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Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Sertão Pernambucano


Professor: Pedro Lemos

USO DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA

O Laboratório de Química é um espaço de trabalho que requer


conhecimento dos riscos envolvidos no seu uso para garantir a sua segurança e
de todos os usuários. Ao utilizar o laboratório estamos expostos às mais variadas
situações de risco devido à própria natureza da atividade que se desenvolve
aqui. Por exemplo: substâncias corrosivas e/ou tóxicas, materiais que trazem
riscos biológicos e radiações de uma maneira geral fazem parte de nosso dia a
dia. O primeiro passo para se evitar um acidente é saber reconhecer as situações
que podem desencadeá-lo, a partir daí há uma série de regras básicas de
proteção individual e coletiva que devem ser conhecidas e aplicadas.
O pesquisador no laboratório deve adotar sempre uma atitude atenciosa,
cuidadosa e metódica no que faz. Deve, particularmente, concentrar-se no
trabalho que faz e não permitir qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma
forma não deve distrair os demais enquanto desenvolvem trabalhos no
laboratório.
Abaixo listo algumas dos cuidados que devem ser rigorosamente seguidos:
1. Siga exatamente todas as instruções fornecidas pelo professor. Estude os
conceitos teóricos envolvidos, leia com atenção o roteiro da prática e tire
todas as dúvidas.
2. Nunca trabalhe sozinho no laboratório.
3. Em caso de acidente, procure imediatamente o professor, mesmo que
não haja danos pessoais ou materiais.
4. Conheça todos os produtos químicos que você vai trabalhar, obtenha as
propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos reagentes a serem
utilizados. essas instruções são encontradas no rótulo do reagente.
5. Não fume, não beba (nada, nem mesmo água) e nem coma no
laboratório.
6. Use jaleco apropriado.
7. Caso tenha cabelos longos, mantenha-os presos durante a realização dos
experimentos.
8. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis (acetona, álcool, éter
etc.) próximos à chama.
9. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis expostos ao sol.
10. Evite contato de qualquer substância com a pele.
11. Trabalhe calçado e nunca de sandálias.
12. Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores
tóxicos devem ser realizadas na câmara de exaustão(capela).
13. Ao preparar soluções aquosas diluídas de um ácido, coloque o ácido
concentrado na água, nunca o contrário.
14. Nunca pipete líquidos cáusticos ou tóxicos diretamente, utilize
pipetadores.
15. Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para
um colega ou para si mesmo.
16. Sempre que necessário proteja os olhos com óculos de proteção.
17. Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos.
18. Não jogue resíduos de solventes na pia ou no ralo; há recipientes
apropriados para isso.
19. Não jogue vidro quebrado ou lixo de qualquer espécie nas caixas de areia.
Também não jogue vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um
recipiente específico para fragmentos de vidro.
20. Não coloque sobre a bancada de laboratório bolsas, agasalhos, ou
qualquer material estranho ao trabalho que estiver realizando.
21. Caindo produto químico nos olhos, boca ou pele, lave abundantemente
com água. A seguir, procure o tratamento específico para cada caso.
22. Saiba a localização e como utilizar o chuveiro de emergência, extintores
de incêndio e lavadores de olhos.
23. Nunca teste um produto químico pelo sabor (por mais apetitoso que ele
possa parecer).
24. Não é aconselhável testar um produto químico pelo odor, porém caso seja
necessário, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque com a mão, para
a sua direção, os vapores que se desprendem do frasco.
25. Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente (mas
antes observe se esse produto pode ser lavado com água).
26. Consulte o professor antes de fazer qualquer modificação no andamento
da experiência e na quantidade de reagentes a serem usados.
27. Caso esteja usando um aparelho pela primeira vez, leia sempre o manual
antes.
28. Não aqueça líquido inflamável em direto na chama.
29. Lubrifique tubos de vidro, termômetros etc., antes de inseri-los em rolhas
e proteja sempre as mãos com um pano.
30. Antes de usar qualquer reagente, leia cuidadosamente o rótulo do frasco
para ter certeza de que aquele é o reagente desejado.
31. Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma
reação química,
32. Abra os frascos o mais longe possível do rosto e evite aspirar ar naquele
exato momento.
33. Não use lentes de contato.
34. Apague sempre os bicos de gás que não estiverem em uso.
35. Nunca torne a colocar no frasco um regente retirado em excesso e não
usado. Ele pode ter sido contaminado.
36. Não armazene substâncias oxidantes próximas a líquidos voláteis e
inflamáveis.
37. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite
aquecimento prolongado ou que libere grande quantidade de energia.
38. Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a
mesma aparência do frio.
39. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás)
abertas.
40. Desligue todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as
mãos.
REGISTRO NO CADERNO DE LABORATÓRIO (PRÉ-LABORATÓRIO)

A função de um caderno de laboratório é ter o registro do que se fez e do que se


observou e deverá ser compreensível a qualquer pessoa. De maneira que você
ou qualquer outra pessoa possa repetir os experimentos. As folhas do caderno
devem ser numeradas de forma consecutiva. Organize o caderno para receber
os dados numéricos antes de ir para o laboratório. Anteceda cada conjunto de
registro com um cabeçalho com data. Escreva as equações químicas
balanceadas para cada reação que será usada. Um caderno de laboratório
deverá constar:
1. Título do experimento.
2. Um breve enunciado dos princípios nos quais a análise é baseada.
3. Um resumo completo dos dados de pesagem, volumes ou respostas
instrumentais necessárias para calcular os resultados.
4. Equações para s principais reações envolvidas na análise
5. Equações mostrando como os resultados foram calculados.
6. Comentários sobre o conjunto de dados e sua precisão e exatidão.
Um resumo das observações que dão sustentação a validade de um resultado
específico ou de toda análise – sua conclusão.

RELATÓRIO DA ATIVIDADE PRÁTICA (PÓS-LABORATÓRIO)

O trabalho científico realizado por uma pessoa ou por um grupo, só poderá ter
utilidade para outras pessoas se for adequadamente transmitido. A linguagem
empregada deverá ser concisa, correta e precisa. É conveniente recorrer a
tabelas e gráficos para a exposição dos dados obtidos experimentalmente. O
melhor relatório é aquele que cobre todo o assunto da maneira mais suscinta.
Ao fazer um relatório, o aluno deve conhecer claramente a questão abordada
pela experiência e qual a resposta que obteve para ela. Esta formulação sintética
servirá de linha diretriz para toda a redação, impedindo que se perca em
divagações sobre assuntos colaterais ou considerações sobre detalhes sem
importância.
A linguagem empregada deverá ser concisa, correta e precisa. A redação deverá
ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados, recomendando-se expor
os resultados das observações e experiências no passado, reservando o
presente para as generalidades ou para as referências a condições estáveis.
É conveniente recorrer a tabelas e gráficos, pois permitem concentrar grande
quantidade de informações.
Os valores numéricos deverão estar acompanhados de unidades de medida
preferencialmente pertencentes ao mesmo sistema. A unidade de medida
deverá ser incluída também no cabeçalho das tabelas e nos eixos das figuras.
O relatório deve contar os itens abaixo:
CAPA
FOLHA DE ROSTO
1. INTRODUÇÃO
• Fundamentos da técnica ou método.
• Aspectos relevantes sobre a amostra analisada
• Equações matemáticas.
2. OBJETIVO(S) DA EXPERIÊNCIA
3. MATERIAIS E MÉTODOS
• Materiais, aparelhos, reagentes e soluções utilizados (especificações dos
reagentes, grau de pureza, concentração das soluções etc.).
• Procedimento ou esquema simplificado da montagem experimental.
• Discussão de alguns detalhes técnicos ou características da
instrumentação usada.
• Observações sobre o procedimento de trabalho, dificuldades,
modificações e comportamento não esperado.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Reações químicas
• Tabelas com os dados obtidos e os resultados calculados. Identificação
das tabelas com número e título, legendas.
• Gráficos e registros. Identificação das figuras (gráficos ou registros) com
número, título, legendas etc.
• Resultados.
• Principais fontes de erros, apreciação do seu efeito sobre os resultados e
possibilidades de diminuí-los.
• Comparação dos resultados com valores publicados na literatura ou
obtidos pelos outros grupos que realizaram a experiência, tentando
justificar diferenças encontradas.
• Discussão das vantagens, potencialidades e limitações da técnica
empregada quando comparada com outras, dificuldades encontradas e
comportamento não esperado.
5. CONCLUSÕES
• Revisite os objetivos e avalie se esses foram atingidos ao longo da
análise.
• Eventuais conclusões obtidas.
6. BIBLIOGRAFIA
• Relação das referências bibliográficas efetivamente consultada na
elaboração do relatório, identificando o número das páginas consultadas.
Por exemplo, na elaboração destas recomendações:
1. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 7. Ed. Rio de Janeiro: LTC-
Livros Técnicos e Científicos, 2008.
2. SKOOG, D. A., WEST, D. N. HOLLER, F.J., CROUCH, S.R. Fundamentos
de Química Analítica, 8ª ed. 2007. 999p.
3. ATKINS, P. et al. Princípios de Química. 2. ed. Porto Alegre: Bookman , 2001.
VIDRARIAS DE LABORATÓRIO
Usada para secagem de materiais, atinge
temperaturas de até 200°C.

Usado no aquecimento de substâncias


em temperaturas inferiores à 100°C.

Utilizadas na medida da
massa de substâncias.
REFERÊNCIAS
ATKINS, P, JONES L., LAVERMAN, L. Princípios de Química. 7. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2018.
BACCAN N.; et al. Química Analítica Quantitativa Elementar. 3ªed. São Paulo.
Ed. Edgard Blucher, 2001.
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 7. Ed. Rio de Janeiro: LTC-Livros
Técnicos e Científicos, 2008.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos
/coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea -- São
Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008
ROSA, G., GAUTO, M., GONÇALVES, F. Química Analítica: Práticas de
Laboratório. Porto Alegre. Editora Bookman, 2013.
SKOOG, D. A., WEST, D. N. HOLLER, F.J., CROUCH, S.R. Fundamentos de
Química Analítica, 8ª ed. 2007.

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