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DESCRIÇÃO

As caracterizações técnicas dos diversos gases e vapores, as fontes dos gases e vapores, seus efeitos
sobre o organismo e as medidas de controle pertinentes, incluindo o programa de proteção respiratória.

PROPÓSITO
Haja vista o emprego habitual de processos industriais, máquinas e equipamentos que produzem gases
e vapores no dia a dia laboral, é de grande importância o estudo desses agentes com o objetivo de
determinar, em cada ambiente laboral, a tipologia e a respectiva concentração, estabelecendo, com isso,
as recomendações de controle dos riscos.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel, caneta, uma calculadora científica, ou use a
calculadora de seu smartphone/computador, para a realização das tarefas em aula.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Reconhecer os conceitos gerais e as caracterizações técnicas dos diversos gases e vapores

MÓDULO 2
Reconhecer as diversas tipologias de equipamentos de proteção respiratória – notadamente, as
montagens para os gases e vapores

MÓDULO 3

Reconhecer os diversos conceitos e definições relacionados ao Programa de Proteção Respiratória


(PPR)

INTRODUÇÃO

O QUE SÃO GASES E VAPORES?

Carregando conteúdo

AVISO: orientações sobre unidades de medida.


AVISO

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o
padrão internacional de separação dos números e das unidades.

MÓDULO 1

 Reconhecer os conceitos gerais e as caracterizações técnicas dos diversos gases e vapores

LIGANDO OS PONTOS

Você sabe o que são gases e vapores? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade
do dia a dia, assim como estabelecer a situação da exposição ocupacional a ambos?

Para entendermos melhor, aprendermos a distinguir, e a como agir em um ambiente que apresente risco
por gases e vapores, tomaremos por base uma situação prática. Desse modo, analisaremos o case da
Serraria do Madiba a seguir:
Legalmente estabelecida na cidade de Lajes, Santa Catarina, a Serraria do Madiba dedica-se à
atividade de serraria com o desdobre da madeira.

A sede da empresa tem o seguinte detalhamento ambiental:

Edificação: Estrutura pré-moldada em concreto; alvenaria de tijolos.

Cobertura: Telhas de fibrocimento e telhas translúcidas.

Piso: Cimento sem revestimento.

Iluminação natural: Luz do dia/aberturas na estrutura.

Iluminação artificial: Quatro luminárias do tipo incandescentes.

Ventilação natural: Satisfatória.

Conforto térmico: Variável em função da temperatura ambiente, sendo que o ambiente tem carga
térmica significativa (calor radiante).

Equipamentos: Caldeira de vapor tipo flamotubular, reservatório de água (3.000 litros) e exaustor
de eliminação de fumaça/particulado e tubulação de vapor.

Entre os diversos setores na empresa, o que será avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos
ocupacionais, é o setor de caldeiraria. Inicialmente, a avaliação se limitará a estes agentes químicos:
gases e vapores.

No setor de caldeiraria, o colaborador opera a caldeira de geração de vapor por meio de um painel de
comando, controlando a alimentação de água, a geração e a distribuição de vapor para as estufas de
secagem. Além do controle sobre o funcionamento da caldeira, ele liga e desliga motores e bombas,
assim como regula e anota suas pressões e temperaturas.

Realiza-se ainda o abastecimento manual da fornalha com lenha para manter estáveis a temperatura e o
nível de formação de vapor. É feita periodicamente a limpeza da caldeira, das grades e das grelhas da
fornalha, bem como a retirada da fuligem e das cinzas acumulados em seu interior.

O trabalho é feito em turnos de seis horas diárias. Cabe esclarecer que o controle e a dosagem dos
produtos químicos necessários ao tratamento água consumida na caldeira é realizado diariamente pelo
encarregado do almoxarifado com o acompanhamento do operador da caldeira.

Em resumo, pode-se afirmar que são desenvolvidas as atividades de:

Controle da caldeira.
Operação da caldeira.

Tratamento de água.

Cabe destacar também que são empregadas técnicas de proteção coletiva, como um exaustor eólico
sobre o teto da casa de caldeiras, a fim de remover a concentração de particulado (fuligem) e de gases
(CO e CO2), assim como a iluminação de emergência nesse ambiente.

Elencaremos a seguir os equipamentos de proteção individual pertinentes, os quais, aliás, sempre


devem contar com certificados de aprovação (CA):

Avental e luvas de raspa de couro.

Óculos de proteção com lente incolor e proteção lateral.

Calçado impermeável.

Máscara semifacial descartável revestida com carvão ativado para os trabalhos de remoção de
cinzas, limpeza do porão da caldeira e tratamento de água das caldeiras.

Óculos de proteção do tipo ampla visão.

Luvas de PVC/hexanol ou raspa de couro em todos os trabalhos que envolvam produtos químicos
(tratamento d'água).

Protetor auditivo (próximo ao exaustor de fumaça).

Não foram detectadas situações insalubres nos trabalhos de análise e de avaliação de gases e
vapores, como aminas, hidrazinas, polímeros acrílicos e soda cáustica. Realizados a partir das Fichas
de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), esses trabalhos atendem aos requisitos estabelecidos em
duas normas regulamentares:

NR 9 — Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e


biológicos.

NR 15 — Atividades e operações insalubres.

Segundo o relatório de avaliação da exposição ocupacional correspondente emitido pelos engenheiros


de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Serraria do
Madiba, tendo em vista as considerações nele apresentadas sobre as concentrações avaliadas, os
períodos de exposição medidos e as utilizações de proteções eficazes (de caráter individual e coletiva)
observadas.

Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?

3. OS GASES E VAPORES POSSUEM UMA CLASSIFICAÇÃO


FISIOLÓGICA, OU SEJA, DE ACORDO COM OS EFEITOS
CAUSADOS NO ORGANISMO: IRRITANTES,
SENSIBILIZANTES, ANESTÉSICOS, ASFIXIANTES,
SISTÊMICOS, ALERGÊNICOS, CANCERÍGENOS,
MUTAGÊNICOS E TERATOGÊNICOS. NO ESTUDO DE CASO
DA SERRARIA DO MADIBA, FORAM LISTADOS ALGUNS
GASES E VAPORES, COMO O CO E O CO2 . CLASSIFIQUE-
OS SEGUNDO A DESIGNAÇÃO FISIOLÓGICA DO CO.

RESPOSTA

Trata-se de um asfixiante químico, ou seja, impede a entrada do oxigênio nos tecidos.


COMO É REALIZADA A AVALIAÇÃO DA
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL PARA GASES E
VAPORES?

CONCEITOS INICIAIS
Neste tema, conheceremos os agentes de risco químicos (gases e vapores) existentes nos ambientes
de trabalho que, em função de sua natureza, concentração e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador. Realizaremos ainda um estudo detalhado desses agentes a partir
das recomendações da: NR 9 — Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos,
químicos e biológicos e da NR 15 — Atividades e operações insalubres.

 VOCÊ SABIA

Para Peixoto e Ferreira (2013), o termo “gás” é reservado para as substâncias que ficam no estado
gasoso em condições normais de temperatura e pressão (CNTP), ou seja, temperatura de 273,15k e
760mmHg, equivalente à pressão no nível do mar (1 atm ou ≅ 105 Pa), não tendo qualquer forma e
ocupando o espaço disponível para eles.

Já os vapores são compostos no estado gasoso, os quais, sob as CNTP, ficam no estado líquido. Cabe
destacar que a pressão de vapor e a temperatura ambiente são fatores que influenciarão na sua
concentração no meio ambiente. Basta, portanto, que se aumente a pressão do sistema ou se reduza a
temperatura para haver uma liquefação, ou seja, a volta ao estado líquido.

CABE DESTACAR AQUI O CONCEITO DA


TEMPERATURA CRÍTICA, ASPECTO IMPORTANTE
PARA SE DIFERENCIAR GASES E VAPORES. ELA É A
TEMPERATURA ACIMA DA QUAL UM GÁS NÃO PODE
SER LIQUEFEITO POR UM AUMENTO NA PRESSÃO,
OU SEJA, É O VALOR DE TEMPERATURA ACIMA DO
QUAL TORNA-SE IMPOSSÍVEL A CONDENSAÇÃO DE
UM GÁS.

Uma substância na fase gasosa com temperatura superior à temperatura crítica continua no estado
gasoso independentemente da pressão a que seja submetida. Por isso, o vapor se diferencia do gás por
se tratar de uma substância na fase gasosa a uma temperatura igual ou inferior à crítica.

Segundo NHO 2: análise qualitativa da fração volátil (vapores orgânicos) em colas, tintas e vernizes por
cromatográfica gasosa/detector de localização de chama (1999), deve-se observar as seguintes
definições:
~

FRAÇÃO VOLÁTIL
Porção da amostra que se encontra na fase de vapor ou gás acima de sua superfície.

SOLVENTE
De forma geral, é o componente que existe em maior proporção em uma solução ou dispersão
homogênea. Sua utilização tem como finalidade extrair, dissolver ou suspender materiais.

SOLVENTE ORGÂNICO
Nome genérico para um grupo de produtos químicos ou de misturas que é líquido em faixa de
temperatura de 0º a 250ºC. Eles são voláteis e relativamente inertes quimicamente.

Sua utilização industrial tem como finalidade extrair, dissolver ou suspender materiais não solúveis em
água (gorduras, lipídios, resinas, polímeros etc.). Geralmente, tais produtos pertencem aos grupos de
Substâncias químicas alifáticas.

Substâncias químicas aromáticas.

Álcoois.

Glicóis.

Cetonas.

Ésteres.

Solventes orgânicos são hidrocarbonetos e substâncias aparentadas.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS GASES E


VAPORES

Vejamos suas principais características:

Facilidade de dispersão no ar: Pequena densidade e grande mobilidade.

Possibilidade de formação de mistura inflamável com o ar.

Facilidade de penetração no corpo humano pela via respiratória.

Os gases e vapores podem ser classificados em:

VAPORES ORGÂNICOS
GASES OU VAPORES ÁCIDOS
GASES OU VAPORES ALCALINOS
GASES E VAPORES ESPECIAIS

VAPORES ORGÂNICOS

Álcool etílico, benzeno, etileno e xileno são exemplos.

GASES OU VAPORES ÁCIDOS

Ácido cianídrico, cloro, ácido clorídrico e CO2 .

GASES OU VAPORES ALCALINOS

Amônia, fosfina e amina.

GASES E VAPORES ESPECIAIS

Monóxido de carbono e agrotóxicos.

 ATENÇÃO

Os solventes orgânicos representam um ponto de atenção por serem amplamente utilizados e


possuírem a facilidade de evaporar e de se misturar com o ar nos locais de trabalho — em algumas
situações, com altas concentrações. Na maior parte das vezes, eles são líquidos voláteis de elevada
pressão de vapor; inflamáveis, esses solventes podem formar misturas explosivas.

Como vimos, os gases e vapores ainda possuem uma classificação fisiológica, ou seja, de acordo com
os efeitos causados no organismo:

Irritantes

Sensibilizantes

Anestésicos

Asfixiantes

Sistêmicos

Alergênicos


Cancerígenos

Mutagênicos

Teratogênicos

Daremos a seguir alguns detalhes sobre três desses efeitos:

IRRITANTES

Produzem irritação nos tecidos com os quais tem contato: pele, conjuntiva ocular e as vias respiratórias.
Seu modo de ação depende da solubilidade:

Altamente solúveis em água – Nariz e garganta é que mais sofrem.

Pouco solúveis – O efeito maior é nos pulmões, pois é lá que a substância vai solubilizar-se.

Solubilidade moderada – Tem ação sobre os brônquios.


 Sistema respiratório.

Os irritantes ainda podem ser classificados em:

IRRITANTES PRIMÁRIOS
Sua ação se dá sobre:

As vias respiratórias superiores (ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica).

Os brônquios (cloro).

Os pulmões (ozona, gases nitrosos – solda elétrica, uso de explosivos e no uso industrial de ácido
nítrico).

IRRITANTES SECUNDÁRIOS
Apesar de possuírem efeito irritante, eles têm uma ação tóxica generalizada (gás sulfídrico H2 S).

ANESTÉSICOS

Eles são substâncias introduzidas através da via respiratória. Ao alcançarem os pulmões, os anestésicos
são transferidos para o sangue, que fará a distribuição por todo o organismo.

Os anestésicos podem ser classificados em:

Primários (butano, propano e etano).


De efeito sobre as vísceras (tetracloreto de carbono).

De ação sobre o sistema formador do sangue (tolueno, xileno e benzeno).

De ação sobre o sistema nervosos (ésteres de ácidos orgânicos, álcoois metílico e etílico).

ASFIXIANTES

Sua classificação pode se dar da seguinte forma:

SIMPLES
QUÍMICOS

SIMPLES

Sua atuação é fora do organismo, isto é, sua presença na atmosfera provoca o deslocamento do
oxigênio (metano).

As substâncias asfixiantes simples não possuem limite de tolerância, pois o fator limitante é o oxigênio
disponível (deslocam o oxigênio do ar). Deve ser avaliada a quantidade de oxigênio no ar, sendo 18% o
valor mínimo permissível (acetileno, argônio, etano).

QUÍMICOS

Impedem a entrada do oxigênio nos tecidos (monóxido de carbono).

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO


OCUPACIONAL
DEFINIÇÕES

A metodologia de avaliação a ser empregada – com a definição do tipo de amostrador, da amostragem,


do número de amostras, do volume coletado e da vazão – depende tanto do método padronizado
desenvolvido pelo Instituto Nacional para a Saúde e Segurança Ocupacional ( NIOSH) quanto das
características da exposição.

A AMOSTRAGEM PRECISA SEGUIR


RIGOROSAMENTE O MÉTODO DE AMOSTRAGEM
INDICADO, POIS TAL MÉTODO VAI REFERENCIAR O
PROCESSO DE ANÁLISE DO CONTAMINANTE A SER
EMPREGADO PELO LABORATÓRIO. PARA AS
AVALIAÇÕES OCUPACIONAIS DA EXPOSIÇÃO DOS
TRABALHADORES, PODEM SER UTILIZADOS
EQUIPAMENTOS FIXOS INSTALADOS NO AMBIENTE
EM AVALIAÇÃO E PORTÁTEIS.

É possível realizar o processo de amostragem das seguintes maneiras:

Coleta de ar total.

Separação dos contaminantes gasosos.


Retenção (adsorção ou absorção).


Condensação.

Os instrumentos para a amostragem dos agentes químicos podem ser divididos em dois grupos:

Amostradores ativos


Amostradores passivos

No grupo dos amostradores ativos, estão todos os dispositivos que succionam determinado volume de
ar, fazendo-o passar através de um suporte de retenção, para reter o agente. Já os passivos utilizam
apenas a difusão molecular, ou seja, dispensam o emprego de dispositivos de sucção.

TIPOS DE LEITURA DOS AMOSTRADORES

Os amostradores podem ser de leitura direta, quando fornecem a concentração do contaminante por
leitura direta em superfícies graduadas (ou display de equipamentos), ou indireta, retendo o
contaminante para posterior análise em laboratório. A seguir, ambos serão detalhados.
 ATENÇÃO

A coleta de ar total é utilizada para a amostragem de gases que são de difícil retenção em outros meios
de coleta. A coleta é realizada por meio de bolsas ou bags, onde quantidade determinada de ar
contendo o contaminante é coletada. Tal coleta normalmente se realiza por intermédio de uma bomba de
amostragem motorizada. Já a concentração é obtida com base na massa de contaminante encontrada
na análise de laboratório e no volume de ar coletado.

LEITURA DIRETA

Eis os principais dispositivos de leitura direta:

TUBOS COLORIMÉTRICOS

SÃO TUBOS DE VIDRO DE PEQUENO DIÂMETRO


QUE CONTÊM UM SÓLIDO ADSORVENTE
IMPREGNADO COM PRODUTO QUÍMICO QUE REAGE
COM O GÁS OU O VAPOR QUE ESTÁ SENDO
AMOSTRADO. ESSA REAÇÃO RESULTA NA
ALTERAÇÃO DA COR.

A extensão da mudança de cor é indicada na escala de concentração marcada no tubo. Esse processo
tem como vantagens a facilidade de operação, o baixo custo e a possibilidade do registro dos picos de
concentrações. Sua desvantagem está na baixa precisão (erros de até 30%).

 Tubos colorimétricos.

MEDIDOR COM SENSOR ELETROQUÍMICO

REALIZA A MEDIÇÃO DIRETA E IMEDIATA DO


CONTAMINANTE A PARTIR DE SENSOR ESPECÍFICO
QUE DETERMINA A CONCENTRAÇÃO DELE.

O sensor é uma célula eletroquímica na qual, em geral, ocorre uma reação (oxidação catalítica) de gás
ou vapor a ser determinado.
 Medidores eletrônicos de gases e vapores.

LEITURA INDIRETA

Listaremos agora os principais dispositivos ativos de leitura indireta (em laboratório):

TUBO DE CARVÃO ATIVO OU SÍLICA GEL

COLOCADO NA ZONA RESPIRATÓRIA DO


TRABALHADOR, ESTE TUBO DE VIDRO TEM, EM
SEU INTERIOR, CARVÃO ATIVADO OU SÍLICA GEL. O
TUBO É LIGADO A UMA BOMBA DE ASPIRAÇÃO
ATRAVÉS DE UMA MANGUEIRA FLEXÍVEL.

Essa bomba força o ar a passar pelo interior do tubo, ficando o contaminante retido. Os tubos de carvão
ativo são mais indicados para a amostragem de vapores orgânicos em geral; os de sílica gel, para os
gases ácidos em geral.
 Tubos adsorventes.

IMPINGER

FRASCO DE VIDRO ONDE SERÁ COLOCADA UMA


SOLUÇÃO ADEQUADA PARA A RETENÇÃO DO
CONTAMINANTE (SOLUÇÃO ABSORVENTE).

O impinger é conectado a uma bomba de aspiração por meio de uma mangueira flexível. A bomba força
a passagem de determinado volume de ar pela solução, a qual, por sua vez, retém ou reage com o
contaminante, absorvendo-o.
 Impinger – amostrador com líquido absorvente.

UM DOS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS PASSIVOS DE


LEITURA INDIRETA (EM LABORATÓRIO) É O
BOTTON, CUJO INTERIOR CONTÉM DETERMINADA
QUANTIDADE DE MATERIAL ADSORVENTE
(GERALMENTE, CARVÃO ATIVO).

Esse amostrador é fixado na lapela do trabalhador, e a retenção do contaminante ocorre por adsorção
em função da difusão. Ao final da jornada de trabalho (amostragem), o monitor é retirado e enviado para
a análise do conteúdo.

 Amostrador passivo.
AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

HÁ CONCENTRAÇÕES DE COMPOSTOS QUÍMICOS


MÁXIMAS ÀS QUAIS OS TRABALHADORES PODEM
FICAR EXPOSTOS, RESPIRANDO-AS SEM QUE O
AMBIENTE SEJA CONSIDERADO INSALUBRE.

Por conta disso, é possível consultar no anexo XI da NR 15 a concentração desses compostos químicos
dispersos no ar do meio ambiente e o tempo máximo de exposição ao qual um ser humano pode se
expor a esses agentes. Tanto o limite de concentração quanto o de tempo são chamados de limites de
tolerância. Acima deles, o ambiente é considerado insalubre.

Observe que o quadro a seguir reproduz parcialmente o anexo XI da NR 15. Podemos ver nele:

Alguns compostos químicos.

Valor teto: Valor que não se pode ser ultrapassado.

Risco de absorção pela pele.

Concentrações por parte por milhão (ppm) e por mg/m³ às quais um ser humano pode ficar
exposto (até 48 h/semana).

Grau de insalubridade do ambiente para cada composto (acima de cada concentração detalhada
na quarta coluna).
Até 48
Absorção horas / Grau de insalubridade a
Composto Valor
também p/ semana ser considerado no caso
químico teto
pele ( ppm | de sua caracterização
mg /m
3
)

Acetaldeído 78 - 140 Máximo

Asfixiante
Acetileno -
simples

Ácido acético 8 - 20 Médio

Ácido
+ 4 - 5,5 Máximo
clorídrico

Álcool n
+ + 40 - 115 Máximo
butílico

Álcool
+ 156 - 200 Máximo
metílico

Cloro 0,8 - 2,3 Máximo

Cloreto de
+ 156 - 398 Máximo
vinila

Tolueno + 78 - 290 Médio

Quadro 1: Limites de tolerância.


Adaptado de: Anexo XI, NR 15 (parcial).

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal


Todos os valores fixados como asfixiantes simples determinam que, nos ambientes de trabalho, caso
haja a presença dessas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser de 18% em volume.
Já na coluna Valor teto, estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância (LT) não
podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.

Na coluna Absorção também pela pele, por sua vez, estão assinalados os agentes químicos que
podem ser absorvidos por via cutânea. Eles, portanto, exigem o uso de luvas adequadas em sua
manipulação, além do EPI necessário para a proteção de outras partes do corpo.

 SAIBA MAIS

A avaliação das concentrações dos agentes químicos por meio de métodos de amostragem instantânea,
de leitura direta ou não, deve ser feita em pelo menos 10 amostragens para cada ponto ao nível
respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens, é preciso haver um intervalo de, no
mínimo, 20 minutos.

Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não pode ultrapassar os valores
obtidos na equação a seguir sob pena de ser considerada uma situação de risco grave e iminente:

Valor  m á ximo  =  LT ×  F D

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que:

LT = limite de tolerância para o agente químico segundo o quadro 1.

FD = fator de desvio, conforme definido no quadro 2.

LT
FD
( ppm | mg /m3 )

0a1 3
1 a 10 2
10 a 100 1,5
100 a 1000 1,25
Acima de 1000 1,1
Quadro 2: Fator de desvio.
Adaptado de: Anexo XI, NR 15.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

O limite de tolerância será considerado excedido quando a média aritmética das concentrações
ultrapassar os valores fixados no quadro 1. Para os agentes químicos com Valor teto assinalado nesse
quadro, o limite de tolerância será considerado excedido quando qualquer uma das concentrações
obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados nele.

 ATENÇÃO

Os limites de tolerância fixados no quadro 1 são válidos para jornadas de trabalho de até 48 horas por
semana. Quando elas excederem tal período, será necessário cumprir o disposto no artigo 60 da CLT.

O CRITÉRIO DA ACGIH

A ACGIH substituiu o “fator de desvio” pelo threshold limit values - short term exposure limit (TLV-STEL),
que, em português, significa limite de exposição de curta duração. O TLV-STEL é a concentração a que
os trabalhadores podem ficar expostos continuamente por curto período sem sofrerem alterações
orgânicas significativas (irritação, lesão crônica ou irreversível e narcose).

O TLV-STEL deve atender simultaneamente às seguintes condições:


O TLV-TWA diário não deve ser excedido.

Tem uma duração máxima de 15 minutos por período.

Ocorre por, no máximo, quatro períodos por jornada.

Guarda intervalos de, pelo menos, 60 minutos entre os períodos.

O STEL (média da exposição em cada período de 15 minutos) não pode ser excedido.

OS EFEITOS TÓXICOS DE EXPOSIÇÕES DE CURTA


DURAÇÃO DEVEM SER CONHECIDOS.

Para os agentes que não possuem “Valor teto” e quando o TLV-STEL não está estabelecido, a ACGIH,
desde 1999, vem recomendando como valor máximo de exposição:

Três vezes o valor do TLV-TWA por período total máximo de 30 minutos em uma jornada de trabalho
diária.

Em nenhuma hipótese o valor pode superar cinco vezes o TLV-TWA.


EXEMPLOS DE APLICAÇÕES

Apresentaremos a seguir dois exemplos:

EXEMPLO 1

Em um conjunto de 10 amostragens instantâneas de amônia (LT = 20ppm) utilizando tubos


colorimétricos, foram obtidos os seguintes valores de concentrações:

10

20

25

20

15

10

20

10

20
25

Utilizando a metodologia da NR 15, defina a situação de insalubridade ou não para um trabalhador que
opera 48 horas semanais no ambiente.

Determinação da concentração média.

( 10+20+25+20+ 15+10+20+10+20+25 )
  =  17,5
10

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Determinação do valor máximo.

Vm   =   LT  .   FD

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o FD do quadro 2 para LT = 20, temos: FD = 1,5.

Vm   =  20  ×  1,5  =  30

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como nenhuma das 10 concentrações observadas superou o valor máximo, e como a média ficou
abaixo do LT, o ambiente não é considerado insalubre!

EXEMPLO 2

Em um enchedor de caminhões-tanque, a concentração de vapores de etanol foi determinada pelo


método de medição instantânea, sendo observados os seguintes valores ao nível respiratório dos
operadores:

Medição Concentração (ppm)


1 820

2 860

3 800

4 740

5 700

6 750

7 800

8 450

9 800

10 300

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Tomando como referência o anexo XI da NR 15, defina se o limite de tolerância foi ultrapassado no
quadro 1. Considere o LT do etanol de 780ppm.

Determinação da concentração média.

( 820+860+800+740+ 700+750+800+450+800+300 )
  =  702
10

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Determinação do valor máximo.


Vm   =   LT  .   FD

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o FD do quadro 2 para LT = 780, temos: FD = 1,25

Vm   =  780  ×  1,25  =  975

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como nenhuma das 10 concentrações observadas superou o valor máximo e como a média ficou abaixo
do LT, o ambiente não é considerado insalubre!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Reconhecer as diversas tipologias de equipamentos de proteção respiratória – notadamente,


as montagens para os gases e vapores

LIGANDO OS PONTOS
Você sabe o que são gases e vapores? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade
do dia a dia, assim como estabelecer a situação da exposição ocupacional a ambos?

Para entendermos os conceitos envolvidos, tomaremos por base uma situação prática. Desse modo,
analisaremos o case da Serraria do Madiba a seguir:

Legalmente estabelecida na cidade de Lajes, Santa Catarina, a Serraria do Madiba dedica-se à


atividade de serraria com o desdobre da madeira.

A sede da empresa tem o seguinte detalhamento ambiental:

Edificação: Estrutura pré-moldada em concreto; alvenaria de tijolos.

Cobertura: Telhas de fibrocimento e telhas translúcidas.

Piso: Cimento sem revestimento.

Iluminação natural: Luz do dia/aberturas na estrutura.

Iluminação artificial: Quatro luminárias do tipo incandescentes.

Ventilação natural: Satisfatória.

Conforto térmico: Variável em função da temperatura ambiente, sendo que o ambiente tem carga
térmica significativa (calor radiante).
Equipamentos: Caldeira de vapor tipo flamotubular, reservatório de água (3.000 litros) e exaustor
de eliminação de fumaça/particulado e tubulação de vapor.

Entre os diversos setores na empresa, o que será avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos
ocupacionais, é o setor de caldeiraria. Inicialmente, a avaliação se limitará a estes agentes químicos:
gases e vapores.

No setor de caldeiraria, o colaborador opera a caldeira de geração de vapor por meio de um painel de
comando, controlando a alimentação de água, a geração e a distribuição de vapor para as estufas de
secagem. Além do controle sobre o funcionamento da caldeira, ele liga e desliga motores e bombas,
assim como regula e anota suas pressões e temperaturas.

Realiza-se ainda o abastecimento manual da fornalha com lenha para manter estáveis a temperatura e o
nível de formação de vapor. É feita periodicamente a limpeza da caldeira, das grades e das grelhas da
fornalha, bem como a retirada da fuligem e das cinzas acumulados em seu interior.

O trabalho é feito em turnos de seis horas diárias. Cabe esclarecer que o controle e a dosagem dos
produtos químicos necessários ao tratamento da água consumida na caldeira é realizado diariamente
pelo encarregado do almoxarifado com o acompanhamento do operador da caldeira.

Em resumo, pode-se afirmar que são desenvolvidas as atividades de:

Controle da caldeira.

Operação da caldeira.

Tratamento de água.

Cabe destacar também que são empregadas técnicas de proteção coletiva, como um exaustor eólico
sobre o teto da casa de caldeiras, a fim de remover a concentração de particulado (fuligem) e de gases
(CO e CO2), assim como a iluminação de emergência nesse ambiente.

Elencaremos a seguir os equipamentos de proteção individual pertinentes, os quais, aliás, sempre


devem contar com certificados de aprovação (CA):

Avental e luvas de raspa de couro.

Óculos de proteção com lente incolor e proteção lateral.

Calçado impermeável.
Máscara semifacial descartável revestida com carvão ativado para os trabalhos de remoção de
cinzas, limpeza do porão da caldeira e tratamento de água das caldeiras.

Óculos de proteção do tipo ampla visão.

Luvas de PVC/hexanol ou raspa de couro em todos os trabalhos que envolvam produtos químicos
(tratamento d'água).

Protetor auditivo (próximo ao exaustor de fumaça).

Não foram detectadas situações insalubres nos trabalhos de análise e de avaliação de gases e
vapores, como aminas, hidrazinas, polímeros acrílicos e soda cáustica. Realizados a partir das Fichas
de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), esses trabalhos atendem aos requisitos estabelecidos em
duas normas regulamentares:

NR 9 — Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e


biológicos.

NR 15 — Atividades e operações insalubres.

Segundo o relatório de avaliação da exposição ocupacional correspondente emitido pelos engenheiros


de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Serraria do
Madiba, tendo em vista as considerações nele apresentadas sobre as concentrações avaliadas, os
períodos de exposição medidos e as utilizações de proteções eficazes (de caráter individual e coletiva)
observadas.

Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?

3. AS MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO PODEM SER


RELATIVAS AO AMBIENTE E AO HOMEM. PARA OS
TRABALHOS EM AMBIENTES COM ALTAS
CONCENTRAÇÕES DE POLUENTES, SÃO INDICADAS
DIVERSAS MEDIDAS DE CONTROLE, INCLUINDO OS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E
RESPIRATÓRIA (EPR). A SERRARIA DO MADIBA ATENDE
AO REQUISITO DE PROTEÇÃO DE ORDEM INDIVIDUAL
ESPECIFICAMENTE NO TRATAMENTO D'ÁGUA?
JUSTIFIQUE.

RESPOSTA

Sim. Na lista de EPI, existe a previsão, por exemplo, de óculos de proteção e de luvas de PVC para a
manipulação de produtos químicos e o tratamento d'água, além dos respiradores.

QUAIS SÃO AS LIMITAÇÕES DE USO DOS


RESPIRADORES?
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA

DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO

Veremos agora alguns aspectos de caráter informativo relativos ao tema, conforme dispõe o anexo 6 do
PPR da Fundacentro (2016):

PRESSÃO PARCIAL DE OXIGÊNIO

 VOCÊ SABIA

A pressão de uma mistura de gases em um ambiente se deve à pressão exercida por cada um dos seus
componentes. A contribuição de cada componente é denominada pressão parcial.
Essa pressão é calculada dividindo a porcentagem do gás (em volume) por 100 e multiplicando o
resultado pela pressão da mistura. Assim, para o oxigênio, obtém-se o seguinte:

O2
ppO2   =  (% 
100
)× (press ã o  da   mistura   gasosa)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como primeira consideração, podemos afirmar que a pressão parcial decresce com o aumento da
altitude por conta da redução da pressão atmosférica. Cabe observar que, para trabalhos em grandes
altitudes, recomenda-se a aclimatação completa de quatro semanas de permanência em ambientes com
ppO2 diferente da normal.

Como as pessoas não aclimatadas vão executar trabalhos em condições de ppO2 menor do que

daquele onde vivem, elas sentirão, em virtude disso, uma fadiga excessiva. É esperado um aumento da
frequência respiratória, dos batimentos cardíacos e possivelmente de outros sintomas de fadiga, os
quais, por sua vez, geralmente não são percebidos em trabalhos realizados sob condições normais.

A diminuição da pressão parcial de oxigênio ( ppO2 ) em um ambiente pode ocorrer devido à:

REDUÇÃO DA PORCENTAGEM, EM VOLUME, DO OXIGÊNIO


Ocorre devido à presença de outros gases, por exemplo, dióxido de carbono (CO2 ), ou quando o
oxigênio é consumido em uma reação, como a de oxidação de metais, combustão ou consumo
metabólico. Cabe ressaltar que essa ocorrência é a causa mais comum da deficiência de oxigênio nos
espaços confinados.

REDUÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA


A porcentagem de oxigênio pode permanecer em 20,9%, mas a ppO2 será menor que a ppO2 no nível
do mar quando a pressão atmosférica ambiente diminuir.

 ATENÇÃO

Qualquer que seja a causa da redução da pressão parcial, o efeito da deficiência de oxigênio no
organismo é o mesmo, pois o responsável pelo transporte do oxigênio do ar contido nos alvéolos para a
hemoglobina é o valor da ppO2 alveolar, e não a porcentagem de oxigênio nos alvéolos pulmonares.
DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO IPVS E NÃO IPVS

DE ACORDO COM A FUNDACENTRO (2016), QUANDO


O TEOR DE OXIGÊNIO É MENOR OU IGUAL A 12,5%
EM UM AMBIENTE NO NÍVEL DO MAR, ELE DEVE
SER CONSIDERADO IPVS.

Essa condição pode ser calculada levando os valores 12,5% e 760mmHg à equação anterior.

Ou seja:

12,5
ppO2   =  ( )  ×  760  =  95 mmHg
100

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 SAIBA MAIS

A razão para classificar um ambiente com até 12,5% O2 no nível do mar como IPVS é que, nessas
condições, a ppO2 nos alvéolos pulmonares é de 48mmHg, enquanto a ppO2 = 40mmHg. Em tal
situação, a hemoglobina no sangue alveolar está 83% saturada de oxigênio. Quando a saturação na
hemoglobina atinge esse valor, tornam-se evidentes os sintomas da deficiência de oxigênio, sendo então
necessária a utilização de uma proteção.

Ainda conforme a Fundacentro (2016), a deficiência de oxigênio será considerada não IPVS quando a
porcentagem de O2 for maior que 12,5% no nível do mar ou se a ppO2 estiver acima de 95mmHg, pois,
nessa condição, os efeitos no organismo são reversíveis.

CONSIDERAÇÕES SOBRE NÍVEIS REDUZIDOS DE


OXIGÊNIO
Segundo a Fundacentro (2016), quando alguém respira em um ambiente normal com 20,9% de
oxigênio, parte dele é absorvida pelo sangue. Quando se dá a exalação, o ar que sai em primeiro lugar é
praticamente o mesmo ar, pois, na parte superior das vias respiratórias, não há troca entre oxigênio e
gás carbônico. À medida que continua a exalação, o ar com mais gás carbônico é liberado, enquanto as
últimas porções do ar exalado podem conter 5% de gás carbônico e 16% de oxigênio. No uso de um
respirador, parte do ar exalado permanece no espaço morto dele. Desse modo, na inalação, o teor de
oxigênio se reduz devido à presença do gás carbônico.

COM O USO DE RESPIRADORES EM ATMOSFERAS


DEFICIENTES DE OXIGÊNIO, O EFEITO DE INALAR
PARTE DO AR EXALADO PODE AFETAR
SIGNIFICATIVAMENTE O USUÁRIO, UMA VEZ QUE
ISSO PROVOCA UMA REDUÇÃO ADICIONAL NO
CONTEÚDO DE OXIGÊNIO.

Nos respiradores purificadores de ar com pressão negativa (não motorizados), uma redução do volume
morto da peça facial ou o uso de uma mascarilha interna nas peças faciais inteiras pode diminuir esse
efeito. Já nos respiradores de linha de ar comprimido, o efeito só se torna significativo para os de
demanda sem pressão positiva ou com pressão positiva, e não para os de fluxo contínuo, ocorrendo
exclusivamente quando a pressão ambiente é a causa da redução da ppO2
CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E
LIMITAÇÕES DOS RESPIRADORES

Apontaremos adiante alguns aspectos relativos ao tema, de caráter informativo, segundo o anexo 6 do
PPR da Fundacentro (2016):

RESPIRADORES PURIFICADORES

FUNCIONAMENTO

Alguns modelos possuem válvula de inalação e/ou exalação, que serve para o direcionamento do
fluxo de ar de acordo com o ciclo respiratório.  A de exalação objetiva permite que a saída do ar
expirado, quente e úmido para o meio ambiente. Já na fase de inspiração, a de exalação permanece
fechada, dirigindo o ar que será inalado pelo filtro. Fechada durante a fase de expiração, a válvula de
inalação impede que o ar saturado de umidade proveniente da expiração atinja o elemento filtrante e o
danifique.

 SAIBA MAIS

Os respiradores purificadores não motorizados são classificados como de pressão negativa, na


medida em que, durante a inspiração, o ar atravessa os filtros por ação pulmonar do trabalhador (a
pressão interna à peça facial é inferior à pressão ambiente). Nos motorizados, tendo em vista o
funcionamento contínuo da ventoinha, a vazão de ar é alta em relação ao consumo, gerando, desse
modo, uma pressão positiva no interior da cobertura das vias respiratórias, ou seja, uma pressão maior
que a pressão ambiente, fazendo com que todo o vazamento de ar que ocorra seja para fora.

Nesse tipo de respirador, a cobertura das vias respiratórias pode ser com ou sem vedação facial.

Esquema de respirador com filtro não substituível.

Esquema de respirador com filtro substituível.


Esquema de respirador motorizado com filtro e ventoinha, separados ou não.

PRINCIPAIS COMPONENTES

Dependendo do tipo do respirador, as coberturas das vias respiratórias cobrem diferentes partes do
corpo do usuário:

Cobertura das vias respiratórias do tipo bocal com a pinça nasal.


Peça semifacial filtrante (PFF) sem e com válvula de exalação.

Coberturas das vias respiratórias cobrindo a boca, o nariz e o queixo.

Coberturas das vias respiratórias cobrindo a face.

Coberturas das vias respiratórias cobrindo a cabeça.

Coberturas das vias respiratórias cobrindo o corpo.


REMEMORAÇÕES E OUTROS ENTENDIMENTOS

COMO JÁ VIMOS, OS RESPIRADORES


PURIFICADORES DE AR PODEM REMOVER TANTO
PARTÍCULAS COMO GASES/VAPORES. FILTROS
MECÂNICOS SÃO DESTINADOS À REMOÇÃO DE
PARTÍCULAS SÓLIDAS OU LÍQUIDAS, ENQUANTO
OS QUÍMICOS SE ATÊM À REMOÇÃO DE GASES E
VAPORES. JÁ OS FILTROS COMBINADOS REALIZAM
A REMOÇÃO SIMULTÂNEA DE PARTÍCULAS E
GASES/VAPORES.

Pontuamos ainda que os filtros para partículas são classificados em P1, P2 e P3 e as peças semifaciais
filtrantes, em PFF1, PFF2 e PFF3, conforme a satisfação dos requisitos de penetração do aerossol de
ensaio e de resistência à respiração especificados. Finalmente, verificamos que eles são subdivididos de
acordo com sua capacidade de remover partículas sólidas e líquidas à base de água, por exemplo P2
(S), de óleo ou de outro líquido diferente de água, como é o caso do P3 (SL).

 SAIBA MAIS

Os filtros químicos removem gases/vapores do ar contaminado que passa através de uma camada de
grãos contidos em seu interior. A captura deles ocorre por vários mecanismos, dependendo da natureza
química do contaminante gasoso e do tipo de recheio do filtro. Filtros químicos são oferecidos para
proteção contra um tipo ou mais de um tipo de contaminante.

Como abordamos, de acordo com a quantidade de contaminante que eles retêm, os filtros químicos
podem pertencer a quatro classes:

De baixa capacidade (FBC).


Classe 1.


Classe 2.


Classe 3.

Já a massa de gás retida pelo filtro químico depende de:

Contaminante.

Qualidade, quantidade, densidade e uniformidade do recheio.

Condições de exposição (concentração do contaminante gasoso, presença simultânea de outros


contaminantes, demanda do ar pelo usuário, temperatura e umidade relativa do ar).

 ATENÇÃO

Segundo a Fundacentro (2016), a saturação do filtro (perda da capacidade de reter o contaminante)


poderá ocorrer mais cedo quando ele for usado como proteção contra uma mistura de gases ou
sequencialmente contra diferentes gases do que na aplicação para um único gás.

Certos tipos de gases (por exemplo, vapores orgânicos) coletados pelo filtro químico poderão migrar por
meio do recheio durante sua guarda, o que levará à saturação dele mais cedo do que o esperado
quando o filtro for usado da próxima vez. Quando ele não possuir indicador de vida útil, o usuário deverá
procurar uma orientação do fabricante sobre o tipo e a classe do filtro a ser usado, assim como sobre a
provável duração dele nas condições em que seja utilizado.

 VOCÊ SABIA

Alguns fabricantes oferecem aplicativos para a avaliação do tempo de vida útil em uso do filtro químico
para dado contaminante gasoso sob condições de uso especificadas.
Os filtros combinados removem simultaneamente partículas e gases/vapores. O filtro para partículas
pode estar, de alguma forma, incorporado ou separado do filtro químico.

Quando essa montagem não ocorre, ou seja, o filtro combinado é resultante da junção de filtros
separados, é possível haver a substituição apenas do filtro que necessita de troca, já que o tempo de
vida útil do filtro para partículas e do químico pode não ser o mesmo.

SEMPRE QUE O FILTRO PARA PARTÍCULAS FOR


USADO EM CONJUNTO COM O QUÍMICO, ELE TERÁ
DE SER INSTALADO NO LADO DA ENTRADA DE AR
DO FILTRO QUÍMICO.

RESPIRADORES DE ADUÇÃO

FUNCIONAMENTO

DE ACORDO COM A FUNDACENTRO (2016), OS


RESPIRADORES DE ADUÇÃO DE AR CONTÊM, PELO
MENOS, UMA COBERTURA DAS VIAS
RESPIRATÓRIAS E UM SISTEMA DE FORNECIMENTO
DE AR OU GÁS RESPIRÁVEL AO USUÁRIO.

Esse ar/gás respirável pode ser obtido de diversas maneiras:

Nas máscaras autônomas, o ar/gás respirável provém de um cilindro com válvula ou é gerado,
durante o uso, por uma reação química no dispositivo que constitui parte do respirador. Esses
componentes são transportados junto ao corpo do usuário como uma mochila, proporcionando
total mobilidade.
Em outros tipos de respiradores de adução de ar, a fonte de ar/gás respirável não faz parte do
respirador nem é transportado próximo ao corpo do usuário. Nesse caso, o ar/gás respirável pode
provir de um compressor localizado fora da área contaminada, da bateria de cilindros de alta
pressão ou de uma área não contaminada, forçado por um soprador ou pela ação pulmonar do
próprio usuário.

 DICA

O respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para fuga é uma combinação das duas
maneiras anteriores. Nele, o cilindro transportado próximo do corpo do usuário somente é utilizado
durante a fuga da área contaminada.

 Esquema de respirador de adução

COMPONENTES PRINCIPAIS

As coberturas das vias respiratórias usadas nos respiradores de adução de ar já foram apresentadas.
Para a Fundacentro (2016), o sistema de fornecimento do ar/gás respirável é a parte do respirador que
liga a cobertura das vias respiratórias com a fonte de ar/gás respirável. Esse sistema de fornecimento
transporta o ar/gás respirável e regula a sua vazão. São elementos típicos de tal sistema os seguintes
itens:
VÁLVULA GERAL
Permite ou impede que o ar/gás entre no sistema de fornecimento.

REDUTOR DE PRESSÃO
Reduz a pressão alta para pressão média ou para níveis de pressão adequados ao usuário. No caso de
uma redução para a média, uma regulagem adicional é obtida por uma válvula de demanda.

VÁLVULA DE DEMANDA
Quando inala, o usuário aciona a abertura da válvula para permitir a passagem do ar/gás respirável
necessário. A exalação dele interrompe o fluxo. Durante a inalação, a pressão dentro da cobertura das
vias respiratórias é negativa, isto é, mantém-se abaixo da pressão atmosférica local.

VÁLVULA DE DEMANDA DE PRESSÃO POSITIVA


Destinada aos respiradores de pressão positiva, ela reduz a pressão do ar/gás respirável de média para
baixa pressão e libera o ar/gás respirável para dentro da cobertura das vias respiratórias em uma
pressão levemente superior à pressão ambiente, mesmo durante a inalação. Essa característica reduz
as chances de substâncias perigosas entrarem na cobertura das vias respiratórias.

VÁLVULA DE FLUXO CONTÍNUO


Permite que o usuário receba ar/gás respirável ininterruptamente através de uma traqueia ou tubo
flexível e reduz os níveis de pressão do ar/gás respirável de média para baixa pressão. A válvula de
fluxo contínuo pode ser ajustada manualmente e, devido a um requisito normativo, garante a vazão
mínima especificada para o respirador, mesmo quando totalmente fechada.

VÁLVULAS DE RETENÇÃO
No sistema de fornecimento de ar/gás respirável dos respiradores de circuito fechado que operam por
reações químicas, estas válvulas orientam o fluxo do gás exalado e inalado por meio do respirador com
a finalidade de regeneração.

VÁLVULAS DE ALÍVIO
São usadas para evitar a ocorrência de sobrepressão dentro do sistema de fornecimento de ar/gás
respirável.

ELEMENTOS DE TRANSPORTE
Fornecem o ar/gás respirável da fonte para a cobertura das vias respiratórias e previnem a entrada de
substâncias perigosas no sistema de fornecimento. As mangueiras e bolsas de compensação
respiratória são exemplos de elementos de transporte em um sistema de fornecimento.

O ar/gás respirável pode provir de diversas fontes:


Cilindros de ar/gás.

Compressor.

Oxigênio químico (o gás carbônico gerado pelo usuário, presente no gás exalado, participa de uma
reação química na qual o oxigênio é gerado, permitindo que a mistura seja reaproveitada).

Ar/gás respirável liquefeito (oxigênio ou ar estocado na forma líquida).

Sistema de ar natural (diretamente de ambiente não contaminado por ação pulmonar ou de uma
ventoinha).

Elencaremos agora os tipos de respiradores de adução de ar:

MÁSCARA AUTÔNOMA DE CIRCUITO ABERTO

o gás exalado sai para o ambiente em vez de ser reutilizado.

MÁSCARA AUTÔNOMA DE CIRCUITO FECHADO

o gás exalado é purificado, sendo que o dióxido de carbono é removido ou transformado por reagente
químico, enquanto o oxigênio consumido é reposto.

MÁSCARA AUTÔNOMA PARA FUGA

a autonomia é menor, por exemplo, de 5, 7 ou 10 minutos.

MÁSCARA AUTÔNOMA DE CIRCUITO ABERTO COMBINADA


COM RESPIRADOR DE LINHA DE AR COMPRIMIDO

ambos podem ser empregados em situações em que a máscara autônoma, sozinha, não teria
autonomia de tempo suficiente.
RESPIRADOR DE LINHA DE AR COMPRIMIDO DE FLUXO
CONTÍNUO

pressão ligeiramente positiva, capuz e capacete com, no mínimo, 170L/min, e peça facial com, no
mínimo, 120L/min.

RESPIRADOR DE LINHA DE AR COMPRIMIDO DE DEMANDA


SEM PRESSÃO POSITIVA

com peça semifacial ou facial inteira, a válvula de demanda libera o fluxo de ar somente durante a
inalação.

RESPIRADOR DE LINHA DE AR COMPRIMIDO DE DEMANDA


COM PRESSÃO POSITIVA

com peças semifaciais ou faciais inteiras, o ar exalado sai para o ambiente através da válvula de
exalação; mesmo durante a inalação, um mecanismo garante a pressão positiva.

RESPIRADORES DE LINHA DE AR COMPRIMIDO COM


CILINDRO AUXILIAR PARA FUGA

(autonomia de 15 minutos) são empregados em situações de risco grave e iminente.

RESPIRADORES DE AR NATURAL

a peça facial inteira e a traqueia são conectadas a uma mangueira de ar de comprimento limitado a 23
metros; o ar é conduzido por depressão oriunda da inalação e liberado pela válvula de exalação.
ROUPAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

proporcionam simultaneamente proteção da pele e das vias respiratórias em quatro níveis de proteção.

OS RESPIRADORES COMBINADOS SÃO


PROJETADOS PARA, DEPENDENDO DA SITUAÇÃO,
SEREM USADOS SEM UM DOS DOIS MODOS:
PURIFICADOR DE AR OU DE ADUÇÃO DE AR, MAS
NÃO EM AMBOS OS MODOS SIMULTANEAMENTE. A
MUDANÇA DO MODO DE OPERAÇÃO DE ADUÇÃO
DE AR PARA PURIFICADOR DE AR PODE SER
AUTOMÁTICA OU EFETUADA PELO USUÁRIO.

LIMITAÇÕES

Todos os respiradores apresentam limitações de uso. Conheceremos agora as recomendações da


Fundacentro (2016) sobre essas limitações.

COBERTURA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS

AS COBERTURAS SEM VEDAÇÃO FACIAL NÃO


VEDAM A PELE DO USUÁRIO; PORTANTO, ELAS
PODEM SER USADAS APENAS EM RESPIRADORES
QUE FORNECEM AR/GÁS RESPIRÁVEL
CONTINUAMENTE E EM QUANTIDADE SUFICIENTE
AO USUÁRIO PARA EVITAR A ENTRADA DOS
CONTAMINANTES DO AR AMBIENTE PARA O SEU
INTERIOR.

Os respiradores purificadores de ar motorizados com capuz e os de linha de ar comprimido incorporando


um capuz são exemplos de respiradores com coberturas das vias respiratórias sem vedação facial. As
coberturas com vedação facial apresentam uma boa vedação na pele do usuário, geralmente na face ou
no pescoço. É indispensável que a superfície de vedação entre a cobertura das vias respiratórias e a
pele não seja interrompida por pelos faciais, cicatrizes ou hastes de óculos, uma vez que isso pode
causar a entrada de ar contaminado para o seu interior.

Tais coberturas são encontradas em:

Respiradores do tipo peça facial filtrante.

Respiradores do tipo peça semifacial.


Respiradores do tipo peça facial inteira com filtro.

Respiradores de linha de ar comprimido.

Máscaras autônomas.

A comunicação verbal, geralmente, prejudica temporariamente a vedação facial, resultando em um


vazamento potencialmente maior para tais respiradores.

ASPECTOS DOS RESPIRADORES PURIFICADORES

A FUNDACENTRO (2016) REFORÇA QUE OS


RESPIRADORES PURIFICADORES NÃO PROTEGEM
CONTRA A DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO OU O
FORNECEM.

Desse modo, eles só podem ser utilizados em ambientes não deficientes de oxigênio (ambientes abertos
com teor de oxigênio acima de 18%). Esses respiradores não devem ser usados:

Contra contaminantes desconhecidos.


Em concentrações desconhecidas.

Em atmosferas IPVS.

A Fundacentro (2016) ainda atesta que o uso de respiradores com filtros químicos em uma atmosfera
com contaminantes com fracas propriedades de alerta (o limiar de odor, sabor ou irritação é maior que o
limite de exposição) exige a utilização de filtros com indicador de fim de vida útil ou a adoção de troca
programada, a qual, por sua vez, considera a vida útil do sorbente.

 ATENÇÃO

Mesmo para substâncias com limiar de odor abaixo do limite de exposição, é recomendável que a troca
do filtro químico seja feita com determinada frequência, isto é, seja programada, e não somente quando
o usuário perceber a passagem do contaminante pelo filtro.

De forma geral, esses respiradores têm os seguintes limites:

Três a cinco anos na embalagem original.

Seis meses após abertura da embalagem original com pouco ou nenhum uso.

Minutos ou meses em função de concentração, número de agentes presentes, umidade, nível de


esforço e qualidade do carvão.

Troca programada.

Descartar após o uso os respiradores de fuga.

A máxima concentração de uso dos respiradores purificadores de ar com filtros químicos em situações
rotineiras para dado gás ou vapor precisa ser a menor destes três valores:

Concentração IPVS do contaminante.

Máxima concentração de uso do filtro químico.

Produto do fator de proteção atribuído (FPa) ao respirador utilizado pelo limite de exposição do
contaminante.
No tocante aos respiradores com filtros mecânicos, é recomendável que a troca dos filtros para
partículas seja programada, e não quando o usuário perceber, por exemplo, um aumento excessivo da
resistência à respiração. No caso dos respiradores purificadores de ar motorizados, o filtro para
partículas terá de ser substituído quando a vazão de ar não satisfizer mais os requisitos especificados
pelo fabricante.

A máxima concentração de uso dos respiradores purificadores de ar com filtros químicos em situações
rotineiras para dado contaminante particulado tem de ser o menor destes dois valores:

Concentração IPVS do contaminante.

Produto do FPa ao respirador utilizado pelo limite de exposição do contaminante.

RESPIRADORES DE ADUÇÃO

Deve-se ter em mente que, para algumas substâncias, além do uso dos respiradores de adução de ar, é
necessário utilizar roupas especiais com a finalidade de proteger a pele do usuário contra a irritação ou
a absorção pela pele. A Fundacentro (2016) ressalta que, para alguns respiradores de adução, uma das
limitações é a capacidade da fonte de ar/gás respirável. A sua autonomia, portanto, deve ser calculada
antecipadamente conforme a avaliação do risco.
Uma sequência de taxa de trabalho específica tem de ser determinada, e isso dependerá do perfil do
trabalho esperado. Respiradores do tipo fluxo contínuo, alimentados por um compressor ou um cilindro
de ar/gás pressurizado, são, na maioria das vezes, equipados com válvulas de fluxo ajustáveis, que
poderão aumentar o fluxo durante períodos de trabalho mais pesado para garantir ar disponível
suficiente para a correta operação.

MÁSCARAS AUTÔNOMAS

São fatores importantes na seleção de uma máscara autônoma:

Peso.

Volume do equipamento.

Autonomia.

Treinamento requerido para sua manutenção.

Uso seguro.
A máscara autônoma de circuito fechado, por exemplo, geralmente é indicada para serviços acima de 1
hora, enquanto a de circuito aberto serve para trabalhos de 1 hora ou menos.

RESPIRADORES DE LINHA DE AR COMPRIMIDO

Segundo a Fundacentro (2016), estes respiradores têm sua utilização limitada a trabalhos em locais nos
quais a fuga do usuário em uma emergência possa se dar sem oferecer riscos à vida dele caso não haja
o uso do respirador, uma vez que pode ocorrer uma interrupção no suprimento de ar.

A movimentação do usuário, afinal, fica limitada pela mangueira; além disso, ele deve retornar até a
atmosfera segura seguindo a mesma rota de entrada. A mangueira de suprimento de ar, com
comprimento máximo de 90 metros, ainda está sujeita a danos, podendo enroscar ou estrangulá-lo.

 SAIBA MAIS

A Fundacentro (2016) também aponta que o emprego dos respiradores de linha de ar comprimido de
demanda com pressão positiva e peça facial inteira, combinado com o cilindro auxiliar para escape
transportado junto ao corpo do usuário, é indicado para a entrada ou a saída em ambientes com
condições IPVS.

Quando a autonomia do cilindro é de até 15 minutos, o respirador pode ser usado somente para fuga.
Se esse tempo for maior, o respirador poderá ser empregado para entrar na área perigosa desde que,
nessa entrada, não seja consumido mais do que 20% do volume de ar do cilindro.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Reconhecer os diversos conceitos e definições relacionados ao Programa de Proteção


Respiratória (PPR)

LIGANDO OS PONTOS

Você sabe o que são gases e vapores? Conseguiria identificar uma aplicação prática em uma atividade
do dia a dia, assim como estabelecer a situação da exposição ocupacional a ambos?

Para entendermos melhor, aprendermos a distinguir, e a como agir em um ambiente que apresente risco
por gases e vapores, tomaremos por base uma situação prática. Desse modo, analisaremos o case da
Serraria do Madiba a seguir:

Legalmente estabelecida na cidade de Lajes, Santa Catarina, a Serraria do Madiba dedica-se à


atividade de serraria com o desdobre da madeira.

A sede da empresa tem o seguinte detalhamento ambiental:


Edificação: Estrutura pré-moldada em concreto; alvenaria de tijolos.

Cobertura: Telhas de fibrocimento e telhas translúcidas.

Piso: Cimento sem revestimento.

Iluminação natural: Luz do dia/aberturas na estrutura.

Iluminação artificial: Quatro luminárias do tipo incandescentes.

Ventilação natural: Satisfatória.

Conforto térmico: Variável em função da temperatura ambiente, sendo que o ambiente tem carga
térmica significativa (calor radiante).

Equipamentos: Caldeira de vapor tipo flamotubular, reservatório de água (3.000 litros) e exaustor
de eliminação de fumaça/particulado e tubulação de vapor.

Entre os diversos setores na empresa, o que será avaliado, sob o ponto de vista dos agentes de riscos
ocupacionais, é o setor de caldeiraria. Inicialmente, a avaliação se limitará a estes agentes químicos:
gases e vapores.

No setor de caldeiraria, o colaborador opera a caldeira de geração de vapor por meio de um painel de
comando, controlando a alimentação de água, a geração e a distribuição de vapor para as estufas de
secagem. Além do controle sobre o funcionamento da caldeira, ele liga e desliga motores e bombas,
assim como regula e anota suas pressões e temperaturas.

Realiza-se ainda o abastecimento manual da fornalha com lenha para manter estáveis a temperatura e o
nível de formação de vapor. É feita periodicamente a limpeza da caldeira, das grades e das grelhas da
fornalha, bem como a retirada da fuligem e das cinzas acumulados em seu interior.

O trabalho é feito em turnos de seis horas diárias. Cabe esclarecer que o controle e a dosagem dos
produtos químicos necessários ao tratamento água consumida na caldeira é realizado diariamente pelo
encarregado do almoxarifado com o acompanhamento do operador da caldeira.

Em resumo, pode-se afirmar que são desenvolvidas as atividades de:

Controle da caldeira.

Operação da caldeira.

Tratamento de água.
 

Cabe destacar também que são empregadas técnicas de proteção coletiva, como um exaustor eólico
sobre o teto da casa de caldeiras, a fim de remover a concentração de particulado (fuligem) e de gases
(CO e CO2), assim como a iluminação de emergência nesse ambiente.

Elencaremos a seguir os equipamentos de proteção individual pertinentes, os quais, aliás, sempre


devem contar com certificados de aprovação (CA):

Avental e luvas de raspa de couro.

Óculos de proteção com lente incolor e proteção lateral.

Calçado impermeável.

Máscara semifacial descartável revestida com carvão ativado para os trabalhos de remoção de
cinzas, limpeza do porão da caldeira e tratamento de água das caldeiras.

Óculos de proteção do tipo ampla visão.

Luvas de PVC/hexanol ou raspa de couro em todos os trabalhos que envolvam produtos químicos
(tratamento d'água).

Protetor auditivo (próximo ao exaustor de fumaça).

Não foram detectadas situações insalubres nos trabalhos de análise e de avaliação de gases e
vapores, como aminas, hidrazinas, polímeros acrílicos e soda cáustica. Realizados a partir das Fichas
de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), esses trabalhos atendem aos requisitos estabelecidos em
duas normas regulamentares:

NR 9 — Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e


biológicos.

NR 15 — Atividades e operações insalubres.

Segundo o relatório de avaliação da exposição ocupacional correspondente emitido pelos engenheiros


de segurança responsáveis pelo serviço, a condição de insalubridade não foi observada na Serraria do
Madiba, tendo em vista as considerações nele apresentadas sobre as concentrações avaliadas, os
períodos de exposição medidos e as utilizações de proteções eficazes (de caráter individual e coletiva)
observadas.
Após a leitura do case , é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?

3. AS MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO PODEM SER


RELATIVAS AO AMBIENTE E AO HOMEM. PARA OS
TRABALHOS EM AMBIENTES COM ALTAS
CONCENTRAÇÕES DE POLUENTES, SÃO INDICADAS
DIVERSAS MEDIDAS DE CONTROLE, INCLUINDO OS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (EPR). A
SERRARIA DO MADIBA ATENDE AO REQUISITO DE
PROTEÇÃO DE ORDEM RESPIRATÓRIA ESPECIFICAMENTE
NO TRATAMENTO D'ÁGUA? JUSTIFIQUE.

RESPOSTA

Sim. Na lista de EPIs, existe a previsão de respiradores (EPR) a serem empregados no tratamento d'água.
O QUE SIGNIFICA PPR?

PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA


(PPR)
PREVISTO NA INSTRUÇÃO NORMATIVA (IN) Nº 1, DE
11/4/1994, O PPR É UM CONJUNTO DE MEDIDAS
PRÁTICAS E ADMINISTRATIVAS QUE PRECISA SER
ADOTADO POR TODA EMPRESA EM QUE SEJA
NECESSÁRIO O USO DE RESPIRADORES COM
OBJETIVO DE ALCANÇAR O NÍVEL DE PROTEÇÃO
QUE SE ESPERA DESSES EQUIPAMENTOS.

Segundo a Fundacentro (2016), o PPR precisa abordar, pelo menos, os seguintes aspectos:

Política da empresa na área de proteção respiratória.

Abrangência.


Indicação do administrador do programa.

Regras e responsabilidades dos principais atores envolvidos.

Avaliação dos riscos respiratórios.

Seleção do respirador.

Avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários.

Treinamento.


Ensaio de vedação.

Uso do respirador e política da barba.

Manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores.

Guarda e estocagem.

Uso de respirador para fuga, emergências e resgates.

Qualidade do ar/gás respirável.


Revisão do programa.

Arquivamento de registros.

 ATENÇÃO

A maior parte desses elementos deve ser detalhada na forma de procedimentos operacionais escritos.

A Fundacentro (2016) ainda acrescenta que os procedimentos operacionais para uso rotineiro
precisam ser escritos, incluindo, no mínimo, os seguintes itens:

Seleção dos respiradores para cada operação em que seu uso seja considerado necessário.

Avaliação da condição médica dos usuários.

Treinamento dos usuários.

Ensaios de vedação adotados.

Distribuição dos respiradores.

Limpeza, higienização, inspeção, manutenção, descarte e guarda dos respiradores.

Monitoramento do uso.

Monitoramento do risco.

ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA
O empregador deve atribuir a uma só pessoa a responsabilidade e a autoridade pelo programa. Já o
administrador precisa ser qualificado por treinamento ou possuir experiência compatível com a
complexidade dele para implementar e administrar de modo apropriado o programa, bem como
conhecer e estar atualizado no que se refere às publicações e aos regulamentos legais vigentes.

O administrador do PPR é responsável pela efetiva gestão do programa, que inclui:

Preparação dos procedimentos operacionais escritos para uso correto dos respiradores em
situações de rotina e de emergência.

Medições, estimativas ou informações atualizadas acerca da concentração do contaminante na


área de trabalho antes de ser feita a seleção do respirador e periodicamente durante o seu uso
com a finalidade de garantir que o respirador apropriado esteja sendo utilizado.

Seleção do respirador apropriado que proporcione proteção adequada para cada contaminante
presente ou potencialmente presente.

Manutenção de registros e procedimentos escritos de tal maneira que o programa fique


documentado e permita uma avaliação da sua eficácia.

Providências para que todos os envolvidos conheçam o conteúdo do programa.

Avaliação anual da eficácia do programa.

Revisão periódica dos procedimentos escritos.

Indicação e treinamento de pessoas competentes para o cumprimento de tarefas ou funções no


programa.
Atualização de seus conhecimentos e de seus colaboradores para que eles possam desempenhar
eficientemente as tarefas relativas ao PPR.

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES FÍSICAS E


PSICOLÓGICAS DO CANDIDATO AO USO DE
RESPIRADOR

A FUNDACENTRO (2016) RECOMENDA QUE CABE


AO MÉDICO RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA DE
CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL
(PCMSO) DETERMINAR SE UMA PESSOA TEM OU
NÃO CONDIÇÕES DE SAÚDE PARA USAR UM
RESPIRADOR.

Com a finalidade de auxiliar o médico na sua avaliação, o administrador do programa precisa


informá-lo sobre:

Os tipos de respiradores para uso rotineiro e de emergência que o trabalhador deve utilizar.

As atividades típicas no trabalho, as condições ambientais, a frequência e a duração das atividades que
exigem o uso do respirador.

As substâncias para as quais o respirador tem de ser usado, incluindo a exposição provável a uma
atmosfera com deficiência de oxigênio.

Dependendo do tipo de respirador, o exame médico precisa incluir a avaliação da função pulmonar, do
sistema musculoesquelético, dos problemas cardiovasculares e de outros quesitos. Se houver um
histórico cardíaco ou de doença pulmonar severa, isso deverá ser considerado pelo profissional da
saúde como uma limitação potencial ao uso do respirador.

 VOCÊ SABIA
Por razões psicológicas ou neurológicas, alguns candidatos podem ser inaptos ao uso de um respirador,
por exemplo, aqueles que sofrem de claustrofobia, sensação de isolamento, epilepsia, ataxia e tremores.
Cabe lembrar que restrições podem ser superadas com treinamento e aclimatação.

RISCOS RESPIRATÓRIOS

Uma avaliação dos riscos respiratórios, que é essencial para o processo de seleção e uso do respirador
adequado, precisa ser realizada por pessoal competente. Ela inclui três etapas de avaliação:

Dos perigos no ambiente.


Da adequação do respirador à exposição.


Da adequação do respirador à tarefa, ao usuário e ao ambiente de trabalho.

Já os principais efeitos sobre o organismo a serem considerados são os seguintes:

CONTAMINANTES PARTICULADOS
Pneumoconiose, fibrose, bronquite, asma, câncer, febre, efeitos sistêmicos, irritação, mutação genética
e alteração genética.

CONTAMINANTES GASOSOS OU VAPORES


Asfixia simples e bioquímica, irritação, efeitos sistêmicos, anestesia e narcose, sensibilizante, câncer,
mutação genética e alteração genética.

SELEÇÃO DOS RESPIRADORES

Veja a seguir alguns pontos importantes sobre os respiradores.

PRINCIPAIS FATORES
Apontaremos agora os principais fatores que influem na seleção do respirador:

Atividade do usuário (nível de esforço, tempo de uso e mobilidade).


Localização da área de risco.

Características e limitações dos EPR.

Características da substância.

Aceitabilidade pelo usuário.

Condições especiais e de uso (barba, necessidade de comunicação, temperaturas extremas,


campo de visão, rotineiro, emergência, escape e resgate).

REQUISITOS
Vejamos agora os requisitos da Fundacentro (2016) para se garantir o efetivo FPa ao respirador:

O respirador e os filtros devem ser os adequados.

O tamanho da peça facial precisa ser o correto, sendo comprovado pelo teste correspondente.

O respirador tem de estar colocado corretamente no rosto e ser comprovado pelos testes
correspondentes.

O respirador deve estar confortável.

O respirador precisa estar em perfeitas condições de uso.

O usuário deve ter sido capacitado ao uso, à guarda e à higienização.

O usuário foi aprovado por exame médico.

Não pode haver omissão de uso.

Seu usuário tem de estar com a barba feita.

É necessário ocorrer uma auditoria de uso e conservação.

O fator de proteção efetivo (FPe) pode ser mensurado em função da omissão de uso na área
contaminada:
 T 
FPe   =
[(Tu / FPa) +  To]

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que:

T – Tempo durante o qual o respirador deve ser utilizado.

Tu – Tempo durante o qual o respirador foi efetivamente utilizado.

FPa – Fator de proteção atribuído.

To – Tempo de omissão de uso.

Segundo a Fundacentro (2016), na avaliação da adequação do respirador ao usuário, os seguintes


fatores, objetivando a vedação dos respiradores, têm de ser considerados:

Características faciais.

Pelos faciais.

Uso simultâneo de outros epi ou acessórios.

Visão.

Conforto.

 SAIBA MAIS

Na seleção do respirador, deve-se levar em conta a localização da área de risco em relação às áreas
seguras que tenham ar respirável. Isso permite a seu usuário planejar a fuga na ocorrência de uma
emergência, a entrada de pessoas para a realização dos serviços de manutenção ou reparos ou as
operações de resgate.

Listaremos, por fim, as principais etapas para a identificação do risco para o caso de uso rotineiro
do respirador:


Determinar qual contaminante está ou pode estar no ambiente.

Verificar se há limites de exposição (LT, TLV-TWA, Teto, IPVS) ou estimativa da toxicidade do agente.

Analisar se existe legislação específica para o agente, como asbesto e sílica.

Ver o risco de deficiência de oxigênio.

Medir ou estimar a exposição ao agente.

Observar o estado físico do agente.

Verificar a absorção pela pele ou se é irritante aos olhos.


Conhecer as propriedades de advertência, como o limiar de odor, de irritação da pele ou o gosto.

VEDAÇÃO DOS RESPIRADORES

A VEDAÇÃO DA PEÇA FACIAL NO ROSTO DO


USUÁRIO É UM FATOR INDISPENSÁVEL QUE DEVE
SER ALCANÇADA PELA REALIZAÇÃO PERIÓDICA
DOS TESTES.

Destacaremos dois testes a seguir:

VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO
realizado pelo usuário toda vez que instalar o respirador para garantir que ele está ajustado
corretamente à face (teste de pressão negativa e teste de pressão positiva).

ENSAIOS DE VEDAÇÃO
objetiva selecionar o tamanho e o formato do EPR adequados ao rosto de cada usuário. Emprega-se,
por exemplo, sacarina ou bitrex para verificar se o usuário percebe a sua presença no interior do EPR.
Tal ensaio deverá ser repetido anualmente e refeito cada vez que houver mudança de modelo e/ou de
tamanho do EPR.
 Ensaio de vedação qualitativo.

PARA A VERIFICAÇÃO DA VEDAÇÃO PELO TESTE


DE PRESSÃO POSITIVA, O USUÁRIO DEVE
INICIALMENTE COBRIR O RESPIRADOR, POR
EXEMPLO, A PFF, COM AS MÃOS EM CONCHA. EM
SEGUIDA, SEM FORÇAR A MÁSCARA SOBRE O
ROSTO, ELE TEM DE SOPRAR SUAVEMENTE E
FICAR ATENTO A VAZAMENTOS EVENTUAIS.

Se há vazamentos, isso significa que o respirador está mal colocado ou que seu tamanho é inadequado.
A vedação, por outro lado, será considerada satisfatória quando o usuário sentir uma ligeira pressão
dentro da PFF e não conseguir detectar nenhuma fuga de ar na zona de vedação com o rosto.
 Teste de pressão positiva.

Já para a verificação de vedação pelo teste de pressão negativa, o usuário deve inicialmente
bloquear o(s) filtro(s) com a palma da mão, colocar um selo ou estrangular a traqueia. Em seguida, ele
tem de inalar suavemente e segurar a respiração. Caso a peça facial se acople ao rosto, a vedação
estará satisfatória.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste conteúdo que os gases e vapores estão diariamente presentes no meio ambiente.
Observamos, todavia, que as concentrações de certos compostos químicos são muito mais danosos ao
ser humano do que outras.

Pontuamos ainda que, se alguém passar mais de 48 horas por semana exposto a determinadas
concentrações de compostos químicos gasosos, o meio em que tal indivíduo se encontra passa a ser
considerado insalubre. Em casos assim, adicionais de insalubridade devem ser pagos aos trabalhadores
que frequentem tal ambiente.
Por fim, frisamos que certas doenças são o resultado da errônea exposição do trabalhador a ambientes
insalubres. Por conta disso, alguns equipamentos de proteção são necessários e indispensáveis para
manter o ser humano a salvo desses locais atmosfericamente hostis.

 PODCAST
Confira o conteúdo preparado especialmente para enriquecer o seu conhecimento!

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS (ACGIH). Limites de
exposição ocupacional (TLVsR) para substâncias químicas e agentes físicos e índices biológicos
de exposição (BEIsR). Tradução: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO). São
Paulo: ABHO, 2021.

ARAUJO, G. M. de. Normas regulamentadoras comentadas e ilustradas. 8. ed. Rio de Janeiro: GVC,
2013.

BRASIL. Cartilha de proteção respiratória contra agentes biológicos para trabalhadores de saúde.
Brasília: Anvisa, 2009.

BRASIL. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde.


Organização Pan-americana da Saúde no Brasil. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2001.

BRASIL. NHO-2: análise qualitativa da fração volátil (vapores orgânicos) em colas, tintas e vernizes por
cromatográfica gasosa/detector de localização de chama. São Paulo: Fundacentro, 1999.

BRASIL. Portaria n° 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras que


consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho.
BRASIL. Programa de proteção respiratória: recomendações, seleção e uso de respiradores. 4. ed.
São Paulo: Fundacentro, 2016.                                                                          

BREVIGLIERO, E.; SPINELLI, R.; POSSEBON, J. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e


físicos. 10. ed. São Paulo: Senac, 2017.

COSTA, P. Segurança do trabalho II. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio
Técnico Industrial de Santa Maria; Rede e-Tec Brasil, 2013.

GONÇALVES, E. A.; GONÇALVES, D. C.; GONÇALVES, I. C. Manual de segurança e saúde no


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PEIXOTO, H.; FERREIRA, L. Higiene ocupacional III. Santa Maria: Universidade Federal de Santa
Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria; Rede e-Tec Brasil, 2013.

SALIBA, T. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle dos riscos
ambientais. 1. ed. São Paulo: LTR, 2005.

VIEIRA, S. I. Manual de saúde e segurança no trabalho. 2. ed. atual. São Paulo: LTR, 2008.

EXPLORE+
Para compreender um pouco mais sobre os equipamentos a fim de proteger as vias respiratórias,
assista a estes vídeos no YouTube:

3M BRASIL. 3M ensaio de vedação Fit Test. Publicado em: 17 jan. 2010. Consultado na internet
em: 4 ago. 2021.

CRIFFER TV. Flex - sensor X-05 - monóxido de carbono (CO). Publicado em: 30 abr. 2020.
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FUNDACENTRO. Instrumentação [de] agentes químicos. Publicado em: 28 jun. 2013.


Consultado na internet em: 4 ago. 2021.

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LEANDRO MAGALHÃES - ANALYTICS BRASIL. Amostragem passiva com amostrador
OVM3500 e OVM3520. Publicado em: 18 jun. 2018. Consultado na internet em: 4 ago. 2021.

REYBAND2010. Fundacentro - Proteção respiratória. Publicado em: 11 set. 2010. Consultado na


internet em: 4 ago. 2021.

CONTEUDISTA
LUCIO VILLARINHO ROSA

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