Você está na página 1de 8

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE

COORDENADORIA DE PETRÓLEO E GÁS


DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL
PROFESSOR: SILVANITO ALVES BARBOSA

INTRODUÇÃO AO TRABALHO DE LABORATÓRIO

1. NOÇÕES ELEMENTARES DE SEGURANÇA:

1.1. Normas de Segurança:

A ocorrência de acidentes em laboratório, infelizmente, não é tão rara como possa parecer. Com a
finalidade de diminuir a frequência e a gravidade desses eventos, torna-se absolutamente imprescindível
que durante os trabalhos realizados em laboratório se observe uma série de normas de segurança:

 Siga rigorosamente as instruções específicas do professor.


 Localize os extintores de incêndio e familiarize-se com o seu uso.
 Certifique-se do bom funcionamento dos chuveiros de emergência.
 Não fume no laboratório.
 Use um avental (JALECO OU GUARDA-PÓ) apropriado.
 Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis próximos à chama.
 Evite contato de qualquer substância com a pele. Seja particularmente cuidadoso quando manusear
substâncias corrosivas como ácidos e bases concentrados.
 Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos devem ser
realizadas na câmara de exaustão (capela).
 Sempre que proceder à diluição de um ácido concentrado, adicione-o lentamente, sob agitação
sobre a água, e não o contrário.
 Ao aquecer um tubo de ensaio contendo qualquer substância, não volte à extremidade aberta do
mesmo para si ou para uma pessoa próxima.
 Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos.
 Lembre-se que você é uma pessoa consciente: NA PIA SÓ SE JOGA ÁGUA!!!
 Sempre trabalhe com óculos de proteção.
 Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a peça de vidro
numa toalha para proteger as mãos.
 Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque com a
mão, para a sua direção, os vapores os vapores que se desprendem do frasco.
 Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado ou que
desenvolva grande quantidade de energia.
 Ao se retirar do laboratório, verifique se as torneiras (água ou gás) estão fechadas. Desligue todos
os aparelhos e deixe todo o equipamento limpo.

1.2. Acidentes mais comuns em laboratório e primeiros socorros:

 Queimaduras:

a) Queimaduras causadas por calor seco (chamas e objetos aquecidos):


No caso de queimaduras graves, elas devem ser cobertas com gaze esterilizada umedecida com
solução aquosa de bicarbonato de sódio a 5%. No caso de queimaduras leves, aplicar pomada de
picrato de butesina.

b) Queimaduras causadas por ácidos:


Lavar imediatamente o local com água em abundância, durante cerca de cinco minutos. Em seguida,
lavar com solução de bicarbonato de sódio e novamente com água. Secar, aplicando então mertiolate.

c) Queimaduras causadas por álcalis:


Lavar a região atingida imediatamente com bastante água, durante cinco minutos. Tratar com solução
de ácido acético 1% e novamente lavar com água. Secar a pele e aplicar mertiolate.
 Ácidos nos olhos:
Nos laboratórios, existem lavadores de olhos acoplados aos chuveiros de emergência. A lavagem
deve ser feita por quinze minutos, após o que se aplica solução de bicarbonato de sódio 1%.

 Álcalis nos olhos:


Proceder como no item anterior, apenas substituindo a solução básica de bicarbonato por solução de
ácido bórico a 1%.

 Intoxicações por gases:


Remover a vítima para um ambiente arejado, deixando-a descansar.

 Ingestão de substâncias tóxicas:


Administrar uma colher de sopa de “antídoto universal”, que é constituído de: duas partes de carvão
ativo, uma de óxido de magnésio e uma de ácido tânico.

2. MATERIAL DO ESTUDANTE:

CADA ESTUDANTE DEVERÁ TRAZER PARA OS TRABALHOS PRÁTICOS:

1) Avental: não será permitida a presença do aluno em aulas práticas sem avental – utilize avental de
algodão.
2) Guia de aulas práticas: sem o qual o aluno não executará as práticas.
3) Caderno de protocolo: para anotações dos experimentos realizados e elaboração de relatório.
4) Pincel atômico: para marcar adequadamente a vidraria.
5) Luvas de Borracha e óculos de proteção quando necessário.

RELATÓRIOS

O desenvolvimento correto da prática, a precisão dos dados empíricos e o domínio teórico do


assunto relacionado com a prática são alguns fatores essenciais para um bom desenvolvimento das
disciplinas experimentais. No entanto é necessário apresentá-los em forma de texto organizado e lógico.
Esse é o papel do relatório. Depois de realizada cada prática você terá que prepará-lo, em letra legível ou
digitada e aguardar para posteriores cobranças por parte do professor. O relatório deve ser dividido em 04
seções básicas como mostramos abaixo:

Título da prática

Introdução
Deve situar o leitor no assunto a ser abordado. Faça uma breve descrição dos aspectos teóricos ou princípios
envolvidos, preocupando-se em inserir nessa seção os seguintes aspectos:
 Princípios teóricos em que se baseia a prática;
 Relevância da prática;
 Objetivos da prática.

Procedimento Experimental
Descreva como o experimento foi feito incluindo, se for o caso, qualquer modificação no
procedimento apresentado no roteiro. Escreva nessa seção apenas o que você executou “usando as
mãos”. No relatório você deve apresentar o procedimento realizado de modo bem mais sucinto e objetivo
do que o apresentado no roteiro, mas sem suprimir fatos ou atividades importantes.

Resultados e discussões
Trata-se da parte essencial do relatório. Descreva todas as observações feitas, os dados coletados
e os cálculos, se necessário. Deve-se também discuti-los, baseando-se nos princípios teóricos
envolvidos. Sempre que possível apresente as equações químicas relacionadas, explicando-as a partir de
suas observações.
Na medida do possível, tente agrupar seus dados em tabelas, facilitando dessa maneira a
compreensão e organização dos resultados. Nos cálculos devem ser mostradas todas as equações
envolvidas e aproximações se forem feitas.
Os gráficos devem seguir algumas normas:
 Coloque o título no gráfico, p. ex. Temperatura x Pressão;
 Explicite as unidades de medidas nos eixos cartesianos;
 Use escala apropriada de modo que os dados fiquem adequadamente espaçados.

Conclusões
Aqui você deve como o próprio nome sugere, concluir o relatório. Relacione suas conclusões
com o objetivo apresentado na introdução. Comente sobre os pontos positivos e a eficiência da prática.
Tente levantar possíveis erros e sugestões para otimização do experimento.
No final do relatório devem ser respondidas as perguntas existentes no final do roteiro
experimental.

3. LOCAL DE TRABALHO:

3.1 Início e execução do trabalho prático

Cada grupo deverá:


1. Levar para a bancada de trabalho somente o citado no item 2
2. Antes de iniciar o trabalho, verificar se todo o material descrito no roteiro, está na
bancada, caso isto não ocorrer, comunicar ao professor ou ao técnico do laboratório
3. Tomar o máximo cuidado ao manipular, reagentes, vidrarias, equipamentos
4. Comunicar ao professor ou técnico, a quebra de material, ou qualquer irregularidade
constatada.

3.2 Término do trabalho prático

Ao terminar o trabalho, o estudante deverá


1. - Proceder à limpeza de seu lugar e de seu material
2. - Jogar papel, fósforos e sólidos na lixeira
3. - Despejar soluções aquosas (ácidas, básicas ou neutras) na pia e deixar correr
bastante água.
4. - Não despejar soluções que contenham solventes orgânicos na pia. Usar frascos
reservados para este fim.
5. - Lavar toda a vidraria com detergente. Sabendo o que a vidraria contém, usar os
seus conhecimentos para simplificar a limpeza:
 Buretas - Enxaguar com água destilada e deixar de cabeça para baixo no suporte
para secar.
 Pipetas - Deixar as que foram usadas com soluções aquosas no recipiente para
lavagem automática de pipetas (de ponta para cima). Se foram usadas com material gorduroso
deixar na bandeja com solução de NaOH.
 Béqueres e balões - Se usados somente com materiais solúveis em água lavar bem
com água de torneira e água destilada. Se usados com amostras gordurosas, lavar com
detergente, enxaguar bem com água de torneira e água destilada.

4. TÉCNICAS DE LABORATÓRIO:

4.1. Reagentes

1. Deve-se tomar alguns cuidados com os vidros de reagentes e as soluções neles contidas, a fim
de se evitar contaminações:
2. Imediatamente após o uso, cada reagente deverá ser colocado em seu lugar próprio
3. Não trocar rolhas, tampas
4. Não introduzir pipetas nas soluções padrões. Deve-se transferir um pouco de solução Para um
béquer ou tubo seco e limpo e somente então é que se pipetarão as quantidades indicadas
5. Assegurar-se que deixou o frasco de reagente fechado quando acabar de usá-lo.
6. Não devolver reagentes para os frascos em nenhuma circunstância.
7. Ler todos os rótulos duas vezes, uma vez antes e outra depois de retirar o produto do frasco.
8. Verificar a toxidade do reagente, caso apresente toxicidade, usar a capela para fazer as
medições
9. Não pipetar ácidos concentrados. Usar a proveta!
10. Usar a pêra para pipetar soluções e reagentes
4.2. Medições

Obter tantos algarismos quanto seja possível quando fizer medidas. A seguinte lista de instrumentos
de medição dá uma idéia da precisão das medidas feitas com eles:
Instrumento Precisão do valor medido Faixa
Balança Semi-Analítica ± 0,01 g 0,02 g
Balança Analítica ± 0,0001 g 0,0002 g
Bureta de 50 mL ± 0,01 mL 0,02 mL
Pipeta Volumétrica de 25 mL ± 0,01 mL 0,02 mL
Pipeta Volumétrica de 5 mL ± 0,01 mL 0,02 mL
Balão Volumétrico de 250 mL ± 0,05 mL 0,1 mL
Proveta de 50 mL ± 0,1 mL 0,2 mL
Proveta de 10 mL ± 0,05 mL 0,1 mL

4.3. Preparo e Uso de Soluções:

1. Para diluir ácidos concentrados, adicionar o ácido à água, enquanto agita a mistura.
2. Manter as tampas dos frascos das soluções limpas. Não colocá-las no balcão e sim segurá-las
entre os dedos.
3. Para agitar soluções recém preparadas basta inverter o balão três vezes enquanto mantém a
tampa segura.

4.4. Vidrarias

A) PIPETAS:

Figura 1 - Pipetas comuns: a) aferida, b) graduada, c) Ostwald-Folin (sopra-se a última gota); d)


sorólogica (sopra-se a última gota)

1. Dotadas de um traço devem ser deixadas escoar somente por gravidade. Pipetas dotadas de
dois traços devem ser sopradas após o escoamento.
2. Devem ser usadas secas ou caso estejam molhadas devem ser previamente enxaguadas com a
solução de trabalho.
3. Devem estar limpas para obter acuidade. Uma pipeta suja retém água nas paredes. Esta
observação se aplica a qualquer vidraria: numa superfície de vidro limpa, a água escoa como
uma película contínua e não deixa gotículas aderidas.
4. Evitar lascar a ponta da pipeta. Ao colocar no recipiente apropriado para lavagem, faça-o sempre
com aponta para cima para não quebrá-la.
5. Para um trabalho acurado, calibrar a pipeta.

B) BURETAS:

1. Usar buretas limpas. VERIFICAR ANTES se não estão vazando.


2. Encher vagarosamente para não permitir a formação de bolhas de ar. Eliminar qualquer
bolha de ar que se forme.
3. Torneiras de vidro: devem ser lubrificadas para girar facilmente. Não usar muito lubrificante
para não haver acúmulo no orifício da torneira. Excesso de lubrificante pode ser removido
por solventes orgânicos ou NaOH.
4. Torneiras de teflon: não devem ser lubrificadas. É preferível para soluções de NaOH ou
KOH contendo álcool ou outro solvente orgânico.
5. Na leitura, colocar os seus olhos no mesmo nível que o menisco para evitar erros de
paralaxe.
6. Não deixar soluções de NaOH na bureta. "Cola" a torneira. O mesmo ocorre com tampas de
vidro de frascos. Não deixar soluções de NaOH em balões volumétricos.
7. Enxaguar a bureta previamente com a solução que vai usar. Para isso precisará de 10mL da
solução.

C) FILTRAÇÃO:

1. Encostar o funil no béquer para que as gotas não espirrem e para ajudar a filtração.
2. Papel de filtro seco: usar quando se tem uma solução cuja concentração não se deseja alterar e
as perdas de volume não importam. Sanfonar o papel para aumentar a superfície de filtração e
para que se ajuste melhor ao funil.
3. Papel de filtro molhado: usar quando se quer separar perfeitamente substâncias que ficam
retidas no papel de filtro. É necessário lavar o papel de filtro para assegurar esta separação.
Para assentar o papel no funil, dobrar em quatro, rasgar uma pontinha, colocar no funil e molhar
com uma pisseta. Arrumar para que fique bem aderido ao funil.
4. A porosidade e tamanho do papel deve ser escolhido de acordo com a natureza do precipitado.

4.5 Transferência quantitativa de material:

1. Lembrar que numa transferência quantitativa todo o material deve ser transferido. Não pode
haver perdas.
2. Transferência de líquidos: usar o bastão de vidro para guiar o líquido. Lavar o recipiente
anterior e o bastão com pisseta.
3. Transferência de sólidos: assegurar-se que nenhum grão de material ficou retido no
recipiente anterior. Se necessário, usar um pincel. Para pesagens, empregar um papel não
aderente tal como papel manteiga, por exemplo.

4.
4.6 Balanças, cuidados gerais:

1. Nunca colocar drogas, reagentes etc., diretamente no prato da balança. Usar um pesa-filtro,
vidro de relógio ou papel apropriado para pesagem.
2. Ao acabar de usar verificar se a balança e redondezas estão limpas. Retirar qualquer material
derramado. A maioria dos reagentes são capazes de corroer pratos de balança, superfícies
pintadas, bancada e chão.

Figura 2 - Dobra comum de papel de filtro. Figura 3 - Dobra de papel de filtro (sanfonado).
Figura 4 - Esquema de processos de filtração: 4d e 4e: filtração comum seguida da retirada do sólido
retido no béquer, 4f: em funil de Buchner.

Aula Prática nº 1: Apresentação do Material do Laboratório

1 - OBJETIVOS

Estabelecer um contato entre o aluno e o laboratório, levando-o a familiarizar-se com os aparelhos,


instrumentos e reagentes específicos do estudo da química.

2 - EQUIPAMENTO BÁSICO DE LABORATÓRIO:

A execução de qualquer experimento na química envolve geralmente a utilização de uma


variedade de equipamentos de laboratório muito simples, porém com finalidades específicas. O
emprego de um dado equipamento ou material depende dos objetivos e das condições em que a
experiência será executada. Devemos nos lembrar que o formato e tamanho destes, não foram
determinados ao acaso e sim cuidadosamente planejados resultando sempre de uma lógica que
precisa ser entendida para que eles sejam mais bem aproveitados. Relacionaremos alguns de uso
mais constante no laboratório e seus respectivos usos.

04
02 05

01 03

06
07 08 10
09
15
11
12 13
14

19
17 18
20
16

22 25
21 23
24

3 - FUNDAMENTOS TEÓRICOS:

01. Suporte universal: utilizado para sustentar peças.

02. Tripé de ferro: para fazer aquecimento e sustentar a tela metálica com amianto.

03. Bico de Bunsen: queimador de gás utilizado como fonte de aquecimento no laboratório.

04. Argola metálica: para sustentar funil na filtração.

05. Triângulo: suporte para cadinho de porcelana quando utilizado diretamente na chama.

06. Bequer: serve para dissolver substâncias, aquecer líquidos, etc.

07. Erlenmeyer: serve para aquecer líquidos, em titulações e reações químicas.

08. Kitasato: serve para fazer filtração a vácuo e nas reações de obtenção de gases.

09. Funil de separação, funil de bromo ou funil de decantação: serve pra separar líquido
não-miscíveis.

10. Funil de vidro: utilizado na filtração para a retenção de partículas sólidas de sistemas
heterogêneos.
11. Funil de Buchner: utilizado em filtração a vácuo.

12. Proveta: utilizada para medir e transferir líquidos.

13. Balão de destilação sem haste lateral: serve para abrigar soluções que serão
submetidas ao processo de destilação.

14. Bureta: usada no processo de titulação.

15. Condensador de bolas: serve para condensar os vapores do líquido no processo de


destilação.

16. Pipeta: serve para transferir pequenos volumes de líquidos.

17. Vareta de vidro, bastão ou baqueta: serve para agitar e facilitar a dissolução de
substâncias.

18. Tubo de ensaio: serve para efetuar testes de reações.

19. Pinça de ferro: serve para prender objetos aquecidos.

20. Balança: serve para pesar quantidades definidas de reagentes.

21. Almofariz e pistilo: servem para triturar e pulverizar sólidos.

22. Cápsula de porcelana: serve para cristalizar minerais presentes numa solução pelo
processo de evaporação rápida.

23. Tela metálica com amianto: serve para sustentar peças de vidro quando aquecidos e a
função do amianto é a de distribuir o calor recebido, de maneira uniforme, sem danificar a
vidraria.

24. Trompa d'água: serve para provocar a sucção do ar e produzir vácuo, durante o
processo de filtração.

25. Vidro de relógio: serve para evaporar lentamente, líquidos das soluções.

Você também pode gostar