Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tatiana Parenti
Tabelas de frequência
simples
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai entender como organizar os dados quantitativos
em uma tabela de frequência simples. Com essa organização, tornam-se
adequadas e facilitadas a análise e a interpretação dos resultados de uma
investigação.
Construindo tabelas
A construção de tabelas de agrupamento simples auxilia no entendimento
de dados, facilitando a visualização e a compreensão rápida da informação.
Vejamos, por meio de um exemplo, como construir esse tipo de tabela.
Suponhamos que um grupo de pesquisadores entrevistou 47 pacientes, com
idades entre 40 e 50 anos. Os dados estão listados na Tabela 1.
Paciente Idade
1 41
2 43
3 50
4 49
5 46
6 43
7 44
8 50
9 49
10 48
11 46
12 45
13 47
14 48
15 41
16 40
17 41
18 45
19 46
20 43
21 50
22 49
23 46
24 47
25 45
26 42
(Continua)
(Continuação)
Paciente Idade
27 40
28 41
29 49
30 47
31 40
32 45
33 46
34 49
35 50
36 41
37 43
38 45
39 44
40 44
41 47
42 50
43 44
44 47
45 48
46 50
47 41
3 ÷ 47 × 100 = 6,382
x f F fr %
40 3 3 6,382
41 6 9 12,765
42 1 10 0,47
43 4 14 8,510
44 4 18 8,510
45 5 23 10,638
46 5 28 10,638
47 5 33 10,638
48 3 36 6,382
49 5 41 10,638
50 6 47 12,765
47
https://goo.gl/KFt4o
Descrevendo tabelas
É importante destacar que uma tabela sozinha não nos diz muita coisa, por
isso é importante que ela seja acompanhada de informações que servirão
para identificar qual a fonte dos dados e para que eles servirão. Assim, toda
tabela deve ter:
Análise de informações
Uma tabela bem construída pode fornecer dados e informações que não estão
sempre explícitos no texto. As tabelas podem gerar questionamentos e desen-
cadear pesquisas e investigações que vão além da informação explicitada ali.
Vejamos alguns exemplos:
A Tabela 3 se refere ao número de nascidos vivos e aos óbitos neonatais
precoces e fetais em 8 estados do Brasil em 2002. Além dos dados numéricos
diretos que se relacionam com os registros do SINASC e do IBGE, poderíamos
nos perguntar: Qual é a proporção entre nascidos vivos e óbitos (neonatais e
fetais) em cada estado? Em que estado essa proporção é maior? Em que estado
essa proporção é menor? O que diferencia a saúde em um e outro estado? Qual
é a relação entre o número de nascidos vivos e o tamanho da população de
cada estado? Os nascimentos estão provocando aumento real da população?
As causas dos óbitos são investigadas? Além destas, há tantas outras questões
que poderiam surgir daqui.
Tabela 3. Número de nascidos vivos, óbtos neonatais precoces e fetais com notificação
no SINASC e no SIM e Registro Civil (IBGE) em oito UFs, 2002.
Espírito 55.076 49.060 10,92 495 418 18,42 724 732 - 1,09
Santo
Rio de 232.232 203.895 12,20 2.256 2.028 11,24 3.316 3.455 - 4,02
Janeiro
São Paulo 623.302 592.264 4,,98 4.884 4.784 2,09 7.244 7.301 - 0,78
Paraná 165.125 153.078 7,30 1.469 1.392 5,53 1.893 1.974 - 4,10
Santa 85.730 80.137 6,52 687 622 10,45 709 730 - 2,88
Catarina
Rio Grande 155.261 139.803 9,96 1.083 1.013 6,91 1.627 1.543 5,44
do Sul
Mato 39.933 34.807 12,84 410 328 25,00 561 543 3,31
Grosso
do Sul
Distrito 45.799 42.066 8,15 316 284 11,27 474 588 - 19,39
Federal
Total 1.402.458 1.295.110 7,65 11.600 10.451 10,99 16.548 16.866 - 1,89
Bioestatistica_LIVRO.indb 72
Tabela 4. Proporção de utilização do SUS segundo internação nos últimos 12 meses e quais tipos de atendimento e de serviços foram mais utilizados nas
últimas 2 semanas por regiões do país. Brasil, PNAD, 2008.
Região
e tipo de serviço
% IC95% % IC95% % IC95% % IC95% % IC95%
Internação nos últimos 12 meses 78 75,6-81,1 82,1 80,7-83,3 65,0 62,9-67,0 58,6 57,0-60,2 65,0 62,5-67,4
Consultas médicas 72,8 70,3-75,2 73,8 72,4-75,2 62,4 60,1-64,6 54,3 70,3-75,2 59,3 57,4-61,3
Consultas odontológicas 34,3 28,0-41,2 46,4 43,1-49,7 24,5 20,9-28,9 21,7 28,0-41,2 25,3 22,2-28,8
Vacinação e atendimento de 88,9 84,2-92,2 91,8 88,8-94,1 90,0 83,7-94,1 81,2 84,2-92,2 82,2 75,2-87,5
enfermagem*
Exames 70,0 61,8-77,0 65,4 61,3-69,2 62,4 54,7-69,6 50,5 61,8-77,0 57,1 51,1-62,9
Outros profissionais 68,3 59,6-75,9 55,8 48,7-62,6 45,3 35,1-55,9 47,7 59,6-75,9 45,1 35,2-55,5
Tipo de serviço
13/03/2018 09:16:36
Tabelas de frequência simples 73
Confira a seguir informações acerca da saúde no Brasil, por meio de dados estatísticos:
https://goo.gl/GipEmv
https://goo.gl/4SBD7I
Tabela 5. Número mensal de novos casos de dengue entre moradores de Campinas (1998-2015, casos autóctones e importados).
Bioestatistica_LIVRO.indb 74
Casos de dengue confirmados por mês em moradores de Campinas
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
1998 237 331 562 187 32 11 6 4 7 7 5 8 1.397
1999 7 12 27 49 8 3 1 3 3 4 117
Tabelas de frequência simples
2000 6 11 21 15 8 4 4 3 2 2 5 81
2001 32 38 160 223 136 21 13 10 2 2 5 86 728
2002 224 364 348 266 156 50 8 9 6 4 7 22 1.464
2003 90 91 125 76 28 7 2 1 3 423
2004 9 8 6 3 1 3 30
2005 5 7 8 38 29 17 8 2 2 3 119
2006 8 24 187 292 129 31 7 16 10 17 10 11 742
13/03/2018 09:16:37
Tabelas de frequência simples 75
Leituras recomendadas
CALLEGARI-JACQUES, S. M. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre: Artmed,
2007.
GUIMARÃES, L. Como calcular porcentagem. G1, São Paulo, 19 jan. 2012. Disponível
em: <http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2012/01/como-calcular-
porcentagem.html>. Acesso em: 16 ago. 2017.