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[UFPA/ITEC/FEQ/DISC.

Química Analítica Experimental/Professora: Samira Carvalho/Colaboradora: Vitória Roma


(Química do LPA)]

MATERIAL DE APOIO No 01

1. INTRODUÇÃO
O Laboratório Químico é um lugar de experimentação onde os acadêmicos terão a oportunidade
de aprender Química de um ponto de vista que nunca poderiam atingir por intermédio de livros,
demonstrações ou filmes; é a possibilidade de alcançar maior compreensão da Química e a oportunidade
de executar diferentes procedimentos analíticos. Para atingir esses objetivos, são necessárias qualidades
tais como dedicação, interesse, curiosidade, pontualidade, disciplina, etc.

2. OBJETIVOS

1. Adquirir boa técnica;


2. Cuidado e atenção total com o desenvolvimento das operações de laboratório;
3. Extrair informações úteis a partir de observações pessoais;
4. Representar e avaliar os resultados obtidos.

3. TRABALHO EM LABORATÓRIO
Manusear reagentes químicos e operar corretamente os equipamentos de um laboratório, parte
essencial da formação de profissionais das Áreas de Ciências Exatas. Para ajudar o desenvolvimento de
boas técnicas, várias sugestões são apresentadas:
I- Nunca começar um experimento sem antes compreendê-lo totalmente; isto significa estudar o
experimento antes de entrar no laboratório;
II- Cuidado é muito importante para uma boa técnica. Descuidar ao manusear reagentes químicos e
equipamentos, pode não somente levar a maus resultados, como também é perigoso. Há geralmente uma
razão de como e porque cada operação é desenvolvida como descrito nos procedimentos (normas e
manuais), embora a razão, a princípio, possa não ser óbvia para o discente aprendiz.
As aulas de laboratório têm por finalidade fazer com que o discente compreenda os princípios
fundamentais da Química, por meio de metodologias científica, habilitando-o no manuseio correto e
cuidadoso de reagentes químicos e equipamentos de laboratório.

4. TRABALHO EM EQUIPE
Todos os trabalhos serão realizados por equipes de 4 ou 5 discentes. Compreender, que o papel de
cada discente é colaborar para que os trabalhos realizados sejam o resultado de um esforço conjunto. Na
solução de problemas surgidos esforce-se ao máximo para resolvê-los, consultando o professor sempre
que for preciso. Procurar estar presente na hora marcada para o início das aulas e evite saídas
desnecessárias durante os trabalhos de laboratório.

5 RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS


É muito importante que o discente faça as anotações dos seus procedimentos, resultados e
observações durante a execução das aulas de laboratório.
Todo profissional, no exercício de sua atividade, necessita se comunicar, seja sob a forma escrita
ou oral. A elaboração dos relatórios das aulas práticas consiste num treinamento de comunicação. O
enfoque a ser dado a um relatório não é apenas o de responder a um questionário ou escrever
aleatoriamente sobre o trabalho realizado; deve, porém, ser encarado como uma comunicação sobre uma
atividade prática realizada, dirigida não apenas ao professor, mas a qualquer leitor que se interesse pelo
assunto.
Antes de iniciar a elaboração de um relatório, é necessário pensar no assunto a ser relatado,
analisar os aspectos importantes que devam ser abordados e planejar uma seqüência lógica de exposição.
Com esta análise preliminar estarão sendo definidos os aspectos essenciais do trabalho a serem
mencionados.
Para algumas aulas práticas realizadas, a critério do professor, deverá ser entregue um relatório
contendo:
a) Título da prática executada;

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b) Introdução: Breve histórico sobre o processo de que trata o relatório. Situar o leitor sobre o assunto a
ser exposto;
c) Objetivo: mostrar, de forma clara, a finalidade do referido projeto ou relatório. Descrever o que se
espera com a realização do experimento;
d) Material Utilizado: descrição sucinta do material de laboratório, dos reagentes e equipamentos
utilizados na realização de cada experimento;
e) Metodologia ou Resumo do Procedimento: descrição breve dos procedimentos que foram utilizados.
Fornecer informações básicas sobre a técnica empregada;
f) Resultado (s) Obtido (s) e discussões: descrição dos dados obtidos a partir da execução dos
procedimentos, de preferência, quando oportuno, em tabelas e/ou gráficos. Deverão constar, também, os
cálculos necessários para a obtenção dos resultados. Representação de equações químicas envolvidas no
processo; comparação de resultados com os dados da literatura;
g) Respostas às perguntas feitas (quando houver);
h) Críticas, observações, dificuldades encontradas: a critério do discente, poderão ser feitas criticas e
observações sobre os resultados obtidos, possíveis causas de erros, sugestões para o emprego de outros
métodos, etc. Poderão ser relatados, também, problemas ocorridos durante o processo de execução do
experimento;
i) Conclusões: análise dos resultados em função dos objetivos propostos. Poucas frases bem elaboradas
para encerrar o trabalho.
j) Referências bibliográficas: Ao final de todo trabalho escrito ou oral, devem ser citados os autores que
forneceram subsídios para preparação do relatório.

6. SEGURANÇA EM LABORATÓRIO DE QUIÍMICA

6.1. NORMAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO


A segurança no laboratório é uma responsabilidade que deve ser assumida por professores,
monitores e discentes. No recinto do laboratório não é permitida brincadeiras ou atitudes que possam
provocar danos para si ou outras pessoas. Apesar disso, os laboratórios de química não são
necessariamente lugares perigosos embora muito dos perigos estejam associados a eles. Acidentes são, na
maioria das vezes, causados por falta de cuidado, ignorância e desinteresse pelo assunto.
Observe que o laboratório químico contém as seguintes características de segurança aos que nele
trabalham.
 Janelas amplas de ambos os lados que possibilitam boa ventilação do ambiente;
 Portas em dois locais distintos, que abram para fora (facilitam a saída em caso de emergência),
sendo uma das portas grande (dupla) para possibilitar a entrada de equipamentos;
 Lava-olhos e chuveiro – dispositivos para uso em emergências;
 Extintores de incêndio próximos ao laboratório.
 Salas anexas para aparelhagem (balanças, aparelhos para ponto fusão, dentre outros);
 Iluminação adequada;
 Bancadas revestidas com material que permita fácil limpeza.
Embora não seja possível enumerar todas as causas de possíveis acidentes num laboratório,
existem alguns cuidados que são básicos e que, se observados, ajudam a evitá-los.

1. É PROIBIDO comer, beber ou fumar no laboratório;


2. Evite trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será sempre uma valiosa ajuda em
caso de acidentes;
3. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os roteiros experimentais;
consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, discuta o assunto com o professor antes de tentar
fazer o experimento;
4. Utilize sempre, que necessário, materiais que possam garantir maior segurança no trabalho tais como:
luvas, pinça, óculos, jaleco (obrigatório), entre outros. Procure manter seu jaleco limpo.

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5. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho. Evite derramar
líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente;
6. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando não estiverem sendo
utilizadas;
7. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua bancada de trabalho, seu
banco, a pia e outras áreas de uso comum. VERIFIQUE SE OS EQUIPAMENTOS ESTÃO LIMPOS E
DESLIGADOS e os FRASCOS DE REAGENTES FECHADOS;
8. Lave suas mãos frequentemente durante o trabalho prático, especialmente se algum reagente químico
for respingado. Ao final do trabalho, antes de deixar o laboratório, LAVE AS MÃOS;
9. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o frasco errado.
Certifique-se de que o reagente contido no frasco é exatamente o citado no roteiro experimental;
10. Nunca torne a colocar no frasco, o reagente não utilizado. Não coloque objeto algum nos frascos
de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são providos;
11. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao manusear substâncias
corrosivas como ácidos e bases use a CAPELA;
12. A diluição de ácidos concentrados deve ser feita adicionando-se o ácido, lentamente, com agitação
constante, sobre a água, com essa metodologia adequada, o calor gerado no processo de mistura será
absorvido e dissipado no meio. NUNCA proceda ao contrário (água sobre o ácido).
13. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama;
14. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem supervisão;
15. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. O material inútil (rejeito) deve ser
descartado de maneira apropriada;
16. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o nariz. Desloque os
vapores que se desprendem do frasco com a mão para a sua direção;
17. Use a CAPELA para experimentos que envolvem o uso ou liberação de gases
18. Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou para alguém
próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na CAPELA;
19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos acidentalmente (sem os avisos
necessários). Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do vidro frio;
20. NÃO PIPETE DE MANEIRA ALGUMA REAGENTES QUÍMICOS (qualquer concentração) por
sucção, com a boca. Procure usar sempre a “utensílios de sucção” para pipetar.
21. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente quando estiver sendo utilizado;
22. Não trabalhe com material imperfeito (frascos quebrados, p.ex.);
23. Em caso de acidentes, comunique o professor imediatamente. Ele deverá decidir sobre a gravidade do
acidente e tomar as atitudes necessárias;
24. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação que possa ser
afetado quando exposto a determinados reagentes químicos, comunique para o professor logo no
primeiro dia de aula;
25. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou, se necessário, com o
auxilio do extintor de incêndio apropriado;
26. Comunique para o professor, monitor ou técnico sempre que perceber algo anormal no laboratório;
27. Faça apenas os experimentos indicados pelo professor. Caso deseje tentar qualquer modificação do
roteiro experimental discuta com o professor antes de fazê-lo;
28. No laboratório é OBRIGATÓRIO o uso do jaleco, pelo menos.

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6.2. ACIDENTES COMUNS EM LABORATÓRIO E PRIMEIROS SOCORROS

I. QUEIMADURAS:
a) Causadas pelo calor (procurar atendimento médico);
b) Causadas por ácidos ( lavar imediatamente a região com bastante água corrente, durante pelo menos 5
minutos. Em seguida, tratar com solução de bicarbonato de sódio a 5% e lavar novamente com água.
Secar o local e procurar atendimento médico);
c) Causadas por bases (proceder como em (b) e aplicar solução de ácido acético 1%).

II. INTOXICAÇÃO POR GASES: remover a vítima para um ambiente arejado e deixar descansar. Em
caso de asfixia fazer respiração artificial e procurar atendimento médico.

III. INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS: procurar atendimento médico;

6.3 DESCARTES DE REJEITOS (RESÍDUOS)


Até há pouco tempo, os laboratórios descartavam seus rejeitos (resíduos) sem os cuidados
necessários; solventes voláteis eram evaporados (lançados para a atmosfera), sólidos eram descarregados
em lixo comum e, líquidos e soluções, eram descartados na pia. Essas práticas não são recomendadas e,
atualmente, existe uma preocupação maior no descarte de rejeitos químicos. Existem regras estabelecidas
para o descarte de rejeito, especialmente os perigosos; no entanto, muitas vezes são difíceis e de custo
elevado para serem implementadas. Assim, na prática, procura-se, sempre que possível, minimizar a
quantidade de resíduos perigosos gerados nos laboratórios de ensino.

I) Alguns procedimentos são adotados nesse sentido, como por exemplo:


a) Redução da escala (quantidade de sustância) de produtos químicos usados nos experimentos;
b) Substituição de reagentes perigosos por outros menos perigosos;
c) Conversão dos resíduos para uma forma menos perigosa através de reação química, antes do descarte;
d) Redução dos volumes a serem descartados (concentrando as soluções ou separando os componentes
perigosos por precipitação);
e) Recuperação dos reagentes para novamente serem utilizados. Instruções para descarte dos resíduos são
fornecidas junto com as experiências. Quando os resíduos gerados na experiência não forem perigosos,
poderão ser descartados na pia de acordo com as seguintes instruções:
1) Soluções que podem ser jogadas na pia devem ser antes diluídas com água, ou jogar a solução
vagarosamente acompanhada de água corrente;
2) Sais solúveis podem ser descartados como descrito em (1).
3) Pequenas quantidades de solventes orgânicos solúveis em água (ex: metanol ou acetona)
podem ser diluídos antes de serem jogados na pia.Grandes quantidades desses solventes, ou
outros que sejam voláteis, não devem ser descartados dessa maneira. No caso, tentar recuperá-los.
4) Soluções ácidas e básicas devem ter seu pH ajustado neutralizados, antes de serem descartadas.
Em caso de pequenos volumes dessas soluções (por exemplo, 10 mL ou pouco mais), essas
podem ser diluídas e descartadas.
5) Em caso de dúvida, perguntar ao professor como proceder o descarte.
II) Algumas orientações básicas:
a) RESÍDUO INSOLÚVEL NÃO PERIGOSO: Papel, cortiça, areia, podem ser, descartados em um cesto
de lixo comum do laboratório. Alumina, sílica gel, sulfato de sódio, sulfato de magnésio e outros, devem
ser embalados para evitar a dispersão do pó e descartados em lixo comum. Se esses materiais estiverem
contaminados com resíduos perigosos, deverão ser manuseados de outra forma.
b) RESÍDUOS SÓLIDOS SOLÚVEIS NÃO PERIGOSOS: Alguns compostos orgânicos (ex: o ácido
benzóico) podem ser dissolvidos com bastante água e descarregados no esgoto. Podem, também, ser
descartados junto com resíduos insolúveis não perigosos. Caso estejam contaminados com materiais mais
perigosos deverão ser manuseados de outra forma.

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c) RESÍDUOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS NÃO PERIGOSOS: Substâncias solúveis em água podem ser
descartadas no esgoto. Por exemplo, etanol pode ser descartado na pia do laboratório; 1-butanol, éter
etílico e a maioria dos solventes e compostos que não são miscíveis em água, não podem ser descartados
dessa maneira. Líquidos não miscíveis com a água deverão ser colocados em recipientes apropriados para
líquidos orgânicos, para posterior tratamento.
d) RESÍDUOS PERIGOSOS GENÉRICOS: Neste grupo estão incluídas substâncias como hexano,
tolueno, aminas (anilina, trietilamina), amidas, ésteres, ácido clorídrico e outros. Deve-se ter especial
atenção para as incompatibilidades, ou seja, algumas substâncias não podem ser colocadas juntas no
mesmo recipiente devido à reação entre elas. Por exemplo, cloreto de acetila e dietilamina reagem
vigorosamente; ambos são reagentes perigosos e seus rejeitos devem ser mantidos em recipientes
separados. Compostos halogenados como 1-bromobutano, cloreto de t-butila e outros, também devem ser
guardados em recipientes separados dos demais compostos.
e) ÁCIDOS E BASES INORGÂNICAS FORTES: Devem ser neutralizados, diluídos e então descartados.
f) AGENTES OXIDANTES E REDUTORES: Oxidar os redutores e reduzir os oxidantes antes do
descarte.
Esses são alguns exemplos de procedimentos de descarte de rejeitos produzidos no Laboratório
Químico. É prática comum, antes de iniciar em experimento, buscar na literatura especializada
informações sobre os efeitos tóxicos das substâncias que serão utilizadas e os cuidados necessários para
manuseio e descarte das mesmas.

6.4 COMPATIBILIDADES DE ARMAZENAMENTO DE REAGENTES QUÍMICOS EM


LABORATÓRIO

6.4.1 Estocagem e Manuseio


Muitos riscos potenciais são associados com a estocagem e manuseio de materiais usados em
laboratório químico. Estes riscos sempre existirão, mas os acidentes podem ser eliminados por maior
conhecimento das propriedades dos materiais estocados e manuseados: planejando procedimentos de
segurança para estocagem e segurança e informando todas as pessoas que entrarão em contato com estes
materiais dos riscos envolvidos e as medidas de segurança que devem ser tomadas.
O grande número de problemas de estocagem em laboratório químico deve-se à diversidade de
produtos químicos que devem ser estocados. A estocagem descuidada associada com a falta de
planejamento e controle é um convite para acidentes pessoais e danos materiais. Por outro lado, uma área
de estocagem cuidadosamente planejada e supervisionada pode prevenir muitos acidentes. Os produtos
químicos que necessitam estocagem podem ser sólidos, líquidos e gasosos podem estar contidos em
embalagens de papel, plástico, vidro ou metal que podem ser caixas, garrafas, cilindros ou tambores. A
natureza de cada produto pode ser considerada individualmente ou em relação a outros produtos
estocados na mesma área.
Para facilitar as considerações feitas anteriormente, os produtos químicos podem ser agrupados
nas seguintes categorias gerais: Inflamáveis; Tóxicos; Explosivos; Agentes Oxidantes; Corrosivos;
Gases Comprimidos; Produtos sensíveis à água; Produtos incompatíveis.

6.4.2 Produtos Sensíveis à Água


Alguns produtos químicos reagem com a água com evolução de calor e de gases inflamáveis ou
explosivos. O potássio e o sódio metálico e hidretos metálicos reagem em contato com a água produzindo
hidrogênio com calor suficiente para uma ignição com explosiva violência.
Áreas de estocagem para produtos químicos sensíveis à água devem ser projetadas para evitar
qualquer contato com água, e isto é feito da melhor forma mantendo todas as possíveis fontes de água
fora da área.

6.4.3 Produtos Incompatíveis


Áreas separadas de estocagem devem ser providenciadas para produtos químicos incompatíveis
(produtos podem reagir e criar uma condição de perigo devido a esta reação). Alguns exemplos destes
produtos químicos incompatíveis são listados a seguir:

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Substância Química Incompatível com


Ácido acético Ácido nítrico, peróxidos, permanganatos, etilenoglicol,
compostos hidroxilados, ácido perclórico e ácido crômico
Acetona ácidos sulfúrico e nítrico concentrados
Acetileno bromo, cloro, flúor, cobre, prata, mercúrio e seus compostos
Metais alcalinos tetracloreto de carbono (é provável agente carcinogênico para o
homem), dióxido de
carbono, água e halogênios
Metais alcalinos (alumínio ou magnésio tetracloreto de carbono ou outro hidrocarboneto clorado,
em pó) halogênios e dióxido de carbono
Amônia anidra mercúrio, fluoreto de hidrogênio, hipoclorito de cálcio, cloro e
bromo
Nitrato de amônio Ácidos, líquidos inflamáveis, metais em pó, enxofre, cloratos,
qualquer substância
orgânica finamente dividida ou combustível
Anilina Ácido nítrico e peróxido de hidrogênio
Bromo, cloro Amônia, gases de petróleo, hidrogênio, sódio, benzeno e metais
finamente divididos
Carvão ativado Hipoclorito de cálcio e todos os agentes oxidantes
cloratos Sais de amônio, ácidos, metais em pó, enxofre e substâncias
orgânicas finamente divididas
ou combustíveis
Ácido crômico Ácido acético glacial, cânfora, glicerina, naftaleno, terebintina,
álcoois de baixo peso
molecular e muitos líquidos inflamáveis
cobre Acetileno e peróxido de hidrogênio
Líquidos inflamáveis Nitrato de amônio, ácido crômico, peróxido de sódio, ácido
nítrico e os halogênios
Hidrocarbonetos (propano, benzeno, Flúor, cloro, bromo, peróxido de sódio e ácido crômico
gasolina) Ácido fluorídrico
Peróxido de hidrogênio A maioria dos metais e seus sais, álcoois, substâncias orgânicas
e quaisquer substâncias inflamáveis
Sulfeto de hidrogênio Gases oxidantes e ácido nítrico fumegante
iodo Acetileno, amônia e hidrogênio
mercúrio Acetileno e amônia
Ácido nítrico concentrado Ácido acético, sulfeto de hidrogênio, líquidos e gases
inflamáveis, ácido crômico e anilina
oxigênio Óleos, graxas, hidrogênio, líquidos inflamáveis, sólidos e gases
Ácido perclórico Anidrido acético, bismuto e suas ligas, álcoois, papel, madeira e
outros materiais
orgânicos
Pentóxido de fósforo água
Clorato de potássio Ácido sulfúrico e outros ácidos e qualquer material orgânico
Permanganato de potássio Ácido sulfúrico e outros ácidos e qualquer material orgânico
prata Acetileno, compostos de amônia, ácido oxálico e ácido
tartárico
Peróxido de sódio Álcool etílico ou metílico, ácido acético glacial, dissulfeto de
carbono, glicerina, etilenoglicol e acetato de etila
Ácido sulfúrico Clorato de potássio, perclorato potássio e compostos similares de
outros metais leves

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7. EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATORIO


Para um trabalho eficiente e satisfatório em Química, você precisa de espaço para trabalhar, mesa
resistente ao ataque de reagentes químicos, boa iluminação, fontes acessíveis de água, gás, eletricidade,
área especial para manipulação de gases venenosos, etc.Você precisa, finalmente, aprender o significado
exato dos termos dos recipientes e equipamentos adequados.

RECIPIENTE UTILIZAÇÃO ADEQUADA


Béquer e Erlenmeyer manufaturados em vidro, resistente ao aquecimento, ao resfriamento e ao ataque
por reagentes químicos. São recipientes de fácil limpeza. (capacidade: mililitros e
litros).
Balões (fundo chato/fundo utilizados para conter líquidos ou como frascos de reação. Os de fundo redondo
redondo) são mecanicamente mais resistentes e mais adequados a operações que envolvam
aquecimento. Os de fundo chato têm a vantagem de não requerer uso de suporte
para serem mantidos em posição vertical.
Tubos de ensaios são tubos fechados numa extremidade, usados para conter pequenas quantidades
de material sólido ou líquido na realização de testes e reações químicas. A
transparência permite a perfeita observação dos fenômenos que ocorrem.
Funil de vidro comum: utilizado na transferência de líquidos para frascos de boca estreita e para
filtração, com papel poroso (papel de filtro) destinado a reter as partículas
grosseiras, em suspensão na mistura sólido-líquida a ser separada.
Pisseta recipiente em polietileno utilizada para armazenar líquido, preferencialmente
água destilada, em operações como lavagem, acerto grosseiro do nível na medida
de volume, etc.
Vidro de Relógio usado para cobrir béqueres, quando for necessário proteger seu conteúdo da
contaminação por poeira. Usado, ainda, como recipiente raso para sólidos ou para
evaporação lenta de líquidos. Não resiste ao aquecimento.
Bastão de vidro empregado na agitação de líquidos, em operações como: homogeneização,
dissolução, etc., auxílio na transferência de líquidos de um recipiente para outro
(faz-se o líquido escorrer pelo bastão de vidro ao invés de vertê-lo diretamente ao
outro frasco).
Pesa-filtro muito usado para conter sólidos puros, amostras sólidas, etc. Resiste bem ao
aquecimento em estufa (1100º C), daí seu uso na operação de secagem,
determinação de umidade, etc. A tampa esmerilhada protege o conteúdo da ação
da umidade e poeira. Sendo de pequeno porte, presta-se bem para pesagem.
Proveta ou Cilindro Graduado usada em medidas grosseiras de volume de líquidos pois comumente é graduada
em mililitros (erro da leitura ± 0,5 mL).
Pipeta Volumétrica e são utensílios de medidas precisas de volumes de líquidos. O líquido é
Graduada introduzido por sucção, aplicada na parte superior, até acima do menisco. Deixa-
se escoar lentamente o líquido para o acerto do menisco e posterior transferência
do volume medido. É muito importante o tempo de escoamento, pois dele
depende o teor em líquido que fica aderente às paredes internas.
Ex. para pipeta de 10 mL, o tempo mínimo de escoamento é de 20 segundos.
Micropipetas: As micropipetas são instrumentos volumétricos utilizados para a medição de um
determinado volume de líquido quando são necessários valores na ordem dos
microlitros.
O princípio da operação de micropipetas é simples: o enchimento das micropipetas é
realizado através dum êmbolo acionado manualmente que aspira o líquido. A
quantidade de ar entre o êmbolo e a pipeta determina o volume pretendido. O mesmo
êmbolo também provoca o escoamento do líquido por impulsão do ar.
Buretas é também utensílio de medida de volume com precisão (ex: bureta de 50 mL
permite leitura com erro absoluto de ± 0,05 mL). É provida de torneira que
permite interromper o escoamento exatamente no instante desejado, sendo por
isso especialmente indicada para uso nas titulações. Aqui também o tempo de
escoamento é um fator de importância básica.
Dessecador é um recipiente grande, provido de tampa bem ajustada, destinado a manter
atmosfera anidra. Para tal, o compartimento inferior é carregado com agente
dessecante, como CaCl2 anidro, H2SO4 concentrado, ou sílica-gel. Usado para
secagem e proteção contra umidade de materiais higroscópicos; cadinhos são
resfriados em seu interior, para posterior pesagem, etc.

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Kitassato usado para filtração à pressão reduzida. É utilizado em conjunto com cadinho de
porcelana perfurado ou funil de Buchner para filtrações à vácuo.
Balão Volumétrico usado para preparar e diluir soluções.
Funil de Separação ou usado para separação de líquidos imiscíveis.
Decantação
Condensadores usados para condensar os gases ou vapores na destilação de líquidos.
Placa de Petri usadas para fins diversos tais como, secagem de compostos, processos de
incubação em Biologia, etc.
Termômetro usado para medidas de temperaturas.
Cadinhos resistem bem à elevação de temperatura; podem ser aquecidos diretamente sobre
chama até o rubro; daí seu uso na calcinação de pequenas quantidades de
substâncias ou materiais. Podem ser feitos de níquel, ferro, platina, porcelana,
etc., conforme o uso a que se destina.
Cápsula de Porcelana recipiente raso e de superfície relativamente grande, presta-se para evaporação de
soluções. Pode ser aquecida, por exemplo, em banho-maria, para garantir que a
evaporação se processe de maneira controlada.
Almofariz com Pistilo usado na trituração de material sólido aglomerado, especialmente minérios,
produtos ou substâncias destinadas a posterior pesagem.
Espátulas: empregadas para retirar drogas sólidas de frascos, material sólido de papéis de
filtro etc. Espátulas metálicas são muito usadas, mas as de porcelana apresentam a
vantagem de maior resistência ao ataque químico.
Funil de Büchner usado em conjunto com o Kitassato, para filtração à vácuo ou filtrações sob
pressão reduzida.
Pinça para Cadinhos Serve para manipulação de objetos aquecidos, especialmente cadinhos.
Bico de Bunsen Usado para aquecimento em laboratório, pela queima de gás. Produz chama
cônica em que a zona mais quente pode chegar a 1500ºC.
Triângulo Formado por fios de arame e três tubos de porcelana. Colocado sobre o tripé,
serve para suportar cadinhos que serão submetidos a aquecimento direto pelo bico
de Bunsen.
Garra/Anel para funil/Suporte Usados praticamente em todas as montagens de equipamentos em laboratórios,
Universal pois são eles que suportam as partes componentes dessas montagens. O anel é
muito usado para suportar o funil numa filtração. As garras não devem ser
apertadas diretamente sobre materiais de vidro, pois estes poderiam se partir pelo
esforço. Usa-se para proteção, tiras de borracha ou de amianto, para casos em que
haverá aquecimento.
Estante para tubos de ensaio Suporte para tubos de ensaio. Pode ser feita de ferro, madeira ou ferro revestido
com plástico.
Usada em conjunto com o Kitassato e o funil de Buchner, para fazer vácuo
Trompa de vácuo (redução da pressão) no Kitassato e facilitar a filtração.
Estufa Usada para secagem de materiais; atinge, temperaturas de até 2000 C.

Nota 1: As vidrarias calibradas não devem ser aquecidas em estufa e nem carregada com líquidos
quentes.

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