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ESTUDO DE ESTABILIDADE DE COSMÉTICOS O Quando houver mudanças significativas nas matérias-primas do

produto.
ASPECTOS CONSIDERADOS NA ESTABILIDADE O Quando ocorrer mudança significativa no material de
O Físicos: Devem ser conservadas as propriedades físicas originais como acondicionamento que entra em contato com o produto.
aspecto, cor, odor, uniformidade, dentre outras;
O Químicos: Devem ser mantidos dentro dos limites especificados a PRINCÍPIOS DOS TESTES DE ESTABILIDADE
integridade da estrutura química, o teor de ingredientes e outros Os testes devem ser conduzidos sob condições, que permitam fornecer
parâmetros; informações sobre a estabilidade do produto em menos tempo possível.
O Microbiológicos: Devem ser conservadas as características Para isso, amostras devem ser armazenadas em condições que acelerem
microbiológicas, conforme os requisitos especificados. O mudanças passíveis de ocorrer durante o prazo de validade.
cumprimento das Boas Práticas de Fabricação e os sistemas Deve-se estar atento para essas condições não serem tão extremas que, em
conservantes utilizados na formulação podem garantir estas vez de acelerarem o envelhecimento, provoquem alterações que não
características. ocorreriam no mercado.
O Toxicológica: Que não causa danos. Juntamente com esses É importante considerar que quanto maior o grau de aceleração do
parâmetros, considera-se também a: envelhecimento de um produto maior é o risco de que as alterações causadas
 Funcionalidade: o produto deve permanecer sem alterações no não venham ocorrer no mercado.
seu efeito terapêutico; A sequência sugerida de estudos (preliminares, acelerados e de prateleira)
 Segurança: não devem ocorrer alterações significativas que tem por objetivo avaliar a formulação em etapas, buscando indícios que
possam influenciar na segurança de uso do produto; levem a conclusões sobre sua estabilidade.
Recomenda-se que as amostras para avaliação da estabilidade sejam
QUANDO SE REALIZA OS TESTES DE ESTABILIDADE? acondicionadas em frasco de vidro neutro, transparente, com tampa que
ALGUMAS DEFINIÇÕES IMPORTANTES: garanta uma boa vedação evitando perda de gases ou vapor para o meio.
LOTE: Quantidade de um produto obtido em um único processo ou série de
processos, cujas características essenciais são a homogeneidade e qualidade
dentro dos limites especificados.
LOTE EM ESCALA PILOTO: Um lote de produto farmacêutico produzido por ACONDICIONAMENTO DAS AMOSTRAS
um processo totalmente representativo simulando o lote de produção A quantidade de produto deve ser suficiente para as avaliações necessárias.
industrial e estabelecido por uma quantidade mínima equivalente a 10% do Se houver incompatibilidade conhecida entre componentes da formulação e o
lote industrial previsto, ou quantidade equivalente à capacidade mínima do vidro, o formulador deve selecionar outro material de acondicionamento.
equipamento industrial a ser utilizado. O emprego de outros materiais fica a critério do formulador, dependendo de
O Durante o desenvolvimento de novas formulações e de lotes-piloto de seus conhecimentos sobre a formulação e os materiais de acondicionamento.
laboratório e de fábrica. Deve-se evitar a incorporação de ar no produto, durante o envase no
O Quando ocorrerem mudanças significativas no processo de recipiente de teste. É importante não completar o volume total da
fabricação. embalagem permitindo um espaço vazio (head space) de aproximadamente
O Para validar novos equipamentos ou processo produtivo. um terço da capacidade do frasco para possíveis trocas gasosas.
Pode-se utilizar em paralelo ao vidro neutro, o material de acondicionamento Temperaturas Baixas: Aceleram possíveis alterações como:
final antecipando-se, assim, a avaliação da compatibilidade entre a O Turvação;
formulação e a embalagem. O Precipitação;
O Cristalização;
CONDIÇÕES DE ARMAZENAGEM
A correta realização das condições de armazenamento iniciam-se ao ser Os limites de temperatura mais utilizados, durante o desenvolvimento de
consideradas as características da Zona Climática onde os produtos serão produtos, são:
produzidos e ou comercializados, bem como as condições de transporte às O Geladeira: T= 5 ± 2º C
quais serão submetidos. O Freezer: T= –5 ± 2º C ou
Há condições de armazenamento que influenciam diretamente no produto. O Freezer: T= –10 ± 2º C
Para os testes de estabilidade, as condições de armazenagem mais comuns
das amostras são: CICLOS:
O temperatura (ambiente, elevada, baixa); O Baixa / Alta / Baixa / Alta;
O exposição à luz; O Baixa / Temp. Amb./ Alta / Temp. Amb./ Baixa;
O ciclos de congelamento e descongelamento;
CONDIÇÕES DE ARMAZENAGEM – LUZ
CONDIÇÕES DE ARMAZENAGEM TEMPERATURA Exposição à Radiação Luminosa: Pode alterar significativamente a cor e o
TEMPERATURA AMBIENTE: Amostras armazenadas a temperatura ambiente odor do produto e levar à degradação de ingredientes da formulação. Para a
monitorada, sofrem influências nesse meio em diversas zonas climáticas (frio, condução do estudo, a fonte de iluminação pode ser a luz solar captada
temperado, quente e seco, quente e úmido). através de vitrines especiais para esse fim ou lâmpadas que apresentem
TEMPERATURAS ELEVADAS: Aceleram possíveis reações físico-químicas e espectro de emissão semelhante ao do Sol, como as lâmpadas de xenônio.
químicas como: Também são utilizadas fontes de luz ultravioleta. São descritas duas opções
O Redução da atividade de determinados componentes; para a realização dos testes. Para o teste deve-se manter um controle
O Alterações da viscosidade, cor, odor; apropriado da temperatura, cujo objetivo é minimizar os efeitos de alterações
O Separação de fases, entre outros; localizadas deste fator.
Os limites de temperatura mais frequentemente praticados, durante o
desenvolvimento de produtos, são: *A amostra deve ser exposta à seguinte combinação:
O Estufa: T= 37 ± 2º C ou  Lâmpada branca fluorescente fria similar à ISO 10977 (1993).
O Estufa: T= 40 ± 2º C ou  Lâmpada fluorescente UV com espectro distribuído entre 320 nm e
O Estufa: T= 45 ± 2º C ou 400 nm, e emissão máxima de energia entre 350 nm e 370 nm.
O Estufa: T= 50 ± 2º C
Nessas condições, a ocorrência de alterações físico-químicas é frequente e até *Utilizar uma fonte de luz similar ao padrão de emissão D65 / ID65, como
mesmo esperada, portanto os resultados obtidos devem ser avaliados uma lâmpada fluorescente artificial combinando emissão visível e UV. D65 é o
criteriosamente. padrão internacional reconhecido para luz do dia como definido na ISO 10977
(1993). ID 65 é o equivalente ao padrão de luz indireta de interiores. Para
fonte de luz emitindo radiação significativa abaixo de 320 nm, deve ser
utilizado filtro(s) para eliminar tais radiações.

CONDIÇÕES DE ARMAZENAGEM - CICLOS


O Ciclos de Congelamento e Descongelamento: As amostras nesta
condição, são armazenadas em temperaturas alternadas, em
intervalos regulares de tempo. O número de ciclos é variável. Este
estudo pode ser mais severo do que os testes em que o produto é
armazenado somente em uma condição.

Limites sugeridos:
O Ciclos de 24 horas à temperatura ambiente, e 24 horas a –5 ± 2º C.
O Ciclos de 24 horas a 40 ± 2º C, e 24 horas a 4 ± 2º C.
O Ciclos de 24 horas a 45 ± 2º C, e 24 horas –5 ± 2º C. (6 ciclos)
O Ciclos de 24 horas a 50 ± 2º C, e 24 horas a –5 ± 2º C. (6 ciclos)

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO
Os parâmetros a serem avaliados devem ser definidos pelo formulador e
dependem das características do produto em estudo e dos ingredientes
utilizados na formulação.
De modo geral, avaliam-se:
O Parâmetros Organolépticos: aspecto, cor, odor e sabor, quando
aplicável;
O Parâmetros Físico-Químicos: valor de pH, viscosidade, densidade, e
em alguns casos, o monitoramento de ingredientes da formulação;
O Parâmetros Microbiológicos: contagem microbiana e teste de desafio
do sistema conservante (Challenge Test).

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