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• constituição e massa do átomo


Inicialmente, acreditava-se que a matéria seria constituída por partículas
indivisíveis chamadas de partícula fundamental ( Leucipo) e, mais tarde, átomo
( Demócrito ). Esta teoria ( teoria atómica ) foi mais tarde mudada.
1. John Dalton : primeiro modelo atómico, 1803. Acreditava que o átomo tinha
massa constante e era indivisível “bola de bilhar”
2. Robert Brown : observou o movimento de partículas, 1827. “ movimento
browniano”
3. Joseph Thomson : Descobre o eletrão e prova que o átomo não é
indivisível, 1897. O modelo “ bolo de passas” surge em 1904.
4. Ernest Rutherford : O átomo é constituído por um núcleo muito pequeno e
denso, rodeado por eletrões. Maior parte do átomo é espaço vazio. A
explicação da existência do núcleo pequeno com cargas positivas e forças
repulsivas deu-se com a descoberta dos neutrões pelo seu aluno, partículas
com carga elétrica nula que diminuíam a distância entre protões.

O átomo é uma partícula constituída por protões ( + ) e neutrões ( sem carga


elétrica) , localizados na zona central ( núcleo ) que contém maior parte da
massa do átomo e eletrões ( - ) que rodeiam o núcleo ( nuvem eletrónica -
muito difusa ). O átomo é neutro ( n° de protões iguala o de eletrões .

Teoria Corpuscular da Matéria:


a matéria é constituída por
corpúsculos (partículas de
dimensões submicroscópicas),
que podem ser átomos,
moléculas ou iões, em incessante
movimento, entre os quais existe
espaço vazio.
Características das partículas
subatómicas constituintes do átomo
• O protão possui uma massa maior
do que a do eletrão e tem carga elétrica
positiva
• O neutrão tem massa semelhante à do protão, sem carga elétrica
• O eletrão tem massa reduzida e carga elétrica negativa.
Cada átomo caracteriza-se pelo número de partículas subatómicas que o
constituem e pertence a um elemento químico. Elemento químico é o nome
dado a um conjunto de átomos que se caracterizam por possuírem o mesmo
número de protões.
O número de protões define o elemento químico. O número de protões no
núcleo chama-se número atómico (Z). Ex :
A massa do átomo é principalmente a do núcleo, logo o número de massa (A) é
o número de protões e neutrões. (A = Z + n)
Representação simbólica :
O núcleo é responsável por praticamente toda a massa do átomo e a nuvem
eletrónica é responsável pelo tamanho do átomo. A carga nuclear é a carga do
núcleo do átomo (positiva e igual ao n° de protões).

Átomos com igual número atómico ( mesmo elemento ) mas diferentes


números de massa denominam-se isótopos ( diferente n° de neutrões).
Um átomo é eletricamente neutro, mas pode perder eletrões ( ião positivo,
catião) ou ganhá-los (ião negativo, anião ).
Massa do Átomo
Para calcular aproximadamente a massa de um átomo, basta somar a massa
dos protões à massa dos neutrões constituintes do núcleo do átomo.

A pequenez das massas dos protões, neutrões e eletrões mostram que é


necessário utilizar um método de comparação. A massa-padrão / referência
usada é 1/12 da massa de um átomo de carbono - 12. ( ~ 1,7x10^-27 kg )

A massa atómica relativa é adimensional ( sem unidades ). Indica o número de


vezes que a massa do átomo é superior a 1/12 da massa de um átomo de
carbono-12. A massa atómica relativa média (Ar) resulta da média ponderada
das massas isotópicas relativas dos isótopos desse elemento ( valor presente
na tabela periódica)
A massa atómica relativa média expressa
um valor mais próximo da massa atómica
relativa do isótopo mais abundante.

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Medição em química
Sistema internacional de unidades (SI) - sistema de grandezas e unidades de
referência mundialmente aceite pela comunidade científica.
Nas comparações os valores devem ser expressos nas mesmas unidades.
Quando são elevados são expressos em notação científica.

Ordem de Grandeza
Para determinar a OG de um número, este deve ser representado em notação
científica.
A ordem de grandeza de um número é a potência de base 10 de expoente
inteiro mais próxima desse número.

(mais informação Ar)


Ar (O) = 16,00 ou seja a massa de um átomo de
oxigénio é em média 16,00 vezes maior do que
1/12 da massa do isótopo -12 do carbono.
(“em média” usa-se apenas para a Ar visto que é
uma média ponderada)

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Material de laboratório

• picnometro de sólidos
• picnometro de líquidos
• balão volumétrico
• gobelé
• frasco de reagentes
• proveta
• pipeta de pasteur
• pipeta conta-gotas
• balão de erlenmeyer ou matraz
• pipeta graduada
• pipeta volumétrica
• bureta
• kitasato
• tina de vidro
• vareta de vidro
• balão de fundo plano
• balão de fundo redondo
• balão de destilação
• condensador de liebig
• funil ou ampola de decantação
• funil de líquidos
• coluna de fracionamento
• caixa de petri ou cristalizador
• alonga
• funil de carga
• vidro de relógio
• suporte com tubos de ensaio
• lamparina de álcool
• triângulo de porcelana e tripé

• argola
• garrafa de esguicho
• bico de bunsen
• suporte universal com noz e garra
• pinça de madeira
• tenaz
• pinça metálica para tubos de ensaio
• macrocontrolador de pipetas
• pompete
• cadinho
• cápsula de porcelana
• colher de combustão
• ansa de Cr-Ni
• Almofariz e pilão
• Funil de Buchner
• Espátulas
Balanças de precisão
sensibilidade 0,1 g
sensibilidade 0,01 g
sensibilidade 0,001 g

Balanças analíticas
sensibilidade 0,0001 g
sensibilidade 0,00001 g
termómetro digital
termómetro analógico

Segurança do
laboratório
• respeitar instruções, conhecer as saídas de
emergência, comunicar os acidentes, não comer,
nao provar tocar ou cheirar produtos,usar bata e
calçado fechado, óculos de proteção, usar luvas, prender o cabelo, estudar os
rótulos dos reagentes, manter a bancada limpa, lavar o material, usar pinças
para manusear material aquecido, utilizar a hotte caso necessário, não
manusear líquidos inflamáveis na proximidade de fontes de ignição, nunca
pipetar com a boca : usar pompetes ou macrocontroladores de pipetas, diluir
um ácido vertendo o ácido na água e não o contrário, não trocar as rolhas dos
frascos, tratar ferimentos imediatamente.
Pictogramas de perigo
Dividem-se em três tipos : perigos físicos, perigos para a saúde e perigos para
o ambiente

Perigos físicos

oxidante = comburente

gás sob pressão = gás


comprimido

Perigos para a saúde

toxicidade aguda = muito tóxico

perigoso = irritante ou nocivo

Perigoso para o ambiente


Pictogramas de obrigatoriedade e
sinais de proibição em laboratório

Rotulagem de produtos químicos


Medição em química
Medição : operação destinada a determinar o valor de uma grandeza por
comparação com um padrão.

Medição direta : obtida por leitura num aparelho de medição. Ex: medição da
massa na balança, medição do volume de um líquido com a proveta

Medição indireta : o valor da grandeza é resultado de um cálculo que envolve


uma expressão matemática que relaciona outras grandezas ou quando se
recorre à equação de definição da grandeza. Ex : medição da massa volumica
a partir da medição direta da massa e do volume, e o volume de um cubo a
partir da medição do comprimento da aresta.

Incerteza de uma medida


Qualquer medição é feita por uma incerteza relacionada com a escala do
aparelho de medição. A escolha e utilização correta dos instrumentos de
medição implicam o conhecimento das suas características, alcance ( valor
máximo que é possível medir) e a sua sensibilidade e natureza ( medida do
menor valor mensurável por um instrumento).

Existem dois tipos de escala : analógica e digital.


O resultado da medida deve vir afetado da incerteza associada à escala do
instrumento de medição - incerteza de leitura do instrumento.

Escala analógica : Se a incerteza está indicada no instrumento ( ) utilizar esse


valor. Se não existe indicação no instrumento, a incerteza associada é metade
do valor da menor divisão da escala.

Escala digital : Se a incerteza está indicada no aparelho ( d ) utilizar esse valor.


Se não existe indicação, a incerteza associada é igual ao valor da menor
divisão da escala (valor mínimo que pode ser indicado no mostrador digital).
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Massa molecular relativa

A massa de uma molécula de água é 18,02 vezes maior do que 1/12 da massa
do isótopo 12 do carbono.

A escala atómica
O tamanho das estruturas do Universo varia, exigindo equipamentos que
permitem a sua observação quando não observáveis a olho nu.

( Ficha informativa 1 )

A nanotecnologia é o ramo da ciência que tem como objetivo o estudo e a


manipulação da matéria à escala atómica e molecular (partículas de dimensões
inferiores a 100 nm). Está presente em várias áreas, tais como a genética, com
a manipulação genética e a terapia, o desenvolvimento de novos materiais,
como o grafeno, a área da energia transportes e ambiente, a informática,
medicina, indústria, entre outras.

Substância atómica = elementar


Ex : hélio ( são os gases nobres e os metais, têm maior estabilidade)
Substância molecular = átomos de elementos não metálicos
Substância iónica =
Unidade SI da quantidade de matéria

1 mol He = 6,022 x 10^23 átomos He


2 mol He = 2 x 6,022 x 10^23 = 1,2044 x 10^24

n = 1 mol moléculas H2O => 6,022 x 10^23 moléculas H2O

Considerar: n = 3 mol NH3


a) calcular o n° de moléculas

b) calcular o n° de átomos de cada elemento


químico

Uma quantidade macroscópica de matéria contém um elevado número de


unidades estruturais. Usam-se moles, conjuntos de 6,022 x 10^23 unidades,
número este denominado por número de Avogadro. Um mole de qualquer
substância contém 6,022 x 10^23 unidades elementares.
M ( massa molar )

Massa correspondente a 1 mol de substância

Unidade g/ mol , g/ mol ^-1

Ar (He) = 4,00
M (He) = 4,00 g/ mol

1 mol He= 4,00 g

6,022 x 10^23 átomos

Considere uma amostra de 242,0 g de CO2


a) determine a quantidade químic. b) determine a quantidade de cada
n. elemento

c) Determine o n° de moléculas

n=m
M
O espectro da luz visível / luz branca é o conjunto das várias radiações
monocromáticas, do violeta ao vermelho, obtido pela decomposição da luz
branca.
Ao conjunto das radiações, visíveis e invisíveis, ordenadas de acordo com a
sua energia, frequência e comprimento de onda dá-se o nome de espectro
eletromagnético.

A radiação eletromagnética pode ser caracterizada como onda ou como um


conjunto de partículas chamadas fotões. A cada radiação, ou a cada fotão de
uma dada radiação, estão associados determinados valores de frequência (f) e
de comprimento de onda ( ).
A relação entre a energia de um fotão (E) e a sua frequência (f) é dada pela
equação de Planck, que mostra a proporcionalidade direta existente entre as
duas grandezas.

A frequência e o comprimento de onda são grandezas inversamente


proporcionais e relacionam-se através da expressão
ondas de rádio < microondas < infravermelho < luz visível < uv < raios x < gama

A radiação ultra magnética propaga-se no vazio.

Espetros atómicos
O espectro da luz branca é um espectro contínuo, enquanto o espetro atómico
é descontínuo (ou de riscas).
O modelo atómico de Bohr explica a existência das riscas.
Baseia-se nos postulados :
• os eletrões movem se em órbitas circulares bem definidas em torno do
núcleo.
• às órbitas dos eletrões correspondem energias dos eletrões bem definidas
(quantização da energia) que se designam por níveis de energia (n), quanto
mais afastado do núcleo estiver, maior será a energia
• a transição dos eletrões entre níveis de energia só é permitida por absorção
(excitação) ou emissão (desexcitação) das quantidades de energia bem
definidas.

Explicação das riscas:


• por ação do calor, radiação ou corrente elétrica, o átomo é excitado e o
eletrão transita de um nível de energia inferior para um superior, com a
absorção de uma quantidade de energia bem definida.
• o átomo sofre desexcitação e o eletrão regressa ao estado de energia
inicia, com a emissão de uma quantidade de energia igual à inicialmente
absorvida. No estado gasoso, em que os átomos estão afastados, a
desexcitação só pode ser feita emitindo radiações (não por choques entre
os átomos.
• como o eletrão só pode ocupar níveis de energia discretos, bem separados,
as radiações emitidas também têm energias (e frequências e comprimentos
de onda) bem separadas, ou seja, descontinuas.

Um espetro atómico de emissão corresponde ao conjunto das radiações


emitidas pelos eletrões de todos os átomos presentes na amostra durante o
processo de desexcitação eletronica.

Os espectros atómicos são espetros descontínuos ou de riscas que podem ser


de emissão ou absorção.

Na zona do visível :
• um espetro atómico de emissão (obtido por desexcitação electrónica)
caracteriza-se por linhas coloridas sobre um fundo negro
• um espetro atómico de absorção (obtido por excitação eletronica)
caracteriza-se por linhas negras sobre um espetro contínuo colorido.

Como cada elemento químico ter estrutura atómica diferente, diferente n° de


eletrões em diferentes níveis energéticos, terá um conjunto de linhas espetrais
(caracterizadas por determinadas energias) único e diferente dos restantes
elementos

Um elemento químico numa amostra pode ser identificado através da análise e


de comparação de espetros. Ao comparar o espetro de emissão e absorção, é
possível constatar que se o gás a analisar for o mesmo, os espetros
apresentam o mesmo conjunto de linhas espetrais.
Espetro do átomo de hidrogénio
Segundo Bohr
• a energia de um átomo está quantizada, existem níveis de energia. Quanto
mais afastado do núcleo, maior a energia.
• o estado de um eletrão no nível de menor energia (mais estável) é o estado
fundamental e os restantes, de maior energia, são estados excitados.
• Na transição de eletrões de uma órbita para a outra por emissão ou
absorção é igual à diferença entre os valores de energia associados a cada
um dos níveis

Se Ef > Ei o eletrão absorve energia e


Se Ei> Ef o eletrão emite energia (radiação) e

A energia do eletrão livre, afastado do núcleo, é zero. Todas as energias


permitidas para o eletrão são inferiores a zero. O eletrão fora do átomo pode ter
qualquer energia.

Séries espectrais
1) Série de Lyman (transições de níveis superiores para n=1) Emissões na
zona do ultravioleta
2) Série de Balmer (transições de níveis superiores para n=2) Emissões na
zona do visível (e do ultravioleta)
3) Série de Paschen (transições de níveis superiores para n=3) Emissões na
zona do infravermelho
4) Série de Brackett (transições de níveis superiores para n=4) Emissões na
zona de infravermelho
5) Série de Pfund (transições de níveis superiores para n=5) Emissões na zona
do infravermelho.
Equação de Bohr para o átomo de hidrogénio

Absorção de energia por um átomo


Quando sobre um átomo incide energia sob a forma de radiações podem
ocorrer várias situações :

1) A energia da radiação incidente é exatamente igual à energia suficiente para


extrair o eletrão, logo, é igual à energia de remoção (ionização). O átomo fica
ionizado e o eletrão fica com energia cinética nula.

2) Se a energia de radiação incidente é superior à energia de remoção, o átomo


fica ionizado e o eletrão sai com energia cinética.

Caso a energia da radiação incidente seja inferior à energia de remoção, não


ocorre ionização.

3) A energia da radiação incidente corresponde exatamente à energia


necessária e suficiente para provocar a transição do eletrão. Assim, o eletrão
transita para o estado de energia permitido e o átomo fica excitado (a radiação
é absorvida).

4) A energia da radiação incidente não corresponde à energia necessária e


suficiente para provocar a transição do eletrão. A radiação não é absorvida e o
eletrão permanece no nível em que está.
Modelo da nuvem eletronica
Limitação do modelo de Bohr : incapacidade de descrição quantitativa de
espectros de emissão para átomos com mais do que um eletrão (átomos
polieletrónicos).

Nos átomos polieletrónicos, para além da atração entre os eletrões e o núcleo,


existe a repulsão entre os eletrões.

Energias de remoção electrónica


Os eletrões nos átomos por estarem sujeitos a forças atrativas e repulsivas
diferentes não têm a mesma energia.
E energia dos diferentes eletrões é determinada a partir da energia necessária
para os remover (energia de remoção) recorrendo à técnica de espetroscopia
fotoeletrónica (PES). Com esta, os átomos são irradiados com uma radiação
suficientemente energética (E=hf) para excitar eletrões para fora do átomo,
medindo-se a energia cinética dos eletrões removidos.

Irradia-se a amostra e mede-se a Ec dos eletrões ejetados, registando-se


graficamente e obtendo-se o espectro fotoeletronico do elemento.

O espectro mostra que :


• cada pico corresponde a um valor diferente de energia de remoção
• a altura do pico é o número de eletrões que apresentam o mesmo valor de
energia de remoção

Um número de valores de energia de remoção superior ao número de níveis de


energia indica a existência de subniveis.
Valores de energia de remoção :
• próximos, indicam que o nível se encontra dividido em subniveis
• afastados, indicam diferentes níveis energéticos.
Assim, os espectros obtidos permitem determinar as energias dos subniveis de
energia ocupados (posição dos picos) e o número relativo de eletrões em cada
subnível (altura dos picos).

Modelo quântico do átomo


A existência de níveis de energia e as transições electrónicas entre níveis são
duas características do modelo de Bohr (distinguindo-o do de Rutherford) que
prevalecem no modelo atómico atual (modelo da nuvem electrónica ou modelo
quântico).

A característica fundamental do modelo quântico é a não aceitação de uma


trajetória do eletrão bem definida (órbita no modelo de Bohr) mas antes uma
probabilidade de encontrar o eletrão numa dada zona do espaço em torno do
núcleo (a orbital)

Diferenças
Bohr Modelo da nuvem eletronica
termo “posição” do eletrão -> densidade eletronica ou nuvem eletronica
termo “órbita” -> “orbital”

Orbital - zona do espaço em torno do núcleo do átomo onde existe maior


probabilidade de encontrar o eletrão
Nuvem eletronica - é a representação da densidade da distribuição de eletrões
à volta do núcleo, correspondendo às regiões mais densas (mais perto do
núcleo) a maior probabilidade de aí encontrar eletrões.

As orbitais possuem tamanhos e formas diferentes de acordo com os níveis e


subniveis a que dizem respeito.
• o primeiro subnivel (menos energético) de cada nível é S
• o segundo subnivel P
• o terceiro D
Quanto maior for o nível de energia, maior é o tamanho da orbital. A forma das
orbitais depende do subnivel de energia.
• as orbitais S apresentam forma esférica
• as orbitais P apresentam formas lobulares
• as orbitais D apresentam formas variadas mais complexas
As orbitais de um mesmo subnivel dizem-se degeneradas por terem a mesma
energia.

Configuração eletronica do átomos


É uma representação esquemática da distribuição dos eletrões de um
determinado átomo (ou ião) pelos diferentes níveis, subniveis e orbitais.
Depende do estado do átomo. Para a estabelecer no estado fundamental,
devemos seguir os princípios da exclusão de Pauli e o princípio de energia
mínima.

Princípio da Exclusão de Pauli


Os eletrões, além de se moverem em torno do núcleo, também se movem em
torno de si mesmos (spinning). A sua energia está quantificada, só sendo
possíveis dois estados energéticos que correspondem aos dois movimentos de
rotação opostos. Esses estados de spin designam-se por + 1/2 e -1/2.

O princípio da exclusão de pauli estabelece que em cada orbital só podem, no


máximo, existir dois eletrões com spins opostos.

Princípio da energia mínima


Os eletrões ocupam as orbitais disponíveis de modo a conduzirem a um
mínimo de energia para o átomo. Logo, a distribuição dos eletrões deve ser
feita de acordo com o diagrama de Pauling, ou seja, de acordo com o princípio
de construção.
O princípio de construção estabelece a ordem de preenchimento das orbitais de
forma que a energia do átomo seja mínima.
Os eletrões podem estar localizados no cerne - parte do átomo constituída pelo
conjunto do núcleo e dos eletrões mais internos
ou no nível de valência - eletrões do nível de energia mais externo

Regra de Hund
No preenchimento das orbitais de igual energia, primeiro semipreenche-se com
um eletrão cada orbital, de modo a ficarem todos com o mesmo spin, e só
depois se procede ao preenchimento das orbitais com o segundo eletrão, com
spin oposto.

Atividades laboratoriais
1) Massa, volume e número de moléculas de uma gota de água
Material :
• pipeta conta gotas
• proveta de 10ml
• balança digital de sensibilidade 0,01 g
• água destilada

Procedimento
• colocar a proveta bem seca em cima da balança que permite medir com
maior incerteza de leitura
• aplicar a função TARA para ajustar a balança a zero
• com a ajuda da pipeta conta-gotas acrescentar 100 gotas de água à
proveta
• registar o volume das 100 gotas de água (V água)
• registar a massa das 100 gotas de água contidas na proveta (m de água)
• registar as incertezas de leitura da balança e da proveta

Tratamento de resultados
1) apresentar as medidas da massa e do volume das 100 gotas de água com o
número correto de algarismos significativos.
2) calcular a massa e o volume de uma gota de água
3) calcule o número de moléculas que existem numa gota de água.

Teste de chama
Objetivo : identificar elementos químicos em amostras de sais usando testes de
chama.

Material e reagentes :
• espátula
• cápsula de porcelana
• álcool etílico
• vidro de relógio
• fósforos
• cloreto de sódio
• cloreto de lítio
• cloreto de potássio
• cloreto de cálcio
• cloreto de bário
• cloreto de estrôncio
• cloreto de cobre

Procedimento experimental :
1) Escurecer a sala
2) Acender o bico de bunsen até obter uma chama quente (azul clara quase
transparente)
3) Colocar uma pequena porção de cada um dos sais no vidro de relógio.
4) Aquecer a argola metálica do fio (ansa) no cone superior da chama do bico
de Bunsen. Se a chama apresentar coloração, a argola está suja. Mergulhar a
ansa numa solução de ácido clorídrico concentrado e levar novamente à
chama. Repetir este procedimento até não haver coloração.
5) Mergulhar a argola num dos vidros de relógio, de modo que a substância
adira à ansa.
6) Levar a ansa, envolvida pelo sal, à chama, observar e registar a cor.
7) Apontar o espectroscopio de bolso à chama obtida e observar o respetivo
espectro.

Limitação do teste : verifica-se que sais de catioes diferentes originam chamas


de cor igual ou muito parecido, logo esta técnica não permite uma identificação
inequívoca do catiao metálico em estudo.

Densidade relativa de metais


objetivo : determinar a densidade relativa de metais por picnometria

Material :
• picnometro de sólidos
• garrafa de esguicho com água destilada
• balança digital
• pipeta de pasteur
• termómetro
• papel absorvente
• cobre ou alumínio ou chumbo
procedimento :
1) Encher completamente o picnometro com água destilada, escorrer o líquido
lentamente para evitar a formação de bolhas de ar
2) introduzir a rolha do picnometro com um movimento vertical rápido que
obrigue o líquido a encher o tubo da rolha
3) secar o exterior do picnometro com papel absorvente
4) medir a massa do material
5) medir a massa do picnometro mais a do metal ao seu lado
6) retirar um pouco de água do picnometro
7) colocar o metal dentro.
8) secar o picnometro e medir a massa dos dois juntos
9) medir a temperatura da água

tratamento de resultados
1) calcular a densidade relativa do metal à temperatura da realização da
atividade e à temperatura de 4 graus
2) determinar o erro percentual

Densidade relativa : razão entre a massa volumica de um material e a massa


volumica de uma substância estabelecida como padrão.
Calcula-se dividindo a massa volumica da substância pela massa volumica da
água a 4 graus.

Quer a densidade quer a densidade relativa à temperatura podem ser


convertidas para a temperatura de 4 graus através da expressão
tecnica de picnometria
Determina-se a densidade relativa de uma substância X por comparação da
massa volumica dessa substância com a massa volumica da água

para iguais volumes de X e de água :


Na determinação da densidade relativa de um sólido deve comparar-se a soma
da massa do picnometro cheio de água destilada e da massa do sólido (M) com
a massa do picnometro com o sólido dentro e cheio de água destilada (M’) para
se obter o volume do sólido (igual ao volume de água deslocada), sem
necessidade de conhecer a capacidade do picnometro. Uma vez obtida a
massa do sólido (m) é possível calcular a sua densidade relativa :

Tipos de ligações químicas


Os átomos (exceto os gases nobres) são mais estáveis unidos do que
separados.
Ligação Química
Ligações Químicas - forças que unem os átomos nas diferentes substâncias
químicas (elementares ou compostas).
A formação de ligações químicas é um processo que aumenta a estabilidade de
um sistema de dois ou mais átomos.

Existem ligações entre átomos e iões que constituem a substância, e interações


entre cada uma das unidades estruturais (moléculas e outras partículas). As
últimas são forças atrativas e repulsivas chamadas de ligações
intermoleculares.
Para que se forme uma ligação química, o sistema resultante deve possuir
menor energia do que os átomos isoladamente.
Quando a intensidade das forças atrativas supera a das repulsivas, os átomos
ficam ligados quimicamente.
A ligação química resulta das atrações e repulsões eletrostáticas envolvendo
eletrões e núcleos atómicos, conferindo ao conjunto de átomos ligados uma
menor energia do que quando separados.

Representação da variação de energia potencial quando dois átomos se


aproximam para estabelecerem uma ligação química, formando uma molécula
diatómica.

1) Átomos separados (não há interações)


energia potencial nula.
2) os átomos aproximam-se, prevalecem as
forças atrativas (núcleo de um átomo e eletrões do
outro) sobre as repulsivas (entre os dois núcleos e as
duas nuvens electrónicas). A energia potencial diminui.
3) As forças atrativas e repulsivas igualam-se e a libertação de energia atinge o
valor máximo ( energia potencial mínima ) para uma distância internuclear de
equilibro (r0). Forma-se a ligação química (máxima estabilidade).
4) Os dois núcleos continuam a aproximar-se, as forças repulsivas sobrepõem-
se às atrativas, a energia potencial aumenta e o sistema torna-se instável.

Quando se estabelece um equilibro entre as forças atrativas e repulsivas, o


sistema adquire maior estabilidade e forma-se uma ligação química. A ligação é
caracterizada por uma determinada distância internuclear de equilíbrio
(comprimento de ligação, r0) e por um valor de energia máxima libertada
(energia de ligação).
Energia de ligação - energia libertada na formação de uma ligação química.
Para quebrar a ligação é necessário fornecer ao sistema a mesma quantidade
de energia libertada quando se formou a ligação ( energia de dissociação ). As
energias de ligação e de dissociação têm sinais opostos.
Na formação de um mol de moléculas
de hidrogénio, a partir de 2 mol de
átomos separados, libertam-se 436 KJ

(energia de ligação), sendo a distância de equilíbrio entre os dois núcleos


(comprimento de ligação) 74 pm.

Na formação das ligações químicas há libertação de energia, logo, a energia do


conjunto de átomos ligados é menor do que a energia dos átomos separados.

Tipos de ligações químicas


Ligação covalente
A ligação covalente estabelece-se pela partilha localizada de eletrões de
valência entre dois átomos de uma molécula. É dessa partilha de eletrões que
surgem forças atrativas que tornam o agregado de átomos estável. Pode ser
simples, dupla ou tripla.

Ligação Iónica
A ligação iónica caracteriza-se por intensas forças de atração eletrostática entre
iões de carga contrária, formados por transferência de eletrões de um átomo de
um elemento metálico (formando um ião positivo) para um átomo de um
elemento não metálico (formando um ião negativo).
Notação, representação ou estrutura de Lewis - representação que dá destaque
aos eletrões de valência do átomo. Estes eletrões são representados por
pontos ou cruzes à volta do símbolo do elemento.

A fórmula química de qualquer composto, como H2O ou NaCl, indica a


natureza e a proporção de combinação dos elementos no composto. Na água,
a fórmula mostra que numa molécula existem dois átomos de H e um de O. No
caso dos compostos iónicos, constituídos por iões, não se pode propriamente
falar em moléculas, pois são constituídos por um número elevado de iões
dispostos regularmente no espaço (rede cristalina). As moléculas, tal como os
ioes, podem organizar-se na forma cristalina. Os cristais são sólidos à
temperatura ambiente por serem constituídos por um grande número de
partículas (moléculas ou iões) ligadas entre si.

Ligação Metálica
Na ligação metálica os eletrões de valência deslocam-se livremente em torno
dos cernes atómicos (núcleos e eletrões internos), formando uma nuvem
eletronica comum. Há uma partilha deslocalizada de eletrões (eletrões de
condução).

A repulsão entre os cernes (carga elétrica positiva) é neutralizada pela


presença de eletrões entre eles, tal como na ligação covalente, conferindo
estabilidade ao sistema. O movimento de eletrões é desordenado, mas quando
se liga o metal a uma fonte de potencial elétrico (uma pilha, ex ) eles passam a
movimentar-se ordenadamente, de um extremo ao outro, formando uma
corrente de eletrões (corrente elétrica).
Este tipo de ligação faz com que os metais sejam bons condutores elétricos e
térmicos, dúcteis e maleáveis.
As moléculas podem ser representadas por fórmulas de estrutura que
evidenciam a disposição dos átomos e a forma como eles se ligam entre si.
Regra do Octeto - Quando se escreve uma fórmula de estrutura, os átomos
partilham eletrões de modo a ficarem rodeados por oito eletrões e, assim,
adquirirem a configuração eletronica do gás nobre mais próximo na tabela
periódica.
Esta regra é válida para átomos de elementos do 2° e do 3° períodos. São
exceções o Lítio, Berílio e Boro (n° atómico inferior a 6).

Moléculas Diatómicas
Fórmula de estrutura : eletrões ligantes representam-se por traços (-) , eletrões
de valência não ligantes representam-se por pontos.
Moléculas constituídas por dois átomos iguais - Moléculas diatómicas
homonucleares.
Moléculas constituídas por dois átomos diferentes- Moléculas diatómicas
heteronucleares.

Polaridade das ligações


Ligação apolar - os eletrões são igualmente partilhados pelos dois átomos.
Ligação polar - os eletrões partilhados são mais atraídos para um dos átomos
do que para o outro.

As moléculas diatómicas homonucleares


são apolares, bem como as respetivas
ligações.

As moléculas diatómicas heteronucleares,


bem como as respectivas ligações, são
polares.
Energia e comprimento de ligação
A energia e o comprimento de ligação relacionam-se com a estabilidade
máxima da molécula que se forma.
Nas ligações entre átomos do mesmo elemento, à medida de que a energia de
ligação aumenta, o comprimento de ligação diminui.
A ligação covalente tripla é mais forte e mais energética do que a dupla, que é
mais energética e forte que a simples, dado que participam na ligação, 3 pares,
2 pares e 1 par de eletrões.
O mesmo se verifica em moléculas diatómicas homonucleares.

• Quanto maior for o número de eletrões partilhados entre os átomos que


participam na ligação, maior será a energia de ligação.
• Quanto maior for a energia de ligação, menor será o comprimento de
ligação.
Quanto maior for o número de eletrões partilhados (mais forte e energética a
ligação), maior será a proximidade entre os núcleos dos átomos e menor será o
comprimento de ligação.
Quanto maiores forem os raios dos átomos, maior será o comprimento de
ligação. (O comprimento de ligação é maior, porque o raio atómico é maior).

Moléculas Poliatómicas
A regra do octeto também se aplica a moléculas poliatómicas (constituídas por
mais do que dois átomos).
Geometria das Moléculas Poliatómicas
As moléculas diatómicas são lineares (os 2 átomos podem dispor-se numa
linha). As moléculas constituídas por 3 ou mais átomos podem não apresentar
geometrias lineares.
A geometria molecular depende das interações eletrostáticas entre os eletrões
de valência dos átomos ligados que formam a molécula.
Dada a existência de repulsoes entre os pares electrónicos das ligações em
torno de um átomo, a energia da molécula vai depende da proximidade desses
pares. Os ângulos que as ligações estabelecem entre si (ângulos de ligação)
devem ser tais que a molécula atinja o estado de energia mínima .
//
Os átomos de uma molécula poliatómica dispõem-se no espaço de forma a
minimizar as repulsoes entre os pares electrónicos à volta do átomo central.
Esses pares electrónicos têm de se afastar o mais possível.

As repulsoes entre pares de eletrões podem ser de três tipos :


• Ligantes - Ligantes (L-L)
• Ligantes - Não ligantes (L-NL)
• Não ligantes - Não ligantes (NL-NL)
Intensidade : NL-NL > L-NL > L-L

Tipos de geometria :
• Geometria Tetraédrica. Ângulos de ligação todos iguais , ex: CH4

Existem apenas repulsões entre os pares de eletrões L. A minimização das


repulsões electrónicas (maior estabilidade da molécula) leva ao máximo
afastamento dos pares eletronicos com uma distribuição simétrica dos quatro
átomos de H em torno do átomo de C (central), originando ângulos de ligação
todos iguais.
• geometria piramidal trigonal ; Ex : NH3

Existem repulsoes entre : Os 3 pares de eletrões L; o par de eletrões NL no


átomo central e os pares de eletrões L. Como as repulsões L-NL são mais
intensas que as L-L, a maior estabilidade da molécula leva ao estabelecimento
de ângulos das ligações N-H ligeiramente inferiores aos que do metano.

• geometria angular ; Ex : H2O

Existem repulsões entre : os 2 pares de eletrões L; os 2 pares de eletrões NL


no átomo central ; os pares de eletrões L e os pares de eletrões NL. Como as
repulsões NL-NL são mais intensas que as NL-L, que são mais intensas que as
L-L, a maior estabilidade da molécula leva ao estabelecimento de ângulos das
ligações O-H ligeiramente inferiores aos que se verificam no metano e no
amoníaco.

• geometria linear ; Ex: CO2

O átomo central não possui eletrões NL. Os 4 pares de eletrões L estabelecem


duas ligações covalentes duplas. A maior estabilidade da molécula leva ao
estabelecimento de ângulos das ligações C=O de 180° (afastamento máximo
entre os átomos de O).
Polaridade das moléculas poliatómicas
A polaridade das moléculas poliatómicas depende não só da natureza dos
átomos mas também da geometria molecular.
Ligações Polares = Molécula Apolar

Geometria Tetraédrica - molécula apolar (a densidade eletronica está


simetricamente distribuída na molécula)
Geometria Piramidal Trigonal - molécula polar (no caso do NH3, a densidade
eletronica está deslocada para o átomo de nitrogénio)
Geometria Angular - molécula polar (no caso do H2O, a densidade eletronica
está deslocada para o átomo de oxigénio)
Geometria Linear - molécula apolar (a densidade eletronica está
simetricamente distribuída na molécula)

Em todas as moléculas apresentadas os átomos unem-se por ligações


covalentes simples. Por outro lado, como as ligações em cada molécula são
iguais, as polaridades das ligações também são iguais. No entanto, dada a sua
geometria, apenas algumas moléculas são polares.

Estruturas de moléculas orgânicas e biológicas


Os compostos orgânicos são substâncias que possuem átomos de carbono e
hidrogénio.
Hidrocarbonetos
Compostos orgânicos mais simples. As ligações entre os átomos de carbono
podem ser simples, duplas ou triplas e os compostos que as possuem
designam-se por alcanos, alcenos e alcinos. Os alcanos, que apresentam
apenas ligações simples, designam-se hidrocarbonetos saturados, enquanto os
hidrocarbonetos com ligações múltiplas (alcenos e alcinos) são insaturados.

De acordo com o tipo de cadeia estabelecida entre os átomos de carbono,


estes compostos também se designam por hidrocarbonetos de cadeia
aberta e cíclicos (cadeia fechada ou cadeia em anel).

Nomenclatura dos alcanos


metano (CH4), etano (C2H6) , propano (C3H8), butano (C4H10), pentano
(C5H12), hexano (C6H14).
Fórmula geral dos alcanos :

Hidrocarbonetos halogenados
Quando um ou mais átomos de hidrogénio são substituídos por outros
elementos ou conjuntos de elementos, dando origem a compostos orgânicos
com propriedades muito distintas, como os derivados halogenados.
Haloalcanos são derivados halogenados resultantes dos alcanos por
substituição de um ou mais átomos de hidrogénio por halogéneos.
Ex: clorofluorocarbonetos (contém átomos de cloro e flúor, são derivados do
etano e do metano )

O nome deles acaba sempre com o alcano do qual derivam.

Outros compostos orgânicos


Além dos compostos halogenados, há outras classes que resultam da
substituição de um ou mais átomos de hidrogénio dos hidrocarbonetos por
grupos característicos de determinada classe ou família de compostos
orgânicos (grupos funcionais).
Um grupo funcional é um átomo ou conjunto de átomos que conferem a uma
molécula propriedades químicas características desse grupo de compostos.
Todos os compostos que possuem o mesmo grupo funcional pertencem a uma
mesma classe de compostos orgânicos e possuem propriedades químicas
semelhantes.
Classes de compostos orgânicos
Classe estrutura geral grupo funcional sufixo exemplo
fórmula designação

As ligações covalentes, ionicas e metálicas que se estabelecem entre átomos e


entre iões, são responsáveis pelas propriedades químicas das substâncias.
As ligações intermoleculares, que se estabelecem entre moléculas, são mais
fracas do que as anteriores e delas dependem algumas das propriedades
físicas das substâncias. (Ex: ponto de fusão, ponto de ebulição).

As ligações intermoleculares são de natureza eletrostática, pois os eletrões e


os núcleos têm cargas elétricas opostas. Estas ligações são responsáveis pelo
estado físico, pela grandeza dos pontos de fusão e ebulição, pela massa
volumica e pela solubilidade das substâncias.

Quanto maior for a intensidade das forças intermoleculares, maior será a


coesão entre as moléculas e maiores serão os pontos de fusão e ebulição.

Forças de Van der Waals


As forças atrativas e repulsivas entre moléculas resultam do facto de as
moléculas serem polares ou poderem ser polarizadas num dado momento.
Podem ser de três tipos.

Dipolo Permanente - Dipolo Permanente


Ocorre entre moléculas polares, existe uma distribuição assimétrica da carga
elétrica na molécula.
O sinal + representa a zona da molécula com menor densidade eletronica (polo
positivo) e o sinal - representa a zona da molécula com maior densidade
eletronica (polo negativo).

Dipolo Permanente - Dipolo Induzido


Interação entre moléculas polares e apolares. Distribuição assimétrica de carga
elétrica na molécula apolar (criação de polaridade induzida) por parte da
molécula polar (com polaridade permanente). Formados os dipolos induzidos,
as ligações dipolo-dipolo induzido comportam-se de forma semelhante às
dipolo-dipolo, mas com menor intensidade.

Dipolo Instantâneo - Dipolo Induzido


Entre moléculas apolares, forças de dispersão de london. A distorção
momentânea (os eletrões estão sempre em movimento) da nuvem eletronica de
uma molécula (formando um dipolo instantâneo) induz a criação de um dipolo
na molécula ao lado (dipolo induzido).
Entre os gases nobres há forças de london.
A intensidade das ligações intermoleculares é tanto maior quanto maiores
forem as moléculas (mais facilmente polarizáveis por terem eletrões mais
afastados do núcleo).

Ligações de Hidrogénio
As ligações de hidrogénio estabelecem-se entre moléculas polares H-X (X é um
átomo de N,O ou F). Pelo facto de o átomo de H partilhar na ligação o seu
único eletrão, o núcleo fica muito desprotegido e as forças atrativas são
especialmente maiores comparativamente com outras moléculas polares.
Têm importância em sistemas biológicos.

Forças intermoleculares e miscibilidade


A miscibilidade ou imiscibilidade das substâncias estão relacionadas com as
ligações intermoleculares que se estabelecem entre as moléculas.
Quando o etanol se mistura com a água, dá-se a rotura das ligações
intermoleculares no etanol e as suas moléculas introduzem se entre as
moléculas da água, partindo ligações água- água. Para que isto ocorra, é
necessário que a energia absorvida na rotura das ligações intermoleculares
água-agua e etanol-etanol seja próxima da energia libertada na formação de
novas ligações etanol-água, o que acontece, ocorrendo a miscibilidade.

• Líquidos formados por moléculas polares (nos quais prevalecem ligações


do tipo dipolo-dipolo ou ligações de hidrogénio) são miscíveis em moléculas
polares.
• Líquidos formados por moléculas apolares (nos quais prevalecem ligações
do tipo dipolo instantâneo-dipolo induzido) são miscíveis em moléculas
apolares.

Ordem crescente de intensidade :


• forças de dispersão de london Ex: Ar, I2
• forças dipolo-dipolo induzido Ex: CO2 em H2O
• forças dipolo dipolo Ex: H2S, PH3
• ligações de hidrogénio Ex: H2O, HF

Volume molar, massa volúmica e fração molar


Lei de Avogadro e Volume molar
Lei de Avogadro : volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições
de pressão e temperatura, contêm o mesmo número de partículas (mesmo
número de moles).

O volume ocupado por uma mole de substância designa-se por volume molar.
O volume molar de um gás (Vm) é o volume ocupado por uma mole desse gás,
em determinadas condições de pressão e temperatura.
À temperatura de 0°C e pressão de 1 atm, o volume ocupado por 1 mol de
qualquer gás é sempre 22,4 dm3 mol-1

Condições de pressão e temperatura normais (PTN) : as condições 0°C e 10^5


Pa (~1 atm)

Nas mesmas condições de temperatura, quanto maior for a quantidade de


matéria de um gás, maior será o volume por ele ocupado. Há uma
proporcionalidade direta.

Volume molar e massa volúmica

Fração molar
Numa mistura de substâncias, a fração molar (x) da substância A é o quociente
entre a quantidade de matéria dessa substância e a quantidade de matéria total
de todas as substâncias constituintes da mistura.
A fração molar é adimensional.

em que X representa as frações molares das


respectivas substâncias.
Composição da troposfera terrestre
A atmosfera terrestre é uma mistura de gases na qual também se encontram
partículas sólidas e líquidas em suspensão no ar.
O ar da troposfera é maioritariamente constituído por dinitrogénio e dioxigénio.
Em certas zonas, é constituída por gases poluentes emitidos por fontes naturais
e antropogénicas, provocando poluição atmosférica.

Concentração massica
A concentração mássica de uma solução indica a massa de soluto por unidade
de volume de solução.

concentração molar ou concentração


A concentração molar de uma solução indica a quantidade de matéria de soluto
por unidade de volume de solução.

Percentagem em massa
A percentagem em massa de soluto indica a massa de soluto por cada 100
unidades de massa de solução. É adimensional
Como a grandeza é adimensional pode ser usada qualquer unidade de massa.

Percentagem em volume
A percentagem em volume de soluto indica o volume de soluto por cada 100
unidades de volume de solução. É adimensional.

Partes por milhão


Quando uma solução é muito diluída é usual optar por apresentar a sua
concentração em partes por milhão. Partes por milhao indica a massa, ou o
volume, de soluto existente em um milhão (10^6) de unidades de massa, ou de
volume, de solução. Utiliza-se quando a concentração do soluto é muito baixa.
É adimensional.

Fração molar, x
A fração molar de um soluto A é o quociente entre a quantidade de matéria
desse soluto e a quantidade de matéria total presente na solução (soluto(s) e
solvente). É adimensional.

A soma das frações molares dos diferentes componentes da solução (soluto(s)


e solvente ) é igual a 1.
Diluição de soluções aquosas
Diluir uma solução significa adicionar mais solvente à solução, mantendo a
quantidade de soluto. A sua concentração diminui.
O fator de diluição é a relação entre a concentração inicial e a concentração
final da solução ou entre o volume final e o volume inicial da mesma solução.

O valor de Fd tem de ser sempre superior a 1. Se fosse inferior a 1 a solução


ficaria mais concentrada.

Energia de ligação e reações químicas


A maioria das transformações físicas e químicas são acompanhadas por
absorção e libertação de energia.

Processos endo e exoenergéticos ( ou térmicos )


As mudanças de estado físico são exemplos de transformações físicas que
ocorrem com absorção ou libertação de calor (transferência de energia
térmica).
Fotossintese - transformação química com absorção de energia luminosa
Combustão do carvão - transformação química com libertação de calor.

Os processos que envolvem absorção e libertação de energia designam se por


endoenergéticos e os que envolvem libertação de energia são designados por
processos exoenergéticos.

Reações exotermicas - libertam energia sob a forma de calor


Reações endotermicas - absorvem energia sob a forma de calor
Balanço energético nas reações químicas
A ocorrência de uma reação química envolve a ruptura de ligações (nos
reagentes) e a formação de novas ligações (nos produtos de reação). Se a
energia absorvida na ruptura de ligações for diferente da energia libertada na
formação de novas ligações, haverá calor envolvido na reação.

O calor envolvido numa reação química vai depender da energia absorvida na


rutura das ligações (energia de dissociação, positiva) e da energia libertada na
formação de novas ligações (energia de ligação , negativa)

A energia envolvida numa reação química é o balanço energético, positivo ou


negativo, estabelecido entre as energias associadas à ruptura (processo
endoenergetico) e à formação (processo exoenergético) de ligações entre os
átomos.

Reação endoenergética
a energia absorvida na ruptura de ligações é superior à energia libertada

Reação exoenergética
a energia absorvida na ruptura de ligações dos reagentes é inferior à energia
libertada.
Variação de entalpia
Quando as reações químicas se realizam a pressão constante (ex, pressão
atmosférica), o calor absorvido ou libertado chama-se variação de entalpia ou
entalpia de reação. ( )
As reações endotermicas têm valores de delta H positivos (aumento da
entalpia)
As reações exotérmicas têm valores de delta H negativos (diminuição da
entalpia)

Como relacionar
a variação da
entalpia com as energias
de ligação de reagentes
e de produtos ?
Pode ser calculada
através do balanço entre
a energia absorvida
para a rutura de ligações
nos reagentes e a energia
libertada na formação de
novas ligações nos
produtos.

1a etapa - identificação das ligações existentes em cada molécula


2a etapa - cálculo da energia absorvida na rut. das lig. dos reagentes
3a etapa - cálculo da energia libertada durante a formação de novas ligações
nos produtos
4a etapa - o balanço entre a energia absorvida e a libertada é….
Reações fotoquimicas na atmosfera
As reações fotoquímicas são transformações químicas desencadeadas pela
luz.
Exemplos : fotossintese nas plantas verdes, bronzeamento da pele, smog

Fotodissociação e fotoionização
Dissociação - processo endoenergético associado à rutura de ligações

Fotodissociação - dissociação provocada por ação da luz

Energia de dissociação - energia mínima necessária para quebrar a ligação em


fase gasosa.

Ionização - processo endoenergetico associado à ionização (remoção de um


eletrão);

Fotoionização - ionização provocada por ação da luz

Energia de ionização - energia mínima necessária à formação do ião em fase


gasosa.

A fotodissociação consiste na rutura de ligações químicas por ação da luz


A fotoionização consiste na ionização de espécies químicas por ação da luz.

• para a mesma substância, a energia necessária para provocar a


fotoionização é superior à da fotodissociação
• as moléculas com ligações mais fortes ( triplas no N2) necessitam de maior
Radicais livres
Os radicais livres (ou simplesmente radicais) são espécies químicas (átomos,
moléculas ou iões) com eletrões desemparelhados. Por esta razão, os radicais
são, de um modo geral, muito reativos. Representam-se simbolicamente
por X*

Intervêm em várias reações na atmosfera, em reações de polimerização


(indústria) e em sistemas biológicos. Embora a presença de radicais livres no
organismo seja benéfica para o combate a vírus e bactérias nocivos, o seu
excesso leva à lesão das células, provocando o envelhecimento e o surgimento
de doenças.
Mecanismos de defesa : antioxidantes. Interrompem as reações em cadeia dos
radicais livres.

Na atmosfera, a ação dos radicais livres interfere na formação e decomposição


do ozono estratosférico.

Reações fotoquimicas na atmosfera


• na termosfera e mesosfera superior as radiações absorvidas apresentam
grande energia. Para além da existência de moléculas e radicais livres,
existe uma elevada quantidade de iões e eletrões livres, razão pela qual a
parte inferior desta camada também se chama ionosfera.

Ozono estratosferico, o bom ozono


Atua como filtro da radiações UV mais energéticas (UV-B e UV-C) impedindo
que estas atinjam a superfície terrestre. As reações de fotodissociação que aí
se desencadeiam, são responsáveis pela destruição e formação do ozono.
A) Ciclo natural do ozono
B) atuação dos CFC na destruição do ozono
A destruição do ozono é potenciada pela presença de radicais livres
provenientes da fotodissociação dos CFC que atingem a estratosfera. O radical
cloro, ao reagir com o ozono, dá origem ao radical livre ClO* . O radical livre
ClO* reage com o radical livre oxigénio, proveniente de outras reações na
atmosfera, libertando, novamente, o radical cloro, que fica disponível para
intervir na reação em cadeia de destruição do ozono.

Ozono troposférico, o mau ozono


O ozono é um poluente secundário, por não ser emitido diretamente para a
atmosfera. Os poluentes precursores da sua formação são os NOx e os COV.
Reações responsáveis pela formação de ozono :

O ozono troposferico apresenta malefícios ao nível do sistema respiratório.

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