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MECÂNICA DOS

SOLOS APLICADA

Cleber Floriano
Tipos de estruturas
de arrimo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Conhecer os tipos de muros de gravidade e de cortinas.


„„ Aprender os conceitos de verificação à estabilidade para muros de
gravidade.
„„ Entender a necessidade de durabilidade das estruturas de contenção.

Introdução
Neste capítulo, vamos conhecer os principais tipos de estruturas de arrimo
como os muros de gravidade e as cortinas. Vamos entender como são os
mecanismos externos que potencializam a instabilidade destes muros,
bem como aprender os principais conceitos de verificação à instabili-
dade a partir da definição dos empuxos já estudados anteriormente. Por
último, faremos uma rápida passagem sobre a importante questão da
durabilidade das estruturas de contenção.

Estruturas de arrimo
As estruturas de arrimo (do verbo arrimar, que significa apoiar, escorar) ou
também conhecida no meio técnico como estruturas de contenção (retening
structure), são elementos estruturais capazes de suportar os esforços causados
por pressões ou movimentos potencias de massa. São projetados para diversas
finalidades, como conter uma escavação, uma encosta natural em situação
crítica, queda de blocos, fluxos de detritos, manter estável um aterro de apro-
ximação de uma ponte, entre outros mecanismos e tipos de movimento de
massa potenciais. Do ponto de vista de durabilidade das estruturas, podem
142 Mecânica dos solos aplicada

ser dividas em: provisórias ou definitivas. O fato é que para toda e qualquer
estrutura de contenção deve-se conhecer bem qual o mecanismo externo
que demanda aquela estrutura. Somente desta forma consegue-se verificar e
dimensionar adequadamente.
Os tipos de contenções abrangem uma grande variedade de obras e projetos
de engenharia como: pontes, rodovias, obras portuárias, ferrovias, edificações
em geral, usinas, barragens, entre outros. Neste capítulo, o foco são as estru-
turas mais comuns do meio civil que são os muros de contenção e as cortinas.
Ambos são elementos estruturais que sofrem a ação de empuxos laterais de
terra. Diz-se que estas estruturas são as mais comuns, pois praticamente em
qualquer bairro de sua cidade você encontrará estruturas como essas em pleno
funcionamento.

Tipos de estruturas de arrimo


Fundamentalmente, podemos separar as contenções em estruturas de gra-
vidade (ou peso) e estruturas de flexão. A escolha de um tipo de estru-
tura de contenção para uma determinada situação é uma etapa de projeto
e exige do engenheiro geotécnico habilidade no diagnóstico do problema,
na funcionalidade da obra e também na viabilidade econômica. Além deste
fundamental tripé de sustentação de um projeto, acrescenta-se a necessidade
de durabilidade da obra.
A seguir apresenta-se uma série de tipos de estruturas de contenção bas-
tante comuns e que talvez você já tenha percebido numa viagem ou mesmo
numa caminhada pelo seu bairro. Os tipos apresentados abaixo não esgotam
as possibilidades para execução de estruturas de contenção. Atualmente,
com o advindo de novos materiais e tecnologia industrial surgem diversas
variações das estruturas de contenção, embora os conceitos fundamentais de
funcionalidade permaneçam originais.
Serão abordadas as técnicas específicas de sobresolo grampeado e solo
reforçado. Elas recaem também na mesma necessidade de estabilidade exter-
nas que as estruturas de gravidade. A grande diferença, no entanto, está no
dimensionamento interno dos elementos de ancoragem ou reforço.
Tipos de estruturas de arrimo 143

Outros tipos de contenção como as de soluções com telas metálicas, bar-


reiras flexíveis, também são tecnologias mais recentes, sendo complementares
ao propósito deste livro.

Você sabe a diferença entre um grampo e um tirante ancorado no terreno?


Os tirantes assim como os grampos são elementos de ancoragem (geralmente
metálicos). A diferença é que nos tirantes existe um trecho livre (não aderente) e
um trecho ancorado (aderente). Esta ancoragem deve estar além da cunha ativa e o
trecho livre deve estar livre de grandes atritos. A ideia da ancoragem com tirante é
de colocar a face de concreto em carga, ou seja, realizar proteção. Portanto, trata-se
de uma solução ativa.
Já os grampos do solo grampeado são ancoragens passivas, pois não se aplica
protensão. Os elementos grampos não apresentam trecho livre.

ELEMENTO DE ANCORAGEM ATIVO

tensão na armadura

pré-carga

trecho livre trecho ancorado


(zona de transferência) (zona de reação)

ELEMENTO DE ANCORAGEM PASSIVO

a
armadur
tensão na

trecho ancorado trecho ancorado


(zona ativa) (zona passiva)
e
ant
isalh
ac
zon

Figura 1. Ancoragem ativa x ancoragem passiva.


Fonte: Floriano (2009).
144 Mecânica dos solos aplicada

Exemplos de estrutura Esquema geral tridimensional


de contenção da contenção

Muros de gravidade: gabiões, pedra Funcionamento: a estrutura sustenta


arrumada, pedra argamassada, concreto os empuxos laterais através de seu peso
ciclópico, crib-wall, muros de enroca- próprio.
mento ou solo.

Figura 2. Muro de gabiões.

Figura 4. Muro de gravidade.


Fonte: Zern Liew/Shutterstock

Figura 3. Muro de pedra arrumada.


Tipos de estruturas de arrimo 145

Exemplos de estrutura Esquema geral tridimensional


de contenção da contenção

Muros de flexão: muros de Funcionamento: são estruturas


concreto armado sem contrafortes esbeltas que precisam ser armadas,
(pré-moldados ou moldados in pois suportam momentos fletores
loco), muros de concreto armado elevados, especialmente na sua
com contraforte (elementos base. Nestas estruturas normalmente
enriquecedores da estrutura) há uma contribuição de peso de
solo dependendo do seu formato
(L, por exemplo). No caso dos
muros contraforte, os elementos
(contrafortes) aumentam a rigidez
do muro, aliviando a densidade
de armadura e ao mesmo
tempo tornando o muro mais
valente aos empuxos laterais

Figura 5. Muro de concreto armado.


Figura 6. Muro de flexão em “L”
Fonte: eakkachai/Shutterstock
Fonte: Zern Liew/Shutterstock

Figura 7. Muro de contrafortes.


Fonte: Fundação Instituto de Geotécnica do
Município do Rio de Janeiro (2000)
Figura 8. Muro de contrafortes.
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
146 Mecânica dos solos aplicada

Exemplos de estrutura Esquema geral tridimensional


de contenção da contenção

Cortinas: em balanço ou vinculada Funcionamento: quando a


(estroncas ou ancoragens). estrutura não recebe vínculo, e
Existem muitas formas de executar fica dependente dos empuxos
estruturas como estas, por exemplo: passivos (parte enterrada que se
concreto armado, diafragma, chama ficha). Quando os empuxos
pranchas metálicas, estacas, perfil ficam muito elevados insere-se
metálico com painel de concreto vínculos para distribuir os momentos
ou de madeira, entre outras. fletores ao longo da estrutura.
São estruturas muito esbeltas.

Figura 9. Cortina em pranchas metálicas.


Fonte: Aisyaqilumaranas/Shutterstock
Figura 10. Cortina sem vínculo.
Fonte: Zern Liew/Shutterstock

Figura 11. Cortina de múltiplas ancora-


gens (tirantes).

Figura 12. Cortina com um


vínculo (tirante).
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
Tipos de estruturas de arrimo 147

Mecanismos de instabilidade nos muros


A instabilidade externa de um muro de gravidade é governada por quatro
verificações, que nada mais são que modos potenciais de ruptura. Portanto,
para o dimensionamento externo de um muro, devemos realizar as seguintes
verificações:

1. Estabilidade ao deslizamento;
2. Estabilidade ao tombamento;
3. Estabilidade à ruptura das fundações;
4. Estabilidade à ruptura global.

Os modos de ruptura externa apresentados podem ser observados na Figura 13.

Figura 13. Modos de ruptura externa de muros de gravidade.

Você deve estar pensando como garantir a segurança de um muro de


contenção à gravidade com base nessas quatro verificações. Veremos a
seguir como calcular a segurança em cada uma destas situações, com
148 Mecânica dos solos aplicada

exceção da estabilidade à ruptura global que é assunto da próxima aula


(estabilidade de taludes), pois trata-se de análise de estabilidade por equilí-
brio limite, havendo diversos métodos passíveis de serem utilizados, sendo
bastante comum o uso de softwares, pois os cálculos analíticos acabam
sendo bastante dispendiosos.
É importante destacar que para tais análises, tomamos a estrutura como
um corpo rígido. Por isso, chama-se de análise de estabilidade externa. A
garantia da rigidez ou da capacidade de suportar os esforços externos deste
corpo é um assunto a parte no campo da análise de estabilidade interna das
estruturas, o que dependerá do tipo de estrutura projetada, de seus materiais
e da capacidade de deformabilidade.

O sistema de drenagem de uma contenção é fundamental para o bom funcionamento


da contenção, uma vez que os empuxos de água atuantes no tardoz não são desejáveis
e caso considerado no dimensionamento, verifica-se a necessidade de estruturas muito
robustas, ou seja, pouco econômicas. Existem diversas formas de aliviarmos os empuxos
de água do tardoz do solo. Observe, a partir de agora, nas obras de contenção, que
tipo de dispositivo de drenagem aquela estrutura apresenta. Pesquise mais sobre o
que são barbacãs e drenos sub-horizontais profundos.

Verificações de estabilidade de muros de


gravidade

Verificação ao deslizamento
A segurança ao deslizamento é comandada pela resistência do contato da
base do muro. Portanto, será a superfície da base do muro que sofrerá este
potencial deslizamento. Para fazer a verificação em que nível de segurança se
encontra o seu muro projetado, você precisa saber a magnitude dos empuxos
laterais que estão atuando no muro, a geometria do muro, bem como o peso
total dele. Como podemos notar na Figura 14, o diagrama de corpo rígido que
define o equilíbrio de forças horizontais.
Tipos de estruturas de arrimo 149

Figura 14. Forças para verificação ao deslizamento.

O fator de segurança (Fsd) corresponde ao nível de segurança do muro


projetado e é representado pela seguinte razão:

Onde:

Fsd - é o fator de segurança ao deslizamento.


Fr - é a força resistente (a força a favor da segurança do muro).
Fi - é a força instabilizante (a força que empurra o muro para ele
deslizar).

A força resistente é definida como a parcela de resistência ao cisalhamento


na base adicionando o empuxo passivo (quando considerado no cálculo). Assim,

Fr = S + Ψ . EP
Onde:

S - é a resistência ao cisalhamento no contato muro-solo de


fundação.
Ψ - é um fator redutor ou anulador do empuxo passivo (em
condições de obras definitivas, geralmente Ψ = 0).
EP - magnitude do empuxo passivo.
150 Mecânica dos solos aplicada

A resistência ao cisalhamento no contato muro-solo é definida segundo a


equação fundamental de Coulomb. Assim, teremos:

Onde:

N’ - é a reação normal no plano de assentamento do muro.


ℷ - é o ângulo de atrito do contato muro-solo de fundação (valores
semelhantes ao ângulo de atrito solo-muro, δ, visto nos capítulos
anteriores podem ser utilizados. Estes valores são menores ou igual
ao ângulo de atrito interno do solo, ℷ ≤ ∅’).
Cb - parâmetro de adesão muro-solo de fundação (em condições de
obras definitivas, geralmente considera-se Cb = 0).

As forças instabilizantes são definidas como:

Fi = EA + U
Onde:

Fi - é a reação normal no plano de assentamento do muro.


EA - é a magnitude do empuxo ativo.
U - é a magnitude do empuxo de água.

Importante lembrar sempre da presença de empuxo de água, este deve ser


adicionado à parcela de forças instabilizantes.
Por fim, verifica-se que para o muro não sofrer deslizamento, deve-se
atender a condição de que as forças resistentes serem iguais ou superiores às
forças instabilizantes multiplicadas por um fator de segurança:

O fator de segurança é uma atribuição do projetista, no entanto, recomenda-se


utilizar valores mínimos normativos. A ABNT NBR 11682:2009 estabelece que
o valor mínimo para o fator de segurança ao deslizamento deve ser Fsd ≥ 1,5.

Verificação ao tombamento
A segurança ao tombamento é comandada pela potencial rotação num ponto
(“o”), que fica no pé do muro de contenção. Portanto, precisa-se saber as mag-
Tipos de estruturas de arrimo 151

nitudes das forças atuantes e suas posições para poder calcular os momentos
(força x distância ao ponto de giro, “o”).
Para fazer a verificação do nível de segurança em que se encontra o seu
muro projetado, você precisa saber além da magnitude dos empuxos laterais
que estão atuando no muro, a posição em que atuam estes empuxos, a geometria
do muro, bem como o peso total dele. Como pode-se notar na Figura 15. o
diagrama de corpo rígido que define o equilíbrio de forças horizontais e
verticais com suas devidas posições de aplicação.

Figura 15. Forças e suas posições para verificação ao tombamento.

O fator de segurança (Fst) corresponde ao nível de segurança do muro


projetado e é representado pela seguinte razão:

Onde:

Fst - é o fator de segurança ao deslizamento.


Mr - é o momento resistente (as forças que causam giro a favor
segurança do muro).
Mi - é o momento instabilizante (as forças que causam giros que
promovem o tombamento).
152 Mecânica dos solos aplicada

O momento resistente é definido como o somatório de pesos multiplicados


pelas suas distâncias perpendiculares até o ponto de giro, adicionando, quando
considerado, a contribuição de momento devido ao empuxo passivo. Assim,

Mr = W . xw + Ψ . EP . yP
Onde:

W - é o peso total do muro.


xW - é a distância ortogonal do vetor W ao ponto de giro “o”.
Ψ - é um fator redutor ou anulador do empuxo passivo (em
condições de obras definitivas, geralmente Ψ = 0).
EP - é a magnitude do empuxo passivo.
yP - é a distância ortogonal do vetor EP ao ponto de giro “o”.

Os momentos instabilizantes são definidos como:

Mi = EA . yA + U . yU
Onde:

Mi - é o momento instabilizante.
EA - é a magnitude do empuxo ativo.
yA - é a distância ortogonal do vetor EA ao ponto de giro “o”.
U - é a magnitude do empuxo de água.
yU - é a distância ortogonal do vetor U ao ponto de giro “o”.

Importante lembrar também sempre da presença de empuxo de água, este


deve ser adicionado à parcela de momentos instabilizantes.
Por fim, verifica-se que: para o muro não sofrer tombamento, deve-se
atender a condição de que os momentos resistentes sejam iguais ou superiores
aos momentos instabilizantes, multiplicado por um fator de segurança:

O fator de segurança aqui também é uma atribuição do projetista, no


entanto, recomenda-se utilizar valores mínimos normativos. A ABNT NBR
11682:2009 estabelece que o valor mínimo para o fator de segurança ao tom-
bamento deve ser Fst ≥ 2,0.
Tipos de estruturas de arrimo 153

Verificação às pressões nas fundações


O cálculo das pressões na base do muro está relacionado à excentricidade
deste, ou seja, a distância entre o seu centro geométrico e a posição do vetor
reação normal, como indicado na Figura 16.

Figura 16. Forças e suas posições para verificação da distribuição de pressão na base.

A excentricidade “e”, portanto, pode ser obtida pelo equilíbrio à rotação


em torno do eixo central da base do muro. O conceito de equilíbrio limite é
válido para excentricidades positivas e modestas, assim,

onde:

e - é a excentricidade da reação vertical na base do muro.


B - é a largura da base do muro.

A equação que define a excentricidade é dada da seguinte forma:


154 Mecânica dos solos aplicada

Onde:

Mi - é o momento instabilizante.
Mr - é o momento resistente (as forças que causam giro a favor
segurança do muro).
N’ - é a reação normal no plano de assentamento do muro.

Assim, temos a seguinte fórmula:

Para a obtenção das pressões atuantes na fundação, assume-se valores


máximos e mínimos. Este critério é definido numa consideração de solo
teórico perfeitamente elástico. Sendo assim:

Onde:

σ máx - é a tensão de valor máximo utilizando o sinal “+” na


formulação.
σ min - é a tensão de valor mínimo utilizando o sinal “-” na
formulação.

As tensões obtidas são comparadas com a tensão máxima admissível do


solo, segundo dois critérios que devem ser atendidos concomitantes:

  e 
Onde:

σadm - é a tensão admissível do solo.

Outra forma de verificar a capacidade de carga é considerando o solo na


condição puramente plástica. Desta forma, tem-se a seguinte formulação:
Tipos de estruturas de arrimo 155

O valor da tensão admissível é obtido com base na teoria de capacidade


de carga. Neste livro não abordaremos este tema, pois pertence ao assunto
específico de Fundações. Para efeito de magnitude, pode-se indicar que a
capacidade de carga de solos são inferiores a 1 MPa, valores estes dependentes
dos parâmetros geotécnicos do solo e da geometria do problema considerado.

Em fundações admite-se fatores de segurança bastante elevados por conta das in-
certezas de interação solo-estrutura. O valor do fator de segurança, para a tensão
admissível do solo, segundo a ABNT NBR 11682:2009 deve ser de FS = 3. Parece bem
alto este valor. Você conseguiria pensar uma forma de proporcionar mais segurança
às fundações durante o assentamento do muro?
Por exemplo, se em vez de construir o muro diretamente no solo, você fizesse
um preparo do terreno com uma camada de 30 cm de brita, contribuiria muito no
assentamento e também o aumento de fator de segurança ao deslizamento, pois o
ângulo de atrito de contato é melhorado.

Durabilidade das estruturas de contenção


Você já se perguntou quanto tempo uma estrutura de contenção deve durar?
Existem estruturas de contenção provisórias (temporária) e as definitivas
(permanentes). O que define esta classificação é a finalidade da estrutura.
Por exemplo, se você executa uma estrutura de contenção para simplesmente
suportar esforços da escavação de um subsolo de um prédio até que a estru-
tura de pilares, vigas e lajes sejam construídas, você está contando com uma
estrutura que não tem a necessidade de durabilidade de longo prazo, uma vez
que ao final das obras (após dois anos, por exemplo) aquela contenção deixa
de ser necessária para estabilizar os empuxos laterais atuantes. Por outro lado,
se você executa uma contenção em que suportará o aterro de divisa com um
passeio público, esta contenção deverá ser definitiva.
O fato é que a condição de uma estrutura de contenção provisória ou
definitiva passa por uma série de critérios que discriminam a durabilidade
da obra de contenção, como: proteção anticorrosiva dos elementos metálicos,
qualidade do concreto, qualidade dos materiais em geral, adequação de critérios
de dimensionamento, projeto e execução, cuidados construtivos, entre outros.
156 Mecânica dos solos aplicada

Fazer esta separação (obra temporária X obra definitiva) é de extrema


importância, pois as consequências de obras que deveriam ter critérios de-
finitivos e foram construídas sem a rigorosa condução para tal, reduzem
significativamente a durabilidade.
Você como um futuro engenheiro terá a responsabilidade de projetar,
executar e fiscalizar para que os critérios de durabilidade estabelecidos em
normas sejam atendidos.

A garantia de durabilidade das construções, em destaque para as obras públicas, é


uma responsabilidade social.

1. Qual destas estruturas não pode d) Cisalhamento,


ser considerada com muro compressão e flexão.
de arrimo. e) Esmagamento, torção e
a) Muro de gabiões caixa. compressão e ruptura global.
b) Solo reforçado com raízes. 3. Qual o fator de segurança ao
c) Muro de alvenaria de divisa em deslizamento de um muro cujo
substituição de cerca metálica. peso por metro é de 650 KN. O
d) Muro de pedra argamassada. empuxo passivo já com as devidas
e) Muro de concreto armado. ponderações é de 20 kN e o empuxo
2. Quais as verificações necessárias ativo é de 250 kN. Considere que
que se deve fazer para garantir a resistência ao cisalhamento
a estabilidade externa de no contato é de 375 kPa.
um muro de contenção em
pedra argamassada.
a) Deslizamento, tombamento,
pressões nas fundações
e ruptura global.
b) Distorção, deslizamento e
tombamento, ruptura global.
c) Distorção, giro no topo
e ruptura global.
Tipos de estruturas de arrimo 157

a) Fsd = 1,28 b) Fs ≥ 2,0


b) Fsd = 1,38 c) Fs ≥ 2,5
c) Fsd = 1,48 d) Fs ≥ 3,0
d) Fsd = 1,58 e) Não atende ao valor normativo.
e) Fsd = 1,68 5. Para a mesma figura do exercício
4. Para as mesmas considerações 3, determine a máxima pressão
do exercício anterior (3). Qual que o muro exerce numa condição
deve ser o fator de segurança ao puramente elástica do solo.
tombamento, sabendo que os a) 43 kPa
empuxos passivo e ativo têm origem b) 295 kPa
em camadas de solo com espessuras c) 634 kPa
de 2 e 5 m, respectivamente. A d) 650 kPa
base do muro é de 2,2 m com e) 449 kPa
excentricidade da reação normal
ao peso de 42 cm.
a) Fs ≥ 1,5

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 11682:2009. Estabilidade


de Encosta. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
FLORIANO, C. F. Ancoragem em rocha: estudo da adesão nata-solo de dois arenitos da
Serra do Espigão, SC. 2009. 188 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola de
Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul,. Porto Alegre, 2009.
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE GEOTÉCNICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. Manual
técnico de encostas. Rio de Janeiro: GeoRio, 2000. v. 2.

Leitura recomendada
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5629:2006. Execução de
tirantes ancorados no terreno. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
AZAMBUJA, E. Empuxos, muros e cortinas. [S.l.: s.n.], 2010. Notas de Aula.
BARROS, P. L. A. Obras de contenção: manual técnico. Jundiaí: Maccaferri do Brasil, 2010.
BROOKS, H.; NIEALSEN, J. P. Basic of retaining wall design: a design for earth retaining
structures. 10. ed. Newport Beach: HBAPuplications, 1992.
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CASTRO, J. L. Tirantes ancorados no terreno. In: WORKSHOP DE GEOTECNIA DA PUCRS,


1., 2016, Porto Alegre. Trabalho... Porto Alegre: PUCRS, 2016.
EHRLICH, M.; BECKER L. Muros e taludes de solo reforçado: projeto e execução. São
Paulo: Oficina de Textos, 2009. (Coleção Huesker: Engenharia com Geossintéticos).
FERNANDES M. M. Mecânica dos solos: introdução a engenharia geotécnica. São Paulo:
Oficina de Textos, 2014. v. 2.
HACHICH, W. et al.. Fundações: teoria e prática. São Paulo: Pini, 1998.
MOLITERNO, A. Caderno de muros de arrimo. São Paulo: Edgard Blücher, 1994.
TAYLOR, D. W. Fundamentals of soil mechanics. New York: John Wiley & Sons, 1948.
U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS. Retaining and Flood Walls. Engineer Manual EM 1110-
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