Você está na página 1de 25

Elementos

químicos e sua
organização

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de


Física e Química A por:

Marisa Almeida nº17 10ºC


1.1 Massa e tamanho dos átomos
1.1.1 Constituição dos átomos. Isótopos. Número atómico e
de massa.
• Os átomos estão divididos em três partículas subatómicas: protões (carga
positiva, simétrica da carga do eletrão); neutrões (sem carga); eletrões (carga
negativa).

• Os protões e os neutrões encontram-se no núcleo (a parte central do átomo),


enquanto que os eletrões se encontram à volta do núcleo.
Modelo atómico
• Todos os átomos têm protões e eletrões em igual número: são, por isso,
eletricamente neutros.

2
1.1.1 Constituição dos átomos. Isótopos. Número atómico e de
massa.

• Cada elemento químico é caracterizado pelo seu número de protões;

• O que pode diferir em cada elemento químico é número de neutrões;

• O número atómico, Z, e o número de massa, A, são usados para descrever a constituição dos
átomos: Z é igual ao número de protões num átomo e A é igual à soma do número de protões com o
número de neutrões, ou seja, igual ao número de partículas do núcleo;

• Número de neutrões = A – Z;

• Isótopos são átomos do mesmo elemento, isto é, com o mesmo número atómico, Z, mas diferente
número de massa, A, portanto diferem no número de neutrões.

3
1.1.2 Dimensões à escala atómica
• Comprimentos e massas à escala atómica e molecular são muitíssimo pequenos,
por exemplo 10-12 m e 10-27 kg.

• Para facilitar a escrita e a comparação da dimensão de diversas estruturas recorre-


se à notação científica e à conversão de unidades utilizando potências de dez: S
× 10p em que 1 ≤ S < 10;

• Para comparar dimensões é conveniente que estejam na mesma unidade.

• À escala atómica usa-se também, por vezes, o angström: 1Å = 10-10 m.

• As imagens de microscopia de alta resolução permitem interpretar e comparar


distâncias e tamanhos à escala atómica.

• A nanotecnologia permite manipular a matéria à escala atómica e molecular e tem


numerosas aplicações nos nossos dias. Conversão de unidades
4
1.1.3 Unidade de massa atómica e massa atómica relativa média

• A unidade de massa atómica, da massa do átomo de carbono-12, é a referência


usada para comparação de massas de átomos e de moléculas;

• Chama-se massa atómica relativa ao número de vezes que a massa de um átomo


é maior do que da massa de um átomo de carbono-12;

• A massa atómica relativa média, Ar , é a média ponderada das massas isotópicas


relativas. Esta calcula-se a partir de massas isotópicas relativas, sendo o seu
valor mais próximo do da massa do isótopo mais abundante.
Abundância e massa
isotópica dos isótopos do
boro.

5
1.1.4 Quantidade de matéria. Constante de Avogadro. Massa
Molar
• A quantidade de matéria, n, é uma grandeza cuja unidade do Sistema Internacional de
Unidades, SI, é a mole, de símbolo mol. Por exemplo, n = 1 mol;

• Em uma mole de qualquer matéria, n = 1 mol, há 6,022 × 1023 entidades (átomos,


moléculas, eletrões ou agrupamentos específicos de partículas como, por exemplo, iões,
etc.)

• O número de entidades, N, de uma amostra é diretamente proporcional à quantidade de



massa da amostra
matéria, n, e a constante de proporcionalidade é a constante de Avogadro, NA = 6,022 × de matéria

1023mol-1. N = NA × n M=


• A massa molar, M, de um elemento é a massa de uma mole, ou seja, de 6,022 × 10 23
quantidade de
entidades, e é numericamente igual à sua massa atómica relativa média, mas expressa-se Massa molar matéria
em g mol-1. M =
6
Atividade laboratorial 1
Volume e número de moléculas de uma gota de água

O objetivo desta atividade é:

Medir o volume e a massa de uma gota de água e determinar o número de moléculas de


água na gota.

Material necessário: balança, bureta, suporte universal com suporte de buretas, copo e esguicho
de água.

• O volume e a massa são grandezas físicas e podem medir-se utilizando aparelhos de


medição apropriados, digitais ou analógicos;

• Por exemplo, é possível fazer a medição direta do volume de uma só gota de água usando
uma pipeta graduada de 1 ml e a sua massa usando uma balança digital;
7
1.2 Energia dos eletrões nos átomos
1.2.1 Espetro eletromagnético e energia dos fotões
• Luz: radiação eletromagnética, visível e invisível;
E=h×f
• Fotão: partícula de luz que transporta o menor valor de energia possível de uma ↓
determinada radiação; Constante de Planck:
6,63 × 10-34 J s
• A energia do fotão, Efotão , é diretamente proporcional à frequência, f, da radiação
correspondente (quanto maior for a frequência, maior será a energia do fotão), E = h × f

• Um fotão de luz violeta tem maior energia do que um fotão de luz vermelha.

• Ao conjunto de todas as radiações eletromagnéticas, visíveis e invisíveis, chama-se


espetro eletromagnético. É um espetro contínuo.

• Ordem crescente de energia e frequência das radiações: ondas de rádio < micro-ondas <
infravermelhos < luz visível < ultravioletas < raios X < raios gama
8
1.2.2 Espetros atómicos
• Espetro de emissão contínuo: resulta da decomposição da luz emitida pela
matéria e apresenta um fundo colorido;
Espetro de emissão contínuo na região do
• Espetros descontínuos ou de riscas: resultam da emissão ou da absorção visível
de energia pelos átomos constituintes da matéria.

• Os espetros de absorção e de emissão de um elemento químico são


característicos desse elemento – átomos de elementos diferentes têm
Espetro de absorção descontínuo na
espetros atómicos diferentes; região do visível

• Espetros de um mesmo elemento revelam que a frequência da luz absorvida


é igual à frequência da luz emitida uma vez que a posição das riscas é a
mesma nos dois espetros; Espetro de emissão descontínuo na região
do visível

9
1.2.2 Espetros atómicos
Modelo de Bohr e quantização da energia
• O físico Niels Bohr, em 1913, propôs um modelo para a estrutura do átomo que viria a explicar os espetros
atómicos: o modelo atómico de Bohr.

• De acordo com o modelo de Bohr, os eletrões ocupam níveis de energia devido à quantização da energia
dos eletrões no átomo, ou seja, só são permitidos certos valores de energia para o eletrão – os espetros
atómicos são uma evidência dessa quantização;

• Os eletrões podem mudar de nível (transições eletrónicas) por absorção ou emissão de energia de valores
bem definidos: quando o eletrão no estado fundamental absorve energia, passa para um nível de energia
superior (o átomo fica num estado excitado). O contrário acontece quando o eletrão num estado excitado
liberta/emite energia.

• De acordo com este modelo, os eletrões movimentam-se em torno do núcleo em órbitas circulares com raios
bem definidos.
10
1.2.3 Espetro de emissão do átomo de hidrogénio
• A luz emitida por átomos de hidrogénio origina um espetro de riscas;

• Diz-se que é um espetro atómico do hidrogénio visto que as suas riscas estão Espetro de emissão do hidrogénio na
relacionadas com a estrutura atómica do átomo de hidrogénio; zona do vivível

• Quando os átomos de hidrogénio absorvem energia, os eletrões passam para estados


de níveis mais elevados (ocorre uma excitação eletrónica);

• Uma vez excitados, os eletrões libertam energia, passando para níveis de menor
energia (ocorre desexcitação). Neste processo de libertação da energia, os átomos
emitem luz cuja frequência depende das transições eletrónicas.

• A cada transição corresponde: uma risca no espetro atómico de emissão e uma


radiação com energia bem definida.

11
1.2.3 Espetro de emissão do átomo de hidrogénio

• A energia de um nível eletrónico é nula quando o eletrão deixa de estar sob


influência do núcleo, isto é, quando o átomo fica ionizado;

• Quanto menor for o nível, menor é a sua energia;

• Por desexcitação eletrónica, um átomo de hidrogénio pode emitir radiação IV,


visível ou UV;

• Nos átomos de hidrogénio, a energia do fotão emitido ou absorvido numa


transição eletrónica, Efotão, depende da energia dos níveis, En , entre os quais essa

transição se dá: Efotão = |ΔEn| = |Efinal – Einicial |

• O átomo de hidrogénio é monoeletrónico, ou seja, possui apenas um eletrão.

12
1.2.4 Espetros polieletrónicos
• Nos átomos polieletrónicos (átomos com mais do que um eletrão) a energia dos eletrões aumenta com a
repulsão entre eles e diminui com a atração ao núcleo, ou seja, a sua energia não depende apenas do nível
de energia, n.

• Cada elemento químico tem um conjunto de níveis de energia que o caracteriza, sendo as energias
associadas às transições eletrónicas que ocorrem diferentes de elemento para elemento; Espetroscópio de
bolso
• Assim, conclui-se que a luz emitida, ou absorvida, por uma amostra de matéria pode ser utilizada para
identificar elementos químicos nela presentes e que os espetros atómicos são característicos de cada
elemento químico.

• A espetroscopia atómica é a técnica que utiliza espetros na análise de matéria:

• Esta permite identificar elementos químicos e quantificar essa presença nas estrelas, numa chama ou em
amostras diversas e é usada em áreas como química forense, arte, qualidade alimentar, etc.

13
1.2.5 Energia de remoção eletrónica
• A energia de remoção eletrónica coincide com a energia da radiação envolvida em transições eletrónicas para o nível n = ∞ (E∞

= 0) e é igual ao simétrico da energia de cada nível do eletrão no átomo (En = – Er ).

• Átomos de elementos diferentes possuem eletrões de energias diferentes (En ) que têm valores diferentes de energias de
remoção eletrónica.

• Num mesmo átomo, os eletrões mais fáceis de remover são os que ocupam o último nível de energia (nível de valência) e os
mais difíceis de remover são aqueles que ocupam um nível de energia mais interior (cerne do átomo);

• Assim, os eletrões com maior valor de energia de remoção, Er , são aqueles que ocupam níveis de menor energia

14
1.2.5 Energia de remoção eletrónica
Níveis e subníveis

Os eletrões podem distribuir-se por níveis (n = 1, 2, 3…) e subníveis (s, p, d…) por ordem crescente
de energia;

Os espetros fotoeletrónicos dão-nos a conhecer os valores de energias de remoção;

Num espetro fotoeletrónico:

• Os níveis de energia surgem separados uns dos outros pela dupla barra;

• O número de picos presentes em cada nível corresponde ao número de subníveis;


Espetro fotoeletrónico do sódio
• A altura relativa dos picos tem a ver com o número de eletrões em cada subnível e é proporcional
ao número de eletrões em cada um;

• Picos da mesma altura correspondem a subníveis com igual número de eletrões


15
1.2.6 Nuvem eletrónica e orbitais
• Os níveis de energia são descontínuos, ou discretos: um eletrão passa de um nível de
energia para outro, sem possuir valores intermédios.

• De acordo com o modelo atómico atual, o modelo quântico, a posição dos eletrões
nos átomos não é bem definida e só pode ser conhecida em termos de probabilidades,
Nuvem eletrónica
o que se representa através da nuvem eletrónica.

• A nuvem eletrónica ilustra as probabilidades de encontrar os eletrões à volta do


núcleo atómico; → nas zonas
mais densas ou com pontos mais próximos é maior a probabilidade de encontrar o
eletrão.

• Um eletrão mais energético está, por norma, mais afastado do núcleo, traduzindo-se Nuvem eletrónica de um átomo de
hidrogénio no estado fundamental e
numa nuvem eletrónica maior.
num estado excitado,
respetivamente.
16
1.2.6 Nuvem eletrónica e orbitais
Orbitais, s p e d
No modelo quântico, o comportamento dos eletrões é descrito por orbitais atómicas;
s
• Orbital atómica:

→ indica a distribuição espacial de probabilidades de encontrar o eletrão no átomo;

→ está associado um nível, n, e um subnível, s, p ou d, ou seja, a um determinado valor de


p
energia do eletrão no átomo e representa-se por ns, np e nd.

• As orbitais s, p e d: d

→ têm representações gráficas diferentes, correspondendo a distribuições de probabilidades


diferentes

• Orbitais degeneradas – orbitais do mesmo subnível (np ou nd), ou seja, têm a mesma
Representação gráfica de
energia. São exemplo as três orbitais p do subnível 2p. orbitais s, p e d
17
1.2.6 Nuvem eletrónica e orbitais
Spin do eletrão

• Spin → propriedade magnética dos eletrões;

• Existem dois estados de spin;

• Uma orbital descreve o comportamento de dois eletrões com spins


diferentes;

• Uma forma de ilustrar que dois eletrões de uma mesma orbital têm estados
de spin diferentes é representando-os por setas: ↑ ↓ (diz-se que os dois Devido às propriedades magnéticas dos
eletrões, algumas experiências sugerem
eletrões estão emparelhados). que os eletrões se podem comportar
como minúsculos ímanes.

18
1.2.7 Configuração eletrónica de átomos

Configuração eletrónica de um átomo → representação simbólica da distribuição dos


eletrões por níveis e subníveis, que obedece a:

• Princípio de Exclusão de Pauli: Cada orbital comporta no máximo dois eletrões, os


que diferem no estado de spin (Por exemplo, 2s 2 e não 2s 3 );

• Princípio da Construção: Os eletrões distribuem-se por subníveis de menor energia,


de modo que a energia do átomo seja mínima. A ordem de preenchimento dos
subníveis nos átomos respeita a sequência → 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d… (Por
exemplo, 1s 2 2s 1 e não 1s 2 2p 1);

• Maximização do número de eletrões desemparelhados em orbitais degeneradas →


Regra de Hund (Por exemplo, 2px1 2py1 2pz1 e não 2px2 2py1 2pz0 ). Configurações eletrónicas no estado
fundamental para átomos até Z = 23

19
Atividade laboratorial 2
Teste de chama
O objetivo desta atividade é:

Identificar elementos químicos em amostras de sais usando testes de chama

Material necessário: bico de Bunsen, copo, esguicho com água, sais a analisar e ansa.

• Ao aquecer uma amostra de sal (sódio, cálcio, potássio, bário, lítio ou cobre) na zona mais quente
da chama (zona branca), observa-se uma alteração da cor da mesma.

Algumas limitações do teste de chama:

→ só permite identificar alguns elementos químicos;

→ a presença de vários elementos dificulta a identificação, devido à sobreposição de cores;


Cores da chama e elementos
→ a qualidade do teste depende da temperatura da chama: uma chama mais quente permite obter químicos responsáveis
melhores resultados.
20
1.3 Tabela Periódica
1.3.1 História da Tabela Periódica
• A Tabela Periódica atual é o resultado do contributo de vários cientistas;

• O alemão, Döbereiner conseguiu agrupar alguns elementos já conhecidos em conjuntos de


3 (Lei das Tríades) e o inglês Newlands dispôs um modelo semelhante, agrupando os
elementos de 8 em 8 (Lei das Oitavas).

• Meyer e Mendeleev propuseram a disposição dos elementos químicos por ordem crescente
de massa atómica e a regularidade de propriedades manifestadas pelas respetivas
substâncias elementares.
Excertos da Tabela Periódica atual,
• A Tabela Periódica proposta por Mendeleev previu a existência de vários elementos em que os elementos são
organizados por ordem crescente
químicos até então desconhecidos. de número atómico

• Apenas em 1913, Moseley, organizou os elementos na Tabela Periódica por ordem


21
1.3.2 Tabela Periódica e configurações eletrónicas
• A Tabela Periódica dispõe de 118 elementos químicos e está organizada em 7 períodos (linhas horizontais),(Figura 5 da página 90
do manual)
18 grupos (linhas verticais/colunas) e 4 blocos (s, p, d e f );

• A localização dos elementos está relacionada com a configuração eletrónica dos átomos no estado
fundamental:

→ Bloco: igual à letra do último subnível com eletrões de valência

→ Grupo: igual ao número de eletrões de valência para elementos do bloco s, e são adicionados mais 10 unidades
para elementos do bloco p;

→ Período: igual ao número de níveis pelos quais se distribuem os eletrões;

• Elementos do mesmo grupo: têm o mesmo número de eletrões de valência e são também elementos do
mesmo bloco (com exceção do hélio);

• Elementos do mesmo bloco: o último subnível ocupado por eletrões de valência é do mesmo tipo;

• Elementos do mesmo período: têm os eletrões distribuídos por igual número de níveis de energia, n. 22
1.3.3 Propriedades periódicas dos elementos representativos

• Os elementos representativos pertencem aos blocos s e p e os elementos não


representativos pertencem aos blocos d e f ;

• O raio atómico (relacionado com o tamanho do átomo) e a energia de ionização


(relacionada com a energia mínima necessária para remover o eletrão mais energético do
átomo) são propriedades periódicas dos elementos.

• Na energia de ionização, a remoção do eletrão origina a formação de um catião.

• O raio atómico aumenta ao longo de cada grupo da Tabela Periódica e diminui ao


longo de cada período.

• De um modo geral, a energia de ionização diminui ao longo de cada grupo e


aumenta ao longo de cada período.

(Tabela 2 da página 98 do manual)


23
1.3.4 Propriedades dos elementos e das substâncias elementares

• Propriedades de um elemento (associadas a átomos): número atómico, raio atómico, energia de ionização…

• Propriedades de substâncias elementares (associadas a substâncias): ponto de fusão, ponto de ebulição, massa
volúmica…

• Substâncias elementares formadas por elementos de um mesmo grupo da Tabela Periódica apresentam
propriedades semelhantes.

Famílias da Tabela periódica


24
1.3.4 Propriedades dos elementos e das substâncias elementares

• Os metais apresentam baixas energias de ionização, pelo que perdem facilmente eletrões, originando iões
positivos estáveis;

• Os não-metais conjugam carga nuclear elevada com raio atómico reduzido. Captam facilmente eletrões,
formando iões negativos estáveis.

• Os iões estáveis formados têm configuração eletrónica igual à do gás nobre mais próximo do átomo.

• Os elementos da família dos gases nobres apresentam níveis eletrónicos de valência com 8 eletrões (exceto
o hélio, com 2 eletrões), sendo os átomos destes elementos muito estáveis e as respetivas substâncias
elementares pouco reativas.

(Tabela 3 da página 100 do manual)


25

Você também pode gostar