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Química 10 Classe

Curso Técnico de Saúde-Lubango

Nota:
O presente documento constitui uma parte “Material de Química ” e destina-se
como material de apoio às aulas de Química do Curso de Técnico Profissional de
Saúde 10ºClasse. Ao longo dos diversos capítulos, para além dos conceitos
desenvolvidos ao longo das aulas, foram introduzidos diversos exemplos do mundo
atual de forma a motivar e contextualizar os alunos no estudo da química Inorgânica,
assim como, contribuir para a literacia científica dos alunos.

A COORDENAÇÃO VS 1
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TEMA: A-QUANTIDADE EM QUÍMICA.

1. INTRODUÇÃO

Nunca, em toda história da humanidade, viu-se o homem com tamanho poder de


influenciar o meio em que vive, como hoje, seja para melhor ou para pior. Isto
tornou-se possível em grande parte, como resultado de um esforço humano
chamado ciência – um interesse nas obras da natureza e um estudo das suas leis.
Durante um período de tempo, à medida que a quantidade de fatos sobre a natureza
crescia, a ciência gradualmente evoluiu em um número de especialidades
fortemente relacionadas, tais como biologia, química e física. A Química, assunto
desta brochura, trata da composição das substâncias, as maneiras pelas quais suas
propriedades se relacionam com as suas composições e a interação destas
substâncias, umas com as outras, para a produção de novas matérias

A intensidade com que a Química tem modificado a nossa civilização é evidente


por toda a parte. Boa parcela de roupas, os automóveis e outro objeto de uso
cotidiano são feitos de materiais que simplesmente não existiam na virada do
século. Os remédios criados nos laboratórios tomaram as pessoas mas saudáveis
e, através da cura de doenças, prolongaram suas vidas. Recentemente, a
compreensão de que um organismo vivo pode ser encarado como uma complexa
“industria” química provocou um forte interesse nas ciências biológicas, em especial
na biologia e medicina. Como resultado o estudo da bioquímica tem trazido grandes
avanços ao nosso conhecimento sobre a natureza da vida. Hoje, os bioquímicos
estão a trabalhar com o processo mas elementares da hereditariedade, alterando
quimicamente os genes e criando novas formas de vida.

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1.1. SÍMBOLOS E FORMULAS QUÍMICAS

Símbolo químico - é a representação gráfica (por escrito) de um elemento químico.

Os símbolos químicos já existiam desde o tempo da alquimia, embora cada


alquimista usasse os seus símbolos para representar diversas substâncias. Por
exemplo, o símbolo do sol representava o ouro e o símbolo da lua representava a
prata.

Os símbolos químicos usados atualmente foram criados por Jons Jacob Berzelius
em 1814 (Séc. XIX) e eles seguem as seguintes regras:

 1º - Cada elemento deve ser representado por uma letra maiúscula e deve ser a
primeira letra do nome do elemento em latim ou grego;

 2º - Se houver mais de um nome com a mesma letra inicial, deve-se juntar uma
segunda letra, devendo ser minúscula.

“Os símbolos químicos não leem-se globalmente, mas sim letra por letra”.

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REPRESENTAÇÃO DE UM SÍMBOLO QUÍMICO

Para indicar o número de massa (A) e o número atómico (Z) junto do elemento
químico escreve-se da seguinte maneira:

O símbolo de um elemento é universal e não depende da língua que o país usa; e


não importa as traduções que o nome possa apresentar. Assim, qualquer nome em
outras línguas terá o mesmo significado como mostra a tabela abaixo:

Tabelas com alguns nomes e símbolos de alguns elementos

O símbolo químico de um elemento tem dois significados:


• Significado qualitativo – indica-nos o elemento a que nos referimos;

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• Significado quantitativo – representa o número de átomo desse elemento.

FÓRMULAS QUÍMICAS DAS SUBSTÂNCIAS


As moléculas são formadas por átomos de elementos químicos e que por sua vez
os elementos químicos podem ser representados por símbolos químicos. Assim:
Fórmula química - é a representação gráfica da molécula através de símbolos
químicos.
Exemplo: H2O
H2O - é uma fórmula química que representa uma molécula da água. Mais
exemplos:

Numa fórmula química temos o Índice e o Coeficiente.


O Índice → representa o número de átomos de cada elemento na molécula.
O Coeficiente - indica o número de moléculas da substância.
Exemplo:

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NB: quando o índice ou Coeficiente for igual a uma unidade não se escreve o índice
na fórmula química da molécula.

1.2. SIGNIFICADO DE UMA FÓRMULA QUÍMICA


A fórmula química de uma substância dá-nos informação muito importante tal como:
• Quantidade de átomos na molécula;
• Os elementos químicos presentes na molécula;
A fórmula química de uma substância tem um significado qualitativo e quantitativo.
1.2.1. SIGNIFICADO QUALITATIVO
O significado qualitativo - indica de quais os elementos presente na formula.
Exemplo: H2O
A molecula da agua é formada por hidrogénio (H2) e Oxigénio (O)
1.2.2. SIGNIFICADO QUANTITATIVO
O significado quantitativo - indica quantos átomos de cada elemento constitui a
formula.
Exemplo: H2O
A molecula da agua é formada por 2 átomos hidrogénio (H2) e 1 átomo Oxigénio
(O).

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1.3. TIPOS DE FORMULAS QUÍMICA PARA AS SUBSTÂNCIA


Com o avanço da Química, a fórmula também pode representar o tipo de ligação
química que ocorre entre os átomos formadores da substância. Para isso, há alguns
tipos de representações adequadas que veremos em sequência.

1.3.1. FÓRMULA CENTESIMAL OU PERCENTUAL - indica a percentagem, em


massa, de cada elemento que constitui a substância.

Uma maneira de determinar a fórmula percentual é partir da fórmula molecular da


substância, aplicando os conceitos de massa atômica e massa molecular. Por
exemplo, sabendo que a fórmula molecular do metano é CH4 e que as massas
atômicas do carbono e do hidrogênio são, respetivamente, 12g e 1g. Logo, na
massa molecular igual a 16g, o carbono participa com 12g e o hidrogênio com 4g.
Logo:
16g ……….100%
16g ………100%
4g ……… Y
12g ……...X
4𝑔 𝑥 100%
𝑌= = 25%
12𝑔 𝑥 100% 16𝑔
𝑋= = 75%
16𝑔
Desse modo, temos C75% e H25%
Exemplo 1: Sabendo-se que a fórmula molecular do ácido oxálico é H2C2O4, qual
será a sua composição centesimal?

Resolução: Considerando as massas atómicas e a participação de cada um dos


átomos na fórmula molecular do ácido oxálico:

H= 1.2= 2g C= 2.12=24g O=4.16=64g

A massa molar do ácido oxálico é 90g/mol. Considerando agora a participação de


cada composto em 100 gramas do ácido oxálico.
Para o Oxigénio:
Para o hidrogénio:
90g de ácido oxálico ……. 100%
90g de ácido oxálico ……. 100%
64g …………... Z
2g de hidrogénio ……x
64𝑔 𝑥 100%
𝑍= = 71,11%
90𝑔
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2𝑔 𝑥 100%
𝑋= = 2.22%
90𝑔

Exemplo2: O nitrogênio pode ser fornecido às plantas na forma de três compostos:


sulfato de amônio (NH4)2SO4,nitrato de amônio NH4NO3,ou ureia CO(NH2)2. Qual
deles nos fornece maior teor de nitrogênio? (massas atómicas H=1, N=14,
S=32,O=16)

1.3.2. FÓRMULA MÍNIMA OU EMPÍRICA – indica a menor proporção, em números


inteiros de moles, dos átomos dos elementos que constituem uma
substância.

Ao determinar a fórmula mínima, devemos:

 Calcular o número de mol de átomo de cada elemento;


 Dividir os resultados pelo menor valor encontrado.

Vejamos um exemplo: Uma amostra contém 2,4g de carbono e 0,6g de hidrogênio.


Calcule a fórmula mínima do composto (Dados: massas atômicas: C =12, H=1).

Resolução: Para determinar a fórmula mínima do composto, devemos inicialmente


𝑚
calcular o número de mol (n) de átomos de cada elemento. 𝑛 =
𝑀

Logo,

2,4𝑔
Para o carbono: 𝑛 = = 0,2 𝑚𝑜𝑙
12𝑔/𝑚𝑜𝑙

0,6𝑔
Para o hidrogénio: 𝑛 = = 0,6 𝑚𝑜𝑙
1𝑔/𝑚𝑜𝑙

Em seguida devemos determinar as menores proporções possíveis, em números


inteiros: relação entre os números de mol:

0,2
Para o carbono: =1
0,2

0,6
Para o hidrogénio: =3
0,2

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Assim, a fórmula mínima é CH3.

1.3.3. FÓRMULA MOLECULAR- indica o número real de átomos de cada elemento


na molécula. Em alguns casos, a fórmula molecular é igual à fórmula mínima;
em outros, porém, é um múltiplo inteiro da fórmula mínima.

Fórmula molecular = (fórmula mínima)n

Em que n é inteiro. Assim, temos:

Fórmula molecular Fórmula mínima


H2O H2O
C6H6 :6 CH
P4O10 :2 P2O5
C2H2 :2 CH

A fórmula molecular pode ser determinada de várias maneiras. Vejamos algumas


delas.

1º Método A partir da percentagem em massa, calculando a fórmula mínima.


Calcule a fórmula da Vitamina C (massa molecular = 176), sabendo que em 100g
de Vitamina C temos 40,9g de C, 4,55g de H e 54,6g de O.

C H O
Número de mol 40,9𝑔 4,55𝑔 54,9𝑔
=3,40 mol =4,55 mol =3,40 mol
12𝑔/𝑚𝑜𝑙 1𝑔/𝑚𝑜𝑙 16𝑔/𝑚𝑜𝑙
de átomos
Relação entre o 3,40=1 4,55
=1,33
3,40
=1
3,40 3,40 3,40
número de mol
Como os valores encontrados não são inteiros, deve-se multiplicá-los por um
mesmo número que permita obter a menor proporção de números inteiros. Nesse
caso, o número adequado é 3. Assim:
Para C: 1mol.3 = 3mol

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Para H: 1,33mol. 3 = 4mol

Para O: 1mol.3 = 3mol

Logo a fórmula mínima C3H4O3

A relação entre a fórmula mínima e a molecular pode ser feita da seguinte maneira:

Fórmula molecular = (fórmula mínima)

(C3H4O3)n = C3H4O3

MM = 88 MM = 176

Logo temos que:

(C3H4O3)n = C3H4O3

88 n =176

176
𝑛= =2
88

Logo a fórmula molecular é (C3H4O3)2 = C6H8O6

Exercício Relacionando as percentagens em massa com a massa molecular do


composto. Considerando que sua fórmula molecular seja: CxHyOz, com 40,9% de
C, 4,55% de H e 54,6% de O. Qual é a sua fórmula molecular?

1.4. OUTRAS FORMULAS QUÍMICA PARA AS SUBSTÂNCIA


1.4.1. FÓRMULA ESTRUTURAL - Denominada, também, de fórmula de Couper.
Representa todos os átomos do composto e suas ligações. Há dois tipos de
fórmula estrutural, a completa e a condensada.
1.4.2. FÓRMULAS ELETRÔNICA OU DE LEWIS - Representa todos os eletrões da
última camada de cada átomo, bem como cada ligação (covalente simples,
covalente dativa e iônica).

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1.5. REGRAS PARA ESCRITAS DAS FORMULAS QUÍMICAS

A Valência de um elemento – é a capacidade de combinação entre os átomos


para a formação de compostos.
A valência de um elemento escreve-se sempre em numeração romana. Existem
elementos com apenas uma única valência e outros com mais do que uma valência.
Observa:

Nota: Os elementos com (  ) não possuem valências, são chamados ―gases


nobres

A fórmula química nos diz em que proporção (quantidades) os átomos dos


elementos químicos devem se combinar para formar um composto químico
(substância).

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Para se escrever a fórmula química de compostos binárias (formado por dois


elementos químicos), basta apenas conhecer as valências dos elementos que se
combinam e seguir os seguintes passos:
1º - Escrever os símbolos químicos dos elementos;
2º - Escrever as valências dos elementos em cima dos respetivos símbolos
químicos;
3º - Trocar as valências dos elementos e escreve-las em frente do símbolo químico
(como índice).
Nota: Se os índices apresentarem um divisor comum, é preciso simplificar até o
menor número possível.
Exemplo: Dados os elementos com as suas respetivas valências Cálcio (Ca) com
valência (II) e Cloro (Cl) com valência (I).
Escreve a fórmula de combinação do composto binário formado.

Exemplo 2. Escreve a fórmula química do composto formado pelos elementos


Alumínio (Al) de valência (III) e Oxigénio (O) de valência (II).

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1.6. COMPOSTOS INORGANICOS – NOMENCLATURA

Compostos inorgânicos são uma denominação dada a um conjunto de compostos


que apresentam propriedades químicas semelhantes. Os compostos químicos
costumam ser divididos em orgânicos e inorgânicos. Os compostos orgânicos são
formados basicamente por cadeias carbônicas, enquanto que os inorgânicos são
formados por todos os outros elementos existentes, podendo em alguns casos
também possuir átomos de carbono. Compostos orgânicos, isto é, aqueles
formados pelos compostos orgânicos, serão estudadas mais adiante. Iniciaremos
agora o estudo dos compostos inorgânicos.

Os compostos inorgânicos englobam os ácidos, as bases, os sais e os óxidos.


Existem também os compostos chamados de hidretos e carbetos; porém, como
são grupos de uso mais restritos, não serão abordados.

Ao longo da história do desenvolvimento da química moderna, várias teorias foram


criadas para conceituar e prever se uma substância possui comportamento ácido
ou básico. Esses conceitos de ácido e base foram formulados com uma ordem
crescente de abrangência. Boyle (Robert Boyle, 1627-1691) e Gay-Lussac (Joseph
Louis Gay-Lussac, 1778-1850) conceituaram, em épocas distintas, ácidos e bases,
porém de uma maneira qualitativa. Ácidos eram substâncias com sabor azedo e
que possuíam a propriedade de mudar a cor de corantes vegetais e, por sua vez,
bases eram substâncias com sabor amargo e que tinham a capacidade de tornar a
pele lisa e escorregadia.

Porém, foi com Arrhenius (Svante August Arrhenius, 1859-1927) que a


conceituação de ácidos e bases foi embasada em conceitos químicos mais
profundos.

1.6.1. ÁCIDOS

Segundo a Teoria de Arrhenius Ácidos – são substâncias que dissolvidas em água


sofrem ionização, libertando como ião positivo exclusivamente catiões H+.

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De acordo com esse conceito, todo ácido tem sua fórmula iniciando por H
HCl (aq) H+ (aq) + Cl- (aq)

Os iões H+ são apenas protões (o hidrogénio é constituído de um protão e um


eletrão; ao perder seu eletrão, torna-se um protão). Na verdade, pelas
características da água (possui par de eletrões livre), esse catião H+ associa-se a
ela, formando o ião hidrônio (H3O+). Então, a dissociação do ácido clorídrico HCl é
dada da seguinte maneira:

HCl + H2O H3O+ + Cl-

 Quanto à presença de oxigênio na molécula do ácido:

1.6.1.1. Hidrácidos
Ácidos que não possuem oxigênio na molécula.
Exemplos: HCl, H2S, HCN, HF
1.6.1.2. Oxiácidos
ácidos que possuem oxigênio em sua molécula.
Exemplos: HNO2, HCNO, H2SO4.
NOMENCLATURA DOS ÁCIDOS
Hidrácidos:
Ácido……………………………………ídrico
nome do elemento formador
Exemplos:
HCl – ácido clorídrico.
HCN – ácido cianídrico.
Oxiácidos:
Diferentemente do que ocorre com os hidrácidos, em geral existe mais de um
oxiácido com o mesmo elemento central. A nomenclatura destes compostos
depende do Nox deste elemento.

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Os ácidos que apresentam o elemento central com Nox máximo (o que corresponde
ao número do grupo da Classificação Periódica; por exemplo, para os elementos do
grupo 6A, o Nox máximo é +6) utilizam o sufixo -ico; exceto para os grupos 7A e
7B, que utilizam o sufixo -ico e o prefixo per- para o ácido que contiver o elemento
de Nox +7.
Se o elemento apresentar apenas dois Nox, usa-se o sufixo -oso para o ácido que
contiver o elemento central com menor Nox. Se o elemento central formar mais de
dois ácidos com Nox diferentes, utilizam-se o prefixo hipo- e o sufixo -oso para o
ácido que contiver o elemento com Nox mínimo. Há casos em que o elemento
apresenta quatro valores distintos para o Nox.
Ácido sulfúrico (H2SO4)
Ácido sulfúroso (H2SO3)
1.6.2. BASES OU HIDRÓXIDOS
Segundo a Teoria de Arrhenius - são substâncias que dissolvidas em água sofrem
dissociação iônica, libertando como ião negativo exclusivamente anião OH-.
NaOH Agua Na+ + OH-
KO K+ + OH-
NOMENCLATURA DAS BASES
Conforme a teoria de Arrhenius, um composto é uma base quando em meio aquoso
se dissocia, liberando iões OH- (iões hidróxidos). Da mesma forma que os ácidos,
as bases quando em solução aquosa também conduzem a corrente elétrica por
estarem dissociadas, isto é, na forma de iões.
A nomenclatura das bases é muito mais simples do que a dos ácidos. Escreve-se o
nome do ião “hidróxido” e na sequência o nome do catião formador da base.
Hidróxido de ............................................
(nome do catião formador)
Exemplos: NaOH – hidróxido de sódio.
Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio
Existe, no entanto, situações em que um mesmo elemento pode formar mais de
uma base, ficando com um número de oxidação diferente em cada um dos
compostos. Nesses casos, diferenciam-se os compostos utilizando a seguinte
regra:
 Para nomear a base em que o catião apresenta o menor Nox, acrescenta-se
o sufixo - oso ao nome do catião formador da base, ou então se acrescenta
o Nox do catião em algarismo romano.

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 Para nomear a base em que o catião apresenta o maior Nox, acrescenta-se


o sufixo -ico ao nome do catião formador da base.
Exemplos: Fe(OH)2 – hidróxido ferroso ou hidróxido de ferro ll (Nox do Fe = +2)
F e(OH) - hidróxido férrico ou hidróxido de ferro lll (Nox do Fe = +3)
Reações ácido-base
Um ácido em presença de uma base, ou vice-versa, provoca uma reação chamada
de neutralização. A mistura de um ácido de Arrhenius com uma base de Arrhenius
tem como produto sal e água.

NEUTRALIZAÇÃO
Ácido + Base → sal + água
Exemplo: HCl + NaOH → NaCl + H2O
1.6.3. SAIS
Sal é toda substância que se dissocia em solução aquosa, liberando um catião
diferente de H+ e um anião diferente de OH-.
Exemplo: NaCl → Na+ + Cl-
A quantidade de catiões e aniões deve ser tal, que a carga total do sal deve ser
nula.
 Quanto à presença de oxigênio:

Sais oxigenados – apresentam oxigênio. Ex.: CaClO, Na2SO4


Não oxigenados – não apresentam oxigênio. Ex.: AlF3, CuS.
NOMENCLATURA DOS SAIS
Segue a seguinte regra:
............................................de.............................................
[nome do(s) aniões(s) formador(es)] [nome do(s) catiões(s) formador(es)]
Exemplo:
NaCl – Cloreto de sódio.
CaBrCl – Cloreto-brometo de cálcio.
K2NaPO4 – Fosfato de dipotássio e sódio.
No caso de o catião apresentar mais de um Nox, utiliza-se a mesma regra que foi
utilizada para as bases, com os sufixos - oso e - ico para o menor e maior nox.

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1.6.4. ÓXIDOS
Os óxidos são compostos binários formados por oxigênio e outro elemento químico,
podendo ser tanto de natureza iônica como molecular.

NOMENCLATURA DOS ÓXIDOS

Nomeiam-se os óxidos escrevendo-se a palavra óxido seguida da preposição de e


do nome do elemento ligado ao oxigênio.

Óxido de …………………………………………………
(nome do elemento ligado ao oxigênio)
Exemplos: BaO – óxido de bário
Li2O – óxido de lítio
Quando o elemento forma dois óxidos, pode-se usar os sufixos - oso e - ico para o
de menor e maior Nox, respetivamente. Se o elemento forma vários óxidos, pode-se
indicar o Nox do elemento em algarismo romano, após o nome do elemento.
Exemplos: Cu2O – óxido cuproso ou óxido de cobre I.
CuO – óxido cúprico ou óxido de cobre II.
Fe2O3 – óxido férrico ou óxido de ferro III.
Outra forma de nomear os óxidos consiste em indicar a quantidade de átomos de
oxigênio que está presente no óxido com os prefixos mono-, di-, tri-, tetra-,
penta-, etc. seguida da quantidade de átomos do outro elemento, também
indicada pelos mesmos prefixos. O prefixo mono- antes do nome do elemento
ligado ao oxigênio é opcional.
Exemplos: N2O – óxido de dinitrogénio
CO – monóxido de carbono
Classificação dos óxidos
Os óxidos são classificados em:
 Óxidos ácidos – São compostos moleculares formados pela ligação entre
oxigénio e elementos não-metálicos ou elementos metálicos com Nox maior
que +4. Podem estar presentes na forma sólida, líquida ou gasosa.
São oriundos da desidratação de um ácido, possuindo então uma nomenclatura
opcional.
Ex:H2SO4 + H2O → SO3 (anidrido sulfúrico)

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Reagem com água, formando um ácido.


Ex.: SO3 + H2O → H2SO4
Reagem com base, formando sal e água.
Ex.: SO3 + 2NaOH → Na2SO4 + H2O
Exemplos de óxidos ácidos: SO2,NO2, CrO3, CO2, Mn2O7, ClO2.,
 Óxidos básicos – São compostos com acentuado caráter iônico formados
pela ligação do oxigênio com metais de baixa eletronegatividade, como os
metais alcalinos e alcalino-terrosos.
Reagem com água, formando uma base.
Ex.: Na2O + H2O → 2NaOH
Reagem com ácido, formando sal e água.
Ex.: Na2O + 2HCl → 2NaCl + H2O
Exemplos de óxidos básicos: Li2O, CaO, K2O, BaO, CuO.

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1.7. SOLUÇÕES. COMO PREPARA-LA E CARACTERIZA-LAS.


Soluções: são misturas homogéneas de duas ou mais substâncias, isto é, apresenta
o mesmo especto em toda sua extensão.

As soluções verdadeira que passaremos a designar apenas como soluções, são


constituídas por um soluto, que é a substância que se dissolve e por solvente, que
é a substância em que o soluto se dissolve. Assim podemos definir:

1.6.1 NOÇÕES BÁSICAS. SOLUTO, SOLVENTE E ELETRÓLITOS

Soluto: substância que existe em menor quantidade química.

Solvente: substância que existe em maior quantidade química.

Eletrólitos: substância que em soluções aquosas dissolvem e conduzem a corrente


elétrica.

Numa solução, para distinguir o solvente do (s) soluto (s), recorre-se aos
seguintes critérios:

É solvente:

 O que estiver no mesmo estado físico da solução


 O que estiver em maior quantidade
 O que for mas volátil (se estiver presente em iguais quantidade)
 À temperatura ambiente, é possível encontrar soluções nos três estados físicos.

Por exemplo: o ar é uma solução gasosa, essencialmente constituída por nitrogénio


(azoto) e o oxigénio.

O vinho é uma solução líquida, cujos componentes maioritários são água e álcool.

O bronze é uma solução solida, que corresponde a uma série de ligas metálica,
tendo como base o cobre ligado ao estanho.

 Tendo em conta a porção de soluto dissolvido numa dada porção de solvente, as


soluções podem classificar-se como:

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 Não saturada: quando contem menos soluto dissolvido do que o valor de


solubilidade, á mesma temperatura;
 Saturada: quando contem um valor de soluto dissolvido igual ao valor de
solubilidade, á mesma temperatura;
 Sobressaturada: quando a porção de soluto existente em solução é superior
ao valor correspondente á solubilidade, a essa temperatura. Trata-se de
solução instável, que facilmente precipitam o excesso de soluto.
 DE ACORDO COM A CONDUÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA, AS SOLUÇÕES PODEM SER:
 Soluções moleculares ou não-eletrolíticas: apresentam apenas moléculas
como partículas dispersas, não conduzem a corrente elétrica, pois as
moléculas como são eletricamente neutras.
 Soluções iónicas ou eletrolíticas: apresentam iões como partículas
dispersas conduzem corrente elétrica, pois os iões são carregados
eletricamente.
 DE ACORDO COM A PROPORÇÃO SOLUTO E SOLVENTE AS SOLUÇÕES PODEM SER:
 Soluções diluídas: as que contém pouco soluto em relação ao solvente.
 Soluções concentrada: as que contém bastante soluto em relação ao
solvente.
Quando se misturam solutos e solvente liquido podemos estar em presença de:
 Líquidos miscíveis, que se misturam em qualquer proporções formando
soluções homogéneas. É o caso de uma solução de água e álcool.
 Líquidos imiscíveis: cuja miscibilidade é praticamente nula, formando
mistura heterogéneas, como no caso da água e o azeite.
 Líquidos pouco miscíveis: que se situam entre os dois casos extremos atrás
referidos, como é caso de uma mistura de água e éter.

No nosso quotidiano deparamos com substâncias que se dissolvem facilmente,


como é o caso do cloreto de sódio na água, e com outra que dificilmente se
conseguem dissolver, como por exemplo, o óxido de cálcio na água, de que se
obtém a água de cal utlizado para caiar as casas.

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1.6.2. MODO DE EXPRIMIR AS COMPOSIÇÕES DAS SOLUÇÕES


Para podermos distinguir as diferentes soluções caracterizamo-las através de uma
grandeza que é a sua concentração. E é necessário, conhecer, os seus
componentes por cada unidade de volume da solução.

Assim, as formas de expressar a concentração (composição) de uma solução são


as seguintes:

1.6.2.1. Concentração simples ou comum (Cm) – Indica a massa de soluto


existente em cada unidade volume de solução. Sua formula é:

𝐂𝐦 = 𝐦𝟏/𝐕.
Cm é a concentração comum ou simples;
m1 é a massa do soluto; em Kg geralmente em(g);
V é o volume da solução. em m3 ( dm3 ou L);

Exemplo1: A Teresa, estudante do Instituto Politécnico Pitágoras, dissolver 15g de


H3PO4 em água até formar 0,25 litros de solução.

Qual é a concentração comum desta solução? (R:60g/L)

Exemplo2: Calcule a concentração em g/L de uma solução de nitrato de potássio


(KN03), sabendo que ela encerra 60g de sal em 300 cm3 de solução?

1.6.2.2. Concentração molar ou molaridade (C) - indica a quantidade


química de soluto (mol) por unidade de volume de solução.
Sua formula é: C= n1/V

E uma vez que n1=m1/PM1,podemos também escrever: C= m1/PM1V


Onde;
n1 é a quantidade do soluto (mol);

M1 é a massa molar do soluto ( g/mol );


V é o volume da solução (L).

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1.6.2.3. Concentração molal ou molalidade (m0) – é a razão entre


aquantidade do soluto e a massa do solvente (expressa em kg).
Sua formula é: m0= n1/m2(Kg )
Exemplo3: 5g de NaCl são dissolvidos em 25g de água. Determina a
molalidade do NaCl na solução?

1.6.2.4. Concentração normal ou normalidade - é a razão entre o número


de equivalente grama (nºEq-g ) do soluto e o volume da solução ,
expressando-se em litros ( L ).
N=nº eq-g/V (1)
nºEq-g=m1/ Eq-g (2)
Eq-g=M /nº Ox (número de oxidação) (3)
Para determinar o equivalente grama devemos calcular:

a) Nos ácidos: o número de oxidação é determinado pelo nº de protões (ou nº


de hidrogénios)
EX: H2SO4

1ºPasso: 2ºPasso:

H: 1X2=2 Eq-g=M / nº ox

S: 32X1=32 H2SO4 2H+ + SO42-

O: 16X4=64

M= 98g/mol Eq-g=98 /2=49

b)Nas bases: o número de oxidação é igual ao número do grupo – OH.

EX: Al(OH)3

1ºPasso: 2º Passo:

Al:27x1=27 Eq-g=M / nº ox

A COORDENAÇÃO VS 22
Química 10 Classe
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Al(OH)3 Al+3 + 3HO-

O: 16x3=48 Eq-g=78/3=26

H: 1x3= 3

M=78g/mol

c) Nos sais: o número de oxidação corresponde ao nº de cargas positivas ou


negativas.
EX: Al2( SO4)3

1ºPasso: 2ºPasso:

Al: 27x2= 54 Eq-g=M / nº ox

S: 32x3= 96 Al2(SO4)3 2Al+3 + 3SO4-2

O: 16x12=192

M=342g/mol Eq-g=342/6=57

EX4: Qual é a normalidade de uma solução constituída de 0,98 g de ácido fosfórico


( H3PO4 ) em 20ml de solução?

1.6.2.1. Fracção molar do soluto e do solvente


a) Fração molar do soluto (x1), em uma solução é o quociente entre a quantidade
de moles do soluto ( n1 ) e a quantidade total de moles na solução ( n1 + n2 ).

X1=n1/n1+n2

a) Fração molar do solvente (x2), em uma solução é o quociente entre a


quantidade de moles do solvente (n2) e a quantidade total de moles na
solução (n1+ n2)

X2=n2/n1+n2

A COORDENAÇÃO VS 23
Química 10 Classe
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A fração molar não tem unidade (é um número puro) e varia no intervalo 0< 𝑿 < 𝟏
É importante também notar que a soma das frações molares de todos componentes
é sempre igual a 1:

X1+ X2+X3+…+ Xn=1 Abreviadamente: ∑𝑿 = 𝟏

EX6: Uma solução contém 230g de álcool comum (C2H5OH) e 360g de água. Calcule
as frações molares do álcool e da água na solução (massas atómicas: H=1; C=12;
O=16)

A COORDENAÇÃO VS 24
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UNIDADE II – QUANTIDADE ENVOLVIDAS NAS REAÇÕES QUÍMICAS


1.7. REAÇÕES QUÍMICAS.
Quando ocorre um fenómeno químico, há formação de novas substâncias.
Reacção química - é o processo de transformação de uma ou mais substâncias em
outras novas.
1.7.1. Condições de sua ocorrência
Para que haja uma reacção química é necessário:
1. Existência de partículas reagentes;
2. Contacto entre as partículas reagentes;
3. Choque entre as partículas reagentes;
4. Energia mínima para iniciar a reacção (energia ou temperatura de ignição).

1.7.2. Manifestação das reações químicas


A manifestação de uma reacção química pode ser observada pelos resultados
das transformações ocorridas. Exemplo: Libertação de gases; Mudança de cor
e especto; Formação de um precipitado (sólidos); Formação de gases; Alteração
de energia; Alteração do cheiro, sabor, etc.
A formação de uma nova substância está associada à:

1. Mudança da cor.
Por exemplo: queima de papel, queima de fogo-de-artifício, formação do
carvão de madeira, etc.
2. Liberação de gases.
Por exemplo: Na queima de qualquer combustível liberta-se o Dióxido de
carbono ( CO2 ).
3. Formação de sólidos.
Por exemplo: Quando o ovo coze, as proteínas da clara ficam na forma
sólida.
4. Aparecimento de chama ou luminosidade.
Por exemplo: A queima de uma vela emite a chama e a luz.

Porém, algumas reacções ocorrem sem essas evidências naturalmente visíveis. A


formação de novas substâncias é observada pela mudança das propriedades.
1.8. EQUAÇÕES QUÍMICAS.
Equação química - é a representação gráfica de uma reacção química através de
símbolos químicos.

A COORDENAÇÃO VS 25
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As reacções químicas são representadas por equações químicas, que mostram as


fórmulas das substâncias participantes:
Esquema: Reagentes  Produtos
H2  O2  2 H2O

1.8.1. REGRAS PARA ESCREVER UMA EQUAÇÃO QUÍMICA.


Exemplo:
No esquema: A(a)  B(b)  Cc  Dd 
A seta (→) separa os dois (2) membros da equação química e significa
transformação.
O primeiro membro antes da seta com as substâncias (A e B) é membro dos
reagentes ou reagentes. O segundo membro depois da seta com as substâncias
(C e D) é membro dos produto ou produtos.

Quando se trata de reacção completa aparece apenas uma seta ( 


 ), quando
se trata de uma reacção incompleta aparece uma dupla seta ( ).

As letras (a), (b), (c) e (d) são os estados físicos das substâncias A, B, C e D
respetivamente. Os estados físicos podem ser sólido (s), líquido (l) e gasoso (g).
Resumidamente, uma equação química apresenta-se então como:

Reagentes (estado) 
 Produtos (estado) ou

Reagentes (estado) Produtos (estado)

Exemplo da escrita de uma equação química.

C(s)  O2(g)  CO2g)


Carbono reage com o Oxigénio formando o Dióxido de carbono.

Reagentes 
 Produtos

Exemplo: A equação que demonstra o processo da síntese da água é a seguinte:

2H2 (g) + O2 (g) 


 2 H2O( l)

Reagentes 
 Produtos

As reacções químicas nem sempre são tão fáceis de escrever, e devem sempre
traduzir corretamente as reacções químicas a que dizem respeito, Isto é, devem
estar de acordo com a lei de Lavoisier e mostrar a proporção em que os reagentes
se combinam bem como a proporção de formação dos produtos de reacção.

A COORDENAÇÃO VS 26
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1.8.1.1. COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS


Deste modo, os números que precedem as fórmulas de cada um dos reagentes e
produtos denominam-se coeficientes estequiométricos e indicam a proporção
entre as substâncias que participam da reacção.
Os coeficientes estequiométricos destinam-se a acertar a equação, isto é, a dar
satisfação à lei de Lavoisier. Os coeficientes estequiométricos, tal como os
coeficientes numéricos em qualquer equação matemática, colocam-se geralmente
na mesma linha dos símbolos dos elementos e não como índices (índices =
números colocados à direita dos símbolos de cada elemento, como índices
inferiores).

As equações químicas da maioria das reacções que vamos estudar no presente


curso acertam-se facilmente por tentativas (Método por tentativas).

Mas há reacções químicas cujas equações são difíceis de acertar. Nesse caso
utiliza-se outros métodos, como o algébrico ou método dos coeficientes
indeterminados, o método do ião-electrão (quando se trata de uma reacção de
Oxidação-Redução), entre outros.

1.8.1.2. TIPOS DE EQUAÇÕES: FORMA MOLECULAR E FORMA IÓNICA

 As equações químicas podem ser escritas sob a Forma molecular e sob a


Forma iónica.

Exemplos de equações moleculares.

2H2 (g) + O2 (g) 


 2 H2O(l )

C6H12O6 + 6O2 
 6CO2 + 6H2O
Exemplos de equações iónicas.

NaOH 
 Na+ + OH-

Pb2+ + 2I- 
 PbI2

H3O+ + OH- 
 2 H2O
1.8.1.3. LEI DE CONSERVAÇÃO DA MASSA (LEI DE LAVOISIER)

A lei de conservação de massa ou lei de Lavoisier diz que ―numa reacção


química o somatório da massa dos reagentes deve ser igual ao somatório da massa

A COORDENAÇÃO VS 27
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dos produtos. Ou seja, a quantidade de átomos nos reagentes deve ser igual a
quantidade de átomos nos produtos.

A Lei da Conservação da Massa foi formulada pela primeira vez, em 1794 pelo
químico francês Antoine Lavoisier. O que Lavoisier quis dizer com a sua lei foi que
―na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

Faz-se o acerto da equação química em equações químicas em que o número de


átomos dos elementos nos reagentes não é igual ao número de átomos nos
produtos. Deste modo, usamos uns números que chamamos de coeficiente
(número que vem antes da fórmula química e representa as quantidades relativas
de todas as substâncias envolvidas na reacção) para acertar a equação química.
Os coeficientes devem ser números positivos.

Ex: 3 H2O (o coeficiente é o 3 que vem antes de H2O )


ACERTO DE EQUAÇÕES

Estequiométricos
A determinação dos coeficientes de uma equação química recebe o nome de
balanceamento (acerto).

Para balancear uma equação, devemos lembrar que a massa antes da reacção é
igual à massa depois da reacção (Lei de Lavoisier), ou seja, apesar de ocorrer um
novo arranjo dos átomos, a quantidade permanece a mesma.

Então, balancear uma equação química, ou acertar seus coeficientes, é igualar a


quantidade de átomos de cada elemento participante nos reagentes e nos produtos.
Tal como se referir anteriormente, existem muitos métodos para acertar as
equações, mas os mais usados são dois: o método das tentativas e o Algébrico
, que veremos a seguir.

1.8.1.3.1. MÉTODO DAS TENTATIVAS

É um método empírico que consiste em colocar os coeficientes até se atingir a


igualdade dos átomos, por isso recebe essa denominação. Apesar das tentativas e
erros, é possível seguir uma sequência que facilita a determinação.
Veja algumas considerações para o balanceamento de uma equação química:
 Deve-se começar o acerto dos coeficientes pelo elemento que aparece uma
única vez nos dois membros;
 Se os índices do elemento escolhido forem múltiplos, a simplificação pode
ser feita antes da transposição;

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 As fórmulas das substâncias não podem ser modificadas, por isso, nunca
coloque números entre os símbolos de uma mesma fórmula (NH3).

Exemplos:

Vejamos como balancear (acertar) a equação a seguir:


N2 + H2 
 NH3

Inicialmente, observamos a quantidade de átomos de nitrogénio: no 1º membro


(reagentes), existem dois (N2); e no 2º membro (produto), apenas um (NH3).
Para igualar o número de átomos, devemos colocar o índice do N2 do 1º membro
como coeficiente do N2 do 2º membro, e o índice do 2º como coeficiente do 1º.

1 N 2 + H2 
 2 NH3

Agora, vamos acertar a quantidade de átomos de hidrogénio: no 1º membro existem


dois (H2) e no 2º membro, seis (2NH3). Então, devemos multiplicar o H2 por 3, e a
equação ficará balanceada:

N2 + 3H2 
 2NH3

Logo, no 1º membro temos: 2 átomos de nitrogénio e 6 átomos de hidrogénio; e no


2º membro, 2 átomos de nitrogénio e 6 átomos de hidrogénio.
 Vamos acertar outra equação:
C2H6O + O2   CO2 + H2O

Observemos, primeiro, a quantidade de átomos de hidrogénio: no 1º membro,


existem seis (C2H6O); e no 2º, dois (H2O). Para igualar o número de átomos,
fazemos a transposição dos índices:

2C2H6O + O2 
 CO2 + 6 H2O

Vamos agora acertar a quantidade de átomos de carbono: no 1º membro existem 4


(2 C2H6O); e no 2º membro, 1 (CO2). Então, devemos multiplicar o CO2 por 4.

2C2H6O + O2 
 4CO2 + 6H2O

Finalmente, acertamos a quantidade de átomos de oxigénio: no 2º membro, já


acertado, existem 14 átomos (4 CO2 e 6 H2O); e no 1º membro, existem 4 (2C2H6O
+ O2). Então, multiplicamos o O2 por 6, obtendo 12 que, com os outros 2, perfazem
os 14 átomos.

2C2H6O + 6O2 
 4CO2 + 6H2O

A COORDENAÇÃO VS 29
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Logo, no 1º membro temos: 4 átomos de carbono, 12 átomos de hidrogénio e 14


átomos de oxigénio; e no 2º membro, 4 átomos de carbono, 12 átomos de
hidrogénio e 14 átomos de oxigénio.

Observação: Como os coeficientes indicam proporção e, neste caso, eles são


múltiplos de 2, podemos simplificá-los:

C2H6O + 3O2 
 2CO2 + 3H2O

1.8.1.3.2. Método algébrico

É um método de balanceamento em que se utiliza equações, onde sua resolução


indica os coeficientes estequiométrico da reação.

Ex: NH4NO3 N2O + H2O

Para balancear a seguinte reação, seguiremos passo a passo:

1º- Devemos atribuir um coeficiente algébrico a cada substância:

aNH4NO3 bN2O + cH2O

Escrevemos uma equação para cada elemento químico igualando sua quantidade
total de átomos presente no reagente e no produto.

Em relação ao nitrogénio, há 2 átomos presentes no reagente (NH 4NO3), que


corresponde ao coeficiente algébrico “a”, e 2 átomos presentes no produto (N2O)
correspondente ao coeficiente algébrico “b”. Logo:

N 2a = 2b, simplificando, a=b

O hidrogénio possui 4 átomos no reagente (NH4NO3), correspondente ao coeficiente


“a”, e 2 átomos no produto (H2O), correspondente ao coeficiente “c”. Logo:

H 4a = 2c, simplificando, 2a=c

O oxigénio possui 3 átomos no reagente (NH4NO3) de coeficiente “a”, e 2 átomos


presente nos produto, sendo 1 (N2O) correspondente ao coeficiente “b” e o outro
(H2O) correspondente ao coeficiente “c”. Logo:

O 3a = b + c

A COORDENAÇÃO VS 30
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Para resolver os sistemas, precisamos atribuir um valor arbitrário a somente uma


das incógnitas. Atribuindo o valor 1 para a variável “a”, teremos os seguintes
resultados:

a = 1;

b = 1, pois a = b

c = 2, pois c = 3 – 1

Substituindo os coeficientes algébrico pelos valores obtidos, teremos a equação


balanceada:

1NH4NO3 1 N2O + 2H2O

1.8.2. SIGNIFICADO DAS EQUAÇÕES QUÍMICAS

Tal como as fórmulas químicas, as equações químicas têm um significado


qualitativo, um significado quantitativo microscópico e um significado
quantitativo macroscópico.

Qualitativamente uma equação química representa as substâncias que reagiram


entre si (os reagentes) e as substâncias que resultam (os produtos da reacção).
Ex1: a equação:

2H2 (g) + O2 (g) 


 2 H2O( l)

Indica que o hidrogénio e o oxigénio gasoso se combinam para formar água líquida.
Ex2. a equação:

C(s) + O2 (g) 
 CO2 (g)

Indica que o carbono sólido reage com oxigénio gasoso para formar dióxido de
carbono gasoso.

Quantitativamente a nível microscópico ou molecular, uma equação química


indica o número relativo de átomos, iões, moléculas ou seja cada coeficiente, na
equação, indica o número de moléculas ou átomos intervenientes.
Ex1: a equação:

C6H12O6 + 6O2 
 6CO2 + 6H2O

A COORDENAÇÃO VS 31
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Indica que 1 molécula de glicose reage com 6 moléculas de oxigénio para dar 6
moléculas de dióxido de carbono e 6 moléculas de água.
Ex2. a equação:

2Na + 2H2O 
 2Na+ + 2HO- + H2

Indica que 2 átomos de sódio reagem com 2 moléculas de água para dar 2 iões
sódio, 2 iões hidróxido e 1 molécula de hidrogénio.

Quantitativamente a nível macroscópico ou molar, uma equação química fornece


informações em termos de quantidades de substâncias (cada fórmula representa
uma mole de molécula).
Ex1: a equação:

C6H12O6 + 6O2 
 6CO2 + 6H2O

Indica que 1 mole de glicose reage com 6 moles de oxigénio (O2) para dar 6 moles
de dióxido de carbono e 6 moles de água.
Ex2: a equação

2Na + 2H2O 
 2Na+ + 2OH- + H2

Indica que 2 moles de sódio reagem com 2 moles de água para dar 2 moles de iões
sódio, 2 mols de iões hidróxido e 1 mole de hidrogénio (H2).

Portanto, os coeficientes numa equação química indicam sempre a proporção em


moles (quantidade de substâncias) de reagentes e produtos. As quantidades de
substâncias envolvidas (moles) podem também ser expressas em gramas, com
emprego das massas molares (1mol = 6,02.1023 partículas) ou em volume (a massa
molar de cada gás ocupa 22,4 litros nas CNTP ou TPN).
1.8.2.1. TIPOS DE REACÇÕES. REACÇÕES COMPLETAS E INCOMPLETAS
As reacções químicas podem ser classificadas segundo vários critérios. Vejamos
quais:
1.Quanto ao envolvimento de calor:
a) Endotérmica (Endo =para dentro; térmica = calor): reacção que ocorre com
absorção de calor.
CaCO3 
 CaO + CO2 ↑ – Q

b) Exotérmica (Exo = para fora; térmica = calor): reacção que ocorre com a
libertação de calor.

A COORDENAÇÃO VS 32
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2H2 (g) + O2 (g) 


 2 H2O(l ) + Q

2.Quanto à velocidade:
a) Rápidas:
Por exemplo, a combustão do álcool:

C2H5OH + 3O2 
 2CO2 + 3H2 O

b) Lentas:
Por exemplo, a formação da ferrugem:

4Fe + 3O2 
 2Fe2O3

3.Quanto à reversibilidade:
a) Irreversíveis ou completas: Ocorrem num único sentido (uma reacção
completa representa-se por uma equação em que figura uma só seta). As
reacções completas só terminam quando um (ou mais) dos reagentes se
esgotar.
NaCl + AgNO3 
 AgCl + NaNO3

BaCl2 + Na2SO4 
 BaSO4 + 2NaCl

b) Reversíveis ou incompletas: ocorrem simultaneamente nos dois sentidos


(o que é indicado pela dupla seta).
CaO + CO2 CaCO3

H2 + I2 2HI

4.Quanto às substâncias participantes:


a) Síntese ou adição: reacção em que duas ou mais substâncias (simples ou
compostas) originam uma única substância composta.
CO + O2 
 2CO2↑

2H2 (g) + O2 (g) 


 2 H2O(l )

b) Análise ou decomposição: reacção em que uma única substância


composta se desdobra em outras substâncias simples ou compostas.

A COORDENAÇÃO VS 33
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2HCl aquecim
 ent
o
 H2 ↑+ Cl2 ↑

2H2O2 Luz
 2H2O + O2↑

Determinadas reacções de decomposição ocorrem devido à acção externa de


alguns agentes físicos, por isso recebem denominação especial:

 Pirólise: decomposição pela acção do calor (∆);


 Fotólise: decomposição pela acção da luz (λ);
 Eletrólise: decomposição pela acção da eletricidade;
c) Dupla troca: reacção em que duas substâncias compostas produzem duas
outras substâncias compostas (o nome resulta do facto de as substâncias
permutarem entre si parte de suas estruturas).
HCl + NaOH 
 NaCl + H2O

NaCl + AgNO3 
 AgCl + NaNO3

d) Deslocamento: reacção em que uma substância simples reage com uma


composta, produzindo outra substância composta e outra simples.
Cl2 + 2NaI 
 2NaCl + I2

Fe + CuSO4 
 FeSO4 + Cu

O nome deslocamento deve-se ao facto de, por exemplo na primeira equação, o


cloro tomar o lugar do Iodo, ou seja é deslocado do NaI pelo cloro.

1.9. CÁLCULOS BASEADOS NAS EQUAÇÕES QUÍMICAS.CÁLCULOS


ESTEQUIOMÉTRICOS

Estequiometria ou cálculos estequiométricos - é a parte da química que se


dedica ao estudo dos cálculos associados as substâncias químicas isoladas ou
numa reação química.

O cálculo estequiométrico é importante porque permite determinar a quantidade


de uma substância que participa numa reação química a partir da quantidade
conhecida de outra substância.
Passos a seguir para realizar o cálculo estequiométrico:

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1º - Escrever e acertas as equações das reações químicas;

2º - Escrever os dados e os pedidos na equação química por cima das substâncias;


obedecendo aos coeficientes da equação, que poderá ser escrita em massa, ou em
volume, ou em moles, etc., conforme as conveniências do problema.

3º - Estabelecer as relações matemáticas;


4º - Efetuar os cálculos matemáticos, com base na regra de três (3) simples;
5º - Dar a resposta ao problema.
Estes cálculos podem relacionar:
I. Um reagente com um produto, por exemplo:
A + B  C + D
II. Um reagente com outro, por exemplo:
A + B  C + D
III. Um produto com outro, por exemplo:
A + B  C + D
Exemplo:
1. Qual é a quantidade de oxigénio ( O2 ) necessário para reagir com 36
gramas de carbono (C) e formar o dióxido de carbono ( CO2 ) segundo
a equação: C(s) + O 2 (g) → CO2 (g)
Massas atómicas: C = 12g ; O =16g.

2. Calcula a quantidade de dióxido de carbono ( CO2 ) que se forma a


partir da combustão (reacção com oxigénio) de 40 gramas de metano
( CH4 ). Massas atómicas: C =12 uma, H=1, e O =16u.

A COORDENAÇÃO VS 35
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3. Calcular o número de mol de amônia produzido na reação de 5 mol de


gás nitrogênio com quantidade suficiente de gás hidrogênio.

A equação, que nos foi fornecida devidamente balanceada, indica a proporção em


mol dos participantes.

4. Determinar a massa de amônia produzida na reação de 5 mol de gás nitrogênio com


quantidade suficiente de gás hidrogênio. (Dado: massa molar do NH3 = 17 g/mol) Para
resolver:

5. Determinar o volume de amônia, nas CNTP, produzido na reação de 140 g de


gás nitrogênio com quantidade suficiente de gás hidrogênio.
(Dados: massa molar do N2 = 28 g/mol e volume molar do NH3 nas
CNTP = 22,4 L mol–1) Para resolver:

A COORDENAÇÃO VS 36
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A COORDENAÇÃO VS 37

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