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Abordagem das funções por vários pontos de vista complementares: descrição como conceito
matemático, estudo analítico e representação gráfica. Consolidação da importante noção de
função real de uma variável real.
PROPÓSITO
Compreender a relevância do conceito de função para a interpretação e a resolução de
problemas diversos, inclusive fenômenos naturais, sociais e de outras áreas.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Para fazermos modelos matemáticos de nossa realidade, associamos quantidades numéricas
aos acontecimentos, fatos e objetos que desejamos estudar ou analisar.
É comum obtermos relações expressas em termos de fórmulas ou expressões matemáticas,
porém, muitas vezes, as expressões obtidas nem sempre dão origem a um número real para
todos os possíveis valores da variável independente.
Nessa situação, é importante determinar o conjunto dos valores da variável independente para
os quais a fórmula matemática define uma função.
Imagem: Shutterstock.com
Nosso estudo se restringirá ao estudo das funções reais de variável real, ou seja, tanto o
domínio quanto o contradomínio são subconjuntos de ℝ ou até mesmo todo o ℝ.
Antes de darmos prosseguimentos ao nosso estudo de funções, assista ao vídeo que relembra
as definições básicas relativas às funções.
DEFINIÇÃO
O domínio da função 𝑓 é o maior subconjunto de ℝ onde a expressão (ou fórmula) que define a
função assume valores reais, ou seja:
𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑓(𝑥) ∈ ℝ}
Veja nas imagens três representações gráficas de funções cuja lei de formação é 𝑓(𝑥)=𝑥2 e os
seus domínios.
𝐷1=ℝ
D2 = { - 2; - √2; - 1; 0; 1; √2; 2}
𝐷3=[0;+∞[
Quando uma função está definida por uma fórmula matemática, a fórmula em si pode impor
restrições sobre os valores reais para os quais podemos calculá-la.
EXEMPLO 1
()
Qual é o domínio da função 𝑓 x = x ?
1
Repare que 𝑥=0 não está no domínio dessa função, pois a divisão por 0 (zero) não está definida.
Logo, 𝐷(𝑓)=ℝ∗.
EXEMPLO 2
()
Qual é o maior subconjunto de 𝑋⊂ℝ, tal que a fórmula g x = √x define uma função 𝑓:𝑋→ℝ?
Como só podemos calcular a raiz quadrada de valores não negativos, temos: 𝐷(𝑔)=[0; +∞[.
Vamos ver na prática como determinar o domínio de uma função?
EXEMPLO 3
Pensando em construir uma piscina retangular em sua casa, João recorreu à Revista
Casa e
Jardim, da Globo, onde encontrou um modelo de piscina que contracena com a represa no
projeto assinado pela arquiteta Eliana Marques Lisboa.
Sabendo que o terreno onde será construída a piscina deve ser cercado com 240 m de cerca,
faça o que se pede:
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
Conforme visto no exemplo 3, a área do terreno é dada pela expressão A=x⋅(120−x), onde
x é o número de metros de comprimento do terreno.
Logo, temos:
A(100)=100⋅(120−100)=2000 m2
ATENÇÃO
Os gráficos das funções podem fornecer informações visuais importantes sobre uma função.
O gráfico de 𝑓 também nos permite visualizar o domínio e a imagem, além de muitas outras
informações.
O número real 𝑎 pertence ao domínio de uma função 𝑓 se a reta vertical 𝑥=𝑎 corta o gráfico de 𝑓
em um ponto. Como f é uma função, este ponto é necessariamente único.
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO 1
Verifique que, no ano de 2030, temos uma única taxa de crescimento, tanto no Brasil quanto em
Tocantins.
O número real 𝑏 pertence à imagem de uma função 𝑓 se a reta horizontal 𝑦=𝑏 corta o gráfico de 𝑓
em pelo menos um ponto.
EXEMPLO 2
Verifique que o valor 0,82 pertence tanto à imagem da função que representa a taxa de
crescimento no Tocantins quanto à função que representa a taxa de crescimento no Brasil, em
2029 e 2018, respectivamente.
DOMÍNIO
Dado o gráfico de uma função, uma forma de encontrar o domínio da função é projetar o
gráfico no Eixo 𝑂𝑥.
Vemos que o domínio da função 𝑓 é o intervalo no eixo das abscissas indicado em vermelho.
Vemos que o domínio da função 𝑔 é o conjunto no eixo das abscissas indicado em vermelho.
() [
𝐷 𝑔 =
7
) ( ]
- 2 , 1 ∪ 1 , 5 .
Assista ao vídeo com mais um exemplo de domínio da função.
IMAGEM
Dado o gráfico de uma função, uma forma de encontrar a imagem da função é projetar o seu
gráfico no Eixo 𝑂𝑦.
Vemos que a imagem da função 𝑓 é o intervalo fechado indicado em vermelho no Eixo 𝑂𝑦.
[ ]
9 37
Sua imagem é o intervalo fechado - 4 ; 12 ,
() [ ] 9 37
𝐼𝑚 𝑓 = - 4 ; 12 .
𝐼𝑚(𝑔) = ( − 2; 5, 25].
EXEMPLO 3
Gráfico da função ℎ
Se Projetarmos o gráfico da função no Eixo 𝑂𝑦, vemos que a imagem da função ℎ é o intervalo
Em resumo, é possível determinar a imagem de um conjunto de pontos:
EXEMPLO 4
[ ]
2 5
Observe o gráfico da função 𝑓 e o intervalo - 3 ; 12 destacado em verde no Eixo 𝑂𝑦, que é um
subconjunto da imagem de 𝑓.
5 2
Ao traçar as retas y = 12 e y = - 3 de forma horizontal, partindo no Eixo 𝑂𝑦, temos:
2 5
Se pegarmos a parte do gráfico restrita à região entre as retas y = - 3 e y = 12 , temos:
[ ]
2 5
Agora, para descobrirmos a parte do domínio correspondente ao intervalo - 5 ; 12 da imagem,
VERIFICANDO O APRENDIZADO
{
- 2X, SE X < 0
C) D(𝑓) = ℝ e Im(𝑓) = ℝ
B) D(g) = [- 3, 3] e Im(h) = [- 4, 3]
D) D(h) = [- 2, 2] e Im(h) = [- 4, 3]
4. CONSIDERE A FUNÇÃO F X
() =
120X
300 - X
. PODEMOS AFIRMAR QUE O
DOMÍNIO DA FUNÇÃO 𝑓 É:
B) Im(f) = [- 4, 5] ∪ [- 3, 4].
C) 𝐷(𝑓)=[−4.5, 11].
D) 𝐷(𝑓)=[−4.5, 2)∪(2,11].
X+1
6. SE A FUNÇÃO REAL DEFINIDA POR F(X) = POSSUI 𝐷=[𝑎,𝑏]
√X - 2 + √11 - X
COMO DOMÍNIO, ENTÃO, 𝑎+𝑏 VALE:
A) 11
B) 5
C) 13
D) 15
GABARITO
{
- 2x, se x < 0
A função é formada por três pedaços de funções já conhecidas. Cada um desses pedaços
corresponde a uma parte do domínio. Para 𝑥<0, o gráfico é parte da reta 𝑦=−2𝑥. Para traçar,
basta considerarmos dois pontos.
𝑥
𝑦= −2𝑥 (𝑥; -2𝑥)
0 -2 . 0 = 0 (0; 0)
-2 -2 . (-2) = 4 (-2; 4)
Marcando esses pontos no plano, obtemos a parte da reta que nos interessa:
Repare que o ponto (0;0) ficou traçado como “bolinha aberta”, pois 𝑥=0 não pertence a essa
parte do domínio da função.
Para 0≤𝑥≤4, o gráfico é parte do gráfico de 𝑦=√𝑥. Para traçá-lo, devemos olhar para o esboço
apresentado anteriormente, bem como calcular o valor da função nos extremos.
𝑥
𝑦=√𝑥 (𝑥; √𝑥)
0 √0=0 (0; 0)
4 √4=2 (4; 2)
Marcamos, então, esses pontos e, em seguida, traçamos uma curva passando por eles com o
formato parecido com o do esboço já apresentado.
Finalmente, para 𝑥>4, a função é constante e igual a 2. Seu gráfico é uma reta paralela ao Eixo
𝑂𝑥:
Aqui, o ponto (4;2) também ficou como “bolinha aberta”, pois 𝑥=4 não pertence a essa parte do
domínio.
A partir da representação gráfica, fica fácil perceber que D(𝑓) = ℝ e Im(𝑓) = [0, + ∞[.
𝑓(𝑥)=𝑥2−4𝑥+8.
𝐷𝑜𝑚(𝑓)=[−4,4] e 𝐼𝑚(𝑓)=[−4,3].
𝐷𝑜𝑚(𝑔)=[−3,3] e 𝐼𝑚(𝑔)=[−1,𝑔(3)]
𝐷𝑜𝑚(ℎ)=[−2,2] e 𝐼𝑚(ℎ)=[1,2].
() 120x
4. Considere a função f x = 300 - x . Podemos afirmar que o domínio da função 𝑓 é:
A função não está definida para 𝑥=300, pois este número anula o denominador.
Projetando o gráfico da função no eixo -𝒙, vemos que o domínio da função 𝒇 é o conjunto no
eixo -𝑥 indicado em vermelho na figura.
𝑫𝒐𝒎(𝒇)=[−𝟒.𝟓 , 𝟐) ∪ (𝟐 , 𝟏𝟏].
Projetando o gráfico da função no eixo -𝒚, vemos que a imagem da função 𝒇 é o intervalo no eixo
-𝑦 indicado em vermelho na figura.
𝑰𝒎(𝒇)=[−𝟒, 𝟖.𝟑].
x+1
6. Se a função real definida por f(x) = possui 𝐷=[𝑎,𝑏] como domínio, então, 𝑎+𝑏
√x - 2 + √11 - x
vale:
Primeiramente, vamos determinar o domínio da função 𝑓. Para isso, precisamos analisar para
quais valores de 𝑥 a função √x - 2 e √11 - x está bem definida e fazer a interseção dos
intervalos.
Note que √x - 2 está bem definida para x ≥ 2, e √11 - x está bem definida para 11 - x ≥ 0, ou
seja, x ≤ 11. Como [2, + ∞) ∩ ( - ∞, 11] = [2, 11], temos que 𝐷=[2,11].
Logo, a + b = 2 + 11 = 13.
MÓDULO 2
Identificar graficamente os tipos de funções: injetora, sobrejetora e bijetora
FUNÇÕES INJETORAS
Uma função 𝑓 é dita injetora (ou injetiva) se, para quaisquer dois números 𝑎1, 𝑎
2 ∈ 𝐷𝑜𝑚(𝑓), tais
EXEMPLO 1
A função 𝑓(𝑥)=𝑥2−1, definida para todos os números reais, é injetiva?
ATENÇÃO
Teste da reta horizontal
Uma função é injetiva se, e somente se, toda reta horizontal intersecta seu gráfico em, no
máximo, um ponto.
Observe que, pelo teste da reta horizontal, a função do exemplo citado não é injetiva.
EXEMPLO 2
Gráfico de 𝒈(𝒙)=𝒙𝟑
Qualquer reta horizontal intersecta o gráfico em apenas um ponto. Logo, pelo teste da reta
horizontal, a função 𝑔 é injetiva.
SOBREJETORAS
Se 𝐴,𝐵⊂ℝ, uma função 𝑓:𝐴→𝐵 é chamada sobrejetora ou sobrejetiva, quando 𝑓(𝐴)=𝐵.
Repare que, quando restringimos o contradomínio de uma função para sua imagem, ou
seja,𝑓:𝐷𝑜𝑚(𝑓)⟶𝑓(𝐷𝑜𝑚(𝑓)), estamos garantindo que não há qualquer elemento do contradomínio
que não seja imagem de algum elemento
do domínio. Assim, essa é uma forma de garantir que
a função seja sobrejetiva.
BIJETORAS
Uma função 𝑓, que é simultaneamente injetora e sobrejetora, é chamada de bijetora ou bijetiva.
Assim, a função 𝑓:𝐷𝑜𝑚(𝑓)→𝑓(𝐷𝑜𝑚(𝑓)) (que já é sobrejetora) será bijetora se, e somente se, for
injetora.
ATENÇÃO
Lembre-se de que uma função ter inversa é equivalente a ela ser bijetiva.
No quadro a seguir, sintetizamos algumas informações sobre uma função 𝑓 e sua inversa 𝑓−1:
F : A → B E F - 1 : B → A
() ( )
DOM F = IM F - 1 E DOM F - 1 = IM F ( ) ()
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
()
F A = B ⇔ F -1 B = A ()
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Que o ponto (𝑎;𝑏) estar no gráfico da função 𝑓 é equivalente ao ponto (𝑏;𝑎) estar no gráfico da
função 𝑓−1.
Simetria dos pontos (𝒂;𝒃) e (𝒃;𝒂) em relação à reta 𝒚=𝒙
No gráfico, percebemos que os pontos (𝑎;𝑏) e (𝑏;𝑎) são simétricos em relação à reta 𝑦=𝑥. Mas
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
𝑓(𝑓−1 (𝑦))=𝑓(𝑥)=𝑦, PARA TODO 𝑦 ∈ 𝐷𝑜𝑚(𝑓−1)
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A lei da esquerda nos diz que, se começarmos em 𝑥, aplicando 𝑓, e, em seguida, 𝑓−1, obteremos
de volta 𝑥.
Da mesma forma, a lei da direita nos diz que, se começarmos em 𝑦, aplicando 𝑓−1, e, em
seguida, 𝑓, obteremos de volta 𝑦.
EXEMPLO 1
Assista ao vídeo com um exemplo de relação geométrica entre os gráficos de uma função e
sua inversa.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) A função 𝑔 é injetora.
C) A função 𝑔 é sobrejetora.
A) 2
B) 4
C) 6
D) 8
3. (ADAPTADA DE: OBMEP-2019) A CALCULADORA DE DARIO TEM UMA
TECLA ESPECIAL. SE UM NÚMERO 𝑛, DIFERENTE DE 2, ESTÁ NO VISOR, ELE
2×N
APERTA A TECLA ESPECIAL E APARECE O NÚMERO, N-2
. POR EXEMPLO, SE
O NÚMERO 6 ESTÁ NO VISOR, AO APERTAR A TECLA ESPECIAL, APARECE 3,
2×6
POIS 6-2
= 3. PARA QUAIS VALORES DARIO OBTÉM O MESMO NÚMERO QUE
ESTÁ INICIALMENTE NO VISOR?
A) 1 e 0
B) 2 e 0
C) 3 e 0
D) 4 e 0
{
X 2, SE - 1 ≤ X ≤ 0
X+1
F(X) = , SE 0 < X ≤ 1
2
- X + 2, SE 1 < X ≤ 2
A) 𝑓 é sobrejetora.
B) 𝑓 é injetora.
C) 𝑓 é bijetora.
D) 𝐼𝑚(𝑓)=[0,1].
2X - 3
5. DADA A FUNÇÃO 𝑓 : ℝ - {2} → ℝ{3}, ONDE 𝑓(X) = X-2
+ 1 ASSINALE A
OPÇÃO CORRETA, NO QUE DIZ RESPEITO À SUA INVERSA:
A) Não está definida, pois 𝑓 não é injetora.
y+5
D) Está definida por 𝑓 - 1(y) = y - 3 , y ≠ 3
2y - 5
E) Está definida por 𝑓 - 1(y) = y - 3 , y ≠ 3
A) -1
B) 0
C) 1
D) 2
GABARITO
1. (Adaptada de: LIVRO ABERTO - s.d.) Considere a função 𝑔:ℝ→ℝ tal que 𝑔(𝑥)=9−𝑥2. Assinale
a alternativa correta:
Ao traçarmos a reta horizontal 𝑦=10, ela não intersecta o gráfico da função 𝑔. Logo, não existe
𝑥∈ℝ, cuja imagem é igual a 10.
Além disso, utilizando o teste da reta horizontal para saber se a função 𝑔 é injetora em todo o
seu domínio, notamos que existem vários números diferentes com imagens iguais. Por
exemplo: 𝑔(−1)=8 e 𝑔(1)=8. Assim, 𝑔 não é injetora em ℝ.
2. Considere a função bijetora 𝑓:[1,+∞)→(−∞,3] definida por 𝑓(𝑥)=−𝑥2+2𝑥+2 e seja (𝑎,𝑏) o ponto
Repare que neste domínio a função é estritamente decrescente. Vamos buscar os pontos onde
𝑓 encontra a sua inversa encontrando os pontos em que 𝑓 intercepta a função y = x (função
identidade). Logo:
- x 2 + 2x + 2 = x ⇔ - x 2 + x + 2 = 0 ⇔ x = 2 ou x = - 1
Como o domínio de 𝑓 é o intervalo [1, + ∞), o único valor de x que nos interessa é x = 2 e, para
este valor, 𝑓(2) = 2. Assim, o ponto buscado é (a,b) = (2,2) e então a + b = 4.
3. (Adaptada de: OBMEP-2019) A calculadora de Dario tem uma tecla especial. Se um número
2×n
𝑛, diferente de 2, está no visor, ele aperta a tecla especial e aparece o número, n - 2 . Por
2×6
exemplo, se o número 6 está no visor, ao apertar a tecla especial, aparece 3, pois 6 - 2 = 3.
Para quais valores Dario obtém o mesmo número que está inicialmente no visor?
()
f n = n-2
nx2
Desejamos obter os valores de 𝑛, tais que 𝑓(𝑛)=𝑛. Note ainda que 2 não está no domínio da
função dada. Vamos aos cálculos:
nx2
n-2
=n
0 = n 2 - 4n = n n - 4( )
Logo, 𝑛=0 e 𝑛=4.
{
x 2, se - 1 ≤ x ≤ 0
x+1
f(x) = 2
, se 0 < x ≤ 1
- x + 2, se 1 < x ≤ 2
Utilizando o teste da horizontal, vemos que a função não é injetora e, consequentemente, não é
bijetora. Em contrapartida, 𝐼𝑚(𝑓)=[0,1]≠ℝ. Logo, a função 𝑓 não é sobrejetora.
2x - 3
5. Dada a função 𝑓 : ℝ - {2} → ℝ{3}, onde 𝑓(x) = x - 2 + 1 assinale a opção correta, no que diz
respeito à sua inversa:
2x - 3
( ) 2y - 5
y = x - 2 + 1 ⇔ xy - 2y = 3x - 5 ⇔ x y - 3 = 2y - 5 ⇔ x y - 3
Repare que esta última expressão só está definida para y ≠ 3, e a validade da expressão de
6. Seja 𝑓 a função 𝑓:[𝑡,+∞)→ℝ, definida por 𝑓(𝑥)=𝑥3−3𝑥2+1. O menor valor de 𝑡 para que a função
seja injetora é:
O gráfico em roxo é a função 𝑓:[2,+∞)→ℝ, que é injetora pelo teste da reta horizontal.
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Grande parte do estudo de Cálculo dirige-se à determinação do comportamento de uma função
em certo intervalo. Por exemplo, estamos interessados em algumas perguntas como:
DEFINIÇÃO
Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é considerada crescente quando os valores das imagens, 𝑓(𝑥), aumentam
( ) ( )
à medida que os valores de 𝑥 aumentam, ou seja, para 𝑥 2 > 𝑥 1, temos: 𝑓 𝑥 2 > 𝑓 𝑥 1 .
Em termos gráficos:
( ) ( )
𝑓 𝑥2 < 𝑓 𝑥1 .
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
Observe que a taxa bruta de natalidade decresceu, enquanto ocorreu um crescimento na taxa
bruta de mortalidade.
EXEMPLO 3
()
Considere a função 𝑓 𝑥 = 𝑥 3
( ) 1 2
( )
De fato, dados 𝑥 1 < 𝑥 2, temos que 𝑓 𝑥 1 = 𝑥 3 < 𝑥 3 = 𝑓 𝑥 2 .
EXEMPLO 4
{
− 𝑥 2, 𝑥 < 0
Considere a função 𝑓(x) = 0, 0 ≤ 𝑥 ≤ 1
(𝑥 − 1) 2, 𝑥 > 1
Observe que a função apresentada não é estritamente crescente em toda reta real, já que ela é
constante no intervalo [0,1].
EXEMPLO 5
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) O nível de 80 metros foi atingido exatamente duas vezes até o ano 2000.
C) Após o ano 2000, o nível da água da barragem foi insuficiente para gerar energia.
()
DE ACORDO COM A FUNÇÃO 𝑓 𝑥 = 12𝑥 − 2𝑥 2, EM QUE 𝑥 É O TEMPO
DECORRIDO, EM HORAS, APÓS A INGESTÃO DO ANTIBIÓTICO.
A) 0
B) 6
C) 3
D) 18
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
()
FUNÇÃO 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 4𝑥 + 3, PARA X < D, SEJA DECRESCENTE, É:
A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
𝑓 É INJETORA
𝑓 É SOBREJETORA
GABARITO
1. (Adaptada de: UFPE - 2017) No gráfico a seguir, temos o nível da água armazenada em uma
barragem ao longo de três anos:
Traçando uma reta horizontal paralela ao eixo x (tempo), vemos que o nível de 40 m foi atingido
2 vezes no período de 3 anos. Isso já mostra que a função, cujo gráfico tem a representação da
figura, não é injetora. Além disso, como existem oscilações no nível da água armazenada, em
alguns instantes ela cresce e em outros decresce. Assim, a função em questão não é crescente
nem decrescente.
Perceba que, após o ano 2000, a tendência do gráfico é de decrescimento e por essa razão não
é possível gerar energia, pois o nível de água estará sempre abaixo do mínimo.
()
antibiótico no sangue de cobaias varia de acordo com a função 𝑓 𝑥 = 12𝑥 − 2𝑥 2, em que 𝑥 é o
Algebricamente, temos:
𝑏
𝑥 𝑉 = − 2𝑎
Onde:
Assim:
12
𝑥 𝑉 = − 2( −2) = 3
4. Uma função 𝑓 : ℝ + → ℝ + é crescente e satisfaz a seguinte condição: 𝑓(3𝑥) = 3𝑓(𝑥), para todo
𝑥 ∈ ℝ + . Se 𝑓(9) = 27, qual o valor de 𝑓(1)?
Note que:
Logo, temos:
()
𝑓 1 = 9 =3
27
()
5. Sabendo que 𝑑 é um número real, o maior valor de 𝑑, tal que a função 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 4𝑥 + 3,
( 𝑏
− 2𝑎 , − 4𝑎
Δ
) ( )
= 2, − 1 . Assim, a função é decrescente, nas condições do problema, para
6. Seja 𝑓 : ℝ → ℝ uma função estritamente decrescente, isto é, para quaisquer x e y reais com
x < y tem-se 𝑓(x) > 𝑓(y). Observe as afirmações:
𝑓 é injetora
𝑓 é sobrejetora
Se 𝑓 possui inversa, então sua inversa também é estritamente decrescente
Se uma função é estritamente decrescente, isto significa que não há repetição de imagens e,
portanto, a função é necessariamente injetora. Como não conhecemos sua lei de formação,
não podemos garantir sua sobrejetividade.
Repare que se x < y implica 𝑓(x) > 𝑓(y), defina 𝑓-1 como sendo a inversa de 𝑓 (supondo que 𝑓-1
exista). Então 𝑓(x) = a ⇔ 𝑓 - 1(a) = x e 𝑓(x) = a ⇔ 𝑓 - 1(a) = x. Desta forma:
(
(x < y ⇔ 𝑓(x) > 𝑓(y)) ⇔ 𝑓 - 1(a) < 𝑓 - 1(b) ⇔ a > b )
Esta última equivalência mostra que 𝑓-1 é também estritamente decrescente.
MÓDULO 4
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INTRODUÇÃO
Se olharmos para a natureza, vamos descobrir muitos fenômenos que acontecem de forma
repetitiva em intervalos de tempos regulares, obedecendo, portanto, a padrões cíclicos.
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AS ESTAÇÕES DO ANO
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OS BATIMENTOS CARDIÁCOS
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O MOVIMENTO DOS PLANETAS
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A CIRCULAÇÃO DO SANGUE
Fenômenos como esses são modelados usando uma classe importante de funções: as
periódicas. Dentre a classe das funções periódicas, destacamos as chamadas funções
trigonométricas:
SENO
COSSENO
TANGENTE
O menor dos valores de 𝑇>0, para os quais a propriedade é verificada, é chamado de período da
𝑓.
ATENÇÃO
Se uma função 𝑓 é periódica de período 𝑇, então, 𝑓 também é periódica de período 𝑛𝑇, onde
𝑛∈ℕ, já que:
𝑓(𝑥)=𝑓(𝑥+𝑇)=𝑓(𝑥+2𝑇)=𝑓(𝑥+3𝑇)=⋯=𝑓(𝑥+𝑛𝑇)
ELETROCARDIOGRAMA
Exame que tem o objetivo de detectar se existe alguma falha na condução elétrica pelo
coração.
EXEMPLO 1
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EXEMPLO 2
Considere a função:
𝑓 : ℕ → ℤ, TAL QUE 𝑓 𝑥 = ( − 1) 𝑥 ()
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
x 0 1 2 3 4 5
𝑓(𝑥)=𝑓(𝑥+2)=𝑓(𝑥+4)=𝑓(𝑥+6)...
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EXEMPLO 3
Imagine que o ponto 𝑃 se movimenta no ciclo no sentido anti-horário, a partir da posição (1,0) e
dá uma volta completa, ou seja, o ângulo 𝑡 varia de 0 até 2𝜋.
π
0 a 2 Cresce de 0 𝑎 1
π
2 a π
Decresce de 1 𝑎 0
3π
π a 2 Decresce de 0 𝑎 −1
3π
a 2π Cresce de −1 𝑎 0
2
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Assista ao vídeo e veja uma representação gráfica do que foi descrito no exemplo 3.
𝑓(𝑥) = ASEN(𝜔𝑥)
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Onde:
𝜔 = período respiratório
2π
ω = T → T = o tempo que o indivíduo leva para fazer um ciclo completo
A função 𝑓 é, certamente, uma aproximação, pois 𝑇 varia de indivíduo para indivíduo. Mas
estudos experimentais mostram que é uma “boa” aproximação da realidade.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 𝑓(10)=𝑓(25) 𝑒 𝑓(4)<𝑓(8).
B) 𝑓(12)=𝑓(24) 𝑒 𝑓(15)<𝑓(16).
C) 𝑓(15)=𝑓(21) 𝑒 𝑓(21)<𝑓(22).
D) 𝑓(18)=𝑓(24) 𝑒 𝑓(28)<𝑓(27).
4. SEJA A FUNÇÃO 𝒇 DEFINIDA POR 𝒇(X) = - 2 + 3 · COS
( ΠX
4
+
Π
6 ) . O PERÍDO E
A) 4 e [-2,2].
B) 4 e [-5,1].
C) 8 e [-2,2].
D) 8 e [-5,1].
F X
() = 2 + SEN
( )
ΠX
12
A)
A)
B)
B)
C)
C)
D)
D)
C) A função 𝒇 é bijetora.
GABARITO
𝑓(𝑥+4)=𝑓(𝑥), ∀ 𝑥∈𝐷𝑜𝑚(𝑓)
Assim:
• 𝑓(14)=𝑓(10+4)=𝑓(10)=𝑓(6)=𝑓(2)=1;
• 𝑓(17)=𝑓(13+4)=𝑓(13)=0.
𝑔(𝑥+1)=𝑓(2(𝑥+1))=𝑓(2𝑥+2)=𝑓(2𝑥)=𝑔(𝑥).
3. Considere que a função 𝒇:[𝟒, +∞[ →[−𝟑,𝟕] seja periódica com período 6 e seja estritamente
crescente no intervalo [4,10]. Logo, podemos afirmar que:
Veja que 𝒇(24) = 𝒇(18 + 6) = 𝒇(18), pois 𝒇 é periódica de período 6. Além disso, 𝒇(28) = 𝒇(4) = - 3
(pois 𝒇 é sobrejetora e estritamente crescente em [4, 10), e também 𝒇(27) = 𝒇(9) > 𝒇(4). Assim,
𝒇(28) < 𝒇(27)
respectivamente
Sabemos que, uma função do tipo 𝒇(x) = A + B cos(Cx + D), seu conjunto-imagem é dado por
2π 2π
Im(𝒇) = [A - B, A + B] e seu período é dado por T = c . Assim, T = π = 8 e Im(𝒇) = [-2 -3, -2 + 3]
4
= [-5,1].
()
pode ser descrita pela seguinte função: f x = 2 + sen 12
( ) πx
Lembrando que uma função da forma 𝑔(𝑥)=𝒔𝒆𝒏(𝒂𝒙+𝒃) tem imagem dada pelo seguinte intervalo:
𝑰𝒎(𝒈)=[−𝟏,𝟏]
( ) (
πx
- 1 ≤ sen 12 ≤ 1 somando 2 ⇒
)
( )
- 1 ≤ 2 + sen 12
πx
≤ 3 ⇒
- 1 ≤ f(x) ≤ 3.
Assim, as possíveis alternativas são as das letras (b) e (d). Pelos gráficos dessas letras, vemos
que as marés baixas ocorrem às 6h e às 18h.
()
f 6 = 2 + sen 12
( ) π.6
= 2 + sen 2
()
π
=2+1=3
( )
f 18 = 2 + sen
( ) π . 18
12 ( ) ( )
= 2 + sen 2
3π
=2+ -1 =1
correta:
() ( ) πx π
Então, sendo f x = - 2 + cos 2 + 3 , temos:
( ) (
πx
- 1 ≤ cos 2 + 3
)
π
≤ 1 somando - 2 ⇒
( ) πx
- 3 ≤ - 2 + cos 2 + 3
π
≤ -1⇒
Im(f) = [ - 3, - 1]
d) Como vimos na letra B, a imagem da função é o intervalo [−𝟑,−𝟏]. Como −𝟏,𝟓 ∈[−𝟑,−𝟏], então,
existe 𝒙 ∈𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒇=ℝ, tal que 𝒇(𝒙)= −𝟏,𝟓.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo das funções reais de variável real, você pôde observar que a descrição de problemas
de nosso cotidiano é realizada com o auxílio das funções.
O entendimento das funções reais de variável real requer aprender, de maneira mais
aprofundada, a determinar o domínio e a imagem de alguns tipos de funções algébricas, bem
como reconhecer geometricamente quando a função é
injetora, sobrejetora e bijetora.
É muito importante que você faça todos os exercícios propostos e estude bem os exemplos
apresentados para compreender melhor o conteúdo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil e das
Unidades da Federação. Brasília: IBGE, 2008.
IEZZI, G.; MURAKAMI, C. Fundamentos de Matemática Elementar I. São Paulo: Atual, 2013. v. 1.
LIMA, E.; CARVALHO, P. E. W.; MORCAGO, C. A Matemática do Ensino Médio. 9. ed. Rio de
Janeiro: SBM, 2006. v. 1.
MAESTRI, R. Algumas boas notícias com algumas não tanto do Covid-19. Jornal GGN, mar.
2020.
CONTEUDISTA
Loisi Carla Monteiro Pereira
CURRÍCULO LATTES