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Nome do Curso: Graduação formação para segunda Licenciatura em Física.

Disciplina: Pesquisa e Prática de Ensino: Metodologia do Ensino de Física I

Tutor: Gleysson Morais Andrade

Nome do aluno: Maria Railda de França Cesário.

Estudo dirigido – Resenha crítica sobre o artigo “O ensino de física no Brasil: problemas
e desafios”

O artigo escrito por Costa & Barros intitulado "O ensino de física no Brasil: problemas
e desafios" traz uma discussão a cerca de um resultado preliminar de um projeto de pesquisa
desenvolvido pelos autores, com o propósito de discutir as problemáticas por trás do ensino de
física no nível básico de ensino e analisar as inovações didáticas na formação inicial dos
professores de física. Os autores utilizam várias referências para embasar a discussão trazidas
por eles. Discussão essa que chama a atenção para os aspectos que limitam o processo de
ensino-aprendizado de física e sobre as necessidades de formação, investigação e inovação das
metodologias e recursos de ensino de física nas escolas. (COSTA; BARROS, 2019)

O texto começa com uma introdução que já aponta as principais limitações do ensino
de física. Assim como as outras componentes curriculares que fazem parte das ciências naturais,
o ensino de física é trabalhado com um modelo engessado, que segue uma abordagem
descontextualizada e sem muita inovação na sala de aula. Apesar das políticas públicas de
avaliação estudantil e de desempenho serem utilizadas como moderadoras das ferramentas de
ensino, ainda se observa uma defasagem muito grande na transmissão de conhecimentos,
principalmente nas escolas públicas. Partindo dessa contextualização em que cenário se
encaixa o ensino de física nas escolas, os autores buscam discutir o porquê da necessidade dessa
pesquisa, reforçando o estado da arte que sua pesquisa se encontra.

Considerado uma componente curricular essencial para o ensino, a física surgiu como
uma necessidade de mão-de-obra qualificada em tecnologia e inovação pelos contextos
tecnológicos advindos da modernidade. Os autores destacam alguns problemas pontuais no
diagnóstico geral do ensino que incluem: falhas conceituais de conteúdo, taxa de evasão dos
discentes que buscam ser formar em física, a falta de requisitos instrumentais para a abordagem
prática de física, o uso de materiais didáticos ineficientes, falta de comunicação e troca de
experiência entre a comunidade docente, defasagem na capacitação dos professores dentro da
universidade na comunicação com o ensino básico, alta de objetividade nas diretrizes de ensino,
formação distorcida para os exames de seleção, condições de trabalho dos professores e a
dependências dos elementos do modelo didático atual, que pelo discutido pelos autores indicam
um retrocesso nas metodologias modernas de ensino.

Em seguida os autores trazem uma perspectiva para as mudanças dessas problemáticas.


Os autores começam trazendo a visão da deficiência em um ensino básico necessário para
compreensão da física, como por exemplo o domínio de matemática básica. Trazem também
uma visão de que há uma tendência em mudar esse cenário de problemáticas pela formação dos
professores, visto que os parâmetros curriculares são uma ferramenta chave para guiar esse
processo de mudança. Por fim, os autores trazem como consideração final a necessidade de uma
formação mais inclusiva e compatível com a realidade do mundo moderno e contemporâneo.
Ressaltam ainda que as pesquisas desenvolvidas no âmbito da pós-graduação são uma das
principais responsáveis pela expansão e motivação dessas mudanças e finalizam discorrendo
brevemente sobre a precariedade no ensino e a escassez de profissionais para completar o
quadro de docentes ou a falta de profissionais realmente motivados em reformar esse cenário.

Em verdade, a discussão sobre a forma que o ensino de física tem sido tratado é
realmente necessária. Há várias limitações que até mesmo excedem o que foi trabalhada pelos
autores. Quando nos referimos ao ensino de ciências naturais e da terra, de forma geral, é
necessário um processo para que o ensino seja efetivado. É necessário, como toda metodologia
científica, que as transformações do meio sejam descritas e contextualizadas, em seguida parte-
se para a discussão de hipóteses e associação dos fatos por meio da compreensão de códigos. E
por fim a compreensão é obtida pela associação dessas ferramentas.(MOREIRA, 1993)
Diante dessa questão fica uma limitação no que se refere as atividades práticas,
essenciais para incentivar o caráter dinâmico de aprendizado. Para todo caso é necessário visar
um estudo transdisciplinar para que sejam adaptados determinados experimentos para que
possam de fato chegar na sala de aula.(GIORDAN, 1999) Durante a formação de docentes é
comum discutir abordagens alternativas que atendem a realidade e pesquisas são desenvolvidas
para estimular e apresentar alternativas para instrumentação prática no ensino de ciências.
O professor deve ter em mente a formação plena dos seus alunos e por isso deve se
posicionar tanto como professor conceitual como professor de prática em laboratório. Ambas
as vertentes tem sua importância no processo de ensino-aprendizagem A teoria é importante no
que se fundamenta do conjunto de conhecimentos que vão explicar os fenômenos físicos
(OLIVEIRA, 2010). A prática é um desenvolver do método científico que leva o aluno a
compreender e comprovar as teorias, chegar a conclusões com autonomia, despertar o interesse
e, dessa forma, solidificar o conhecimento de forma a ser capaz de se familiarizar inteiramente
com a natureza. Teoria e prática são então duas ferramentas que devem andar de forma conjunta.
As políticas públicas que delineiam os processos de reformulação realmente se mantem
mais como objetos de estudo no campo de pesquisa educacional. Um dos conjuntos de diretrizes
que os autores poderiam ter levado em conta também são as da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento com a
conjuntura normativa para definir parâmetros educacionais que se tornem aplicáveis no âmbito
nacional para aprendizagem essencial de componentes considerados elementares para educação
básica. (EDUCAÇÃO, 2018; LEITE; MARIA, 2017). Algumas dessas políticas citadas pelos
autores reforçam muito mais a metodologia teoria e maçante para apenas cunho de aprovação
em exames de seleção para as universidades. Cada competência traz um valor de inovação e de
cunho socio-pedagógico para o ensino.
Dentro dos destaques que o autor traz do diagnóstico atual se faz necessário atentar-se
para que os problemas não estarem concentrados apenas em uma parte do sistema de ensino, e
sim em várias, desde a formação dos professores até a sua atuação. É certo que a precariedade
do ensino público é uma das mais visíveis questões de marginalização das ciências nas escolas,
porém, como dito anteriormente, na formação do docente ele deve ser estimulado a ser inovador
e atender as diretrizes que são estipuladas.(CARVALHO et al., 2018) Esse incentivo cabe tanto
em falta que faz com q a evasão dos cursos de licenciatura em física seja altíssima, tanto pelo
grau de complexidade quanto pelo desestímulo educacional.
Os recursos didáticos são pouco atualizados e muitas vezes trazem uma informação
engessada sobre determinados conteúdos. Apesar que, como bem mencionado pelos autores,
parte das pesquisas desenvolvidas na pós-graduação trabalham para o desenvolvimento de
materiais mais aplicáveis e melhor formulados, o sistema não procura recorrer a essas fontes
para atualizar os materiais utilizados em sala. Assim como para disciplinas anteriores, como a
matemática, se faz importante uma formação de base para avançar no conteúdo. Esse problema
pode justificar por que os alunos chegam tão despreparados para as disciplinas de exatas e
ciências da natureza. (ROCHA; VASCONCELOS, 2016)
Apesar de se tratar de uma parte de um trabalho de pesquisa em desenvolvimento, as
perspectivas e mudanças não trouxeram todas as discussões acerca das problemáticas levantas
e até traz novas que não foram discutidas anteriormente. A proposta de inclusão, por exemplo,
é um fator importante para universalidade das ciências como um todo e deve ser melhor
discutido. Espera-se que no final das pesquisas, os autores possam trazer uma compreensão
mais solutiva das problemáticas levantadas anteriormente.
Em conclusão, os autores fizeram um real paralelo válido com a dinâmica de
comunicação entre os gestores e protagonistas do palco de ensino. A comunicação é até mesmo
uma das diretrizes propostas pela BNCC e traz consigo um imenso valor para que os métodos
de ensino sejam reformulados. Os dados numéricos apontados no final do artigo revelam a
escassez de professores de física e mostra que dentro desse cenário há um impasse entre o
reconhecimento entre a necessidade de mudança de algumas diretrizes e as atitudes que são
feitas para promover isso.

Referências bibliográficas

CARVALHO, L. A. De; FERREIRA, S.; FERNANDA, L.; OLIVEIRA, P. Formação de


Professores : Implementação de Práticas Inovadoras em Sala de Aula. v. 12, n. 25, p. 64–
78, 2018.

COSTA, L. G.; BARROS, M. A. O ensino de física no Brasil: Problemas e desafios. n.


January 2019, 2019.

EDUCAÇÃO, M. Da. Base Nacional Comum Curricular. v. 44, n. 1, 2018.

GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. p. 1–13, 1999.

LEITE, R. F.; MARIA, O. Algumas representações de ciência na BNCC – Base Nacional


Comum Curricular: área de Ciências da Natureza. v. 11, n. 20, p. 1–7, 2017.

MOREIRA, M. A. Sobre o ensino do método científico. v. 10, n. 2, p. 108–117, 1993.

OLIVEIRA, J. R. S. De. A perspectiva sócio-histórica de Vygotsky e suas relações com a


prática da experimentação no ensino de Química. v. 3, n. 3, p. 25–45, 2010.

ROCHA, J. S.; VASCONCELOS, T. C. Dificuldades de aprendizagem no ensino: algumas


reflexões. p. 10, 2016.

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