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X-MAT 02: Superpoderes Matemáticos para Concursos Militares - AFA

1.15 – RESUMO TEÓRICO DE GEOMETRIA ANALÍTICA

1.15 – RESUMO TEÓRICO DE GEOMETRIA ANALÍTICA

PONTOS NO PLANO

Divisão de segmentos

Sejam os pontos A ( x A , yA ) e B ( x B , y B ) . Um ponto P ( x P , yP ) (da reta suporte de


AP
AB ) divide um segmento orientado AB na razão k se, e somente se, k = , ou seja,
PB
x − x A yP − yA
k= P = .
x B − x P yB − yB
x + kx B y + ky B
Isso implica que x P = A e yP = A .
1+ k 1+ k

Ponto médio de um segmento

Sejam os pontos A ( x A , yA ) e B ( x B , y B ) . O ponto médio do segmento AB é o ponto


xA + xB y + yB
M ( x M , y M ) tal que x M = e yM = A .
2 2

Baricentro do triângulo

Sejam os pontos A ( x A , yA ) , B ( x B , yB ) e C ( x C , yC ) . O baricentro do triângulo ABC


x + xB + xC y + y B + yC
é o ponto G ( x G , yG ) tal que x G = A e yG = A .
3 3

Distância entre dois pontos

Sejam os pontos A ( x A , yA ) e B ( x B , y B ) . A distância entre os pontos A e B é

d AB = ( x B − x A )2 + ( y B − y A )2 .

Condição de alinhamento de três pontos

Os pontos A ( x A , yA ) , B ( x B , yB ) e C ( x C , yC ) são colineares se, e somente se,


1 1 1
xA xB x C = 0.
yA yB yC

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Área determinada por três pontos

A área do triângulo determinado pelos pontos A ( x A , yA ) , B ( x B , yB ) e C ( x C , yC ) é


1 1 1
1
S =   , onde  = x A xB xC .
2
yA yB yC
Note que, na expressão acima, aparece o módulo do determinante.

RETAS NO PLANO

Equação geral

A equação da reta que passa pelos pontos A ( x1, y1 ) e B ( x 2 , y2 ) é dada por


1 1 1
x1 x 2 x = 0.
y1 y2 y

Uma reta r no plano cartesiano pode ser representada pela equação


ax + by + c = 0,
onde a, b, c  e a e b não são simultaneamente nulos, chamada equação geral da
reta.
Note que, se os pontos A ( x1, y1 ) e B ( x 2 , y2 ) pertencem à reta de equação
ax + by + c = 0, então as coordenadas dos pontos devem satisfazer a equação da reta, o
que implica ax1 + by1 + c = 0 e ax 2 + by 2 + c = 0.
O vetor n = ( a, b ) identificado na equação geral da reta é o vetor normal a essa reta, ou
seja, um vetor que determina uma direção perpendicular à direção da reta.

Exemplo: A equação geral da reta que passa pelos pontos (1, 2 ) e ( 3,8 ) é
1 1 1
1 3 x = 0  3y + 2x + 8 − 6 − y − 8x = 0  −6x + 2y + 2 = 0  3x − y − 1 = 0.
2 8 y
Note que 3 1 − 2 −1 = 0 e 3  3 − 8 −1 = 0.

Equação reduzida da reta

Uma reta r no plano cartesiano pode ser representada pela equação


y = mx + p,
onde m é o coeficiente angular e p o coeficiente linear, chamada equação reduzida da
reta.
O coeficiente linear é a ordenada do ponto de interseção da reta com o eixo Oy.
Se a reta r contém os pontos A ( x1, y1 ) e B ( x 2 , y2 ) , então o coeficiente angular
y −y
m = 2 1 = tg , onde  é o ângulo de inclinação da reta.
x 2 − x1

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Se m  0, tg   0, então  é agudo e a função associada à reta é crescente.


Se m  0, tg   0, então  é obtuso e a função associada à reta é decrescente.

a
A reta de equação geral ax + by + c = 0 tem coeficiente angular m = − e coeficiente
b
c a c
linear p = − , pois ax + by + c = 0  by = −ax − c  y = − x − .
b b b

Exemplo: A equação y = 2x + 1 representa uma reta de coeficiente angular m = 2 e


coeficiente linear p = 1. Isso significa que o ângulo de inclinação da reta é tal que
tg  = 2 e que ela passa pelo ponto ( 0,1) .

Exemplo: Encontre a equação da reta que contém os pontos ( −1, −1) e (1, 3) .
3 − ( −1) 4
O coeficiente angular da reta é m = = = 2. A equação da reta pode ser escrita
1 − ( −1) 2
como y = 2x + p. Como (1,3) pertence à reta, então 3 = 2 1 + p  p = 1. Logo, a
equação da reta é y = 2x + 1.
Outra maneira é considerar um ponto ( x, y ) da reta e observar que a inclinação entre
quaisquer dois pontos da reta é sempre a mesma. Assim,
3 − ( −1) y − 3 y−3
= 2=  y − 3 = 2x − 2  y = 2x + 1.
1 − ( −1) x − 1 x −1

Equação segmentária da reta

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Seja uma reta que corta o eixo Ox no ponto de abscissa p e o eixo Oy no ponto de
ordenada q, então a equação dessa reta pode ser expressa na forma
x y
+ = 1,
p q
chamada de equação segmentária da reta, pois é escrita em função da “medida” dos
segmentos que a reta determina sobre os eixos coordenados.
Demonstração:
Como a reta passa pelos pontos ( p,0 ) e ( 0,q ) , então ela é dada por
y−q q−0 q q x y
=  y − q = − x  y + x = q  + = 1.
x−0 0−p p p p q

x y
Exemplo: A reta que passa pelos ponto ( 0, −2 ) e ( 3, 0 ) tem equação + = 1.
3 −2

Equação vetorial da reta

A reta r que passa pelo ponto P0 ( x 0 , y0 ) e tem a direção do vetor não nulo d ( a, b ) ,
pode ser representada pela equação
P = P0 + d  t, t  ,
onde P ( x, y ) é um ponto qualquer da reta.

Equação paramétrica da reta

A reta r que passa pelo ponto P0 ( x 0 , y0 ) e tem a direção do vetor não nulo d ( a, b ) ,
pode ser representada pela equação
x = x 0 + a  t
 , t ,
 y = y0 + bt
pois P = P0 + d  t  ( x, y ) = ( x 0 + y0 ) + ( a, b )  t = ( x 0 + a  t, y 0 + b  t ) .
Note que t é um parâmetro e assume todos os valores reais.
É possível obter a equação reduzida a partir da equação paramétrica fazendo
x − x0 y − y0
x = x 0 + at  t = e y = y0 + bt  t = , o que implica
a b
x − x 0 y − y0 b  b 
=  y = x +  y0 − x 0  .
a b a  a 

Exemplo: A equação paramétrica da reta que passa pelo ponto A (1,3) e tem a direção
 x = 1 + 1 t
do vetor d (1, 2 ) é  ,t .
y = 3 + 2  t

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Equação simétrica da reta

A reta r que passa pelo ponto P0 ( x 0 , y0 ) e tem a direção do vetor não nulo d ( a, b ) ,
x − x 0 y − y0
com a, b  0, pode ser representada pela equação = .
a b
Exemplo: A equação simétrica da reta que passa pelo ponto A (1,3) e tem a direção do
x −1 y − 3
vetor d (1, 2 ) é = .
1 2

Retas perpendiculares entre si

Sejam as retas r e s de equação geral a l x + b1y + c1 = 0 e a 2 x + b2 y + c2 = 0,


respectivamente, então r ⊥ s (r perpendicular a s) se, e somente se, seus vetores
normais n1 ( a1, b1 ) e n 2 ( a 2 , b2 ) são perpendiculares, o que implica
n1  n 2 = 0  a1a 2 + b1b2 = 0.

Sejam as retas r e s de equação y = m1x + p1 e y = m2 x + p 2 , respectivamente, então


r ⊥ s se, e somente se, o produto de seus coeficientes angulares é −1, ou seja,
m1  m2 = −1.

Observe que
b c b
a l x + b1y + c1 = 0  y = − 1 x − 1  m1 = − 1
a1 a1 a1
b c b
a 2 x + b2 y + c2 = 0  y = − 2 x − 2  m 2 = − 2
a2 a2 a2
a b
n1 ⊥ n 2  n1  n 2 = 0  a1a 2 + b1b 2 = 0  a1a 2 = −b1b 2  2 = − 1
b2 a1
1
− = m1  m1  m 2 = −1.
m2

x
Exemplo: As retas y = 2x + 1 e y = − + 3 são perpendiculares, pois a primeira reta
2
1
tem coeficiente angular m1 = 2, a segunda tem coeficiente angular m 2 = − e
2
 1
m1  m 2 = 2   −  = −1.
 2

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Retas paralelas

Sejam as retas r e s de equação geral a l x + b1y + c1 = 0 e a 2 x + b2 y + c2 = 0,


respectivamente, então r s (r paralela a s) se, e somente se, seus vetores normais
n1 ( a1, b1 ) e n 2 ( a 2 , b2 ) são paralelos, o que implica
a b
n1 = k  n 2  ( a1, b1 ) = k  ( a 2 , b 2 )  a1 = k  a 2  b1 = k  b 2  1 = 1 .
a 2 b2

Exemplo: As retas x + 2y + 3 = 0 e 2x + 4y + 1 = 0 são paralelas.

Sejam as retas r e s de equação y = m1x + p1 e y = m2 x + p 2 , respectivamente, então


r s se, e somente se, seus coeficientes angulares são iguais.

Exemplo: As retas y = 2x + 1 e y = 2x − 2 são paralelas.

Ângulo entre duas retas

O ângulo entre duas retas r e s, não verticais e perpendiculares entre si, de coeficientes
m r − ms
angulares m r e ms , respectivamente, é o ângulo  tal que tg  = .
1 + m r  ms

Exemplo: O ângulo entre as retas y = −2x + 1 e y = 3x − 2 é


3 − ( −2 )
tg  = = −1 = 1   = 45.
1 + 3  ( −2 )

Distância de ponto a reta

A distância de um ponto P ( x 0 , y0 ) a uma reta r de equação geral ax + by + c = 0 é


ax 0 + by0 + c
d ( P, r ) = .
a 2 + b2

A distância entre duas retas paralelas pode ser obtida calculando-se a distância de
qualquer ponto de uma das retas à outra reta.

Exemplo: A distância do ponto ( −2,1) à reta x − 2y + 3 = 0 é


1  ( −2 ) − 2 1 + 3 −1 5
d= = = .
2 ( )2 5 5
1 + −2

As bissetrizes dos ângulos formados por duas retas concorrentes de equações gerais
ax + by + c a 'x + b'y + c'
ax + by + c = 0 e a ' x + b ' y + c ' = 0 são dadas por = .
a 2 + b2 a '2 + b '2

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CÔNICAS – CIRCUNFERÊNCIA

Equação reduzida da circunferência

A equação de uma circunferência de centro O ( x 0 , y0 ) e raio R é

( x − x 0 )2 + ( y − y0 )2 = R 2 , chamada de equação reduzida da circunferência.

Exemplo: Uma circunferência de centro ( 2, −1) e raio 3 tem equação


( x − 2 )2 + ( y − ( −1) )2 = 32  ( x − 2 )2 + ( y + 1)2 = 9.

Equação geral da circunferência

A circunferência de centro O ( x 0 , y0 ) e raio R pode ser representada pela equação


( )
x 2 + y2 − 2x 0 x − 2y0 y + x 02 + y02 − R 2 = 0, chamada de equação geral da
circunferência.

Uma equação da forma Ax 2 + By2 + Cx + Dy + E = 0 representará uma circunferência


C2 D 2
se, e somente se, A = B  0 e + − E  0.
4A 4B

Para obter a equação reduzida da circunferência, e consequentemente identificar seu


centro e raio, a partir da equação geral, devemos completar os quadrados perfeitos no
lado esquerdo da equação.

Exemplo: A equação x 2 + y2 − 6x + 10y + 25 = 0 representa uma circunferência pois os


( −6 )2 102
coeficiente de x 2 e y 2 são iguais e + − 25 = 9  0. A equação reduzida da
4 1 4  2
circunferência é dada por
x 2 − 2  3  x + 32 + y2 + 2  5  y + 52 = −25 + 32 + 52  ( x − 3) + ( y + 5 ) = 32 ,
2 2

o que implica que a circunferência tem centro ( 3, −5 ) e raio 3.

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Posições relativas entre ponto e circunferência

A posição relativa entre ponto e circunferência pode ser identificada calculando-se a


distância entre o ponto e o centro da circunferência, e adotando o seguinte critério:
• O ponto P pertence ao interior da circunferência de centro O e raio r  OP  r;
• O ponto P pertence à circunferência de centro O e raio r  OP = r; e
• O ponto P A pertence ao exterior da circunferência de centro O e raio r  OP  r.

Posições relativas entre reta e circunferência

A posição relativa entre reta e circunferência pode ser identificada calculando-se a


distância entre o centro da circunferência e a reta, e adotando o seguinte critério:
• A reta s é secante à circunferência de centro O e raio r  d ( O,s )  r;
• A reta s é tangente à circunferência de centro O e raio r  d ( O,s ) = r; e
• A retas s é exterior à circunferência de centro O e raio r  d ( O,s )  r.

Posições relativas entre circunferências

A posição relativa entre duas circunferências pode ser identificada comparando-se seus
raios com a distância entre seus centros, de acordo com o seguinte critério:
Consideremos duas circunferências de centros O e O' , e raios r e R , respectivamente.

• As circunferências são CONCÊNTRICAS se, e somente se, d ( O, O ') = 0.


• As circunferências são INTERIORES se, e somente se, 0  d ( O, O ' )  R − r .
• As circunferências são TANGENTES INTERIORES se, e somente se,
d ( O, O ') = R − r .
• As circunferências são SECANTES se, e somente se, R − r  d ( O, O ' )  R + r.
• As circunferências são TANGENTES EXTERIORES se, e somente se,
d ( O, O ') = R + r.
• As circunferências são EXTERIORES se, e somente se, d ( O, O ')  R + r.

Circunferências ortogonais são duas circunferências secantes que formam um ângulo


reto no ponto de interseção. Sejam R1 e R 2 os raios das duas circunferências e d a
distância entre seus centros, então elas serão ortogonais se, e somente se, d 2 = R12 + R 22 .

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CÔNICAS – ELIPSE

Dados dos pontos F1 e F2 distantes 2c. Uma elipse de focos em F1 e F2 é o conjunto


dos pontos cuja soma das distâncias aos focos é constante e igual a 2a, com 2a  2c.
Assim, o ponto P pertence à elipse se, e somente se, PF1 + PF2 = 2a.

Na figura, temos:
• F1 e F2 são os focos e F1F2 = 2c á a distância focal;
• os pontos A, A’, B e B’ são os vértices da elipse;
• o eixo maior ou eixo focal é AA' = 2a;
• o eixo menor ou eixo não focal é BB ' = 2b; e
• o ponto O, interseção de AA ' e BB ', é o centro da elipse.

Em uma elipse de eixo maior AA' = 2a, eixo menor BB' = 2b e distância focal
F1F2 = 2c, vale a relação a 2 = b 2 + c 2 .

A excentricidade da elipse e é a razão entre a semidistância focal e o semieixo menor,


c
ou seja, e = .
a
c
Em uma elipse temos sempre c  a, então e =  1. Note que, quanto mais próximo de
a
zero o valor da excentricidade, mais “redonda” a elipse, e, quanto mais próximo de 1 o
valor da excentricidade, mais “achatada” a elipse.

Equação reduzida da elipse

A equação reduzida de uma elipse de centro ( x 0 , y0 ) , eixo maior AA' = 2a, eixo
menor BB ' = 2b, com a  b, e distância focal F1F2 = 2c é dada por:
( x − x 0 )2 + ( y − y 0 )2 = 1, se F1F2 Ox (eixo focal horizontal)
a2 b2

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( x − x 0 )2 + ( y − y0 )2 = 1, se F1F2 Oy (eixo focal vertical)


b2 a2

Eixo focal horizontal eixo focal vertical

Equação geral da elipse

Uma equação da forma Ax 2 + By2 + Cx + Dy + E = 0 representará uma elipse eixo focal


paralelo a um dos eixos cartesianos se, e somente se, A  0, B  0 (na verdade, a
condição é A e B de mesmo sinal, mas podemos adotar os dois positivos, sem perda de
C2 D 2
generalidade), A  B e + − E  0.
4A 4B
Note que, se A e B são positivos, A  B corresponde a uma elipse de eixo focal
horizontal e A  B corresponde a uma elipse de eixo focal vertical.

Demonstração:
Ax 2 + By2 + Cx + Dy + E = 0 
 C C2   2 D D2  C2 D2
 A  x2 + 2  +  + B  y + 2  +  = − E + +
 2A 4A 2   2B 4B2  4A 4B
2 2
 C   D C2 D 2
 A x +  + B y +  = −E + +
 2A   4B  4A 4B
2 2
 C   D 
x +  x+ 
 2  2A  + 2 2B  =1
2 2
C D C D
+ −E + −E
4A 4B 4A 4B
A B
Para que os denominadores tenham o mesmo sinal e sejam diferentes (se eles forem
iguais a curva é uma circunferência), devemos ter A e B de mesmo sinal e A  B.
Adotando A, B  0, para que os denominadores sejam ambos positivos devemos ter
C2 D 2
+ − E  0.
4A 4B

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Exemplo: A equação geral 25x 2 + 9y2 − 450x − 216y + 3096 = 0 representa uma elipse,
pois 25 e 9 têm o mesmo sinal e são diferentes, e
( −450 ) ( −216 )
2 2
+ − 3096 = 2055 + 1296 − 3096 = 225  0. Note ainda que, como
4  25 49
25  9, a elipse possui eixo focal vertical. A equação reduzida dessa elipse é dada por
25x 2 + 9y 2 − 450x − 216y + 3096 = 0
 25  ( x 2 − 2  9x + 92 ) + 9  ( y 2 − 2 12y + 122 ) = −3096 + 2025 + 1296
( x − 9 )2 ( y − 12 )2
 25 ( x − 9 ) + 9  ( y − 12 ) = 225 
2 2
+ = 1.
32 52
Logo, a elipse tem eixo focal vertical, centro em ( 9,12 ) , semieixo maior (vertical)
a = 5 e semieixo menor (horizontal) b = 3. Note ainda que a semidistância focal é dada
por 52 = 32 + c2  c = 4. Donde se conclui que os focos são ( 9,16 ) e ( 9,8) .

Área da elipse

A área de uma elipse de semieixo maior a e semieixo menor b é S =  a  b.

CÔNICAS – HIPÉRBOLE

Dados dos pontos F1 e F2 distantes 2c. Uma hipérbole de focos em F1 e F2 é o


conjunto dos pontos cujo módulo da diferença das distâncias aos focos é constante 2a,
com 2a  2c. Assim, o ponto P pertence à hipérbole se, e somente se, PF1 − PF2 = 2a.

Na figura, temos:
• F1 e F2 são os focos e F1F2 = 2c á a distância focal;
• os pontos A e A’ são os vértices da hipérbole;
• o eixo real ou eixo focal é AA' = 2a;
• o eixo imaginário ou eixo não focal é BB ' = 2b; e
• o ponto O, interseção de AA ' e BB ', é o centro da hipérbole.

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Em uma hipérbole de eixo real AA' = 2a, eixo imaginário BB' = 2b e distância focal
F1F2 = 2c, vale a relação c 2 = a 2 + b 2 .

A excentricidade da hipérbole e é a razão entre a semidistância focal e o semieixo real,


c
ou seja, e = .
a
c
Em uma hipérbole, temos sempre c  a, então e =  1. Note que, quanto mais
a
próximo de 1 o valor da excentricidade, mais “fechada” a hipérbole, e, quanto mais o
valor da excentricidade aumenta se afastando de 1, mais “aberta” a hipérbole.

A hipérbole de centro O ( x 0 , y0 ) , eixo real AA' = 2a, eixo imaginário BB' = 2b e


distância focal F1F2 = 2c, com c  a, tem duas assíntotas que passam por O e possuem
b a
coeficiente angular m =  ou m =  , conforme o eixo real seja, respectivamente,
a b
horizontal ou vertical.

Equação reduzida da hipérbole

A equação reduzida de uma hipérbole de centro ( x 0 , y0 ) , eixo real AA' = 2a, eixo
imaginário BB' = 2b e distância focal F1F2 = 2c, com c  a, é dada por:
( x − x 0 )2 − ( y − y 0 )2 = 1, se F1F2 Ox (eixo real horizontal)
a2 b2


( x − x0 )
2
+
( y − y0 )
2
= 1, se F1F2 Oy (eixo real vertical)
b2 a2
Note que na equação da hipérbole, o semieixo real a é determinado pelo termo com
sinal positivo.

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Eixo real horizontal eixo real vertical

Equação geral da hipérbole

Uma equação da forma Ax 2 + By2 + Cx + Dy + E = 0 representará uma elipse eixo focal


paralelo a um dos eixos cartesianos se, e somente se, A e B têm sinais diferentes e
C2 D 2
+ − E  0.
4A 4B

Demonstração:
2 2
 C   D 
x +  x + 
Ax 2 + By 2 + Cx + Dy + E = 0  2 2A  +  2B  = 1
C D2 C2 D2
+ −E + −E
4A 4B 4A 4B
A B
Para que os denominadores tenham sinais contrários, devemos ter A e B de sinais
diferentes (note que A e B podem ter o mesmo módulo). Para que os denominadores
C2 D 2
não se anulem devemos ter + − E  0.
4A 4B

Exemplo: A equação geral 5x 2 − 4y2 − 40x + 24y + 24 = 0 representa uma hipérbole,


( −40 )2 ( 24 )2
pois 5 e −4 têm sinais contrários, e + − 24 = 80 − 36 − 24 = 20  0. A
45 4  ( −4 )
equação reduzida dessa hipérbole é dada por
5x 2 − 4y 2 − 40x + 24y + 24 = 0 
 5  ( x 2 − 2  4x + 42 ) − 4  ( y 2 − 2  3x + 32 ) = −24 + 80 − 36
( x − 4 )2 ( y − 3)2
 5 ( x − 4 ) − 4 ( y − 3) = 20 
2 2
− =1
22 ( 5) 2

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X-MAT 02: Superpoderes Matemáticos para Concursos Militares - AFA
1.15 - RESUMO TEÓRICO DE GEOMETRIA ANALÍTICA

Logo, a hipérbole tem eixo real horizontal, centro em ( 4,3) , eixo real (horizontal)
maior (vertical) a = 5 e eixo menor (horizontal) b = 3. A semidistância focal é dada por
c 2 = 22 + ( 5 ) = 9  c = 3. Donde se conclui que os focos são (1,3) e ( 7,3) .
2

Hipérbole equilátera

A hipérbole equilátera e aquela que possui eixos real e imaginário de mesma medida, ou
seja, a = b. Isso implica que suas assíntotas têm inclinação de 45 e são
perpendiculares entre si.

CÔNICAS – PARÁBOLA

Dados um ponto F e uma reta d que não passa por F, a parábola de foco F e diretriz d é
o conjunto dos pontos do plano equidistantes de F e d. Assim, o ponto P pertence à
parábola se, se somente se, PP' = PF.

Na figura, temos:
• o ponto F é o foco;
• a reta d é a diretriz;
• a reta e é o eixo de simetria;
• a distância entre o foco e a diretriz é FV ' = p, chamada de parâmetro da parábola;
• o ponto V é o vértice da parábola e é o ponto médio da perpendicular do foco à
p
diretriz, o que implica VF = VV ' = .
2

Equação reduzida da parábola

A parábola de vértice V ( x 0 , y0 ) , parâmetro p e eixo de simetria horizontal tem


equação reduzida dada por:
( y − y 0 ) 2 = 2p ( x − x 0 ) , se o foco está à direita da diretriz (voltada para a direita)
( y − y 0 ) 2 = −2p ( x − x 0 ) , se o foco está à esquerda da diretriz (voltada para a esquerda)

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X-MAT 02: Superpoderes Matemáticos para Concursos Militares - AFA
1.15 – RESUMO TEÓRICO DE GEOMETRIA ANALÍTICA

A parábola de vértice V ( x 0 , y0 ) , parâmetro p e eixo de simetria vertical tem equação


reduzida dada por:
( x − x 0 ) 2 = 2p ( y − y 0 ) , se o foco está acima da diretriz (voltada para cima)
( x − x 0 ) 2 = −2p ( y − y 0 ) , se o foco está abaixo da diretriz (voltada para baixo)

Equação geral da parábola

Uma equação da forma Ax 2 + By2 + Cx + Dy + E = 0 representará uma parábola de eixo


de simetria paralelo a um dos eixos cartesianos se, e somente se, A = 0 ou B = 0 (não
simultaneamente).

Note que a equação reduzida da parábola de eixo de simetria horizontal pode ser
desenvolvida como segue:
( y − y 0 ) 2 = 2p ( x − x 0 )  y 2 − 2y 0 y + y 02 = 2px 2px 0

1 2 y0  y 02 
x= y y +  x0  
2p p  2p 

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1.15 - RESUMO TEÓRICO DE GEOMETRIA ANALÍTICA

Assim, uma parábola de eixo de simetria horizontal pode ser representada por uma
equação da forma x = ay2 + by + c, na qual a concavidade será voltada para a direita
quando a  0 e voltada para a esquerda quando a  0.

Note que a equação reduzida da parábola de eixo de simetria vertical pode ser
desenvolvida como segue:
( x − x 0 ) 2 = 2p ( y − y 0 )  x 2 − 2x 0 x + x 02 = 2py 2py 0

1 2 y0  x 02 
y= x x +  y0  
2p p  2p 
Assim, uma parábola de eixo de simetria vertical pode ser representada por uma
equação da forma y = ax 2 + bx + c, na qual a concavidade será voltada para cima
quando a  0 e será voltada para baixo quando a  0.

Exemplo: A equação 2x 2 − 4x − 4y + 3 = 0 representa uma parábola de eixo de simetria


 1
vertical, concavidade voltada para cima, vértice V 1,  e parâmetro p = 1. O foco da
 4
 3 1
parábola é F  1,  e a diretriz é y = − . Isso pode ser visto no desenvolvimento
 4 4
seguinte:
2x 2 − 4x − 4y + 3 = 0  2 ( x 2 − 2 1x + 12 ) = 4y − 3 + 2  2 ( x − 1) = 4y − 1
2

 1
 ( x − 1) = 2  y − 
2
 4

FIM DAS RESOLUÇÕES

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