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Curso: Higiene Ocupacional

Professor: Fernando Antônio Cláudio Tutor: Nereu Nunes


Disciplina: 3 – Agentes Químicos
Unidade: 2 - Riscos químicos

CORREÇÃO DA ATIVIDADE

Com base no conteúdo desta unidade e nas leituras indicadas, responda às seguintes questões:

1. Em qual local do sistema respiratório ocorrem as trocas de gás carbônico e


oxigênio? Qual é a origem do gás carbônico presente no ar expirado?

Resposta

O sistema respiratório pode ser dividido em duas partes: a zona condutora e a zona
respiratória.

A zona condutora começa nas fossas nasais, seguindo pela faringe, laringe, traquéia,
brônquios, indo até os bronquíolos terminais. Nessa zona não há qualquer troca gasosa.

A zona respiratória inicia nos bronquíolos respiratórios e vai até os alvéolos. É nessa região
onde ocorrem as trocas de gás carbônico e oxigênio.

O CO2 presente no ar expirado origina-se nos alvéolos pulmonares, onde o oxigêncio


absorvido na inspiração passa dos alvéolos para o sangue, ocorrendo o processo inverso com o
gás carbônico.

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2. Quais são as principais regras e princípios que devem ser observados no uso dos
limites de exposição?

Resposta

Entre outras observações, destaco:

1. Os limites não representam uma linha divisória entre um ambiente de trabalho


saudável e não saudável, ou um ponto no qual ocorrerá um dano.
2. Os limites não protegeram adequadamente todos os trabalhadores.
3. Apesar dos limites se referirem aos níveis de exposição no ar da substância química,
podem ocorrer exposições dérmicas nos ambientes de trabalho.
4. Os limites de longo prazo são determinados sobre uma base de tempo de oito horas
diárias.
5. Não leva em consideração a combinação de agentes (efeito aditivo).
6. Refletem o conhecimento atual a cerca do agente, podendo ter seu valor alterado
(para mais ou menos) em decorrência de estudos futuros.

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3. Qual é o papel principal do muco que reveste parte da região condutora do trato
respiratório?

Resposta

O muco é um mecanismo de defesa do sistema respiratório.

As células secretoras de muco estão localizadas na submucosa dos brônquios e no epitélio


das vias aéreas(zona condutora).

O papel principal do muco é reter partículas sólidas e microorganismos aéreos que são
inalados. Além disso, o muco contém proteínas com ação bactericida.

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4. Para se analisar se as condições de trabalho com uma substância estão de acordo com o
limite de tolerância, devemos seguir o seguinte fluxo:

 Existe LT na legislação brasileira?


 Se existir, tem-se LTma ou tem-se LTvt?
 Se existir LTvt - nunca pode ser ultrapassado, em momento algum;
 Se existir LTma, procurar o FD e calcular Vmáx - analisar então tanto para valor
máximo como para média ponderada;
 Se não existir LT na legislação brasileira, recomenda-se como boa prática analisar os
valores da ACGIH, adaptando estes valores à jornada de trabalho nacional.

a)Do acima exposto, qual é a conclusão que se chega para um trabalhador exposto a 4,0
ppm de formaldeído por um período de 30 minutos 2 vezes por jornada? Se fosse
utilizado os padrões da ACGIH a sua conclusão seria a mesma? Justifique?

Resposta

LT NR-15 = 1,6 ppm.


Valor teto NR-15 = 1,6 ppm.
LEO ACGIH = Não existe.
Valor teto ACGIH (TLV-C) = 0,3 ppm.

Cálculo da concentração média ponderada (Cm):


Cmp = (T1 x C1 + T2 x C2 + T3 x C3)/ (T1 + T2 + T3)
Cmp = (30 x 4 + 30 x 4 + 420 x 0) /(30 + 30 + 420)
Cmp = 0,5 ppm

Conclusão segundo NR-15:

A concentração média ponderada (0,5 ppm) é inferior ao limite de exposição. Entretanto


verifica-se que o valor teto (1,6 ppm) foi ultrapassado durante as duas exposições. Sendo assim
a exposição é classificado como insalubre.

Conclusão segundo ACGIH:

O valor teto (TLV-C 0,3 ppm) foi ultrapassado durante as duas exposições. Sendo assim a
exposição oferece risco a saúde do colaborador.

b)E para um soldador, trabalhando com aço galvanizado, exposto a uma concentração
atmosférica de 6,4 mg/m3 de fumos de óxido de zinco. Quando não está soldando, fica
exposto a um nível de fundo de 0,8 mg/m3 de fumos do mesmo tipo. O tempo efetivo
de soldagem é 3 horas num turno de 8 horas.

Resposta

LEO NR-15 = Não existe


Valor teto NR-15 = Não existe
LEO ACGIH (corrigido) = 1,76 mg/m3
TLV-STEL ACGIH = 10 mg/m3

Cálculo da concentração média ponderada (Cm):

Cmp = (T1 x C1 + T2 x C2)/ (T1 + T2)


Cmp = (3 x 6,4 + 5 x 0,8) /(3 + 5)
Cmp = 2,9 mg/m3

Conclusão segundo NR-15:

Não existe referência para este fator de risco.

Conclusão segundo ACGIH:

A concentração média ponderada (2,9 mg/m3) é superior ao limite de exposição (1,76


mg/m3). Com relação ao TLV-STEL não é possível concluir a respeito devido a falta de
informação/avaliação com duração de 15 minutos. Diante das informações existentes é possível
concluir que a exposição oferece risco a saúde do colaborador.
5. Qual é o limite de exposição para poeira respirável contendo 8% de sílica
cristalizada, de acordo com a legislação brasileira?

Resposta

Para se determinar o limite de tolerância (LT) para poeira respirável (em mg/m3) utiliza-se a
seguinte fórmula:

LT = 8 / (% quartzo* + 2) LT = 8/(8 +2) = 0,8mg/m3

* Nos termos do item 5 do anexo 12 da NR-15, será entendido “quartzo” como sílica livre
cristalizada.

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6. Observe as seguintes situações:

 Pressão parcial de oxigênio superior a 95 mmHg.


 21 % de oxigênio na altitude de 3000 m de altitude (P=523 mmHg)
 12,5 % de oxigênio ao nível do mar (P= 760 mmHg)
 Todas as alternativas

Qual delas caracteriza uma condição deficiente de oxigênio em nível IPVS? Justifique.
Resposta

O nível IPVS significa uma deficiência de oxigênio Imediatamente Perigosa a Vida e à


Saúde, e verifica-se quando a concentração de oxigênio no ambiente cai abaixo de 12,5 % ao
nível do mar(p.a. de 760 mmHg), o que significa que a pressão parcial de O 2 no ar está abaixo
de 95mmHg. O valor da pressão parcial é obtido pela fórmula:

ppO2 (em mmHg) = (% O2/100) x (pressão atmosférica local)

Passando a análise das situações apresentadas, temos o seguinte:

- Pressão parcial de oxigênio superior a 95 mmHg. – o ambiente está no limite mínimo aceitável

- 21 % de oxigênio na altitude de 3000 m de altitude (P=523 mmHg). Nesse caso temos:

ppO2 = 21% de O2/100 x 523 mmHg = 109,83 mmHg, a concentração de O 2 está, portanto,
acima do nível IPVS

- 12,5 % de oxigênio ao nível do mar (P= 760 mmHg) – a hipótese representa a


condição limite. Neste caso a pior de todas as situações informadas.
Quais são as causas da deficiência de oxigênio em um ambiente?

Resposta

Consumo: ocorre tanto na combustão, quando o O2 do ar reage com o material combustível


(incêndios, por ex.), como na oxidação de metais (nas superfícies internas de reservatórios, em
equipamentos de processo de aço-carbono sem pintura e fechados, e que sofreram jateamento
recente, ou tratamento equivalente: paredes metálicas polidas podem oxidar por meio de
consumo de oxigênio presente e atingir condições IPVS).

Diluição: dá-se a diluição quando gases inertes são utilizados na inertização de tanques ou
de equipamentos que vão sofrer manutenção.

Adsorção: pode ocorrer em leitos de carvão ativo no interior de reatores ou câmaras,


tornando perigosas as operações de inspeção, recarga ou manutenção

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7. Quais são os fatores de risco respiratório gerado na pintura tipo spray com tinta à
base de solvente orgânico?

Resposta

 Vapores orgânicos
 Névoas de tinta
 Particulado metálico

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8. Quais são os pré-requisitos para que um determinado particulado seja


caracterizado como PNOS?

Resposta

A ACGIH classifica como PNOS (Particulado não especificado de outra forma – Particulates
Not Otherwise Specified) os particulados cuja ação não seja completamente conhecida como,
estabelecendo, para sua caracterização os seguintes pré-requisitos:

- Não tenham um limite de exposição (TLV) aplicável;

- Possuam concentração inferior a 1% de sílica cristalizada e não contenham asbesto

- Sejam insolúveis ou fracamente solúveis em água (ou, preferencialmente, nos fluidos aquosos
do pulmão, se houver dados disponíveis) e
- Tenham baixa toxicidade, não emitam radiação ionizante, não causem imunossensibilização ou
outros efeitos tóxicos que não a inflamação ou sobrecarga pulmonar.

9. Porque certos gases e vapores irritantes são considerados atípicos? Qual é a


diferença básica entre gases e vapores asfixiantes simples e químicos?

Resposta

Os gases e vapores irritantes produzem inflamação nos tecidos vivos, quando em contato
direto. Os irritantes atípicos são substâncias de baixa solubilidade que ocasionam ação irritante
também nas vias respiratórias.

Os asfixiantes simples tem como efeito o deslocamento do oxigênio do ar. Os asfixiantes


químicos são substâncias que produzem asfixia ainda que presentes em pequenas
concentrações, pois interferem no transporte de oxigênio pelos tecidos.

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10.Quando existe o TLV-STEL (LTce), ele complementa o TLV-TWA (LTmp), permitindo


que o valor do TLV-TWA seja superado. Quais são as regras que limitam esta
superação do TLV-TWA? A partir destas regras, como você interpreta a exposição
mostrada na figura abaixo?

RESPOSTA

Ao longo da jornada de trabalho podem ocorrer exposições acima do TLV-TWA, mas desde
que permaneçam abaixo do TLV-STEL, tenham duração inferior a 15 minutos, devendo existir
um intervalo mínimo de 60 minutos entre exposições sucessivas e limitado a, no máximo, 4
exposições por jornada diária.
Analisando o gráfico representativo das exposições ocorridas durante a jornada, podemos
observar 4(quatro) exposições acima do TLV-TWA, porém as concentrações não excederam o
TLV-STEL e tiveram duração inferior a 15 minutos cada. Também é possível observar no gráfico,
a ocorrência dos intervalos maiores, ou iguais, a 60 minutos entre exposições sucessivas. Do
exposto, opino pela adequação da exposição apresentada aos limites de tolerância previstos.

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