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Fluoxetina (Prozac)
Edição do Estudante
Campo Grande, 2015
Química * o estudo da preparação, propriedades, estrutura e reações dos elementos
"A Química deve ser aprendida porque representa uma das formas de ver o mundo e de
interpretá-lo. Um cidadão tem uma visão parcial do mundo quando não domina os princípios
fundamentais da Química”.
(Gallo Neto, 1995)
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Laboratório de Química Orgânica
Professor:
Adilson Beatriz
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Alguns Comentários
Muito poucos compostos são obtidos em estado puro seja de fonte natural ou
sintética. É necessário, portanto, ser capaz de separá-los e purificá-los. Os primeiros
experimentos neste manual cobrem técnicas usadas para efetuar purificação.
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1. Introdução Geral
É essencial que você esteja bem preparado para realizar o trabalho experimental
antes de vir para o laboratório. O material apropriado neste manual deverá ser lido e
analisado e as referências consultadas onde necessário.
Uma breve discussão será apresentada no laboratório pelo Professor antes do
trabalho experimental começar. Durante esta pequena aula a teoria por trás do
experimento será sumariada, orientação para o trabalho experimental será dada e o
uso de equipamentos não familiares será demonstrado.
Requisitos
• Avental
Seu Professor
Ausência
O Equipamento
Você é responsável pelo equipamento e caso você danifique algo por mal uso ou
por negligência, você será solicitado a repor tal equipamento.
Quando você terminar o seu trabalho experimental, limpe a sua bancada e a pia.
Certifique-se se todo seu equipamento está limpo e nos devidos lugares.
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1.3. Cálculos Usados na Química Orgânica
Portanto se dois dos valores são conhecidos, o outro pode ser calculado; por
exemplo 300 g de clorofórmio (d, 1,5 g/mL) é requerida para um experimento. O
volume requerido é encontrado como se segue:
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A fórmula indica que uma molécula de benzeno consiste de 6 átomos de
carbono (massa atômica 12,01) e 6 átomos de hidrogênio (massa atômica 1,01).
Portanto a massa molecular do benzeno é (6x12,01) + (6x1,01) = 78,12 g.
1.3.3. Mols
Massa( g) do composto
Massa molecular do composto
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1.3.4. Rendimentos
O rendimento pode ser definido como a quantidade de produto puro realmente
obtida em um experimento e é expresso como uma massa (g).
O rendimento teórico é a quantidade de produto que poderia ser obtida sob
condições ideais na qual a reação completou-se na integridade sem reações laterais ou
perdas mecânicas. O rendimento teórico pode ser calculado a partir da equação
balanceada para a reação e as quantidades de materiais de partida e produto. A
equação indica o número de moléculas que participam da reação. Uma vez que
existem números iguais de átomos em qualquer um átomo-grama de um elemento e
igual número de moléculas em qualquer um mol de um composto, a equação também
indica o número relativo de átomos-grama e/ou mols que participam na reação.
Por exemplo, considere a esterificação do ácido acético com etanol para
produzir acetato de etila. A equação para a reação é:
1 mol de ácido acético + 1 mol de etanol 1 mol de acetato de etila + 1 mol de água
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Se a preparação envolve dois ou mais compostos reagentes e as quantidades
usadas não estão nas proporções demandadas pela equação, é necessário identificar
qual reagente é o fator limitante antes de se calcular o rendimento teórico.
O fator limitante (ou reagente) pode ser definido como aquele reagente que está
presente em menor quantidade, calculada em mols, após levar em conta a
estequiometria da reação.
Portanto, considere a reação de ácido acético (35,0 g) com etanol (75,0 g) para
dar acetato de etila (33,6 g). Neste caso particular há uma relação 1:1 entre os
reagentes.
Uma vez que existe um grande excesso de etanol, o reagente limitante é o ácido
acético. Ele controla a quantidade máxima de produto que pode ser obtida, a qual é
0,582 mol de acetato de etila. Esta quantidade é o rendimento teórico e pode ser
expressado em gramas como se segue:
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O rendimento real de acetato de etila = 33,6 g
Considere uma outra reação na qual a estequiometria não é 1:1 e sim 1:3.
O fenol (47,0 g) foi tratado com bromo (120,0 g) para produzir 2,4,6-
tribromofenol (40,0 g). Calcular o rendimento percentual.
Uma vez que cada mol de fenol requer três mols de bromo, o fenol está em
excesso. O rendimento teórico do 2,4,6-tribromofenol é um terço do número de mols de
bromo.
Rendimento teórico = 0,25 mols do produto
0,25 x 331 = 82,8 g.
Rendimento percentual = 0,12/0,25 x 100 = 40,0/83,0 x 100 = 48%.
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2. Segurança no Laboratório
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5. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho.
Evite derramar líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente;
6. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando não
estiverem sendo utilizadas;
7. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua bancada
de trabalho, seu banco, a pia e outras áreas de uso em comum. Verifique se os
equipamentos estão limpos e desligados e os frascos reagentes fechados;
8. Lave suas mãos freqüentemente durante o trabalho prático, especialmente se
algum reagente químico for respingado. Ao final do trabalho, antes de deixar o
laboratório, lave as mãos;
9. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar
o frasco errado. Certifique-se de que o reagente contido no frasco é exatamente o
citado no roteiro experimental;
10. Nunca torne a colocar no frasco, o reagente não utilizado. Não coloque objeto
algum nos frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são
providos;
11. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao
manusear substâncias corrosivas como ácidos e bases –use a CAPELA;
12. A diluição de ácidos concentrados deve ser feita adicionando-se o ácido,
lentamente, com agitação constante, sobre a água – com essa metodologia
adequada, o calor gerado no processo de mistura, é absorvido e dissipado no
meio. NUNCA proceda ao contrário (água sobre o ácido).
13. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama;
14. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem supervisão;
15. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. O material inútil
(rejeito) deve ser descartado de maneira apropriada;
16. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o
nariz. Desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão para a sua
direção;
17. Use a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases
tóxicos ou corrosivos;
18. Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou
para alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na
CAPELA;
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19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos
inadvertidamente. Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do
vidro frio;
20. Não pipete de maneira alguma, líquidos corrosivos ou venenosos, por sucção,
com a boca. Procure usar sempre a “pêra de sucção” para pipetar.
21. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente quando estiver sendo
utilizado;
22. Não trabalhe com material imperfeito;
23. Em caso de acidentes, comunique o professor imediatamente. Ele deverá decidir
sobre a gravidade do acidente e tomar as atitudes necessárias;
24. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação
que possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes químicos,
comunique o professor logo no primeiro dia de aula;
25. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou,
se necessário, com o auxilio do extintor de incêndio apropriado;
26. Comunique o professor, monitor ou técnico sempre que notar algo anormal no
laboratório;
27. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Caso deseje tentar
qualquer modificação do roteiro experimental discuta com o professor antes de
faze-lo;
28. No laboratório é OBRIGATÓRIO o uso do jaleco e de óculos de segurança (para
quem não usa óculos de grau).
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2.3. Noções de Primeiros Socorros
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2.5. Compostos Altamente Tóxicos:
São aqueles que podem provocar, rapidamente, sérios distúrbios ou morte.
Compostos de mercúrio Ácido oxálico e seus sais
Compostos arsênicos Cianetos inorgânicos
Monóxido de carbono Cloro
Flúor Pentóxido de vanádio
Selênio e seus compostos
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c) Agentes alquilantes: Diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila,
propiolactona, óxido de etileno.
d) Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: Benzopireno, dibenzoantraceno, etc.
e) Compostos que contém enxofre: Tioacetamida, tiouréia.
f) Benzeno: Um composto carcinogênico, cuja concentração mínima tolerável é inferior
aquela normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de benzeno’
é porque a sua concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável. Evite usá-lo
como solvente e sempre que possível substitua-o por outro solvente semelhante e
menos tóxico (por exemplo, tolueno).
g) Amianto: A inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma doença de
pulmão, a asbestose, uma moléstia dos pulmões que aleija e eventualmente mata. Em
estágios mais adiantados geralmente se transforma em câncer dos pulmões.
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Sódio
Introduzir pequenos pedaços do sódio em metanol e deixar em repouso até completa
dissolução do metal, adicionar água com cuidado até solução límpida, neutralizar,
verter em recipiente adequado.
Potássio
Introduzir em n-butanol ou t-butanol anidro, diluir com etanol, no final com água,
neutralizar, verter em recipiente adequado.
Mercúrio
Mercúrio metálico: Recuperá-lo para novo emprego.
Sais de mercúrio ou suas soluções: Precipitar o mercúrio sob forma de sulfeto, filtrar e
guardá-lo.
Metais pesados e seus sais
Precipitar soba a forma de compostos insolúveis (carbonatos, hidróxidos, sulfetos, etc.),
filtrar e armazenar.
Cloro, bromo, dióxido de enxofre
Absorver em NaOH 2N, verter em recipiente adequado.
Cloretos de ácido, anidridos de ácido, PCl3, PCl5, cloreto de tionila, cloreto de sulfurila.
Sob agitação, com cuidado e em porções, adicionar à muita água ou NaOH 2N,
neutralizar, verter em recipiente adequado.
Ácido clorosulfônico, ácido sulfúrico concentrado, óleum, ácido nítrico
concentrado
Gotejar, sob agitação, com cuidado, em pequenas porções, sobre gelo ou gelo mais
água, neutralizar, verter em recipiente adequado.
Dimetilsulfato, iodeto de metila
Cautelosamente, adicionar a uma solução concentrada de NH3, neutralizar, verter em
recipiente adequado.
Presença de peróxidos, peróxidos em solventes, (éter, THF, dioxano)
Reduzir em solução aquosa ácida (Fe(II) – sais, bissulfito), neutralizar, verter em
recipiente adequado.
Sulfeto de hidrogênio, mercaptanas, tiofenóis, ácido cianídrico, bromo e
clorocianos
Oxidar com hipoclorito (NaOCl).
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2.10. Aquecimento no Laboratório
Ao se aquecerem substâncias voláteis e inflamáveis no laboratório, deve-se
sempre levar em conta o perigo de incêndio.
Para temperaturas inferiores a 100C use preferencialmente banho-maria ou
banho a vapor.
Para temperaturas superiores a 100C use banhos de óleo. Parafina aquecida
funciona bem para temperaturas de até 220C; glicerina pode ser aquecida até 150C
sem desprendimento apreciável de vapores desagradáveis. Banhos de silicone são os
melhores, mas são também os mais caros.
Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de
aquecimento. O aquecimento é rápido, mas o controle da temperatura não é tão
eficiente como no uso de banhos de aquecimento. Mantas de aquecimento não são
recomendadas para a destilação de produtos muito voláteis e inflamáveis, como éter de
petróleo e éter etílico.
Para temperaturas altas (>200C) pode-se empregar um banho de areia. Neste
caso o aquecimento e o resfriamento do banho deve ser lento.
Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos voláteis
e inflamáveis. Nunca aqueça solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter, CS2,
etc.). Ao aquecer solventes como etanol ou metanol em chapas, use um sistema
munido de condensador.
Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado
para líquidos não inflamáveis (por exemplo, água).
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2.11. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATORIO
Tubos de Ensaios
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aquecida em estufa e nem
carregada com líquidos quentes,
pois o aparelhos de medida de
volume são calibrados para uma
determinada temperatura, próxima à
atmosférica, que vem gravada no
aparelho.
Bureta
Dessecador Muito usado em laboratório. É um
recipiente grande, provido de tampa
bem ajustada, destinado a manter
atmosfera anidra. Para tal, o
compartimento inferior é carregado
com agente dessecante, como
CaCl2 anidro, H2SO4 concentrado,
Dessecador ou sílica-gel. Usado para secagem e
proteção contra umidade de
materiais higroscópicos; cadinhos
são resfriados em seu interior, para
posterior pesagem, etc.
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Usado para filtração à pressão
reduzida. É utilizado em conjunto
com o funil de Buchner para
filtrações à vácuo.
Balão Volumétrico
Funil de Separação ou de
Decantação.
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Usadas para fins diversos tais
como, secagem de compostos,
processos de incubação em
Biologia, etc.
Placa de Petri
Frasco Lavador
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MATERIAIS DE PORCELANA
Cadinhos
Espátulas
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reagentes (geralmente uma ou duas gotas),
denominadas provas de toque. Resiste bem
ao ataque da maioria dos reagentes
químicos. Sendo branca, permite boa
percepção do aparecimento ou mudanças
de cores. Para fins especiais, existem
também, placas de toque pretas e placas
de toque de vidro.
Placa de Toque
Funil de Büchner
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METAIS METALICOS DIVERSOS
Bico de Bunsen
Triângulo
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Bunsen e se destinam a suportar o
recipiente que contém o sistema a ser
aquecido. A camada de amianto da tela
permite a distribuição uniforme do calor da
chama, na superfície inferior do recipiente
(geralmente béquer ou erlenmeyer)
evitando variações bruscas de temperatura
que ocorreriam se fosse usado
aquecimento direto.
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durante aquecimentos diretos no bico de
Bunsen.
Pinça de madeira
Lima triangular
Trompa de vácuo
Usada para sustentar condensadores em
processos de destilação, refluxo, extração,
etc.
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Usados para se furar rolhas de diferentes
diâmetros. Atualmente são utilizados
furadores de rolhas elétricos (furadeiras
elétricas)
Furador de Rolhas
Estufa
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2. MÉTODOS USUAIS DE PURIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E DE SEPARAÇÃO
DOS COMPONENTES DE MISTURAS
As misturas são comuns em nosso dia a dia; como exemplo temos as bebidas, os
combustíveis e a própria terra em que pisamos. Poucos materiais são encontrados
puros. Qualquer material feito de duas ou mais substâncias, que não são
combinadas quimicamente, é uma mistura.
O isolamento dos componentes puros, a partir de uma mistura, requer a separação
de um componente do outro e vários métodos têm sido desenvolvidos com essa
finalidade. Alguns se baseiam nas diferenças de propriedades físicas dos
componentes da mistura; outros, nas diferenças de propriedades químicas ou de
características químicas.
Algumas das técnicas mais simples de separação dos componentes de misturas
são: sublimação, extração, decantação, filtração e evaporação.
2.1. DESTILAÇÃO
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baixa pressão de vapor) permanecem no frasco de destilação. Estes compostos só
poderão ser destilados se a temperatura do sistema for aumentada.
Quando a destilação é realizada à pressão atmosférica, em sistema aberto, o líquido
destila no seu ponto de ebulição "normal". Entretanto, quando a ebulição ocorre em
um sistema fechado, é possível mudar o ponto de ebulição do liquido pela redução
da pressão no sistema; se a pressão é reduzida, utilizando-se uma bomba à "vácuo",
o ponto de ebulição do liquido é reduzido.
Assim, líquidos sensíveis ao calor, que se decompõem quando atingem o ponto de
ebulição, à pressão atmosférica, destilam com mínima ou nenhuma decomposição à
pressão reduzida. Por exemplo, anilina, líquido orgânico, de fórmula C 6H5NH2 pode
ser destilada a 184oC (760mmHg) ou a 68oC (10 mmHg).
1. Nesse experimento, uma mistura de sal a água será separada por destilação. A
água, volátil, será separada do sal, NaCl, não volátil. A pureza da água destilada
será demonstrada por teste químico especifico para os íons Na+ e Cl-.
2. Montar, com muito cuidado (vidraria muito cara), um aparelho como mostrado na
Figura 4.2.1. O kit contendo todas as peças será obtido com o professor.
4. Ligar, vagarosamente, a água que irá resfriar o condensador, de modo que todo o
condensador fique cheio de água. O fluxo de água corrente deve ser pequeno para
que as mangueiras não desconectem do condensador. Ajustar o bulbo de mercúrio
do termômetro abaixo da junção do condensador com o frasco de destilação, como
mostra a figura 4.2.1.
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5. Aquecer o balão de destilação suavemente até que o líquido entre em ebulição
(ferva) e os vapores se desprendam. Esses vapores irão entrar no condensador, se
tornarão líquidos e serão coletados num frasco apropriado. O aquecimento será feito
com mantas de aquecimento.
7. Proceder os testes para o íon cloreto (Teste A) e para o íon sódio (Teste B) tanto
para o líquido do frasco de destilação como para o líquido do frasco coletor.
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Limpeza do Fio de Níquel: mergulhar um fio de níquel no ácido nítrico (HNO3)
concentrado e a seguir colocá-lo na chama do bico de Bunsen até que cor
amarela da chama desapareça.
Mergulhar este fio limpo no líquido do frasco coletor e a seguir levá-lo à
chama; anotar as observações.
Repetir o procedimento de limpeza do fio de niquel e, então, mergulhá-lo. no
líquido do frasco de destilação; levá-lo à chama e observar a cor da chama;
anotar as observações.
Íons Na+ produzem uma chama amarela brilhante quando aquecidos pelo
bico de Bunsen (vide Figura 6.1.1).
Figura 6.1.1. Íons Sódio aquecidos pelo bico de Bunsen. Observe a chama
amarela.
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2.1.2 - DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR
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EXPERIÊNCIA No. 02 - USO DA DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR E DA
TÉCNICA DE EXTRAÇÃO PARA OBTENÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL.
1. Objetivos
2. Conceitos Fundamentais
3. Procedimento Experimental
PARTE 1- Destilação Por Arraste a Vapor
OH
OMe
(I) (II)
Procedimentos:
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Continuar a destilação a vapor até que se tenha coletado cerca de 100 mL de
destilado.
Antes de desligar o bico de Bunsen, desconectar o balão gerador de
vapor do restante da aparelhagem.
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A extração pode ser considerada semelhante ao processo de destilação. A
destilação envolve o equilíbrio entre duas fases, gás e líquido; a extração envolve
equilíbrio entre duas fases usualmente, dois líquidos imiscíveis. Na destilação, os
componentes mais voláteis são removidos por evaporação, na fase gasosa. Na
extração, os componentes mais solúveis em uma das fases líquidas concentram-se
nessa fase. Duas substâncias podem ser completamente separadas pela destilação
se tiverem pontos de ebulição bem diferentes; da mesma maneira, duas substâncias
podem ser completamente separadas pela extração somente se suas solubilidades
forem muito diferentes.
A solubilidade de um líquido em outro pode ser prevista por meio das forças
intermoleculares e das estruturas dos compostos. Assim, ''compostos polares
dissolvem compostos polares e compostos apolares dissolvem compostos apolares''.
Compostos que têm grupos polares e apolares tais como acetona, etanol, etc, são
solúveis tanto em líquidos polares como apolares.
O processo de extração se baseia no Coeficiente de Partição ou de Distribuição
(k) que fornece a distribuição de um soluto (x) entre 2 solventes (A e B).
K= Cx em A
Cx em B
Cx = Concentração do soluto (x) no solvente A ou B em g/volume.
Procedimentos:
(1) Testar um funil de separação de 250 mL, com o solvente a ser utilizado na
extração (no caso, água destilada) para assegurar que não haja vazamento.
(2) Colocar o funil de separação apoiado no anel, como mostrado na Figura 19, ao
qual será adicionado o líquido obtido da destilação (destilado) e 10mL de
diclorometano; agitar cuidadosamente o funil, com movimentos circulares,
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mantendo-o aberto na parte superior, como mostra a Figura 19. Se observar a saída
de muito gás, mantenha-o agitando até que haja diminuição desses gases.
(3) Retirar o funil de separação do suporte, fechá-lo bem e agitá-lo como mostrado
na Figura 20a. Após cada agitação, abrir a torneira para a saída de gases (Figura
20b). Repetir esta operação até que não saia mais gases. Esta agitação deve ser
branda para que não se gaste um longo período de tempo para a separação das
fases.
(6) Á fase aquosa, que ficou no funil de separação, deverá ser adicionado outros 10
mL de diclorometano e o processo de extração deverá ser repetido. Novamente,
recolher a fase orgânica (que contem o óleo essencial e o diclorometano) junto ao
erlenmeyer que continha a primeira fase orgânica separada.
43
44
(7) Conservar a fase orgânica (que contém o diclorometano) e desprezar a fase
aquosa, contida no funil de separação.
(10) Pesar esse erlenmeyer que contém o óleo essencial, após secagem de sua
parte externa.
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2.2. SUBLIMAÇÃO, FILTRAÇÃO E EVAPORAÇÃO.
SUBLIMAÇÃO – Processo que envolve o aquecimento de um sólido até que ele passe
diretamente da fase sólida para fase gasosa. O processo inverso, o vapor passando
para a fase sólida, sem passar pela fase líquida, é chamado de condensação.
Exemplos de alguns sólidos que sublimam: iodo, cafeína, naftaleno (naftalina), p-
diclorobenzeno, etc.
Objetivos
Procedimentos
A separação será feita de acordo com o esquema da figura 4.1.1, na seguinte
seqüência de etapas:
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ETAPA A - Aquecimento da mistura para sublimação do naftaleno – BÉQUER 1-
(OBTENÇÃO DO NAFTALENO).
2 - Colocar uma cápsula de porcelana, contendo gelo em seu interior, sobre o béquer
que possui a mistura, conforme Figura 4.1.2, cuidando para não cair água dentro do
béquer.
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4 - Deixar o béquer esfriar até a temperatura ambiente e pesá-lo com o restante do
sólido (4). Calcular o peso do naftaleno que sublimou (5) por subtração de (2) - (4).
Coletar o naftaleno em recipiente apropriado (OBTENÇÃO DO NAFTALENO).
6 - Pesar um outro béquer de 150 mL limpo e seco com precisão de 0,01 g (BÉQUER
2) e anotar o peso (6), na tabela fornecida a seguir
7 - Filtrar o conteúdo do béquer 1 utilizando funil comum com papel de filtro dobrado
como mostra a Figura 4.1.3, recolhendo o filtrado no béquer 2.
8 - Lavar o béquer 1 com 5-10 mL de água destilada, para que todo o sólido seja
removido e coletado no funil. Repetir o procedimento.
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Coleta de Dados do Experimento
Exemplo:
Um estudante isolou
os componentes de 1,132g de uma amostra desconhecida, obtendo:
50
3. REAÇÕES ORGÂNICAS
Introdução
A partir desta aula, você realizará experimentos de
reações orgânicas no laboratório, onde moléculas são
preparadas a partir de outras. A este tipo de trabalho
damos o nome de Síntese Orgânica. É graças a este
ramo da pesquisa que podemos planejar e construir, a
princípio, infindáveis moléculas que poderão
desempenhar inúmeras funções importantes ao
homem.
Para iniciarmos nossos estudos com experimentos
reacionais, começaremos ilustrando as esterificações,
reações clássicas e muito importantes na química orgânica. Podemos exemplificar a
esterificação de ácidos graxos com o glicerol, um triol, para produzir triacilgliceróis.
Esterificação é a conversão química de um ácido carboxílico em éster com um álcool. Muitos
ésteres apresentam odores agradáveis e são usados como flavorizantes para produzirem gosto
e aroma a diversos alimentos, doces, perfumes, entre outros.
O mecanismo reacional de uma esterificação, que envolve uma substituição nucleofílica ao
carbono carbonílico do ácido, está esquematizado abaixo. O nucleófilo da reação é o álcool:
R'
- O
O O
+
O
R' H2O
H H +
R O+
R O R O
HO R' +
H
H
H
- H+
R'
R O
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hidrólise. Para evitar esse mecanismo indesejável no curso da aula, usaremos um dos
reagentes em excesso, o álcool.
a) Os ésteres que serão sintetizados nesta aula estão listados na tabela abaixo,
juntamente com o ácido carboxílico e álcool correspondente. Cada um tem um odor
característico de fruta, que deverá ser identificado por você;
b) Antes de iniciar o experimento, aqueça um béquer de 200 mL com água sobre chama
do bico de Bunsen. Lembre-se de colocar pedras de porcelana ou micro-pérolas de
aquecimento. Prenda também, a um suporte universal e garra, um termômetro para
medir a temperatura do banho. O banho poderá ser aquecido por chama alta
inicialmente, mas uma vez atingida a ebulição da água, use chama mais fraca;
c) Você terá a sua disposição seis tubos de ensaio em suporte correspondente a cada
éster sintetizado. Rotule cada um antes de iniciar o experimento. Lembre-se que nessa
aula você não isolará nenhuma substância do meio reacional, mas apenas sentirá o
odor dos produtos que se formam na reação;
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d) Fazendo a reação um de cada vez, coloque 0,5 mL do álcool e 0,3 mL de ácido
carboxílico (ácido butírico ou ácido acético glacial. Não os confunda. Leia
continuamente o roteiro antes de preencher os tubos de ensaio) no tubo de ensaio na
capela. Agite um pouco para misturá-los. A seguir, adicione 1 gota de ácido sulfúrico
concentrado ao tubo e agite-o;
e) Segure agora o tubo de ensaio com uma garra de madeira e leve-o à bancada, onde
está o banho de água. Aqueça o tubo de ensaio por 3 minutos aproximadamente
(cuidado, siga as instruções na página para aquecer o tubo);
f) Tire o tubo do banho-maria e adicione um pouco de água com a pisseta. Sinta o odor
que é liberado do tubo e anote qual aroma de fruta você sente.
g) Guarde o tubo na estante de e repita o mesmo procedimento para os outros cinco
experimentos.
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Experiência no. 5: Preparação de um Aromatizante Artificial: Acetato de Isoamila
– Parte I
Neste experimento será sintetizado o acetato de isoamila 1 (acetato de 3-
metilbutila), um éster muito usado nos processos de aromatização. Acetato de isoamila
tem um forte odor de banana quando não está diluído, e um odor remanescente de
pêra quando esta diluído em solução.
Ésteres podem ser convenientemente sintetizados pelo aquecimento de um
ácido carboxílico na presença de um álcool e de um catalisador ácido. O acetato de
isoamila 1 será preparado a partir da reação entre álcool isoamílico e ácido acético,
usando ácido sulfúrico como catalisador.
O O
H+
H3C OH + HO H3C O + H2O
1
Procedimento Experimental
Em uma capela, misture 17 mL de ácido acético glacial com 15 mL de álcool
isoamílico, num balão de fundo redondo apropriado. Cuidadosamente, acrescente à
mistura 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado; adicione então as pedras de porcelana
e refluxe por 40 minutos (Figura 13).
Terminado o refluxo, deixe a mistura reacional esfriar à temperatura ambiente.
Utilizando um funil de separação, lave a mistura com 50 mL de água e em seguida
duas porções de 20 mL de bicarbonato de sódio saturado. Seque o éster com sulfato
de sódio anidro e filtre por gravidade. Destile o éster, coletando o líquido que destilará
entre 136C e 143C, pese e calcule o rendimento.
Questionário
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j) Cite alguns exemplos de ésteres encontrados na natureza. (IMPORTANTE:
Procure ésteres diferentes dos citados durante a aula):
k) Ésteres também estão presentes na química dos lipídeos. Forneça a estrutura
geral de um óleo e uma gordura. *
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Experiência no. 06: Reação de Saponificação – Partes A e B
Introdução
As gorduras, os óleos e as graxas pertencem à classe de compostos
orgânicos, que ocorrem na natureza, chamados lipídeos (do grego lipos, gordura). Os
lipídios são encontrados em plantas e animais e são insolúveis em água; essa
propriedade faz com que eles difiram de duas outras classes de compostos orgânicos,
a das proteínas e a dos glicídeos que, devido às suas estruturas muito polares, são
solúveis em água. Os lipídios são os principais constituintes das células
armazenadoras de gordura dos animais e das plantas e constituem-se numa das mais
importantes reservas alimentares dos organismos vivos. Embora o organismo humano
sintetize lipídios, as principais fontes de gorduras e óleos na nossa dieta são os
lacticínios (creme de leite e manteiga), gorduras animais (toucinho, bacon, etc),
gorduras vegetais sólidas (margarina) e gorduras vegetais líquidas (óleo de soja, milho,
amendoim, etc.).
Além de sua importância como alimento, os lipídios são usados na manufatura
de sabões e detergentes sintéticos e também como matéria-prima para a fabricação de
glicerol (glicerina), óleos secantes, tintas e vernizes.
As gorduras animais e óleos vegetais são insolúveis em água, mas regem
lentamente com soluções alcalinas (soluções de hidróxido de sódio ou potássio) em
ebulição, formando produtos solúveis. Essa reação é um dos mais antigos processos
orgânicos conhecidos e utilizados pelo homem, que permite a conversão de gorduras
animais em sabão. Por esta razão, ela é conhecida como reação de saponificação. A
reação de saponificação transforma um éster em um sal de um ácido carboxílico em
um álcool, conforme mostra a seguinte equação química:
O
O
H2O
+ NaOH (aq) R C ONa + R' OH (aq)
R C OR' (s)
sal (aq) álcool
Éster
HC O CO (CH2)14 CH3
Tripalmitoilglicerol
Nos triglicerídeos mistos, o glicerol pode estar esterificado com dois ou três
ácidos diferentes, como por exemplo:
HC O CO (CH2)16 CH3
2-Estearoildipalmitoilglicerol
58
termos dos ácidos obtidos na reação de saponificação (hidrólise alcalina). A Tabela 1
apresenta alguns dos ácidos mais comumente encontrados em óleos e gorduras
naturais.
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Composição de alguns óleos e gorduras
As graxas diferem dos óleos e das gorduras por não serem ésteres do glicerol.
O palmitato de miricila, C15H31-CO-OC30H61, por exemplo, é o principal constituinte da
cera de abelha.
Os sabões são preparados pela saponificação de gorduras animais ou óleos
vegetais, que são aquecidos numa caldeira aberta com um pequeno excesso de soda
cáustica (hidróxido de sódio). Uma vez terminada a reação, adiciona-se uma solução
de cloreto de sódio para precipitar o sabão em forma de blocos espessos. Antes da
comercialização, o sabão é purificado para separar as impurezas (cloreto de sódio,
excesso de hidróxido de sódio, glicerol, etc.). A equação química que representa a
síntese do sabão a partir da gordura ou óleo é:
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Um sabão tem a fórmula geral R-CO-O-Na+ onde R é uma cadeia carbônica
contendo geralmente de 12 a 18 átomos de carbono. A característica mais importante
de um sabão é que uma das extremidades da sua molécula é altamente polar (iônica)
enquanto que o resto dela é apolar. A extremidade polar confere solubilidade em água
(hidrofílica, atraída pelas moléculas da água) enquanto que a apolar é insolúvel na
água (hidrofóbica, repelida pela água).
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Figura 12: Micela formada pela mistura do sabão com a água
C17H35 COONa (aq) + HCl (aq) C17H35 COOH (s) + NaCl (aq)
62
O sabão comum é, em geral, um sal de sódio; esses sais são solúveis em água
(formam micelas). Por outro lado, os sais de Ca2+, Mg2+ ou Fe3+ são insolúveis em
água. Dessa forma, um sabão não pode ser empregado com eficiência num meio que
contenha esses íons (água dura); neste caso, os sais insolúveis precipitam e aderem
ao tecido que está sendo lavado (ou na beira da pia, tanque, banheira, ou mesmo nas
mãos, etc.), segundo a seguinte equação:
+
2 C17H35 COONa (aq) + Ca2+ (aq) C17H35 COO Ca2+ (s) + 2Na (aq)
2
sal de sódio sal de cálcio, insolúvel na água
Problemas relacionados às reações químicas dos sabões comuns levaram ao
desenvolvimento de detergentes sintéticos. Um exemplo de detergente sintético é o
sulfato lauril de sódio, cujo preparação está representada no esquema abaixo:
Parte Experimental
Reagentes e equipamentos:
- Erlenmeyer;
- Solução de potassa alcoólica*;
- Banho-maria (70-75oC);
- Tubos de ensaio;
- Ácido acético glacial;
- Solução saturada de NaCl;
- Solução de cloreto de cálcio 10%;
- Solução de sabão obtida no experimento da aula prática.
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Procedimento Experimental
PARTE A:
- Colocar em um erlenmeyer 50 gotas de óleo vegetal fornecido pelo professor;
- Adicionar 15 mL da solução de potassa alcoólica;
- Aquecer em banho-maria (70-75oC) durante 30 minutos;
- Observar a formação de uma solução opalescente de sais de potássio de ácidos
graxos (sabões).
Questionário
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c) Como o sabão limpa a sujidade?
d) O que são surfactantes?
e) O que são micelas?
f) Faça uma pesquisa sobre detergentes sintéticos e compare suas estruturas com
a estrutura química do sabão comum.
g) Por que não se deve pipetar a solução de sabão com a boca?
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Experiência no. 7: Caracterização de Álcoois
O O
Álcool terciário
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2. Teste de Lucas
O chamado teste de Lucas é a reação de álcoois com ácido clorídrico e cloreto
de zinco, com a formação de cloreto de alquila.
ZnCl2
R OH + HCl R Cl + H2O
Parte Experimental
Reagentes e equipamentos:
- Óxido de cromo (CrO3);
- Ácido sulfúrico concentrado;
- Água destilada;
- Acetona;
- Permanganato de potássio;
- Cloreto de zinco;
- Ácido clorídrico concentrado;
- Banho de gelo;
- Álcoois: álcool benzílico; 1-propanol; 2-propanol; 2-metil-propanol.
- Balança;
- Espátula para pesagem;
- Proveta de 25 mL
- Proveta de 50 mL;
- Pipetas de Pasteur;
- Tubos de Ensaio;
- Estantes para tubos de ensaio;
- Pipetas de 5 mL;
- Pêras de borracha;
- Banho-maria.
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Procedimento Experimental
Teste de Jones (oxidação com ácido crômico)
TESTE: Dissolver 2 gotas de amostra (álcool) a ser analisada (ou 15 mg, se a amostra
for sólida) em 20 gotas de acetona pura. Adicionar, com agitação, 5 a 6 gotas da
solução de ácido crômico preparado anteriormente. O aparecimento, em 5 segundos,
de um precipitado verde confirma a presença de álcool primário ou secundário.
Teste de Lucas
Preparação do Reagente de Lucas: Dissolver 32 g de cloreto de zinco anidro em 20
mL de ácido clorídrico concentrado e resfriar a solução resultante em banho de gelo e
água. (Obs: JÁ ESTÁ PREPARADO!)
Questionário
a) Faça uma pesquisa sobre outros reagentes oxidantes de álcoois.
b) Proponha um mecanismo de reação para a transformação de um álcool a haleto
de alquila pelo reagente de Lucas.
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10. Referências
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