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AULA 1
2
Figura 1 – Esquema elétrico de uma lâmpada ligada a uma pilha
3
e elétrons resulta em um nêutron, cuja carga é nula (ou neutra). Em relação à
carga elétrica, podemos levantar as seguintes considerações:
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
1 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟 = 1
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠
4
1.3 Tensão elétrica
5
índice ab (Vab), onde a primeira letra do índice indica o ponto de maior potencial,
e a segunda letra indica o ponto de menor potencial.
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑉𝑉𝑎𝑎𝑎𝑎 =
𝑑𝑑𝑑𝑑
6
1.4 Potência e energia
7
continuariam utilizando o princípio de que a corrente flui do terminal positivo para
o negativo.
Na convenção passiva, se a corrente entra no terminal positivo de um
elemento, temos que a potência é positiva e o elemento está absorvendo ou
dissipando essa potência.
8
Dentre os elementos passivos, pode-se destacar os resistores,
capacitores e indutores, que serão estudados mais adiante. Em relação aos
elementos ativos, os mais importantes são as fontes de tensão e de corrente, as
quais podem ser de dois tipos diferentes: independente ou dependente.
Uma fonte independente ideal é um elemento ativo que fornece tensão ou
corrente em seus terminais independentemente de outras variáveis do circuito.
Na Figura 7, encontram-se ilustradas as simbologias para fontes de
tensão independentes. A Figura 8 apresenta as simbologias para fontes de
corrente independentes.
9
Figura 9 – Simbologia para fontes de tensão dependentes (a) e para fonte de
corrente dependente (b)
10
As fontes dependentes são muito utilizadas no modelamento matemático
de circuitos eletrônicos analógicos, ajudando na resolução de circuitos mais
complexos.
11
Tabela 1 – Resistividade de diferentes materiais
𝑣𝑣 = 𝑅𝑅. 𝑖𝑖
12
Vamos a um exemplo de aplicação da Lei de Ohm. Considere os circuitos
a seguir e calcule os valores das correntes elétricas que circulam em cada um.
𝑣𝑣 1
𝑖𝑖 = = = 0,001𝐴𝐴
𝑅𝑅 1000
Nesse circuito, a corrente que flui pelo elemento será de 0,001 A ou 1mA.
13
A potência em um resistor é calculada com a utilização da equação
descrita anteriormente, 𝑝𝑝 = 𝑣𝑣. 𝑖𝑖. Se substituirmos a equações da tensão obtida
pela Lei de Ohm, teremos:
𝑣𝑣 𝑣𝑣 2
𝑝𝑝 = 𝑣𝑣. 𝑖𝑖 = 𝑣𝑣. � � =
𝑅𝑅 𝑅𝑅
𝑝𝑝 = 𝑣𝑣. 𝑖𝑖
6500 = 127. 𝑖𝑖
6500
𝑖𝑖 = = 51,18 𝐴𝐴
127
6500 = 220. 𝑖𝑖
6500
𝑖𝑖 = = 29,54 𝐴𝐴
200
14
Analisando as correntes que circularão pelo chuveiro de 6500 W,
percebemos que a corrente do chuveiro de 127 V é 73% maior que a corrente
do de 220 V. Os fios que suportam correntes mais elevadas são mais grossos e
mais caros. Por essa razão, na hora de decidirmos se iremos utilizar um chuveiro
de 127 V ou 220 V no projeto de uma residência, sabemos que, como a corrente
de um chuveiro de 220 V é menor, o gasto com a fiação elétrica para a instalação
será menor.
Tendo esse conhecimento, podemos entender melhor algumas decisões
tomadas no projeto de uma instalação elétrica.
15
Um laço ou loop é qualquer caminho fechado em um circuito. Este
caminho se inicia em um nó, passando por diversos outros nós do circuito, porém
sempre retornando ao nó de partida. A figura a seguir ilustra os três laços deste
circuito.
Note que nesse circuito temos três laços. No laço 1 foi considerado o
caminho fechado partindo do nó 1, passando por R1, R2 e a fonte de tensão e
retornando ao nó 1. O laço 2 foi considerado o caminho fechado iniciando no nó
2, passando pelos resistores R1 e R2 e, por fim, retornando ao nó 2. E o laço 3
compreende todo o caminho fechado mais externo, saindo do nó 1, passando
por R1, R3 e a fonte e retornando ao nó inicial.
Uma malha é qualquer laço que não contém outro laço dentro dele. Ou
seja, nos circuitos anteriores temos apenas duas malhas, como pode ser
observado na figura.
16
Figura 18 – Circuito elétrico com as suas malhas destacadas
FINALIZANDO
17
REFERÊNCIAS
NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. 10. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2015.
18
ELETRICIDADE
AULA 2
� 𝑖𝑖𝑛𝑛 = 0
𝑛𝑛=1
2
1. Se a corrente entra no nó ela é considerada positiva (+), e se a corrente
sai do nó, será negativa (–).
2. A corrente que entra no nó é considerada negativa (–), e a corrente que
sai do nó é considerada positiva (+).
� 𝑖𝑖𝑛𝑛 = 0
𝑛𝑛=1
3
Figura 2 – Nó de um circuito com diversas correntes entrando e saindo
4
𝑀𝑀
� 𝑣𝑣𝑚𝑚 = 0
𝑚𝑚=1
� 𝑣𝑣𝑚𝑚 = 0
𝑚𝑚=1
5
Na figura 4 à direita foi adotado no sentido anti-horário, induzindo nos
resistores a polaridade de tensão oposta. Aplicando a LTK, temos:
𝑉𝑉1 + 𝑉𝑉𝑅𝑅2 − 𝑉𝑉2 + 𝑉𝑉𝑅𝑅1 = 0
A figura a seguir apresenta um circuito elétrico, onde a tensão sobre o
resistor de 5 Ω é desconhecida. Neste circuito foi dada a polaridade da tensão
da fonte e do resistor de 15 Ω. Sabendo que toda a energia fornecida ao circuito
deve ser consumida, basta aplicarmos a LTK e determinar o valor de Vx.
Definindo-se que a corrente irá percorrer a malha no sentido horário, a
polaridades de Vx será conforme indicado. Aplicando a LTK:
−8 + 6 + 𝑉𝑉𝑥𝑥 = 0
−2 + 𝑉𝑉𝑥𝑥 = 0
𝑉𝑉𝑥𝑥 = 2 𝑉𝑉
6
Figura 6 – Aplicação da Lei das Tensões de Kirchhoff, considerando sentido
anti-horário
Aplicando a LTK:
8 − 6 + 𝑉𝑉𝑥𝑥 = 0
2 + 𝑉𝑉𝑥𝑥 = 0
𝑉𝑉𝑥𝑥 = −2 𝑉𝑉
Sendo assim, podemos observar que, caso a polaridade escolhida tenha
sido a inversa da polaridade do funcionamento real do circuito, a tensão terá um
valor negativo, indicando que a polaridade está invertida.
7
Considerando que um nó é o ponto de conexão entre dois ou mais
elementos e aplicando a LCK em todos os nós desse circuito, temos:
𝑖𝑖1 = 𝑖𝑖2 = 𝑖𝑖3 = ⋯ = 𝑖𝑖𝑛𝑛
Dessa forma podemos observar que a corrente que circula entre todos os
resistores é igual.
Utilizando a LTK nesse circuito vamos obter:
−𝑣𝑣 + 𝑣𝑣1 + 𝑣𝑣2 + 𝑣𝑣3 + ⋯ + 𝑣𝑣𝑛𝑛 = 0
𝑣𝑣 = 𝑣𝑣1 + 𝑣𝑣2 + 𝑣𝑣3 + ⋯ + 𝑣𝑣𝑛𝑛
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 = � 𝑅𝑅𝑖𝑖
𝑖𝑖=1
8
A Figura 8 apresenta um circuito em série. Para obter o valor da corrente,
basta obter o valor da resistência equivalente e aplicar a Lei de Ohm.
9
Figura 8 – Divisor de tensão
Por exemplo, caso se deseje obter a tensão do resistor R3, basta fazer:
𝑅𝑅3
𝑣𝑣3 = ∙ 𝑉𝑉
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒
10
TEMA 3 – ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO E DIVISORES DE
CORRENTE
11
𝑉𝑉
𝑖𝑖2 =
𝑅𝑅2
𝑉𝑉
𝑖𝑖3 =
𝑅𝑅3
𝑉𝑉
𝑖𝑖𝑛𝑛 =
𝑅𝑅𝑛𝑛
Substituindo cada termo da equação obtida pela LCK:
𝑉𝑉 𝑉𝑉 𝑉𝑉
𝑖𝑖 = + + ⋯+
𝑅𝑅1 𝑅𝑅2 𝑅𝑅𝑛𝑛
Como a tensão em todos os resistores é igual, podemos colocar V em
evidência:
1
𝑖𝑖 = � � . 𝑉𝑉
𝑅𝑅1 + 𝑅𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑅𝑛𝑛
Assim como para circuitos em série, a corrente elétrica total em um circuito
em paralelo depende da resistência total desse circuito, também chamada de
resistência equivalente (Req).
O inverso da resistência equivalente de qualquer número de resistores
conectados em paralelo é igual à soma do inverso de cada resistência
individualmente:
𝒏𝒏
𝟏𝟏 𝟏𝟏
=�
𝑹𝑹𝒆𝒆𝒆𝒆 𝑹𝑹𝒊𝒊
𝒊𝒊=𝟏𝟏
𝟏𝟏 𝟏𝟏 𝟏𝟏 𝟏𝟏
= + +⋯+
𝑹𝑹𝒆𝒆𝒆𝒆 𝑹𝑹𝟏𝟏 𝑹𝑹𝟐𝟐 𝑹𝑹𝒏𝒏
Como uma associação de resistores em série é possível obter uma
resistência equivalente maior, enquanto que uma associação em paralelo resulta
em um efeito oposto, diminuindo a resistência equivalente. Em uma associação
de resistores em paralelo, a resistência equivalente sempre será menor do que
a menor resistência do circuito.
A figura a seguir apresenta três resistores conectados em paralelo com
uma fonte. Como todos os elementos estão em paralelo, a tensão será a mesma
em todos os resistores. Para determinar a corrente em cada um dos ramos, basta
aplicar a Lei de Ohm.
Quando temos apenas dois resistores em paralelo, a resistência
equivalente será dada por:
1 1 1 𝑅𝑅1 + 𝑅𝑅2
= + =
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑅𝑅1 𝑅𝑅2 𝑅𝑅1 . 𝑅𝑅2
12
Portanto:
𝑅𝑅1 . 𝑅𝑅2
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 =
𝑅𝑅1 + 𝑅𝑅2
A resistência equivalente entre dois resistores em série é igual ao produto
das resistências dividido pela soma das resistências.
Ressaltando que essa definição só se aplica a dois resistores em paralelo.
𝒗𝒗 𝟓𝟓
𝒊𝒊𝟏𝟏 = = ⇒ 𝒊𝒊𝟏𝟏 = 𝟎𝟎, 𝟓𝟓 𝑨𝑨
𝟏𝟏𝟏𝟏 𝟏𝟏𝟏𝟏
𝒗𝒗 𝟓𝟓
𝒊𝒊𝟐𝟐 = = ⇒ 𝒊𝒊𝟐𝟐 = 𝟏𝟏 𝑨𝑨
𝟓𝟓 𝟓𝟓
𝒗𝒗 𝟓𝟓
𝒊𝒊𝟑𝟑 = = ⇒ 𝒊𝒊𝟑𝟑 = 𝟓𝟓 𝑨𝑨
𝟏𝟏 𝟏𝟏
Após calcular as correntes que circulam em cada um dos resistores,
vamos observar que a soma algébrica de todas essas correntes será exatamente
igual à corrente que flui através do resistor equivalente.
A resistência equivalente é calculada da seguinte forma:
1 1 1 1
= + +
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑅𝑅1 𝑅𝑅2 𝑅𝑅3
1 1 1 1
= + +
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 10 5 1
1
= 0,1 + 0,2 + 1 = 1,3
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒
Note que nesse caso temos que o inverso de Req é igual a 1,3. Portanto,
para obter o valor da resistência equivalente basta fazer:
1
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 = ≅ 0,769 Ω
1,3
A corrente que circula pelo resistor equivalente é calculada da seguinte
forma:
13
𝑣𝑣 = 𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 . 𝑖𝑖
𝑣𝑣 5
𝑖𝑖 = =
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 0,769
𝑖𝑖 = 6,5 𝐴𝐴
Sabendo que:
𝑉𝑉
𝑖𝑖1 =
𝑅𝑅1
E
𝑣𝑣 = 𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 . i
Vamos obter a seguinte equação:
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒
𝑖𝑖1 = . 𝑖𝑖
𝑅𝑅1
Com essa técnica é possível obter corrente em um único ramo do circuito,
sem precisar calcular a corrente dos demais ramos. Basta utilizar a seguinte
equação:
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒
𝑖𝑖𝑥𝑥 = . 𝑖𝑖
𝑅𝑅𝑥𝑥
14
Sendo x um dos resistores de 1 a n do circuito apresentado na Figura
10.
15
Figura 14 – Relação entre a formação em estrela e triângulo
Δ-Y Y-Δ
𝑅𝑅1 𝑅𝑅2 𝑅𝑅𝐴𝐴 𝑅𝑅𝐵𝐵 + 𝑅𝑅𝐵𝐵 𝑅𝑅𝐶𝐶 + 𝑅𝑅𝐶𝐶 𝑅𝑅𝐴𝐴
𝑅𝑅𝐴𝐴 = 𝑅𝑅1 =
𝑅𝑅1 + 𝑅𝑅2 + 𝑅𝑅3 𝑅𝑅𝐶𝐶
16
10 . 20
𝑅𝑅𝐴𝐴 = = 3,077 𝛺𝛺
10 + 20 + 35
10 . 35
𝑅𝑅𝐵𝐵 = = 5,385 𝛺𝛺
50 + 75 + 63
20 . 35
𝑅𝑅𝐶𝐶 = = 10,769 𝛺𝛺
50 + 75 + 63
Na Figura 16, os resistores conectados na formação estrela podem ser
substituídos por um circuito equivalente, em que os resistores estão conectados
em triângulo. Para obter os valores das resistências dessa nova ligação, basta
aplicar as equações da tabela 1.
17
Figura 16 – Exemplo de aplicação da transformação estrela-triângulo
18
Figura 17 – Exemplo de aplicação da transformação estrela-triângulo
20 . 45
𝑅𝑅𝐴𝐴 = ⇒ 𝑹𝑹𝑩𝑩 = 𝟓𝟓, 𝟖𝟖𝟖𝟖𝟖𝟖 Ω
20 + 45 + 90
20 . 90
𝑅𝑅𝐴𝐴 = ⇒ 𝑹𝑹𝑨𝑨 = 𝟏𝟏𝟏𝟏, 𝟔𝟔𝟔𝟔𝟔𝟔 Ω
20 + 45 + 90
90 . 45
𝑅𝑅𝐶𝐶 = ⇒ 𝑹𝑹𝑪𝑪 = 𝟐𝟐𝟐𝟐, 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 Ω
20 + 45 + 90
Uma vez calculados os resistores da transformação Δ-Y, nota-se que o
resistor RB está em série com o resistor de 50 Ω, podendo ser representado por
um resistor equivalente Req1. Do mesmo modo, o resistor RC está em série com
o resistor de 45 Ω, podendo ser representado por um resistor equivalente Req2,
conforme a figura.
19
Figura 17 – Exemplo de aplicação da transformação estrela-triângulo
20
Logo, a corrente total fornecida pela fonte será:
𝑉𝑉 15
i= =
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 38,821
i = 0,386 𝐴𝐴
FINALIZANDO
21
Figura 19 – Circuito de um pisca-pisca em série
22
posições R1, R51, R101 e R151. Quando uma dessas lâmpadas esquenta, o circuito
é aberto, impedindo a passagem de corrente para as demais, desligando todo o
conjunto.
23
REFERÊNCIAS
24
ELETRICIDADE
AULA 3
3
Figura 2 – Circuito com os nós de referência e V1 identificados
𝑖1 + 𝑖2 = 𝑖3
4
sobre o resistor será sempre a diferença entre a tensão do maior potencial e o
menor potencial, ficando:
𝑣𝑅1
𝑖1 =
𝑅1
𝑣𝑅1 = 𝑣1 − 24
𝑣1 − 24
𝑖1 =
6
𝑣𝑅2
𝑖2 =
𝑅2
𝑣𝑅2 = 𝑣1 − 0
𝑣1 − 0 𝑣1
𝑖2 = =
12 12
𝑣1 − 24 𝑣1
+ =1
6 12
5
Agora basta resolver a equação e obter o valor de v1. Existem diversas
formas de calcular o valor de v1. Nesta resolução vai ser aplicado o mínimo
múltiplo comum (MMC), resultando:
2. 𝑣1 − 48 𝑣1
+ =1
12 12
2. 𝑣1 − 48 + 𝑣1 = 12
3. 𝑣1 = 12 + 48
Sendo assim,
60
𝑣1 =
3
𝑣1 = 20 𝑉
𝑣1 − 24 20 − 24
𝑖1 = =
6 6
𝑖1 = −0,667 𝐴
𝑣1 20
𝑖2 = =
12 12
𝑖2 = 1,667 𝐴
6
Figura 4 – Circuito elétrico
+ _
+ +
_ _
𝑖1 = 𝑖2 + 𝑖3
𝑖1 = 5 𝐴
𝑉1 − 𝑉2
𝑖2 =
4
𝑉1 − 0
𝑖3 =
2
𝑉1 − 𝑉2 𝑉1
5= +
4 2
𝑉1 − 𝑉2 2. 𝑉1
5= +
4 4
20 = 𝑉1 − 𝑉2 + 2. 𝑉1
7
Por fim,
3. 𝑉1 − 𝑉2 = 20
𝑖2 + 𝑖4 = 𝑖1 + 𝑖5
Mas
𝑖1 = 5 𝐴
𝑉1 − 𝑉2
𝑖2 =
4
𝑖4 = 10 𝐴
𝑉2 − 0
𝑖5 =
6
𝑉1 − 𝑉2 𝑉2
+ 10 = 5 +
4 6
Aplicando o MMC:
3. 𝑉1 − 3. 𝑉2 120 60 2. 𝑉2
+ = +
12 12 12 12
Organizando a equação:
3. 𝑉1 − 3. 𝑉2 − 2. 𝑉2 60 − 120
=
12 12
60 − 120
3. 𝑉1 − 5. 𝑉2 = ( ) . 12
12
Portanto:
3. 𝑉1 − 5. 𝑉2 = −60
Para esse circuito foram obtidas duas equações com duas incógnitas.
Agora basta resolver essas equações simultaneamente. Existem diversas
8
formas de se resolver um sistema linear, podendo-se utilizar o método de Gauss-
Jordan, regra de Cramer, escalonamento, substituição, matrizes e etc.
3. 𝑉1 − 𝑉2 = 20
{
3. 𝑉1 − 5. 𝑉2 = −60
Saiba mais
Existem diversas ferramentas matemáticas disponíveis para ajudar nas
resoluções deste tipo de problema, como os softwares matemáticos Geogebra,
Matlab, MathCad, Octave, etc. Além de alguns modelos de calculadoras gráficas
programáveis, na internet é possível utilizar alguns sites, como:
Matrix Calc: <https://matrixcalc.org/pt/slu.html>;
Wolfram Alpha: <https://www.wolframalpha.com>;
Sybomlab: <https://symbolab.com>.
3. 𝑉1 − 𝑉2 = 20
{
−3. 𝑉1 + 5. 𝑉2 = 60
0. 𝑉1 + 4. 𝑉2 = 80
Isolando V2:
80
𝑉2 = = 20 𝑉
4
3. 𝑉1 − 20 = 20
3. 𝑉1 = 40
40
𝑉1 = = 13,33 𝑉
3
9
𝑖2 = −1,667 𝐴
𝑖3 = 6,667 𝐴
𝑖5 = 3,33 𝐴
𝑉1 − 0 = 32
10
Figura 5 – Circuito elétrico
𝑉2 − 𝑉2 = 32
11
Figura 7 – Representação do supernó no circuito
𝑖1 + 𝑖2 = 𝑖3 + 𝑖4
𝑉1 − 𝑉3
𝑖1 =
4
𝑉1 − 𝑉2
𝑖2 =
2
𝑉2 − 0
𝑖3 =
8
𝑉3 − 0
𝑖4 =
6
Substituindo na LCK:
𝑉1 − 𝑉3 𝑉1 − 𝑉2 𝑉2 − 0 𝑉3 − 0
+ = +
4 2 8 6
Aplicando o MMC:
6. 𝑉1 − 6. 𝑉3 12. 𝑉1 − 12. 𝑉2 3. 𝑉2 4. 𝑉3
+ = +
24 24 24 24
12
6. 𝑉1 − 6. 𝑉3 + 12. 𝑉1 − 12. 𝑉2 3. 𝑉2 + 4. 𝑉3
=
24 24
Para esse circuito foram obtidas duas equações com duas incógnitas,
agora basta resolver o sistema linear.
𝑉2 − 𝑉3 = 32 𝑉
{
−15. 𝑉2 − 10. 𝑉3 = −576
𝑉2 − 𝑉3 = 32 𝑉
𝑉2 = 32 + 𝑉3
Isolando V3:
−25. 𝑉3 = 96
96
𝑉3 = = 3,84 𝑉
25
13
Substituindo V3 em uma das equações anteriores:
𝑉2 − 3,84 = 32 𝑉
𝑉2 = 32 + 3,84
𝑉2 = 35,84 𝑉
14
O método das correntes de malha segue os seguintes passos:
15
Assim como na análise nodal, a polaridade das tensões em todos os
elementos passivos será determinada pelo sentido das correntes adotadas.
Sendo que, para um elemento passivo, a corrente sempre irá entrar pelo terminal
positivo e sair pelo terminal negativo. Quando o circuito possui elementos que
pertencem a mais de uma malha, a tensão que surge nos terminais do resistor
pode ser considerada de duas formas: a primeira delas considera que a
polaridade da tensão que surge nos terminais do resistor possui uma polaridade
diferente em cada malha. A segunda forma é escolher uma polaridade da tensão
e mantê-la para a análise de todas as malhas. Nos exemplos será considerado
o primeiro caso.
Na Figura 11, a corrente i1 induziu na malha 1 as polaridades conforme
indicadas na figura 8(a), enquanto a corrente i2 induziu na malha 2 as polaridades
conforme indicadas na figura 8(b).
∑ 𝑉𝑛 = 0
−15 + 𝑉1 + 𝑉2 + 10 = 0
𝑉1 + 𝑉2 = 5
16
Entretanto, pela lei de Ohm, temos que:
𝑉1 = 5. 𝑖1
Para V2, observe que a corrente real que flui pelo resistor de 10 Ω será
uma composição entre as correntes fictícias i1 e i2. A corrente i1 está de acordo
com a polarização indicada, sendo representada com sinal positivo, enquanto a
corrente i2 está no sentido oposto, sendo indicada com um sinal negativo. A
tensão V2 será dada da seguinte forma:
𝑉2 = 10. (𝑖1 − 𝑖2 )
15. 𝑖1 − 10. 𝑖2 = 5
−10 + 𝑉2 + 𝑉3 + 𝑉4 = 0
𝑉2 + 𝑉3 + 𝑉4 = 10
𝑉2 = 10. (𝑖2 − 𝑖1 )
𝑉3 = 6. 𝑖2
𝑉4 = 4. 𝑖2
10. (𝑖2 − 𝑖1 ) + 6. 𝑖2 + 4. 𝑖2 = 10
17
−10. 𝑖1+ 20. 𝑖2 = 10
15. 𝑖1 − 10. 𝑖2 = 5
{
−10. 𝑖1 + 20. 𝑖2 = 10
15. 𝑖1 − 10. 𝑖2 = 5
{
−15. 𝑖1 + 30. 𝑖2 = 15
0. 𝑖1 + 20. 𝑖2 = 20
𝑖2 = 1 𝐴
15. 𝑖1 = 5 + 10
𝑖1 = 1 𝐴
18
Figura 12 – Circuito elétrico
𝑖2 = −2 𝐴
O sinal negativo indica que o sentido adotado está oposto ao sentido real.
No segundo caso, temos uma fonte de corrente de 10 A que está sendo
compartilhada entre as malhas 3 e 4. Este é um caso especial da análise de
malha chamado de supermalha.
Para resolver esse circuito, devemos equacionar todas as fontes
compartilhadas dele. Neste exemplo, sabemos que a corrente que irá fluir pelo
resistor de 3 Ω será, obrigatoriamente, 10 A e essa é uma composição entre as
correntes i3 e i4. A corrente i4 está no mesmo sentido da corrente real e por isso
terá sinal positivo, já a corrente i3 está no sentido oposto e assim, sinal negativo.
Portanto:
−𝑖3 + 𝑖4 = 10
19
Em seguida deve-se remover as fontes de corrente compartilhadas e
todos os elementos associados em série com elas. Essa região será chamada
de supermalha.
−4. 𝑖1 + 14. 𝑖3 + 7. 𝑖4 = 15
20
Figura 14 – Circuito com as polaridades devido à corrente i1
17. 𝑖1 − 3. 𝑖2 − 4. 𝑖3 = 2
Substituindo 𝑖2 = −2
17. 𝑖1 − 3. (−2) − 4. 𝑖3 = 2
17. 𝑖1 − 4. 𝑖3 = −4
−𝑖3 + 𝑖4 = 10
{−4. 𝑖1 + 14. 𝑖3 + 7. 𝑖4 = 15
17. 𝑖1 − 4. 𝑖3 = −4
Portanto:
0. 𝑖1 −1. 𝑖3 + 1. 𝑖4 = 10
{−4. 𝑖1 + 14. 𝑖3 + 7. 𝑖4 = 15
17. 𝑖1 − 4. 𝑖3 + 0. 𝑖4 = −4
21
Conforme já mencionado, diversas formas de se resolver um sistema
linear como: método de Gauss-Jordan, regra de Cramer, escalonamento,
substituição, matrizes e etc.
Neste exemplo, vamos resolver pela regra de Cramer. Para isso devemos
reescrever o sistema linear em formato de matrizes:
0 −1 1 𝒊𝟏 10
|−4 14 7| . |𝒊𝟑 | = | 15 |
17 −4 0 𝒊𝟒 −4
0 −1 1
𝛥 = |−4 14 7|
17 −4 0
𝛥 = −341
𝟏𝟎 −1 1
𝛥𝑖1 = | 𝟏𝟓 14 7|
−𝟒 −4 0
𝛥𝑖1 = 304
𝛥𝑖1 304
𝑖1 = =−
∆ 341
𝑖1 = −0,89 𝐴
22
0 𝟏𝟎 1
𝛥𝑖3 = |−4 𝟏𝟓 7|
17 −𝟒 0
𝛥𝑖3 = 951
𝛥𝑖3 951
𝑖3 = =−
∆ 341
𝑖3 = −2,79 𝐴
E por fim, para calcular o coeficiente 𝛥𝑖4 basta substituir a terceira coluna
da matriz pelos termos independentes e obter o determinante:
0 −1 𝟏𝟎
𝛥𝑖4 = |−4 14 𝟏𝟓 |
17 −4 −𝟒
𝛥𝑖4 = − 2459
𝛥𝑖4 −2459
𝑖4 = =
∆ −341
𝑖4 = 7,21 𝐴
FINALIZANDO
23
Com essas duas ferramentas, podemos realizar a análise de quase todos
os circuitos elétricos lineares e, por isso, podemos considerá-las como o principal
destaque desta disciplina.
Os conceitos aqui apresentados serão necessários para diversas
disciplinas futuras que envolvam analise de circuitos. Como um circuito nunca
será igual ao outro, é importante que você continue estudando e aumentando o
seu conhecimento, não só com a aula, mas praticando os exercícios dos livros
textos.
24
REFERÊNCIAS
NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. 10. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2015.
25
ELETRICIDADE
AULA 4
2
Um circuito é equivalente quando a característica 𝑣-𝑖 é idêntica ao circuito
original. Em outras palavras, a transformação de fontes é o processo de substituir
uma fonte de tensão em série com um resistor por uma fonte de corrente em
paralelo com um resistor ou vice-versa. Na figura a seguir podemos observar
uma transformação de fontes.
𝑽𝒔
𝑽𝒔 = 𝑹. 𝑰𝒔 ou 𝑰𝒔 = 𝑹
3
análise mais simples. Entretanto, devemos considerar os seguintes pontos
quando lidamos com a transformação de fontes:
Nota-se que a seta da fonte de corrente é direcionada para o terminal
positivo da fonte de tensão. A partir das equações de tensão e corrente
mencionadas acima, nota-se que a transformação de fontes não é possível
quando 𝑹 = 𝟎, o que é o caso de uma fonte ideal de tensão. Entretanto, na
prática, as fontes de tensão são ideais (𝑹 ≠ 𝟎). De maneira similar, uma fonte de
corrente ideal, 𝑅 = ∞, não pode ser substituída por uma fonte de tensão finita.
Dado o circuito da figura 3, vamos utilizar a transformação de fontes para
simplificar o circuito e calcular a corrente 𝑖 que circula na fonte de tensão de 30
V.
V = 𝑅. 𝐼
𝑉 = 5 . 4 = 20 𝑉
4
Figura 4 – Circuito para aplicação da transformação de fontes
𝑉 20
𝐼= =
𝑅 5
𝐼 =4𝐴
5
Figura 6 – Circuito para aplicação da transformação de fontes
5 .5 25
𝑅𝑒𝑞 = =
5 + 5 10
𝑅𝑒𝑞 = 2,5 Ω
𝑉 = 𝑅 . 𝐼 = 2,5 . 4
𝑉 = 10 𝑉
6
Figura 8 – Circuito para aplicação da transformação de fontes
Neste circuito, a corrente que flui pela fonte de 20 V passa pelos terminais
do resistor de 2,5 Ω e faz com que uma tensão surja em seus terminais. Desta
forma, a corrente que circula pelo resistor pode ser calculada utilizando a LCK.
Adotando que a corrente flui no sentido anti-horário:
−30 + 𝑉𝑅 + 10 = 0
−30 + 2,5. 𝑖 + 10 = 0
2,5. 𝑖 = 20
20
𝑖= =8𝐴
2,5
7
Este teorema nos auxilia na análise de um circuito com mais de uma fonte
independente, calculando a contribuição de cada fonte independente
individualmente.
Para aplicar este princípio, devem ser levadas em consideração:
Fontes dependentes são deixadas intactas, pois elas são controladas por
variáveis do circuito.
8
Figura 10 – Circuito elétrico com a fonte de corrente substituída por um circuito
aberto
−30 + 𝑣1 + 𝑣 ′ = 0
8. 𝑖1 + 4. 𝑖1 = 30
30
𝑖1 = = 2,5 𝐴
12
𝑣 ′ = 4. 𝑖1
𝑣 ′ = 4 . 2,5 = 10 𝑉
9
Figura 11 – Circuito elétrico com a fonte de tensão substituída por um curto-
circuito
𝑖1 = 𝑖2 + 𝑖3
𝑣′′ 𝑣′′
5= +
8 4
5
𝑣 ′′ = 13,33 𝑉
0,375
𝑣 = 𝑣 ′ + 𝑣 ′′
𝑣 = 10 + 13,33
𝑣 = 23,33 𝑉
10
Figura 12 – Circuito equivalente de Thévenin
Figura 13 – Circuito elétrico com uma carga variável (a) circuito simplificado
com o equivalente de Thévenin (b)
(a) (b)
11
1. Removemos a parte que se deseja realizar o circuito de Thévenin (neste
caso, o resistor de resistência variável entre os terminais a e b);
12
Figura 14 – Circuito com o componente entre os terminais a e b removidos
𝑖1 = 𝑖2 + 𝑖3
Mas:
𝑉1 − 12
𝑖2 =
6
𝑉1 𝑉1
𝑖3 = =
6 + 4 10
𝑉1 − 12 𝑉1
2= +
6 10
𝑉1 − 12 𝑉1
2= +
6 10
5. 𝑉1 − 60 + 3. 𝑉1
2=
30
8. 𝑉1 = 120
120
𝑉1 = = 15 𝑉
8
𝑉1 − 12
𝑖2 = = 0,5 𝐴
6
𝑉1
𝑖3 = = 1,5 𝐴
10
13
Calculado o valor de 𝑖3 , temos como calcular 𝑉𝑡ℎ :
𝑉𝑡ℎ = 4. 𝑖3
𝑉𝑡ℎ = 6 𝑉
1 1 1 1 1
= + = +
𝑅𝑡ℎ 4 (6 + 6) 4 12
𝑅𝑡ℎ = 3 Ω
Desta forma, o circuito equivalente de Thévenin será dado por uma fonte
de tensão de 6 V em série com um resistor de 3 Ω. Os elementos removidos
devem ser reconectados entre os terminais a e b, resultando:
14
Por fim, a corrente 𝒊 é calculada utilizando a lei de Ohm:
6
𝑖= = 1,5 𝐴
3+1
15
Figura 19 – Circuito equivalente de Norton
16
Figura 21 – Circuito com os elementos entre a e b removidos
17
Desta forma, a resistência equivalente de Norton será dada por:
𝑅𝑁 = 3 + 2,917 + 8
𝑅𝑁 = 13,917 Ω
𝑖1 + 𝑖2 = 𝑖3 + 𝑖𝑁
Mas:
10 − 𝑉1
𝑖1 =
5
𝑖2 = 2
𝑉1
𝑖3 =
7
𝑉1 𝑉1
𝑖𝑁 = =
3 + 8 11
10 − 𝑉1 𝑉1 𝑉1
+2= +
5 7 11
0,4338. 𝑉1 = 4
18
4
𝑉1 = = 9,22 𝑉
0,4338
𝑉1
𝑖𝑁 =
11
𝑖𝑁 = 0,838 𝐴
FINALIZANDO
19
o valor da tensão das tomadas da nossa casa (127 V ou 220 V dependendo da
região) e o valor da resistência RTh possui um valor baixo devido aos materiais
utilizados nas ligações, que não são ideais. Os pontos a e b são os dois pontos
da tomada residencial e desta forma, para qualquer equipamento eletrônico que
ligarmos na tomada, a análise do circuito será de forma simples, diferentemente
caso fossemos considerar todos os elementos do circuito elétrico complexo
desde a usina hidroelétrica até a nossa residência.
20
REFERÊNCIAS
NILSSON J.W.; RIEDEL, S.A. Circuitos elétricos. 10. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2015.
21
ELETRICIDADE
AULA 5
TEMA 1 – CAPACITORES
Enquanto os resistores dissipam energia elétrica, o capacitor é um elemento passivo
que armazena energia em seu campo elétrico. Os capacitores são elementos muito
utilizados em equipamentos eletrônicos, computadores e etc.
Figura 1 - Capacitor
𝐴
𝐶 = 𝜖.
𝑑
𝑞 = 𝐶. 𝑉
Alguns destes capacitores citados possuem polaridade fixa, ou seja, possuem um polo
positivo e outro negativo, enquanto outros modelos não possuem polaridade fixa. A
figura a seguir apresenta a simbologia utilizada para capacitores em circuitos. O primeiro
símbolo representa um capacitor não polarizado. Os demais representam capacitores
polarizados, onde o sinal positivo (+) indica o ponto de maior potencial.
https://www.youtube.com/watch?v=GpEwamRX-6M
https://www.youtube.com/watch?v=r5UrM79CmDI
http://www.eletronicadidatica.com.br/componentes/capacitor/capacitor.htm
𝑑𝑞 𝑑(𝐶. 𝑣)
=
𝑑𝑡 𝑑𝑡
3
Conforme apresentado nas primeiras aulas, temos que a corrente elétrica é variação da
carga em relação tempo, ou seja:
𝑑𝑞
𝑖=
𝑑𝑡
𝑑𝑞
Substituindo por i na primeira equação e retirando a constante C da derivada, teremos
𝑑𝑡
que a relação corrente-tensão para um capacitor será dada por:
𝑑𝑣
𝑖 = 𝐶.
𝑑𝑡
Para obtermos a relação tensão-corrente, vamos reescrever esta equação da seguinte
forma:
1
𝑑𝑣 = . 𝑖. 𝑑𝑡
𝐶
Integrando ambos os lados da igualdade:
𝑡
1
𝑣= ∫ 𝑖 𝑑𝑡
𝐶
−∞
E portanto:
𝑡
1
𝑣 = ∫ 𝑖. 𝑑𝑡 + 𝑣(𝑡0)
𝐶
𝑡0
𝑞 = 𝐶. 𝑣 = 10. 10−9 . 50
𝑞 = 500 𝑝𝐶
A energia armazenada será:
1 10. 10−9 . (50)2
𝜔 = 𝐶 𝑣² =
2 2
4
𝜔 = 12,5 𝜇𝐽
Neste segundo exemplo vamos considerando um capacitor de 10 µF conectado a uma
fonte de tensão alternada 𝑣(𝑡) = 50.𝑆𝑒𝑛(2000.𝑡) V. Para determinarmos a função da
corrente que circulará no capacitor, basta aplicar as equações:
𝑖 = 1. 𝐶𝑜𝑠(2000𝑡) 𝐴
1.3 Associação de capacitores
Assim como os resistores, os capacitores podem ser associados em série ou em
paralelo, de forma que podemos substituir um conjunto de capacitores por um único
equivalente.
1 1 1 1
= + + ⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶𝑛
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + ⋯ + 𝐶𝑛
5
TEMA 2 – INDUTORES
Os indutores também são elementos passivos que armazenam energia elétrica em seu
campo magnético. Estes componentes são amplamente utilizados em circuitos elétricos,
eletrônicos, sistemas de potência, fontes, transformadores, motores e etc.
Um indutor está ilustrado na figura a seguir, onde temos uma bobina de um fio condutor
com N voltas. Este fio está enrolado em material com núcleo magnético de comprimento
l e seção transversal A.
6
Conforme já mencionado, o indutor é projetado para armazenar energia em seu campo
magnético. Esta energia pode ser calculada através da integral da potência do indutor
no tempo. Desta forma temos que:
𝑡 𝑡 𝑡 𝑡
𝑑𝑖 𝑑𝑡
𝜔 = ∫ 𝑝. 𝑑𝑡 = ∫ 𝐿. ( ) . 𝑖 𝑑𝑡 = 𝐿 ∫ 𝑖. . 𝑑𝑖 = 𝐿 ∫ 𝑖. 𝑑𝑖
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑡0 𝑡0 𝑡0 𝑡0
1 𝑑𝑣
𝜔 = . 𝐿. 𝑖 2 .
2 𝑉𝑆 − 𝑣
Considerando que o indutor estava inicialmente carregado, esta equação pode ser
simplificada:
1
𝜔 = . 𝐶. 𝑣²
2
Considerando que uma corrente 𝑖 = 10 𝑡 𝑒 −5𝑡 flui através de indutor de 0,1 H, podemos
determinar a energia armazenada utilizando a equação anterior.
Primeiramente precisamos determinar a tensão no indutor:
𝑑𝑖
𝑣 = 𝐿.
𝑑𝑡
A derivada da corrente será:
𝑑𝑖
= 10 . 𝑒 −5𝑡 + 𝑡(−5). 𝑒 −5𝑡 = 10. 𝑒 −5𝑡 − 5. 𝑡. 𝑒 −5𝑡
𝑑𝑡
Substituindo:
𝑑𝑖
𝑣 = 10 → 𝑣 = 𝑒 −5𝑡 − 0,5. 𝑡 𝑒 −5𝑡 𝑉
𝑑𝑡
Por fim, a energia armazenada será:
1 1
𝜔 = . 𝐿. 𝑖 2 = . (0,1). (10 𝑡 𝑒 −5𝑡 )²
2 2
𝜔 = 5. 𝑡 2 . 𝑒 −10𝑡 𝐽
2.2 Associação de indutores
Assim como os resistores e capacitores, podemos substituir um circuito composto por
indutores associados em série ou paralelo por um único indutor equivalente.
𝐿𝑒𝑞 = 𝐿1 + 𝐿2 + ⋯ + 𝐿𝑛
7
A obtenção do valor da indutância equivalente de um circuito com indutores em paralelo
é similar ao cálculo da equivalência de resistores em paralelo ou capacitores em série.
Neste caso, o inverso da indutância equivalente será igual a somatória dos inversos de
cada um dos elementos em paralelo.
1 1 1 1
= + + ⋯+
𝐿𝑒𝑞 𝐿1 𝐿2 𝐿𝑛
Como os capacitores armazenam energia em seu campo elétrico, quando eles são
utilizados em circuitos temos dois casos a observar. O primeiro é quando o capacitor
está inicialmente carregado e a alimentação do circuito será proveniente desta carga
armazenada, este caso é chamado de resposta natural. O segundo caso ocorre quando
o capacitor está inicialmente descarregado e a energia do circuito é proveniente de uma
fonte externa, realizando a carga deste capacitor, este caso é chamado de resposta
forçada.
8
Figura 7: Circuito RC sem fonte
A figura a seguir ilustra a resposta natural de um circuito RC, onde podemos observar
que para o instante de tempo t < 0 segundos, a condição inicial é obedecida, após este
instante a tensão decaíra. A velocidade com que a tensão diminui está expressa em
termos da constante de tempo do circuito (𝜏).
9
Figura 8: Resposta natural de um circuito RC
𝒗(𝒕) = 𝑽𝟎 𝒆−𝒕⁄𝑹𝑪
A constante de tempo, representada pela letra grega tau (𝜏), representa o tempo
necessário para que a resposta desse circuito decaia 36,8% do seu valor inicial e, ou
por um fator de 1/e.
1
𝑣(𝑡=𝜏) = 0,368. 𝑉0 = . 𝑉 = 𝑒 −1 . 𝑉0
𝑒 0
Se substituirmos na equação anterior:
𝑒 −1 . 𝑉0 = 𝑉0 . 𝑒−𝜏⁄𝑅𝐶
Portanto, para o circuito RC tempo que:
𝜏 = 𝑅. 𝐶
Podemos reescrever a equação da tensão para o circuito RC sem:
𝑣(𝑡) = 𝑉0 . 𝑒 −𝑡⁄𝜏
Analisando a razão entre a tensão do capacitor em diferentes instantes de tempo e a
tensão inicial, obteremos a seguinte tabela:
𝒗(𝒕)
𝒕
𝑽𝟎
𝜏 0,36788
2𝜏 0,13534
3𝜏 0,04979
4𝜏 0,01832
5𝜏 0,00674
A partir desta tabela é possível observar que para no instante de tempo 5𝜏 (cinco
constantes de tempo), a tensão será menor do que 1% do valor da tensão inicial. Desta
forma, podemos dizer que o capacitor está completamente descarregado após o período
de tempo maior ou igual a cinco constantes de tempo (5𝜏).
10
Na figura a abaixo estão se ilustradas as tensões de circuitos RC com constantes de
tempo diferentes.
Quando a chave for fechada, a fonte de tensão contínua será subitamente ligada ao
circuito. Esta condição pode ser modelada por uma função degrau. Na figura a seguir
encontra-se ilustrada uma função degrau para uma fonte de tensão ou corrente, as quais
partem de zero ao valor máximo em 𝑡 = 0.
11
Figura 11: Função degrau
Desta forma:
𝑡
1
𝑉𝑆 = 𝑅. 𝑖(𝑡) + ∫ 𝑖. 𝑑𝑡 + 𝑣(𝑡0)
𝐶
𝑡0
A resolução completa desta equação pode ser verificada nos livros da bibliografia
básica, onde chegou-se que:
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑆 + (𝑉0 − 𝑉𝑆 ). 𝑒 −𝑡⁄𝑅𝐶
Portanto, para qualquer instante de tempo menor do que zero (chave aberta), a tensão
do capacitor será igual a sua carga inicial V0.
𝑣(𝑡) = 𝑉0
E para qualquer instante de tempo maior do que zero (chave fechada), a tensão do
capacitor será dada por
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑆 + (𝑉0 − 𝑉𝑆 ). 𝑒 −𝑡⁄𝑅𝐶 ,
Esta é conhecida como resposta completa de um circuito RC a uma função degrau. A
figura a seguir apresenta esta resposta para um circuito com um capacitor inicialmente
carregado.
Figura 12: Resposta completa do circuito RC com um capacitor inicialmente
carregado
12
Considerando que o capacitor deste circuito está inicialmente descarregado, ou seja,
𝑉0 = 0, logo temos que para qualquer instante de tempo menor do que zero:
𝑣(𝑡) = 0
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑆 . (1 − 𝑒 −𝑡⁄𝑅𝐶 ),
A partir deste gráfico, podemos observar que conforme o capacitor está carregando, a
tensão sobre o resistor diminui exponencialmente, até que após cinco constantes de
tempo, o capacitor atinge a tensão máxima e tensão no resistor é nula.
13
Onde 𝑣𝑓 é a resposta forçada do circuito, pois ela ocorre devido a uma força externa ao
circuito, proveniente de uma fonte de tensão ou corrente. Ela representa a condição
forçada que o circuito deve assumir devido a uma excitação da entrada. A resposta
forçada também é conhecida como regime permanente, pois o circuito tende a
permanecer no mesmo estado após ter sido excitado.
Por outro lado, 𝑣𝑛 é a resposta natural do circuito, conforme visto anteriormente, parte
desta resposta decairá para quase zero após o cinco constantes de tempo. Esta
resposta também é chamada de transitória, devido a ser uma resposta que irá acabar
com ao tempo.
14
Figura 13: Circuito RL sem fonte
𝒊(𝒕) = 𝑰𝟎 . 𝒆−𝒕𝑹⁄𝑳
15
Observa-se que a condição inicial é obedecida para o instante de tempo t < 0, e que em
seguida, ocorre a diminuição da corrente de acordo com a constante de tempo do
circuito.
O circuito da figura a seguir representa esta conexão súbita de uma fonte de tensão por
meio de uma chave que pode abrir ou fechar o circuito. A tensão da fonte é constante e
possui um valor de 𝑉𝑆 . A tensão 𝑣 nos terminais do capacitor é o que desejamos estudar
e a tensão inicial do capacitor é 𝑣(0) = 𝑉0 .
Figura 16: Circuito RL com fonte
16
Assim como para capacitores, ao invés de trabalharmos com equações diferenciais,
podemos utilizar a equação geral para determinar a corrente deste indutor. Esta corrente
será composta pela somatória da resposta forçada e resposta natural.
𝑖 = 𝑖𝑛 + 𝑖𝑓
Resultando em:
𝑽𝑺 𝑽𝑺
𝒊= + (𝑰𝟎 − ) 𝒆−𝒕⁄𝝉
𝑹 𝑹
A figura abaixo apresenta a corrente para este circuito RL, considerando o indutor
inicialmente carregado (a), onde observamos que a energia armazenada foi sendo
liberada até que a corrente estabilizou após cinco constantes de tempo. Para o indutor
inicialmente descarregado (b), o indutor acumulou energia até que atingiu a corrente
máxima após cinco constantes de tempo.
Figura 17: Corrente para um circuito RL com o indutor inicialmente carregado (a) e
corrente para um circuito RL com o indutor inicialmente descarregado (b).
(a) (b)
Em que 𝑖(0) é a corrente inicial do indutor, 𝑣(∞) é a corrente do indutor após cinco
constantes de tempo, 𝑣(0) é a tensão inicial do indutor e 𝑣(∞) é a tensão do indutor
após cinco constantes de tempo.
17
TEMA 5 – CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM (RLC)
Agora que entendemos o funcionamento dos circuitos com dois elementos passivos, RC
e RL, vamos estudar os circuitos com três elementos passivos, sendo eles: resistores,
indutores e capacitores, também chamado de circuito RLC. Estes elementos podem ser
conectados em série ou em paralelo, os dois casos serão apresentados a seguir.
𝑖(0) = 𝐼0
Ao aplicar a LTK na malha, teremos:
𝑡
𝑑𝑖 1
𝑅 . 𝑖 + 𝐿. + ∫ 𝑖. 𝑑𝑡 = 0
𝑑𝑡 𝐶
−∞
Com o intuito de eliminar a integral da equação, iremos derivar está equação, resultando
em:
𝑑2 𝑖 𝑅 𝑑𝑖 𝑖
2
+ + =0
𝑑𝑡 𝐿 𝑑𝑡 𝐿. 𝐶
Portanto, o comportamento do circuito RLC série sem fonte pode ser expresso por essa
equação diferencial de segunda ordem, visto que há uma segunda derivada. Para
resolver esta equação é necessário ter as condições iniciais do circuito, como o valor da
corrente inicial e a sua derivada ou então, o valor da sua tensão inicial e a sua derivada.
𝑅 1
𝑆² + 𝑆+ =0
𝐿 𝐿. 𝐶
18
Esta é uma equação quadrática e possui duas soluções, indicadas como S1 e S2. Para
resolve-a basta aplicar a fórmula de Bháskara. As raízes serão dadas por:
𝑅 𝑅 2 1
𝑆1 = − √
+ ( ) −
2. 𝐿 2. 𝑙 𝐿. 𝐶
𝑅 𝑅 2 1
𝑆2 = − − √( ) −
2. 𝐿 2. 𝑙 𝐿. 𝐶
Podemos apresentar estas equações de forma mais simples, sendo:
𝑆1 = −𝛼 + √𝛼² − 𝜔0 ²
𝑆2 = −𝛼 − √𝛼² − 𝜔0 ²
Onde,
𝑅
𝛼=
2. 𝐿
1
𝜔0 =
√𝐿. 𝐶
As raízes 𝑆1 e 𝑆2 são chamadas de frequências naturais, medidas em Nepers por
segundo pois elas estão associadas com a resposta natural do circuito. A variável 𝜔0 é
chamada de frequência de ressonância ou estritamente de frequência natural não-
amortecida, expressa em radianos por segundo (𝑟𝑎𝑑/𝑠). A variável 𝛼 é a frequência
neperiana ou fator de amortecimento, expresso em nepers por segundo.
𝑖(𝑡) = 𝐴1 . 𝑒 𝑆1 𝑡 + 𝐴2 . 𝑒 𝑆2 𝑡
A partir das raízes da equação característica, podemos obter três tipos de soluções:
19
𝑖(𝑡) = 𝐴1 . 𝑒 𝑆1 𝑡 + 𝐴2 . 𝑒 𝑆2 𝑡
A qual decai e se aproxima de zero com o aumento de 𝑡.
2. Se α = ω0 , a resposta será criticamente amortecido.
Quando α = ω0 , a solução terá raízes reais e iguais, isso ocorre quando:
4. 𝐿
𝐶=
𝑅2
Para este caso, a solução será:
𝑖(𝑡) = 𝐴1 . 𝑒 −𝛼𝑡 + 𝐴2 . 𝑡. 𝑒 −𝛼𝑡
Ou então,
𝑖(𝑡) = (𝐴1 + 𝐴2 . 𝑡). 𝑒 −𝛼𝑡
𝑆1 = −𝛼 + √−(𝜔02 − 𝛼 2 ) = −𝛼 + 𝑗𝜔𝑑
𝑆2 = −𝛼 − √−(𝜔02 − 𝛼 2 ) = −𝛼 − 𝑗𝜔𝑑
Em que
𝑗 = √−1
𝜔𝑑 = √𝜔0 ² − 𝛼²
20
Figura 19: Respostas superamortecida, criticamente amortecida e subamortecedia
5.2 Paralelo
A figura a seguir ilustra um o circuito RLC paralelo. Assim como o circuito anterior, a
excitação dos elementos se dará pela energia inicialmente armazenada no capacitor
(𝑉0 ) e no indutor (𝐼0 ).
𝑣(0) = 𝑉0
Como os três elementos estão em paralelo, eles possuem a mesma tensão 𝑣. Se
aplicarmos a LCK ao nó superior, teremos:
𝑡
𝑣 1 𝑑𝑣
+ ∫ 𝑣 𝑑𝑡 + 𝐶. =0
𝑅 𝐿 𝑑𝑡
−∞
A partir desta equação diferencial de segunda ordem, vamos obter a seguinte equação
característica:
1 1
𝑆2 + .𝑆 + =0
𝑅. 𝐶 𝐿. 𝐶
21
As raízes da equação característica serão:
2
1 1 1
𝑆1 = − √
+ ( ) −
2. 𝑅. 𝐶 2. 𝑅. 𝐶 𝐿. 𝐶
2
1 1 1
𝑆2 = − − √( ) −
2. 𝑅. 𝐶 2. 𝑅. 𝐶 𝐿. 𝐶
Podemos simplificar estas equações da seguinte forma:
𝑆1 = −𝛼 + √𝛼 2 − 𝜔02
𝑆2 = −𝛼 − √𝛼² − 𝜔0 ²
Sendo:
1
𝛼=
2. 𝑅. 𝐶
1
𝜔0 =
√𝐿. 𝐶
Os nomes dos termos 𝛼 e 𝝎𝟎 são os mesmos que foram apresentados para o circuito
RLC série, frequência neperiana ou fator de amortecimento e frequência de ressonância
ou estritamente de frequência natural não-amortecida, respectivamente.,
22
𝑆1 = −𝛼 + √−(𝜔02 − 𝛼 2 ) = −𝛼 + 𝑗𝜔𝑑
𝑆2 = −𝛼 − √−(𝜔02 − 𝛼 2 ) = −𝛼 − 𝑗𝜔𝑑
Figura 21: Circuito RLC série (a) e paralelo (b) com fonte
(a) (b)
Assim como para os circuitos RC e RL, as respostas ao degrau para o circuito RLC série
e paralelo, serão respectivamente:
Onde a resposta forçada do circuito RLC série é o regime permanente, ou valor final de
𝑣(𝑡). No circuito da figura anterior, o valor da tensão final do capacitor será o valor da
fonte 𝑉𝑆 , logo:
𝑣𝑓 (𝑡) = 𝑣(∞) = 𝑉𝑆
Entretanto, para o circuito RLC paralelo, o valor final da corrente será a corrente total
sobre o indutor, IS, logo:
𝑖𝑓 (𝑡) = 𝑖(∞) = 𝐼𝑆
23
FINALIZANDO
Nesta aula, foram apresentados dois novos componentes que são largamente
utilizados no nosso dia-a-dia, os capacitores e os indutores. Além disso, vimos
como realizar associações destes componentes e também foram apresentados
circuitos que utilizam mais de um componente (RC e RL) e os circuitos que
utilizam três componentes (RLC) ligados em série e em paralelo.
É muito importante que você não fique com dúvidas a respeito deste assunto.
Continue estudando e aumentando o seu conhecimento não só com esta aula,
mas praticando exercícios do livro texto.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M, N. O. Fundamentos de circuitos elétricos.
5ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
24
ELETRICIDADE
AULA 6
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔. 𝑡 + 𝜙)
Sendo 𝑉𝑚 a amplitude da senóide, 𝜔 a frequência angular em radianos por segundo
(𝑟𝑎𝑑/𝑠), 𝜙 o ângulo de fase e (𝜔. 𝑡 + ∅) é o argumento da senóide.
Pode-se observar que a função 𝑣2 (𝑡) inicia o seu ciclo antes da função 𝑣1 (𝑡), portanto
podemos dizer que a função 𝑣2 (𝑡) está adiantada em relação a 𝑣1 (𝑡) ou que, 𝑣1 (𝑡)
está atrasado em relação a 𝑣2 (𝑡). Caso o valor 𝜙 ≠ 0, dizemos que 𝑣1 e 𝑣2 estão fora
de fase e se 𝜙 = 0, dizemos que 𝑣1 e 𝑣2 estão em fase e isto significa que elas
possuem os valores máximos, mínimos e nulos nos mesmos instantes de tempo.
Diferentes senóides podem estar em fase sem necessariamente possuírem a mesma
amplitude.
3
Conforme já mencionado, uma senóide pode ser expressa utilizando uma função seno
ou cosseno. Quando comparamos duas senóides é preciso que a amplitude em
amabas as equações sejam positivas. Para isso, basta utilizar as seguintes
identidades trigonométricas:
𝑆𝑒𝑛(𝐴 ± 𝐵) = 𝑆𝑒𝑛(𝐴) 𝐶𝑜𝑠(𝐵) ± 𝑆𝑒𝑛(𝐵) 𝐶𝑜𝑠(𝐴)
𝐶𝑜𝑠(𝐴 ± 𝐵) = 𝐶𝑜𝑠(𝐴) 𝐶𝑜𝑠(𝐵) ∓ 𝑆𝑒𝑛(𝐴) 𝑆𝑒𝑛(𝐴)
Com estas identidades trigonométricas, podemos comprovar que:
𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 ± 180°) = −𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 ± 180°) = −𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡)
𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 90°) = 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡)
𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 90°) = −𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡)
𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 90°) = −𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 − 90°) = 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡)
Desta forma, com estas identidades, podemos transformar uma função seno em uma
função cosseno subtraindo 90°.
s𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙) = cos(𝜔𝑡 + 𝜙 − 90°)
Outra característica importante de uma tensão ou corrente senoidal é o seu valor
eficaz ou RMS (root mean square). O valor eficaz para uma periódica senoidal é obtido
através da equação abaixo:
1 𝑡0 +𝑇 2
𝑉𝑅𝑀𝑆 =√ ∫ 𝑉𝑚 . 𝑠𝑒𝑛2 (𝜔𝑡 + 𝜙). 𝑑𝑡
𝑇 𝑡0
1.2 Fasores
Um fasor é um número complexo que representa as informações de amplitude e
ângulo de fase de uma função senoidal. A utilização da representação fasorial irá nos
possibilitar realizar de uma forma mais fácil a análise de circuitos lineares com fontes
senoidais.
O conceito de fasor é baseado na identidade de Euler, que relaciona a função
trigonométrica com a função exponencial:
𝑒 ±𝑗𝜙 = 𝐶𝑜𝑠(𝜙) ± 𝑗 𝑆𝑒𝑛(𝜙)
Em que podemos afirmar:
𝐶𝑜𝑠(𝜙) = 𝑅𝑒(𝑒 𝑗𝜙 )
𝑆𝑒𝑛(𝜙) = 𝐼𝑚(𝑒 𝑗𝜙 )
Em que 𝑅𝑒 e 𝐼𝑚 significam a parte real e a parte imaginária do fasor, respectivamente.
4
Para obter uma representação fasorial de uma senoide, está deve estar expressa
utilizando a função cosseno, de modo que ela possa ser escrita como a parte real de
um número complexo.
Considere uma fonte de tensão expressa através da seguinte função no domínio do
tempo:
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)
Aplicando a identidade de Euler podemos reescreve-la da seguinte forma:
𝑣(𝑡) = 𝑅𝑒(𝑉𝑚 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜙) ) = 𝑅𝑒(𝑉𝑚 𝑒 𝑗𝜙 . 𝑒 𝑗𝜔𝑡 )
5
Em que z é um número complexo e j é a unidade imaginária, sendo 𝑗 = √−1. Os
termos x e y são chamados de parte real e parte imaginária, respectivamente.
Vale ressaltar que em matemática é utilizado a letra i para representar os números
imaginários, porém, em engenharia a letra i é designada à correntes elétricas, por isso
iremos representar números complexos utilizando a letra j.
𝑟 = √𝑥 2 + 𝑦 2
𝑦
𝜙 = 𝑡𝑔−1 ( )
𝑥
E um número complexo na forma polar pode ser escrito na forma retangular usando:
𝑥 = 𝑟. cos(𝜙)
𝑦 = 𝑟. sen(𝜙)
6
Ou seja:
𝑧 = 𝑥 + 𝑗𝑦 = 𝑟. cos(𝜙) + 𝑗 𝑟. sen(𝜙)
Dado o número complexo 𝑧 = 3 + 𝑗4, vamos obter a sua representação na forma polar:
𝑟 = √32 + 42 = 5
4
𝜙 = 𝑡𝑔−1 ( ) = 53,13°
3
Portanto,
𝑧 = 3 + 𝑗4 = 5∠53,13°
Agora dado o número 𝑧 = 10∠126,87°, vamo encontrar a sua forma retangular:
𝑧 = 10. cos(𝜙126,87°) + 𝑗10. sen(126,87°)
𝑧 = −6 − 𝑗8
As operações matemáticas de adição e subtração de números complexos, torna-se
mais fácil utilizando a forma retangular. Considere os dois números complexos abaixo:
𝑧1 = 𝑥1 + 𝑗𝑦1 = 𝑟1 ∠𝜙1
𝑧2 = 𝑥2 + 𝑗𝑦2 = 𝑟2 ∠𝜙2
A soma entre eles será dada por:
𝑧1 + 𝑧2 = (𝑥1 + 𝑥2 ) + 𝑗(𝑦1 + 𝑦2 )
Enquanto a subtração será dada por:
𝑧1 − 𝑧2 = (𝑥1 − 𝑥2 ) + 𝑗(𝑦1 − 𝑦2 )
Entretanto, as operações de multiplicação e divisão pode ser realizada mais facilmente
na forma polar.
Para a multiplicação devemos realizar:
𝑧1 . 𝑧2 = 𝑟1 . 𝑟2 ∠(𝜙1 + 𝜙2 )
Utilizando a forma retangular, basta aplicar a propriedade distributiva da multiplicação
e lembrar que 𝑗 2 = −1:
𝑧1 . 𝑧2 = 𝑥1 . 𝑥2 + 𝑗. 𝑥1 . 𝑦2 + 𝑗. 𝑦1 . 𝑥2 + 𝑗 2 . 𝑦1 . 𝑦2
𝑧1 . 𝑧2 = (𝑥1 . 𝑥2 − 𝑦1 . 𝑦2 ) + 𝑗( 𝑥1 . 𝑦2 + 𝑦1 . 𝑥2 )
E por fim, para a divisão:
𝑧1 𝑧1
= ∠(𝜙1 − 𝜙2 )
𝑧2 𝑧2
A tabela a seguir apresenta outras operações matemáticas:
Tabela 1 - Operações matemáticas com fasores
1 1
Recíproco = ∠(−𝜙)
z1 𝑟
𝜙
Raiz quadrada √𝑧 = √𝑟 ∠ ( )
2
7
TEMA 3 – IMPEDÂNCIAS E ADMITÂNCIAS
Agora que vimos como representar a tensão e corrente no domínio da frequência ou
domínio fasorial, precisamos aprender como aplicar estes conceitos nos elementos
passivos. Para isso, precisamos transformar as relações corrente-tensão do domínio
do tempo para domínio fasorial de cada um destes elementos.
3.1 Resistores
Primeiramente considere um resistor alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a
qual faz circular uma corrente no resistor 𝑖𝑅 (𝑡) = 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙). Pela Lei de Ohm, a
tensão que surge nos seus terminais será:
𝑣𝑅 = 𝑅𝑖𝑅 = 𝑅 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)
A forma fasorial desta tensão é:
𝑉𝑅 = 𝑅 𝐼𝑚 ∠𝜙
Como a representação fasorial da corrente é:
𝐼𝑅 = 𝐼𝑚 ∠𝜙
Então:
𝑉𝑅 = 𝑅 𝐼𝑅
Analisando a última equação, percebemos que a relação fasorial entre o fasor da
tensão e o fasor da corrente continua sendo a Lei de Ohm e na figura a seguir
encontram-se ilustrados os casos com a tensão e corrente no domínio do tempo (a) e
os fasores da corrente e da tensão no resistor (b).
Figura 5 – Relação corrente-tensão para um circuito no domínio do tempo (a) e
fasorial (b)
(a) (b)
Quando um resistor é alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a corrente que irá
fluir através dele também será senoidal. Para circuitos puramente resistivos, as formas
de onda estarão em fase, ou seja, as duas terão picos de máximo, mínimo e nulos nos
mesmos instantes de tempo, conforme apresentado na figura abaixo.
Figura 6 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito resistivo
8
O diagrama de fasorial para este circuito está apresentado na figura abaixo. Como a
as duas formas de onda estão em fase, os fasores são sobrepostos, representado que
não há defasagem entre eles.
3.2 Indutores
Quando um indutor é alimentado por uma fonte senoidal, o comportamento entre os
fasores da tensão e da corrente são diferentes do caso do resistor. Considere um
indutor alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a qual faz circular uma corrente
no indutor da seguinte forma:
𝑖𝐿 = 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)
Nós sabemos que a tensão nos terminais de um indutor é obtida da seguinte forma:
𝑑𝑖𝐿 𝑑
𝑣𝐿 = 𝐿 = 𝐿 [𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)]
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑣𝐿 = −𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡𝜙)
Porém, pelas identidades trigonométricas, vimos que:
−𝑆𝑒𝑛(𝐴) = 𝐶𝑜𝑠(𝐴 + 90°)
Desta forma, podemos escrever a tensão nos terminais do indutor da seguinte forma:
𝑣𝐿 = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙 + 90°)
Transformando do domínio do tempo para o domínio fasorial:
𝑉𝐿̇ = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝑒 𝑗(𝜙+90°) = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 𝑒 𝑗𝜙 𝑒 𝑗90° = 𝜔 𝐿 𝐼𝑚 ∠(𝜙𝑒 𝑗90° )
A partir da identidade de Euler, 𝑒 𝑗90° = 𝑗. Além disso, sabe-se que 𝐼𝑚 ∠𝜙 = 𝐼𝐿̇ . Desta
forma, finalmente teremos:
𝑉𝐿̇ = 𝑗. 𝜔. 𝐿. 𝐼𝐿̇
9
Analisando a equação anterior, podemos concluir que a amplitude da tensão no
indutor é de 𝜔. 𝐿. 𝐼𝑚 e a fase é de 𝜙 + 90°. Desta forma, podemos concluir que quando
uma fonte senoidal alimenta um indutor, uma corrente senoidal defasada de 90° da
tensão circulará no indutor, conforme a figura a seguir:
Figura 6 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito indutivo
3.3 Capacitores
Quando um capacitor é alimentado por uma fonte senoidal, o comportamento entre os
fasores da tensão e da corrente são diferentes do caso do resistor e do indutor.
Considere um capacitor alimentado por uma fonte de tensão senoidal
𝑣𝐶 = 𝑉𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙), a qual faz circular uma corrente no capacitor da seguinte forma:
𝑑𝑣𝐶 𝑑
𝑖𝐶 = 𝐶 = 𝐶 (𝑉𝑚 𝐶𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙))
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑖𝐶 = −𝜔 𝐶 𝑉𝑚 𝑆𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙)
Utilizando o desenvolvimento realizado com um indutor ligado a uma fonte de tensão
senoidal, de forma análoga podemos analisar a situação de um capacitor ligado a uma
fonte de tensão senoidal, e o fasor da corrente será o seguinte:
𝐼𝐶̇ = 𝑗. 𝜔. 𝐶. 𝑉𝐶̇
Desta forma:
10
𝐼𝐶̇
𝑉𝐶̇ =
𝑗. 𝜔. 𝐶
Analisando esta equação, podemos concluir que a amplitude da tensão no capacitor é
1
de 𝑗.𝜔.𝐶 . 𝐼𝑚 e a fase é de 𝜙 − 90°. Desta forma, nota-se que quando uma fonte senoidal
alimenta um capacitor, uma corrente senoidal defasada de 90° da tensão circulará no
capacitor, conforme a figura a seguir:
Desta forma, o diagrama fasorial de um capacitor alimentado por uma fonte senoidal
também se encontra ilustrado na figura a seguir. No diagrama fasorial ilustrado na
figura a seguir, nota-se que os fasores estão a 90° um do outro, em que pelo sentido
positivo no sentido anti-horário da frequência angular, o fasor da tensão está atrasado
do da corrente (ou a corrente está adiantada da tensão).
Agora que já sabemos a relação fasorial das tensões e correntes com os três
elementos passivos (resistores, capacitores e indutores), estas relações podem ser
reescritas em termos da razão entre a tensão fasorial pela corrente fasorial, mais
conhecida por impedância.
Em outras palavras, a impedância (𝑍) de um circuito é a razão da tensão fasorial 𝑉̇
pela corrente fasorial 𝐼 ,̇ medida em Ohms (Ω).
𝑽̇
𝑍=
𝑰̇
Semelhante à Lei de Ohm, podemos reescrever esta equação da seguinte forma:
𝑉̇ = 𝑍. 𝐼 ̇
11
A impedância representa a oposição do circuito ao fluxo de corrente senoidal. Apesar
da impedância ser a razão entre dois fasores, ela não é um fasor, pois não
corresponde a uma grandeza senoidal variante no tempo. A simbologia utilizada para
representação de uma impedância encontra-se ilustrada na figura a seguir.
𝑉𝑅
=𝑍=𝑅
𝐼𝑅
𝑉𝐿
= 𝑍 = 𝑗𝜔𝐿
𝐼𝐿
𝑉𝐶 1
=𝑍=
𝐼𝐶 𝑗𝜔𝐶
Um fato muito importante deve ser levado em consideração quando falamos sobre
impedâncias, pois é possível observar que as impedâncias de capacitores e indutores
são função da frequência do sinal senoidal que está aplicado sobre eles. Pelas
equações anteriores, nota-se que a impedância de um indutor é diretamente
proporcional à frequência do sinal, enquanto a impedância de um capacitor é
inversamente proporcional à frequência do sinal.
Em resumo, uma análise destas equações nos permite concluir que nos casos
extremos das frequências, teremos:
Para uma frequência nula (𝜔 = 0), ou seja, quando a fonte de alimentação é
contínua (não é alternada), a impedância do indutor é nula (curto circuito) e a
impedância do capacitor é infinita (circuito aberto);
Para frequências elevadas (𝜔 → ∞), a impedância de um indutor é infinita
(curto circuito) enquanto que a impedância de um capacitor é nula (curto
circuito).
A impedância é uma grandeza complexa, podendo ser representada na forma
retangular da seguinte forma:
𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋
Em que, 𝑅 é a resistência e X é denominada reatância.
A reatância pode ser positiva ou negativa, sendo positiva quando o circuito possui uma
característica indutiva e sendo negativa quando o circuito possui uma característica
capacitiva. Desta forma, uma impedância 𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 é indutiva, pois a corrente estará
atrasada em relação à tensão. Por outro lado, uma impedância 𝑍 = 𝑅 − 𝑗𝑋 é
capacitiva, pois a tensão estará atrasada em relação à corrente. A impedância,
12
resistência e a reatância são todas medidas em Ohms (Ω). A impedância também
pode ser expressa na forma polar:
𝑍 = |𝑍|∠𝜃
Conforme já demonstrado, a conversão da forma polar para retangular e vice-versa é
dada por:
𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋 = |𝑍|∠𝜃
Sendo:
|𝑍| = √𝑅 2 + 𝑋²
𝑋
𝜃 = 𝑇𝑔−1 ( )
𝑅
Com isto, teremos:
𝑅 = |𝑍| 𝐶𝑜𝑠(𝜃)
𝑋 = |𝑍| 𝑆𝑒𝑛(𝜃)
Em alguns casos de circuitos é conveniente trabalharmos com o recíproco da
impedância, denominado admitância (𝑌), medida em Siemens (𝑆). A admitância de um
circuito é a relação entre o fasor corrente e o fasor tensão existentes no elemento:
1 𝐼̇
𝑌= =
𝑍 𝑉̇
Como a admitância é o recíproco da impedância, esta que por sua vez é um número
complexo, fazendo com que a admitância também seja um número complexo que
pode ser representado da seguinte forma:
𝑌 = 𝐺 + 𝑗𝐵
Em que 𝐺 é a condutância e B é denominada susceptância, ambas com unidades em
Siemens (𝑆).
A partir das equações anteriores, teremos:
1
𝐺 + 𝑗𝐵 =
𝑅 + 𝑗𝑋
1 𝑅 − 𝑗𝑋
𝐺 + 𝑗𝐵 = ×
𝑅 + 𝑗𝑋 𝑅 − 𝑗𝑋
Desta forma, chegamos às seguintes expressões:
𝑅
𝐺=
𝑅2 + 𝑋2
𝑋
𝐵=−
𝑅2 + 𝑋2
Observando a equação de G, percebe-se que ao contrário de circuitos puramente
1
resistivos, 𝐺 ≠ 𝑅, exceto quando 𝑋 = 0.
13
Considere as 𝑁 impedâncias conectadas em série ilustradas na figura abaixo. Este
circuito é alimentado por uma fonte de tensão 𝑉̇ que faz com que uma corrente elétrica
𝐼 ̇ se estabeleça no circuito, provocando as diferenças de potencial (𝑉1̇ , 𝑉2̇ , … , 𝑉𝑁̇ ) em
cada impedância do circuito (𝑍1 , 𝑍2 , … , 𝑍𝑁 ).
𝑍𝑒𝑞 = 𝑍1 + 𝑍2 + ⋯ + 𝑍𝑁
14
Este circuito também pode ser representado pela mesma fonte de tensão 𝑉̇ conectada
a uma impedância equivalente 𝑍𝑒𝑞 na qual irá consumir a mesma corrente elétrica 𝐼 .̇
𝑍1
𝐼2 = 𝐼
𝑍1 + 𝑍2
15
A forma de cálculo das transformações Δ − 𝑌 e também da transformação contrária
(Y − Δ) encontram-se na tabela abaixo.
Transformação 𝚫 − 𝐘 Transformação 𝒀 − 𝚫
𝑍1 𝑍2 𝑍𝐴 𝑍𝐵 + 𝑍𝐴 𝑍𝐶 + 𝑍𝐵 𝑍𝐶
𝑍𝐴 = 𝑍1 =
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 𝑍𝐶
𝑍1 𝑍3 𝑍𝐴 𝑍𝐵 + 𝑍𝐴 𝑍𝐶 + 𝑍𝐵 𝑍𝐶
𝑍𝐵 = 𝑍2 =
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 𝑍𝐵
𝑍2 𝑍3 𝑍𝐴 𝑍𝐵 + 𝑍𝐴 𝑍𝐶 + 𝑍𝐵 𝑍𝐶
𝑍𝐶 = 𝑍3 =
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍3 𝑍𝐴
A aplicação das leis de Kirchhoff se dará de forma similar ao visto anteriormente. A lei
de Kichhoff das as correntes (LCK) será dada pela somatória de todas as correntes
fasoriais que entram e saem de um só é igual a zero. Já a lei de kirchhoff das tensões
será a somatória de todas as tensões fasoriais de uma malha será sempre igual a
zero.
Sendo assim, a aplicação dos métodos de analise das tensões dos nós e o método de
análise das correntes de malhas será igual ao apresentando em aulas anteriores, com
a diferença de que usaremos fasores no lugar das resistências.
Considere o circuito da figura abaixo, nele temos conectado uma fonte de tensão
senoidal com o valor de 𝑣 = 20 c𝑜𝑠(4𝑡) 𝑉. Vamos determinar o valor da corrente ix
utilizando o método de análise nodal.
16
aplicando o método da tensão dos nós e por último, deve-se converter o fasor para
sua forma senoidal novamente.
𝑣 = 20 𝐶𝑜𝑠(4𝑡) ⇒ 𝑉 = 20 ∠0° 𝑉
Resistor de 10 Ω ⇒ Z1 = 10 Ω
Indutor de 1 𝐻 ⇒ Z2 = 𝑗𝜔𝐿 = 𝑗4 Ω
Para o nó 𝑉1̇ :
𝐼1 = 𝐼𝑋 + 𝐼2
Aplicando a lei de Ohm para reescrever cada uma das correntes em função das
tensões dos nós, teremos:
20∠0° − 𝑉1̇ 𝑉1̇ 𝑉1̇ − 𝑉2̇
= +
10 −𝑗. 2,5 𝑗4
Conforme demonstrado anteriormente, temos que
1 1
= −𝑗 𝑒 =𝑗
𝑗 −𝑗
Portanto,
1
. 𝑉̇ = 𝑗. 0,4. 𝑉1̇
−𝑗. 2,5 1
E
17
1
. (𝑉̇ − 𝑉2̇ ) = −𝑗. 0,25. (𝑉1̇ − 𝑉2̇ )
𝑗. 4 1
Substituindo na equação:
20 𝑉1̇
− = 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,25. (𝑉1̇ − 𝑉2̇ )
10 10
2 − 0,1. 𝑉1̇ = 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,25. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,25. 𝑉2̇
Organizando a equação:
0,1. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,4. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,25. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,25. 𝑉2̇ = 2
Colocando 𝑉1̇ e 𝑉2̇ em evidencia:
(0,1 + 𝑗0,15)𝑉1̇ + 𝑗0,25𝑉2̇ = 2
Aplicando a LCK no nó 𝑉2̇ :
𝐼2 + 𝐼3 = 𝐼4
Neste circuito temos uma fonte de corrente dependente, assim como ocorre com as
fontes de corrente independente, a corrente que flui por esse ramo será o próprio valor
da fonte, então teremos 𝐼3 = 2. 𝐼𝑋
A corrente 𝐼𝑋̇ será dada por:
𝑉1̇
𝐼𝑋̇ =
−𝑗. 2,5
Aplicando a lei de Ohm para reescrever as correntes em função das tensões dos nós e
substituindo 𝐼𝑋̇ :
𝑉1̇ − 𝑉2̇ 𝑉1̇ 𝑉2̇
+2 =
𝑗4 −𝑗2,5 𝑗2
−𝑗. 0,25. (𝑉1̇ − 𝑉2̇ ) + 2. (𝑗0,4. 𝑉1̇ ) = −𝑗0,5. 𝑉2̇
−𝑗. 0,25. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,25. 𝑉2̇ + 𝑗0,8. 𝑉1̇ + 𝑗0,5. 𝑉2̇ = 0
𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
Agora, basta resolver o sistema linear de duas equações e duas incógnitas:
(0,1 + 𝑗0,15)𝑉1̇ + 𝑗0,25𝑉2̇ = 2
{
𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
A resolução deste sistema ocorre da mesma forma que os anteriores, porém,
utilizando números complexos. Resolvendo pelo método de escalonamento de Gauss,
vamos multiplicar a primeira equação pelo número real -3, assim teremos o termo
j.0,75 multiplicando 𝑉2̇ nas duas equações:
(−3). (0,1 + 𝑗0,15)𝑉1̇ + (−3). (𝑗0,25. 𝑉2̇ ) = (−3) . ( 2)
{
𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
Aplicando a propriedade distributiva da multiplicação:
(−0,3 − 𝑗0,45)𝑉1̇ − 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = −6
{
𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
Somando as duas equações:
(−0,3 − 𝑗0,45)𝑉1̇ + 𝑗. 0,55. 𝑉1̇ − 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = −6 + 0
(−0,3 + 𝑗0,1). 𝑉1̇ = −6
18
−6 6∠180°
𝑉1̇ = =
(−0,3 + 𝑗0,1) 0,316∠161,56°
𝑉1̇ = 18,974𝑉1 ∠18,435° V
Ou na forma retangular:
𝑉1̇ = 18 + 𝑗. 6 𝑉
Para obter o valor de 𝑉2 , basta substituir 𝑉1̇ em qualquer uma das equações anteriores.
𝑗. 0,55. 𝑉1̇ + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
𝑗. 0,55. (18 + 𝑗. 6) + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
Aplicando a propriedade da multiplicação distributiva:
𝑗. 9,9 + 𝑗 2 . 3,3 + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
Sabendo que 𝑗 2 = −1
𝑗. 9,9 − 3,3 + 𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 0
Isolando o termo 𝑉2̇
𝑗. 0,75. 𝑉2̇ = 3,3 − 𝑗. 9,9
3,3 − 𝑗. 9,9 10,435∠ − 71,565°
𝑉2̇ = =
𝑗. 0,75 0,75∠90°
𝑉2̇ = 13,914∠ − 161,565° 𝑉
Para finalizar o exercício, basta substituir o valor de 𝑉1̇ na equação de 𝐼𝑋̇ :
𝑉1̇ 18,97∠18,435°
𝐼𝑋̇ = =
−𝑗. 2,5 2,5∠ − 90°
𝐼𝑋̇ = 7,59∠108,4° 𝐴
Convertendo para o domínio do tempo:
𝑖𝑋 = 7,59 𝐶𝑜𝑠(4𝑡 + 108,4°) 𝐴
19
Aplicando a LTK na malha 1:
𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 = 0
Aplicando a lei de Ohm para reescrever cada uma das tensões em função da corrente:
𝑉3 + 𝑉6 + 𝑉4 + 𝑉5 = 0
Analisando a malha 3, vamos observar que a corrente 𝐼3̇ será igual ao próprio valor da
fonte de corrente, portanto:
𝐼3̇ = 5 𝐴
Substituindo 𝐼3̇ nas equações anteriores, vamos obter o seguinte sistema linear:
20
Para resolver este sistema, podemos multiplicar a primeira equação por − 𝑗. 2 e a
segunda equação por (8 + 𝑗. 8), assim ao somar as duas equações teremos o termo 𝐼1̇
multiplicado por zero.
̇
(16 − 𝑗. 16 − 16 + 𝑗. 16)𝐼1̇ + (4 + 64). 𝐼2̇ = 100 + 240 − j. 240
𝐼2̇ = 5 − 𝑗. 3,529 𝐴
Isolando 𝐼1̇ :
𝐼1̇ = 3,59∠55° A
E assim, foram obtidas todas as três correntes de malhas dos circuitos. A partir delas é
possível obter a tensão fasorial de cada um dos elementos do circuito.
FINALIZANDO
Nesta aula, foram apresentados os circuitos em corrente alternada, em que a
utilização de fasores facilita sua análise. Além disso, foi apresentado o conceito de
impedância, que é de fundamental importância para o curso de engenharia elétrica,
visto que ele será abordado na maioria das disciplinas.
21
A análise fasorial simplifica o entendimento do comportamento de diversos circuitos
elétricos. Uma das formas mais utilizadas da aplicação de fasores é para realizar a
representação do sistema elétrico desde a usina geradora de eletricidade, passando
pelas linhas de transmissão de energia até as nossas residências, conforme ilustrado
na figura a seguir.
Esta análise com fasores permite que eles corrijam estas tensões, visto que em todos
os sistemas reais existem perdas, as quais podem variar conforme o horário de pico
de utilização de energia dentre outros fatores.
Os sistemas reais são mais complexos do que o mostrado neste exemplo, pois alguns
componentes ainda necessitam ser estudados para que possamos analisar a situação
mais próxima da realidade.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M, N. O. Fundamentos de circuitos elétricos.
5ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
22
BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. 12ª ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2012.
23