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QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL

Prof. Dsc. Luiz Fernando Oliveira Maia

Salinas - MG
2023
APRESENTAÇÃO

As atividades práticas de química geral têm por finalidade integrar a teoria exposta em sala de
aula à prática vivenciada em laboratório.

Dessa forma, os experimentos seguem com os seguintes objetivos:

• Conhecer as normas de segurança e conduta no laboratório de química.

• Conduzir de forma planejada um experimento no laboratório de química utilizando adequadamente


o espaço do laboratório, instrumentos, vidrarias e reagentes.

• Executar as técnicas e operações básicas de laboratório de química. Observar e descrever o


resultado de um experimento. Construir gráficos e interpretá-los.

• Fornecer condições para o desenvolvimento da criatividade e da análise crítica dos alunos e


estimular o trabalho em equipe.

• Revisar, complementar e aplicar os conceitos de matéria e suas propriedades, estrutura atômica,


compostos químicos e fórmulas, reações químicas, soluções e eletroquímica.

Nas aulas que precedem os experimentos são discutidos conceitos teóricos, práticos e de
segurança. A criatividade, a iniciativa e o trabalho em equipe são estimuladores em todas as etapas. As
unidades didáticas são projetadas de modo a permitir a obtenção dos dados experimentais, assim como
cálculos, discussões, conclusões e sugestões para melhoria do equipamento, da metodologia e dos
objetivos.

Luiz Fernando

Professor da disciplina
SUMÁRIO

1 Introdução.......................................................................................................................................... 4
2 Instruções Gerais e Normas de Laboratório...................................................................................... 4
2.1 Normas de Funcionamento da Disciplina............................................................................ 4
2.2 Dinâmica das Aulas Práticas............................................................................................... 4
2.3 Recomendação aos Alunos.................................................................................................5
2.4 Segurança do Laboratório.................................................................................................. 5
2.4.1 Regras Gerais.......................................................................................................... 5
3 Critérios de Avaliação da Disciplina.................................................................................................. 6
3.1 Avaliação da disciplina........................................................................................................ 6
3.2 Modelo de relatório.............................................................................................................. 6
4 Vidrarias e Equipamentos Comuns de Laboratório........................................................................... 7
Prática 1: Medidas de Volumes Aproximadas e Precisas.................................................................... 10
Prática 2: Bico de Bunsen. Técnicas de Aquecimento em Laboratório................................................ 14
Prática 3: Materiais e Substâncias: Critérios de Pureza e Fracionamento de Materiais...................... 18
Prática 4: Densidade de Sólidos........................................................................................................... 22
Prática 5: Fenômenos Físicos e Químicos........................................................................................... 24
Prática 6: Soluções............................................................................................................................... 27
Prática 7: Oxirredução.......................................................................................................................... 31
Prática 8: Células Galvânicas............................................................................................................... 33
1 Introdução

As aulas práticas de química têm como objetivos colocar o aluno em contato com alguns
equipamentos básicos, aprofundar os conhecimentos técnicos e desenvolver as seguintes
habilidades:

➢ Formação abrangente que lhe propicie aliar a teoria à prática;

➢ Capacidade de trabalho em equipe;

➢ Capacidade de conduzir e interpretar resultados de atividades experimentais;

➢ Capacidade crítica com relação a conceitos de ordem de grandeza;

➢ Capacidade de leitura, expressão e interpretação gráfica;

➢ Capacidade de obtenção e sistematização de informações;

➢ Capacidade de utilização da informática como instrumento do exercício em química

As atividades experimentais propostas visam proporcionar ao aluno a oportunidade para


trabalhar com autonomia e segurança em um laboratório de química. Procurar-se-á, para isso, não
apenas desenvolver a habilidade no manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também a criar
condições para uma avaliação crítica dos experimentos realizados.

2 Instruções Gerais e Normas de Laboratório

2.1 Normas de Funcionamento da Disciplina

No primeiro dia de aula os alunos de cada turma deverão constituir grupos para a realização
das experiências e serão informados a respeito de: Esquema de funcionamento da disciplina, critério
de avaliação e experimentos a serem realizados. Cada turma será dividida em vários grupos.
Executada a experiência, os grupos deverão entregar um relatório de acordo com o modelo entregue
pelo professor. Na aula é obrigatória a presença de todos os membros de cada grupo desde o início
da aula, pois ao aluno que não comparecer à aula será atribuída nota zero no relatório
correspondente ao experimento.

2.2 Dinâmica das aulas Práticas

• Leitura com antecedência, pelos alunos, do assunto a ser abordado na aula;


• Discussão inicial, com o professor, dos aspectos teóricos e práticos relevantes;
• Execução pelos alunos dos experimentos utilizando o roteiro experimental;
• Interpretação e discussão dos resultados juntamente com o professor;
• Apresentação de resultados dos experimentos em relatório.

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2.3 Recomendação aos Alunos

1. O uso do material é imprescindível a partir da primeira aula.


2. O aluno deverá tomar conhecimento, a partir da primeira aula, das instalações do
laboratório, bem como de suas normas de funcionamento.
3. É obrigado, por razões de segurança o uso de avental durante as aulas.
4. O material do laboratório deve ser usado sempre de maneira adequada e somente
aqueles reagentes e soluções especificadas.
5. Não é permitido fumar, comer ou beber nos laboratórios.
6. Todo o material usado deve ser lavado ao final de cada aula e organizado no local
apropriado (mesas, bancadas ou armários).
7. A bancada de trabalho deve ser limpa.
8. Após o uso, deixar os reagentes nos devidos lugares.
9. Devem ser evitadas conversas em voz alta, e sobre assuntos alheios à aula.
10. As normas de segurança relacionadas no texto “Segurança no laboratório” devem ser
lidas atentamente.

2.4 Segurança no Laboratório

O trabalho no laboratório de química exige ordem, método e o respeito por regras de


segurança na utilização de material e produtos químicos. Os acidentes não acontecem por
acaso!

2.4.1 Regras Gerais

• Não brincar. O laboratório é um local de trabalho. Não se admitem descuidos ou


brincadeiras.
• Todas as experiências devem ser realizadas com o acompanhamento do professor.
• Não se devem misturar substâncias ao acaso.
• Use roupas adequadas para o trabalho que estiver realizando. O uso do guarda-pó,
de mangas longas e preferencialmente de algodão (fibras sintéticas são altamente
inflamáveis), sempre fechado, é indispensável em qualquer situação. O ato de vesti-
lo ou desvesti-lo sempre deve ser feito na entrada do laboratório, distante, portanto,
das bancadas.
• Sempre use sapatos fechados. Cabelos compridos devem estar sempre presos. De
preferência ao uso de calças compridas.
• Sempre que a ocasião pedir não dispense o uso de luvas, óculos de segurança ou
máscaras.
• Conhecer e utilizar corretamente o material de laboratório.
• Ter cuidado com o manuseamento de material quente.
• Ler com atenção as instruções. O trabalho deve ser planejado antes do início do
mesmo. Uma eficiente organização evita a perda de tempo.

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• Verificar bem o rótulo dos frascos. Verificar as indicações inscritas nos rótulos, em
especial símbolos de aviso.
• Nunca provar, cheirar ou retirar com as mãos os produtos. Os produtos químicos
podem provocar danos em pessoas e material, por isso devem ser manuseados com
o máximo cuidado.
• Não contaminar os produtos. Não trocar as tampas dos frascos.
• Não fumar dentro do laboratório.
• Conservar a mesa de trabalho limpa. A mesa de trabalho deve ser mantida limpa e
arrumada para facilitar as execuções experimentais e evitar acidentes.
• Na diluição de ácidos, o ácido deve ser vertido na água e não o contrário.
• As experiências que provocam a libertação de vapores devem ser feitas em locais
próprios ou bem arejados.
• Sempre ouça cuidadosamente do seu professor as instruções para a execução da
prática. Em caso de dúvidas, procure dirimi-las antes do começo da execução da
mesma.
• Comunique ao seu professor qualquer acidente ocorrido.

3. Critérios de Avalição da Disciplina

Durante o curso os alunos realizarão o conjunto de experimentos de laboratório e os


grupos deverão elaborar os respectivos relatórios de cada experimento, que serão avaliados
pelo professor da turma.

Serão Avaliados:

✓ A coerência e a clareza na redação dos relatórios;


✓ O desempenho na execução das práticas;
✓ A capacidade para trabalhar com independência e eficiência durante as aulas
práticas;

3.1 Avaliação da disciplina:

✓ Relatórios de Aulas Práticas: 70 pontos


✓ Prova Teórica: 30 pontos

3.2 Modelo de Relatório

O modelo de relatório será disponibilizado aos alunos sempre no início das atividades
práticas constantes nesse material.

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4. Vidrarias e Equipamentos Comuns de Laboratório

A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de uma


variedade de equipamentos de laboratório com finalidades específicas. A seguir são apresentados os
materiais utilizados rotineiramente em um laboratório discutindo algumas de suas funções.

Tabela 1: Materiais comuns usados em laboratório

Espátula: Retirada de porções de reagentes


Vidro de relógio: pesagens e transporte de
sólidos.
substâncias

Béquer: usado para transferência de


Tubo de ensaio: testes de reações químicas. líquidos, aquecimento de líquidos

Proveta: medida aproximada de volumes de Bastão de vidro: agitar soluções, transporte de


líquidos. líquidos, filtração e outros fins.

Pipeta Volumétrica: medida de volumes fixos de Pipeta Graduada: medida de volumes de


líquidos. líquidos.

Funil de vidro: transferência de líquidos e em


Funil de Buchner: usado em filtrações à vácuo.
filtrações em laboratório

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Funil de decantação: separação de líquidos Almofariz e pistilo: triturar e pulverizar sólidos
imiscíveis.

Erlenmeyer: titulações. Kitassato: filtrações à vácuo

Balão volumétrico: preparo de soluções.


Bureta: medidas precisas de líquidos e em
análises volumétricas.

Condensadores: condensar os gases ou vapores Balão de fundo redondo: aquecimento de


na destilação. líquidos, em destilações, etc.

Mufa: prender a garra no suporte universal


Garra: prender vidrarias no suporte universal

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Suporte Universal: prender vidrarias.
Termômetro: medida de temperatura

Pinça de madeira: segurar tubos de ensaio


Adaptador de três vias: usado em destilações
durante aquecimentos diretos no Bico de
Bunsen.

Bico de Bunsen: aquecimento em laboratório Tripé de ferro: usado para sustentar a tela de
amianto.

Pisseta: lavagens, remoção Balança: pesagem de materiais


de precipitados e outros fins. e reagentes.

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Prática 1: Medidas de Volumes Aproximadas e Precisas

1 Objetivos
Conhecer equipamentos e técnicas de medidas de volume em laboratório.

2 Considerações Teóricas

A prática de análise volumétrica requer a medida de volumes de líquidos com elevada


precisão. Para efetuar tais medidas são empregados vários tipos de aparelhos, que podem ser
classificados em duas categorias: (a) Aparelhos calibrados para dar escoamento a determinados
volumes; (b) Aparelhos calibrados para conter um volume líquido. Na classe (a) estão contidos as
pipetas e as buretas e, na classe (b), estão incluídos provetas e os balões volumétricos.
A medida de volumes líquidos com qualquer dos referidos aparelhos está sujeita a uma série
de erros devido às seguintes causas: a) ação da tensão superficial sobre as superfícies líquidas. b)
dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura. c) calibração imperfeita dos
aparelhos volumétricos. d) erros de paralaxe.
De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes de líquidos, usam-se provetas;
para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas e balões volumétricos, que constituem o chamado
material volumétrico. Aparelhos volumétricos são calibrados pelo fabricante a uma temperatura
padrão de calibração de 20 ºC.

Aparelhos Volumétricos

a) Balões volumétricos: Os balões volumétricos são balões de fundo chato e gargalo comprido,
calibrados para conter determinados volumes de líquidos. Os balões volumétricos são providos de
rolhas esmerilhadas de vidro ou de polietileno. O traço de referência é gravado sob a forma de uma
linha circular, tal que, por ocasião da observação, o plano tangente à superfície inferior do menisco
tem que coincidir com o plano do círculo de referência. Os balões volumétricos são construídos para
conter volumes diversos e são especialmente usados na preparação de soluções de concentração
conhecida.

b) Pipetas: Existem duas espécies de pipetas:

• Pipetas volumétricas, construídas para dar escoamento a um determinado volume.


• Pipetas graduadas ou cilíndricas que servem para escoar volumes variáveis de líquidos.

As pipetas volumétricas são constituídas por um tubo de vidro com um bulbo na parte central.
O traço de referência é gravado na parte do tubo acima do bulbo. A extremidade inferior é afilada e o
orifício deve ser ajustado de modo que o escoamento não se processe rápido demais, o que faria
com que pequenas diferenças de tempo de escoamento ocasionassem erros apreciáveis. As pipetas
graduadas consistem de um tubo de vidro estreito, geralmente graduado em 0,1 mL. São usadas
para medir pequenos volumes líquidos e possuem a vantagem de se poder medir volumes variáveis.

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Para se encher uma pipeta, coloca-se a ponta da mesma no líquido e faz-se a sucção com a
pera de sucção ou com a boca. Deve-se ter o cuidado em manter a ponta da mesma sempre abaixo
do nível da solução do líquido. Caso contrário, ao se fazer a sucção, o líquido alcança a pera de
sucção ou a boca. A sucção deve ser feita até o líquido ultrapassar o traço de referência. Feito isto,
deixa-se escoar o líquido lentamente até o traço de referência (zero). O ajustamento deve ser feito de
maneira a evitar erros de paralaxe.

Figura 1: Técnica de pipetagem

Para escoar os líquidos, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com a ponta encostada
na parede do recipiente que vai receber o líquido; caso esteja usando a boca na pipetagem (técnica
desaconselhável), levanta-se o dedo indicador até que o líquido escoe totalmente. Esperam-se 15 ou
20 segundos e retira-se a gota aderida a ponta da pipeta, encostando-a à parede do recipiente.

c) Buretas:

As buretas servem para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. São constituídas de
tubos de vidro uniformemente calibrados, graduados em 1 mL e 0,1 mL. São providas de dispositivos,
torneiras de vidro ou polietileno entre o tubo graduado e sua ponta afilada, que permitem o fácil
controle de escoamento.

3 Reagentes e Equipamentos

• Béquer de 50 ou 100 mL
• Bureta de 25 ou 50 mL
• Erlenmeyer de 100 ou 150 mL
• Frasco lavador (pisseta)
• Garras
• Haste universal
• Pipeta graduada de 10 mL
• Pipeta volumétrica de 10 mL
• Proveta de 50 mL ou 100 mL
• FeSO4 0,1 mol/L acidulado
• KMnO4 0,02 mol/L

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4 Parte Experimental

A Figura 2 ilustra como deve ser feita a leitura em equipamento para medir volumes

Figura 2: Leitura em equipamentos para medir volumes.

Para se evitarem erros na leitura do volume, em razão do efeito de paralaxe, é sempre


necessário que a leitura seja feita com o aparelho na posição vertical e na altura dos olhos do
observador.
Quando o líquido a ser medido for incolor ou levemente colorido, a leitura do volume é feita
observando-se a parte inferior do menisco. Se o líquido for colorido, de tal modo que impeça a
observação do menisco inferior, observa-se, então, sua parte superior.
Seguem algumas operações que têm como objetivo comparar volumes medidos com buretas
e pipetas, precisa e exatas, com os mesmos volumes medidos em instrumentos mais grosseiros
como a proveta.

1 – Observe o material para seu trabalho em grupo. Anote as diferenças entre a pipeta graduada e a
pipeta volumétrica. Usando a pipeta graduada, pipete de um béquer 9 mL de H 2O destilada e
transfira-os para o erlenmeyer. Tente fazer o mesmo, usando a pipeta volumétrica. Você agora está
apto a citar pelo menos uma vantagem em se usar a pipeta volumétrica? Existe alguma vantagem em
seu usar a pipeta volumétrica?

2 – Adicione com pipeta volumétrica cinco porções sucessivas de 10 mL de H 2O destilada a uma


proveta. Após cada adição, anote a leitura do volume de H2O na proveta.

3 – Faça uma montagem, conforme a Figura 3.

Figura 3: Montagem para utilização da bureta e proveta

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Encha a bureta com H2O destilada. Retire as bolhas de ar e “zere” o aparelho (0 mL),
recebendo o excesso de H2O destilado em um béquer. Transfira sucessivamente cinco porções de 10
mL da bureta para a proveta. Anote os volumes lidos na proveta, após cada adição de 10 mL. Você
observou diferenças entre os volumes lidos na bureta ou pipeta e na proveta? Em caso afirmativo, a
que se atribuem as diferenças observadas? Em caso negativo, pode-se afirmar que não houve erro
nas medições?

4 – Encha novamente a bureta com solução de KMnO4 0,02 mol/L procedendo como anteriormente.
Pipete 10 mL de solução de FeSO4 0,1 mol/L previamente acidulada, com pipeta volumétrica.
Transfira esta solução para o erlenmeyer de 125 mL. Inicie o gotejamento vagarosamente, até o não
desaparecimento da cor da solução de KMnO4. Anote o volume gasto de KMnO4. Transfira o
conteúdo para uma proveta e faça a leitura do volume. Você observou algum erro quando fez a
medição? Justifique.

Figura 4: Montagem para titulação de FeSO4 com KMnO4.

5 Referências Bibliográficas

Paulo Gontijo Veloso de Almeida. Química Geral – Práticas Fundamentais, 1ª edição, 2011.

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Prática 2: Bico de Bunsen. Técnicas de Aquecimento em Laboratório

1 Objetivos

Aprender a utilizar o bico de Bunsen e técnicas de aquecimento em laboratório.

2 Considerações Teóricas

Grande parte dos aquecimentos realizados em laboratórios são feitos por meio de
queimadores de gases combustíveis, sendo mais comumente usado o bico de Bunsen. O gás
combustível queimado no bico de Bunsen geralmente é o gás de rua ou o G.L.P. (gás liquefeito de
petróleo) e o comburente é o ar atmosférico.
Existem bicos de Bunsen com ou sem regulagem de gás, mas todos possuem basicamente
três partes: a) Cilindro metálico: tubo de metal, rosqueado no centro da base, por onde passa o gás
combustível que é queimado no topo. Possui alguns orifícios na parte inferior por onde entra o ar
(comburente). b) Anel de regulagem (de ar): o anel é uma pinça metálica que envolve a parte inferior
do cilindro. Possui orifícios (janelas) correspondentes aos do cilindro, de modo que, girando o anel,
pode-se abrir ou fechar as janelas, controlando assim a entrada de ar. c) Base metálica: possui uma
entrada lateral de gás e um pequeno orifício no centro, por onde sai o gás que será queimado no topo
do cilindro. Como se vê na Figura abaixo, com o regulador de ar primário parcialmente fechado,
distinguimos três regiões na chama:

Figura 1: Bico de Bunsen.

a) Zona externa: Violeta pálida, quase invisível, onde os gases fracamente expostos ao ar
sofrem combustão completa, resultando em CO 2 e H2O. Esta zona é chamada de zona oxidante
(Temperaturas de 1560-1540ºC).
b) Zona intermediaria: Luminosa, caracterizada por combustão incompleta, por deficiência do
suprimento de O2. O carbono forma CO, o qual se decompõe pelo calor, resultando em diminutas

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partículas de C (carbono) que, incandescentes, dão luminosidade à chama. Esta zona é chamada de
zona redutora (Temperaturas abaixo de 1540ºC).
c) Zona interna: Limitada por uma “casca” azulada contendo os gases que ainda não
sofreram combustão – mistura carburante (Temperaturas em torno de 300ºC).
Abrindo-se o registro de ar, dá-se entrada de suficiente quantidade de O2 (do ar), dando-se
na região intermediária combustão mais acentuada dos gases, formando, além do CO, uma maior
quantidade de CO2 e H2O, tornando assim a chama quase invisível.
As reações químicas básicas da combustão são:

O bico de Bunsen é usado para a quase totalidade de aquecimentos efetuados em


laboratório, desde os de misturas ou soluções de alguns graus acima da temperatura ambiente, até
calcinações, feitas em cadinhos, que exigem temperaturas de cerca de 6000C. Procedimentos mais
avançados de laboratório podem requerer mantas com aquecimento elétrico, chapas elétricas,
banhos aquecidos eletricamente, maçaricos oxiacetilênicos, fornos elétricos e outros.
Os tubos de ensaio com líquidos podem ser aquecidos diretamente na chama do bico de
Bunsen. A chama deve ser média e o tubo deve estar seco por fora, para evitar que se quebre ao ser
aquecido. O tubo deve ficar virado para a parede ou numa direção em que não se encontre ninguém,
pois é comum, aos operadores sem prática, deixar que repentinamente o líquido quente salte fora do
tubo, o que pode ocasionar queimaduras. O tubo é seguro próximo de sua boca, pela pinça de
madeira e agita-se brandamente, para evitar superaquecimento do líquido.
Para se aquecer béquers, erlenmeyeres, balões etc., não se deve usar diretamente o bico de
Bunsen; estes aquecimentos são feitos utilizando-se um tripé com uma placa de vidro, cuja função é
deixar passar o calor uniformemente.

3 Reagentes e Equipamentos

• Bico de Bunsen
• Tripé de ferro
• Tela de amianto
• Suporte universal
• Mufa
• Pinça de madeira
• Proveta de 100 mL
• Proveta de 5 mL
• Béquer de 300 mL
• Tubo de ensaio 20x200
• Pipeta graduada
• Cadinho de porcelana com tampa
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• Termômetro
• Triângulo de porcelana
• Sulfato de cobre penta hidratado – CuSO4.5H2O pulverizado

4 Parte Experimental

Uso do Bico de Bunsen

1 – Abrir a torneira de gás e acender o bico. Observar a combustão incompleta do gás (chama
amarelada).
2 – Abrir gradativamente as janelas do bico. Observar as modificações correspondentes sofridas pela
chama.
3 – Fechar as janelas e diminuir a chama pela torneira de gás.
4 – Colocar a ponta de um palito de fósforo na zona oxidante e o observar a sua rápida inflamação.
5 – Colocar e retirar rapidamente, na chama do bico, um palito de fósforo, de maneira que este
atravesse a zona oxidante e a zona redutora. Observar que somente é queimada a parte do palito
que esteve na zona oxidante. Por que apenas a parte do palito que esteve na zona oxidante
queimou?
6 – Fechar a entrada de ar primário.
7 – Fechar a torneira de gás.

Aquecimento de líquidos no copo de béquer

1 – Colocar cerca de 100 mL de água no copo de béquer.


2 – Colocar o béquer na tela de amianto, suportada pelo tripé de ferro conforme figura abaixo.

Figura 2: Montagem para aquecimento de líquidos em béquer

3 – Inserir o termômetro e aquecer o béquer com a chama forte do bico de Bunsen (janelas abertas e
torneira de gás totalmente aberta). Observar e ebulição da água. Anotar a temperatura de ebulição da
água. O que significa temperatura de ebulição? Qual a função da tela de amianto?
4 – Apagar o bico de Bunsen.
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Aquecimento de líquidos no tubo de ensaio

1 – Colocar cerca de 4 mL de água no tubo de ensaio


2 – Segurar o tubo, próximo a boca, com pinça de madeira
3 – Aquecer a água, na chama média do bico de Bunsen (torneira de gás aberta pela metade e
janelas aberta pela metade), com o tubo voltado para a parede com inclinação de cerca de 45º e com
pequena agitação, até a ebulição da água, conforme figura abaixo.

Figura 3: Montagem para aquecimento de líquidos em tubo de ensaio

4 – Retirar o tubo do fogo e apagar o bico de Bunsen. Por que o aquecimento dos líquidos, em tubos
de ensaio, deve ser feito na superfície dos líquidos?

Calcinação

1 – Colocar uma pequena porção de sulfato cúprico penta hidratado (pulverizado) num cadinho de
porcelana, adaptado num triângulo de porcelana de acordo com a figura abaixo.

Figura 4: Montagem para calcinação em cadinho de porcelana

2 – Aquecer com a chama forte do bico de Bunsen


3 – Observar depois de alguns minutos o óxido de cobre formado. Observar a mudança de cor.

5 Referências Bibliográficas

Diamantino Fernandes Trindade, Fausto Pinto de Oliveira, Gilda Siqueira Lopes Banuth, Jurandyr
Gutierrez Bispo. Química Básica Experimental, 5ª edição, 2013.

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Prática 3: Materiais e Substâncias: Critérios de Pureza, Fracionamento de
Materiais

1 Objetivos

Distinguir substância e misturas e aprender técnicas de fracionamento.

2 Considerações teóricas

Diz-se que a matéria é tudo que tem existência concreta, tudo que ocupa lugar no espaço,
tudo que tem massa. Seria desnecessário dizer que a matéria se apresenta sob formas muito
variadas: água, rocha, carvão, ferro, petróleo, oxigênio etc. Os diferentes tipos de matéria são
denominados substâncias.
Por outro lado, na natureza, as substâncias normalmente encontram-se misturadas umas
com as outras e, assim, são denominadas misturas. Uma das mais importantes tarefas dos químicos
é fracionar esses materiais, obtendo as substâncias correspondentes. Deve-se, portanto, fazer
distinção entre substâncias e misturas.
Às vezes, é fácil distinguir substância de uma mistura, uma vez que as substâncias são
sempre homogêneas (um só aspecto, uma só fase), ao passo que as misturas podem ser
heterogêneos (mais de um aspecto, mais de uma fase). No entanto, certas misturas são facilmente
confundidos com substâncias, porque são também homogêneos (água salgada, por exemplo,
constituída da substância água com a substância sal). Distinguem-se, assim, dois tipos de misturas:
mistura heterogênea (facilmente identificado) e mistura homogêneo (pode ser confundido com
substância).
Distinguir uma substância de uma mistura homogênea, embora mais difícil que distinguir de
uma mistura heterogênea, é perfeitamente viável, uma vez que que as substâncias se caracterizam
por possuírem um conjunto de propriedades físicas e químicas específicas (um conjunto diferente
para cada substância), fixas e constantes, o que não acontece com as misturas.
Dentre estas propriedades, são muito importantes o ponto de fusão (a temperatura em que
um sólido se funde), o ponto de ebulição (a temperatura em que um líquido ferve) e a densidade
(razão entre a massa do corpo e o volume que ocupa, geralmente dada em g/cm3). Por exemplo: a
água (H2O) tem ponto de fusão (PF) igual a 0 °C e o ponto de ebulição (PE) igual a 100 °C, ambos a
1 atm de pressão, e densidade (d) igual a 1 g/cm3 a 4 °C.
Por outro lado, a água salgada, que é uma mistura homogênea, apresenta variação de
temperatura durante a fusão e ebulição. Os valores de densidade e temperatura de início da fusão e
ebulição variam conforme as quantidades relativas de água e sal.
As misturas, portanto, não tem ponto de fusão e ebulição. As substâncias, ao contrário,
possuem ponto de fusão e ebulição, uma vez que a temperatura permanece constante durante suas
mudanças de fase. As diferenças nas curvas de aquecimento de uma substância e uma mistura são
mostradas na Figura 1.

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Figura 1: Curvas de aquecimento

Além disso, as misturas (heterogêneas e homogêneas) são, de modo geral, fáceis de


fracionar em seus respectivos componentes (substâncias) por processos físicos, tais como filtração,
centrifugação, destilação, etc. A mistura homogênea também é chamada de solução. Deve-se ainda
salientar que há dois tipos distintos de substâncias:

Substância simples – presença de um só elemento químico.


Exemplo: ferro(Fe), ouro (Au)

Substância composta – presença de mais de um elemento químico.


Exemplo: água (H2O), álcool (C2H5OH).

Substância composta é frequentemente confundida com mistura, embora existam diferenças


fundamentais entre eles, como no caso da substância composta sulfeto de ferro(II) (FeS) e o material
constituído pelas substâncias ferro (Fe) e enxofre (S). No primeiro caso, o ferro e o enxofre vêm tão
intimamente ligados (ligação química) que nem um nem outro mantêm suas propriedades originais,
nem mesmo são facilmente separáveis. Nos materiais ferro e enxofre, cada substância componente
(ferro e enxofre) mantém as suas propriedades individuais e é facilmente separada uma da outra.

3 Reagentes e Equipamentos

• Balão de destilação
• Bastão de vidro
• Béquers de 100 mL
• Proveta de 50 mL
• Proveta de 10 mL
• Chapa elétrica
• Condensador
• Funil analítico

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• Garras
• Haste universal
• Papel filtro (qualitativo)
• Tela de amianto
• Termômetro (0-100°C)
• Tripé
• Enxofre
• KI 0,1 mol/L
• Pb(NO3)2 0,05 mol/L
• Vinho
• Placa de petri

4 Parte Experimental

Distinção entre misturas e substâncias

1 – Observe atentamente as amostras contidas nos tubos de ensaio tampados e classifique-as em


substâncias (simples ou compostas), misturas (homogêneo ou heterogêneo), de acordo com as
informações fornecidas na tabela abaixo e suas observações

Tabela 1: Conteúdo das amostras para análise


N° AMOSTRA CONTEÚDO CLASSIFICAÇÃO
1 Enxofre S8
2 Vinho CH3CH2OH + H2O + resíduos
3 Álcool CH3CH2OH
4 PbI2(aq) em excesso PbI2 + H2O
5 Solução de KI 0,1 M KI + H2O
6 Solução de Pb(NO3)2 0,05 M Pb(NO3)2 + H2O
7 Desconhecida
8 Desconhecida

Caso não se soubesse que a amostra n° 3 é álcool, o que fazer para se certificar disso?

Critérios de Pureza

1 – Analise a amostra n° 7, procedendo como se segue. Coloque cerca de 50 mL em um béquer e


inicie o aquecimento sobre uma chapa aquecedora. Anote a temperatura da amostra, com o auxílio
de um termômetro, de minuto a minuto (ou intervalos maiores, se conveniente até a ebulição.
Continue o aquecimento e a anotação da temperatura por mais 5 minutos e verifique se durante a
ebulição a temperatura continua a subir ou não. Com os dados obtidos, faça um gráfico de
temperatura x tempo.

2 – Repita o procedimento anterior para a amostra n° 8.

20
Fracionamento de materiais

1 – Em um béquer, junte volumes iguais das amostras nº 5 e nº 6. O que se observa? Classifique o


sistema formado? A Figura 2 ilustra a maneira correta de se realizar a filtração. Monte a aparelhagem
e execute a filtração. A Figura 3 ilustra como o papel de filtro deve ser dobrado. Que substância ficou
no papel filtro (resíduo)? Que substâncias passaram por ele (filtrado)? Com o auxílio de uma pisseta,
lave o precipitado com água três vezes. Justifique a realização dessa operação. Com o auxílio de
uma espátula, coloque o precipitado em uma placa de petri.

Figura 2: Filtração simples

2 – Coloque cerca de 10 mL da amostra n° 7 em um béquer e leve ao aquecimento até a secura.


Ficou resíduo no béquer?

3 – Repita o procedimento para a amostra nº 8. Ficou resíduo no béquer? Em caso afirmativo,


ocorreu o fracionamento da amostra. Qual o nome da técnica utilizada neste procedimento?

4 – Para a fracionar misturas constituídas de dois líquidos miscíveis, em geral, a melhor técnica talvez
seja a da destilação. A amostra n° 2 é uma mistura homogênea, cujos principais componentes são a
água (PE = 100 °C) e o álcool (PE = 78°C). Monte a aparelhagem, conforme mostrado na Figura 3,
para separar os dois. Observe o aumento da temperatura durante esta experiência, a qual, como se
trata de uma mistura, varia durante a ebulição. Ao atingir 90°C, troque o recipiente de coleta do
destilado. Assim você obterá duas frações. Sugira um teste para caracterizar as substâncias obtidas
nas duas frações. Que substância predomina em cada uma delas?

Figura 3: Destilação simples

5 Referências Bibliográficas

Paulo Gontijo Veloso de Almeida. Química Geral – Práticas Fundamentais, 1ª edição, 2011.
21
Prática 4: Densidade de Sólidos

1 Objetivos

Determinar densidade de sólidos usando o método do deslocamento.

2 Considerações teóricas

A densidade de uma substância é definida como a relação entre a sua massa e o seu volume
(d = m/v). A densidade é também uma propriedade específica, isto é, cada substância pura tem uma
densidade própria, que a identifica e a diferencia das outras substâncias.
A densidade de um sólido pode ser determinada pesando-o cuidadosamente e em seguida
determinando seu volume. Se o sólido apresentar uma forma irregular (o que torna impossível medir
suas dimensões), o volume poderá ser determinado utilizando um método de deslocamento.
Basicamente, determina-se a massa de uma amostra do sólido e então transfere-se
quantitativamente essa massa para um instrumento volumétrico graduado apropriado (ex: proveta ou
bureta), parcialmente cheio com água (ou em algum líquido no qual o sólido não flutue). O sólido
deslocará um volume de líquido igual ao seu volume. Assim, ao anotar a posição do menisco antes e
depois da adição do sólido, o volume poderá ser deduzido.

3 Reagentes e Equipamentos

• Balança analítica
• Vidro de relógio
• Proveta de 10 mL
• Béquer de 50 mL
• Pisseta com água destilada
• Pregos de ferro ou de aço
• Aparas de alumínio
• Fios de cobre

4 Parte Experimental

1 – Utilizando uma pinça, pese em balança analítica aproximadamente 5,000 g de pregos e anote sua
massa (Verifique com o professor o procedimento correto para uso da balança analítica)

2 – Com o auxílio de uma pisseta, coloque água destilada na proveta até aproximadamente a metade
de sua capacidade total. Ajuste o menisco e anote o volume.

3 – Introduza o(s) prego(s) na proveta (sugestão: incline a proveta num ângulo de aproximadamente
30° ao introduzir a amostra, para evitar o impacto entre a amostra e o fundo da proveta e para impedir
que parte da água destilada espirre para fora).

22
4 – Anote o novo volume (sugestão: anote o novo volume após bater levemente na lateral da proveta
algumas vezes para eliminar bolhas de ar que eventualmente tenham ficado retidas na superfície da
amostra)

5 – Meça a diferença entre o volume inicial e o volume final, esta medida fornecerá o volume da
amostra.

6 – Com os resultados obtidos acima, calcule a densidade da amostra.

7 – Compare a densidade calculada para o prego com a Tabela 1.

8 – Repita a operação para as demais amostras (aparas de alumínio e fios de cobre), anotando os
valores encontrados para cada uma delas na Tabela 1.

Tabela 1 - Resultado referente à determinação da densidade de sólidos


Massa Vol. inicial Vol. final Vol. amostra Densidade exp. Densidade
Amostra Erro
(g) (mL) (mL) (mL) (g/mL) (g/mL)
Ferro 7,87
Alumínio 2,70
Cobre 8,96

Para calcular o erro, utilizar a expressão abaixo:

valor experimental − valor teórico


E= x 100%
valor teórico

5 Referências Bibliográficas

Janaína César, Marco-Aurélio De Paoli, João Carlos de Andrade. A Determinação da Densidade de


Sólidos e Líquidos. Disponível em <
http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/quimica/cd2/conteudo/aulas/37_aula/recursos/21480/21
480.pdf>. Acesso em 30/05/2022.

23
Prática 5: Fenômenos Físicos e Químicos

1 Objetivos

Diferenciar experimentalmente, um fenômeno físico de um químico

2 Considerações Teóricas

Fenômeno é tudo que ocorre na natureza. É comum distinguir fenômeno físico de fenômeno
químico, sendo o último geralmente denominado de reação química.
Durante um fenômeno físico, a substância ou substâncias continuam inalteradas. Por
exemplo, partir uma barra de magnésio em dois pedações constitui um fenômeno físico, pois os dois
pedaços resultantes continuam sendo magnésio. A queda de um corpo é também um fenômeno
físico, pois a essência do corpo permanece a mesma, isto é, a substância ou as substâncias que
constituem esse corpo continuam inalteradas.
Durante um fenômeno químico ou reação química, por outro lado, ocorrem profundas
modificações em que a substância ou as substâncias envolvidas transformam-se em outra(s)
substância(s) inteiramente diferente(s) das originais. Por exemplo, ao se aquecer uma barra de
magnésio (Mg) num ambiente em que existe oxigênio (no ar, por exemplo), ela se transforma em
outra substância em outra substância, nada parecido com a original, ou seja, transforma-se em óxido
de magnésio (MgO), havendo ainda grande desprendimento de energia em forma de calor e luz.
Outro exemplo: na queima de papel, que é essencialmente a substância celulose, este se transforma
em, pelo menos, três novas substâncias, que são: gás carbônico (CO 2), água (H2O) e carbono (C),
além de liberar grande quantidade de energia na forma de calor.
Em cada um dos fenômenos que serão estudados experimentalmente poderão ser feitas
observações suficientes quanto a cor, odor, estado físico, solubilidade em água, efeitos caloríficos
etc., que conduzirão a conclusões para que se possa estabelecer se o fenômeno é físico ou químico.
Em cada caso, anotam-se as observações que se considerem pertinentes para tomar uma decisão.
Para melhor aproveitamento do trabalho prático, todas as substâncias devem ser examinadas
previamente e suas propriedades imediatas devem ser anotadas para serem comparadas com as
propriedades das novas substâncias que eventualmente se formarão.
Em todos os itens, os fenômenos observados devem ser classificados como físicos ou
químicos. As classificações devem ser justificadas, quando o fenômeno for físico determinar qual a
transformação física ocorrida e quando o fenômeno for químico escrever a reação que corresponde
ao fenômeno.

3 Reagentes e Equipamentos

• Tubos de ensaio
• Estante para tubos de ensaio
• Bico de Bunsen
24
• Béquer de 100 mL
• Proveta de 5 mL
• Pisseta com água destilada
• Vidro de relógio
• Tela de amianto
• Tripé de ferro
• Pinça metálica
• Pipeta de Pasteur
• Cápsula de porcelana
• Iodo sólido – I2
• Magnésio em aparas – Mg
• Na2CO3
• NaOH em pastilhas
• KNO3
• KMnO4
• KCl 0,1 mol/L
• AgNO3 5%
• HCl 1:1
• HCl concentrado
• H2SO4 concentrado
• Pb(NO3)2 1 mol/L
• K2Cr2O7 1 mol/L

4 Parte Experimental

1 – Colocar alguns cristais de iodo em um béquer de 100 mL e cobrir com um vidro de relógio.
Colocar o conjunto sobre a tela de amianto apoiado no tripé de ferro e aquecer com a chama do bico
de Bunsen, usando meia combustão. Observar os vapores que se desprendem (1.1). Cessar o
aquecimento e colocar 1 mL de água sobre o vidro de relógio. Aguardar o resfriamento do sistema.
Observar (1.2).

2 – Colocar em um tubo de ensaio, uma pequena quantidade de carbonato de sódio (Na 2CO3).
Adicionar 2 mL de água destilada e agitar (2.1). Aquecer a solução obtida diretamente na chama do
bico de Bunsen até a completa evaporação. Observar (2.2).

3 – Colocar em um tubo de ensaio, uma pequena quantidade de carbonato de sódio (Na 2CO3).
Adicionar 2 mL de ácido clorídrico (HCl) 1:1 e agitar (3.1). Aquecer a solução obtida diretamente na
chama do bico de Bunsen até a completa evaporação. Observar (3.2).

25
4 – Segurar uma pequena tira de magnésio com a pinça metálica. Aquecer a tira diretamente na zona
oxidante do bico de Bunsen até que ocorra incandescência (luminosidade). Observar (4.1). Deixe o
produto da reação cair dentro de uma cápsula de porcelana. Anotar as características do resíduo
obtido.

5 - Colocar em um tubo de ensaio, uma pequena quantidade de magnésio em aparas. Adicionar 3 mL


de ácido clorídrico (HCl) 1:1. Agitar até que desapareça o magnésio. Observar (5.1).

6 – Colocar em tubo de ensaio, 1 mL de solução de cloreto de potássio (KCl). Adicionar algumas


gotas de solução de nitrato de potássio (AgNO 3) até o aparecimento de um precipitado branco. Agitar.
Observar. (6.1)

7 – Em um tubo de ensaio, colocar 1 mL de solução de nitrato de chumbo (Pb(NO 3)2). Adicionar


algumas gotas de ácido clorídrico 1:1 até o aparecimento de um precipitado branco. Agitar. Observar
(7.1). Aquecer a solução obtida contendo o precipitado, brandamente, na chama do bico de Bunsen
até o desaparecimento do precipitado. Observar (7.2). Adicionar, gota a gota, solução de dicromato
de potássio até o aparecimento de um precipitado amarelo. Agitar. Observar (7.3).

8 – Colocar em um béquer de 50 mL uma ou duas pastilhas de hidróxido de sódio (NaOH) e adicione,


gota a gota, ácido clorídrico concentrado. CUIDADO! Observar (8.1). Toque o fundo do béquer.

9 – Colocar em um tubo de ensaio uma certa quantidade de nitrato de potássio (KNO 3). Adicione 5
mL de água. Observar a variação de temperatura (9.1).

10 – Experiência Demonstrativa: “Coloque numa cápsula de porcelana um pouco de permanganato


de potássio sólido (KMnO4) e acrescente algumas gotas de ácido sulfúrico concentrado (CUIDADO!).
Toque nesta mistura com um chumaço de algodão enrolado num bastão de vidro. CUIDADO!
Mantenha o rosto afastado da cápsula! Observar (10.1).

11 – Classifique todos os fenômenos observados durante a realização da prática em físico ou


químico. Justifique suas respostas. Se o fenômeno for químico, escreva a reação correspondente.

5 Referências Bibliográficas

Diamantino Fernandes Trindade, Fausto Pinto de Oliveira, Gilda Siqueira Lopes Banuth, Jurandyr
Gutierrez Bispo. Química Básica Experimental, 5ª edição, 2013.

Paulo Gontijo Veloso de Almeida. Química Geral – Práticas Fundamentais, 1ª edição, 2011.

26
Prática 6: Soluções

1 Objetivos

• Compreender a natureza e a importância das soluções.

• Distinguir tipos de soluções.

• Compreender os conceitos de solubilidade

• Relacionar grandezas químicas para as soluções

2 Considerações Teóricas

Muitas reações são realizadas com os reagentes dissolvidos em certos solventes, pois isso
favorece sobremaneira o contato entre as partículas, tais como íons e moléculas. Esse tipo de
sistema constitui uma mistura homogênea ou SOLUÇÃO. Uma solução é compreendida por um
solvente (substância em que se dissolve) e um ou mais solutos (substâncias que se dissolvem). Por
exemplo, a água salgada é uma solução na qual o solvente é a água e o soluto é o sal.
A água é talvez o mais importante dos solventes, pois é capaz de dissolver grande número de
outras substâncias. Chamam-na, por isso, de solvente universal, e as soluções que a têm como
solvente são ditas soluções aquosas, muito importante em química.
Algumas substâncias dissolvem-se muito bem em dado solvente. Diz-se que elas são muito
solúveis nesse solvente. Por exemplo, substâncias tais como: sal comum (NaCl), açúcar comum
(C12H22O11), ácido clorídrico (HCl) e álcool etílico (C 2H5OH) são todas muito solúveis em água. Outras
substâncias dissolvem-se muito pouco em dado solvente. Diz-se então que elas são pouco solúveis
nesse solvente. Por exemplo, as substâncias sulfato de bário (BaSO 4), hidróxido de cálcio (Ca(OH)2)
são pouco solúveis em água, embora, evidentemente, existem casos intermediários.
Frequentemente, a solubilidade de uma substância em um dado solvente pode ser
aumentada mediante aquecimento. Por exemplo, a substância iodeto de chumbo(II) (PbI 2) é pouco
solúvel em água à temperatura do ambiente e bem mais solúvel quando em ebulição.
As solubilidades de substâncias são normalmente dadas em livros de referência (handbook)
em gramas de soluto, que podem ser dissolvidas por 100 gramas de solvente.
Outro aspecto muito importante é que uma substância pode ser pouco solúvel em um dado
solvente e muito solúvel em outro. Por exemplo, açúcar comum (sacarose) é muito solúvel em água e
pouco solúvel, por exemplo em benzeno (C6H6). O iodo, por sua vez, é pouco solúvel em água e, no
entanto, é mais solúvel em tetracloreto de carbono (CCl4).
Muitas vezes é importante conhecer as quantidades dos solutos dissolvidos em dada
quantidade de solvente ou de solução total. Existem várias maneiras para se expressar a relação
entre grandezas para um material, tais como:

a) Relação entre a massa de uma substância e a massa da solução. É denominada fração em massa
ou título em massa (T):
27
T = m1/m
em que m1 = massa da substância e m = massa da solução. A massa da solução corresponde a
soma da massa do soluto e do solvente. Normalmente é expressa em fração percentual ou título
percentual. Exemplo: T = 0,36 ou 36%.

b) Relação entre a quantidade de matéria de uma substância e a quantidade de matéria da solução.


É denominada fração em quantidade de matéria ou fração em mol (x):

x = n1/n

em que n1 = quantidade de matéria da substância e n = quantidade de matéria da solução que


corresponde corresponde a soma da quantidade de matéria do soluto e do solvente.

c) Relação entre a quantidade de uma substância e o volume da solução é denominada de


concentração.

Concentração em massa (C) – relação entre a massa da substância e o volume da solução:

C = m1/V

Concentração em quantidade de matéria (M) – relação entre a quantidade de matéria da substância e


o volume da solução:
M = [ ] = n1/V

d) Relação entre a quantidade de matéria da substância e a massa do solvente expressa em


quilogramas. É denominada molalidade (b):

b = n1/m2

em que 1 = soluto e 2 = solvente.

Em se tratando de soluções aquosas, podem-se distinguir dois tipos de soluções: iônicas ou


moleculares. Na primeira, o solvente destrói o reticulo cristalino, liberando os íons, e conduz, portanto
eletricidade. Por exemplo:

NaCl(s) Na+(aq) + Cl-(aq)


Na segunda, as moléculas do retículo molecular também se separam, mas o soluto não se
alteram quimicamente, não conduzindo, portanto, eletricidade. Por exemplo:

C12H22O11(s) C12H22O11(aq)

28
Distinguir solução iônica de solução molecular é simples. Basta verificar se ela conduz ou não
corrente elétrica por meio de um circuito simples, conforme o esquema mostrado na Figura 1. Se a
lâmpada acender, a solução será iônica; em caso contrário, molecular.

Figura 1: Esquema para verificação da condução da corrente elétrica.

3 Reagentes e Equipamentos

• Balança analítica
• Balões volumétricos de 50 mL
• Béquer de 50 mL
• Bastão de vidro
• FeSO4
• CCl4
• Bico de Bunsen
• Funil analítico
• Pipetas graduadas de 10 mL
• Tela de amianto
• Água destilada
• Tripé
• Tubos de ensaio com tampas
• KI
• Pb(NO3)2
• I2

3 Parte Experimental

1 – Meça a massa de 5 gramas de FeSO4 em um béquer de 100 mL (Verifique com seu professor o
uso correto da balança analítica). Acrescente lentamente (de 1 em 1 mL) e, sob agitação, o menor
volume possível de água destilada necessário para a dissolução completa do soluto. Determine a
solubilidade do FeSO4 a temperatura ambiente.

2 – Repita toda a experiência para a sacarose.

3 – Teste a condutividade elétrica da solução de FeSO 4 e da solução de sacarose, utilizando o


aparelho conforme esquematizado na Figura 1. As duas soluções são iônicas ou moleculares?

29
4 – Tente dissolver alguns cristais de iodo (I2) em aproximadamente 2 mL de água, utilizando tubos
de ensaio rosqueados, para facilitar a agitação. O que você observa? Em seguida, transfira a solução
aquosa de I2 para outro tubo de ensaio (não deixando passar cristais não dissolvidos) e adicione igual
volume de tetracloreto de carbono (CCl4). Observe a cor do CCl4 antes da adição. Agite e descreva o
fenômeno. Que conclusão pode ser tirada a respeito da solubilidade do iodo em CCl 4 e H2O?

5 – Calcule a massa necessária de KI para preparar 50 mL de solução 0,1 mol/L desta substância.
Calcule a massa de Pb(NO3)2 necessária para preparar 50 mL de solução 0,05 mol/L.

As soluções são normalmente feitas para utilização em reações químicas. Proceda conforme
esquema mostrado na Figura 2 e prepare as duas soluções mencionadas em dois balões
volumétricos de 50 mL.

Figura 2: Sequência de etapas para o preparo de uma solução aquosa.

6 – Pipete 5 mL de cada solução e coloque em mesmo béquer. Que você observa? Escreva a
equação.

7 – Triplique o volume da mistura anterior, usando água destilada e leve ao aquecimento. Que se
pode concluir quanto ao efeito da temperatura na solubilidade de PbI2 (precipitado amarelo) em
água?

5 Referências Bibliográficas

Paulo Gontijo Veloso de Almeida. Química Geral – Práticas Fundamentais, 1ª edição, 2011.

30
Prática 07: Oxirredução

1 Objetivos

Verificar as facilidades relativas com que as diferentes espécies químicas sofrem oxidação ou
redução.

2 Considerações Teóricas

Algumas reações químicas ocorrem com transferência de elétrons de uma espécie


química (átomos, íons radicais) para outra. Uma espécie química atua doando e outra recebendo
elétrons. Estas reações provocam alteração no estado de oxidação do átomo, ou seja, provoca
mudança no nox (número de oxidação). Quando um elemento muda seu nox, ele pode ter sofrido:
• Oxidação: é quando o elemento doa elétrons aumentando assim seu nox.
• Redução: é quando o elemento recebe elétrons diminuindo assim seu nox.
Seja a reação em meio aquoso entre íons cobre e zinco metálico abaixo

Cu2+(aq) + Zn(s) Zn2+(aq) + Cu(s)

Nesta reação, cada átomo de metal zinco perde dois elétrons para cada íon cúprico, que
se transforma em cobre metálico, enquanto o zinco se transforma em íons zinco.
A oxidação e a redução acontecem simultaneamente (ao mesmo tempo), não existindo
uma sem a outra, pois na transferência de elétrons, um perde e outro ganha. Todas as mudanças
que ocorrem numa reação são sempre nos reagentes. Assim, o metal que se oxida é o Agente
Redutor e o íon que se reduz é o Agente Oxidante.

• Oxidante (ou agente oxidante): é a substância que possui o elemento que sofreu
redução.
• Redutor (ou agente redutor); é a substância que possui o elemento que sofreu
oxidação.

3 Reagentes e Equipamentos
• Béquer de 100 mL
• Esponja de aço
• Tubos de ensaio
• Chumbo
• Cobre
• Ferro
• Magnésio
• Zinco
• MgCl2 0,1 mol/L
• Pb(NO3)2 0,05 mol/L
• CuSO4 ou Cu(NO3)2 0,1 mol/L
• ZnSO4 0,1 mol/L
• FeSO4 0,1 mol/L

31
4 Parte Experimental

1 – Prepare cinco tubos de ensaio colocando em da um cerca de 5 mL de solução de Mg 2+. Para


isto pode ser usada uma solução de MgCl2 0,1 mol/L. Coloque, respectivamente, em cada tubo um
pedaço dos metais Mg, Zn, Fe, Pb e Cu. Deixe os tubos em repouso por alguns minutos. Em cada
caso, observe se houve reação. Escreva as equações das reações que ocorreram

2 – Lave os metais e repita a experiência usando em lugar da solução de Mg 2+ uma solução de


Zn2+ (por exemplo, ZnCl2 0,1 mol/L). Em cada caso, observe se houve reação e escreva as
equações das reações que ocorreram

3 – Lave novamente os metais e repita a experiência usando em lugar da solução de Zn 2+ uma


solução de Fe2+ (por exemplo, FeCl2 0,1 mol/L). Em cada caso, observe se houve reação e
escreva as equações das reações que ocorreram

4 – Repita a experiência, colocando cada metal em um tubo de ensaio que contém uma solução
de Pb2+ (por exemplo, Pb(NO3)2 0,1 mol/l). Em cada caso, observe se houve reação e escreva as
equações das reações que ocorreram.

5 – Repita a experiência, colocando cada metal em um tubo de ensaio que contém uma solução
de Cu2+ (por exemplo, Cu(NO3)2 0,1 mol/l). Em cada caso, observe se houve reação e escreva as
equações das reações que ocorreram.

6 – Responda as perguntas referentes aos metais tratados nos itens 1, 2, 3,4 e 5. Que metal se
oxida mais facilmente? Que íon metálico se reduz mais facilmente? Que metal não é oxidado por
nenhum dos íons? Que íon não é reduzido por nenhum dos metais? Que espécie química (metal
ou íon metálico) é o melhor agente oxidante e qual é o melhor agente redutor?

7 – Alguns íons metálicos em solução aquosa formam soluções coloridas características, como:
Zn2+(aq) (incolor)
Cu2+(aq) (azul)
Fe3+(aq) (verde)
Co2+(aq) (rosa)
Ag+(aq) (incolor)
Tendo isto em mente, faça agora a seguinte experiência: coloque em um béquer, até a metade de
sua capacidade, uma solução 0,1 mol/L de Cu2+. Pode-se usar solução de CuSO4, por exemplo.
Coloque dentro da solução um pedaço de zinco metálico. Leve a fervura para que a reação
química ocorra mais rapidamente. Que você observa? Justifique o fenômeno observado.

5 Referências Bibliográficas

Paulo Gontijo Veloso de Almeida. Química Geral – Práticas Fundamentais, 1ª edição, 2011.

32
Prática 08: Células Galvânicas

1 Objetivos

Compreender que reações de oxirredução podem ser usadas para produzir trabalho útil.

2 Considerações Teóricas

Conforme visto anteriormente, quando uma barra de zinco é mergulhada num béquer
contendo solução aquosa de sulfato de cobre uma reação espontânea de oxirredução:

Cu2+(aq) + Zn(s) Zn2+(aq) + Cu(s)

Esta reação é evidenciada pela formação de cobre metálico avermelhado e esponjoso


sobre a superfície do zinco. A cor azul dos íons cobre em solução enfraquece à medida que ele é
substituído pelos íons zinco incolores.
Pela prática anterior, é sabido que o zinco se oxida, doando elétrons para os íons Cu2+(aq)
que ser reduzem. Considerando separadamente os dois fenômenos, têm-se:

Zn(s) Zn2+(aq) + 2e- (oxidação)

Cu2+(aq) + 2e- Cu(s) (redução)

Uma vez que os dois fenômenos são dependentes (um não ocorre sem o outro), para se obter a
equação global que representa o fenômeno, é suficiente somar as duas semi-reações:

Zn(s) Zn2+(aq) + 2e- (oxidação)

Cu2+(aq) + 2e- Cu(s) (redução)

Cu2+(aq) + Zn(s) Zn2+(aq) + Cu(s)

Estão associadas às semi-reações potenciais que informam quantitativamente a tendência


para estas ocorram. O potencial correspondente a uma semi-reação de redução é dito
POTENCIAL DE REDUÇÃO e a uma semi-reação de oxidação, POTENCIAL DE OXIDAÇÃO. A
IUPAC recomenda trabalhar somente com os potenciais de redução que se encontram tabelados
em livros de química. Os potenciais medem a maior ou menor facilidade com que uma espécie
química cede ou ganha elétrons, ou seja, quanto maior o potencial de redução, maior será a
facilidade de uma espécie química receber elétrons.

Exemplo:

Zn2+(aq) + 2e- Zn(s) E° = -0,76 V

Cu2+(aq) + 2e- Cu(s) E° = 0,34 V

obs: O expoente “o” nos potenciais (E) denota condições padrões, que são 25 ºC e soluções
iônicas 1 mol/L e pressão de 1,0 atm.

Pelos potenciais acima, percebe-se que o cobre tem maior “tendência” em sofrer a
redução porque possui maior potencial e consequentemente o zinco sofrerá oxidação.

33
Uma pilha ou célula galvânicas é um dispositivo prático que aproveita o fluxo de elétrons
nas reações de oxirredução para produção de energia. Na figura abaixo está esquematizada uma
pilha típica, constituída de zinco e cobre.

Figura 1: Pilha ou célula galvânica com parede porosa

Para calcular o potencial produzido pela pilha, basta fazer a diferença entre o potencial do
cátodo (maior) e o potencial do ânodo (menor)

E° = E°(cátodo) – E°(ânodo)

Na pilha de cobre e zinco, o cobre é o cátodo e o zinco é o ânodo. Aplicando a equação


acima o valor encontrado é 1,10 volts.

3 Reagentes e Equipamentos

• Béquer de 250 mL
• Lâmpada de 1,5V
• Palha de aço (Bombril)
• Vela de Filtro
• Bastão de Zinco
• Chapa de Cobre
• CuSO4 0,1 mol/L
• KMnO4 0,1 mol/L
• ZnSO4 0,1 mol/L

4 Parte Experimental

1 – Monte a pilha descrita na introdução, isto é, a de zinco metálico e íons de zinco e cobre metálico
e íons de cobre. Use o sistema de parede porosa para diminuir a resistência do circuito. Coloque em
um béquer de 200 mL, até 2/3 de sua capacidade, uma solução de CuSO4 0,1 mol/L e mergulhe
nela uma lâmina de cobre metálico. Em seguida, encha um recipiente poroso (vela de filtro) com
uma solução de ZnSO4 0,1 mol/L e mergulhe nela uma lâmina de zinco. (Ambas as lâminas deve
ser, antes, cuidadosamente limpas com lixa). Coloque a vela de filtro dentro do béquer, de acordo
com o esquema mostrado na figura 1. Que você observa? Meça a voltagem e anote. Que
fenômenos ocorreram no ânodo e no cátodo? Você observa algum fenômeno visível nas lâminas
34
metálicas? Que solução aumenta de concentração e que solução diminui de concentração durante o
funcionamento da pilha? Justifique. Escreva as equações anódicas e catódicas e a equação global
da pilha em funcionamento.

2 – Outro tipo de pilha pode ser montado, conforme mostrado na figura 2, com base na redução dos
4
íons MnO4- e na oxidação do zinco metálico.

Figura 2: Pilha de zinco e permanganato

Coloque em um béquer de 200 mL até cerca de 2/3 de sua capacidade, uma solução de KMnO4 0,1
mol/L previamente acidulada com H2SO4 2 mol/L. Mergulhe o bastão de carvão e o bastão de zinco
nessa solução sem deixar que os dois entrem em contato direto. Ligue a lâmpada e observe. O que
acontece? Com o auxílio do multímetro meça a voltagem produzida por esta pilha. Qual dos dois
eletrodos é o polo negativo? Qual é o polo positivo? Onde ocorrem a oxidação e a redução?
Escreva as equações anódicas e catódicas e a equação global da pilha em funcionamento.

5 Referências Bibliográficas

Paulo Gontijo Veloso de Almeida. Química Geral – Práticas Fundamentais, 1ª edição, 2011.

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