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Como o Brasil é um país extremamente heterogêneo, grande (e pobre), o rastreamento do CA de mama deve ser
realizada dos 50 aos 69 anos (a cada 2 anos), segundo orientações do MS/INCA. Porém, segundo recomendações das
Sociedades Brasileiras de Mastologia e Radiologia, o exame deve ser realizado a partir dos 40 anos (anualmente)
MAMOGRAFIA (2 tipos)
RASTREAMENTO Mulher dentro da faixa etária estabelecida e sem alterações no exame físico
o Rastrear = Submeter uma população assintomática a determinado exame c/ objetivo de diagnosticar
uma patologia específica em estágio inicial
DIAGNÓSTICA Mulher com alterações no exame físico independente da faixa etária
A MAMOGRAFIA É PREJUDICIAL?
No início
o Sugeria-se que a pressão poderia causar a ruptura de um ducto
o Além disso, também era “sugerido” que a pressão do mamógrafo poderia arremessar células
neoplásicas p/ a corrente sanguínea, caso houvesse um CA de mama
Estas suposições NÃO estão corretas. O única problema associado à MMG seria mastite 2ária
à pressão exagerada OU técnica inadequada
MAMOGRAFIA
Método padrão para diagnóstico e rastreamento
O rastreamento mamográfico ↓ em cerca de 30% a mortalidade em mulheres acima de 50 anos e em 19%
entre 40 e 49
ATUALMENTE
40% das pacientes submetidas à mamografia de rastreamento necessitam de elucidação diagnóstica
o Elucidação diagnóstica = Exame complementar (Compressão mamográfica / USG / RNM etc)
BIÓPSIA MAMÁRIA PADRÃO OURO
o O diagnóstico de CA de mama NÃO pode ser realizado apenas através de exames de imagem
(necessária confirmação histológica)
O que fazer? O que indicar? Devo encaminhar?
RECOMENDAÇÕES
INCA (Ministério da Saúde)
o Lei 11.664, de 2008
o Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei
11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos
princípios do SUS. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto NÃO altera as
recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos
*História familiar de pelo menos um parente de 1º grau (mãe, irmã ou filha) com CA de mama abaixo dos 50 anos
de idade; história familiar de pelo menos um parente de 1º grau (mãe, irmã ou filha) com CA de mama bilateral ou
CA de ovário em qualquer faixa etária; história familiar de CA de mama masculino; e diagnóstico histopatológico
de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ
Os mastologistas recomendam que, após os 69 anos, enquanto a paciente apresentar condições clínicas
favoráveis (paciente ativa, hígida), esta deve continuar realizando a MMG, a fim de detectar lesões precoces
O BIRADS 4 seria o maior “problema”, pois o risco de CA varia de 2 a 90% (variação absurda). Portanto, em 2005,
estabeleceu-se a subclassificação em BIRADS 4a, 4b e 4c; porém, essa mudança NÃO “pegou”, justamente pelo fato
de ser extremamente SUBJETIVA. Sendo assim, nos EUA, preconizou-se a necessidade de uma mesma MMG passar
pela avaliação de, no MÍNIMO, 2 radiologistas (↓ chance de erro). No Brasil, isto só ocorre em 10% das MMG
Frente a um BIRADS 3 deve-se realizar controle semestral por 2 anos. Caso NÃO haja alteração neste período,
NÃO há necessidade de solicitar BX p/ melhor avaliação
MAMOGRAFIA
Finalidade (MMG de RASTREAMENTO): Detecção de lesões NÃO palpáveis, ou seja, na FASE PRÉ-CLÍNICA
O mamógrafo aplica sobre a mama uma pressão equivalente a 18kg!
A mamografia é um exame COMPARATIVO O que existe numa mama deve existir na outra
Portanto, a nova Lei assinada pela presidente Dilma, estabelecendo que o SUS só irá arcar com os custos da
MMG da mama afetada, é absolutamente contra este princípio (exame COMPARATIVO)
No caso de BIRADS 0, devemos solicitar exames adicionais, pois o radiologista apresentou dificuldade de dar o
diagnóstico. Dentre estes exames, estão: COMPRESSÃO MAMOGRÁFICA e MAGNIFICAÇÃO
COMPRESSÃO MAMOGRÁFICA
Uma das principais causas para a NÃO aderência ao rastreamento (a pressão ↑ de 18 p/ 25kg!)
Separa as estruturas sobrepostas, facilitando da avaliação
↓ Borramento, pela imobilização da mama
Utilizada em
o Nódulos
o Distorções arquiteturais
o Assimetrias
O parênquima mamário é extremamente heterogêneo e composto de várias substâncias (pele, gordura, líquido,
tecido fibroglandular), as quais apresentam diferentes densidade à MMG. Ao realizar a COMPRESSÃO, separamos c/
maior eficácia a lesão das estruturas sobrepostas, permitindo melhor avaliação
MAGNIFICAÇÃO
Melhor avaliação da morfologia microcalcificações
o As microcalcificações são as grandes responsáveis pelas DISCORDÂNCIAS entre laudos mamográficos
o Microcalcificações = depósitos de oxalato de cálcio no tecido mamário (normal/e são milimétricas e,
portanto, NÃO podem ser avaliadas numa MMG normal, necessitando-se da MAGNIFICAÇÃO)
NÃO existe laudo de MMG c/ microcalcificação s/ magnificação!
Aproxima a lesão contra o book
Nódulos, lesões assimétricas (densidade assimétrica OU assimetria focal) Solicitar COMPRESSÃO MAMOGRÁFICA
Microcalcificações Solicitar MAGNIFICAÇÃO
MAMOGRAFIA – LÉXICO
As mamas DENSAS, devemos solicitar exames complementares (USG), devido ao ↑ de risco de NÃO
visualizarmos lesões à MMG (↑ tecido fibroglandular)
Com a idade, ocorre uma atrofia do tecido fibroglandular e subsequente lipossubstituição (mamas ADIPOSAS).
Este processo se inicia na região POSTERIOR da mama e caminha em direção à região AREOLAR
As mamas do tipo I (ADIPOSAS) são as + fáceis de serem avaliadas através da MMG
O QUE PROCURAR (MAMOGRAFIA)
Neodensidade ou calcificações novas
o Parte-se da premissa que temos EXAMES ANTERIORES de no máximo 4 anos p/ comparação
Tumor
Calcificações: agrupadas (quanto + agrupadas,+ suspeitas são as CALCIFICAÇÕES)
Assimetrias (o que ocorre em 1 mama, obrigatoriamente deve ocorrer na outra)
Distorção da arquitetura
Alterações cutâneas (mastites)
o A pele NÃO é visualidade na MMG em situações normais
o Caso seja, suspeitar de MASTITE ou CARCINOMA INFLAMATÓRIO
Alterações trabeculares
Alterações mamilares (retração)
Anormalidades em linfonodos
NÓDULOS
1. Forma
2. Contorno
3. Limites
4. Densidade
MICROCALCIFICAÇÕES
Depósito de Oxalato de cálcio associado a outros metais (dentro dos ductos mamários)
Secreção ativa dos ductos e lóbulos
Portanto, qualquer
Detritos celulares necróticos
estrutura dentro da mama
Resposta à inflamação, trauma, radiação e corpo estranho
pode sofrer CALCIFICAÇÃO!
PRINCIPAIS TIPOS de CALCIFICAÇÃO
LOBULARES
o Produzidas por ácinos dilatados – BENIGNAS
DUCTAIS
o Obstrução a luz ductal (CÂNCER), falta de oxigenação e necrose (central)
MICROCALCIFICAÇÕES
1) Detritos calcificados nos ductos (arredondado, regular, homogêneo)
2) Calcificações densas com centro radioluscente – necrose gordurosa (homogêneo c/ centro
radiotransparente, semelhante a “anéis” – etiologia: trauma, inflamação)
3) Calcificações precipitadas em cistos pequenos – leite de cálcio (calcificação em “taça”, “meia lua” ou
vírgula)
4) Interior de pequenos lóbulos dilatados (calcificações menores, “puntiformes”, redondas e regulares)
5) Em paredes de cistos (calcificações “pontilhadas” – geral/e + velhas)
6) Fibroadenoma em involução (calcificação em “pipoca”)
7) Depósitos grandes em fibroadenomas em involução (calcificação em “pipoca”)
8) Calcificações vasculares (encaminhar p/ o Cardiologista, pois as calcificações vasculares mamárias predizem
doença vascular avançada em outros sítios – ex: aorta, carótidas, coronárias)
9) Calcificações cutâneas (nevos c/ calcificações internas)
10) Mastite plasmocitária (calcificações lineares, em “varetas”)
11) Calcificação carcinoma (irregular, heterogênea, vários tamanhos)
12) Calcificação carcinoma (calcificações intraductais)
CLASSIFICAÇÃO
1 a 10 BENIGNAS
11 e 12 MALIGNAS (CA)
As microcalcificações normal/e são < 0,05 mm. Portanto, p/ avaliação adequada, é necessário MAGNIFICAÇÃO
Do ano passado p/ este ano (última atualização do BIRADS), foi retirada a classificação BIRADS 3. Portanto,
pula-se da calcificação benigna (NÃO faz nada) p/ a calcificação suspeita (necessidade de CIRURGIA c/ BX)
DISTORÇÃO ARQUITETURAL
Cicatriz radiada, trauma ou cirurgia prévios, malignidade
o Ao presenciar uma distorção arquitetural, solicitar uma COMPRESSÃO MAMÁRIA
o As distorções de arquitetura são consideradas BIRADS 5 e devem ser BIOPSIADAS
ACHADOS ASSOCIADOS
Retração da pele
Espessamento trabecular
Adenopatia axilar
LINFONODOS HABITUAIS
Até 2,0 cm
Centro gorduroso
Hipodenso
Aspecto RINIFORME
o Obs: Linfonodos > 2,0 cm, hiperdensos e arredondados são altamente suspeitos (NÃO habituais)
HD: processo inflamatório OU carcinoma inflamatório
MAMOGRAFIA – LAUDOS
Localização da lesão
A mama é divida em compartimentos: Anterior / Médio / Posterior
A localização das lesões segue analogia c/ ponteiros de um relógio (12h / 3h / 6h / 9h)
Indicação do exame
o RASTREAMENTO vs DIAGNÓSTICO
Composição da mama
o Lipossubstituída vs Fibroglandular
Descrição das lesões
Comparação com exames anteriores
Categorização e recomendações
o Ex: BIRADS 4 Indico BX / BIRADS 3 Indico controle semestral
O Colégio Americano recomenda que fiquemos 7 minutos em frente a uma MMG antes de laudá-la!
MAMOGRAFIA e PRÓTESE
Mulheres c/ prótese mamária podem fazer MMG s/ nenhum problema (NÃO explode nem vai p/ a axila OU pescoço)
MANOBRA DE EKLUND (melhor eficácia – a DOR depende da habilidade do técnico e do tipo de aparelho)
ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA
USG – Indicações
Diferenciação nódulos císticos ou sólidos
o Função PRIMORDIAL do USG!
o Ao identificarmos um NÓDULO na MMG, além de solicitar uma compressão mamográfica (objetivo:
avaliar forma, contorno, limites e densidade), também devemos solicitar um USG (objetivo:
identificar se o conteúdo do nódulo é CÍSTICO ou SÓLIDO)
Avaliação de alteração palpatória sem tradução mamográfica
Avaliação de pacientes jovens, gestantes ou amamentado
o Estas pacientes apresentam as mamas DENSAS, sendo difícil o diagnóstico através da MMG
Orientação de procedimentos diagnósticos invasivos (BX guiada por USG)
ACHADOS BENIGNOS
Margem bem definida
Morfologia arredondada
Morfologia elipsoide (ou paralela)
Ecogenicidade mista (sugestivo de HAMARTOMA – mesma densidade do tecido mamário circunjacente)
Pseudocápsula
MORFOLOGIA LOBULADA
< 3 lobulações Característica BENIGNA
≥ 4 lobulações Característica MALIGNA (33%)
ACHADOS MALIGNOS
Morfologia irregular (80,6%)
Margem indistinta (indica infiltração do tecido neoplásico)
Margem microlobulada
Margem espiculada (92,9%)
Hipoecogenicidade acentuada (70%)
Sombra acústica parcial (40,6%)
Sombra acústica total (76,7%)
Distorção arquitetural associada
Halo hiperecogênico (outro sinal de infiltração neoplásica)
Tanto a MMG quanto o USG podem ser classificados como BIRADS zero!
Ex: Paciente de 40 anos que, ao fazer um USG, localizou um nódulo, mas NÃO fez MMG. Neste caso, o USG é
considerado BIRADS zero , pois esta paciente necessita do exame primordial p/ esta faixa etária, que é a MMG
VANTAGENS
S > 90% para detecção de carcinoma invasivo
Melhor avaliação do tamanho tumoral
o Melhor exame p/ avaliar a EXTENSÃO (tamanho) do tumor
Capacidade de avaliação de todo o volume mamário e parede torácica
Diagnóstico de carcinoma oculto, multifocalidade tumor residual
o Carcinoma oculto = Nódulo c/ BX indicativa de malignidade, porém s/ imagem suspeita (MMG/ USG)
o Multifocalidade Verificar se existem focos metastáticos ao diagnosticarmos um CA de mama
DESVANTAGENS
↑ Custo (R$ 1.500,00)
NÃO existe protocolo de assistência (ausência de uniformidade)
Necessidade de injeção de contraste (Gadolínio)
Grande número de imagens (em 1 RNM de mama existem 600 imagens!)
Falso positivo em várias imagens benignas
Dificuldade para realização de biópsias (BX por RNM R$ 6.000,00)
ATUALMENTE NA MÍDIA
o Em Campinas, no ano passado, houve 2 casos de morte durante a RNM no hospital Vera Cruz
o Inicialmente, pensou-se em reação alérgica ao Gadolínio; porém, depois ficou comprovado que foi
devido à contaminação do material
o Após este incidente, o nº de RNM ↓ 70%!
INDICAÇÕES ATUAIS
Detecção de tumor oculto, em pacientes com diagnóstico de linfadenomegalia axilar metastática
Avaliação de multifocalidade ou bilateralidade
Avaliação de carcinoma lobular (geral/e BILATERAL)
Caracterização de lesões indeterminadas pelos exames convencionais
Detecção de recidiva
Monitorização de resposta à QT neoadjuvante