 5% rápida disfunção renal
• Mau prognóstico → idade↑, sexo masculino, HAS, proteinúria > 1g/d, Cr > 1,5
• Associação com cirrose, doença celíaca e HIV
Tratamento
• Se hematúria / assintomático → acompanhar
• Se HAS ou proteinúria > 1g/dia → iECA ou BRA (nefroproteção)
• Se retenção azotêmica e fatores de mau prognóstico → corticoterapia
Síndrome de Goodpasture
• Tipo mais raro de GNRP, adultos jovens (20-40 anos), 6H:1M, associado ao tabagismo
• Anticorpo anti-MBG específicos contra a cadeia α-3 do colágeno tipo IV, encontrada na
membrana basal nos glomérulos e alvéolos pulmonares
• Clínica de glomerulonefrite e hemorragia pulmonar (síndrome pulmão-rim)
• 100% evoluem com crescentes, levando a um quadro renal grave!
Anticorpo Anti-MBG
Mal de Alport
• Causa rara de hematúria assintomática em crianças
• Doença genética com herança dominante ligada ao X
• Defeito na cadeia α-5 do colágeno tipo IV
Surdez neurossensorial, anormalidades oftalmológicas, hematúria glomerular e IR progressiva
Proteinúria isolada
• Presença de proteinúria com EAS normal e ausência de doença renal ou urológica prévia
• Causa mais comum: proteinúria ortostática
• Pacientes com proteinúria persistente fixa, < 2g/24h, sem hematúria, doença sistêmica ou
alteração da função renal, não tem indicação de biópsia
Intermitente: exercício intenso, proteinúria ortostática, febre alta ou doença aguda, ICC,
gravidez, stress, exposição ao frio
É normal eliminar até 150mg/dia de proteínas totais na urina. O glomérulo absorve muito mais e são os
túbulos que reabsorvem a maior parte das proteínas filtradas todos os dias. Um dano tubular renal terá
proteinúria, mas pouca. Quando o dano é no glomérulo, a proteinúria será maior.
No EAS o que é demonstrado é a quantidade de albumina, em cruzes, mas não traz proteinúria
OBS.Mieloma múltiplo: produção neoplásica de proteínas, que são facilmente filtradas nos glomérulos,
causando proteinúria por hiperfluxo. No EAS, a proteinúria vem normal.
Fendas de filtração:
1.Barreira mecânica (epitélio), não seletiva: segura a filtração de macromoléculas!!!
2.Barreira de carga (membrana basal) seletiva que segura as cargas negativas de serem filtradas:
o A membrana basal possui carga negativa, impedindo a saída de albumina.
o Normalmente são filtrados 30mg/dia de albumina.
o Dos 150mg totais filtrados por dia, 30mg são de albumina.
Quanto mais proteína passa no glomérulo, mais dano renal.
ATENÇÃO: Os iECA são glomeruloprotetores, uma vez que diminuem a pressão glomerular,
reduzindo a proteinúria. Devem ser usados até em pacientes normotensos, afim de proteção renal.
SÍNDROME NEFRÓTICA
Proteinúria Edema
Hipoalbuminemia Hiperlipidemia / lipidúria
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
• Hipercoagulabilidade: trombose de veia renal! É o principal local de coagulação!
o Dor lombar por distensão da cápsula (sangue entra mas não sai), hematúria (rompe
vaso), piora da proteinúria e, em homens, varicocele súbita à esquerda
A anatomia vascular renal é diferente em cada lado. O lado esquerdo, quando trombosa, tem vasos
testiculares ingurgitados, levando a varicocele aguda, sendo esta causada por trombose da veia renal
ou câncer renal.
ATENÇÃO: As principais condições que levam a trombose de veia renal são:
Nefropatia membranosa, GN mesangiocapilar e Amiloidose (as duas últimas + amiloidose)
• Infecções
o O principal sítio de infecção pelo S. pneumoniae é o líquido ascético → PBE
• Aterogênese acelerada
o Hiperlipidemia acentuada
5 Formas Primárias de Síndrome Nefrótica
Lesão Mínima (Hodgkin / AINES)
G Esclerose Focal e Segmentar (GEFS)
GN proliferativa mesangial
Nefropatia membranosa (Hepatite B / LES / Neo oculta/ captopril /ouro/ D-Pen)
GN mesangiocapilar ou membranoproliferativa (Hepatite C)
ATENÇÃO: Não se faz diurético na síndrome nefrótica pois o doente já está perdendo seu líquido do
MIC para o MEC, e associando o diurético você desidrata ainda mais o MIC, agravando a hipovolemia
e predispondo ao desenvolvimento de fenômenos trombóticos!
Por isso o adequado no tratamento da Síndrome Nefrótica é:
Restrição Salina (hídrica não)
Corticoide (Lesão mínima)
Lesões Mínimas
Causa mais comum de SN em CRIANÇAS
Achado histológico: FUSÃO E RETRAÇÃO PODOCITÁRIA
Doença associada: LINFOMA DE HODGKIN
Precipitada pelos AINES
Períodos de ATIVIDADE / REMISSÃO: proteinúria - nada
Dramática resposta ao CORTICOIDE
Peritonite primária por PNEUMOCOCO
GEFS – Glomeruloesclerose Focal e Segmentar
• Principal causa de síndrome nefrótica em ADULTOS!
• O dano é focal porque pega apenas uma parte do rim (um polo ou alguns glomérulos, por
exemplo), e segmentar porque pega apenas uma parte do glomérulo.
→ Pode ser que na biópsia não se pega glomérulos acometidos pela GEFS
→ Mesmo assim vale biopsiar, pois os glomérulos não acometidos pela GEFS, tinham
apresentado nos estudos, lesão mínima, não se sabe o porquê.
• Pode ser primária (idiopática) ou secundária.
→ Idiopática: lesão mínima?
→ Secundária: a uma sequela de doença necrosante focal (que leva a sobrecarga dos
glomérulos remanescentes) ou por perda de tecido renal que também gera sobrecarga, ou ainda
por hiperfluxo, o que também gera sobrecarga da filtração glomerular.
É uma síndrome nefrótica com HAS (o que também leva a GESF)!
• Se tenta “pril ou sartan” para tratamento, uma vez que não responde a corticoide
GEFS
Principal causa de SN em ADULTOS
Pode ser secundária a VÁRIAS DOENÇAS, exceto: Hodgkin / AINES,
Neoplasia oculta / LES/ Captopril / Ouro / D-Pen/ Hep B/ Hep C
Síndrome nefrótica associada a HAS
Consome complemento - NÃO
Responde bem a corticoide - NÃO
GN Proliferativa Mesangial
• Tem hematúria porque tem mesângio no meio!
• Pode ser dismórfica porque vem do glomérulo.
Nefropatia Membranosa
• Segunda mais frequente nos adultos.
• Pode ser secundária: hepatite B, neoplasia oculta, LES, captopril, sais de ouro e D-penicilamina.
• A lesão é um espessamento da membrana basal glomerular – por isso o nome.
• EVOLUÇÃO VARIÁVEL: pode remitir, recidivar ou causar falência renal – acompanhar sempre!
• Risco de evoluir com TROMBOSE DA VEIA RENAL (50% dos casos)
• Não responde bem à corticoide.
• Se faz “pril-sartan” + profilaxia antitrombótica (risco de trombose veia renal)
Nefropatia Membranosa
2ª causa mais comum de SN em ADULTOS
Pode ser causada também pela HEPATITE B/OURO/CAPTOPRIL/D-PEN
Sinal inicial do LES ou NEOPLASIA OCULTA
Complica com TROMBOSE DA VEIA RENAL (50% evoluem com isso)
Consome complemento NÃO
GN Mesangiocapilar (membranoproliferativa)
• Parece muito com GNPE!
o Pode ocorrer após um quadro de infecção (faringoamigdalite)
o O glomérulo não consegue filtrar, surge oligúria.
o A lesão mesangial faz hematúria.
o Ainda, consome complemento por MAIS de 8 semanas!!!
o Além disto, difere pela = proteinúria nefrótica!
• Lembrar da síndrome nefrítica (GNPE), que tinha indicação de biópsia após 8 semanas, por
causa desta doença!!!
• O aspecto na MO é de duplo contorno em função da expansão mesangial
• Não é necessário fazer profilaxia antitrombótica.
• Se tenta corticoide + “pril-sartan”
GN Mesangiocapilar
Mecanismo de lesão é EXPANSÃO MESANGIAL
Diagnóstico diferencial com GNPE
Complica com TROMBOSE DA VEIA RENAL
Pode ser causada também por HEPATITE C
Consome complemento SIM (por > 8 semanas)
GLOMERULOPATIAS SECUNDÁRIAS
Diabetes Mellitus, LES, HAS, HIV, Nefropatia por Refluxo e Amiloidose Renal
Nefropatia Diabética
o O diabético tem risco de 20 a 40% de falência renal em 10 anos.
o A lesão começa a partir de 5 anos de doença, mas em 10 anos já é um caminho irreversível
o A nefropatia diabética é a principal causa de IRC no mundo!
1) Hiperfluxo: a hiperglicemia faz com que mais glicose, sódio e água sejam reabsorvidos,
aumentando a volemia. Todo diabético tem um hiperfluxo renal e, por consequência, os
glomérulos filtram 30% a mais (glicose “puxa” água), o que leva a um espessamento da
membrana basal e sobrecarga dos glomérulos, levando ao aumento do tamanho renal e
GEFS (tem hiperfluxo e sobrecarga).
o Há liberação de PNA, dilatando a arteríola aferente, aumentando o fluxo glomerular e a
natriurese.
o Surge hipertensão glomerular, que pode levar a glomeruloesclerose.
o Os néfrons remanescentes tentam compensar, acelerando o processo.
o Nesta fase de hiperfluxo, o tratamento é o controle glicêmico, ainda é reversível.
Rim x DM
• IRC aumenta o rim
• Pode causar ITU e necrose de papila
• Acidose tubular renal tipo IV – hipoaldosteronismo hiporreninêmico
Nefroesclerose Hipertensiva
Lesão do efeito da HAS sobre os rins, que afeta pequenas artérias, como a arteríola aferente e
glomérulos, gerando isquemia glomerular. São dois tipos, mas é uma GEFS:
• Ocorre em < 2% dos pacientes após 5 anos, mas como existem muitos hipertensos, há vários
renais crônicos
• Importante causa de rim terminal
o 1º lugar nos EUA e Europa (negros)
o 2º lugar no Brasil (atrás de nefropatia diabética)
Nefroesclerose Benigna
Estreitamento do lúmen dos vasos, levando a isquemia glomerular → glomeruloesclerose focal global
Caracteriza-se por 2 alterações:
• Hipertrofia da camada média
• Arterioesclerose hialina
Com a perda glomerular, outros devem tomar seu lugar; logo, os glomérulos remanescentes começam a
hiperfiltrar, causando glomeruloesclerose segmentar, surgindo assim a GEFS!
** Alguns pacientes podem ter níveis de proteinúria mais altos, chegando até a faixa nefrótica!
Tratamento
• Meta pressórica
o VIII Joint: < 140 x 90 mmHg
o KDIGO: ≤ 130 x 80 mmHg
• IECA ou BRA: primeira escolha
• Podendo associar a um diurético tiazídico + bloqueador de canal de cálcio
Nefroesclerose Maligna
• Emergência hipertensiva
• Aumento abrupto da PA → pacientes que não se cuidam
• PA > 200-220 (sistólica) x 120-30 (diastólica)
• Retinopatia grau III ou IV
• Edema agudo de pulmão hipertensivo
• Encefalopatia hipertensiva
AIDS e o Rim
• Glomeruloesclerose focal colapsante
• Gera sobrecarga, então é uma causa de GEFS!
Amiloidose Renal
• Depósitos de fibrilas amiloides nos tecidos.
• Pode ser primária (AL) ou inflamação crônica (AA).
• Gera síndrome nefrótica!
• No RIM:
Síndrome nefrótica com proteinúria intensa
Maior incidência de trombose da VR, IRC com rins de tamanho aumentado
• Coloração do material de biópsia: vermelho do congo