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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
I. QUEIMADURAS
a) Causadas pelo calor - cubra com gaze esterilizada, umedecida com solução aquosa de bicarbonato
de sódio 5%. Consulte um médico.
b) Causadas por ácidos - lave imediatamente a região com bastante água durante pelo menos 5
minutos. Consulte um médico.
c) Causadas por bases – lave imediatamente a região com bastante água durante pelo menos 5
minutos. Consulte um médico.
II. ÁCIDOS NOS OLHOS – Lave com bastante água durante pelo menos 15 minutos e consulte um
médico.
III. BASES NOS OLHOS – Lave com bastante água durante pelo menos 15 minutos e consulte um
médico.
IV. INTOXICAÇÃO POR GASES – Remova a vítima para um ambiente arejado e a deixe descansar. Em
caso de asfixia faça respiração artificial.
1.3 – REAGENTES
Devem satisfazer a critérios de pureza mais ou menos rigorosos. Em grau de pureza
decrescente, temos a seguinte classificação: Padrões Primários, Reagentes PA, Reagentes segundo a
Farmacopéia e Reagentes Técnicos ou Comerciais.
a) Padrões Primários
São um pequeno número de substâncias que têm um grau de pureza de 99,95%, e que são utilizadas
em trabalhos de pesquisa. São fornecidos por organizações oficiais de certos países, tais como o
National Bureau of Standards dos Estados Unidos. Soluções preparadas a partir de padrões primários
não necessitam de posterior padronização, ou seja, desde que tomadas as devidas precauções
operacionais, sua concentração não precisa ser corrigida.
b) Reagentes PA ou Pró-Análise
São aqueles empregados nas análises comuns. Trazem no rótulo um certificado de análise com as
impurezas máximas que podem conter. Aqueles de melhor qualidade trazem os termos ACS Reagente,
isto é a garantia de que o fabricante segue as especificações da Americam Chemical Society , e que
realizou os testes de pureza recomendados por esta entidade. Os bons reagentes têm um selo plástico
de garantia que vem junto à tampa e que não pode ser violado. As principais marcas são Merck, Baker e
Carlo Erba. Ao lidar com estes reagentes deve-se tomar certas precauções:como:
- antes de abrir a tampa, livrá-la do pó;
- manter o frasco bem fechado para evitar a absorção de CO2 e água da atmosfera;
- introduzir nos frascos somente espátulas limpas.
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A. Água Destilada
Obtida por destilação simples, é livre de compostos não voláteis, tais como sais e matéria orgânica.
Pode conter compostos voláteis e condensáveis como o CO2, NH3, já existentes na água naturalmente
ou gerados pelo aquecimento da mesma.
B. Água Bidestilada
É a água destilada duas vezes, utilizada para certos fins, como por exemplo diluente de antibióticos. Esta
precaução é necessária porque a água destilada simples contém alguns sais, arrastados pelo vapor e
provenientes do cobre da serpentina do destilador.
D. Água ultra-pura
É a água de extrema pureza, isenta de partículas, íons, substâncias orgânicas ou microorganismos. É
obtida pela passagem da água por sistemas de abrandamento (resinas trocadoras), seguidos de um
sistema de osmose reversa, filtros de resinas trocadoras para refinamento, leito de carvão ativo (para
remoção de contaminantes orgânicos) e filtro físico para remoção de partículas.
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A) Vidro
Há dois tipos: o vidro comum e o vidro pirex. O vidro comum ou cal soda é um silicato de sódio e cálcio
(Na2CaSiO4). Os frascos feitos com este vidro têm baixa resistência química, e transferem facilmente
elementos como sódio e sílica para as soluções nele contidas, alcalinizando-as. Seu coeficiente de
dilatação é alto, por isso não resistem ao aquecimento, partindo-se. O vidro comum amolece a 600ºC. O
vidro tipo pirex é um borossilicato de sódio e alumínio (Na4AlSiO4B2O3). Possui alta resistência térmica e
química devido aos teores de sílica (90%) e de óxido de boro (2 a 3%). Tem baixo coeficiente de
expansão e por isso resiste bem ao aquecimento, mas não às mudanças bruscas de temperatura. O
vidro tipo pirex amolece a 820ºC.
C) Porcelana
A porcelana se obtém fundindo caolim com feldspato e sílica. O caolim é um silicato de alumínio e
potássio. Após a moldagem, a massa é fundida uma primeira vez em formas e a seguir recebe na
superfície uma aplicação de silicatos, facilmente removíveis. As peças vão ao forno novamente e o
silicato superficial é fundido ao material conferindo-lhe um aspecto vitrificado, que elimina a porosidade e
o torna mais resistente quimicamente, tendo, portanto, maior resistência ao ataque alcalino do que o
vidro. Com a porcelana fazem-se cápsulas, ideais para evaporações e cadinhos utilizados para fusões,
pois resistem à temperaturas de 1200ºC sem perda de peso, mas são atacados pelas substâncias
alcalinas.
D) Platina
A platina é um material mais caro que o ouro, funde a 1770ºC, é resistente a maioria dos reagentes,
inclusive às substâncias alcalinas. Devido ao seu alto custo não se deve colocar qualquer tipo de
substância em recipientes feitos deste material, pois pode haver liberação de halogênios ou carbono que
destroem a platina. Os cadinhos de platina não devem ser colocados na chama redutora devido à
presença de carbono. Deve-se evitar também a presença de ferro, pois este forma ligas com a platina,
que perde assim suas qualidades. O material de platina deve ser limpo por fervura em HCl diluído.
F) Plástico
São usados o polietileno (C2H4) e o teflon (C2F4). Ambos têm boa resistência química e mecânica. O
teflon tem, porém, boa resistência térmica, resistindo a 300ºC. O polietileno é atacado pelos
hidrocarbonetos e pelo sulfeto de carbono. Também é atacado pelos agentes oxidantes: HNO3
concentrado e HClO3.
G) Borracha
Existe a borracha natural e a borracha sintética. Em geral, ambas suportam no máximo 55ºC. São
sensíveis aos hidrocarbonetos, gorduras e ácidos. Entretanto a NEOPREM (policloropreno), uma
borracha da DUPONT, resiste bem a gorduras e solventes. Existe também a borracha de silicone, muito
resistente ao calor e aos reagentes.
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
Funil de Separação
Placa de Petri
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Balão de Destilação
Cadinhos
Usadas
das para retirar drogas sólidas de frascos,
material sólido de papéis de filtro etc. Espátulas
metálicas são muito usadas, mas as de porcelana
apresentam a vantagem de maior resistência ao
ataque químico.
Espátulas
Funil de Büchner
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Triângulo
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
Pinça de madeira
Estufa
Centrífuga
Manta de aquecimento
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2 – OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO
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1°PROCEDIMENTO:
1) Coloque 100 mL de água destilada em um béquer.
2) Transfira esse volume para o erlenmeyer, com o auxílio de um bastão de vidro.
3) Verifique o volume e anote.
4) Transfira esse volume para a proveta.
5) Verifique o volume e anote.
6) Coloque os aparelhos em ordem crescente de precisão.
Responda:
a) Considerando os três aparelhos usados, qual aparelho é o mais preciso?
b) Qual o volume de água que pode ser considerado mais correto foi utilizado neste experimento?
Leitura de volumes
2°PROCEDIMENTO:
1) Adicione 100 mL de água em uma proveta.
2) Transfira esse volume para um balão volumétrico de 100 mL.
3) Compare as leituras de volume e anote.
Pipetagem
Para realizar essa operação existem dois tipos de pipetas:
b) Pipetas volumétricas: tem alta precisão e são calibradas para transferir um único volume de
líquido,, ou seja, possuem um único traço de referência correspondente à sua capacidade. Por
exemplo, uma pipeta volumétrica de 10 mL mede e transfere somente 10 mL, mas com precisão
superior a uma pipeta graduada de mesmo volume.
Procedimento de pipetagem:
Para encher a pipeta (graduada ou volumétrica) é necessário remover o ar dentro dela através de
sucção. Não é recomendável fazer isto com a boca, pois além de perigoso,, é anti-higiênico. Deve-se
SEMPRE utilizar um pipetador, dos quais o mais simples é a pêra de borracha ou pêra de sucção,
sucç
mostrada na figura.
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
A figura a seguir mostra resumidamente as etapas descritas, porém com ajuste manual de volume.
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Observações:
a) O ajuste de volume pode ser manual. Neste caso, após a sucção do líquido, a pêra deve ser removida
e a extremidade superior da pipeta deve ser vedada com o dedo indicador;
b) De acordo com a Norma BS 5898, as pipetas devem ter um anel colorido de código no tubo de sucção
para identificar sua capacidade.
C) Medidas de volume tem menor precisão do que medidas de peso, pois enquanto esta última possui
precisão até a quarta casa decimal, a primeira é precisa no máximo até a segunda casa decimal.
3º PROCEDIMENTO:
1) Pipetar com pipeta graduada de 1, 5 e 10 mL e pêra de sucção, as seguintes quantidades de água:
0,5mL, 1mL, 2mL, 5mL, 1,5mL, 2,7mL, 3,8mL e 4,5mL para um béquer.
2) Pipetar com pipetas volumétricas de 5, 10 e 20 mL e pêra de sucção, em fluxo contínuo e em gotas,
água para um béquer.
Transferência de Sólidos
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2.2 - PESAGEM
Embora chamada pesagem, é a medição de uma quantidade em unidades de massa. O peso de
um objeto é a força exercida sobre ele pela atração gravitacional da terra, que difere em distintos locais
do planeta. A massa é a quantidade de matéria da qual o objeto é composto e não varia com o local.
Quando as massas estão sendo medidas em uma mesma balança e no mesmo local, seu valor será
igual ao peso, pois estão submetidas à mesma aceleração da gravidade.
O equipamento usado para pesagem é chamado balança. A balança deve ser precisa, ou seja,
pesagens sucessivas de um mesmo objeto devem registrar o mesmo valor. A maioria das balanças
incorpora uma tara que permite a massa do recipiente seja “desprezada” e só se registre a massa do
reagente que está sendo pesado. Há uma grande variedade de balanças de laboratório, desde as mais
grosseiras até as de mais alta sensibilidade. É comum se encontrar, por exemplo, balanças de escala
tripla, para determinação de massas até centenas de gramas, com precisão de ± 0,1 g ou ± 0,01 g, e
balanças analíticas, para carga máxima de 160 g, com precisão de ± 0,0001 g, com até 5 casas
decimais.
Balanças Elétricas/Eletrônicas: são mais modernas, mais precisas e de manejo mais simples.
Geralmente tem escala digital, fornecendo o peso instantaneamente, sem necessidade de manipular
botões.
Calibração de balanças:
Calibrar significa deixar o equipamento em condições analíticas de acordo com seu projeto de
construção. O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento chamado certificado
ou relatório de calibração. Cada equipamento possui seu próprio roteiro de calibração, fornecido pelo
fabricante.
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O ponto zero de uma balança não é constante, ele pode mudar em função de variações na
temperatura, umidade, eletricidade estática e, por isso, deve ser verificado periodicamente.
Cuidados na pesagem:
♦ Nunca exceder a carga máxima da balança;
♦ Proteger a balança de choques, oscilações, poeira, corrosão e correntes de ar;
♦ Fazer a leitura com as laterais fechadas;
♦ Nunca tocar com as mãos os objetos a serem pesados. Utilizar papel ou pinça para não transferir
suor, gordura da pele, etc.;
♦ Efetuar as pesagens sempre à temperatura ambiente para evitar erros por absorção de umidade,
formação de correntes de convecção, etc.;
♦ Nunca colocar reagentes diretamente sobre o prato da balança. Usar pesa-filtro, vidro de relógio,
papel apropriado, etc. Sempre que acidentalmente cair algum reagente sobre o prato da balança, limpá-
lo imediatamente;
♦ Substâncias higroscópicas ou voláteis devem ser pesadas em frascos fechados;
1. Verifique se a balança está nivelada, observando se a esfera indicadora do nível encontra-se dentro
dos limites estabelecidos. Caso contrário, nivele a balança ajustando sua posição;
2. Acione o comando “ON” e aguarde aparecer “0,0000 g” no display;
3. Coloque o recipiente de pesagem sobre o prato da balança e aguarde a estabilização da leitura. O
valor mostrado corresponde ao peso do recipiente vazio e pode ser chamado de “tara” do recipiente;
4. Acione o comando “TARA” ou “ZERO” e aguarde aparecer “0,0000 g” no display. Este comando é
usado para desconsiderar o valor da tara do recipiente, portanto, as próximas leituras serão somente do
reagente;
5. Coloque cuidadosamente o material a ser pesado no recipiente até obter o valor desejado;
6. Retire o recipiente, limpe a balança e a bancada, feche e desligue a balança.
Obs.:
a) Nunca nivele a balança com a mesma ligada;
b) Não confunda “calibrar” com “nivelar” a balança. A calibração é um procedimento próprio de cada
balança, executado eventualmente; o nivelamento deve ser verificado e ajustado SEMPRE antes de se
executar uma pesagem;
c) Nem sempre será possível obter o valor exato desejado até a última casa decimal, pois a demora
durante a pesagem pode ser prejudicial, dependendo do reagente. Utilize o bom senso para decidir se o
valor obtido é próximo o suficiente do desejado;
PROCEDIMENTO:
1) Calibrar a balança conforme sua especificidade.
2) Pesar 2g de areia em vidro de relógio.
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2.3 - AQUECIMENTO
Muitas reações só se processam com a adição de calor ao sistema. No Laboratório Químico, o
aquecimento pode ser feito de várias maneiras, como através de: aquecedores elétricos (chapas, fornos,
mantas elétricas, etc), bico de gás, vapor d´água, banhos (de óleo, de água, de areia, etc), lâmpadas
incandescentes que emitem raios infravermelho, etc.
Os principais aquecedores elétricos são as chapas elétricas (com ou sem agitação magnética),
estufas e mantas elétricas. São aquecidos por resistência elétrica e podem acomodar somente um ou
vários recipientes.
Funcionamento:
• Para acendê-lo:
a) Abrir a chave geral de gás do laboratório;
b) Abrir o registro da bancada;
c) Acender o fósforo e com a outra mão abrir o registro do bico.
• Para apagá-lo:
a) Fechar o registro da bancada;
b) Fechar o registro do bico;
c) Fechar a chave geral do gás.
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Estudo da Chama:
• Chama luminosa:: obtida com as janelas (entradas de ar) fechadas. É amarela e fuliginosa
(combustão incompleta), pois o ar e o gás não se misturam no interior do tubo e sim no topo da chama,
resultando uma chama menos quente.
• Chama não-luminosa:: obtida com as janelas (entradas de ar) abertas. É azul e muito quente
(combustão completa), pois o ar e o gás se misturam no interior do tubo.
Zonas da Chama:
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São usados para aquecer substâncias de ponto de ebulição superior ao da água. Os líquidos
mais comumente empregados são a glicerina (ponto de ebulição de 220oC) e os óleos minerais (ponto
de ebulição variando entre 2500 e 3000C). Os banhos de óleo são usados quando o aquecimento é feito
até cerca de 2200C. A máxima temperatura alcançada para tais banhos irá depender do tipo de óleo
usado. A parafina medicinal pode ser empregada para temperaturas até 2200C. Para temperaturas até
cerca de 2500C recomenda-se o óleo de semente de algodão; é claro e não é viscoso. Os fluidos de
silicone são provavelmente os melhores líquidos para banhos de óleo, pois podem ser aquecidos até
2500C sem perda e escurecimento apreciáveis; são, no entanto, atualmente, muito caros para o uso
geral. Os banhos de óleo devem, sempre que possível, serem realizados em capela; deve-se colocar
sempre um termômetro no banho para evitar aquecimento excessivo. Os banhos de óleo são aquecidos,
geralmente, por um bico de gás ou uma resistência elétrica.
Observações:
a) Sempre usar placa cerâmica ou tela de amianto sobre o tripé para aquecer vidraria com um bico de
Bunsen. Ela distribuirá o calor de forma uniforme;
b) O aquecimento de qualquer líquido acima de seu ponto de ebulição, pode provocar superaquecimento
e mesmo explosão. Isto pode ser evitado adicionando-se ao líquido AINDA FRIO, pérolas de vidro,
pedaços de porcelana ou de vidro poroso. Sob aquecimento, esses materiais perdem uma pequena
quantidade de ar na forma de bolhas, assegurando uma ebulição uniforme.
1° PROCEDIMENTO:
1) Preencher um tubo de ensaio pela metade com água;
2) Com auxílio de uma pinça aquecer a água no bico de gás até a ebulição
mantendo o tubo inclinado cerca de 45º e com a boca direcionada para
espaço livre;
3) Observar a variação de temperatura nas diferentes zonas da chama.
2° PROCEDIMENTO:
1) Colocar 100mL de água destilada medidos em proveta, em um béquer
de 250mL e medir a temperatura da mesma;
2) Aquecer a água com auxílio do bico de gás controlando a variação da
temperatura por minuto até a ebulição;
3) Anotar os dados e desenhar um gráfico de temperatura x tempo;
4) Transferir com auxílio de tenaz e bastão a água quente para o
erlenmeyer e vice-versa.
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PROCEDIMENTO:
1) Preencher com álcool comum uma proveta de 250 mL;
2) Determinar a temperatura com o termômetro;
3) Introduzir o densímetro na proveta;
4) Aguardar a estabilidade e ler a densidade;
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Observações:
a) A fusão inicia-se com a primeira gota de líquido que surge no capilar e termina quando o último traço
de sólido desaparece. É extremamente importante que o aquecimento seja muito lento durante este
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processo (1ºC/min ou menos). O aquecimento muito rápido durante a fusão é a causa mais comum de
erros na determinação de pontos de fusão;
b) A amostra deverá estar livre de umidade, por secagem prévia em estufa;
c) É possível realizar este procedimento com pequenas modificações, usando um béquer para o banho
de glicerina no lugar do tubo de Thiele;
d) Para obtenção do PF com pouca amostra e grande precisão, existem diversos aparelhos específicos;
PROCEDIMENTO:
1) Coloque aproximadamente 80 mL de glicerina em
um béquer de 100 mL;
2) Utilizando um bico de Bunsen, feche uma das
extremidades de um tubo capilar com cerca de 1-2
mm de diâmetro por 6-7 cm de comprimento;
3) Coloque aproximadamente 1 mL de amostra (álcool
isopropílico, PE 8,3°C) no micro tubo de ensaio e
insira no mesmo o tubo capilar com a extremidade
aberta voltada para baixo;
4) Adapte o micro tubo de ensaio ao termômetro
usando uma anilha de borracha ou um elástico, de
maneira que a amostra fique na mesma altura do
bulbo do termômetro;
5) Prenda o termômetro na garra e mergulhe no
banho de glicerina submergindo toda a amostra, sem
tocar no fundo do béquer;
6) Marque o tempo e a temperatura e aqueça o
sistema, agitando o béquer ocasionalmente;
7) Com o aumento da temperatura se desprenderão
bolhas de ar na extremidade aberta do capilar;
8) Quando o escape se transformar numa corrente
contínua, retire o aquecimento, marque o tempo e a
temperatura e espere que as bolhas parem de sair e
que o líquido penetre dentro do tubo capilar;
9) Quando o líquido entrar no capilar, verifique o PE
no termômetro e pare de marcar o tempo;
10) Construa um gráfico temperatura x tempo.
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2.5 – FILTRAÇÃO
A filtração é a operação mais utilizada para a separação de sistemas bifásicos sólido-líquido. O
sistema sólido-líquido atravessa um material poroso (o meio filtrante) que retém as partículas sólidas,
deixando passar apenas a fase líquida. A filtração pode ser comum (qualitativa) ou analítica
(quantitativa), ambas promovidas pela força da gravidade, ou pode ser promovida por vácuo. O líquido
que passa pelo meio poroso é chamado FILTRADO e o sólido retido é chamado PRECIPITADO ou
RESÍDUO.
Meios filtrantes:
1. Papel filtro: são os meios filtrantes mais usados em laboratório; existem de vários tipos e tamanhos e
com diferentes porosidades. O tamanho da partícula a ser retida determina o tamanho de poro ideal.
- Papel filtro QUALITATIVO: usados para filtração comum ou qualitativa, deixam uma apreciável
quantidade de cinzas após a ignição, por isso não podem ser utilizados para análises quantitativas. São
usados para clarificar soluções, etc.
- Papel filtro QUANTITATIVO, DE BAIXA CINZA OU ISENTO DE CINZA: quando calcinados deixam
pouquíssima ou nenhuma cinza, respectivamente. Em sua fabricação, esses papéis são tratados com
ácido clorídrico e ácido fluorídrico que dissolvem as substâncias minerais da pasta de celulose do papel.
O teor de cinzas de um papel quantitativo de 11 cm de diâmetro é menor que 0,0001g. Os fabricantes
indicam nas embalagens o teor médio de cinzas.
Há duas maneiras de dobrar o papel para colocá-lo no funil: papel em forma de cone e papel
pregueado. Quando o sólido é a fase desejada, o papel é dobrado em forma de cone; quando se deseja
o líquido, com rápida filtração, usa-se o papel pregueado.
2. Lã de vidro: muito utilizada na filtração de sistemas corrosivos, tais como soluções de soda cáustica
que destruiriam o papel filtro.
3. Membranas filtrantes (Millipore): são estruturas poliméricas com poros extraordinariamente finos. A
variação de tamanho de poros vai de 0,025 a 14 µm. Usando a membrana adequada o filtrado obtido é
ultra limpo e/ou estéril.
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PROCEDIMENTO:
1) Monte o sistema para filtração comum;
2) Dobre o papel filtro em forma de cone e coloque-o no fundo do funil, molhando para fixá-lo;
3) Triture em almofariz um terço de uma barra de giz de qualquer cor;
4) Coloque o giz triturado em um béquer com 50 mL de água e aqueça agitando eventualmente com
bastão de vidro;
5) Verta a mistura quente sobre o filtro, marcando o tempo e coletando o filtrado em outro béquer;
6) Limpe o material;
7) Dobre outro papel filtro na forma pregueada e repita os passos 3 a 6 do procedimento, comparando
a operação.
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PROCEDIMENTO:
1) Adaptar a trompa de vácuo na torneira, cuidando para que a seta existente na parte de metal fique
voltada para a ponta onde sai a água;
2) Encaixar o tubo de látex no Kitazato, se necessário molhar a ponta do tubo;
3) Recortar o papel filtro do tamanho exato do fundo do funil de Büchner, umedecer o papel para que
fique aderido ao fundo do funil;
4) Encaixar o funil no Kitazato com leve pressão;
5) Em um béquer colocar 3 g de sulfato de cobre pentahidratado impuro e 50 mL de água;
6) Aquecer a mistura mexendo com auxílio de um bastão de vidro para dissolução do sulfato de cobre;
7) Antes da ebulição, desligar o bico de gás, ligar a trompa de vácuo e começar a filtração com auxílio
de um bastão de vidro;
8) O filtrado deverá ser azul claro;
9) Transferir o filtrado para uma placa de Petri e deixar em repouso por duas semanas para que se
complete a evaporação da água;
10) Desmontar o equipamento e lavar o material.
2.6 – EXTRAÇÃO
A extração é um processo físico em que um dos componentes (soluto) de uma mistura sólida,
líquida ou gasosa é transferido a um líquido (solvente).
Para um soluto ser dissolvido por um solvente, o soluto precisa ter uma interação com o solvente
igual ou superior às interações solvente-solvente e soluto-soluto. No caso ideal, o componente a ser
extraído é solúvel no solvente, e os outros componentes da mistura são insolúveis. Então, o soluto é o
único componente a ser extraído da mistura inicial para o solvente. Na prática, todos os componentes
são solúveis num certo grau uns nos outros.
Após a extração é necessária a separação das fases: mistura inicial e solução resultante (soluto
extraído + solvente).
PROCEDIMENTO:
1) Prepare uma solução saturada de NaCl
dissolvendo 180 g de NaCl em 500 mL de
água (Coeficiente de Solubilidade do NaCl em
100g de água a 25ºC = 35,5 g);
2) Na capela, meça 100 mL de gasolina em
proveta e transfira para o funil de separação;
3) Meça 50 mL de solução saturada de NaCl
em proveta e transfira para o funil;
4) Agite e deixe decantar conforme a técnica
descrita anteriormente;
5) Separe as fases aquosa e orgânica em
provetas distintas;
6) Observe os volumes e faça os cálculos.
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Extrator de Soxhlet
O solvente é aquecido, evapora e condensa sobre a amostra que está dentro do cartucho. O
volume de solvente condensado aumenta dentro do cartucho até atingir a altura necessária para ocorrer
o sifonamento, fazendo o solvente condensado escoar de volta para o balão, onde é aquecido, e
novamente evaporado. Quando o solvente condensado retorna ao balão ele carrega o soluto extraído da
amostra, concentrando o soluto no balão. O solvente evaporado, ao entrar em contato com a amostra
está sempre puro, pois vem de uma destilação (evaporação seguida de condensação). O fato de estar
puro aumenta a capacidade do solvente para remover o soluto da amostra.
O nome da substância resultante no cartucho é TORTA e no balão é MICELA. A micela é uma
mistura de solvente + soluto e a torta contém o inerte e a micela absorvida, que é a parte da micela que
não foi separada do inerte. Na extração de óleo de soja, por exemplo,o soluto é o óleo de soja, então a
micela é solvente + óleo e a torta é o farelo inerte + micela absorvida.
PROCEDIMENTO:
1) Coloque 3 cacos de porcelana em um balão de fundo chato e pese o conjunto (P1);
2) Na capela, coloque 100 mL de Hexano no balão de fundo chato;
3) Pese cerca de 5 g de amostra, coloque dentro de um cartucho de extração e cubra-o com algodão;
4) Monte o sistema de extração, mantendo o balão afastado da manta elétrica;
5) Abra a torneira, cuidando para que a água entre pela abertura inferior do condensador e saia pela
abertura superior;
6) Ligue a manta de aquecimento, verificando se não há vazamentos no sistema;
7) Processe a extração até que tenham ocorrido pelo menos quatro refluxos;
8) Desligue e retire a manta e deixe a água ligada para resfriar o sistema;
9) Desmonte o sistema e guarde na capela o balão com a micela coberto com papel alumínio perfurado
com uma agulha para posterior destilação para recuperação do solvente;
10) Após a recuperação do solvente, seque o balão em estufa a 100ºC, esfrie em dessecador e pese
(P2);
ó ()
Cálculos: %
= =
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2.7 – DESTILAÇÃO
É um processo de separação de misturas homogêneas sólido-líquido ou líquido-líquido, levando
em consideração os diferentes pontos de ebulição de seus componentes. É o método mais utilizado para
purificar substâncias. Pode ser de vários tipos, entre eles a destilação simples e fracionada.
Destilação Simples
Permite a separação de um líquido de uma substância não volátil (tal como um sólido, p.ex.), ou
de outro líquido que possua uma diferença no ponto de ebulição (PE) maior do que 80oC. É uma técnica
rápida, fácil e, se respeitado seus limites, eficaz.
Na destilação simples, a mistura é aquecida e os vapores produzidos no balão de destilação
passam pelo condensador, onde são resfriados e condensados pela passagem de água corrente. Os
vapores produzidos pertencem ao composto de menor PE (mais volátil) e são recolhidos no erlenmeyer.
O componente de maior PE, sólido ou líquido, fica retida no balão, pois o sistema não atinge temperatura
suficiente para vaporizá-lo. A substância coletada no erlenmeyer é chamada DESTILADO e a substância
que permanece no balão é chamada RESÍDUO DE DESTILAÇÃO.
Detalhe do condensador
Destilação Fracionada
A destilação simples permite separar espécies com temperaturas de ebulição distantes, mas para
misturas de espécies com volatilidades mais próximas uma só destilação não é suficiente. Uma
possibilidade é repetir a destilação várias vezes, cada vez enriquecendo mais a mistura nos
componentes mais voláteis, mas uma alternativa mais prática é a destilação fracionada. Nesta, uma
coluna de fracionamento cria vários “estágios” ou “pratos”, onde o liquido e o vapor estão em equilíbrio,
efetivamente criando uma seqüência de destilações ao longo da coluna. Conforme o vapor condensa e
re-evapora ao longo da coluna vai aumentando a fração molar dos componentes mais voláteis no vapor.
A Destilação Fracionada é empregada quando a diferença entre os PE dos líquidos da mistura é
menor do que 80oC. A principal diferença no conjunto para destilação fracionada é a presença da coluna
de fracionamento, cujo objetivo é criar várias regiões de equilíbrio líquido-vapor, enriquecendo a fração
do componente mais volátil da mistura na fase de vapor.
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Decantação:
Consiste em deixar a mistura em repouso e o
componente mais denso (mais pesado), sob a ação da força
da gravidade, formará a fase inferior e o menos denso (mais
leve) ocupará a fase superior. A decantação é usada nas
estações de tratamento de água, para precipitar os
componentes sólidos que estão misturados com a água.
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Centrifugação:
Consiste em submeter a mistura a um
movimento de rotação intenso de tal forma que o
componente mais denso migre para longe do
centro, depositando-se no fundo do recipiente. A
centrifugação é utilizada na máquina de lavar
roupa, na separação da água e da roupa, na
separação da manteiga do leite, na análise clínica
do sangue, etc.
Misturas refrigerantes
Substâncias Empregadas Temperaturas obtidas
3 partes gelo e 1 parte NaCl - 50 a – 200 C
5 partes CaCl2 cristalino e 4 partes gelo Abaixo de – 500 C
Gelo seco (a) + Etanol Absoluto - 720 C
Gelo seco + Éter Etílico - 770 C
Gelo seco + acetona (b) - 780 C
Nitrogênio líquido -1960 C
(a) Gelo seco = dióxido de carbono sólido
(b) Mistura largamente empregada em laboratórios de Química Orgânica.
3. Secagem sob pressão reduzida – Esse tipo de secagem deve ser feito pelo uso de dessecadores;
para que se mantenha uma atmosfera com baixo teor de umidade. O dessecador deve conter um
agente desidratante em sua parte inferior, e ser submetido à vácuo. Para vedação unta-se as
superfícies esmerilhadas da tampa e do corpo dos dessecadores com vaselina ou outro lubrificante.
DESSECADORES
São vasos de vidro fechados, destinados a manter objetos
numa atmosfera seca. Contém um agente secante. A junta
esmerilhada do dessecador deve ser levemente revestida com
vaselina ou uma graxa especial, para ficar hermética ao ar;
muita graxa pode levar ao deslizamento da tampa. É
aconselhável um dessecador à vácuo quando se opera com
grandes quantidades de sólido.
AGENTES SECANTES PARA DESSECADORES: são
escolhidos dependendo do material a ser seco. Podem ser
usados: sílica gel, alumina ativada, carbonato de potássio,
cloreto de cálcio anidro, óxido de cálcio, etc. e outros
específicos para produtos orgânicos, como pentóxido de fósforo
ou sódio metálico. A sílica gel, a alumina e o sulfato de cálcio
podem ser comprados impregnados por um sal de cobalto, com
função de “indicador”. Sua coloração muda do azul para o rosa
quando o secante estiver exaurido. O secante pode ser
regenerado por aquecimento em estufa.
Álcoois Carbono de potássio anidro; sulfato de cálcio ou magnésio anidro; cal viva.
Halogenetos de alcoila Cloreto de cálcio anidro; sulfato de sódio, magnésio ou cálcio anidros;
pentóxido de fósforo.
Halogenetos de arila
Éteres-hidrocarbonetos Cloreto de cálcio anidro; sulfato de cálcio anidro; sódio metálico; pentóxido de
aromáticos e saturados fósforo.
Báses orgânicas (aminas) Hidróxido de sódio, ou potássio sólido; cal viva; óxido de bário.
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2.10.2 – RECRISTALIZAÇÃO
Em geral, sólidos são mais solúveis em solventes à quente que em solventes a frio. A quantidade
máxima de sólido que se dissolverá por unidade de volume de solvente (solubilidade) depende da
temperatura. Quanto mais alta a temperatura maior a quantidade de sólido que se dissolverá por volume
de solvente. Diminuindo-se a temperatura diminui a solubilidade do sólido no solvente. Assim, se uma
solução saturada quente é esfriada, o soluto em excesso é forçado a precipitar (cristalizar) da solução.
No processo da recristalização, dissolve-se um sólido impuro na quantidade apropriada de solvente
quente (o mínimo possível). Filtra-se por gravidade a solução quente resultante, removendo-se o
material insolúvel e esfriando-se lentamente para forçar o sólido desejado a cristalizar. Os cristais então
são separados do líquido por filtração a vácuo. As impurezas solúveis e uma pequena quantidade do
sólido desejado permanecem em solução na "água mãe". Se o processo for conduzido com os devidos
cuidados, o sólido recristalizado é mais puro do que era antes de recristalização.
Isto é verdadeiro mesmo que uma impureza tenha a mesma solubilidade no solvente que o sólido
desejado, contanto que a impureza esteja presente numa concentração menor que o sólido desejado.
Quando a solução esfria, é provável que o sólido desejado comece a cristalizar antes que a impureza. A
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partir do momento em que os cristais começam a se formar, os cristais que crescem excluem moléculas
estranhas (impurezas). Os cristais puros resultam de um crescimento relativamente lento.
Um bom solvente para recristalização não deve reagir com o sólido desejado, deve ser facilmente
removido do sólido desejado, deve dissolver uma quantidade relativamente grande do sólido desejado
em temperaturas altas (normalmente o ponto de ebulição) ou não dissolver nada e deve dissolver
impurezas em todas as temperaturas ou não dissolver nada. Pode não haver um único solvente com
todas as características desejadas para permitir uma recristalização satisfatória de um sólido em
particular. Quando isso acontece utiliza-se um par de solventes (mistura de dois líquidos). Por exemplo,
naftaleno dissolve-se facilmente em etanol, mas é totalmente insolúvel em água. Entretanto,
adicionando-se água a uma solução etanólica de naftaleno, diminui-se a solubilidade do naftaleno de tal
modo que se recupera muito mais naftaleno quando se esfria a solução, em relação à quantidade que
seria recuperada se não fosse adicionada a água.
3 – PREPARO DE SOLUÇÕES
Nas atividades de laboratório as substâncias geralmente são utilizadas na forma de soluções.
Numa solução, além da proporção entre a quantidade de soluto e de solução (ou solvente), expressa na
forma de uma “concentração”, é indispensável que se conheça características específicas de cada
soluto. Dependendo da utilização da solução, a mesma deve ser considerada segundo duas
características básicas:
1. Soluções padrão: usadas para fins analíticos contendo uma quantidade exatamente conhecida de um
reagente qualquer, na unidade de volume. Essa concentração é expressa com exatidão (quatro casas
decimais). Ex.: 0,1538 g/L (massa/volume); 0,8543 mol/L (número de mols/volume)
2. Soluções não padronizadas: usadas para fins não analíticos, sendo sua concentração aproximada.
Não é requerida a mesma exatidão, com relação às soluções padronizadas (uma ou duas casas
decimais são sufucientes). Ex.: 0,5 g/L (massa/volume); 1,0 mol/L (número de mols/volume)
Poucas substâncias são capazes de fornecer soluções padrão diretamente, apenas através de
sua solubilização e ajuste de volume. Na maioria das vezes, as soluções são preparadas com
concentração aproximada e depois são padronizadas com soluções já padronizadas.
Nesse primeiro instante vamos estudar somente o preparo de soluções não padronizadas.
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Observações:
• Ácidos não devem ser pipetados com a boca, sempre pipetar com auxílio de pipetadores (pêras);
• Ácidos devem ser manipulados na capela em função dos vapores irritantes e corrosivos;
• Sempre adicionar o ácido concentrado sobre a água;
• Balão volumétrico só é utilizado no preparo e não no armazenamento;
• Rotular os frascos, de preferência, antes de transferir a solução. O rótulo deve conter: nome da
substância, concentração da solução, identificação do preparador e data do preparo.
Observações:
• As bases fortes absorvem CO2 do ar, contaminando-se, por formação de carbonatos. Seus frascos de
reagente (ou soluções) devem permanecer o menor tempo possível abertos, portanto sua pesagem deve
ser rápida, tentando-se obter um valor o mais próximo possível do desejado, já que o valor será corrigido
posteriormente na padronização, caso necessário;
• Em alguns casos a dissolução da base é uma reação exotérmica, logo, deve-se esperar esfriar a
solução para então transferi-la do béquer para o balão volumétrico e para avolumá-la;
• Soluções alcalinas não devem ser conservadas em frascos de vidro, pois sofrem contaminação
devido à formação de silicatos; recomenda-se sua conservação em frascos de polietileno;
4 – TITULOMETRIA
É um método de análise quantitativa em que se determina a concentração de uma solução
desconhecida (solução-problema) com auxílio de uma solução de concentração conhecida (solução
padrão). Existem quatro tipos principais de titulometria ou volumetria:
1. Neutralização: o final da reação é mostrado pela mudança de cor de um indicador ácido-base;
2. Óxido-redução: o final da reação é mostrado pela coloração do reagente em excesso;
3. Precipitação: o final da reação é indicado pela formação de precipitado;
4. Complexação: o final da reação é mostrado pela mudança de cor de um indicador metalocrômico.
Dentro da volumetria de neutralização existem dois tipos distintos:
• Acidimetria: é a determinação da concentração de uma solução ácida, usando uma solução
padronizada de uma base.
• Alcalimetria: é a determinação da concentração de uma solução básica, usando uma solução
padronizada de um ácido.
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Os indicadores ácido-base são substâncias orgânicas que se comportam como ácidos fracos ou
como bases fracas e que dentro de uma faixa estreita de pH mudam de coloração. Alguns exemplos são
mostrados na tabela a seguir:
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Para limpeza de pipetas com sujeiras mais resistentes coloca-se um tubo de borracha em sua
extremidade, aspira-se a solução limpadora com pêra até um nível acima do menisco e fecha-se o tubo
de borracha com uma pinça, deixando a pipeta em repouso por algum tempo.
SECAGEM: geralmente é feita em estufa de 100 a 120ºC, exceto para a vidraria volumétrica, pois a
expansão e contração devido ao calor podem mudar a calibração. Pipetas e buretas podem ser secas
com corrente de ar, à temperatura ambiente ou com auxílio de trompa de vácuo. Não usar ar comprimido
para a secagem de aparelhagem volumétrica, a menos que a linha tenha os filtros adequados para reter
contaminantes (óleo do compressor e poeira). Para apressar a secagem da vidraria, há quem a enxagüe
com porções de acetona ou álcool etílico (há críticas referentes à segurança deste procedimento). Se for
álcool a 70%, a diluição deve ser feita com água destilada!
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LEGENDA:
O = opaco
T = transparente
TL = translúcido
A = atacado
F = razoavelmente resistente
R = resistente
R* = em geral, resistente, mas atacado por misturas oxidantes
V = muito resistente
1 = hidrocarbonetos
2 = cloroidrocarbonetos
3 = cetonas
4 = éteres cíclicos
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ANEXO 3: AMOSTRAGEM
“Se a amostragem estiver errada, o resultado não tem validade, portanto se não tivermos uma amostra
representativa, podemos ter os melhores equipamentos e os melhores analistas que o resultado não
será coerente.”
Dr. Flávio Leite.
A primeira regra é capacitar-se para amostrar os produtos corretamente, ou seja, verificar a
existência de normas ou publicações e adotar técnicas corretas. São Normas Brasileiras sobre
amostragem a NBR 5425 e a NBR 5430.
EXEMPLOS DE NORMAS E PUBLICAÇÕES QUE DESCREVEM TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM:
PRODUTO NORMA OU PUBLICAÇÃO
Água “Standard Methods”, pg. de 1-18 a 1-24
GLP (gás liquefeito de petróleo) ASTM 1265 – 97
Amostras ambientais “Principles of Environmental Sampling” - ACS - 1998 ou Standard
(água, resíduos, ar, efluentes) Methods ou CETESB
Alimentos “Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods -
(para análises microbiológicas) APHA - 1992; capítulo 2 páginas 25 a 49
Couro (para testes físicos e químicos) ASTM 2813 – 97
Produtos químicos em geral ASTM E 300-92 (reaprovada em 1996)
Considerações estatísticas:
Para obter amostras representativas do ponto de vista estatístico, deve-se considerar: o estado
físico do produto, sua uniformidade, o tipo e o número de embalagens, etc. Estas variáveis vão
determinar a escolha do método de amostragem e o número e a localização das amostras.
Quantas embalagens amostrar?
Existem na ASTM E300-92 descrições de como calcular a variança do método e o número de
embalagens que deve ser amostrado em função da pureza esperada.
Forma aceita mais simples: Nº de amostras = √(n) + x
onde: n = número de embalagens (sacos, tambores, etc.);
x = 1 (normalmente).
Exemplo: Para uma matéria-prima em que foram recebidos 100 sacos:
Nº de embalagens a amostrar = √(100) + 1 = 10 + 1 = 11
Outra possibilidade é o uso de tabelas prontas, como nos exemplos a seguir, extraídas do “Militar
Standard” e adaptadas:
Código de Amostragem: No de amostras:
Tamanho do lote Nível Geral Código de Número de
I II III Amostragem Amostras
2a8 A A B A 2
9 a 15 A B C B 3
16 a 25 B C D C 5
26 a 50 C D E D 8
91 a 150 D F G E 13
151 a 280 E G H F 20
281 a 500 F H J G 32
501 a 1200 G J K H 50
1201 a 3200 H K L J 80
K 125
L 200
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
♦ Se o produto pode causar risco de morte por absorção pela pele, inalação ou ingestão, precauções
mais rigorosas são indicadas, como proteção completa do corpo, inclusive com cilindro de suprimento de
ar;
♦ Uma segunda pessoa deve estar presente o tempo todo para auxiliar no caso de alguma emergência.
AMOSTRAGEM DE LÍQUIDOS
A forma de amostrar líquidos depende de como este líquido está estocado. A tabela a seguir
mostra alguns procedimentos de amostragem de líquidos e suas aplicabilidades, conforme ASTM E300-
92:
Cuidados especiais devem ser tomados com algumas amostras, como por exemplo:
Cuidados Gerais:
♦ Sempre que possível, enxaguar o frasco 2 a 3 vezes com a própria amostra, antes da coleta;
♦ A não ser em casos específicos, nunca encher o frasco até a boca, deixando espaço suficiente para
expansão.
AMOSTRAGEM DE SÓLIDOS
É mais problemática que a de líquidos, porque pode haver não uniformidade do tamanho das
partículas, umidade e impurezas “distribuídas” de forma não homogênea.
Equipamentos usados:
♦ pá manual (para tambores, sacos, etc.);
♦ recipientes para amostragem de corrente (para esteira
rolante, etc.);
♦ escavadeira (para amostragem de produtos a granel);
♦ tubo “ladrão” e outros similares;
♦ sonda amostradora de sólidos (para materiais Exemplo: tubo “ladrão”
compactos);
♦ outros.
Preservação de sólidos:
A preservação é necessária para sólidos que possam sofrer mudanças, como volatilização,
biodegradação e oxidação ou redução. As duas primeiras podem ser evitadas por armazenamento a
4ºC. Selar embalagens e minimizar a camada de ar também é recomendável. Em geral, recomenda-se
frascos de boca larga, que facilitam a transferência. Sólidos normalmente devem ser triturados e
homogeneizados antes da análise.
AMOSTRAGEM DE SUSPENSÕES
Suspensões requerem cuidados ainda mais especiais, pois sua homogeneidade é difícil. Casos
diferentes requerem equipamentos de amostragem adaptados.
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AMOSTRAGEM DE GASES
Amostrador
mostrador passivo para compostos orgânicos da 3M.
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Pesar um cadinho, vidro de relógio ou objeto similar pelo menos 10 vezes e anotar os resultados
até décimos de miligramas.
Determinar o intervalo da série para os 10 resultados, ou seja, a diferença numérica entre o maior
valor e o menor valor. Divide-se este valor por 2 e aceita-se o valor obtido como a estimativa da precisão
da balança. Se o valor obtido for maior do que 0,6 mg, deve-se verificar as condições de
operacionalidade da balança.
Exemplo:
Nº da pesagem Massa (g) Nº da pesagem Massa (g)
1 6,3421 6 6,3420
2 6,3416 7 6,3419
3 6,3420 8 6,3421
4 6,3415 9 6,3418
5 6,3422 10 6,3414
As pesagens estarão afetadas desta precisão, ou seja, um determinado valor pode ser expresso como,
por exemplo, 6,3421 ± 0,0004 g.
A vidraria de laboratório é produzida de acordo com normas (ISO e BS, por exemplo). Existem
duas classes: A (melhor) e B (maior tolerância na variação de volume é aceita).
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PROCEDIMENTO:
O procedimento envolve a determinação da massa da água contida no aparelho.
1) Pesa-se um erlemeyer vazio.
2) Escoa-se a água do material que está sendo calibrado para este erlenmeyer;
3) Pesa-se novamente, determinando a massa de água nele contida;
4) Mede-se a temperatura da água;
5) Obtém-se sua densidade àquela temperatura em tabelas na literatura;
6) Calcula-se o volume usando a expressão:
densidade = Massa
Volume
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OPERAÇÕES DE LABORATÓRIO – IF SUL – CAMPUS PELOTAS
A interligação entre peças diferentes de uma aparelhagem a ser montada é feita com auxílio de
mangueiras de látex, quando é exigida flexibilidade, e com vidros quando há necessidade de rigidez e
inércia química. Em todas as operações com vidro deve-se tomar cuidados e uma atenção especial afim
de evitar queimaduras e eventuais cortes nas mãos, devido a quebras acidentais.
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3) Manter o pedaço de vidro numa posição quase vertical, ficando a extremidade não polida na zona
mais quente do bico de gás.
4) Para que o aquecimento seja uniforme, deve-se girar o pedaço de vidro. Assim o vidro irá fundir e
polir-se lentamente.
5) Após, colocar o vidro sobre uma tela de amianto até esfriar totalmente.
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