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Funções
Capítulo 4
Funções
Introdução
Neste capítulo vamos estudar as funções, um dos conceitos mais
importantes da matemática, que estará presente ao longo de todo
o curso, nas mais variadas disciplinas. Os conceitos trabalhados
nos capítulos 1, 2 e 3 serão amplamente utilizados em nosso es-
tudo das funções. Uma função é uma relação especial entre dois
conjuntos. Estudaremos as funções reais, que estabelecem rela-
ções no conjunto dos números reais.
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
n2 1 4 9 16 25 36 49 64 81 100
2º) da mão-de-obra ( mo );
4º) da administração ( a );
Mais precisamente:
Notações:
Exemplos:
1) f : → , f ( x) = 3 x + 5
De fato:
3x + 5 = y
3x = y − 5
y −5
x=
3
Para este x , tem-se
y −5 y −5
f ( x) = f = 3. +5 = y −5+5 = y .
3 3
2) h : → , h(n) = n 2 + 1
1
3) g ( z ) =
z
g é a função que a cada número real associa o seu inverso.
Como só existem os inversos de números não-nulos, o domí-
nio de g é o “maior” conjunto no qual é possível obter o in-
verso de um número, D( f ) = − {0} = *. A imagem de g é o
conjunto
1
Im( g ) = | z ∈ * .
z
Pergunta: dado um número real y , é possível encontrar um número
real não-nulo z tal que g ( z ) = y ?
1
Análogo ao que foi feito no exemplo 1, se y é tal que = y para
z
1
z ≠ 0 , então y ≠ 0 e z = (basta multiplicar ambos os mem-
y
1 1 1
bros da igualdade = y por zy −1 ). Assim, g ( z ) = g = = y
z y 1
*
e teremos Im( g ) = . y
1 1
4) t ( s ) = +
s + 3 s −1
Para determinar o domínio de t , devemos observar os valores
1 1
reais para os quais é possível encontrar + . Como não
s + 3 s −1
existem números com denominadores zero, devemos excluir
os valores que anulam o denominador: s = −3 e s = 1 . Assim,
D(k ) = − {−3,1} .
1
5) k (t ) = 2
t − 2t − 12
Análogo ao exemplo anterior, para determinar o domínio de
k , devemos observar os valores t para os quais é possível
1
encontrar 2 . Fazendo t 2 − 2t − 15 = 0 , obtemos t = 5
t − 2t − 15
ou t = −3 : estes valores anulam o denominador e devem ser
excluídos. Assim, D(k ) = − {−3,5} .
x + 3 se x ≤ 0
6) f ( x) = 2
x − 4 x + 3 se x > 0
Im( f ) = {x + 3 | x ∈ e x ≤ 0} ∪ {x 2 − 4 x + 3 | x ∈ e x > 0} .
* fatores
Para calcular (n) , usamos a decomposição de n ∈em
primos (teorema fundamental da aritmética):
1 se x ∈
8) h (x ) =
0 se x ∈ −
x 2 − 1 ( x − 1)( x + 1)
= = x −1
x +1 x +1
somente ocorre para x ≠ −1 . Lembre-se também que não basta a lei
para caracterizar uma função.
157
9) a : × → , a ( x, y ) = x + y (operação adição em )
m : × → , m( x, y ) = x + y (operação multiplicação em )
k : M → , k ( A) = det( A)
13) K : ( × ) × ( × ) → ( × )
Exercícios propostos
4x − 3
1) Dada a função f ( x) = , determine:
5x + 6
a) o domínio de f
b) f (2 x) e f (-2 x)
158
c) f (-1)
d) f (2 x + 1)
e) x tal que f ( x) = 9
f) f (2 x) + 1
x 1
a) t ( x) = +
x+2 x
2 1
b) m( x) = 2
+ − 3 x −5
x −3 25 − x 2
3x5 − 2
c) F ( x) = x 2 x 2 − 40 +
2 6 − x2
1+ t 1 1
4) Seja g (t ) = . Determine g e g .
1− t 1+ t 1− t
(x, f (x))
f (x)
0 x x
Simbolicamente:
Gr ( f ) = {( x, y ) ∈ A × B | y = f ( x)} = {( x, f ( x)) | x ∈ A}
Exemplos:
y
x y = f (x) 4
1 0 3
2 1
2
3 2
1
4 3
5 4
0 1 2 3 4 5 x
Figura 4.2
160
5) f :[0,3] → , f ( x) = x − 3
Neste caso não é possível fazer uma tabela para todos os valo-
res de x em [0,3] . Mostraremos mais adiante que esta função
tem um gráfico que é um segmento de reta. Assim, basta co-
nhecer dois de seus pontos.
y
3
2
1
0 1 2 3 x
−1
−3
Figura 4.3
d b
a c 0 e x
Figura 4.4
Definição.
Simbolicamente:
Exemplos:
19) f ( x) = 3 x − 1, D( f ) =
Note que usamos
Para x1 e x2 reais com x1 < x2, temos f ( x1 ) = 3 x − 1 < 3 x2 − 1 = f ( x2 ).
as propriedades da
relação de ordem. Logo, f é crescente em todo seu domínio.
162
20) f ( x) = − x + 4, D( f ) =
f ( x) = − x + 4 > x2 + 4 = f ( x2 ) .
Logo, f é decrescente em todo o seu domínio.
x + 1 se x ≥ 0
21) h( x) = , D( f ) =
− x + 1 se x < 0
No intervalo [0, ∞) , se x1 < x2 , temos que
h( x1 ) = x1 − 1 < x2 − 1 = h( x2 )
22) g ( x) = 7, D( g ) =
Simbolicamente,
f é injetora ⇔ ∀ x1 , x2 ∈ A, se x1 ≠ x2 , então f ( x1 ) ≠ f ( x2 ) .
Ou, equivalentemente:
Exemplos:
23) f : → , f ( x) = 3 x − 1 .
3 x1 − 1 = 3 x2 − 1
3 x1 = 3 x2
x1 = x2
Assim, f é injetora.
24) h : → , h( x) = x 2 − 1 .
( x1 ) 2 − 1 = ( x2 ) 2 − 1
( x1 ) 2 = ( x2 ) 2
Observação 13. Para mostrar que uma função não é injetora, basta
exibir elementos diferentes do domínio que possuem a mesma ima-
gem: x1 ≠ x2 e f ( x1 ) = f ( x2 ) .
y+9
Se y = 2t − 9 , então t = e g (t ) = y . Assim, todo número real é
2 Alguns autores dizem que
a função é sobrejetiva.
imagem de algum elemento do domínio. A imagem da função é o A propriedade também é
próprio contradomínio e a função é chamada sobrejetora. chamada de sobrejetividade.
Exemplos:
1
25) f : → , f ( x) = x + 1 é sobrejetora.
2
1
De fato: seja y ∈ . Se y = x + 1 , então
2
1
x = 2 y − 2ef ( x) = f (2 y − 2) = (2 y − 2) + 1 = y .
2
Logo, f é sobrejetora.
Por exemplo:
g :[0, ∞) → , g ( x) = 6 x 2 − 5 é injetora.
Por quê?
Por quê?
Dizemos neste caso que g é uma função bijetora ou que é uma bije-
ção do intervalo [0,1] .
Exemplos:
28) h : → , h( x) = 3 x − 1 é bijetora.
166
Exemplos:
30) f : → , f ( x) = 3 x e g : → , g ( x) = 2 x + 1
f g : → , com
( f g )( x) = f ( g ( x)) = f (2 x + 1) = 3 ⋅ (2 x + 1) = 6 x + 3
31) f : → , f ( x) = 2 x e g :[0, ∞) → , g ( x) = x
f g :[0, ∞) → , ( f g )( x) = f ( g ( x)) = f ( x ) = 2 x .
Qual deve ser o domínio da função f para que seja possível definir
g f ?
Como g f só poderá ser definida quando Im( f ) ⊂ D( g ) ,
devemos inicialmente determinar D( g ) dado por
D( g ) = {x ∈ | x − 6 ≥} = [6, ∞) .
temos ( g f )( x) = g ( f ( x)) = g ( x 2 + 5) = ( x 2 + 5) − 6 = x 2 − 1 .
Exercícios propostos
1
5) Sejam f ( x) = 2
e g ( x) = x 2 + 2 . Determine, se possível, as
3x
funções g f e f g .
x +1
6) Se f ( x) = x 2 − 4 e g ( x) = , determine condições para
| x+5|
que se possa definir g f e f g .
Id ff == ff Id
Logo, Id Id === ff .
i) ( g f )( x) = g ( f ( x)) = g (3 x − 1) = x
ii) ( f g )( x) = f ( g ( x)) = 3 ⋅ g ( x) − 1 = x
3x − 1 + 1 3x
g (3 x − 1) = = =x
3 3
x +1
A função g : → , g ( x) = é chamada de função inversa da
3
função f e é denotada por f −1 .
i) ( g f )( x) = g ( f ( x)) = g ( x 2 ) = x
Como sempre existe a relação inversa de uma relação (veja a unidade Lembrando: a relação
“Relações”), a pergunta então é: sob que condições a relação inversa inversa g é dada por
g = {( y, x) ∈ B × A / ( x, y ) ∈ f },
g de B em A é uma função? Em outras palavras, que característica ou seja, ( y, x) ∈ g se e
deve ter a função f para que sua inversa exista? somente se ( x, y ) ∈ f .
Demonstração:
(→ ) Hipótese: f é bijetora
Tese: existe f −1
g = {( x, y ) ∈ A × B | ( x, y ) ∈ f }
(← ) Hipótese: existe f −1
Tese: f é bijetora
172
Exemplo:
Exercícios resolvidos
1) Encontre a inversa da função f : → , f ( x) = 2 x3 − 1 .
Resolução: y = 2 x3 − 1, y = f ( x) ⇔ x = f −1 ( y )
173
y + 1 = 2 x3
y +1
x3 =
2
y +1
x=3 = f −1 ( y )
2
x +1
f −1 : → , f −1 ( x) = 3
2
Note que podemos usar qualquer letra para identificar a variável in-
dependente. Podemos então escrever:
x +1
f −1 : → , f −1 ( x) = 3 ou então
2
t +1
f −1 : → , f −1 (t ) = 3 .
2
f : (−∞, 0] → [5, +∞ ), f (x ) = 3 x 2 + 5 .
Resolução: y = f (x ) ⇔ x = f −1 ( y )
y = 3x 2 + 5
y −5
x2 =
3
y −5
x=±
3
y −5
Como x < 0 , tomamos x = − . A inversa de f será então:
3
x −5
f −1 : (5, +∞) → (−∞, 0], f −1 ( x) = .
3
Demonstração:
i) h f é injetora:
ii) h f é sobrejetora:
Exercícios propostos
7) Verifique a propriedade P3 para as funções
2
f : (0, ∞) → (0, ∞), f ( x) = e g : (0, ∞) → (−3, ∞), g ( x) = 4 x 2 − 3 .
5 x
4x − 5
a) f ( x) =
3x − 1
x −8
b) g ( x) = 2
x − 7x + 6
2x + 5
c) h( x) =
3x + 5
a) f : → , f ( x) = 2 x + 1
176
b) g : → , g ( x) = 1 − x 2
c) h : → + , h( x) =| x − 1|
d) m : → , m( x) = −3 x + 2
e) n : → , n( x) = [ x] (maior inteiro)
1
f) p : * → * , p ( x) =
x
g) q : → , q ( x) = x3
h) r : → , r ( x) =| x | ⋅( x − 1)