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QUÍMICA GERAL

E INORGÂNICA

Josemere Both
Estequiometria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar a forma de balancear uma equação química.


„„ Calcular a quantidade de reagentes e produtos em uma reação
química.
„„ Estabelecer a relação existente entre os números de mols, a massa
(gramas) e o volume.

Introdução
A química investiga as transformações da matéria por meio da análise
das reações químicas, envolvendo substâncias simples ou compostas
que interagem ou se decompõem para formar outras substâncias dife-
rentes das iniciais. Fazer a análise das quantidades de reagentes que serão
consumidos e dos produtos que serão formados é uma das principais
atividades que os químicos desempenham. As quantidades podem ser
mensuradas por meio de cálculos estequiométricos que constituem
uma ferramenta indispensável em química. Por meio deles, é possível
estimar a quantidade de medicamentos que uma pessoa deve ingerir
para curar uma determinada doença, ou determinar a quantidade dos
combustíveis hidrogênio (H) e oxigênio (O) necessária para lançar um
foguete ao espaço.
Neste capítulo, você vai estudar o balanceamento das reações quími-
cas, fundamental para interpretar de forma quantitativa as transformações
das substâncias, aprender a calcular a quantidade de reagentes e produtos
envolvidos em uma reação química e aprender a relação existente entre
as unidades de medidas mol, massa e volume utilizadas em equações
químicas.
2 Estequiometria

Balanceamento de uma equação química


As transformações químicas podem ocorrer de formas variadas e praticamente
a todo o momento, como na fotossíntese realizada por uma planta, na produção
de alimentos, no envelhecimento da pele de uma pessoa, dentre tantas outras
que estão presentes em nosso cotidiano. As transformações que resultam na
formação de novas substâncias a partir de outras são chamadas de reações
químicas. Estas são representadas por equações químicas (ATKINS; JONES,
2011).
As equações químicas representam a reação química por meio das fórmulas
dos reagentes que dela participam, bem como dos produtos que são formados.
A equação química a seguir representa a reação de combustão do álcool uti-
lizado em automóveis e vamos utilizá-la para compreender os componentes
de uma equação química (Figura 1).
Os símbolos da equação química representam:

„„ As substâncias que interagiram: etanol e oxigênio (C2H6O(l) e O2(g)),


chamadas de reagentes, localizadas à esquerda da seta (antes da seta),
e são representadas por fórmulas químicas (ex.: O representa a fórmula
química do oxigênio).
„„ As substâncias formadas: gás carbônico e água (CO2(g) e H2O(g)), cha-
madas de produtos, localizados à direita da seta (depois da seta).
„„ O sinal de + (positivo) que significa interação ou “reage com”.
„„ A seta → que significa formação.
„„ Os números subscritos representam os índices da fórmula química,
ou seja, as quantidades de átomos presentes na molécula. A fórmula
química, juntamente com os índices, forma a fórmula molecular (p. ex.,
C2H6O é a representação da fórmula molecular do etanol).
„„ As letras subscritas entre parênteses ao final da molécula representam
estado físico das substâncias: sólido (s), líquido (l), gasoso (g) e solução
aquosa (aq).
„„ Os números maiores posicionados na frente das fórmulas químicas
são os coeficientes estequiométricos e representam o número de mols
da substância.
Estequiometria 3

Representação atômica
não balanceada:

Substâncias envolvidas: Etanol + Oxigênio → Gás carbônico + Água

Reagentes Produtos

Representação molecular C2H6O(l) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(g)


balanceada:
Índice da Coeficiente
Reage com Formação Fórmula
fórmula química química estequiométrico

Figura 1. Representação da reação de combustão do etanol.


Fonte: Adaptada de petarg/Shutterstock.com; molekuul_be/ Shutterstock.com; Yuriy Vlasenko/ Shut-
terstock.com; Mircea Maties/Shutterstock.com; Brown, Lemay e Bursten (2005, p. 69).

A equação química é interpretada (lida) da seguinte forma: 1 mol de etanol


reage com 3 mols de oxigênio para formar 2 mols de gás carbônico e 3 mols
de água, ou, ainda, 1 molécula de etanol reage com 3 moléculas de oxigênio
para formar 2 moléculas de gás carbônico e 3 moléculas de água.
As reações químicas não ocorrem ao acaso, mas obedecem uma relação
entre a quantidade de reagentes que podem interagir para formar a mesma
quantidade em massa de outros produtos. Essa relação de massa entre pro-
dutos e reagentes obedece a lei de conservação de massas e de proporções,
postulada pelos pesquisadores Antoine Laurent Lavoisier e Joseph Louis
Proust, que formularam as leis ponderais das reações químicas. Essas leis
estabelecem relações entre quantidade de regentes consumidos e de produtos
formados durante uma reação química, em que nenhum átomo é formado ou
destruído, apenas ocorre a formação de novas substâncias (BROWN; LEMAY;
BURSTEN, 2005), ou seja, se forem utilizadas 5 g de reagentes, e se a reação
converter todos os reagentes em produtos, serão produzidas 5 g de produtos.
Quando as proporções de átomo presentes nos reagentes são proporcionais
ao número de átomos dos produtos, considera-se que a equação química está
balanceada. Como saber quando uma equação química mantém o mesmo
número de átomos em reagentes e produtos? Vamos aprender a balancear uma
reação química utilizando a relação entre a quantidade de reagentes químicos
e produtos, que é chamada de estequiometria da reação química.
4 Estequiometria

O balanceamento da reação química para que ela esteja proporcional, ocorre


com a utilização dos coeficientes estequiométricos, que são únicos para cada
reação química. Estes que estão localizados a frente da fórmula molecular em
uma equação química, como visto na Figura 1.
Para balancear uma reação química, precisamos saber a fórmula molecular
dos reagentes transformados e dos produtos que são formados. A reação de
combustão do metano servirá de exemplo para realizar o balanceamento. Para
compreender melhor o balanceamento de uma equação, vamos realizá-la em
etapas e acertando o coeficiente estequiométrico para cada molécula que
participa da reação (KOTZ; TREICHEL, 2005).

Etapa 1: escrever as fórmulas corretas para os reagentes e produtos, e verificar


se há proporções entre a quantidade de átomos para cada elemento presente
nos reagentes e produtos, como segue:

Podemos constatar que os produtos do lado esquerdo da equação química


têm 1 átomo de carbono (C), 4 átomos de hidrogênio e 2 átomos de oxigênio.
Em comparação com os produtos (lado direito da equação), temos a mesma
proporção de átomo de carbono, mas não de hidrogênio e oxigênio. Dessa
forma, precisamos balancear a equação química. Em outras palavras, adequar
o número de átomos para produtos e reagentes.

Etapa 2: balancear o número de átomos de hidrogênio. Em reações de com-


bustão, é recomendável iniciar o acerto de coeficientes com o átomo de car-
bono, entretanto, na reação de combustão do etanol, a quantidade de átomos
de carbono é a mesma para reagentes e produtos, então, iniciaremos com o
hidrogênio. Nesse caso, 4 átomos de hidrogênio estão nos reagentes, portanto,
4 devem também estar nos produtos. Para isso, vamos atribuir o coeficiente
estequiométrico 2 para a molécula de água que resultará em 4 hidrogênios. Veja:
Estequiometria 5

Quando é atribuído um coeficiente estequiométrico, o número que cor-


responde ao índice da substância é multiplicado pelo número que antecede a
molécula, pelo coeficiente estequiométrico. Assim, além de alterar o número
de hidrogênio, também é alterado o número de átomos de oxigênios, passando
de 3 para 4 átomos nos reagentes. Isso ocorre porque o número atribuído ao
coeficiente estequiométrico é valido para toda a molécula e, logo, modifica a
quantidade de todos os átomos que a compõem.

Etapa 3: balancear os átomos de oxigênio. Há 2 átomos de oxigênio nos


reagentes e 4 nos produtos (2 no CO2 e mais 2 · 1 = 2 na molécula de água).
Cada molécula de oxigênio tem 2 oxigênios (O2) nos reagentes, portanto, se
atribuirmos o coeficiente 2 para a molécula de O2, duas moléculas de oxigênio
suprirão os 4 átomos de oxigênio (2 · 2 = 4 no O2 dos reagentes) necessários
para se igualar aos oxigênios dos produtos.

Etapa 4: verifique se o número de átomos de cada elemento está balanceado.


6 Estequiometria

A equação mostra 1 átomo de carbono, 4 átomos de hidrogênio e 4 átomos


de oxigênio para cada reagentes e produtos. Assim, a equação química está
balanceada. Porém, caso esteja faltando ou sobrando átomos na equação,
deve-se seguir com o ajuste dos coeficiente até que a proporcionalidade seja
atingida.
É importante ressaltar alguns pontos importantes que devem ser lembrados
ao realizar o balanceamento das reações químicas (KOTZ; TREICHEL, 2005):

„„ As fórmulas para reagentes e produtos devem estar corretas, caso con-


trário, a equação não tem significado.
„„ Quando a substâncias aparece na equação química sem número de
coeficiente quer dizer que o número de moléculas corresponde a 1, ou
seja, o coeficiente é igual a 1, apenas não aparece nas equações.
„„ Os índices (números) subscritos nas fórmulas dos reagentes e dos pro-
dutos não podem ser mudados para balancear uma equação química.
Essas fórmulas identificam as substâncias. Se for alterado o número
subscrito, muda a identidade da substância. Por exemplo, não se pode
alterar CO2 para CO (que é monóxido de carbono) ao balancear uma
equação. Caso isso ocorra, o produto formado é outro e passa de gás
carbônico para monóxido de carbono. Estes são compostos totalmente
diferentes. Se ocorrer a produção de CO em uma combustão, o gás
formado é tóxico e não desejável.

As equações químicas balanceadas são de importância fundamental na


descrição dos resultados das reações químicas e na compreensão quantitativa
da química. Por meio das equações balanceadas poderemos realizar cálculos
de reagentes e produtos em quantidade de matéria (mol). Por isso as equações
químicas devem ser balanceadas.

Lei de conservação de massa e proporções constantes


entre reagentes e produtos em reações químicas
Os pesquisadores Antoine Laurent Lavoisier e Joseph Louis Proust formularam
as leis ponderais das reações químicas, a lei de conservação de massa e a lei
das proporções definidas. Essas leis estabelecem relações entre quantidade
de regentes consumidos e de produtos formados durante uma reação química.
Na teoria de conservação de massas, os reagentes e produtos apresentam
proporcionalidade antes e depois da ocorrência de uma reação química, ou
seja, em sistema fechado, a massa dos produtos formados é igual à massa dos
Estequiometria 7

reagentes consumidos. Essa teoria deu origem à famosa frase que Lavoisier,
descobridor da lei, teria utilizado para expressar a conservação das massas
ao final da reação química, a qual diz que “na natureza nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma”.
A conservação de massa na reação em sistema fechado de cloreto de cálcio
(CaCl2) e sulfato de sódio (Na2SO4) para formar sulfato de cálcio (CaSO4) e
cloreto de sódio (NaCl) pode ser utilizada para representar a lei de Lavoisier.
Considerando que a massa dos reagentes é de 184,34 g, ao final da reação a
massa dos produtos continua sendo 184,34 g. Assim, em uma reação química,
os produtos têm massa igual à massa dos reagentes consumidos, como pode
ser observado a seguir (JESPERSEN; BRADY; HYSLOP, 2017):

A lei das proporções definidas de Proust segue o mesmo princípio da lei de


conservação da massa, em que qualquer relação de massas entre substâncias
que participam de uma reação química é sempre uma proporção constante.
Utilizaremos como exemplo a substância H2O, a água, que é composta
pelos elementos hidrogênio e oxigênio. Na reação, se utilizarmos 18 g ou
dobrarmos a quantidade para 36 g de água (equação não balanceada), temos
a decomposição em 2 g de hidrogênio e 16 g de oxigênio, e, ainda, 4 g de
hidrogênio e 32 g oxigênio, respectivamente, como segue:

H2O(l) → H(g) + O(g)


18 g → 2 g + 16 g

ou

36 g → 4 g + 32 g

Podemos constatar que a massa dos reagentes é proporcional à soma das


massas dos produtos, estando em conformidade com a lei de Lavoisier. Porém,
para confirmar a lei das proporções, podemos dividir a massa de hidrogênio
pela massa de oxigênio e chegamos a uma mesma razão que se mantém cons-
tante e proporcional.
8 Estequiometria

Massa de hidrogênio 2g 4g
= 16 g = 32 g
Massa de oxigênio

Ainda, a proporção é mantida quando dividimos a massa dos reagentes por 2:

2 g dividido por 2 corresponde a 1


16 g dividido por 2 corresponde a 8

4 g dividido por 4 corresponde a 1


32 g dividido por 4 corresponde a 8

Essas relações revelam que a proporção entre os elementos que compõem


a água permanece constante: a massa de oxigênio é 8 vezes maior que a massa
de hidrogênio. Em outras palavras, a composição da água, em massa, é sempre
de 1 parte de hidrogênio para 8 partes de oxigênio.
É fundamental você saber que a lei de Proust é adequada para as substân-
cias puras e não para misturas. Isso porque uma substância pura tem sempre
a mesma composição. Assim, por exemplo, a água pura sempre será formada
por hidrogênio e oxigênio numa mesma proporção, ou seja, sempre terá a
mesma composição, independentemente se for água de chuva, mar ou rio,
desde que esteja adequadamente purificada. Já as misturas não têm compo-
sição constante, como a mistura de água e sal. Essas misturas não contêm
necessariamente a mesma proporção entre as quantidades de água e sal em
sua composição. Podemos fazer uma mistura com meia colher de sal em um
recipiente e outra com duas colheres de sal na mesma quantidade de água.
Assim, para as misturas, a lei de Proust não se aplica.

Quantidade de reagentes e produtos


em uma reação química
Na prática da realização de experimentos, pode-se prever a quantidade de
matéria formada nos produtos a partir de uma quantidade de reagentes uti-
lizados em uma reação química. Para interpretar a quantidade de produtos
consumidos e formados em uma reação química, utiliza-se as massas molares
Estequiometria 9

e o conceito de mol de uma equação química que corresponde diretamente


ao coeficiente estequiométrico de uma substância. Essa relação quantitativa
entre substâncias participantes de uma reação recebe o nome de cálculos
estequiométricos.
Para determinar a quantidade de substâncias envolvidas em uma reação
química, utilizamos sempre a unidade mol como padrão de medida e, em
seguida, pode-se converter para gramas (massa em quantidade de matéria),
volume ou quantidade de moléculas (CHANG; GOLDSBY, 2013). Utilizando
a reação de formação de óxido de ferro III, vamos ilustrar a relação entre os
coeficientes estequiométricos, mol, molécula e massa.

4 Fe(s) + 3 O2(g) →2 Fe2O3(s)

Os coeficientes estequiométricos da equação química mostram que 4 mo-


léculas de ferro (Fe) reagem com 3 moléculas de O2 para formar 2 moléculas
de óxido de ferro III (Fe2O3). Podemos observar que o número de moléculas
corresponde também ao números de mols para cada substância, como segue:

Dessa forma, essa reação pode ser interpretada por meio da quantidade
de mol de cada molécula, da seguinte forma: 4 mols de ferro combinam-se
com 3 mols de O2 para formar 2 mols de óxido de ferro III. Em cálculos este-
quiométricos, diz-se que 4 mols de ferro são equivalentes a 2 mols de óxido
de ferro III, representado da seguinte maneira:

Essa expressão é lida como 4 mols de Fe são estequiometricamente equi-


valentes (≏) a 2 mols de Fe2O3 e 3 mols de O2 são equivalentes a 2 mols de
Fe2O3 (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005). Essa relação permite escrever
os seguintes fatores de conversão:
10 Estequiometria

A partir dessas relações de mol, podemos calcular a quantidade de uma


dada substância em uma reação química. Suponhamos que na reação química
de formação de óxido de ferro III, 5,8 mols de ferro reajam completamente
com O2 para formar óxido de ferro III. Qual seria a quantidade de óxido de
ferro III formada?
Para calcular a quantidade em mol de óxido de ferro III produzido, utiliza-se
o fator de conversão que tem ferro no denominador e escrevemos a seguinte
relação matemática:

Como podemos observar, os cálculos para descobrir a quantidade de mols


do produto formado quando alteramos a quantidade de mols de um reagente
é simples, basta utilizar o fator de conversão. Entretanto, se o balanceamento
da reação química não estiver correto, o cálculo também estará errado.
Para calcular a quantidade de massa em uma reação química, as relações
matemáticas não são tão simples. Vamos considerar que 8 g de ferro foram
utilizados e reagiram completamente para a formação de óxido de ferro III.
Qual será a massa de óxido de ferro III produzidos?
Para resolução dessa questão, vamos utilizar a relação molar da equação
balanceada para deduzir a relação entre ferro e óxido de ferro III. Vamos
inicialmente converter 8 g de Fe em mol de ferro. Para isso, vamos utilizar a
massa molar do ferro como fator de conversão e obtemos a seguinte relação
matemática:
Estequiometria 11

0,14 mol de ferro é equivalente a 8 g de ferro utilizados para reação. Agora


calculamos o número de mol produzidos de óxido de ferro III, utilizando mais
uma vez o fator de conversão que tem como denominador o ferro.

Agora que encontramos a quantidade de mol de óxido de ferro III produ-


zida a partir de 8 g de ferro, precisamos apenas converter a quantidade de
mol produzida de óxido de ferro III para gramas, utilizando a massa molar
da substância como fator de conversão:

159,68 g de Fe2O3
? gramas de Fe2O3 produzidos = 0,07 mol de Fe2O3 × 1 mol de Fe2O3 = 11,17 g de Fe2O3

Estas relações podem ser empregadas para trabalhar com cálculos de quan-
tidades de mols ou gramas para substância O2, e são empregáveis em outras
reações químicas. A sequência de passos na conversão pode ser resumida
conforme consta na Figura 2.

Gramas de Mols de Mols de Gramas de


reagente reagente produto produto

Figura 2. Sequência de conversão para cálculo de quantidade de reagentes ou produtos


em uma reação química.
Fonte: Adaptada de Brown, Lemay e Bursten (2005, p. 87).

O resumo do procedimento geral utilizado para se calcular as quantidades


de substâncias consumidas ou produzidas em reações, começando pelo número
de gramas, pode ser representado conforme mostra a Figura 3.
12 Estequiometria

Dados: Encontrar:

Gramas da Gramas da
substância A substância B

Utilize massa Utilize massa


molar de A molar de B

Quantidade Use coeficientes da A e Quantidade de


de matéria da B a partir da equação matéria da
substância A balanceada substância B

Figura 3. Esquema utilizado para calcular o número de gramas de um reagente consumido


ou de um produto formado em uma reação.
Fonte: Adaptada de Brown, Lemay e Bursten (2005, p. 87).

Para relacionar o balanceamento das reações químicas e os cálculos de


quantidade de reagentes, vamos desenvolver os conhecimentos abordados
em um exemplo.

A reação de combustão do butano (C4H10) — um dos gases que compõe o gás de


cozinha e os isqueiros descartáveis — ocorre por meio da reação química representada
pela seguinte equação química:

C4H10(g) + O2 → CO2(g) + H2O(g)

Vamos balancear a equação química a fim de acertar os coeficientes estequiomé-


tricos para que os reagentes tenham o mesmo número de átomos que os produtos;
posteriormente, a partir da equação já balanceada, vamos calcular a massa de dióxido
de carbono produzida quando 3 g de butano são queimados.

Resposta:
Iniciamos observando a quantidade de cada átomo presente nos reagentes e nos
produtos. Para os reagentes, há 4 carbonos, 10 hidrogênios e 2 oxigênios. Já nos
produtos, há 1 carbono, 3 oxigênios (2 O do CO2 e mais 1 O da H2O) e 2 hidrogênios.
Estequiometria 13

Vamos iniciar balanceando o número de átomos de carbono. Observe que, dentre os


átomos da reação, é o que está em menor quantidade. Entretanto, qualquer número
atribuído ao coeficiente da substância que é composta por carbono será utilizado
para multiplicar os índices de cada átomo. Assim, para essa reação vamos colocar
o coeficiente 2 para a molécula de butano, que passará a ter 8 carbonos (2 · 4 = 8).
Para que tenhamos o mesmo número de carbono na molécula de butano e dióxido
de carbono, vamos colocar o coeficiente 8 na molécula de dióxido de carbono, pois
como temos apenas 1 carbono, é a única possibilidade existente para que o número
de carbono permaneça igual em reagentes e produtos. Assim, tem-se:

2 C4H10(g) + O2 → 8 CO2(g) + H2O(g)

Com os coeficientes estequiométricos utilizados na equação, os carbonos estão


proporcionais, entretanto, temos, nos reagentes, 20 hidrogênios (2 · 10 = 20) e, nos
produtos, 2 hidrogênios. Precisamos deixá-los também proporcionais. Vamos igualar
o número de hidrogênios dos produtos para com os 20 hidrogênios dos reagentes.
Para isso, vamos colocar o 10 como coeficiente, pois multiplicando o coeficiente 10
pelo índice do átomo de hidrogênio, teremos 20 hidrogênios (10 · 2 = 20), deixando
ambos os lados proporcionais de hidrogênio.

2 C4H10(g) + O2 → 8 CO2(g) + 10 H2O(g)

Agora restou apenas balancear os átomos de oxigênio. Temos nos reagentes 2


oxigênios e, para os produtos, temos 26 oxigênios (8 · 2 = 16 de CO2 e mais 10 ·1 =
10 da H2O). Como temos apenas o O2 dos reagentes que ainda não têm coeficiente,
vamos atribuir a ele o coeficiente, pois assim a quantidade de nenhum outro átomo
será alterada, apenas o oxigênio dos reagentes. Assim, atribuindo o coeficiente 13 ao
oxigênio dos reagentes, vamos ter a mesma quantidade nos dois lados da equação,
ou seja, 26.

2 C4H10(g) + 13 O2 → 8 CO2(g) + 10 H2O(g)

A equação química está balanceada com 8 carbonos, 20 hidrogênios e 26 oxigênios


para reagentes e produtos. Com a equação balanceada, podemos calcular a massa de
dióxido de carbono produzida quando 3 g de butano são queimados.
A partir dos coeficientes da equação, podemos observar que a quantidade de
butano está relacionada com a quantidade de dióxido de carbono produzida: 2 mols
de butano e 8 mols de dióxido de carbono. Entretanto, no intuito de usar essa relação,
devemos usar a massa molar de butano para converter gramas de butano em mol de
butano. Uma vez que 1 mol de butano tem 58,0 g de butano, temos:
14 Estequiometria

Utiliza-se agora o fator estequiométrico a partir da equação balanceada, 2 mols de


butano ≏ 8 mols de dióxido de carbono, para calcular mols de dióxido de carbono:

Por fim, podemos calcular a massa de dióxido de carbono, em gramas, utilizando


a massa molar de dióxido de carbono, que corresponde a 44,0 g por mol de dióxido
de carbono.

Assim, a massa de dióxido de carbono produzida quando 3 g de butano são quei-


mados é de 8,98 g de dióxido de carbono.

Quantidade de produtos em reações químicas com


reagente limitante
As experiências realizadas em laboratório não ocorrem de maneira perfeita
e geralmente há a presença de um reagente além do necessário, ou seja, está
em excesso e outro em menor quantidade que o necessário para consumir o
reagente em excesso. Nas reações químicas em que os reagentes não apresentam
quantidades ideais para serem totalmente transformados em produtos, um
dos reagentes ficará por reagir. O reagente consumido em primeiro lugar é
designado por reagente limitante, visto que a quantidade máxima do produto
formado depende da quantidade inicial desse reagente. Quando todo esse
reagente é consumido, não se pode mais formar produtos. Já os reagentes em
excesso são os reagentes presentes em quantidades superiores às necessá-
rias para reagir com a quantidade de reagente limitante existente (CHANG;
GOLDSBY, 2013).
Para esclarecer melhor, vamos utilizar a reação de oxidação do monóxido
de carbono a dióxido de carbono. A reação química da oxidação de monóxido
de carbono está representada pela equação química a seguir:

2 CO(g) + O2(g) → 2 CO2(g)


Estequiometria 15

Vamos supor que estão reagindo 4 moléculas de monóxido de carbono e


3 moléculas de O2, como representado na Figura 4.

Figura 4. Representação da reação química de oxidação do óxido de carbono.


Fonte: Adaptado de Dmitry Guzhanin/Shutterstock.com; ldambies/Shutterstock.com; Brown, Lemay
e Bursten (2005, p. 110).

As 4 moléculas de monóxido de carbono necessitam de somente duas


moléculas de O2 para reagir e formar 4 moléculas de dióxido de carbono e 1
molécula de O2. Isso significa que 1 molécula de O2 permanece sem reagir ao
final da reação. Dessa forma, o monóxido de carbono é o reagente limitante e
o O2 é o regente que está em excesso (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005).
A relação entre reagente limitante e reagente em excesso pode ser calculada
e é a partir dessa quantificação que descobrimos quem é o reagente limitante
da reação química. Vamos continuar trabalhando com a reação de oxidação
do monóxido de carbono. Supondo que 3 mols de CO sejam colocados para
reagir com 7 mols de O2. Será que essa proporção de reagentes está na rela-
ção estequiométrica correta, ou um dos reagentes é limitante na reação? Em
outras palavras, um deles está em falta e limitará a quantidade de dióxido de
carbono produzido?
O modo de determinar qual dos dois reagentes é o reagente limitante se
baseia no cálculo do número de mols de monóxido de carbono e O2 que reagirão
e quanto de dióxido de carbono será obtido a partir das quantidades iniciais
de monóxido de carbono e oxigênio e O2. Vamos ao cálculo:

2 CO(g) + O2(g) → 2 CO2(g)


16 Estequiometria

Essas são as quantidades de dióxido de carbono que foram formados com


a reação de cada reagente. Da definição de reagente limitante, sabemos que
apenas este dará origem a uma quantidade menor de produto. Assim, como
a quantidade de 3 mols de monóxido de carbono utilizados na reação produz
menor quantidade de dióxido de carbono, ele é o reagente limitante da reação
e o O2 é o reagente e em excesso. Para que essa reação consumisse todo o O2
disponível, seria necessário adicionar mais reagente monóxido de carbono.
Além da possibilidade de descobrir quem é o reagente limitante e o reagente
em excesso pelo número de mol, pode-se calcular a quantidade pela massa
utilizada de cada reagente. Esses cálculos são realizados utilizando o mesmo
raciocínio para calcular a quantidade de reagentes e produtos em uma reação
química. Entretanto, vamos exemplificar utilizando uma maneira semelhante
para que o conhecimento seja sistematizado.

A reação térmica que produz o ferro metálico e o óxido de alumínio (Al2O3) ocorre a
partir da reação de pó de alumínio (Al) e óxido de ferro III. A equação química que
representa a reação é a seguinte:

Fe2O3(s) + 2 Al(s) → 2 Fe(s) + Al2O3(s)

Quando é utilizada uma mistura de 100 g de cada reagente, qual é o reagente


limitante? E que massa de ferro pode ser produzida?
Iniciamos a resolução do problema buscando identificar qual dos reagentes é li-
mitante. Para isso, vamos calcular a quantidade de mol que está reagindo a partir da
massa de cada reagente.
1 mol de Al
Mol de Al = 100 g de Al × 26,98 g de Al
= 3,70 mol de Al

1 mol de Fe2O3
Mol de Fe2O3 = 100 g de Fe2O3 × 159,7 g de Fe2O3
= 0,62 mol de Fe2O3

Agora que obtemos a quantidade de mols dos reagentes, vamos encontrar o reagente
limitante comparando a razão encontrada por meio das massas utilizadas com a razão
que a equação química apresenta de 2 mols de alumínio dividido por 1 mol de óxido
Estequiometria 17

de ferro III. Se a relação for menor do que 2 mols de alumínio para 1 de óxido de ferro
III, o alumínio é o reagente limitante. Se for maior do que 2/1, então o óxido de ferro
III é o reagente limitante. Vamos aos cálculos de relação:

Mol de Al encontrado 3,70 mol Al 5,97 mol Al


= =
mol de Fe2O3 encontrada 0,62 mol Fe2O3 1,00 mol de Fe2O3

A relação mol de alumínio/mol de óxido de ferro III é muito maior que 2/1. Isso quer
dizer que o reagente limitante é o óxido de ferro III, pois tem-se 5,97 mols de alumínio,
muito mais que os 2 mols necessários, sendo este o reagente em excesso. Já o óxido
de ferro III tem na razão 1 mol e quando este for consumido, a reação para e ocorre a
sobra de alumínio que não reagiu.
Sabendo que o reagente limitante é o óxido de ferro III, podemos calcular a massa de
ferro produzida. Para isso, vamos utilizar a quantidade de reagente limitante e encontrar
primeiro a quantidade de mol produzido a partir da equação balanceada, como segue:
2 mol de Fe
Mol de Fe produzido = 0,62 mol de Fe2O3 × 1 mol de Fe2O3
= 1,24 mol de Fe produzidos

Agora basta converter para gramas o número de mol de ferro produzido utilizando
a massa molar do composto ferro:
55,85 g de Fe
g de Fe produzidos = 1,24 mol de Fe produzidos × 1 mol de Fe = 69,25 g de Fe produzidos

Relação existente entre os números de mol, a


massa (gramas) e o volume na quantidade de
reagentes e produtos de uma reação química
Em uma equação química, os coeficientes estequiométricos estão relacionados
com a quantidade em mol das substâncias envolvidas. Sabendo-se que, numa
dada reação química, as quantidades de reagentes e produtos apresentam entre
si uma proporção constante, e conhecendo essa proporção, torna-se possível
avaliar a quantidade desconhecida de uma das substâncias participantes da
reação, envolvendo relações de mol, massa e volume, como foi estudado
anteriormente (ATKINS; JONES, 2011).
As unidades de medida mol, massa e volume têm relações em cálculos
estequiométrico e podem ser equivalentes, ou seja, pode-se transformar quan-
tidade de matéria mol em gramas de matéria e também em volume.
O mol é a quantidade de matéria (gramas) que contém as sustâncias em
tamanho normal, sejam átomos, moléculas ou íons. Em diferentes substâncias
teremos diferentes massas em gramas. A massa em gramas de 1 mol de certa
18 Estequiometria

substância (isto é, a massa em gramas por mol) é chamada de massa molar. A


massa molar (em g/mol) de uma substância é sempre numericamente igual a
sua massa molecular (em u), pois é a média dos isótopos de cada elemento que
é expressa na tabela periódica junto com o símbolo do elemento (ATKINS;
JONES, 2011).
O elemento oxigênio, ou um átomo de oxigênio, por exemplo, tem a massa
molar de 15,999 g/mol, ou, arredondando, 16 g/mol. Já a molécula de O2 tem
32 g/mol. Ainda, o cloreto de sódio tem massa molar de 58,43 g/mol. Esse
valor é obtido a partir da soma da massa molar de todos os elementos que
compõem a substância (Na = 22,98 g/mol + Cl = 35,45 g/mol = 58,43). Caso
a substância apresente um número denominador como na molécula de água, a
massa molar do hidrogênio deve ser multiplicada por 2, pois são dois átomos
de hidrogênios para 1 oxigênio, resultando na massa molar de 18,0 g/mol (H
= 1,0 x 2 = 2,0 + O = 16,0 = 18 g/mol). Esse mesmo raciocínio serve para
a molécula de O2. Isso mostra a importância de se escrever corretamente a
fórmula química de uma substância.
Podemos fazer a seguinte relação entre mol e gramas de substâncias:

1 mol de molécula de nitrogênio (N2) tem 28 g em massa (quantidade de matéria).


2 mols de molécula de nitrogênio (2 N2) têm 56 g em massa (quantidade de matéria).
1 mol de cloreto de bário (BaCl2) tem 208,2 g em massa (quantidade de matéria).
3 mols de cloreto de bário (3 BaCl2) tem 624,6 g em massa (quantidade de matéria).

Para conversão de mol para gramas, podemos utilizar uma fórmula:

m
n=
MM

Onde:
n = número de mol (quantidade de matéria)
m = massa em gramas
MM = massa molar (g/mol)
Vamos utilizar um exemplo simples pra converter gramas em mol ou vice-
-versa. Quantos gramas existem em 2 mols de bicarbonato de sódio (NaHCO3)
e quantos mols existem em 5 g de bicarbonato de sódio?
Aplicando a fórmula:
Estequiometria 19

x g de NaHCO3
2 mol de NaHCO3 = g = 168,02 g de NaHCO3
84,0,1 de NaHCO3
mol
5 g de NaHCO3
x mol de NaHCO3 = g = 0,06 mol de NaHCO3
84,0,1 de NaHCO3
mol

Existem 168,02 g em 2 mols de bicarbonato de sódio e 0,06 mol em 5 g


de bicarbonato de sódio.
Além das relações entre mol e massa (g), podemos fazer a relação com
o volume das substâncias. Quando é feita a relação entre mol de substância
e volume, utiliza-se para a conversão o valor de 22,4 L, que corresponde ao
volume ocupado por 1 mol de substância, chamado de volume molar. Esse valor
é derivado da equação de estado dos gases perfeitos e consideradas as condições
normais de temperatura e pressão (CNTP). Isso quer dizer pressão de 1 atm e
temperatura de 0°C ou 273 K (kelvin) (BROWN; LEMAY; BURSTEN, 2005).
A relação para o volume é utilizada, principalmente, quando nos reagentes
ou nos produtos da reação química há a presença de uma substância gasosa,
ou seja, quando se deseja saber qual o volume ocupado por uma determinada
substância gasosa.
Vamos utilizar um exemplo para conversão de mol para volume molar, ou
para volume de substância. Qual o volume ocupado por 1 mol de dióxido de
carbono? Para resolver essa questão, basta fazer uma relação direta. Se 1 mol
de substância corresponde a 22,4 L, 1 mol de dióxido de carbono vai ocupar
22,4 L. Assim como 2 mols ocupam o dobro do volume (44,8 L).
Para a conversão de massa de substância para volume, o raciocínio é seme-
lhante, apenas precisamos inicialmente transformar a quantidade em grama
para mol e depois converter para volume. Vamos observar essas relações no
exemplo a seguir: qual o volume ocupado por 9 g de gás oxigênio (O2)?
Iniciamos calculando a quantidade de mol que 9 g de O2 representam:

9 g de O2
mol de O2 = g = 0,562 mol de O2
16 mol de O2

Sabemos que 9 g correspondem a 0,562 mol de O2. Para obter o volume


que essa quantidade de mol ocupa, multiplicamos o valor de 0,562 mol por
22,4 L. Essa relação pode ser feita por uma regra de três:
20 Estequiometria

1 mol de O2 — 22,4 L
0,562 mol de O2 — x L
x = 12,58 L

Desta forma, 0,562 mol de O2 ocupam o volume de 12,58 L. Essa relação é


proporcional ao número de mol de O2, pois a quantidade é aproximadamente
metade de 1 mol, logo, o volume também será.
Para que essas relações fiquem mais claras, vamos , por meio de alguns
exemplos de cálculos estequiométricos, encontrar quantidades desconhecidas
de reagentes ou produtos em reações químicas, buscando fazer a relações entre
as unidades de medida mol, massa e volume.

Massa x massa
A reação de obtenção do dióxido de enxofre (SO2) ocorre a partir da interação
entre enxofre (S) e O2. Industrialmente, sabe-se que 32 g de S reagem comple-
tamente com 32 g de oxigênio para formar 64 g de dióxido de enxofre. Vamos
calcular qual a massa de S que reage com 0,97 g de oxigênio.

0,97 g de O2
gramas de S = 32 g de S × 32 g de O2
= 0,97 g de S

Este cálculo também pode ser realizado utilizando uma regra de três simples:

x = 0,97 g de S → esta é a massa de enxofre que vai reagir com 0,97 g de


O2 e vai produzir 1,94 g de dióxido de enxofre.
Estequiometria 21

Mol x mol
Vamos calcular quantos mols de ácido sulfúrico (H2SO4) serão necessários
para reagir com 18 mols de hidróxido de sódio (NaOH) para formar sulfato
de sódio (Na2SO4) e água.

18 mol de NaOH
Mol de H2SO4 = 1 mol de H2SO4 × 2 mol de NaOH = 9 mol de H2SO4

Pela regra de três:

x = 9 mols de H2SO4 → esta é a quantidade de mol ácido sulfúrico que vai


reagir com 18 mols de O2.

Massa x mol
Calcular a massa de dióxido de carbono necessária para reagir com 4 mol de
óxido de cálcio (CaO). Massas molares: CaO = 56 g/mol; CO2 = 44 g/mol;
CaCO3 = 100 g/mol.

4 mol de CaO
Gramas de CO2 = 44 g de CO2 × 1 mol de CO2 = 176 g de CO2

Pela regra de três:


22 Estequiometria

x = 176 g de CO2 → esta é a quantidade em gramas de dióxido de carbono


que vai reagir com 4 mols de CaO.

Massa x massa
Calcular a massa de óxido de cálcio necessária para neutralizar completamente
9,8 g de ácido sulfúrico. Massas molares: CaO = 56 g/mol; H2SO4 = 98 g/mol.

98 g de H2SO4
Gramas de CaO = 98 g de CaO × 9,8 g de H2SO4
= 5,6 g de CaO

Pela regra de três:

x = 5,6 g de CaO → esta é a quantidade em gramas de óxido de cálcio que


vai reagir com 9,8 g de ácido sulfúrico.

Massa x volume
Qual o volume de gás carbônico nas CNTPs produzido pela decomposição
de 250 g de carbonato de cálcio (CaCO3)? Massa molar: CaCO3 = 100g /mol;
volume molar em CNTP = 22,4 L. Nas CNTPs, 1 mol de substância ocupa o
volume de 22,4 L. Assim, podemos fazer o cálculo de volume de dióxido de
carbono fazendo a seguinte relação:
Estequiometria 23

x = 56 L de CO2 → esta é a quantidade em volume de dióxido de carbono


que será produzido na decomposição.
A resolução de exercícios envolvendo cálculos estequiométricos depende
do domínio dos conceitos utilizados, da compreensão do enunciado e da
organização dos dados fornecidos pelo problema. Ainda, cada questão requer
relações diferentes entre os dados. Assim, quanto mais exercícios você resol-
ver, mais situações e relações você vai aprender e poderá colocar em prática.

Neste link, você encontra uma ferramenta on-line que pode auxiliar na correção de
exercícios de balanceamento de equações químicas. Após você resolver o exercício,
pode fazer o balanceamento das reações on-line e comparar se está correta a maneira
como você resolveu:

https://goo.gl/vYFrqG

As reações de oxirredução não têm o mesmo raciocínio para o balanceamento


das equações químicas. Neste link, você vai poder conhecer a forma de realizar o
balanceamento de uma reação de oxirredução:

https://goo.gl/kojKoT

ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio


ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9. ed. Rio de
Janeiro: Pearson, 2005.
CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
JESPERSEN, N. D.; BRADY, J. E.; HYSLOP, A. Química: a natureza molecular da matéria. 7.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. v. 1.
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M. Química geral e reações químicas. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2005.
24 Estequiometria

Leituras recomendadas
SILVA, E. L.; BARP, E. Química geral e inorgânica: princípios básicos, estudo da matéria e
estequiometria. São Paulo: Érica, 2014.
VALIM, P. Balanceamento de equações químicas por oxirredução. 2014. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=1G1tt4ku50I>. Acesso em: 09 out. 2018.
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