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1.

Introdução
O presente trabalho tem como tema Plano, concretamente: Equação normal do plano, Equação
geral do plano, Equação vectorial do plano, Ângulo entre dois planos, Distância de um ponto a um
plano e Distância entre planos paralelos. Consideremos, portanto, o plano como um sistema de
coordenadas retangulares xy. Se v é um vetor nesse plano, o único vetor com ponto inicial na
origem do plano, paralelo a ve com mesmo sentido e comprimento de v, é, como sabemos,
equivalente a v, por isso ele ainda será representado por v. Todos os vetores são tomados com
ponto inicial na origem do plano. Nessas condições, se v é um vetor ele fica completamente
determinado pelas coordenadas, (𝑥1 , 𝑦1 ). Um vetor (não nulo) ortogonal a todo vetor que possui
representante em um plano α é chamado vetor normal desse plano.

1.1Objectivos
2. Equação normal do plano
Dada uma direção, que você pode imaginar como sendo uma reta, existem uma infinidade de
planos paralelos entre si, e perpendiculares a essa direção. No entanto, se além de fixarmos uma
direção, também fixarmos um ponto, um e somente um plano dessa família de planos conterá o
ponto em questão. Em outras palavras, um plano ficará fixado se dermos uma direção e um ponto
(Bezerra & Silva, 2010).

Figura 1: Um vetor não-nulo vdetermina uma infinidade de planos ortogonais a essa direção e
paralelos entre si. Se, além de v, fixarmos um ponto (P), selecionamos um único plano ( 𝛼)
ortogonal a ve contendo P. Fonte: (Bezerra & Silva, 2010).

Um subconjunto P ⊑ 𝑅 3 é dito ser um plano se existir um vetor v= (a, b, c) não nulo e um ponto
𝑃0 (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ) ∈ 𝑅 3 tais que :

P= {(x, y, z) ∈ 𝑅 3 : a(x-𝑥0 ) + b(y-𝑦0 ) + c(z-𝑧0 ) =0}

P= {(x, y, z) ∈ 𝑅 3 : ax + by + cz=d}

Teorema : Dados três pontos distintos A, B, C ∈ 𝑅 3 e não-colineares, existe um único plano


que os contém.

Sejam A((𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ), B(𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ), C(𝑥3 , 𝑦3 , 𝑧3 ) os pontos do enunciado, e considere os vetores


⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵 E ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 . Ambos são não-nulos, por serem os pontos distintos, e não paralelos, por serem os
pontos não-colineares. O vetor ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵 X ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 é portanto não-nulo e ortogonal a ambos. Seja P o plano
que tem n como vetor normal e contém A, ou em outras palavras, o conjunto de todos os pontos
P(x, y, z) tais que: < ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵 X ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 X ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃 >
Figura 2: Um plano passando por três pontos não-colineares A, B, C. O plano é ortogonal ao vetor
⃗⃗⃗⃗⃗ X 𝐴𝐶
n = 𝐴𝐵 ⃗⃗⃗⃗⃗ e passa por A, o que significa que é paralelo 𝐴𝐵
⃗⃗⃗⃗⃗ e 𝐴𝐶
⃗⃗⃗⃗⃗ . Fonte: (Bezerra & Silva,
2010)

Exemplo: Obter a equação do plano definido pelos pontos A ( 3 , 1 , 2 ), B ( 5 , 2 , 1 ) e C ( 2,0


,2 ).

Resolução: Primeiro, calcule que ⃗⃗⃗⃗⃗


𝐴𝐵 X ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 =(7, -11, -1). Este vetor será normal ao plano buscado,
que ademais deve passar por A. Portanto se P(x, y, z) é um ponto do plano, então:

< ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵 X ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 X ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃 > = 0 ↔ 7(x-3) – 11(y-1) – 1(z+2) =0

Logo, a equação procurada é: 7x – 11y – z = 12

3. Equação Segmentária do Plano

Se um plano 𝜋 intercepta os eixos coordenados nos pontos (p,0,0), (0,q,0) e (0,0,r) com p,q,r ≠ 0
, então 𝜋 admite a equação:
𝑥 𝑦 𝑧
+ + =1 → denomina-se equação segmentaria do plano 𝜋.
𝑝 𝑞 𝑟

𝑛⃗= (3, 2, 1)

𝑛⃗ = 3x + 2y + z -6=0

Pontos: 𝐴1 (2,0,0), 𝐴2 (0,3,0) e 𝐴3 (0,0, 6)

𝑥 𝑦 𝑧
+ + =1
2 3 6
Reciprocamente, se escrevermos esta ultima equação como 3x + 2y +z = 6 e dividirmos ambos os
membros por 6, voltaremos a ter novamente a equação segmentaria.

4. A equação geral do plano

Figura 3: representação do plano. Fonte: (Winterle, 1959)


⃗ , um vetor normal
Seja A(𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) um ponto pertecente a um plano 𝜋 e 𝑛⃗ = (𝑎, 𝑏, 𝑐), 𝑛⃗ ≠ 0
(ortogonal) ao plano da figura acima.

⃗⃗⃗⃗⃗ é
Como 𝑛⃗ ⊥ 𝜋, 𝑛⃗ é ortogonal a todo vetor representado em 𝜋 se, e somente se, o vector 𝐴𝑃
ortogonal a 𝑛⃗, isto é, 𝑛⃗.(P-A)=0 ou

(a, b, c).(x-𝑥1 .y-𝑦1 -z-𝑧1 )=0


a(x-𝑥1 ) + b(y-𝑦1 ) + c(z-𝑧1 )=0
ax+by+cz-a𝑥1 -b𝑦1 -c𝑧1 =0
fazendo :
-a𝑥1 -b𝑦1 -c𝑧1 =d, obtemos: 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐𝑥 + d = 0 → esta é A equação geral do plano 𝜋.

4.1Observações
De acordo com (Winterle, 1959), constitui as observações da e equação geral do plano, as
seguintes:

I. Assim como 𝑛⃗=(a,b,c) é um vetor normal a 𝜋, qualquer vetor k𝑛⃗, k≠0, é também vetor
normal ao plano.
II. É importante notar que os três coeficientes a,b,c da equação geral do plano representam as
componentes de um vetor normal ao plano. Por exemplo, se um plano 𝜋 dado por :
𝜋: 3x+2y-z+1=0. Um de seus vetores normais é 𝑛⃗= (3,2,-1).
III. Para se obter pontos de um plano dado por uma equação geral, basta atribuir valores
arbitrários a duas das variáveis e calcular o valor da outra na equação dada. Assim, por
exemplo, se na equação anterior fizermos x=4, e y=-2, teremos:
3(4)+2(-2)-z+1=o
12-4-z+1=0
Z=9

Portanto, o ponto A(4, -2, 9) pertence a este plano.


Exemplo: obter uma equação geral do plano 𝜋 que passa pelo ponto A(2, -1, 3) e tem 𝑛⃗=(3,2,-4)
como um vetor normal.

Solução:
Como 𝑛⃗ é normal a 𝜋, sua equacao é do tipo 3x+2y-4z+d=0. E sendo A um ponto do Plano, sua
coordenadas devem verificar a equação. Isto é:

3(2)+2(-1)-4(3)+d=0
6-2-12+d=0
d=8
Logo, uma equação geral do plano 𝜋 é: 3x+2y-4z+8=0
casos particulares da equação geral do plano
No caso de um ou mais coeficientes da equação geral do plano 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐𝑥 + d = 0 serem
nulos, o plano ocupara uma posição particular em relação aos eixos ou planos coordenados.
Faremos uma análise dos diversos casos a partir de uma completa 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐𝑥 + d = 0.

Exemplo: 3x + 4y + 2z – 12=0, onde a=3; b=4; c= 2; e d= -12.


O plano que esta equação representa intercepta os três eixos coordenados em (4, 0, 0), (0, 3, 0) e
(0, 0, 6).
Figura 4: plano com três coordenadas. Fonte: (Winterle, 1959)
1°) Se tivéssemos d=0, a equação (3x + 4y + 2z – 12=0), teríamos 3x + 4y + 2z=0 e representa um
plano paralelo ao da figura acima, porem, passando pela origem O(0, 0, 0), pois as coordenadas
deste ponto verificam a equação:

3(0) + 4(0) + 2(0) =0

2°) se tivéssemos a=0, a equação (3x + 4y + 2z – 12=0) seria: 4y+2z-12=0 ou 0x + 4y + 2z -12 =


0), e representa um plano paralelo ao eixo dos x, interceptando os outros dois eixos ainda em (0,
3, 0) e (0, 0, 6).

Figura 5: plano com três pontos onde x=0. Fonte: (Winterle, 1959)
Observemos ainda que nenhum ponto do tipo (x, 0, 6) satisfaz a equação (0x + 4y + 2z -12), pois
0(x) + 4(0) + 2(0) – 12 =0 é falso.

Ora, se nenhum ponto do eixo dos x verifica a equação (0x + 4y + 2z -12), significa que o plano
não tem ponto em comum com este eixo e, portanto, só pode ser paralelo a ele. Desta analise ainda
se conclui que o plano é paralelo ao eixo da variável ausente na equação.

5. Equação vectorial do plano

Figura 6: representação de equação de recta no plano. Fonte: (Winterle, 1959)

Seja A(𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ) um ponto pertecente a um plano 𝜋 e 𝑢


⃗ =(𝑎1 , 𝑏1 , 𝑐1 ) e 𝑣 =(𝑎2 , 𝑏2 , 𝑐2 ) dois vetores
paralelos a 𝜋, porem, 𝑢
⃗ e 𝑣 não-paralelos.

Para todo ponto P do plano, os vetores ⃗⃗⃗⃗⃗


𝐴𝑃 , 𝑢⃗ , 𝑣 são coplanares. Um ponto P(x,y,z) pertence a 𝜋
se, e somente se, existem numeros reais h e t tais que:

⃗ + t𝑣 ou
P-A =h𝑢
⃗ + t𝑣
P= A+ h𝑢
Ou em coordenadas:
(x,y,z)= (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ) + h(𝑎1 , 𝑏1 , 𝑐1 ) + t(𝑎2 , 𝑏2 , 𝑐2 ), h, t ∈ R.
Esta equação é denominada equação vetorial do plano 𝜋. Os vetores 𝑢
⃗ e 𝑣 são vetores diretores
de 𝜋. Da equação de coordenadas obtém-se:

(x,y,z)= (𝑥0 + 𝑎1 ℎ + 𝑎2 𝑡 , 𝑦0 + 𝑏1 ℎ + 𝑏2 𝑡 , 𝑧0 + 𝑐1 ℎ + 𝑐2 𝑡), que pela condição de igualdade,


vem:
𝑥 = 𝑥0 + 𝑎1 ℎ + 𝑎2 𝑡
{ 𝑦 = 𝑦0 + 𝑏1 ℎ + 𝑏2 𝑡 h, t ∈ R
𝑧 = 𝑧0 + 𝑐1 ℎ + 𝑐2 𝑡
Estas equações são chamadas equações paramétricas de 𝜋 e h e t são variaveis auxiliares
denominadas parâmetros.

Exemplo:
Seja o plano 𝜋 que passa pelo ponto A(2, 2, -1) e é paralelo ao vetores 𝑢
⃗ = (2, -3, 1) e 𝑣= (-1, 5, -
3). Obter uma equação vetorial, um sistema de equações paramétricas e uma equação geral de 𝜋.

Solução:
I. Equação vetorial: (x, y, z) = (2, 2, -1) + h(2, -3,1) + t(-1, 5, -3)
II. Equações paramétricas:
𝑥 = 2 + 2ℎ − 𝑡
{ 𝑦 = 2 − 3ℎ + 5𝑡
𝑧 = −1 + ℎ + 3𝑡

6. Ângulo entre dois planos


Sejam os planos 𝜋1 e 𝜋2 com vetores normais 𝑛⃗1 e 𝑛⃗2 , respectivamente.

Figura 7: representação de ângulos entre dois planos. Fonte: (Winterle, 1959)


Chama-se angulo de dois planos 𝜋1 e 𝜋2 o menor angulo que um vetor normal a 𝜋1 forma com
um vetor normal a 𝜋2 . Sendo 𝜃 este angulo, tem se:

|𝑛 ⃗ 2|
⃗ 1 .𝑛 𝜋
cos𝜃= |𝑛⃗ com 0≤ 𝜃 ≤
1 |. |𝑛
⃗ 2| 2

𝜋
Como cos𝜃 ≥ 0 quando 0≤ 𝜃 ≤ , o numerador da equacao acima deve ser positivo, razão pela
2

qual tornou-se o produto escalar em modulo, pois que este podera ser negativo quando o angulo
entre os vetores for suplementar de 𝜃.

Exemplo:
Determinar o angulo entre os planos:
𝝅𝟏 = 2x+y-z+3=0 e 𝝅𝟐 =x+y-4=0
Solucao:
Sendo 𝑛⃗1 = (2, 1, -1) e 𝑛⃗2 = (1, 1, 0) vetores normais a 𝐶 e 𝜋2 , de acordo com a equacao de angulo
de dois planos tem se:

|(2,1,−1) . (1,1,0| |2+1+0| 3 3 √3


cos𝜃= = = = =
√22 + 12 +(−1)2 √12 +12 √6√2 √12 2√3 2

logo,

√3 𝜋
𝜃 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 ( )=
2 6

7. Distância de um ponto a um plano


Dado um ponto 𝑃0 um plano 𝜋, quer-se calcular a distancia d(𝑃0 , 𝜋) de 𝑃0 a 𝜋. Seja A um ponto
qualquer de 𝜋 e 𝑛⃗ um vetor normal a 𝜋. A figura abaixo esclarece que a distancia d(𝑃0 , 𝜋) é o
modulo da projeção de ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃0 na direção de 𝑛⃗.
Figura 8: distância de um plano a um ponto. Fonte: (Winterle, 1959)


𝑛
d(𝑃0 , 𝜋)= |𝑝𝑟𝑜𝑗𝑛 − ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗0 .
𝐴𝑃0 | = |𝐴𝑃 |𝑛
⃗|
| admitindo-se então que 𝑃0 (𝑥0 , 𝑦0 , 𝑧0 ), 𝜋: ax+by+cz+d=0

e A((𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) ∈ 𝜋, como:


𝑛 (𝑎,𝑏,𝑐)
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃0 = (𝑥0 − 𝑥1 , 𝑦0 − 𝑦1 , 𝑧0 − 𝑧1 ) e |𝑛⃗| = pela formula de d(𝑃0 , 𝜋) descrito
√𝑎2 + 𝑏2 + 𝑐 2

acima, teremos:

(𝑎,𝑏,𝑐)
d(𝑃0 , 𝜋)= |𝑥0 − 𝑥1 , 𝑦0 − 𝑦1 , 𝑧0 − 𝑧1 . |
√𝑎2 + 𝑏2 + 𝑐 2
𝑎(𝑥0 − 𝑥1 )+𝑏(𝑦0 − 𝑦1 )+𝑐(𝑧0 − 𝑧1 )
d(𝑃0 , 𝜋)= | |
√𝑎2 + 𝑏2 + 𝑐 2
|𝑎𝑥0 +𝑏𝑦0 +𝑐𝑧0 −𝑎𝑥1 − 𝑏𝑦1 − 𝑐𝑧1 |
d(𝑃0 , 𝜋)=
√𝑎2 + 𝑏2 + 𝑐 2

como A ∈ 𝜋, suas coordenadas satisfazem a equacao de 𝜋, isto é, 𝑎𝑥1 + 𝑏𝑦1 + 𝑐𝑧1 +d=0 e d = -
𝑎𝑥1 − 𝑏𝑦1 − 𝑐𝑧1. Logo:
|𝑎𝑥0 +𝑏𝑦0 +𝑐𝑧0 +𝑑|
d(𝑃0 , 𝜋)=
√𝑎2 + 𝑏2 + 𝑐 2

observemos que a expressão 𝑎𝑥0 + 𝑏𝑦0 + 𝑐𝑧0 + 𝑑 se obtém substituindo x, y e z no primeiro


membro da equacao geral de 𝜋 pelas coordenadas do ponto 𝑃0 .

Exemplo:
1) Calcular a distância do ponto 𝑃0 (4, 2, -3) ao plano 𝜋 = 2x+3y-6z+3=0
Solução:
|2(4)+3(2)−6(−3)+3| |8+6+18+3| 35
d(𝑃0 , 𝜋)= = = =5
√22 + 32 + (−6)2 √4+ 9+ 36 7
2) Calcular a distância da reta
𝑦 = 2𝑥 + 3
{ ao plano 𝜋 = 4x – 4y + 2z -7 =0
𝑧 = 2𝑥 + 1

Solução:
Observemos primeiramente que r// 𝜋 pois:
⃗ .n
v ⃗ = (1, 2, 2) . (4, -4, 2) = 4-8+4= 0
Sendo v
⃗ vetor diretor de r e n
⃗ um vetor normal a 𝜋. Entao, tomando P(0, 3, 1) ∈ r, tem-se:
|4(0)−4(3)+2(1)−7| |−12+2+7| 17
d(r, 𝜋) = d(P, 𝜋) = = =
√4 2 +(−4)2 + 22 √36 6

8. Distância entre planos paralelos


A distância entre os planos βα e é indicada por, d (β e α) e definida como a menor distância entre
os pontos de βα a . Assim,

a) Se α e β são concorrentes então d(α,β) = 0.

Figura 9: planos concorrentes. Fonte: (Winterle, 1959)

b) Se α e β são paralelos então d( α, β) = d(P, β ); P ∈ α

Figura 10: planos paralelos. Fonte: (Winterle, 1959)


Exemplo

Qual é a distância entre o plano 𝜋1 e o plano 𝜋2 ?

𝜋1 = x + 2y -2z +1 =0
𝜋2 = 2x + 4y – 4z + 4=0

Podemos perceber que (𝑎1 , 𝑏1 , 𝑐1 , 𝑑1) ≠ (𝑎2 , 𝑏2 , 𝑐2 , 𝑑2), então os planos𝜋1 e 𝜋2 são paralelos.
Vamos escolher um ponto qualquer de algum dos planos. Pode se escolher o ponto (2, 1, 2) da
reta 𝜋1 , mas poderia ser qualquer outro. Logo, essas coordenadas vamos substituir na fórmula de
distância entre ponto e plano:

|2(1)+4(1)−4(2)+4| |2+4−8+4| 2 1
d(P, 𝜋) = = = =
√22 +(4)2 + (−4)2 √36 6 3

9. Interseção de dois Plano

Figura 11: intersecção de planos. Fonte: (Winterle, 1959)

Sejam os planos não-paralelos 𝜋1 : 5x – y + z – 5= 0 e 𝜋2 : x + y + 2z -7 =0.


5𝑥 − 𝑦 + 𝑧 − 5 = 0
{
𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 − 7 = 0
Determina-se um de seus pontos e um vetor diretor. Seja determinar o ponto A ∈ 𝑟 que tem abcissa
zero, então fazendo x=0 nas as equações do sistema acima ficam:

−𝑦+𝑧−5=0
{
𝑦 + 2𝑧 − 7 = 0
Cuja a solução é y=-1 e z =4, logo A (0, -1, 4).
Como um vetor diretor v
⃗ de r é simultaneamente ortogonal a 𝑛⃗1 = (5, -1, 1) e 𝑛⃗2 = (1, 1, 2), normais
aos planos 𝜋1 e 𝜋2 , respectivamente, o vetor pode v
⃗ ser dado por:

i j ⃗k
⃗ = 𝑛⃗1 x 𝑛⃗2 = |5 −1 1|
v
1 1 2
Usando método de Saruus, essa matriz vai dar : v
⃗ = (-3, -9, 6).
10. Perpendicularidade de dois Planos
Sejam os planos 𝜋1 : 𝑎1 𝑥 + 𝑏1 𝑦 + 𝑐1 𝑧 + 𝑑1 = 0 e 𝜋2 : 𝑎2 𝑥 + 𝑏2 𝑦 + 𝑐2 𝑧 + 𝑑2 = 0
Então, 𝑛⃗1 ⊥ 𝜋1 𝑒 𝑛⃗2 ⊥ 𝜋2 .
Logo, para dois planos serem perpendiculares, basta que seus vetores normais sejam ortogonais,
𝜋1 ⊥ 𝜋2 → , 𝑛⃗1 ⊥ 𝑛⃗2 → 𝑛⃗1 . 𝑛⃗2 =0

Figura 12: perpendicularidade de planos. Fonte: (Winterle, 1959)


Exemplo: verificar se 𝜋1 𝑒 𝜋2 são perpendiculares: 𝜋1 = 3x + y – 4z=0 e 𝜋2 = 2x + 6y + 3z=0
Solução:
Sendo 𝑛⃗1 = (3, 1, −4) 𝑒 𝑛⃗2 = (2, 6, 3) vetores normais a 𝜋1 𝑒 𝜋2 , respectivamente, e como:
𝑛⃗1 . 𝑛⃗2 = 3(2) + 1(6) – 4(3) = 0, conclui-se que 𝜋1 𝑒 𝜋2 são perpendiculares.

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