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ALTERAÇÕES

RESPIRATÓRIAS

Cuidados de Enfermagem em Farmacologia


Prof. Danika Aoyagui
ANATOMIA
Composto por :

 Trato respiratório superior: função de aquecimento e filtração do ar


inspirado.

 Trato respiratório inferior: responsável por efetuar a troca gasosa.

Ambos são responsáveis pela ventilação, que é a movimentação do ar


para dentro e para fora das vias aéreas.
ANATOMIA

 Estruturas do trato respiratório superior:

 Nariz,

 Seios paranasais,

 Faringe,

 Laringe e

 Traquéia.
ANATOMIA

 Estruturas do trato respiratório inferior:

 Pulmões,

 Pleura,

 Mediastino,

 Lobos,

 Brônquios e bronquíolos e

 Alvéolos.
Funções do Sistema Respiratório

 Transporte de oxigênio,

 Respiração,

 Ventilação e

 Troca gasosa.
Troca gasosa
 Ocorre entre os alvéolos pulmonares e
capilares sanguíneos que o envolve.

 Hematose: migração de CO2 para o


interior dos alvéolos e migração de O2 dos
alvéolos para os capilares sanguíneos por
meio de difusão.

 Transporte de oxigênio é facilitado pela


formação de oxiemoglobina:

O2 + Hb = HbO2
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CRÔNICA (DPOC)
Definição:

 Estado patológico, caracterizado por limitação do fluxo de ar que não


é totalmente reversível, também é conhecida como obstrução crônica
da via aérea.

 São consideradas doenças que causam obstrução do fluxo de ar o


enfisema e a bronquite crônica.
Fisiopatologia
 É a limitação progressiva no fluxo de ar, associada a resposta
inflamatória anormal dos pulmões a partir da inalação de partículas e
gases nocivos.

 Essa inflamação ocorre por toda a via aérea, parênquima e


vasculatura pulmonar.

 Por conta das repetições desses eventos inflamatórios, acontece a


formação de tecido cicatricial no trato, diminuindo sua luz,
dificultando a troca.

 Outra causa associada é a lesão parenquimatosa a partir das


proteinases, que são ativadas devido ao processo inflamatório
crônico.
Bronquite crônica
 Doença das vias aéreas, caracterizada pela presença de tosse e
produção de escarro , durante 3 meses, a cada 2 anos consecutivos.

 Causada por agentes irritantes do trato respiratório, como poluentes


ambientais e o tabaco.

 Aumento na produção de muco e diminuição da função ciliar.

 Paredes brônquicas mais espessas, reduzindo sua luz, podendo ocasionar


seu tamponamento.

 Pode haver lesão alveolar, e fibrose, levando a função prejudicada dos


macrófagos, tornando o indivíduo susceptível a infecções.
Bronquite crônica
Enfisema
 Doença caracterizada pela destruição das paredes alveolares
hiperdistendidas.

 Estágio terminal de um processo progressivo lento sustentado por


anos.

 Diminuição da área de superfície de contato dos entre os capilares


e os alvéolos, caracterizado pelo aumento do espaço morto.

 Estágios avançados levam a hipercapnia e acidose respiratória.

 Aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar, levando a um


aumento da pressão de artéria pulmonar, levando a um IC a direita.
Enfisema
Fatores de Risco

 Exposição a fumaça de tabaco,

 Tabagismo passivo,

 Exposição ocupacional,

 Poluição do ar,

 Deficiência de alfa1 antitripsina : Inibidor enzimático que protege o


parênquima pulmonar.
Manifestações clínicas
 Apresenta 3 sintomas clássicos:

 Tosse crônica, Escarro, Dispnéia aos esforços.

 Outros achados e sintomas:

 Perda de peso,

 Deformidade torácica: “tórax em barril”, devido a hiperinsuflação


crônica associada a perda de elasticidade pulmonar.

 Ruídos adventícios na ausculta pulmonar: creptações, sibilos e roncos.

 Alterações no padrão respiratório: taquipnéia, bradipnéia.

 Cianose.
Manifestações clínicas

 Diferenças no diâmetro do tórax :

 Tórax em barril: Diâmetro AP = 2/1


Diâmetro
transversal

 Tórax normal: Diâmetro AP = 1/2


Diâmetro transversal
Diagnóstico
 Coleta do histórico de enfermagem:

 Exposição aos fatores de risco,

 Histórico de doença respiratória: asma, alergias, sinusite e


infecções respiratórias,

 História de DPOC e outras doenças respiratórias crônicas,

 Hospitalizações por causa respiratória,

 Impacto da doença sobre a qualidade de vida,

 Potencial para redução de fatores de risco.


Diagnóstico
 Espirometria: utilizada para avaliar o fluxo de ar através da
mensuração dos volumes pulmonares (VEF e CVF), pode ser
realizado antes e após a administração de broncodilatadores.

 Gasometria arterial: medidas basais de oxigenação e troca


gasosa. Acidose respiratória.

 Rx de tórax

 Dosagem de alfa-antitripsina
Escala de Dispnéia
Tratamento
Tratamento Farmacológico

 Broncodilatadores: Aliviam o broncoespasmo e reduzem a


obstrução da via aérea

 Agonistas beta 2 adrenérgicos: Estimulam o relaxamento


da musculatura lisa do trato respiratório.

 Ex: Fenoterol, salbutamol.


Tratamento Farmacológico

 Broncodilatadores: Aliviam o broncoespasmo e reduzem a


obstrução da via aérea

 Anticolinérgicos: Previnem o aumento da concentração


intracelular de cálcio provocado pela interação da
acetilcolina com o receptor muscarínico no músculo liso
dos brônquios, causando broncodilatação.

 Ex: Brometo de Ipatrópio.


Tratamento Farmacológico

 Broncodilatadores: Aliviam o broncoespasmo e reduzem a


obstrução da via aérea

 Metilxantinas: Relaxa o músculo liso das vias aéreas


brônquicas e dos vasos sanguíneos pulmonares e reduz a
capacidade de resposta das vias aéreas à histamina.

 Ex: Aminofilina.
Tratamento Farmacológico

 Corticóides: Interferem na cascata inflamatória.


 Ex: beclometasona, budesonida, fluticasona.
Tratamento Farmacológico

 Outros medicamentos:

 Vacina Influenza,

 Vacina pneumocócica a cada 5 anos,

 Antibióticos,

 Mucolíticos e

 Antitussígenos,

 Oxigenoterapia suplementar.
Objetivos da Assistência de Enfermagem
 Manutenção de vias aéreas pérvias,

 Melhora da ventilação,

 Assegurar suprimento de oxigênio adequado,

 Redução da demanda de O2 pelo organismo,

 Minimizar agentes estressores.


Asma
Doença crônica inflamatória das vias aéreas, que provoca edema de mucosas e produção de muco
em resposta a hiper-responsividade do trato respiratório.

Difere da DPOC por se tratar de um acometimento reversível tanto espontaneamente como


através do tratamento.

 Fator predisponente: Alergia

 Sazonais: grama, pólen, ervas silvestres.

 Perenes: mofo, poeira, pelos de animais.

 Deflagradores:

 Irritantes das vias aéreas: poluentes, frio, calor, odores, perfumes fortes, fumaça.

 Exercícios, estresse e desconforto.

 Sinusite, infecções do trato respiratório e refluxo gastroesofágico.


Fisiopatologia

 A inflamação das vias aéreas após a exposição com o agente causal leva a obstrução
devido aos seguintes fatores:

 Edema das membranas que revestem a mucosa do trato respiratório,

 Contração da musculatura lisa brônquica (broncoespasmo) e

 Produção aumentada de muco.

 Fluxo:
 Mastócitos, vasoconstrição

 Neutrófilos, liberação de extravasamento de líquido p EC

 Eosinófilos e mediadores atração de leucócitos

 Linfócitos. Broncoconstrição
Manifestações clínicas

Os 3 sintomas clássicos são:

 Tosse,

 Dispnéia,

 Sibilos.
Diagnóstico
 Coleta do histórico:

 Identificação de fatores predisponentes.

 Exame de escarro

 Hemograma e imunoglobulina

 Gasometria arterial: hipoxemia durante as crises (fase aguda).

 Espirometria

 Medidas do estado alérgico


Tratamento Farmacológico
 Corticóides de ação sistêmica: metilpredinisolona e predinisona.

 Agonistas beta 2 de ação prolongada : formoterol.

 Metilxantinas: Teofilina.

 Oxigenoterapia: Saturação maior que 92%.

 Anticolinérgicos: Brometo de ipatrópio.


Objetivos da Assistência de Enfermagem

 Promover conforto fisiológico e psicológico,

 Monitoração da gravidade dos sintomas,

 Identificar alterações na ausculta pulmonar (sibilos),

 Atenção máxima aos SSVV, principalmente a oximetria e frequência


respiratória.
Caso clínico
MJT, 67 anos, tabagista há 30 anos, AP: Hipertenso, DPOC, natural de São Paulo.
Deu entrada no Pronto Socorro com queixas de falta de ar, com piora nos últimos
2 dias. Confuso e agitado, pupilas isocóricas com RFM+, febril: 38,0 C. Tórax em
barril, cianose em extremidades, expansibilidade diminuída bilateralmente,
taquidispneico, FR: 36 rpm, SpO2: 85%, AP: MV diminuídos, com presença de
roncos disseminados. Taquicárdico, FC: 115 bpm, hipotenso: PA: 90x60 mmHg,
AC: BRNF-2t ss audíveis. Abdome plano, RHA+, timpânico à percussão, flácido e
indolor à palpação. Refere baixa ingesta hídrica e alimentar desde a piora do
quadro respiratório. Evacuação ausente a 2 dias. Genitália sem alteração, micção
espontânea, sem queixas urinárias associadas. Apresenta baqueteamento digital
e cianose em extremidades. Após avaliação inicial, solicitado exames
laboratoriais e radiografia de tórax com presença de infiltrados bilaterias.
Gasometria arterial: pH: 7,15, PaO2: 67, PaCO2: 65, HCO3:26, BE: +3, SatO2:
86%. Iniciado os cuidados seguindo a PM.
1. Ceftriaxona sódica 2g EV AGORA,
2. Dipirona 1g EV AGORA,
3. Inalação com SF0,9% 10 ml, Berotec 10 gotas e Atrovent 40 gotas 3 x/dia
4. Metilpredinisolona 20mg EV 12/12 horas.
Perguntas

1. Realize o levantamento de problemas de enfermagem e indique as


prioridades no tratamento a este paciente.

2. De acordo com os problemas identificados no caso e o histórico do paciente,


identifique a possível hipótese diagnóstica.

3. Realize uma pesquisa dos fármacos prescritos, indicando a classe


farmacológica, mecanismo de ação e cuidados de enfermagem ao paciente.
Referências

 SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.. Brunner e Suddarth Tratado de


Enfermagem Médico-Cirúrgica. 11 ed. Rio De Janeiro: Guanabara Koogan,
2009.

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