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Nome do Curso: Graduação formação para segunda Licenciatura em Física.

Disciplina: Cálculo diferencial e integral II

Tutor: Gleysson Morais de Andrade

Nome do aluno: Maria Railda de França Cesário.

Estudo dirigido - Contextualização sobre integrais definidas e indefinidas

As primitivas de uma função, ou a integral indefinida de uma função f(x) é uma operação
inversa a derivação de f(x). Intuitivamente, quando integrarmos uma função f(x), estamos
buscando obter a função de origem a partir de sua derivada. Porém, existem casos em que os
intervalos de integração podem ser indefinidos, ou seja, o domínio da função f que ocorre na
integral de f(x) é implícito que se trata de um intervalo definido como constante.

As integrais definidas surgiram a partir dos estudos das integrais de Riemann que foi,
de fato, o primeiro estudo em avaliar a integral de uma função em um intervalo definido. A
integral definida, ou integral de Riemann, pode ser definida da seguinte forma: Seja uma função
f(x) definida dentro dos intervalos reais a e b ([a,b] ou a≤x≤b) definida graficamente por uma
curva com área inferior a curva que pode ser subdivida em subintervalos n de comprimentos
iguais tal que Δx=(b-a)/n e, sejam xo (= a), x1, x2, xn (=b), as extremidades desses subintervalos,
dizemos que a somatória de f(ci) Δxi em que xi esteja no i-ésimo subintervalo e ci um número
arbitrário em [xi-1,xi], dizemos que quando máximo Δxi tende ao limite zero, podemos escrever
que a integral definida é dada por definição por (1):

𝑏 𝑛

∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = lim ∑ 𝑓(𝑐𝑖 ) Δx𝑖


𝑎 𝑚á𝑥 Δxi →0
𝑖=0
𝑏
Se ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 existe, então pode-se afirmar quem f é integrável em [a,b] ou dizer que
𝑏
∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 é a integral definida de f em [a,b].

A definição de integrais definidas pode ser estendida ainda para o 1º teorema


fundamental do cálculo que define que se f for integrável em [a,b] e F uma primitiva dessa
derivada então:

𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎)
𝑎
As integrais definidas são largamente utilizadas para definir áreas de gráficos de funções
definidas por uma curva de uma função. Se f for continua em [a,b], com f(x) ≥ 0 em [a,b] a
área de um conjunto A pode ser definida por :(1)

𝑏
á𝑟𝑒𝑎 (𝐴) = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑎

O uso das integrais definidas estende-se por todas as áreas das ciências exatas e
matemática em geral. Na física, por exemplo, usamos as integrais definidas para calcular o
trabalho que um corpo executa quando o mesmo é submetido por uma força vetorial F em um
deslocamento definido por d. Como F se trata de uma função vetorial podemos defini-la como
F(x) = f(x,y,z)i se caso o movimento ocorra apenas na direção i.(1,2)

Exemplo: Um corpo se desloca no eixo X atuando uma força paralela ao deslocamento


(cos0º=1) e de componente f(x) = x3 + x. O trabalho realizado pela força no deslocamento de
x=1 até x=2 é dado por:

2
3
𝑥4 𝑥2 2 21
∫ 𝑥 + 𝑥 𝑑𝑥 = [ + ] =
1 4 2 1 4

As integrais definidas podem auxiliar também no cálculo que correlaciona demanda e


custo de um determinado produto. Os economistas costumam representar graficamente o preço
unitário de um produto de acordo com a demanda dele. Intuitivamente podemos observar alguns
comportamentos pela curva obtida pelo gráfico preço x demanda. Porém a área sob a curva dá
o valor que o consumidor irá pagar pelo produto por conta desses fenômenos.(3)

Exemplo: Supúnhamos que um determinado produto atende a igualdade da função demanda e


da função oferta pela função F(p) = -0,2p2 +100, com preço de equilíbrio igual a 10. Qual o
valor do excedente do consumidor (EC) para esse preço de equilíbrio (Pe)?

Se quiséssemos saber o valor excedente do produtor utilizaríamos apenas a função que define
a oferta dos fabricantes (O(p)) por um determinado preço. Porém, algebricamente, oferta e
demanda (D(p)) são dadas por duas funções diferentes e essas funções são igualadas para obter
o ponto de equilíbrio e a função para cálculo do excedente do consumidor. Logo

𝑂(𝑝) = 𝐷(𝑝) → 𝐹(𝑝)

𝑃𝑒 10
𝐸𝑐 = ∫ 𝐹(𝑝)𝑑𝑝 = ∫ −0,2𝑝2 + 100 = 933,34 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
0 0
Na química também é comum o uso de integrais em diversas áreas. A físico-química
talvez seja uma das áreas que mais explore o uso de integrais, mas por se tratar de sistemas com
mais de uma variável podem exigir o uso de derivadas chamadas de derivadas parciais e de
integrais duplas. Uma das aplicações para integrais simples definidas na química é para estimar
alguns parâmetros de cinéticas reacionais. Alguns desses parâmetros podem ser estimados por
estarem uma função de outros. Um exemplo é o consumo de um reagente ou produção de um
produto de uma reação em função do tempo da reação.(4)

Exemplo: Para reações químicas de primeira ordem, podemos estimar o tempo de meia-vida
com base em uma equação algébrica simples. Porém, essa equação partiu exatamente de uma
integral definida. A concentração de uma espécie pode ser reduzida conforme o tempo de meia
vida prossegue. A equação de velocidade de uma reação é dava na verdade pela taxa de variação
entre a concentração da espécie em função do tempo (dCa/dt); se quisermos obter o tempo de
meia vida é necessário integrar essa função. Como a integral de uma derivada é a função como
constante por se tratarem de operações opostas, temos que:

𝐶𝑎 𝑡
𝑑𝐶𝑎 𝐶𝑎
−∫ = 𝑘 ∫ 𝑑𝑡 = −𝑙𝑛 = 𝑘𝑡
𝐶𝑎𝑜 𝑑𝑡 𝑡𝑜 𝐶𝐴𝑜

No primeiro tempo de meia vida, a concentração inicial da espécie é reduzida pela metade, logo
para obtermos uma relação entre o tempo de meia vida e a concentração temos:

𝐶𝑎
ln = 𝑘𝑡1
𝐶𝑎𝑜 2
2

Fica notório a necessidade do conhecimento de integrais definidas e do seu conceito. As


integrais definidas partem das definições de outras ferramentas do cálculo integral. Suas
aplicações podem ser observadas em diversas áreas e, como visto, podem ter aplicações diretas
ou podem ser utilizadas como ferramentas para deduzir equações mais simples que são
utilizadas para outras finalidades.

Referências

1. Guidorizzi HL. Um curso de cálculo. 5AD. Editora LTC.


2. Young HD, Freedman RA. Física de Sears & Zemansky: Volume I. 2008. p. 424.
3. Moura PPM de. Estudo de caso - Integral e suas aplicações em ADM. UFVASF. 2016;
4. USP E de E de L-. Cinética química. Métodos cinéticos. :1–14.

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