Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abordagem das funções por vários pontos de vista complementares: descrição como conceito matemático, estudo analítico e representação
gráfica. Consolidação da importante noção de função real de uma variável real.
PROPÓSITO
Compreender a relevância do conceito de função para a interpretação e a resolução de problemas diversos, inclusive fenômenos naturais,
sociais e de outras áreas.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
Definir funções periódicas
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Para fazermos modelos matemáticos de nossa realidade, associamos quantidades numéricas aos acontecimentos, fatos e objetos que
desejamos estudar ou analisar.
É comum obtermos relações expressas em termos de fórmulas ou expressões matemáticas, porém, muitas vezes, as expressões obtidas nem
sempre dão origem a um número real para todos os possíveis valores da variável independente.
Nessa situação, é importante determinar o conjunto dos valores da variável independente para os quais a fórmula matemática define uma função.
Imagem: Shutterstock.com
Nosso estudo se restringirá ao estudo das funções reais de variável real, ou seja, tanto o domínio quanto o contradomínio são subconjuntos de ℝ
ou até mesmo todo o ℝ.
Antes de darmos prosseguimentos ao nosso estudo de funções, assista ao vídeo que relembra as definições básicas relativas às funções.
DEFINIÇÃO
O domínio da função 𝑓 é o maior subconjunto de ℝ onde a expressão (ou fórmula) que define a função assume valores reais, ou seja:
D(f) = {x ∈ R| f(x) ∈ R}
Veja nas imagens três representações gráficas de funções cuja lei de formação é 𝑓(𝑥)=𝑥 2 e os seus domínios.
𝐷1=ℝ
D2 = {−2; −√2; −1; 0; 1; √2; 2}
𝐷3=[0;+∞[
Quando uma função está definida por uma fórmula matemática, a fórmula em si pode impor restrições sobre os valores reais para os quais
podemos calculá-la.
EXEMPLO 1
Repare que 𝑥=0 não está no domínio dessa função, pois a divisão por 0 (zero) não está definida. Logo, 𝐷(𝑓)=ℝ∗.
EXEMPLO 2
Qual é o maior subconjunto de 𝑋⊂ℝ, tal que a fórmula g(x) = √x define uma função 𝑓:𝑋→ℝ?
Como só podemos calcular a raiz quadrada de valores não negativos, temos: 𝐷(𝑔)=[0; +∞[.
Pensando em construir uma piscina retangular em sua casa, João recorreu à Revista Casa e Jardim, da Globo, onde encontrou um modelo de
piscina que contracena com a represa no projeto assinado pela arquiteta Eliana Marques Lisboa.
Sabendo que o terreno onde será construída a piscina deve ser cercado com 240 m de cerca, faça o que se pede:
B - Determine o domínio da função resultante. Lembre-se de que a expressão que determina a área de uma figura retangular é dada pelo produto
entre o comprimento e a largura.
Assista ao vídeo com a resolução das questões apresentadas no exemplo 1.3.
EXEMPLO 4
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
Conforme visto no exemplo 3, a área do terreno é dada pela expressão A=x⋅(120−x), onde x é o número de metros de comprimento do
terreno.
Logo, temos:
A(100)=100⋅(120−100)=2000 m2
ATENÇÃO
Os gráficos das funções podem fornecer informações visuais importantes sobre uma função.
O gráfico de 𝑓 também nos permite visualizar o domínio e a imagem, além de muitas outras informações.
LEITURA GRÁFICA: DOMÍNIO E IMAGEM
O domínio da função 𝑓 é o maior subconjunto de ℝ onde a expressão (ou fórmula) que define a função assume valores reais, ou seja:
O número real 𝑎 pertence ao domínio de uma função 𝑓 se a reta vertical 𝑥=𝑎 corta o gráfico de 𝑓 em um ponto. Como f é uma função, este ponto é
necessariamente único.
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO 1
Fonte: BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Brasília: IBGE,
2008. Imagem: Shutterstock.com. Imagem adaptada por: Gian Corapi.
Verifique que, no ano de 2030, temos uma única taxa de crescimento, tanto no Brasil quanto em Tocantins.
O número real 𝑏 pertence à imagem de uma função 𝑓 se a reta horizontal 𝑦=𝑏 corta o gráfico de 𝑓 em pelo menos um ponto.
EXEMPLO 2
Verifique que o valor 0,82 pertence tanto à imagem da função que representa a taxa de crescimento no Tocantins quanto à função que representa
a taxa de crescimento no Brasil, em 2029 e 2018, respectivamente.
Fonte: BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Brasília: IBGE,
2008.
DOMÍNIO
Dado o gráfico de uma função, uma forma de encontrar o domínio da função é projetar o gráfico no Eixo 𝑂𝑥.
Vemos que o domínio da função 𝑓 é o intervalo no eixo das abscissas indicado em vermelho.
Vemos que o domínio da função 𝑔 é o conjunto no eixo das abscissas indicado em vermelho.
Seu domínio é a união de intervalos disjuntos (intervalos cuja interseção é vazia): D(g) .
7
= [− , 1) ∪ (1 , 5]
2
Assista ao vídeo com mais um exemplo de domínio da função.
IMAGEM
Dado o gráfico de uma função, uma forma de encontrar a imagem da função é projetar o seu gráfico no Eixo 𝑂𝑦.
Vemos que a imagem da função 𝑓 é o intervalo fechado indicado em vermelho no Eixo 𝑂𝑦.
37
Sua imagem é o intervalo fechado [− ,
9
; ]
4 12
.
9 37
Im(f) =[− ; ]
4 12
EXEMPLO 3
Gráfico da função ℎ
Se Projetarmos o gráfico da função no Eixo 𝑂𝑦, vemos que a imagem da função ℎ é o intervalo indicado em vermelho no Eixo 𝑂𝑦.
Sua imagem é o intervalo (−2; 5, 25].
Se 𝑫 é um subconjunto do domínio da função 𝑓 (pintado de azul na figura), então, a imagem deste subconjunto é dada por 𝒇(𝑫)={ 𝑓(𝑥) | 𝑥 ∈𝐷 }.
EXEMPLO 4
Agora, para descobrirmos a parte do domínio correspondente ao intervalo [− da imagem, basta projetarmos no Eixo 𝑂𝑥.
2 5
; ]
5 12
A parte do Eixo 𝑂𝑥 que nos interessa está destacada em vermelho: [−0,4; 2]∪[3,6; 3,8]:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
f (x)=⎨ √x, se 0 ≤ x ≤ 4
⎩
⎪
2, se x > 4
300−x
. PODEMOS AFIRMAR QUE O DOMÍNIO DA FUNÇÃO 𝑓 É:
C) 𝐷(𝑓)=[−4.5, 11].
D) 𝐷(𝑓)=[−4.5, 2)∪(2,11].
6. SE A FUNÇÃO REAL DEFINIDA POR f (x)= POSSUI 𝐷=[𝑎,𝑏] COMO DOMÍNIO, ENTÃO, 𝑎+𝑏
x+1
√ x−2+√ 11−x
VALE:
A) 11
B) 5
C) 13
D) 15
GABARITO
1. Considere a seguinte função:
f (x)=⎨ √x, se 0 ≤ x ≤ 4
⎩
⎪
2, se x > 4
A função é formada por três pedaços de funções já conhecidas. Cada um desses pedaços corresponde a uma parte do domínio. Para 𝑥<0, o
gráfico é parte da reta 𝑦=−2𝑥. Para traçar, basta considerarmos dois pontos.
0 -2 . 0 = 0 (0; 0)
-2 -2 . (-2) = 4 (-2; 4)
Marcando esses pontos no plano, obtemos a parte da reta que nos interessa:
Repare que o ponto (0;0) ficou traçado como “bolinha aberta”, pois 𝑥=0 não pertence a essa parte do domínio da função.
Para 0≤𝑥≤4, o gráfico é parte do gráfico de 𝑦=√𝑥. Para traçá-lo, devemos olhar para o esboço apresentado anteriormente, bem como calcular o
valor da função nos extremos.
0 √0=0 (0; 0)
4 √4=2 (4; 2)
Marcamos, então, esses pontos e, em seguida, traçamos uma curva passando por eles com o formato parecido com o do esboço já
apresentado.
Finalmente, para 𝑥>4, a função é constante e igual a 2. Seu gráfico é uma reta paralela ao Eixo 𝑂𝑥:
Aqui, o ponto (4;2) também ficou como “bolinha aberta”, pois 𝑥=4 não pertence a essa parte do domínio.
A partir da representação gráfica, fica fácil perceber que D(f) = R e I m(f)= [0, +∞[ .
2. (PETROBRAS - 2008) Considere que 𝑓 é uma função definida do conjunto 𝐷 em ℝ por: 𝑓(𝑥)=𝑥 2−4𝑥+8.
𝐷𝑜𝑚(𝑓)=[−4,4] e 𝐼𝑚(𝑓)=[−4,3].
𝐷𝑜𝑚(𝑔)=[−3,3] e 𝐼𝑚(𝑔)=[−1,𝑔(3)]
𝐷𝑜𝑚(ℎ)=[−2,2] e 𝐼𝑚(ℎ)=[1,2].
A função não está definida para 𝑥=300, pois este número anula o denominador.
Projetando o gráfico da função no eixo -𝒙, vemos que o domínio da função 𝒇 é o conjunto no eixo -𝑥 indicado em vermelho na figura.
𝑫𝒐𝒎(𝒇)=[−𝟒.𝟓 , 𝟐) ∪ (𝟐 , 𝟏𝟏].
Projetando o gráfico da função no eixo -𝒚, vemos que a imagem da função 𝒇 é o intervalo no eixo -𝑦 indicado em vermelho na figura.
𝑰𝒎(𝒇)=[−𝟒, 𝟖.𝟑].
x+1
6. Se a função real definida por f (x)= possui 𝐷=[𝑎,𝑏] como domínio, então, 𝑎+𝑏 vale:
√x−2+√11−x
Primeiramente, vamos determinar o domínio da função 𝑓. Para isso, precisamos analisar para quais valores de 𝑥 a função √x − 2 e √11 − x
está bem definida e fazer a interseção dos intervalos.
Note que √x − 2 está bem definida para x ≥ 2, e √11 − x está bem definida para 11 − x ≥ 0, ou seja, x ≤ . Como
11
Logo, a + b = 2 + 11 = 13 .
MÓDULO 2
FUNÇÕES INJETORAS
Uma função 𝑓 é dita injetora (ou injetiva) se, para quaisquer dois números 𝑎1, 𝑎 2 ∈ 𝐷𝑜𝑚(𝑓), tais que 𝑎1≠𝑎2, os números 𝑓(𝑎1) e 𝑓(𝑎2) na
Em outros termos, –2 e 2 têm a mesma imagem.
A partir da representação gráfica da função 𝑓(𝑥)=𝑥 2−1, é possível observar que há retas horizontais que intersectam seu gráfico mais de uma
vez.
ATENÇÃO
Teste da reta horizontal
Uma função é injetiva se, e somente se, toda reta horizontal intersecta seu gráfico em, no máximo, um ponto.
Observe que, pelo teste da reta horizontal, a função do exemplo citado não é injetiva.
EXEMPLO 2
Gráfico de 𝒈(𝒙)=𝒙𝟑
Qualquer reta horizontal intersecta o gráfico em apenas um ponto. Logo, pelo teste da reta horizontal, a função 𝑔 é injetiva.
SOBREJETORAS
Se 𝐴,𝐵⊂ℝ, uma função 𝑓:𝐴→𝐵 é chamada sobrejetora ou sobrejetiva, quando 𝑓(𝐴)=𝐵.
Repare que, quando restringimos o contradomínio de uma função para sua imagem, ou seja,𝑓:𝐷𝑜𝑚(𝑓)⟶𝑓(𝐷𝑜𝑚(𝑓)), estamos garantindo que não
há qualquer elemento do contradomínio que não seja imagem de algum elemento do domínio. Assim, essa é uma forma de garantir que a função
seja sobrejetiva.
BIJETORAS
Uma função 𝑓, que é simultaneamente injetora e sobrejetora, é chamada de bijetora ou bijetiva.
Assim, a função 𝑓:𝐷𝑜𝑚(𝑓)→𝑓(𝐷𝑜𝑚(𝑓)) (que já é sobrejetora) será bijetora se, e somente se, for injetora.
O objetivo é mostrar graficamente a relação existente entre o gráfico de uma função bijetora e sua inversa.
ATENÇÃO
Lembre-se de que uma função ter inversa é equivalente a ela ser bijetiva.
No quadro a seguir, sintetizamos algumas informações sobre uma função 𝑓 e sua inversa 𝑓−1:
f : A → B E f −1 : B → A
−1
f (a) = b ⇔ f (b) = a
Dom(f ) = I m(f
−1
) E Dom(f −1 ) = I m(f )
−1
f (a) = b ⇔ f (b) = a
Que o ponto (𝑎;𝑏) estar no gráfico da função 𝑓 é equivalente ao ponto (𝑏;𝑎) estar no gráfico da função 𝑓−1.
Simetria dos pontos (𝒂;𝒃) e (𝒃;𝒂) em relação à reta 𝒚=𝒙
No gráfico, percebemos que os pontos (𝑎;𝑏) e (𝑏;𝑎) são simétricos em relação à reta 𝑦=𝑥. Mas isso é verdade para todos os pontos das funções
𝑓 e 𝑓−1.
A lei da esquerda nos diz que, se começarmos em 𝑥, aplicando 𝑓, e, em seguida, 𝑓−1, obteremos de volta 𝑥.
Da mesma forma, a lei da direita nos diz que, se começarmos em 𝑦, aplicando 𝑓−1, e, em seguida, 𝑓, obteremos de volta 𝑦.
EXEMPLO 1
Assista ao vídeo com um exemplo de relação geométrica entre os gráficos de uma função e sua inversa.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (ADAPTADA DE: LIVRO ABERTO - S.D.) CONSIDERE A FUNÇÃO 𝑔:ℝ→ℝ TAL QUE 𝑔(𝑥)=9−𝑥 2. ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
B) A função 𝑔 é injetora.
C) A função 𝑔 é sobrejetora.
A) 2
B) 4
C) 6
D) 8
3. (ADAPTADA DE: OBMEP-2019) A CALCULADORA DE DARIO TEM UMA TECLA ESPECIAL. SE UM NÚMERO
𝑛, DIFERENTE DE 2, ESTÁ NO VISOR, ELE APERTA A TECLA ESPECIAL E APARECE O NÚMERO, 2×n
n−2
. POR
EXEMPLO, SE O NÚMERO 6 ESTÁ NO VISOR, AO APERTAR A TECLA ESPECIAL, APARECE 3, POIS 2×6
6−2
= 3 .
PARA QUAIS VALORES DARIO OBTÉM O MESMO NÚMERO QUE ESTÁ INICIALMENTE NO VISOR?
A) 1 e 0
B) 2 e 0
C) 3 e 0
D) 4 e 0
4. CONSIDERE A FUNÇÃO 𝑓:[−1,2]→ℝ, DADA POR:
2
⎧ x , se − 1 ≤ x ≤ 0
⎪
x+1
f (x)=⎨ , se 0 < x ≤ 1
2
⎪
⎩
⎪
−x + 2, se 1 < x ≤ 2
A) 𝑓 é sobrejetora.
B) 𝑓 é injetora.
C) 𝑓 é bijetora.
D) 𝐼𝑚(𝑓)=[0,1].
2x−3
5. DADA A FUNÇÃO f : R −{2}→ R{3} , ONDE f(x)= x−2
+ 1 ASSINALE A OPÇÃO CORRETA, NO QUE DIZ
RESPEITO À SUA INVERSA:
y+5
D) Está definida por f −1
(y)=
y−3
, y ≠ 3
2y−5
E) Está definida por f −1
(y)=
y−3
, y ≠ 3
6. SEJA 𝑓 A FUNÇÃO 𝑓:[𝑡,+∞)→ℝ, DEFINIDA POR 𝑓(𝑥)=𝑥 3−3𝑥 2+1. O MENOR VALOR DE 𝑡 PARA QUE A FUNÇÃO
SEJA INJETORA É:
A) -1
B) 0
C) 1
D) 2
GABARITO
1. (Adaptada de: LIVRO ABERTO - s.d.) Considere a função 𝑔:ℝ→ℝ tal que 𝑔(𝑥)=9−𝑥 2. Assinale a alternativa correta:
Ao traçarmos a reta horizontal 𝑦=10, ela não intersecta o gráfico da função 𝑔. Logo, não existe 𝑥∈ℝ, cuja imagem é igual a 10.
Além disso, utilizando o teste da reta horizontal para saber se a função 𝑔 é injetora em todo o seu domínio, notamos que existem vários números
diferentes com imagens iguais. Por exemplo: 𝑔(−1)=8 e 𝑔(1)=8. Assim, 𝑔 não é injetora em ℝ.
Em contrapartida, ao restringir o domínio da função 𝑔 ao intervalo [0,+∞), o gráfico da função 𝑔 é dado por:
2. Considere a função bijetora 𝑓:[1,+∞)→(−∞,3] definida por 𝑓(𝑥)=−𝑥 2+2𝑥+2 e seja (𝑎,𝑏) o ponto de interseção de 𝑓 com sua inversa
Repare que neste domínio a função é estritamente decrescente. Vamos buscar os pontos onde 𝑓 encontra a sua inversa encontrando os pontos
em que 𝑓 intercepta a função y = x (função identidade). Logo:
2 2
−x + 2x + 2 = x ⇔ −x + x + 2 = 0 ⇔ x = 2 ou x = −1
Como o domínio de 𝑓 é o intervalo [1, +∞), o único valor de x que nos interessa é x = 2 e, para este valor, 𝑓(2) = 2. Assim, o ponto buscado é
(a,b) = (2,2) e então a + b = 4.
3. (Adaptada de: OBMEP-2019) A calculadora de Dario tem uma tecla especial. Se um número 𝑛, diferente de 2, está no visor, ele
aperta a tecla especial e aparece o número, . Por exemplo, se o número 6 está no visor, ao apertar a tecla especial, aparece 3,
2×n
n−2
pois . Para quais valores Dario obtém o mesmo número que está inicialmente no visor?
2×6
= 3
6−2
nx2
f (n) =
n−2
Desejamos obter os valores de 𝑛, tais que 𝑓(𝑛)=𝑛. Note ainda que 2 não está no domínio da função dada. Vamos aos cálculos:
nx2
= n
n−2
2
0 = n − 4n = n(n − 4)
2
⎧ x , se − 1 ≤ x ≤ 0
⎪
⎪
x+1
f (x)=⎨
2
, se 0 < x ≤ 1
⎩
⎪
−x + 2, se 1 < x ≤ 2
Utilizando o teste da horizontal, vemos que a função não é injetora e, consequentemente, não é bijetora. Em contrapartida, 𝐼𝑚(𝑓)=[0,1]≠ℝ. Logo, a
função 𝑓 não é sobrejetora.
2x−3
5. Dada a função f : R −{2}→ R{3} , onde f(x)= x−2
+ 1 assinale a opção correta, no que diz respeito à sua inversa:
Primeiro, veja que 𝑓 é bijetora no domínio e no contradomínio dados. Assim, isolando x em função de y na expressão de 𝑓, temos:
2x−3 2y−5
y = + 1 ⇔ xy − 2y = 3x − 5 ⇔ x(y − 3) = 2y − 5 ⇔ x
x−2 y−3
Repare que esta última expressão só está definida para y ≠ 3 , e a validade da expressão de x = f
−1
(y) é garantida pois x ≠ 2 na expressão
6. Seja 𝑓 a função 𝑓:[𝑡,+∞)→ℝ, definida por 𝑓(𝑥)=𝑥 3−3𝑥 2+1. O menor valor de 𝑡 para que a função seja injetora é:
O gráfico em roxo é a função 𝑓:[2,+∞)→ℝ, que é injetora pelo teste da reta horizontal.
MÓDULO 3
Grande parte do estudo de Cálculo dirige-se à determinação do comportamento de uma função em certo intervalo. Por exemplo, estamos
interessados em algumas perguntas como:
Neste módulo, mostraremos como as funções se comportam em determinados intervalos da reta real e algumas de suas aplicações.
Assista ao vídeo com mais um exemplo de função crescente e função decrescente.
DEFINIÇÃO
Uma função f : R → R é considerada crescente quando os valores das imagens, f(x), aumentam à medida que os valores de x aumentam, ou
seja, para x
2 > x1 , temos: f(x
2 ) .
> f(x1 )
Em termos gráficos:
Uma função f : R → R é considerada decrescente quando os valores das imagens, f(x), diminuem à medida em que os valores de x
aumentam, ou seja, para x 2 > x1 , temos f(x
2) .
< f(x1 )
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO 1
O gráfico mostra a Chuva Acumulada Mensal no município de Campos (RJ), em 2020, e a Chuva Acumulada Mensal de acordo com as normas
climatológicas entre 61-90:
Note que ocorreu um decréscimo da quantidade de chuva acumulada do mês de janeiro ao mês de fevereiro. Além disso, de acordo com a
Normal Climatológica, no mês de outubro, a previsão é de um aumento significativo das chuvas acumuladas.
EXEMPLO 2
Veja a projeção do crescimento da taxa bruta de mortalidade e natalidade do Brasil, do início de 2010 a 2058.
Observe que a taxa bruta de natalidade decresceu, enquanto ocorreu um crescimento na taxa bruta de mortalidade.
EXEMPLO 3
3
2
< x
3
.
= f(x2 )
EXEMPLO 4
2
⎧
⎪
−x , x < 0
⎪
⎩
⎪ 2
(x − 1) , x > 1
Observe que a função apresentada não é estritamente crescente em toda reta real, já que ela é constante no intervalo [0,1].
EXEMPLO 5
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
RESOLUÇÃO DA QUESTÃO
Observando o gráfico, vemos que a função é crescente em (−∞, −0. 22) ∪ (1. 55, +∞) e decrescente em (−0. 22, 1. 55).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (ADAPTADA DE: UFPE - 2017) NO GRÁFICO A SEGUIR, TEMOS O NÍVEL DA ÁGUA ARMAZENADA EM UMA
BARRAGEM AO LONGO DE TRÊS ANOS:
B) O nível de 80 metros foi atingido exatamente duas vezes até o ano 2000.
C) Após o ano 2000, o nível da água da barragem foi insuficiente para gerar energia.
A) 0
B) 6
C) 3
D) 18
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
5. SABENDO QUE d É UM NÚMERO REAL, O MAIOR VALOR DE d, TAL QUE A FUNÇÃO f(x) = x
2
− 4x + 3 ,
PARA x < d, SEJA DECRESCENTE, É:
A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
𝑓 É INJETORA
𝑓 É SOBREJETORA
GABARITO
1. (Adaptada de: UFPE - 2017) No gráfico a seguir, temos o nível da água armazenada em uma barragem ao longo de três anos:
Traçando uma reta horizontal paralela ao eixo x (tempo), vemos que o nível de 40 m foi atingido 2 vezes no período de 3 anos. Isso já mostra que
a função, cujo gráfico tem a representação da figura, não é injetora. Além disso, como existem oscilações no nível da água armazenada, em
alguns instantes ela cresce e em outros decresce. Assim, a função em questão não é crescente nem decrescente.
2. Observando o gráfico a seguir, temos o registro do nível da água armazenada em uma barragem ao longo e alguns anos. Esta
barragem ao longo e alguns anos. Esta barragem foi construída para represar água para mover as turbinas de uma usina
hidrelétrica:
Perceba que, após o ano 2000, a tendência do gráfico é de decrescimento e por essa razão não é possível gerar energia, pois o nível de água
estará sempre abaixo do mínimo.
3. Após várias experiências em laboratórios, observou-se que a concentração de certo antibiótico no sangue de cobaias varia de
acordo com a função f(x) = 2
12x − 2x , em que 𝑥 é o tempo decorrido, em horas, após a ingestão do antibiótico.
Nessas condições, a partir de qual momento a concentração desse antibiótico começa a decrescer?
Podemos constatar que a concentração desse antibiótico começa a decrescer a partir do x da parábola. Logo, precisamos determinar o vértice
V
Algebricamente, temos:
b
xV = −
2a
Onde:
Assim:
12
xV = − = 3
2(−2)
4. Uma função f : R+ → R+ é crescente e satisfaz a seguinte condição: f(3x) = 3f(x) , para todo x ∈ R+ . Se f(9) , qual o valor
= 27
de f(1)?
Note que:
Logo, temos:
27
f(1) = = 3
9
5. Sabendo que d é um número real, o maior valor de d, tal que a função f(x) = x
2
− 4x + 3 , para x , seja decrescente, é:
< d
b
A parte do gráfico onde x é uma parábola, cujo vértice é o ponto (− . Assim, a função é decrescente, nas condições
Δ
< d ,− ) = (2, −1)
2a 4a
𝑓 é injetora
𝑓 é sobrejetora
Se uma função é estritamente decrescente, isto significa que não há repetição de imagens e, portanto, a função é necessariamente injetora.
Como não conhecemos sua lei de formação, não podemos garantir sua sobrejetividade.
Repare que se x < y implica 𝑓(x) > 𝑓(y), defina 𝑓-1 como sendo a inversa de 𝑓 (supondo que 𝑓-1 exista). Então f(x)= a ⇔ f
−1
(a)= x e
f(x)= a ⇔ f
−1
(a)= x. Desta forma:
−1 −1
(x < y ⇔ f(x)> f(y))⇔(f (a)< f (b)⇔ a > b)
Foto: Shutterstock.com
INTRODUÇÃO
Se olharmos para a natureza, vamos descobrir muitos fenômenos que acontecem de forma repetitiva em intervalos de tempos regulares,
obedecendo, portanto, a padrões cíclicos.
Imagem: Shutterstock.com
AS ESTAÇÕES DO ANO
Imagem: Shutterstock.com
OS BATIMENTOS CARDIÁCOS
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
A CIRCULAÇÃO DO SANGUE
Fenômenos como esses são modelados usando uma classe importante de funções: as periódicas. Dentre a classe das funções periódicas,
SENO
COSSENO
TANGENTE
Assista ao vídeo com mais um exemplo de função periódica.
DEFINIÇÃO
Uma função é considerada periódica quando existe um número real 𝑇>0, tal que 𝑓(𝑥+𝑇)=𝑓(𝑥), para todo 𝑥 no domínio da função.
O menor dos valores de 𝑇>0, para os quais a propriedade é verificada, é chamado de período da 𝑓.
ATENÇÃO
Se uma função 𝑓 é periódica de período 𝑇, então, 𝑓 também é periódica de período 𝑛𝑇, onde 𝑛∈ℕ, já que:
𝑓(𝑥)=𝑓(𝑥+𝑇)=𝑓(𝑥+2𝑇)=𝑓(𝑥+3𝑇)=⋯=𝑓(𝑥+𝑛𝑇)
ELETROCARDIOGRAMA
Exame que tem o objetivo de detectar se existe alguma falha na condução elétrica pelo coração.
EXEMPLO 1
Considere a função 𝑓 do gráfico mostrado na figura a seguir, que corresponde ao eletrocardiograma de uma pessoa saudável:
Observe que o padrão de repetição ocorre em intervalos de comprimento T, e não em intervalos de comprimento menor. Assim, a função 𝑓 é
Imagem: Shutterstock.com
EXEMPLO 2
Considere a função:
x
f : N → Z, tal que f(x) = (−1)
x 0 1 2 3 4 5
𝑓(𝑥)=𝑓(𝑥+2)=𝑓(𝑥+4)=𝑓(𝑥+6)...
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO 3
Imagine que o ponto 𝑃 se movimenta no ciclo no sentido anti-horário, a partir da posição (1,0) e dá uma volta completa, ou seja, o ângulo 𝑡 varia
de 0 até 2𝜋.
Cresce de 0 𝑎 1
π
0 a
2
Decresce de 1 𝑎 0
π
a π
2
Decresce de 0 𝑎 −1
3π
π a
2
Cresce de −1 𝑎 0
3π
a 2π
2
O fluxo de ar através da traqueia é uma função periódica do tempo 𝑥 e ocorre em ambos os sentidos dos pulmões (inspiração e expiração).
O fluxo pode ser representado pela função:
f(x) = Asen(ωx)
Imagem: Shutterstock.com
Onde:
ω =
2π
→ T = o tempo que o indivíduo leva para fazer um ciclo completo
T
A função 𝑓 é, certamente, uma aproximação, pois 𝑇 varia de indivíduo para indivíduo. Mas estudos experimentais mostram que é uma “boa”
aproximação da realidade.
Imagem: Shutterstock.com
VERIFICANDO O APRENDIZADO
C) É uma função periódica de período 4, e se o gráfico continuar com esse comportamento, 𝑓(14)=2.
D) É uma função periódica de período 4, e se o gráfico de da função 𝑓 continuar com o mesmo comportamento, 𝑓(17)=0.
3. CONSIDERE QUE A FUNÇÃO 𝒇:[𝟒, +∞[ →[−𝟑,𝟕] SEJA PERIÓDICA COM PERÍODO 6 E SEJA ESTRITAMENTE
CRESCENTE NO INTERVALO [4,10]. LOGO, PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) 𝑓(10)=𝑓(25) 𝑒 𝑓(4)<𝑓(8).
B) 𝑓(12)=𝑓(24) 𝑒 𝑓(15)<𝑓(16).
C) 𝑓(15)=𝑓(21) 𝑒 𝑓(21)<𝑓(22).
D) 𝑓(18)=𝑓(24) 𝑒 𝑓(28)<𝑓(27).
4
+
π
6
) . O PERÍDO E A IMAGEM 𝒇 SÃO,
RESPECTIVAMENTE
A) 4 e [-2,2].
B) 4 e [-5,1].
C) 8 e [-2,2].
D) 8 e [-5,1].
12
A)
A)
B)
B)
C)
C)
D)
D)
6. CONSIDERANDO A FUNÇÃO 𝒇:ℝ→ℝ, DADA POR f (x) = −2 + cos(
πx
2
+
π
3
) , DETERMINE A ALTERNATIVA
CORRETA:
C) A função 𝒇 é bijetora.
GABARITO
𝑓(𝑥+4)=𝑓(𝑥), ∀ 𝑥∈𝐷𝑜𝑚(𝑓)
Assim:
• 𝑓(14)=𝑓(10+4)=𝑓(10)=𝑓(6)=𝑓(2)=1;
• 𝑓(17)=𝑓(13+4)=𝑓(13)=0.
𝑔(𝑥+1)=𝑓(2(𝑥+1))=𝑓(2𝑥+2)=𝑓(2𝑥)=𝑔(𝑥).
3. Considere que a função 𝒇:[𝟒, +∞[ →[−𝟑,𝟕] seja periódica com período 6 e seja estritamente crescente no intervalo [4,10]. Logo,
podemos afirmar que:
Veja que 𝒇(24) = 𝒇(18 + 6) = 𝒇(18), pois 𝒇 é periódica de período 6. Além disso, 𝒇(28) = 𝒇(4) = - 3 (pois 𝒇 é sobrejetora e estritamente crescente
em [4, 10), e também 𝒇(27) = 𝒇(9) > 𝒇(4). Assim, 𝒇(28) < 𝒇(27)
Sabemos que, uma função do tipo 𝒇(x) = A + B cos(Cx + D), seu conjunto-imagem é dado por Im(𝒇) = [A - B, A + B] e seu período é dado por
T =
2π
c
. Assim, T =
2π
π
= 8 e Im(𝒇) = [-2 -3, -2 + 3] = [-5,1].
4
5. Em determinada ilha de turismo, determinou-se que a variação da maré ao longo do dia pode ser descrita pela seguinte função:
πx
f (x) = 2 + sen( )
12
Lembrando que uma função da forma 𝑔(𝑥)=𝒔𝒆𝒏(𝒂𝒙+𝒃) tem imagem dada pelo seguinte intervalo:
𝑰𝒎(𝒈)=[−𝟏,𝟏]
πx
−1 ≤ 2 + sen( )≤ 3 ⇒
12
−1 ≤ f (x) ≤ 3 .
Logo, a imagem da função f (x) é o intervalo [𝟏;𝟑], ou seja, a altura mínima da maré é de 1 metro, enquanto a altura máxima é
πx
= 2 + sen( )
12
de 3 metros.
Assim, as possíveis alternativas são as das letras (b) e (d). Pelos gráficos dessas letras, vemos que as marés baixas ocorrem às 6h e às 18h.
π.6 π
f (6) = 2 + sen( )= 2 + sen( )= 2 + 1 = 3
12 2
π.18 3π
f (18) = 2 + sen( )= 2 + sen( )= 2 + (−1) = 1
12 2
a) O período de uma função do tipo 𝒈(𝒙)= 𝒅 +𝒄.𝒄𝒐𝒔(𝒂𝒙+𝒃) é dado por P . Então, no caso de nossa função 𝒇(𝒙), temos a . O período
2π π
= =
|a| 2
será:
2π 2π 2 4π
P = = π
= 2π × = = 4
|a| π π
πx π
−1 ≤ cos( + )≤ 1 (somando − 2) ⇒
2 3
πx π
−3 ≤ −2 + cos( + )≤ −1 ⇒
2 3
d) Como vimos na letra B, a imagem da função é o intervalo [−𝟑,−𝟏]. Como −𝟏,𝟓 ∈[−𝟑,−𝟏], então, existe 𝒙 ∈𝑫𝒐𝒎í𝒏𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒇=ℝ, tal que 𝒇(𝒙)= −𝟏,𝟓.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo das funções reais de variável real, você pôde observar que a descrição de problemas de nosso cotidiano é realizada com o auxílio
das funções.
O entendimento das funções reais de variável real requer aprender, de maneira mais aprofundada, a determinar o domínio e a imagem de alguns
tipos de funções algébricas, bem como reconhecer geometricamente quando a função é injetora, sobrejetora e bijetora.
É muito importante que você faça todos os exercícios propostos e estude bem os exemplos apresentados para compreender melhor o conteúdo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Brasília: IBGE,
2008.
DELGADO GÓMEZ, J. J. Pré-cálculo. Rio de Janeiro: CEDERJ, 2002. v. 4.
IEZZI, G.; MURAKAMI, C. Fundamentos de Matemática Elementar I. São Paulo: Atual, 2013. v. 1.
LIMA, E.; CARVALHO, P. E. W.; MORCAGO, C. A Matemática do Ensino Médio. 9. ed. Rio de Janeiro: SBM, 2006. v. 1.
MAESTRI, R. Algumas boas notícias com algumas não tanto do Covid-19. Jornal GGN, mar. 2020.
VISÃO SAÚDE. Covid-19: que países conseguiram contrariar a curva do Coronavírus? Publicação em: 20 mar. 2020.
EXPLORE+
Pesquise e consulte:
No primeiro, você encontra a construção do gráfico da função seno, e no segundo, um exercício interessante que mostra o número de horas de
sol ao longo do ano em diferentes locais do planeta.
CONTEUDISTA
CURRÍCULO LATTES