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Escola SENAI “Prof. Dr.

Euryclides de Jesus Zerbini”


Campinas – S.P.

2006

Controle Ambiental
Controle Ambiental

 SENAI-SP, 2006

Trabalho elaborado pela


Escola Senai “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini”

Coordenação Geral Magno Diaz Gomes

Equipe responsável

Coordenação Geraldo Machado Barbosa

Elaboração Renato de Mattos Onofre

Versão Preliminar

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Escola SENAI “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini”
Avenida da Saudade, 125, Bairro Ponte Preta
CEP 13041-670 - Campinas, SP
senaizer@sp.senai.br
Controle Ambiental

Sumário

Desenvolvimento industrial e impacto ambiental 05

Poluentesatmosférico e seus agravantes 37

Fatores agravantes da poluição atmosférico 47

Emissões, imissões e dispersões de poluentes 63

Legislação ambiental 71

Medição de poluentes atmosféricos 81

Opacímetro 89

Controle da poluição do ar 103

Equipamentos para controle de poluentes atmosféricos 107

Seleção de Equipamentos de controle de poluição do ar 139


Controle Ambiental

Desenvolvimento industrial e
impacto ambiental

introdução

A questão ambiental surgiu de maneira explosiva há mais de 20 anos. Até então,


apenas os aspectos sanitários do problema eram abordados, principalmente com
relação à poluição da água e do ar, as perturbações e doenças dela advindas e os
conseqüentes episódios de mortandade de peixes. O próprio termo preservacionismo
aplicava-se tão somente à proteção contra a erosão, reconhecida desde os tempos da
colonização da América do Norte como causa de perda de fertilidade dos solos.

Mas a percepção dos efeitos globais dos grandes desmatamentos, da construção de


represas gigantescas, do emprego da energia nuclear ou mesmo da excessiva queima
de combustíveis começou a motivar a opinião pública e os governos já nos anos 70 e,
mais particularmente, após a reunião de Estocolmo, em 1972, patrocinada pela
Unesco.

Nessa mesma reunião, a representação brasileira assumiu uma posição equivocada e


provinciana ao considerar que as medidas propostas para a preservação do meio
ambiente eram dirigidas pelos países capitalistas com a intenção de limitar o
desenvolvimento do Terceiro Mundo.

Ainda hoje essa posição costuma ser defendida, com interesses justificáveis à primeira
vista, como os do prefeito do interior que vê na industrialização a única fonte possível
de renda e de emprego da mão-de-obra de seu município; ou os da empresa
imobiliária que aufere lucros do parcelamento de terras; ou, ainda, os do empresário

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interessado em vender os serviços de suas máquinas de terraplanagem ou de


concretagem de barragens e usinas.

Tais interesses evidentemente produzem uma imagem distorcida do chamado


"desenvolvimento". Seus defensores procuram convencer-nos de que qualquer
proposta que restrinja suas atividades tem como propósito limitar o desenvolvimento
do país; de que o futuro da pátria depende de suas obras, e não é possível realizar
esse desenvolvimento sem gerar "algum prejuízo" ao meio ambiente. Semelhantes
opiniões se impõem porque provêm das mais poderosas forças que opinam no país,
que dominam os meios de comunicação e propaganda e que dirigem as nossas
instituições oficiais.

A verdadeira incompatibilidade, porém, está situada entre a preservação do meio


ambiente e o acúmulo privilegiado de riquezas e não entre aquela e o
desenvolvimento, pois o desenvolvimento de uma nação não se faz amontoando
riquezas: desenvolvimento é tudo o que traz a felicidade a um povo, e não será feliz o
povo que tiver suas matas destruídas, sua paisagem alterada, sua saúde corrompida.

As provas da degradação ambiental aí estão, ameaçadoras e crescentes, para todos


os que queiram ver: o efeito de estufa, causando o aumento de temperatura em toda a
Terra e a conseqüente elevação do nível dos oceanos; as chuvas ácidas,
envenenando lagos e solos não só nos países industriais, mas também nos seus
vizinhos; o buraco na camada de ozônio, observado nos céus da Antártida e
provavelmente relacionado com a elevação da incidência de radiações ultravioleta, o
que põe em risco a vida em nosso planeta.

Tais problemas convidam-nos à meditação. Jean Friedel, cientista e filósofo francês,


escrevia, já em 1921: "A maioria das pessoas, sobretudo aquelas que não estudaram
as ciências biológicas, manifestam muito freqüentemente uma tendência a situar o
homem em confronto com a natureza, ou mesmo em oposição a ela. Segundo sejam
essas pessoas otimistas ou pessimistas, vêem elas o homem como o rei da natureza
ou a sua vítima".

Friedel já havia percebido, naquela época, o erro de tal posicionamento


antropocêntrico, que não admite o homem simplesmente como parte integrante da
natureza. O homem tornar-se-á vítima da natureza na medida em que desejar ser o
seu rei!

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O que é ecologia?

Se examinarmos de perto a vida de qualquer organismo - animal ou vegetal - veremos


que ela nunca ocorre isoladamente. Além do meio físico e dos componentes químicos
que lhe são indispensáveis para crescer e multiplicar-se, há também a necessidade de
um número variável de outras espécies com as quais esse organismo mantém
relações diretas ou indiretas, mas sempre obrigatórias. A esse conjunto de elementos
e fatores físicos, químicos e biológicos necessários à sobrevivência de cada espécie
denominamos meio ambiente, ou simplesmente ambiente. Ao estudo das relações
entre seres vivos e ambiente damos o nome de ecologia.

Relações de dependência entre as espécies

Tomemos o exemplo de uma simples formiga carregando pedaços de folhas e flores


de uma roseira em nosso jardim. À primeira vista notamos que ela depende de uma
planta para viver; mas, aprofundando nossa observação, veremos que ela depende de
muitos outros elementos do seu meio ambiente.

Se penetrássemos em seu formigueiro, veríamos surpresos que as formigas não se


alimentam diretamente daquelas folhas recortadas e transportadas para lá, como se
fossem vacas alimentando-se de capim. Na verdade, ao chegar no interior de suas
galerias, elas depositam os pedaços de folhas em câmaras ou "salões" especiais, junto
a milhares de outros pedaços, que são continuamente manipulados e arranjados por
outras formigas da colônia, formando uma espécie de leito ou canteiro, onde se
decompõem e dão origem a uma espécie de adubo, semelhante ao composto, ou terra
vegetal, produzido pelos agricultores a partir de lixo e restos de vegetais das lavouras.
Sobre esse canteiro, as formigas semeiam esporos de uma determinada espécie de
fungo. Esses fungos, ao crescerem, tratados adequadamente pelas formigas,
produzem pequenas bolinhas, que constituem o alimento para todo o formigueiro.

Percebemos então que a formiga, para poder viver, depende da roseira (ou de outra
planta), de várias espécies de microrganismos que decompõem as folhas para formar
a terra vegetal e do fungo do qual ela se alimenta. Mas não pára aí. Há, ainda, outros
animais que vivem no interior do formigueiro incumbindo-se, por exemplo, de eliminar o
lixo.

Há também as relações indiretas: a formiga depende de todo o conjunto de vegetais do


solo como fonte de oxigênio, indispensável à sua respiração. Os vegetais, por sua vez,

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dependem de inúmeros microrganismos, no solo, que fixam o nitrogênio do ar ou que o


transformam em nitratos (fonte de nitrogênio para as plantas), dos formadores de
húmus etc.

De certa forma, podemos até afirmar que a vida das formigas depende da existência
de seus predadores, isto é, de animais que matam e comem formigas, tais como o
tamanduá, o tatu, a cobra-cega e muitas espécies de pássaros. Isso porque, se não
fossem eles, o crescimento da população de formigas seria tão grande que em pouco
tempo já não haveria alimento suficiente para elas em toda a Terra.

Dependência de outros fatores ambientais

A vida das formigas depende ainda do Sol como fonte de calor, indispensável para a
manutenção de uma temperatura adequada à vida e para a continuidade dos ciclos
hidrológicos, isto é, a recirculação da água na Terra. Sem o calor do Sol, não haveria
chuvas, umidade atmosférica e rios: toda a água da Terra estaria concentrada em um
grande oceano congelado. Além disso, o Sol é o responsável pela emissão de luz,
indispensável para a fotossíntese, isto é, o processo pelo qual as plantas produzem
todo o alimento orgânico primário existente na superfície da Terra, assim como
praticamente todo o oxigênio disponível na atmosfera para a respiração de plantas e
animais.

A formiga também depende de inúmeros componentes químicos do ar, da água e do


solo. Ela mesma é formada por muitos compostos químicos retirados de seu alimento,
o fungo, o qual, por sua vez, os retirou das folhas, que os retiraram da roseira, que os
retirou do ar, do solo e da água. Muitas dessas substâncias químicas são
continuamente recirculadas por inúmeros outros animais e bactérias que, alimentando-
se de vegetais ou de animais, restituem seus componentes ao solo, à água e ao ar,
através de excrementos, da respiração ou da decomposição de seus cadáveres.

Todo esse conjunto de fatores físicos: luz e calor; químicos: a presença de oxigênio,
carbono, nitrogênio e cerca de 30 ou mais elementos indispensáveis à vida: biológicos:
a roseira, fungos, bactérias do solo, outras espécies de insetos que habitam o
formigueiro, pássaros, tamanduás etc., enfim, todos os fatores que cercam as formigas
e tornam possível sua vida recebem, em conjunto, a denominação meio ambiente. No
caso, o meio ambiente específico de uma espécie definida de formiga, mas que pode
ser também o meio ambiente de muitos outros animais e vegetais.

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O ambiente artificial

Naturalmente, pode ser levantada uma séria objeção a todas essas considerações:
você tem em sua casa, colocado em uma gaiola, um passarinho que não depende de
nenhum fator de meio ambiente, uma vez que você o alimenta diariamente com algum
tipo de farelinho comprado em loja.

A resposta a essa observação é simples: em primeiro lugar, ele ainda depende de


alguns fatores naturais do meio ambiente, como o oxigênio que respira. Mesmo que
ele fosse colocado em uma tenda fechada, recebendo a aplicação artificial do oxigênio
necessário, teríamos que considerar que seu alimento, embora "sintético", provém
realmente de fontes naturais de matéria orgânica, tais como sementes de cereais,
carne moída, ossos etc. O homem, com toda a tecnologia de que dispõe atualmente,
ainda não encontrou um meio de fabricar alimento orgânico em quantidade e qualidade
suficientes para alimentar a própria humanidade. Continua, pois, dependendo de
outros seres vivos e, por conseguinte, de seu meio ambiente natural.

O ambiente cultural

Essa questão nos leva a outro tipo de consideração muito importante: a de que o meio
ambiente do ser humano inclui muitos fatores que não apenas os físicos, químicos e
biológicos. Esses fatores de que todos nós dependemos recebem em seu conjunto a
denominação fatores culturais.

Existem dois significados distintos para a palavra cultura. O mais corriqueiro é


ilustração, erudição, acúmulo de conhecimentos. No outro significado, mais
abrangente, cultura é o conjunto de aptidões peculiares de uma raça ou sociedade.

O índio de uma determinada tribo, por exemplo, pode não possuir nenhuma erudição,
conhecimento científico ou humanístico, e certamente será analfabeto. Mas ele possui
uma cultura típica da raça, da qual faz parte a fabricação de arcos, flechas, canoas,
cestos e cerâmicas; o cultivo de milho e mandioca; o preparo de alimentos; tudo
segundo um padrão definido, característico da sua raça e que pode ser distinguido dos
padrões seguidos por uma outra tribo ou raça. Cada uma delas possui a sua própria
cultura.

A cultura é o que caracteriza, portanto, o modo de ser, de viver, de se relacionar, de se


comportar de determinada sociedade. Ao mesmo tempo ela é uma herança histórica,

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que vai sendo aprimorada a cada nova geração. Nesse sentido costuma-se dizer que o
homem é a única espécie de ser vivo que possui história: a evolução de seus
costumes.

A cultura é o que melhor define a nacionalidade de cada povo. É bem verdade que,
com o progresso das comunicações, a cultura de cada nação vem sendo "poluída"
pela cultura vinda de outros povos. Assim, há a tendência de o idioma (que é um dos
caracteres culturais mais importantes) ser deformado pela introdução de termos
estrangeiros; de a alimentação típica ser modificada ou substituída pela introdução de
pratos alienígenas; e de a influência industrial alterar completamente os costumes de
uma nação.

O homem constitui espécie ímpar na natureza

O conjunto dos hábitos, costumes, tabus, idioma, habilidades específicas, pratos


típicos, vestuário, etc. constitui o ambiente cultural de uma sociedade. Ele se distingue
dos procedimentos típicos de uma colméia ou de um formigueiro justamente por
evoluir, modificar-se ao longo da história dessa sociedade, não sendo fixo, instintivo ou
imutável, como sucede nos formigueiros. O homem é, pois, o único ser que, além do
ambiente físico, químico e biológico, possui também um ambiente cultural.

O ambiente natural (físico, químico, biológico) desenvolveu-se em cada região da


Terra, com suas peculiaridades, em correspondência às alterações de clima, que por
sua vez são conseqüência de condições geológicas e astronômicas pelas quais o
planeta passa continuamente. Já a evolução cultural não é fruto de transformações
naturais. Ela pode ser adaptativa, isto é, realizada para adaptar o homem a diferentes
condições de clima e outros fatores ambientais (por exemplo, o uso de vestuários, de
abrigos contra intempéries etc.), mas é antes o produto de uma atividade imaginativa,
que só o homem possui e que constitui a base da chamada tecnologia.

Graças a essa capacidade imaginativa e criativa e ao desenvolvimento de sua


tecnologia, o homem conseguiu ao longo de sua história tornar-se cada vez menos
dependente da natureza, isto é, do seu ambiente natural. Desde o momento em que
conseguiu produzir e dominar o fogo (daí a "chama da sabedoria", o fogo de
Prometeu), ele passou a interferir e a alterar a natureza, em favor de sua subsistência
(agricultura, pecuária), de sua proteção (casas) e de seu conforto (indústria, transporte,
comunicação). Mas será que esse domínio é ilimitado? Será que o uso abusivo da
natureza não poderá trazer conseqüências negativas ou mesmo desastrosas, até

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catastróficas? Será que o homem tornou-se ou tornar-se-á, algum dia, totalmente


independente do ambiente natural?

A explosão demográfica do século XX

Atualmente, o problema do crescimento demográfico, isto é, aumento das populações,


tem se agravado muito, uma vez que muitos dos bloqueios positivos têm sido
atenuados pelos progressos da medicina e dos conhecimentos científicos em geral. A
descoberta de vitaminas, antibióticos, vacinas, e a introdução de uma série de medidas
de caráter social e de assistência aos recém nascidos e à velhice têm reduzido muito a
mortalidade infantil e prolongado a vida dos velhos. Isso faz com que as populações
cresçam muito depressa.

Por outro lado, inúmeros avanços têm sido feitos na agricultura e na pecuária,
permitindo maior produção de cereais, frutos, carne e leite por área de terra. Os
próprios inseticidas e outros agrotóxicos que, como veremos mais adiante, podem
tornar-se nocivos ao ambiente e aos seres vivos, inclusive ao homem foram, em
grande parte, responsáveis pelo aumento da produção de alimentos, reduzindo o
ataque de pragas à lavoura e protegendo cereais armazenados contra carunchos e
outros seres nocivos.

Mas o crescimento constante das populações continua sendo maior que o aumento da
produção de alimentos. Por isso mais de dois terços da população mundial vive em
condições de subnutrição ou de quase inanição. Além disso, as grandes
concentrações populacionais - principalmente nas cidades - vêm criando problemas
crescentes de poluição dos rios, dos solos e do ar, congestionamento do trânsito;
problemas habitacionais; desmatamento de grandes áreas para a formação de novos
pastos, campos de cultivo, represas para o abastecimento de água potável ou para a
geração de energia elétrica. Há também o esgotamento das reservas de petróleo e
outros minerais, como ferro, alumínio, chumbo, etc.; a necessidade de construção de
novas indústrias e de utilização de novos processos de geração de energia, como a
nuclear.

O ensaio de Malthus foi um dos livros mais discutidos ao longo do século passado.
Deu origem a polêmicas intermináveis. A maioria dos sociólogos e economistas da
época colocaram-se contra sua teoria. Darwin, pelo contrário, descobriu nela a
explicação que faltava para formular sua teoria da seleção natural sobre o fenômeno
da evolução dos seres vivos. Várias centenas de livros e artigos foram escritos a

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respeito do princípio da população. Depois ficou quase esquecido. Voltou, porém, a ser
lembrado, já em meados deste século, quando os problemas de superpopulação,
poluição, industrialização, uso de agroquímicos, etc., começaram a se avolumar. Hoje
novamente se discute - e agora com muito mais vigor - a questão da limitação da
natalidade, do uso de anticoncepcionais e até da legitimação do aborto. Que você
pensa de tudo isso?

Os impactos ambientais

A palavra impacto, em português, tem o significado de choque, colisão. Impacto


ambiental é, pois, uma espécie de "trauma ecológico" que se segue ao choque
causado por uma ação ou obra humana em desarmonia com as características e o
equilíbrio do meio ambiente.

Os impactos ambientais também podem ser causados acidentalmente por fenômenos


naturais: é bastante comum, por exemplo, um raio cair numa floresta e provocar um
incêndio, às vezes de largas proporções. Indícios de choques de grandes meteoros e,
possivelmente, de núcleos de cometas têm sido muito estudados e levam a considerar
esses fenômenos explicativos da extinção periódica de grande número de espécies ou
famílias inteiras de organismos animais e vegetais ao longo da evolução dos seres
vivos. Um exemplo muito comentado e até hoje não esclarecido, é o do "súbito"
desaparecimento dos dinossauros; pesquisas recentes nas camadas sedimentares
correspondentes aos períodos de extinção desses animais vêm demonstrando, cada
vez mais, a existência de partículas características de choques meteóricos. É possível
que, em conseqüência desses choques, grandes e densas nuvens de poeira tenham
sido formadas, esfriando significativamente a Terra.

O desenvolvimento tecnológico e o domínio da natureza

Desde o surgimento do homem na Terra, a freqüência e os tipos de impacto ambiental


têm aumentado e diversificado muito. O primeiro tipo de impacto causado pelo homem
provavelmente derivou-se do domínio do fogo. À medida que a espécie humana foi
desenvolvendo novas tecnologias e ampliando seu domínio sobre os elementos e a
natureza em geral, os impactos ambientais foram se ampliando em intensidade e
extensão.

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A dependência do homem primitivo em relação à natureza, principalmente como fonte


de alimento, obrigava-o a ser nômade, vivendo continuamente à procura de frutos,
animais e outros alimentos, onde estes se encontrassem com maior fartura, nas
diferentes épocas do ano. Essa situação tornou-se conflitante, especialmente nas
regiões de clima frio, com a sua necessidade de utilizar abrigos permanentes para se
refugiar das intempéries. É provável que isso, associado ao crescimento de cada tribo,
tenha levado o homem de algumas regiões do globo a iniciar seus rudimentares
processos agrícolas e pecuários: seleção de sementes, preparo da terra, adaptação de
espécies vegetais e animais, seleção de variedades mais produtivas, tornando-se
sedentário, pelo menos nas regiões em que a qualidade do solo o permitia. Nas
regiões de solo menos fértil, como a tropical, o homem permaneceu em uma situação
seminômade, mudando-se de local a cada três ou quatro anos, quando a fertilidade do
solo se esgotava. Mas essa condição era favorecida, principalmente nas faixas
equatoriais, pela inexistência de inverno rigoroso.

O hábito sedentário, por sua vez, levou o homem a desenvolver novas habilidades
tecnológicas (necessárias à edificação de casas, manejo do solo, uso do fogo,
produção de tecidos e vestuários); ferramentas de trabalho; o transporte; a roda; a
tração animal; armas para a defesa de suas aldeias; o aproveitamento da energia da
água e do ar, através de rodas d'água, monjolos, moinhos de vento, etc. Assim, teria
sido a necessidade ou a conveniência da vida sedentária - origem das cidades - a
causa dessa tendência ao domínio progressivo da natureza: os povos menos sujeitos
ao rigor do frio, como por exemplo os da faixa tropical da América do Sul (com a
exceção dos habitantes dos Andes) tiveram um desenvolvimento das artes e das
técnicas muito menor que o dos povos de clima temperado.

O objetivo principal do desenvolvimento tecnológico sempre foi, pois, o de dominar a


natureza e se libertar da estreita dependência que obriga todas as demais espécies de
seres vivos a viver somente onde o clima lhes seja mais favorável, onde existam
vegetais ou animais que lhes sirvam de alimento, ou local para abrigo, construção de
ninhos e outras condições essenciais à sua vida. Sem elas, a espécie desaparece ou
migra para outro lugar.

O homem é a única espécie que conseguiu se libertar quase completamente desse


jugo. Ele ainda depende da natureza de forma global mas não específica. Depende,
por exemplo, do conjunto de vegetais do globo terrestre como fonte primária de quase
todo alimento ou da matéria-prima para a produção de alimento, que são os compostos
orgânicos, e de quase todo o oxigênio que entre na composição da biosfera (camada

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ou região da Terra que possui vida). Mas não depende mais, especificamente, de
algumas variedades de plantas ou de animais como elementos indispensáveis à sua
sobrevivência.

O homem depende da natureza

O grande problema da civilização moderna, industrial, tecnológica é talvez o de não ter


percebido que ela ainda depende da natureza, ao menos em termos globais; que sua
liberação ainda não é total e que, provavelmente, nunca será; que não é possível
produzir artificialmente todo o oxigênio necessário à manutenção da composição atual
da atmosfera nem toda a matéria orgânica necessária a seu próprio consumo; que não
é possível manter, sem a participação da massa vegetal constituída pelas florestas,
savanas e outros sistemas, os ciclos naturais da água de modo a garantir a
estabilidade do clima, a constância e a distribuição normal das chuvas e a amenidade
da temperatura.

Conseqüentemente, o homem depende da existência de florestas e outras formações


vegetais, e estas dependem da presença de animais e microrganismos que participam
de seus processos de reprodução, como os insetos polinizadores ou os pássaros,
roedores e morcegos que disseminam e até enterram suas sementes ou que
promovem a reciclagem de elementos nutrientes. Por sua vez, esses insetos, pássaros
e roedores dependem de predadores como aranhas, serpentes e animais carnívoros
para manterem suas populações estáveis. Em resumo, o homem, quer queira quer
não, depende da existência de uma natureza rica, complexa e equilibrada em torno de
si. Ainda que ele se mantenha isolado em prédios de apartamentos, os ecossistemas
naturais continuam constituindo o seu meio ambiente. A morte desses ecossistemas
representará a morte do planeta.

O equilíbrio dos ecossistemas

Vimos, portanto, que não basta manter as espécies vivas: é preciso manter o seu
equilíbrio, o equilíbrio do conjunto de seres vivos que constitui um sistema
perfeitamente integrado, pois um simples desequilíbrio pode levar à perda de todo
esse sistema.

Chegamos então a outra importante consideração sobre o problema dos impactos


ambientais: ao contrário do que geralmente se pensa, ele não causa a destruição de
apenas uma ou poucas espécies diretamente atingidas; na maior parte das vezes, a

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morte de algumas espécies, mesmo de uma só, provoca uma reação em cadeia que
leva à desorganização e extinção de todo o sistema.

Que é um sistema?

Quando se remove uma única engrenagem de um complicado mecanismo de relógio,


este pára. Embora existam algumas diferenças fundamentais, o relógio é um sistema,
tal como um ecossistema. Sistema é uma organização (não um amontoado) de peças
inter-relacionadas (ou engrenadas entre si) de tal maneira a garantir um fluxo de
energia. Ele é também auto-regulável, de forma a manter um perfeito equilíbrio entre
as peças e conservar constante o fluxo de energia. Quanto mais complexo for o
sistema, mais exata é a sua capacidade de auto-regulação e mais perfeito o equilíbrio
entre as peças.

Um sistema compõe-se de uma fonte de energia, que é externa a ele, embora possa
ser acumulada de alguma forma dentro dele; de um conjunto de estruturas, ou peças,
que garante o fluxo de energia; de um mecanismo regulador, através de retroação, isto
é, de controle do próprio funcionamento. E todo esse conjunto de ações deve ter uma
finalidade.

No caso de um relógio de corda, a fonte externa de energia é a mão que lhe dá corda.
Essa energia é acumulada na forma de uma mola em espiral que vai se desenrolando
aos poucos, com velocidade controlada; o conjunto de estruturas que garante o fluxo
de energia é constituído por rodas dentadas, eixos de transmissão e outras peças que,
engrenadas umas às outras, recebem a energia cedida pela mola e a transmitem até
os ponteiros; o mecanismo regulador é constituído por um pêndulo, um volante ou
outro sistema que, acionado pelo conjunto de engrenagens mencionado, produz um
certo tipo de ação que recai sobre a própria fonte de energia, a mola, controlando a
velocidade do seu desenrolar e, portanto, regulando todo o fluxo de energia, de
maneira a manter os movimentos rigorosamente constantes. A finalidade desse
sistema é, evidentemente, marcar as horas com precisão.

Que é um ecossistema?

Um ecossistema tem, geralmente, como fonte de energia externa, a luz solar. A


energia da luz é captada pela clorofila das plantas e acumulada, na forma de energia
química, nas moléculas orgânicas que foram sintetizadas no processo fotossintético
(processo pelo qual as plantas possuidoras de clorofila captam gás carbônico do ar,

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como fonte de carbono e água, e produzem compostos orgânicos, usando como


energia para essa síntese a luz solar). A partir daí desenvolve-se toda uma cadeia
alimentar, constituída por: animais herbívoros (gafanhotos, taturanas, vacas, cabras,
etc.), que, alimentando-se da matéria orgânica produzida pelos vegetais, dela
constroem o próprio corpo e utilizam a energia acumulada nas moléculas para sua
locomoção e outras atividades; animais carnívoros ou predadores, que, alimentando-se
dos herbívoros, também utilizam parte dessa matéria orgânica para o próprio
crescimento e a maior parte como fonte de energia para suas atividades; e assim por
diante. A cadeia termina em microrganismos - chamados genericamente
decompositores - que consomem organismos mortos e outros dejetos orgânicos como
fonte de matéria e de energia.

Afirmamos anteriormente que há algumas diferenças fundamentais entre um


ecossistema e um relógio ou sistema mecânico. A primeira se refere à finalidade.
Existem correntes filosóficas, denominadas finalistas, que consideram que a finalidade
dos processos ecológicos, ou de toda a natureza, é estabelecida à distância (daí a
denominação telefinalismo também utilizada) pela entidade superior que criou o
mundo: criar as condições propícias à vida do homem seria o objetivo último da criação
do universo. Por outro lado, as correntes científicas dominantes são contrárias a
qualquer finalismo na natureza; consideram que os processos naturais são de caráter
oportunista, acompanhando alterações físicas, climáticas, astronômicas mais ou
menos fortuitas, sem um plano definido e preestabelecido. Segundo esse modo de
interpretar, se há alguma finalidade, esta será a de o ecossistema manter-se a si
próprio. Enfim, este é um assunto para meditação.

Outra diferença importante está no fato de que, no ecossistema, além do fluxo de


energia, há também um fluxo de matéria. Isso acontece porque a energia do sistema é
armazenada em forma química: as baterias armazenadoras de energia são as
moléculas, constituídas de vários elementos químicos - e o seu aproveitamento ocorre
mediante a transformação de um composto em outro (reações de oxidação,
principalmente). Assim, verifica-se a passagem de energia de um elo para
outro na cadeia de alimentação quando, por exemplo, o herbívoro se alimenta de
matéria orgânica vegetal e em seguida decompõe, por oxidação, as moléculas
ingeridas, utilizando e liberando sua energia. O mesmo se dá com o animal predador
que se alimenta de herbívoros, e assim por diante.

Um terceiro fator de diferença é a reposição ou substituição de "peças" pelo


ecossistema, enquanto em um mecanismo de relógio, se faltar ou desgastar-se uma

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de suas engrenagens, todo o sistema pára. Aliás, no ecossistema as peças são


continuamente substituídas através da reprodução, e o número de peças resultantes é
sempre controlado pela predação e por outros fatores já considerados. Por
conseguinte, o ecossistema é muito mais dinâmico que os sistemas mecânicos, no
sentido de que ele tem um número variável de peças sempre adaptando-se às
condições de clima, disponibilidade de energia e alimento conforme as variações
sazonais etc. Ele é, sobretudo, um sistema com capacidade quase infinita de auto-
regulação, adaptando-se a enormes variações ambientais. Essa capacidade de auto-
regulação que permite ao ecossistema manter-se em contínuo e perfeito
funcionamento, conservando o fluxo normal de energia e matéria, independentemente
das variações ambientais, denomina-se homeostase.

Os limites à capacidade de auto-regulação dos ecossistemas

Essa capacidade de auto-regulação e adaptação é quase infinita, e não infinita. Ela


geralmente consegue responder às variações naturais do ambiente de maneira a não
perecer o ecossistema, mesmo em épocas de inverno muito rigoroso, seca
prolongada, inundações periódicas ou outros fenômenos cíclicos.

A interferência do homem, no entanto, não se fazendo de forma cíclica, mas contínua


ou desordenada , introduzindo elementos estranhos ou retirando elementos essenciais
ao sistema, pode provocar danos irreversíveis - os impactos ambientais. São os casos
de derrame de óleo no mar, de grande desmatamento em caráter permanente, de
lançamento de resíduos industriais no meio etc. Esses impactos, agindo globalmente
ou de modo específico sobre alguns elementos do ecossistema, provocam a quebra de
seu equilíbrio e a completa desorganização do sistema homeostático. Daí a dificuldade
em se identificar sua origem e em se perceber seu alcance, já que a ação desses
impactos se dá de maneira indireta.

Não basta, portanto, proteger espécies em particular; é preciso proteger o ecossistema


como um todo, inclusive as espécies mais insignificantes ou repugnantes: todas têm
um papel importante nesse equilíbrio.

Como a natureza, ou mais particularmente a biosfera, é toda organizada em


ecossistemas, poderíamos defini-los de outra forma: ecossistemas são as unidades
sistêmicas da biosfera. Cada ecossistema é completo em si mesmo, no sentido de que
garante integralmente e de maneira peculiar a existência de um fluxo contínuo de
energia e matéria.

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As interferências nesse processo contínuo, através de freqüentes e múltiplos impactos


ambientais, podem levar à catástrofe, que seria o desequilíbrio total da biosfera.

O impacto causado pelas indústrias

Uma das características principais do ser humano é a capacidade de utilizar as forças


e os materiais do meio ambiente em benefício próprio, na forma de construções para
abrigo e desenvolvimento de suas atividades, alimento, locomoção, conforto e prazer.
Aliás, o termo benefício aqui empregado tem um sentido ideal, pois o homem é
também capaz de usar, e o faz com muita freqüência, matérias e energias da natureza
para a destruição de seus semelhantes.

O enorme e rápido crescimento das populações humanas em todo o mundo, como


observamos antes, leva a uma necessidade sempre crescente de aumentar a
produção dos bens de consumo. Ainda que a população humana atual decidisse
satisfazer-se apenas com o que já existe, renunciando à utilização de novos modelos
de veículos, aparelhos de televisão ou computadores, a produção dessas
comodidades não cessaria, pois a imensa maioria ainda não as possui.

Além disso, cada vez mais o homem envereda pelo caminho do desperdício
intencional, com a introdução dos objetos descartáveis, que constituem moda hoje em
dia. Se calculássemos a quantidade de energia e trabalho humanos - não só em
operações mecânicas, mas também em imaginação, criatividade, arte, ciência - contida
em cada copo plástico ou guardanapo de papel que utilizamos uma vez só e depois
lançamos ao lixo com a maior irreverência e displicência, certamente procederíamos
de maneira mais racional. Cada objeto desses contém, de forma condensada, uma
soma enorme de energia, experiência e informação que, ao ser jogado fora, não mais
é recuperada para a natureza, o que representa a chamada entropia. A entropia cresce
no universo cada vez que realizamos um trabalho. Imagine, então, a quantidade de
entropia - ou perda de utilidade da energia contida em um relógio, calculadora ou
qualquer outra máquina descartável!

Por causa da moda dos descartáveis, da mania de querer ter sempre o modelo mais
moderno, do excesso de comodismo que leva à utilização de equipamentos
automáticos e motorizados até para escovar os dentes, da submissão inconsciente à
chamada sociedade de consumo, tudo isso somado à necessidade de produção maior
originada com o aumento das populações no globo terrestre, o fato é que as indústrias

18 SENAI
Controle Ambiental

se proliferam, consumindo quantidades cada ver maiores de energia e matérias-


primas, gerando poluição e outros inconvenientes para o meio ambiente.

As grandes indústrias e impactos ambientais

O consumo excessivo de energia e materiais, a produção de poluentes e as próprias


alterações decorrentes da construção de grandes indústrias constituem formas
importantes de impacto ambiental.

Assim, na verdade, os impactos provocados por uma indústria podem extravasar muito
o espaço físico que ela ocupa. As fábricas de celulose, por exemplo, utilizam como
matéria-prima a madeira extraída de milhares e milhares de hectares de florestas de
pinheiros, concorrendo poderosamente para a quase extinção dos pinheirais do
Paraná - e de plantações de eucaliptos ou de pinus que, por sua vez, foram cultivadas
em áreas onde as vegetações nativas foram devastadas. As siderúrgicas, outro
exemplo, consomem minérios extraídos de extensas escavações, deformando
paisagens, poluindo rios com suas escórias, assoreando lagos, destruindo peixes.
Também as extrações de manganês, cobre e outros metais deixam enormes crateras e
sulcos sujeitos a intensa erosão onde antes havia montes cobertos de vegetação.

Além disso, as indústrias são grandes consumidoras de energia. Por exemplo, a


quantidade de energia consumida na produção de cada lingote de alumínio é tão
grande que se diz que esse metal poderia ser chamado "energia em barras". Para
suprir essa necessidade, recorre-se a três opções básicas: a construção de enormes
barragens, causando a inundação de áreas cobertas de vegetação, como as represas
que estão sendo construídas na Amazônia; a instalação de usinas termoelétricas
movidas a petróleo, carvão ou madeira, com todo o problema de gases e matéria
particulada expelidos por suas chaminés; ou a implantação de usinas nucleares, com
os graves problemas de disposição do lixo atômico e os riscos de contaminação
radiativa de grandes áreas, devido a vazamentos acidentais.

Há, ainda, o problema do transporte de matérias-primas, da fonte para a indústria, e de


produtos industriais, para os centros de consumo. Os maiores e mais graves
problemas de poluição marinha acontecem justamente no transporte de petróleo bruto
e seus produtos refinados, através do oceano, por gigantescos navios, que já atingem
mais de 100 mil toneladas cada um. Além disso, são quase diários os acidentes com
pipelines, tubulações que transportam produtos químicos, óleos, gases e com

SENAI 19
Controle Ambiental

caminhões carregados com toda sorte de substâncias tóxicas, inflamáveis, corrosivas


ou explosivas.

Enfim, a todos esses impactos devem-se ainda somar os impactos gerados pela
própria presença física da indústria em funcionamento, para que se possa ter uma
idéia real da influência da atividade industrial sobre o meio ambiente.

Iniciativas globais que visam a preservação do meio ambiente: histórico


evolutivo

Décadas de 60 e 70

Nos anos 60, o livro “Primavera Silenciosa” da jornalista Rachel Carson provocou um
forte impacto sobre a consciência ecológica em diversos países. A autora realizou
uma pesquisa de abrangência mundial sobre os usos e abusos dos agrotóxicos e seus
efeitos sobre o meio ambiente. Suas denúncias resultaram em mobilização de
organizações não governamentais e pressão sobre as autoridades constituídas.

Nos Estados Unidos, paralelamente à criação da Agência de Proteção Ambiental


(EPA),diversas leis importantes foram promulgadas no final dos anos 60 e início da
década de 70, destacando-se as seguintes:

• Lei do ar puro;
• Lei da água pura;
• Lei de controle de substâncias tóxicas;
• Lei federal sobre inseticidas, fungicidas e rodenticidas.

Nessa época, a preocupação ambiental apresenta uma forte característica reativa.

As ações são meramente corretivas e punitivas; trata-se de punir os culpados e corrigir


os danos causados ao meio ambiente.

É o domínio do sistema “comando e controle”, com proibições e multas, e a ênfase no


tratamento de fim-de-tubo que se caracteriza pelos processos de simplesmente tratar
os poluentes gerados nos processos produtivos e de consumo, sem se preocupar com
sua redução ou eliminação.

20 SENAI
Controle Ambiental

A produção, por sua vez, seguia o ritmo acelerado do pós-guerra, com a reconstrução
de imensas áreas destruídas na Segunda Guerra Mundial, tanto nas grandes potências
como Inglaterra, França, Itália, Alemanha, como nos países de economia emergente
(Japão) e países que durante a Guerra receberam um forte impulso de industrialização
- como é o caso do Brasil.

De um modo geral, as décadas de 60 e de 70 caracterizaram-se por um


desenvolvimento industrial de altíssimo impacto sobre o meio ambiente. As medidas
ambientais eram vistas como marginais, custosas e indesejáveis. Como se atribuía a
elas a diminuição da vantagem competitiva das empresas, a ordem era evitar tais
gastos mesmo que isso acarretasse o pagamento de indenização por danos
ambientais.

Tratava-se, pois, de produzir a qualquer custo; a poluição era vista como decorrência
normal do processo industrial, sendo ao mesmo tempo símbolo do progresso e preço a
ser pago por ele. Essa atitude ficou claramente demonstrada pelo Brasil, por ocasião
da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano , realizada em
1972 (Estocolmo), em que nosso país defendeu o desenvolvimento a qualquer custo.

Mesmo assim, a década de 60 representou o início de uma longa série de tratados


ambientais, regionais e internacionais. Destacamos a seguir alguns deles:

• 1960 - Convênio sobre proteção dos trabalhadores contra radiações


ionizantes;
• 1961 - Convenção sobre responsabilidade de terceiros no uso de energia
nuclear;
• 1961 - Convenção sobre proteção de novas qualidades de plantas;
• 1962 - Acordo de cooperação de pesca marítima;
• 1963 - Tratado proibindo ensaios nucleares na atmosfera e no espaço
ultraterrestre;
• 1969 - Convenção internacional sobre responsabilidade civil por danos
causados pela poluição de óleos;
• 1969 - Convênio relativo à intervenção em alto mar em caso de acidentes
com óleo;

A lista apresentada não é completa e destaca apenas as convenções internacionais.

SENAI 21
Controle Ambiental

Uma relação mais detalhada pode ser encontrada na publicação “Tratados e


Organizações Internacionais em Matéria de Meio Ambiente” volume I, da coleção
“Entendendo o Meio Ambiente”, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São
Paulo.

Conferência de Estocolmo

Quanto à Conferência de Estocolmo, convocada pela Assembléia Geral da ONU, sua


realização em 1972 foi marcada por duas posições antagônicas bem delimitadas:
de um lado, os países desenvolvidos propondo um programa internacional de
conservação dos recursos naturais, além de medidas preventivas imediatas, capazes
de evitar um grande desastre; do outro, os países em desenvolvimento, dentro de um
quadro de miséria, com “seríssimos problemas de moradia, saneamento básico e
doenças infecciosas e que necessitavam desenvolver-se economicamente.
Questionavam a legitimidade das recomendações dos países ricos que já haviam
atingido o poderio industrial com o uso predatório de recursos naturais e que queriam
impor a eles complexas exigências de controle ambiental... (exigências) que poderiam
encarecer e retardar a industrialização dos países em desenvolvimento” (São Paulo,
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1997).

PNUMA

Um dos resultados da Conferência de Estocolmo foi a criação em 1972, pela


Assembléia Geral da ONU, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -
PNUMA (UNEP- United Nations Environmental Program).

O PNUMA tem sede em Nairobi (Kenya) e seus objetivos são:

• facilitar a cooperação internacional no campo do meio ambiente;


• promover o desenvolvimento de conhecimento nessa área;
• monitorar o estado do ambiente global;
• chamar a atenção dos governos para problemas ambientais emergentes de
importância internacional.

(Observação: o PNUMA, após a realização da Rio-92, passou a ser responsável pela


concretização dos objetivos daquela Conferência e da Agenda 21).

22 SENAI
Controle Ambiental

Dois outros aspectos ambientais começam a ganhar destaque, principalmente na


década de 70: a poluição provocada por veículos automotores e a rotulagem de
produtos considerados ambientalmente corretos.

Com relação ao primeiro, vale a pena citar o artigo do Prof. José Goldemberg, da
Universidade de São Paulo: “A Contribuição do Automóvel à Poluição nos Estados
Unidos é de 40 % do total.” (jornal O Estado de São Paulo de 24.08.75).

Quanto à rotulagem, é importante registrar o surgimento, em 1978 na Alemanha, do


primeiro selo verde: o Anjo Azul.

Década de 80

Na década de 80 começa a ocorrer uma mudança na forma como a indústria encara o


meio ambiente - ele deixa de ser visto como meramente um problema e um custo por
algumas empresas que, pioneiramente, começam a pesquisar métodos ambientais
para poupar dinheiro e aumentar suas vendas.

A indústria química, acuada por uma imagem pública em constante deterioração, cria
no Canadá, em 1984, o programa Atuação Responsável (Responsible Care). Tal
programa, atualmente obrigatório para os membros da Associação das Indústrias
Químicas (Chemical Industries Association), baseia-se nos princípios da gestão da
qualidade total, incluindo a avaliação dos impactos atuais e potenciais, devidos às
atividades e produtos químicos, sobre a saúde, segurança e meio ambiente. Prevê,
ainda, a prestação de informações a todos os interessados.

Também em meados dos anos 80, a indústria começa a adotar uma atitude mais pró-
ativa, reconhecendo que um sistema de gestão ambiental (SGA) voluntário e
significativo pode reforçar a imagem da corporação, melhorar os lucros, a
competitividade e reduzir custos.

A indústria começa a se dar conta de que, para se manter competitiva, precisa definir o
meio ambiente como uma oportunidade de lucro. Assim, a DuPont conseguiu
economizar US$ 50 milhões por ano, de 1985 a 1990, por ter gerado 450 mil toneladas
a menos de resíduos nesse período.

A mudança de postura da indústria evidencia-se, também, na multiplicação de selos


verdes. Porém, os primeiros selos verdes ainda se apoiavam em critérios simples,

SENAI 23
Controle Ambiental

como a redução ou a eliminação de uma ou mais substâncias poluentes mais


significativas do produto.

Os estudos elaborados pelos selos verdes procuram cobrir desde a produção até o
descarte final do produto. Surge, assim, a idéia de “ciclo de vida”.

Os selos criados na década de 80 foram os seguintes:

• 1988- Canadá (Environmental Choice);


• 1988- Países Nórdicos (White Swan);
• 1989- Japão (Eco Mark).

Em 1988 o Anjo Azul, pioneiro entre os selos ecológicos, já era aplicado em 3.500
produtos diferentes.

Percebe-se, portanto, que o selo ecológico, apesar de voluntário, adquire força pelas
leis de mercado, atingindo simultaneamente a indústria e o consumidor, pois:
incentiva a primeira a aplicar métodos de produção com menor impacto ambiental;
induz o consumidor a adquirir produtos ambientalmente corretos.

Paralelamente, “os grupos ambientalistas começam a ter sucesso em suas ações


destinadas a influenciar a política das empresas, após o boicote de ativistas à cadeia
de lanchonetes Burger King, em razão da destruição da floresta tropical brasileira para
aumentar as áreas ocupadas por gado de corte, o Fundo de Defesa Ambiental
desenvolveu um trabalho com aquela empresa para ajudar a diminuir o uso de
poliestireno e lançar grandes programas de reciclagem.” (Callenbach et Alli, 1995).

Ainda na década de 80 é lançado o conceito de desenvolvimento sustentado,


desenvolvimento que atende as necessidades presentes, sem comprometer os
recursos disponíveis para as gerações futuras. Esse conceito é apresentado pela
primeira vez, em 1987, no relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland), criada em 1983 pela
Assembléia Geral da ONU, sob influência da Conferência de Estocolmo.

24 SENAI
Controle Ambiental

Segundo a Comissão, as políticas a serem desenvolvidas, dentro do conceito de


sustentabilidade, deveriam atender aos seguintes objetivos:

• retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;


• mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, eqüitativo e
menos consumidor de matérias-primas e energia;
• atender às necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação,
energia, água e saneamento;
• manter um nível populacional sustentável;
• conservar e melhorar a base de recursos;
• reorientar a tecnologia e administrar os riscos;
• incluir o meio ambiente e a economia no processo decisório (CMMAD;
1991, p.53).

1988:

A primeira reunião entre governantes e cientistas sobre as mudanças climáticas,


realizado em Toronto, Canadá, descreveu seu impacto potencial inferior apenas ao de
uma guerra nuclear. Desde então, uma sucessão de anos com altas temperaturas têm
batido os recordes mundiais de calor, fazendo da década de 1990 a mais quente
desde que existem registros.

Década de 90:

Na década de 90 intensificou-se a criação dos selos verdes, atingindo tanto países


desenvolvidos, como em vias de desenvolvimento. A relação desses selos é
apresentada a seguir:

• 1991- França (NF- Environment);


• 1991- Índia (Eco Mark);
• 1992- Coréia (Eco Mark);
• 1992- Singapura (Green Label).

Esse novo grupo de rótulos ecológicos difere do primeiro, da década de 80, pois visam
não apenas a eliminação de substâncias poluentes nos produtos, mas o impacto
causado durante todo o ciclo de vida do produto. Trata-se de um novo conceito de
desempenho ambiental dos produtos.

SENAI 25
Controle Ambiental

A Comunidade Européia, por sua vez, vem instituindo uma série de medidas
ambientais emitindo, por exemplo, regulamentos para rótulos ecológicos, para eco-
auditorias, uma política para embalagens e obras que discutem as ações relacionadas
com o ambiente e o desenvolvimento sustentável.

1990:

O primeiro informe com base na colaboração científica de nível internacional foi o IPCC
(Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em inglês), onde os cientistas
advertem que para estabilizar os crescentes níveis de dióxido de carbono (CO2) – o
principal gás-estufa – na atmosfera, seria necessário reduzir as emissões de 1990 em
60%.

Conferência Cúpula da Terra (Rio-92)

No final da década de 80 a ONU havia decidido organizar a Conferência das Nações


Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Esta Conferência, que
ficou conhecida como “Cúpula da Terra”, realizou-se no Rio de Janeiro em 1992 e
contou com representantes de 172 países, inclusive 116 chefes de Estado.

Paralelamente à Conferência, 4000 entidades da sociedade civil do mundo todo


organizaram o “Fórum Global das ONGs”. Note-se que em Estocolmo-72 o número de
ONGs havia sido bem menor, cerca de 500. O “Fórum Global” elaborou quase quatro
dezenas de documentos e planos de ação, demonstrando o grau de organização e de
mobilização atingido pelas ONGs nesta década final do século XX.

Os documentos que resultaram da “Cúpula da Terra” foram os seguintes:

Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

Composta de 27 princípios orientando um novo tipo de atitude do ser humano na


Terra, por meio da proteção dos recursos naturais, da busca do desenvolvimento
sustentável e de melhores condições de vida para todos os povos.

26 SENAI
Controle Ambiental

Agenda 21

Trata-se de um importante plano de ação a ser implementado pelos governos,


agências de desenvolvimento, organizações das Nações Unidas e grupos setoriais
independentes em cada área onde a atividade humana afeta o meio ambiente.

No Brasil, a Agenda 21 já está com versões propostas pelos Governos Federal e


Estaduais, além de planos elaborados pelas prefeituras das capitais de Estado e de
outros municípios. A Agenda 21 representa o resultado de um grande número de
iniciativas da ONU que vão desde a Conferência Internacional sobre População
(México-84), passando pela Conferência da Mulher (Nairobi-85), Protocolo de
Montreal-87 sobre substâncias que agridem a camada de ozônio, até as conferências
sobre educação (Tailândia-90) e educação ambiental (Tbilisi- 77).

Princípio para a Administração Sustentável das Florestas

Consenso global sobre o manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de


todos os tipos de florestas. Primeiro tratado da questão florestal a nível mundial, seu
objetivo é a implantação da proteção ambiental de forma integral e integrada,
sugerindo medidas para possibilitar a manutenção de todas as funções das florestas,
que são apresentadas no documento.

Convenção da Biodiversidade

Foi assinada no Rio em 1992 por 156 Estados e tem como objetivos “a conservação da
biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão eqüitativa dos
benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos, através da transferência
apropriada das tecnologias relevantes, levando-se em consideração todos os direitos
sobre tais recursos, e através da transferência apropriada das tecnologias
relevantes...” (Artigo 1 da Convenção).

Na prática, assistimos ao registro de patentes, na Europa e Estados Unidos, de


produtos retirados de espécimes vegetais, principalmente da Amazônia. Enquanto isso
é feito, os países em desenvolvimento, que abrigam essa biodiversidade, continuam
dependentes do know-how estrangeiro.

SENAI 27
Controle Ambiental

Convenção sobre Mudança do Clima

Mais uma questão altamente polêmica, cujos desdobramentos continuaram na


Conferência de Kyoto (Japão).

A Convenção sobre Mudança do Clima foi assinada em 1992, no Rio de Janeiro, por
154 Estados e reflete a preocupação com o aquecimento de nosso planeta e seus
efeitos sobre a sobrevivência do ser humano e as condições adversas sobre os
ecossistemas.

O aquecimento do planeta é produzido pelo aumento de concentração na atmosfera


terrestre dos chamados gases estufa (principalmente gás carbônico emitido pela
queima de combustíveis fósseis).

1995:

O segundo informe de cientistas do IPCC chega a conclusão de que os primeiros


sinais de mudança climática são evidentes: a análise das evidências sugere um
impacto significativo de origem humana sobre o clima global. Um evidente desafio para
os poderosos grupos de pressão em favor dos combustíveis fósseis, que
constantemente legitimavam grupos de cientistas céticos quanto a essa questão, para
sustentar que não haviam motivos reais de preocupação.

Kyoto - 1997:

Em Kyoto, Japão, é assinado o Protocolo de Kyoto, um novo componente da


Convenção, que contém, pela primeira vez, um acordo vinculante que compromete os
países do Norte a reduzir suas emissões. Os detalhes sobre como será posto em
prática ainda estão sendo negociados e devem ser concluídos na reunião de governos
que se realizará em Haia, Holanda. Essa reunião é conhecida formalmente como a
COP6 (VI Conferência das Partes).

A polêmica que tem se arrastado até a Conferência da ONU em Kyoto envolve a


questão da redução de tais emissões aos níveis de 1990 (ou a níveis ainda inferiores),
por parte dos países industrializados - principais responsáveis pelo efeito estufa.

Em Kyoto, os Estados Unidos mostraram-se relutantes em aceitar a proposta da União


Européia: emissões em 2010 deveriam ser 15% menores que as de 1990. Os Estados

28 SENAI
Controle Ambiental

Unidos, inclusive, procuram estender aos países em vias de desenvolvimento o


compromisso de reduzir suas emissões. Estes, reunidos no G-77, grupo que
compreende cerca de 130 países do Terceiro Mundo (inclusive o Brasil), insistem que
a conta deve ser paga pelos principais responsáveis - o que pode ser perfeitamente
observado na tabela seguinte:

COP6 - VI Conferência das Partes

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, 13 a 24 de


Novembro de 2000, Haia, Holanda. Conferência de cúpula da ONU que deveria ter
determinado a implantação do Protocolo de Kyoto, a fim de evitar alterações climáticas
no planeta.

emissão de co2 - queima de combustíveis fósseis (bilhões de toneladas de C em


1996)
Ásia e Pacífico 2 América Latina 0,33
América do Norte 1,76 Oriente Médio 0,25
União Européia 0,96 Africa 0,20
China + Ex- URSS+ Europa Oriental 0,90
Fonte: World Energy Council Union of Concerned Scientists
(Folha de São Paulo-02/12/97)

BS 7750

No início da década de 90 na Inglaterra, o BSI (British Standards Institute)


desenvolveu a norma BS 7750 - Sistemas de Gestão Ambiental, como norma
semelhante à BS 5750 sobre sistemas de Gestão da Qualidade. A BS 5750 é
considerada precursora da ISO Série 9000, assim como a BS 7750 serviu de base ao
conjunto de normas ISO Série 14.000.

ISSO

A ISO (International Organization for Standardization) é um organismo internacional,


fundado em 1947, para promover o desenvolvimento de normas internacionais
destinadas à indústria, comércio e comunicações e é composto por entidades de 119
países. A ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas fez parte das 25 entidades
nacionais que fundaram a ISO.

SENAI 29
Controle Ambiental

Em 1991 realizou-se a Segunda Conferência Mundial da Indústria sobre a Gestão do


Meio Ambiente. Naquela ocasião, a Câmara de Comércio Internacional dirigiu às
empresas uma carta de princípios que até hoje continua como uma referência
(figurando, inclusive no anexo A da norma ISO 14004 Sistemas de Gestão Ambiental-
diretrizes gerais sobre princípios, sistema e técnicas de apoio).

A Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, faz uma série de


recomendações importantes, em relação à atuação ambiental das empresas. Entre os
seus 16 princípios podemos destacar: a recomendação da gestão ambiental como
prioridade corporativa; o contínuo aperfeiçoamento dos processos; a educação dos
empregados e a adoção de abordagem preventiva.

ISO 14000

Na preparação da Rio-92 foi solicitada assessoria empresarial ao industrial suíço


Stephan Schmidheiny que, para isso, organizou o Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável (Business Council for Sustainable Development). O
Conselho procurou a ISO (International Organization for Standardization) e o IEC
(International Electrical Code), devido à abordagem semelhante que já vinham
utilizando para o desenvolvimento de normas e outros documentos.

Em agosto de 1991, a ISO e o IEC constituíram o Grupo Estratégico de


Aconselhamento (SAGE- Strategic Advisory Group), para elaborar recomendações
relativas a normas ambientais internacionais.

O SAGE foi encarregado de:

• elaborar uma abordagem simples para a gestão ambiental, semelhante à


utilizada para a gestão da qualidade (isto é, ISO 9000);
• desenvolver a habilidade para atingir e medir as melhorias no desempenho
ambiental;
• estudar normas internacionais para facilitar o comércio e remover as
barreiras comerciais.

O SAGE realizou estudos da norma BS 7750 e de outras normas nacionais para


sistemas de gestão ambiental, buscando possíveis pontos de partida para uma norma
internacional ISO. Seus estudos para a melhoria da gestão ambiental deram
contribuições importantes tanto para a Agenda 21, como para a Declaração do Rio.

30 SENAI
Controle Ambiental

Em janeiro de 1993, a ISO criou o Comitê Técnico 207, encarregado de desenvolver


uma norma internacional para sistemas de gestão ambiental e outros documentos para
serem usados como ferramentas de gestão ambiental. Coube ao Canadá secretariar o
TC 207.

O TC 207 foi organizado em seis sub-comitês (SC) e um grupo de trabalho, como


apresentado abaixo:

SC-1- Sistemas de Gestão ambiental- coordenado pela Inglaterra


Produziu as normas ISO 14.001 e 14.004 publicadas pela ISO em 9/96

SC-2- Auditoria ambiental- coordenado pela Holanda


Produziu as normas ISO 14.010, 14011 e 14.012 publicadas pela ISO em 9/96.

SC-3- Rotulagem ambiental- coordenado pela Austrália

Normas previstas:

• 14.020- Rotulagem ambiental- Princípios gerais;


• 14.021- Rotulagem ambiental- Auto-declarações ambientais;
• 14.022- Rotulagem ambiental- Simbologias;
• 14.023- Rotulagem ambiental- Metodologia de verificação e testes;
• 14.024- Declarações de rotulagem ambiental-Rotulagem ambiental tipo 1.

SC-4- Avaliação de desempenho ambiental- coordenado pelos Estados Unidos


Norma prevista:

14.031- Avaliação do desempenho ambiental (publicação prevista para 1998).

SC-5 Análise do ciclo de vida- coordenado pela Alemanha

Normas previstas:

• 14.040- Análise do ciclo de vida- Diretrizes e princípios gerais;


• 14.041- Análise do ciclo de vida- Inventário;
• 14.042- Análise do ciclo de vida- Avaliação dos impactos;
• 14.043- Análise do ciclo de vida- Interpretação dos resultados;

SENAI 31
Controle Ambiental

SC-6 Termos e definições- coordenado pela Noruega


Este sub-comitê está encarregado de elaborar a norma 14.050- Vocabulário.

WG1 (Working group) dirigido pela Alemanha: é responsável pela elaboração de um


Guia para inclusão de aspectos ambientais em normas de produtos (ISO GUIDE 64).

A ABNT, a exemplo do que ocorreu com outros países, organizou um grupo para
acompanhar os trabalhos do TC-207. Esse grupo, denominado Grupo de Apoio à
Normalização Ambiental é designado pela sigla ABNT/GANA e está estruturado nos
mesmos moldes que o TC-207.

O grupo ABNT/GANA é composto de profissionais dos mais diversos setores da


economia brasileira e sua missão é de acompanhar as proposições que vem sendo
formuladas pelos diversos subcomitês que compõem o ISO TC-207, avaliando o
potencial de impacto sobre as nossas atividades e propondo alternativas que venham
ao encontro dos interesses nacionais, sem prejuízo do objetivo maior das normas
ambientais, que é o de atender aos rigorosos preceitos de conservação e recuperação
ambiental. participando de todas as reuniões dos subcomitês do TC-207, o
ABNT/GANA está garantindo a participação brasileira na produção das normas ISO
14.000.

EMAS

Trata-se da Regulamentação de Gestão e Auditoria Ambiental (EEC N° 1836/93),


adotada pelos ministros do Conselho da União Européia em 1993, que representa uma
abordagem diferente do “comando e controle”. Sua adoção exige que as informações
sejam verificáveis e disponíveis ao público.

A Comissão Européia iniciou o processo de reconhecimento da ISO 14001 o que


implicaria em publicar duas decisões: “uma a respeito da equivalência entre a 14001 e
o EMAS, e a outra a respeito dos procedimentos de certificação neste processo de
reconhecimento” (biblioteca de referência do ISOsoft 14000 Intelex Technologies-
CANADÁ).

Na década de 90 as empresas estão evoluindo para uma postura pró-ativa em relação


ao meio ambiente. Essa postura faz com que elas analisem um cenário de tecnologias
mais limpas e busquem oportunidades de melhores negócios, maximizando o
aproveitamento de matérias-primas, água e energia.

32 SENAI
Controle Ambiental

Essas oportunidades podem ser percebidas na iniciativa da XEROX, ao substituir mais


de 90 % dos solventes químicos tóxicos por detergentes biodegradáveis, o que não só
promoveu um impacto ambiental positivo, como evitou despesas de US$ 400.000 com
despejos de resíduos perigosos. (Callenbach et Alli, 1995)

A postura pró-ativa, entretanto, ainda é nova e muitas vezes convive nas empresas
com outras já ultrapassadas, características das décadas de 60, 70 e 80.

Essas posturas e sua evolução estão sintetizadas na relação abaixo que mostra a
evolução do comportamento gerencial:

1. Negação: o meio ambiente não é importante, o que importa é produzir;


2. Fuga: a poluição é um fato da vida e os clientes arcam com os custos;
3. Ambivalência: o meio ambiente é importante, mas não nos cabe a solução do
problema;
4. Comprometimento: todos devem esforçar-se para melhorar o meio ambiente;
5. Pró-atividade: devemos fazer o que tiver de ser feito.

SENAI 33
Controle Ambiental

Do que trata o Protocolo de Kyoto (resumo)

• Compromete a uma série de nações industrializadas (Anexo B do Protocolo) a


reduzir suas emissões em 5,2% - em relação aos níveis de 1990 – para o
período de 2008-2012. Esses países devem mostrar “um progresso visível” no
ano de 2005, ainda que não se tenha chegado a um acordo sobre o significado
desse item;

• Estabelece três “mecanismos de flexibilidade” que permitem a esses países


cumprir com as exigências de redução de emissões, fora de seus territórios.
Dois desses mecanismos correspondem somente a países do Anexo B: a
Implementação Conjunta (Joint Implemention) e o Comércio de Emissões
(Emission Trading); o terceiro, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL
(Clean Development Mechanism), permite atividades entre o Norte e o Sul, com
o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável. Espera-se que os distintos
“créditos de carbono”, destinados a obter reduções dentro de cada item, serão
comercializados entre países de um mesmo mercado de carbono. As
negociações acerca dos detalhes, incluindo a forma em que se distribuirão os
benefícios, estão em andamento;

• O Greenpeace considera que os projetos relacionados com sorvedouros de


carbono, energia nuclear, grandes represas e “carbono limpo” não cumprem
com os requisitos necessários para receber “créditos” de emissão, de acordo
com o MDL. O MDL requer que os projetos produzam “benefícios em longo
prazo, reais e mensuráveis”;

• Especifica que as atividades compreendidas nos mecanismos mencionados


devem ser desenvolvidas adicionalmente às ações realizadas pelos países
industrializados dentro de seus próprios territórios. Entretanto, os Estados
Unidos, como outros países, tentam, a todo custo, evitar limites sobre o uso
que podem fazer desses mecanismos;

• Permite aos países ricos medir o valor líquido de suas emissões, ou seja,
contabilizar as reduções de carbono vinculadas às atividades de desmatamento
e reflorestamento. Atualmente existe um grande debate em relação a essas
definições. Há outra cláusula que permitiria incluir “outras atividades” entre os
sorvedouros de carbono, algumas delas, como a fixação de carbono no solo,
são motivo de preocupação especial;

34 SENAI
Controle Ambiental

Determina que é essencial criar um mecanismo que garanta o cumprimento do


Protocolo de Kyoto.

Esses são alguns dos temas-chave no debate de novembro de 2000, na VI


Conferência das Partes Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (COP6 - 6th Conference of the Parties - UNFCCC United Nations
Framework Convention on Climate Change).

A fim de entrar em vigência, o Protocolo de Kyoto deve ser ratificado por, no mínimo,
55 governos que contabilizem 55% das emissões de CO2 produzidas pelos países
industrializados. Essa fórmula implica que os Estados Unidos não podem bloquear o
Protocolo sem o respaldo de outros países. Até o momento, 23 países, incluindo
Bolívia, Equador, El Salvador e Nicarágua, já o ratificaram e outros 84 países, entre
eles os Estados Unidos, somente o assinaram (em 7 de agosto).

SENAI 35
Controle Ambiental

Poluentes atmosféricos e
seus agravantes

Origem da atmosfera

A atmosfera passou por transformações profundas e gradativas que acompanharam a


formação do nosso planeta. Assim, com estágio de esfriamento da superfície da Terra,
que resultou na crosta sólida, eram expelidas, pelas rachaduras, materiais e atividades
vulcânicas materiais incandescentes, gases (principalmente hidrogênio, amônia e
metano) e vapor de água. O surgimento dos primeiros organismos vivos e, sobretudo,
da fotossíntese (processo pelo qual certas células vegetais produzem oxigênio) levou
a uma transformação da atmosfera, que aos poucos se foi enriquecendo de oxigênio
até atingir o teor atual. A alguns milhões de anos a atmosfera atingiu um equilíbrio que
tende a manter-se, embora os fenômenos naturais (Xe: vulcões), o desenvolvimento
industrial e o trânsito urbano possam alterar esse estágio.

As várias camadas
Para os mais leigos o ar que respiramos provêm de uma camada gasosa única,
homogênea e que se rompe abruptamente com o vazio do espaço estelar. Contudo à
muito foi demonstrado que a atmosfera se rarefaz (pressão diminui) a temperatura
diminui e sua composição muda na medida que a altitude aumenta, formando camadas
gasosas que se mesclam nos seus limites. A figura a seguir caracteriza a atmosfera.

SENAI 37
Controle Ambiental

Exosfera

500 Km
Ionosfera

80 a 85 Km Ozônio e Vapor de
Sódio
Mesosfera

Ozônio
Estratosfera 50 Km

Nuvens e
fenômenos
Toposfera
8 a 16 Km meteorológicos

Os elementos gasosos mais abundantes na atmosfera são o nitrogênio e o oxigênio.


Há também porcentagens bem menores de gases diversos, como o argônio, o dióxido
de carbono, o néon, o hélio, o metano e o criptônio.
Além destes elementos, mais raramente, são encontradas porções muito pequenas de
xenônio, ozônio e hidrogênio. De acordo com a localidade na atmosfera, podem
ocorrer quantidades maiores ou menores de vapor de água, assim como partículas
diversas, como poeira e ainda aquelas partículas ocasionadas por rejeitos industriais
gasosos.
A atmosfera permanece junto à Terra através da ação do campo gravitacional, que a
puxa para o planeta. O peso do ar desde o "topo da atmosfera" até as camadas que se
situam abaixo, exerce a chamada pressão atmosférica a qual varia de acordo com a
altitude em que determinada localidade se encontra (toma-se como referência a
pressão atmosférica ao nível do mar que é de 760mmHg).
Composição normal do ar seco
Gás % vol
Nitrogênio 78,09
Oxigênio 20,94
Argônio 00,93
Dióxido de carbono 00,033
Neônio 18,18.10-4
Hélio 05,239. 10-4
Cripitônio 01,139. 10-4
Hidrogênio 00,5. 10-4
Xenônio 00,086. 10-4
Randônio 06. 10-18

38 SENAI
Controle Ambiental

Considerações Gerais

As atividades humanas, em especial indústrias e o transito urbano, vem acrescentando


no ar atmosférico milhões de toneladas/hora de gases e partículas que agem
principalmente na toposfera e na estratosfera. Por exemplo: o dióxido de carbono que
se difunde nas baixas altitudes é causador de um fenômeno conhecido por efeito
estufa enquanto que os clorofluorcarbonos reduzem a camada de ozônio na
estratosfera.

Poluentes atmosféricos

Definição de poluentes atmosféricos


Segundo o CONAMA 03/90, entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de
matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou
características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam
tornar o ar:

• impróprio, nocivo ou ofensivo a saúde;


• inconveniente ao bem-estar público;
• danoso aos materiais, à fauna e flora;
• prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da
comunidade.

Classificação dos Poluentes Atmosféricos


Dependendo da forma como o estudo de causa e efeito da poluição atmosférica for
abordada, pode-se classificar os poluentes das seguintes maneiras:

De acordo com a origem


• Poluente primário - aquele que atinge o receptor na forma em que foi emitido.
• Poluente secundário - aquele resultante da interação entre dois ou mais
poluentes primários entre si e/ou com os constituintes normais da atmosfera com
ou sem reação fotoquímica.

SENAI 39
Controle Ambiental

De acordo com o estado físico


• gases e vapores (CO, CO2, SO2, NO2)
• partículas sólidas e líquidas (poeiras, fumos, névoas e fumaças).

De acordo com a composição química


• Poluentes orgânicos (hidrocarbonetos - HC);
• Poluentes inorgânicos (H2S, HF, CO, SO2).

De acordo com a fisiologia


• O mecanismo de ação de um poluente atmosférico se realiza principalmente
através da pele e das mucosas (membrana que reveste internamente diversos
órgãos). A principal via de acesso dos contaminante é pela vias respiratória. Os
gases, vapores e fumos e névoas podem entrar em contato com as mucosas dos
olhos, nariz, garganta, laringe e pulmões, causando danos reversíveis e
irreversíveis. Assim temos:

Irritantes
• Corrosivos: atacam preferivelmente as mucosas (membrana que reveste as vias
respiratórias e outras cavidades do organismo). Sua concentração é mais
importante que o tempo de exposição.
• de reação imediata: SO2, H2SO4, Cl2, oxidantes fotoquímicos;
• de efeitos crônicos e retardados: O3, NO2.

• Partículados:
• pó causador de fibrosi pulmonar: silício, asbestos;
• pós inerte: carbono, cimento;
• pó que origina alergias: pólen, madeira, resinas.

Asfixiantes:
• simples: reduzem a concentração do oxigênio disponível no ar . Ex: CO2, N2,
etano, metano;
• químicos: interferem no intercâmbio e transporte de oxigênio no sangue. Ex: CO,
cianetos de hidrogênio;

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Anestésicos e narcóticos: hidrocarbonetos acetilênicos, olefinas e álcoois.


• Tóxicos e venenosos sistêmicos: ocasionam lesões orgânicas e viscerais (HC
halogenados) e atacam o sistema nervoso. Entre estes se encontram os metais
tóxicos (Pb, Hg, Cd, Mg, Be) e os compostos inorgânicos não metálicos (As, P,
Se, Sn).

Classificação das fontes de poluição do ar

À exemplo da classificação anterior, as fontes de poluição podem ser classificadas em:

Naturais
• cinzas e gases de emissões vulcânicas;
• tempestades de areia;
• partículas e gases de incêndios florestais;
• spray salino dos mares e oceanos (maresia).

Antropogênicas (geradas pelo homem):


• fontes industriais;
• fontes móveis veículos a gasolina, diesel, álcool;
• queima de lixo ao ar livre, incineração de lixo;
• comercialização e armazenamento de produtos voláteis;
• queima de combustíveis na indústria;
• emissões de processos químicos;

Principais Poluentes Atmosféricos - Fontes e efeitos

Monóxido de Carbono (CO)


• É um gás incolor, inodoro, insípido e inflamável sendo produzido pelas fontes
naturais e antropogênicas. A principal fonte de emissão é a combustão incompleta
de carvão e petróleo. É um dos tóxicos mais perigosos. O monóxido de carbono é
um gás tóxico, porque reage com a hemoglobina do sangue formando a
carboxihemoglobina, reduzindo a capacidade de transporte de oxigênio.

SENAI 41
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Gás carbônico (CO2)


• É um gás incolor, inodoro, não inflamável e quimicamente pouco reativo sendo
tóxico à concentrações elevadas. Produzido em grandes quantidades por
combustões diversas, é o maior responsável pelo Efeito Estufa.

Óxidos de Nitrogênio (NOX)


• Monóxido de nitrogênio (NO) - é um gás inodoro, no estado gasoso é incolor, não
inflamável mas toxico. Se oxida ao ar formando o dióxido de nitrogênio (NO2). É
emitido por veículos automotores e dispositivos fixos de combustão, através da
conversão de N2 do ar.

• Dióxido de nitrogênio (NO2) - é um gás não inflamável, tóxico e com odor


asfixiante. Emitido por indústrias químicas e nitração. É aproximadamente 4 vezes
mais tóxico que o NO.

Óxidos de enxofre
• Dióxido de Enxofre (SO2) - é formado na combustão do petróleo, do carvão e de
combustíveis fósseis. mais de 130 milhões de ton/ano são desprendidos no
planeta, um dos principais formadores das chuvas ácidas.

Trióxido de enxofre (SO3)


O dióxido e o trióxido de enxofre são gerados durante a queima de carvão e produtos
de petróleo, fundição de minérios de enxofre, na indústria de papel e polpa de celulose
e em outras operações industriais. É um gás que se dissolve prontamente em água
para formar o ácido sulfúrico. É um dos elementos da chuva ácida.

Material Particulado (MP)

Define-se material particulado como sendo uma grande variedade de sólidos e gotas
de líquidos que são aspersos no ar através de vários processos. O material
particulado é a forma de poluição mais comumente perceptível, pela interferência na
visibilidade. Seus efeitos estão relacionados com a dose de exposição, composição
química e forma física.

Partículas diminutas de cinzas minerais podem passar para a atmosfera através de


gases de combustão. Nem todas partículas provêem de atividades antropogênicas,
pois são freqüentes os aerossóis salinos e pólen.

42 SENAI
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As partículas mais prejudiciais à saúde são as de diâmetro < 5 µm que chegam ao


alvéolos pulmonares. Estas são chamadas de inaláveis. Partículas maiores fixam-se
nas vias respiratórias mais altas provocando irritação, bronco constrição e
hipersecreção da mucosa.

Dioxinas e Furanos (PCDD e PCDF)


As dibenzo-para-dioxinas policloradas (PCDD) e os dibenzofuranos policlorados
(PCDF) ou simplesmente “dioxinas” e “furanos” respectivamente, são duas séries de
compostos com ligações tricíclicas aromatizadas, involuntariamente sintetizadas de
forma plana, com características físicas, biológicas, químicas e ultratóxicas
semelhantes.

A formação de PCDD e PCDF deve-se principalmente, a combinação compostos


orgânicos com o ácido clorídrico (HCl). Esta formação pode ser verificada em um
intervalo de temperatura de 350oC a 400 oC (Cl2 reage com compostos aromáticos
formando organoclorados), entretanto entre 800 oC e 1470 oC as dioxinas são
destruídas. A origem de PCDD e PCDF dos processos de incineração não estão ainda
bem claros, pois resultam de reações térmicas de síntese complexas que acontecem
em combustões incompletas. TCDD foi originalmente descoberto como um subproduto
da fabricação do triclorofenol, e um produto intermediário da fabricação de pesticidas.

Uma avaliação dos efeitos adversos sobre a saúde resultantes da exposição a dioxinas
e furanos ainda é difícil de ser feita. Estudos toxicológicos sobre os efeitos das
dioxinas em cobaias de laboratórios indicam que a toxicidade não é a mesma para
cada possível isômero. Informações sobre o 2,3,7,8 TCDD tem mostrado que este
isômero causa efeitos letais em certas cobaias de laboratório em baixos níveis de
concentração.

Compostos orgânicos voláteis (VOC - volatic organic compound)


Os compostos orgânicos voláteis são moléculas orgânicas compostas, principalmente,
por átomos de carbono e hidrogênio (hidrocarbonos). O VOC mais lançado na
atmosfera é o metano (CH4). Este gás não representa perigo direto a saúde humana,
entretanto, ele contribui para o aquecimento global do planeta. Outros compostos são
o benzeno(C6H6), tolueno, etileno, formaldeído (CH2O) e clorofluorcarbonos (CFCs).
Destes, o benzeno e o formaldeído são os mais perigosos ao homem por que são
cancerígenos.

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Sulfeto de hidrogênio (H2S)


É um gás inflamável e muito toxico, sendo detectável pelo odor característico a partir
de 0,2 ppm (parte por milhão) no ar, exercendo ação irritante sobre os olhos e as vias
respiratórias. É gerado nos pólos petroquímicos e pelo metabolismo de bactérias.

Ozônio (O3)
É um gás incolor, não inflamável e tóxico de odor picante e penetrante sendo muito
instável, decompondo-se lentamente (50% em poucos dias) à temperatura ambiente
formando o oxigênio. Forma-se naturalmente na estratosfera através de reações
fotoquímicas, pela ionização do oxigênio molecular (O2) e também como subproduto de
reações entre os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos.

Hidrocarbonetos (HC)
Os hidrocarbonetos, que são emitidos pelos veículos e por combustão incompleta,
produzem uma série de substâncias químicas geradas na atmosfera terrestre em
presença de radiação solar. Estas substâncias, chamadas de oxidantes fotoquímicas,
são o ozônio (O3) e o PAN (peróxiacetíl nitrato). A mistura de 03, PAN e outros
contaminantes do ar formam o smog fotoquímico. Tais oxidantes são removidos da
atmosfera por reação com a vegetação e o solo.

Algumas considerações sobre os efeitos da poluição atmosférica na saúde


humana

O grau com que esses efeitos afetam na saúde humana dependem, basicamente, dos
seguintes fatores:

propriedades físico-químicas:
tamanho, densidade, viscosidade, forma, carga elétrica, volatilidade, solubilidade e
reatividade química.

Tempo de exposição:
fator importante pois estamos respirando nas 24 horas do dia;

Concentração:
Determina os efeitos agudos e crônicos sobre a saúde. Depende das máximas
concentrações permissíveis a diferentes tempos de exposição;
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Controle Ambiental

Via de exposição:
Depende da dose total recebida;

Metabolismo do contaminante no ser humano:


Esta relacionado com fatores nutricionais, resistividade e outros.

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Fatores agravantes da
poluição atmosférica

Inversão térmica

A renovação natural do ar se dá através de um fenômeno conhecido como


convecção. A radiação emitida pelo sol que atravessa a atmosfera, aquece a crosta
terrestre por irradiação. O solo aquecido emite calor radiante que aquece, por
condução, o ar logo acima deste. Por esta razão, quanto mais distante estivermos
do solo, mais baixas serão as temperaturas atmosféricas, apesar da proximidade do
sol. O ar aquecido expande-se, diminuindo sua densidade, o que o eleva para
regiões mais altas da atmosfera e, consequentemente, desloca camadas superiores
mais frias para regiões mais baixas,criando correntes de convecção que renovam o
ar junto ao solo, onde estas se aquecerão novamente e tornarão a alimentar o ciclo.

Ar
aquecido

irradiação
Ar
resfriado

SENAI 47
Controle Ambiental

Contudo, a convecção do ar nas grandes cidades, nos dias de inverno, não se


realiza de modo normal. Isto ocorre porque, no inverno, os raios solares incidem
mais obliquamente sobre a superfície terrestre, em função da inclinação do eixo do
planeta, aquecendo mais as camadas de ar das partes superiores. Nos dias de
inverno nas grandes cidades, a neblina dificulta o aquecimento das camadas de ar
mais inferiores, isto associada aos gases dos escapamentos dos veículos e aos
gases lançados pelas chaminés das fábricas. Ocorre uma inversão: uma camada de
ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, evitando que as correntes de
convecção se formem.

Ar
quente Ar
frio

Ar
frio

Como o ar mais quente é menos denso do que o ar mais frio, as camadas


superiores aquecidas nos dias de inverno tendem a permanecer onde se encontram,
enquanto as camadas inferiores tendem a permanecer mais frias. Dessa forma, o ar
junto ao solo fica estagnado e não sofre renovação impedindo a dissipação dos
poluentes do ar. Esta camada de ar frio, presa pela camada de ar mais quente,
torna-se um frasco fechado de reações químicas no qual todos os produtos,
emissões urbanas e industriais estão presas, alcançando-se concentrações
normalmente elevadas de poluentes. Se houver uma cidade nessa região, haverá
acúmulo de poluentes no ar, em concentrações que podem levar a efeitos danosos.
Um exemplo de cidade brasileira que sofre com a inversão térmica é São Paulo.
Este fenômeno se agrava dependendo da topografia e de condições
meteorológicas.

48 SENAI
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Depleção da camada de ozônio (o3)

Na rarefeita estratosfera, na faixa dos 10 a 15 mil metros, logo acima da altitude de


cruzeiro dos aviões supersônicos, paira ao redor da Terra uma tênue camada de um
gás muito importante para o equilíbrio ecológico do planeta: a camada de Ozônio.
A quantidade deste gás é ínfima, se considerarmos a composição de toda a
atmosfera e o tempo de vida de suas moléculas, em constante processo de
formação e dissociação, é extremamente curto. Paradoxalmente, é nessa existência
efêmera que reside o papel fundamental do ozônio na manutenção da vida.
O gás oxigênio caracteriza-se por apresentar-se na natureza sob a forma diatômica
(molécula com dois átomos). No alto da atmosfera, o oxigênio molecular absorve
ondas de luz UV de até 150nm formando o oxigênio atômico (O). Este oxigênio
atômico combina-se com o oxigênio molecular formando o ozônio (O3), forma
alotrópica altamente oxidante e com relativa instabilidade. A instável molécula de
ozônio, por sua vez, absorve outra parte das radiações UV e se quebra novamente
em O2 e O, reiniciando o ciclo. Este processo pode ocorrer, também pela eletrização
(descargas elétricas na atmosfera) do oxigênio molecular.
Nessas reações, a chamada Camada de Ozônio absorve a maior porção daquela
faixa de invisíveis radiações, evitando assim que atinjam os seres vivos que habitam
a superfície. Assim como o Efeito Estufa, também este é um fenômeno atmosférico
natural, apropriado à sobrevivência das atuais formas de vida que, de outro modo só
seria possível debaixo das rochas e em águas profundas. Os seres vivos se
encontram estreitamente condicionados a uma filtragem permanente daquela faixa
de radiação solar.

A radiação UV altera a estrutura celular dos organismos vivos podendo causar:

• maior incidência de câncer de pele e queimaduras solares;


• incidência de melanoses e ceratoses solares (pré-câncer);
• problemas à visão e ao sistema imunológico;
• catarata;
• alterações genéticas em humanos, animais e vegetais;
• extinção de espécies, principalmente as do plâncton, com conseqüências em
toda a cadeia alimentar;
• influência na agricultura pois as plantas não se desenvolvem sob a ação dos
raios ultra violeta.

SENAI 49
Controle Ambiental

Recentemente, a camada de ozônio vem sendo bastante afetada pela ação de


algumas substâncias químicas voláteis que, ao chegar na estratosfera, perturbam o
frágil equilíbrio de sua composição. Pela interferência dessas substâncias, as
reações normais do ciclo do oxigênio na camada de ozônio vêm sendo
gradativamente reduzidas, resultando em um perigoso aumento dos níveis de
radiação UV sobre a superfície.
As principais substâncias que promovem a destruição da camada de ozônio são
produtos sintéticos fabricados pela indústria química e denominados
clorofluorcarbonetos - CFC’s.
Os CFC’s apresentam baixa toxicidade, não possuem cor nem cheiro, são inertes,
não inflamáveis, de baixo custo e bastante estáveis. Contudo, concorrendo com
todas estas excelentes propriedades, os CFC’s possuem, ainda, a nefasta
característica de corroer a camada de ozônio graças ao cloro contido em suas
moléculas. A radiação solar fornece energia suficiente para romper as moléculas
dos CFC’s e liberar o cloro. Este reage, então, com o O3 resultando O2. Um átomo
de cloro consegue destruir 100.000 moléculas de O3.

O leque de aplicações é bastante amplo, indo desde atividades essenciais, como


conservação de alimentos em geladeiras e frigoríficos, equipamentos de ar
condicionado e propelente para aerossóis, até futilidades descartáveis como
bandejas de espumas plásticas (ISOPOR) em embalagens de alimentos vendidos
em supermercados.
Quando bem fabricados e corretamente utilizados os refrigeradores e
condicionadores de ar mantém o gás em circuito fechado, não havendo vazamento
para a atmosfera. Quando vão para conserto ou são sucateados, a tubulação é
aberta, o gás escapa, e sobe até atingir a camada de ozônio. A destruição que lá
ocorre é muito grande. Cada molécula de CFC’s destrói centenas de milhares de
moléculas de ozônio, até ser neutralizada, entre 75 e 110 anos mais tarde. Nos

50 SENAI
Controle Ambiental

condicionadores de ar de carros, sujeitos a condições adversas, as ocasiões em que


ocorre a liberação de CFC’s são ainda mais freqüentes pois, além dos casos de
colisões, há vazamento contínuo de gás pelas mangueiras e conexões.
É comum encontrar nas embalagens em selo padrão em que os fabricantes afirmam
que seus produtos não agridem a camada de ozônio. Mas não se pode constatar
que a produção industrial de CFC’s para este fim tenha diminuído, não se tem
notícia de fiscalização e análise de conteúdo dos sprays, e é surpreendente que
todos os produtos que até bem pouco tempo continham CFC’s tenham se adaptado
à troca deste produto por outro propelente em suas fórmulas, sem modificações
perceptíveis em suas características usuais. Ao contrário dos CFC’s, outras
substâncias propelentes tendem a reagir com o produto dentro da lata, alterando-o.
Algumas são tóxicas e inflamáveis. Portanto, é difícil substituir os CFC’s em todas
as aplicações.
Outra fonte de liberação de CFC's na atmosfera é a espuma sintética flexível
utilizada em estofamento de carros, poltronas, colchões, tapetes e isolamento
térmico de paredes de refrigeradores e as espumas sintéticas rígidas (geralmente
brancas, como ISOPOR) largamente empregadas em isolamento térmico na
construção civil, em embalagens de equipamentos eletrônicos, bandejas, pratos e
copos descartáveis, caixas de ovos e embalagens de comida pronta para levar. Os
CFC’s escapam durante a confecção destes produtos, quando são adicionados para
conferi-lhes a consistência e porosidade características, e depois, quando vão para
o lixo e começam a fragmentar-se.
Outras substâncias semelhantes aos CFC’s também contribuem para a destruição
da camada de ozônio. Entre as principais estão o tetracloreto de carbono e o
metilclorofórmio, usados como solventes em lavagens à seco e no ramo
farmacêutico, e os "halons", usados em alguns extintores de incêndio, que contêm
bromo e são dez vezes mais destruidores de ozônio do que os CFC’s.
Algumas alternativas ao uso de CFC’s, como gás refrigerante, é o emprego, por
exemplo, do Refrigerante 134a, um hidrofluorcarbono que não ataca a camada de
ozônio ou a série de gases Enviro-cold EC-12a, EC-22a e EC-502a, compostos por
uma mistura de gases (dioxido de carbono, hexano, etano, metano, heptano,
propano, pentano, butano, isso-butano, octano, retardante de chama – segredo
industrial não perigoso) que, apesar de combustíveis, não agridem a camada de
ozônio.

SENAI 51
Controle Ambiental

Resumo

O ozônio é essencial para a vida na terra porque absorve radiação ultravioleta


proveniente dos raios solares. Acima de 99 % da radiação UV pode ser filtrada pela
camada de ozônio.
Quando a radiação UV penetra nos tecidos vivos, preferencialmente é absorvida
pelos ácidos nuclêicos das células causando ligações, destruições químicas e
também mutações. O aumento da incidência de radiação UV aumentaria a taxa de
mutações nos seres vivos, atingindo especialmente o fitoplâncton. Para o homem,
haveria aumento do índice de câncer (especialmente de pele) e de cataratas. O
ozônio naturalmente é encontrado em uma altitude de 10 a 15 km na estratosfera
que possuiu aproximadamente 30 km de espessura.
O ozônio é formado naturalmente na estratosfera com a combinação de átomos de
oxigênio com moléculas de oxigênio. Esta reação é ativada pela energia solar. Da
mesma forma o ozônio é destruído naturalmente pelo UV.
Veja as reações envolvidas no processo:

UV + O2 ⇒ 2O (dois átomos de oxigênio)


O + O2 ⇒ O3

UV + O3 ⇒ O2 + O
O + O3 ⇒ 2O2 (duas moléculas de oxigênio)

Os buracos na camada de ozônio são causados pela destruição das moléculas de


O3 pelos CFCs (clorofluorcarbonos) utilizados como propelentes de sprays e
refrigerantes de condicionadores de ar. Os raios UV sobre CFC libera átomos de
cloro que destroem o ozônio.
Veja as reações envolvidas no processo:

F2CCl2 ⇒ Cl + F2CCl
Cl + O3 ⇒ ClO + O2
ClO + O ⇒ Cl + O2

Clorofluorcarbonos CFC
Um dos maiores destruidores da camada de ozônio são os hidrocarbonetos
halogenados, grupo de compostos formados por carbono e um ou mais halogênios
(bromo, cloro) mais conhecidos como CFC’s .

52 SENAI
Controle Ambiental

O poder de destruir o ozônio pertencente a um composto é chamado de Ozone


Depletion Potential (ODP), tomando como padrão o CFC11 que possui um ODP =
1,0.

Vida na atmosfera
Composto Fórmula ODP
(anos)
CFC-11 CFCl3 1,0 60
CFC-12 CF2Cl2 1,0 120
CFC-113 CF2ClCFCl2 0,8 90
CFC-114 CF2ClCF2Cl 0,6 - 0,8 200
CFC-114a CF3CFCl2 nd nd
CFC-115 CF3CF2Cl 0,3 - 0,5 400
Nd = não disponível

Efeito estufa
A sociedade moderna, para sua manutenção, depende da produção de energia. Tal
energia tem sido obtida, sobretudo de combustíveis fósseis, como o gás natural, o
petróleo e o carvão. Essa utilização intensa dos materiais energéticos fósseis tem
resultado num acréscimo mensurável da concentração de gás carbônico (CO2) na
atmosfera (aproximadamente 25% desde o início da primeira Revolução Industrial).
Embora automóveis e usinas produtoras de energia contribuam com
aproximadamente 75 % do gás carbônico liberado em nações industrializadas, a
devastação e queima de florestas tropicais em países como o Brasil é outro grande
contribuinte.
As florestas são ecossistemas em clímax, em que o consumo e a produção de CO2
se eqüivalem. As queimadas, pela combustão de biomassa, podem elevar o
lançamento de CO2 na atmosfera. A destruição de florestas tropicais pode acarretar
graves alterações climáticas, já que o fenômeno de evaporação-transpiração regula
o clima mundial.

SENAI 53
Controle Ambiental

O gás carbônico e outros poluentes, quando em grande quantidade, acabam


formando um filtro na atmosfera. Durante o dia, a Terra é aquecida pelo sol e à noite
perde calor armazenado, tendo por conseqüência uma redução de temperatura.
Entretanto, com a camada de poluentes presente, o calor fica retido na Terra,
provocando um aumento na temperatura média. A este fenômeno dá-se o nome de
Efeito Estufa.
Se nada for feito para modificar este quadro, na metade no próximo século a
temperatura média poderá ter um acréscimo da ordem de 1,5 a 4,5 graus Celsius,
significando uma temperatura média mais elevada do que durante os últimos
100.000 anos. Como conseqüência, o regime de chuvas poderá alterar-se : fortes
chuvas cairão em regiões que hoje são áridas e haverá seca em áreas úmidas e
produtivas. O impacto poderá ser ainda maior nos pólos, onde a temperatura média
poderá subir até 10 graus Celsius. Se a calota de gelo que cobre a região Antártica
derreter, o nível dos oceanos poderá elevar-se lentamente inundando importantes
cidades costeiras e áreas de produção agrícola.
A atmosfera é amplamente transparente à entrada de radiação de ondas curtas, a
qual é absorvida pela superfície. Uma grande parte desta radiação é reemitida na
forma de radiação de IV, porém esta radiação é refletida por gases como CO2,
metano, hidrocarbonetos halogenados e NOx.

Certos gases lançados na atmosfera impedem que a energia radiante emitida pelo
sol retorne para o espaço, resultando em um sobre aquecimento da atmosfera.
O CO2 é um dos principais gases emitidos que podem causar aquecimento
climático, e sua quantidade na atmosfera tem aumentado significativamente como
resultado do crescimento industrial.

54 SENAI
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Onde anda o calor

Oxido nitroso

Metano

Clorofluorcarbono

Dióxido de Carbono

0 10 20 30 40 50 60

Fonte : Aquecimento Global - O relatório do Greepeace, 1990

O gráfico anterior mostra que o CO2 responderia por mais da metade de um


aumento de 1º C.

Chuva ácida
Em 1872, um funcionário público britânico, Robert Angus Smith, impressionado pela
rapidez com que as peças de metal exposta ao tempo se oxidavam na cidade de
Londres, passou a investigar minuciosamente o fenômeno, chegando a correta e
brilhante conclusão de que se devia a presença de ácido sulfúrico no ar, resultante
de reações com os compostos de enxofre provenientes da queima de carvão
mineral nas fornalhas industriais e sistema de aquecimento doméstico. Concluiu
ainda que isso também causava alteração de pinturas, desgaste das pedras dos
edifícios e a má qualidade da água de consumo público. A esse respeito, publicou
um livro com o título Ar e Chuva: fundamentos de uma climatologia química, ao qual
ninguém deu importância durante todo século.
A chuva ácida é um fenômeno que surgiu com a crescente industrialização do
mundo e está diretamente relacionada com a poluição do ar, manifestando-se com
maior intensidade e maior abrangência nos países desenvolvidos. Não obstante, tal
fenômeno começa a manifestar-se também em pontos isolados, em países como o
Brasil.
As emissões de fumaça das usinas termelétricas à base de carvão, das industrias
de celulose, das refinarias, dos veículos automotores, assim como quaisquer
poluentes gasosos lançados na atmosfera, contribuem para a formação de chuva
ácida. Compostos de enxofre e nitrogênio são os principais componentes desta
chuva, que pode se manifestar tanto no local de origem, como a centenas de
quilômetros de distância. Um exemplo disto é a mineração de carvão em Criciúma,
Santa Catarina, que é responsável pela chuva acidificada, devido ao enxofre
emanado do carvão depositado, que se mistura às formações de nuvens, em
suspensão no ar. Esta chuva quando transportada pelos ventos vai cair, por
exemplo, no parque nacional de São Joaquim, também em Santa Catarina, situado
a muitos quilômetros de distância.

SENAI 55
Controle Ambiental

Estão incluídos nessas emissões os compostos de flúor, decorrentes de indústrias


de tijolos e cerâmicas. Nas altas temperaturas da queima, qualquer fluorapatita
presente na argila se decompõe e acaba produzindo ácido fluorídrico (HF) volátil.
Também ocorre desprendimento de HF em fundições de metais pesados e de
alumínio, indústrias de vidro, esmaltes, porcelana e fertilizantes.
Nos gases produzidos por fábricas e motores (em especial quando há queima de
carvão mineral) são liberados para a atmosfera óxidos de enxofre (SOx) e de
nitrogênio (NOx) que reagem com o vapor de água (umidade do ar) produzindo
ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3), que dão origem às precipitações
ácidas, um termo mais adequado do que chuva ácida, pois engloba neblinas (fog) e
neve, bem como a chuva.
A acidez é expressa como um índice chamado pH. Uma condição de neutralidade,
ou seja, quando a solução não é predominantemente nem ácida nem básica, existe
quando o pH é 7. Abaixo de 7, quanto mais próximo de zero, mais ácida se torna a
solução. Acima de 7, tanto mais alcalina será a solução quanto mais próximo o pH
estiver de 14. O índice é trabalhado numa escala logarítmica onde uma redução de
uma unidade no índice expressa um aumento de dez vezes na acidez da solução.
Por exemplo, uma solução aquosa com pH 4 é dez vezes mais ácida do que uma
solução de pH 5. Uma chuva neutra tem um pH, normalmente, em torno de 5,6.
Valores de pH de até 1,6 já foram medidos, o que é 10.000 vezes mais ácido do que
o normal.
Este tipo de chuva, quando freqüente, provoca acidificação do solo, prejudicando
também plantas e animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma as
edificações presentes na área são afetadas. Um lago que tem seu pH reduzido a
4,5, por doses repetidas de chuva ácida, impossibilita condições de vida para vários
organismos.
O excesso de compostos de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados
lagos também pode causar crescimento excessivo de algas, e, consequentemente
perda de oxigênio, provocando um significativo empobrecimento da vida aquática.
A ingestão de água potável acidificada, por longos períodos, pode causar a doença
de Parkinson e de Alzheimer, a hipertensão, problemas renais e, principalmente em
crianças, danos ao cérebro. Estima-se que nos E.U.A. a chuva ácida é a terceira
maior causa de doenças pulmonares.
Continuando no ritmo atual de poluição do ar, nos próximos 30 anos a chuva ácida
causará maiores alterações na química dos solos do que as florestas tropicais
poderiam suportar. Este fenômeno pode ser reduzido pela instalação de
equipamentos que evitem as emissões gasosas, principalmente de compostos de

56 SENAI
Controle Ambiental

enxofre e nitrogênio.
No Brasil, a mata atlântica é extremamente afetada pela chuva ácida, uma vez que
muitos centros urbanos e industriais se localizam próximos ao litoral. Em Cubatão
(São Paulo) vários programas de reflorestamento têm acontecido nos últimos anos,
a fim de proteger as encostas cuja vegetação foi destruída.

Resumo

A chuva ácida forma-se através de gases liberados na atmosfera como o SO2 e


NOx que quando em contato com a água contida nas nuvens geram as chuvas
ácidas. Este tipo de chuva danifica a vegetação, acidifica rios e lagos e agride as
edificações.

Veja as reações envolvidas no processo:

SO2 + 1/2O2 ⇒ SO3


H2O + SO3 ⇒ H2SO4

NO + 1/2O2 ⇒ NO2
H2O + 3NO2 ⇒ NO + HNO3

Estes ácidos podem ser carregados a longas distâncias de suas fontes de emissão
antes de caírem em forma de chuva.
Alguns efeitos das precipitações ácidas:

1. Eliminação das espécies aquáticas. Em águas com pH 4, virtualmente todos


os organismos, exceto as algas, morrem;

2. Águas ácidas dissolvem minerais que são normalmente mais insolúveis e isso
tem um efeito danoso aos ciclos de vida. Por exemplo, muito alumínio dissolvido
na água é tóxico para os peixes, causando anormalidades nos embriões.
Algumas plantas também são muito sensíveis a alterações na concentração de
alumínio dissolvido;

SENAI 57
Controle Ambiental

3. Organismos que fixam nitrogênio no solo se tornam menos efetivos a medida


que o pH do solo diminui;

4. A redução do pH do solo afeta os microrganismos que realizam a fixação do


nitrogênio nas plantas, ocasionando o crescimento retardado das florestas;

5. Plantas enfraquecidas pelo efeito da acidez tornam-se susceptíveis ao ataque


de insetos e outros organismos;

6. A população de vida selvagem, que depende de espécies aquáticas para sua


alimentação e das coberturas florestais para abrigo, sofre decaimento;

7. Nevoeiros ácidos (acid fog) podem causar problemas respiratórios;

8. Águas subterrâneas acidificadas podem dissolver minerais tóxicos e metais


em consertos de tubulações, o que pode afetar funções do corpo humano. A
dissolução de alguns metais, como o alumínio, na água de rios e lagos, é nociva
para algumas espécies de peixes;

9. Precipitações ácidas atacam ou dissolvem materiais de construção de edifícios


e monumentos.

Precipitações ácidas apresentam efeitos atenuados em áreas onde ocorrem


formações de rocha calcária, pois estas neutralizam ou tamponam os níveis de
acidez.

Smog – fotoquímico e redutor


A revolução industrial tem sido o centro da causa do incremento de poluentes na
atmosfera nos 3 últimos séculos. Antes de 1950, a maior parte dos poluentes era
oriundos da queima de carvão para a geração de energia, aquecimento,
alimentação e transporte.
Sob certas condições a fumaça pode combinar com o fog para produzir o smog
(termo que vem do inglês e derivam das palavras smoke = fumaça e fog = nevoeiro).
Em altas concentrações o smog pode ser extremamente tóxico para os humanos e
outros organismos vivos. Londres é o episódio mais famoso. Hoje o uso de outros
combustíveis, usinas nucleares e hidroelétricas ao invés do uso de carvão tem
reduzido a ocorrência do smog. Conhecemos hoje dois tipos quimicamente
diferentes de formação de smog, o chamado Smog de Los Angeles, ou Fotoquímico,
com características oxidantes, e o Smog de Londres, com características redutoras.
O smog de Los Angeles é de origem fotoquímica, cujos ingredientes mais
importantes são luz solar, óxidos de nitrogênio (NO2) e hidrocarbonetos. Os

58 SENAI
Controle Ambiental

principais produtos são ozônio, o nitrato de peroxiacila (PAN) e aldeídos. O ozônio


responde por aproximadamente 75 % da mistura, e os níveis de ozônio em
atmosferas urbanas poluídas podem atingir 400 ppb. Esse ozônio pode ser
transportado por centenas de quilômetros por correntes de ventos. Como o ozônio é
um agente fortemente oxidante (de 1,5 a 2,5 vezes mais forte do que o cloro), o
smog fotoquímico é chamado de smog oxidante.

Cidades como Los Angeles, New York, Sydney e Vancouver, freqüentemente


sofrem episódios de smog fotoquímico.

Condições para a formação do smog fotoquímico:


• Altas concentrações de NOx e VOC’s;
• Horário do dia (variações de tráfego e de condições da luz solar);
• Fatores meteorológicos – irradiação solar intensa, ausência de ventos, inversão
térmica e pressão atmosférica elevada;
• Topografia.

Veja as reações envolvidas no processo:

O3 + NO ⇒ NO2 + O2

NO + RO2 ⇒ NO2 + outros subprodutos

SENAI 59
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NO2 + hν (luz solar) ⇒ NO + O

O + O2 ⇒ O3

NO2 + R(radicias orgânicos) ⇒ PAN (peroxiacetil nitrato)

Fontes Efeitos
• evaporação de solventes; • irritação dos olhos;
• combustão incompleta de de • irritação respiratória;
VOC’s combustíveis fósseis; • alguns são cancerígenos;
ocorrência natural (terpenos de • diminuem a visibilidade.
árvores).
• irritação dos olhos;
• formados pela reação de NOx com • alta toxicidade para plantas;
PAN
VOC’s • irritação do trato respiratório;
• causa danos às proteínas.
• irritação do trato respiratório superior
(nariz, garganta);
• irritação nos olhos;
• dissociação do oxigênio molecular
• ataca os tecidos do trato respiratório,
por ação da radiação ultravioleta
Ozônio produzindo desde bronquite crônica e
• descargas elétricas (precipitadores
enfisema pulmonar, até parada cardíaca;
eletrostáticos)
• secamento das folhas das plantas;
• descoloração da superfície superior
das folhas

Outro tipo de smog é o smog redutor, geralmente composto por dióxido de enxofre e
material particulado. Este tipo de smog vitimou mais de 4.000 pessoas em Londres,
Inglaterra, em dezembro de 1952. Um agravante destes episódios, é que alguns
materiais particulados apresentam óxidos de metais que catalisam o dióxido de
enxofre à forma de trióxido, provocando o surgimento de condições fortemente
ácidas. Além disso, partículas de fuligem usualmente contêm alcatrões
carcinogênicos.

O smog de Londres se forma em atmosferas contaminadas por SO2, CO e fuligem, e

60 SENAI
Controle Ambiental

após várias reações as moléculas de SO2 oxidam-se a SO3 que reage com a água
da neblina formando ácido sulfúrico. Desta forma, o nevoeiro transforma-se num
autêntico aerossol de ácido sulfúrico.

Veja as reações envolvidas no processo

SO2 + O2 → SO4 → SO3 + O

SO3 + H2O → H2SO4

H2S + 2O2 → H2SO4 (corrosão em sistemas coletores)

1- EXERCÍCIOS
1 Quais os dois tipos de Smogs?

2 Na inversão térmica podemos dizer


( ) que o ar frio menos denso fica nas camadas inferiores, enquanto que o ar
quente mais denso fica nas camadas superiores .
( ) que o ar frio mais denso fica nas camadas superiores, enquanto que o ar
quente menos denso fica nas camadas inferiores
( ) que o ar frio mais denso fica nas camadas inferiores, enquanto que o ar
quente menos denso fica nas camadas superiores .
( ) que o ar frio menos denso fica nas camadas superiores, enquanto que o
ar quente mais denso fica nas camadas inferiores

3 A camada de ozônio é responsável pela absorção de 99% dos raios ultra violeta.
Os clorofluorcarbonos(CFC’s) são os principais responsáveis da destruição desta
camada . Isto acontece por causa da recombinação do O3 com:
( ) Cloro
( ) Fluor
( ) Carbono
( ) Oxigênio

4 São considerados gases estufas, aqueles que conseguem absorver raios

SENAI 61
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infravermelhos em nossa atmosfera . São eles:


( ) O2 ; CO2 ; CH4 e NO
( ) CO2, CH4, N2 e CFC
( ) CO2, NO, N2 e O3
( ) CFC; CO2 ; CH4 e NO

5 Os principais gases causadores da chuva ácida são:


( ) CH4 e CO2
( ) CFC e NOx
( ) SO2 e NOx
( ) CO2 e SO2

62 SENAI
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Emissões, imissões e
Dispersões de poluentes

Alguém já ouviu falar do “Vale da Morte“? Houve uma época que Cubatão assim era
conhecida. Bairros como Vila Parisi sofriam com a imissão de diversos gases, onde um
número considerável de crianças nasceram encefálicas. Um total de 23 indústrias
emitiam quase mil toneladas de poluentes, onde 250 toneladas eram de pó.
Em 1984, um verdadeiro “coquetel” de poluentes do ar colocava em perigo a saúde
dos trabalhadores e da população que morava perto das fábricas. Mas havia também
sérias ameaças ao solo e às águas, e era preciso fazer alguma coisa. A qualidade de
vida dos habitantes de Cubatão precisava ser recuperada rapidamente, antes que
fosse tarde demais.
Hoje, Cubatão não é mais conhecida como vale da morte, graças a ação da CETESB
que impôs controles de emissões de poluentes.
“Cubatão já foi uma das áreas mais contaminadas do mundo. Hoje é um exemplo de
controle que a ONU poderá levar para regiões do México, Chile e Venezuela.”
Essa declaração, feita em 1990, que até então, era do diretor do Programa das
Nações Unidas do Meio Ambiente para a América Latina, José Lizarraga.

Emissão

Corresponde a quantidade de poluentes descarregada, por uma fonte poluidora, móvel


ou fixa, na atmosfera. Ex.: Um carro; uma chaminé de uma fábrica.

SENAI 63
Controle ambiental

Devido a diversas fábricas espalhadas no mundo e uma vasta frota veicular e geradora
de energia com combustíveis fosseis, nosso planeta tem sofrido com a emissão de
bilhões de toneladas de poluentes. Isso tem causado alterações desastrosas em nossa
atmosfera. Podemos entender a extensão disto, com alguns dados da ONU no ano de
1989 sobre emissões de algumas regiões do mundo .

Emissões de processos industriais e fontes antropogênicas de dióxido de


carbono (co2

TOTAL TONELADAS PER CAPITA (TON)

MUNDO 21.863.088.000 4,21


POR REGIÃO NO MUNDO
ÁSIA 5.812.064.000 1,93
AMÉRICA DO NORTE E
5.760.830.000 13,60
CENTRAL
EUROPA 4.347.794.000 8,74
URSS 3.804.001.000 13,30
ÁFRICA 647.352.000 1,03
AMÉRICA DO SUL 557.298.000 1,91
OCEANIA (AUSTRÁLIA, FIJI,
291.248.000 11,20
ETC...)

Emissões de gases estufa de fontes antropogênicas; metano (ch4)

TOTAL TONELADAS
MUNDO 270.000.000
POR REGIÃO NO MUNDO
ÁSIA 130.000.000
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL 45.000.000
EUROPA 26.000.000
URSS 34.000.000
ÁFRICA 19.000.000
AMÉRICA DO SUL 18.000.000
OCEANIA (AUSTRÁLIA, FIJI, ETC...) 9.000

64 SENAI
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Emissões de clorofluorcarbonetos (cfc’s)

TOTAL TONELADAS

MUNDO 580.000

POR REGIÃO NO MUNDO


ÁSIA 140.000
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL 150.000
EUROPA 180.000
URSS 67.000
ÁFRICA 16.000
AMÉRICA DO SUL 15.000
OCEANIA (AUSTRÁLIA, FIJI, ETC...) 9.000

A deplexão da camada de ozônio é o principal efeito, lembra que cada átomo Cl destrói
100.000 moléculas de O3.

Emissões de outros poluentes comum antropogênicos


O U.S.A .em 1989 (em toneladas métricas)

CO Particulado Hidrocarbonetos
60.900.000 6.900.000 18.500.000

Emissões de dioxido de enxofre (so2)

1989 1990
ÁSIA --- 1.263.000
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL 20.700.000 23.900.000
EUROPA 23.000.000 ---
URSS 9.318.000 12.800.000

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Emissões de dióxido de nitrogênio (no2) e oxido nitroso (n2o)


1989 1990
ÁSIA 1.400.000 ---
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL 21.600.000 22.300.000
EUROPA ~15.000.000 ---
URSS 4.190.000 ---

Motivos para a medição de emissões


• controle do processo poluidor (Ex. Combustão);
• controle dos padrões de emissão;
• controle da eficiência de um equipamento;
• comparação de métodos diferentes de medição;
• calcular fatores de emissão;
• testar a conseqüência causada pela mudança de um processo;
• avaliar a formação de poluentes dentro do processo.

Imissões

Correspondem as concentrações de gases poluentes distantes da fonte poluidora, as


quais estão relacionadas a qualidade do ar de uma região.

Através da Portaria Normativa n.º 348 de 14/03/90 o IBAMA estabeleceu os padrões


nacionais de qualidade do ar, ampliando o número de parâmetros anteriormente
regulamentados através da Portaria GM 0231 de 27/04/76.

Os padrões estabelecidos através dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em


28/06/90 e transformados na Resolução CONAMA n.º 03/90 que foi estudada na aula 4
deste curso.

66 SENAI
Controle ambiental

Histórico
Episódio agudo de poluição do ar em cubatão.

A CETESB considera como episódio agudo de poluição atmosférica o disposto no


Decreto Lei Estadual N º8468 de Setembro de 1976 , art.3º, que define poluição como:

“toda e qualquer forma, de matéria ou energia lançada ou liberada nas águas, no ar e


no solo“;

que no inciso V , que determina:

“independente de estarem enquadrados nos incisos anteriores, tornem ou possam


tornar as águas, o ar e o solo impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde,
inconvenientes ao bem estar público; danosos aos materiais, à fauna e a flora;
prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade, bem como às atividades
normais da comunidade”.

Durante o mês de maio de 1984, diversos episódios agudos de ar na região de


Cubatão foram diagnosticado, associando-se as condições atmosférica do período
com a concentração de poluentes na atmosfera. As rosas de poluição indicam que no
dia 25, as fontes localizadas na Vila Parisi foram as que mais contribuíram para o
acúmulo de poeira no decorrer do episódio, porém nos dias 26 e 27 a maior
quantidade de poeira transportada foi resultante da emissão das industrias a sudoeste
da Vila Parisi. A partir do dia 28, devido a um período de excessiva calmaria que
antecedeu uma baixa pressão para São Paulo, as estações de monitoração de ar, da
CETESB, registraram que a média móvel da concentração de particulado ficou acima
de 625µg/m3, por um período superior a 13 horas .Ocorreu um agravamento da
qualidade do ar quando os ventos muito fortes levantaram os poluentes já
sedimentados e a poeira natural do solo, fazendo que fosse registrados picos horários
de 925µg/m3 de poeira em suspensão (Oliveira&Sagula,1984)

Motivos para a medição de imissões


• calcular a trajetória dos poluentes na atmosfera;
• estudar a formação e degradação de poluentes na atmosfera;
• calcular o fluxo dos componentes;
• determinar a exposição aos poluentes;
• determinar a instalação de alarmes para determinados poluentes;
• determinar a deposição de poluentes na flora e fauna;
SENAI 67
Controle ambiental

• gerar relatórios sobre a qualidade do ar;


• estudar o impacto de novas fontes de emissão.

Dispersão de poluentes

Escalas de movimento
Os fenômenos meteorológicos que atuam no processo de dispersão fazem,
obedecendo a uma seqüência de escalas de movimento, a dinâmica da atmosfera.
Essas escalas são a sinótica, a mesoescala e a microescala, descritas a seguir:

Sinótica – a essa escala estão associados os movimentos do ar resultantes da


circulação real da atmosfera, interagindo com as massas de ar. Os efeitos dessa
escala sobre a poluição podem ser classificados de duas formas: a condição favorável
à dispersão (baixas pressões, frentes) e a condição desfavorável (altas pressões
estacionárias no inverno e as inversões térmicas que inibem a dispersão vertical,
reduzindo a velocidade do vento e aumentando as horas de calmaria).

Mesoescala – são os movimentos que incluem as brisas marítima e terrestre,


circulando dentro de vales os fenômenos de efeito de ilhas de calor. Os fenômenos
dessa escalas que influenciam a qualidade do ar local são variações diurnas da
estabilidade atmosférica e a topografia regional. Os fenômenos que ocorrem dentro
dessa escala tem importância fundamental no processo de transporte e dispersão de
poluentes . Os principais parâmetros meteorológicos que atuam nesse processo são
as inversões térmicas de baixa altitude, a variação diária da altura da mistura e a taxa
de ventilação horizontal dentro dessa camada.

Microescala – incluem os movimentos resultantes dos efeitos aerodinâmicos das


edificações das cidades e dos parques industriais, rugosidades das superfícies e a
cobertura vegetal de diversos tipos de solo. Esses movimentos são responsáveis pelo
transporte e difusão dos poluente em um raio horizontal inferior a 10 km e entre 100 e
500 m na vertical. Nesses casos, a turbulência atmosférica, gerada por diversos
pequenos obstáculos, é importante na verdadeira trajetória das pluma emitidas pelas
fontes industriais, uma vez que a direção do vento são totalmente dominadas pelas
características topográficas e regionais em torno da fonte.

68 SENAI
Controle ambiental

Condições para dispersão dos poluentes atmosféricos

Favorável Desfavorável
Chaminé alta 9
Topografia acidentada (vale) 9
Topografia plana 9
Ventilação horizontal (ventos) 9
Concentração de fontes 9
Concentração de edificações 9
Gradiente de temperatura
9
estável (Inversão térmica)
Gradiente de temperatura
9
instável

SENAI 69
Controle ambiental

Legislação Ambiental

Legislação ambiental para poluição atmosférica

Padrões de qualidade do ar
Pelo que vimos até agora é de se esperar que no cotidiano estamos respirando ar que
não seja puro, ou seja, que contenha mesmo que em ínfimas proporções quantidades
de poluentes atmosféricos. Você já parou para pensar se o ar respira agora é de boa
qualidade? Mas o que seria um ar de boa qualidade? Podemos quantificá-lo?
Compará-lo? Vamos por parte. No Brasil e no mundo existem órgãos governamentais
e não governamentais que atuam no monitoramento do meio ambiente entre outros
objetivos ambientais. Quando se fala em monitorar, estamos nos referindo a medir os
níveis de poluição e comparar com valores pré-estabelecidos, ou seja, com padrões
aceitáveis visando o bem estar das pessoas
Os principais objetivos do monitoramento da qualidade do ar são:

• fornecer dados para ativar ações de emergência durante períodos de


estagnação atmosférica quando os níveis de poluentes na atmosfera possam
representar risco à saúde pública;
• avaliar a qualidade do ar à luz de limites estabelecidos para proteger a saúde e
o bem estar das pessoas;
• acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar devidas a
alterações nas emissões dos poluentes.

SENAI 71
Controle ambiental

Para atingir estes objetivos, torna-se necessária a fixação de padrões de qualidade do


ar.

Um padrão de qualidade do ar define legalmente um limite máximo para a


concentração de um componente atmosférico que garanta a proteção da saúde e do
bem estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos
científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são fixados em níveis
que possam propiciar uma margem de segurança adequada.

Através da Portaria Normativa n.º 348 de 14/03/90 o IBAMA estabeleceu os padrões


nacionais de qualidade do ar, ampliando o número de parâmetros anteriormente
regulamentados através da Portaria GM 0231 de 27/04/76.

Os padrões estabelecidos através dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em


28.06.90 e transformados na Resolução CONAMA n.º 03/90.

São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os


secundários.

Padrões primários
São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que,
ultrapassadas poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como
níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se
em metas de curto e médio prazo.

Padrões secundários
São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes
atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da
população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de
poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para uma


política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Deve ser aplicado a áreas de
preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de proteção ambiental, estâncias
turísticas, etc.). Não se aplicam, pelo menos a curto prazo, a áreas de
desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários. Como prevê a
própria Resolução CONAMA n.º 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários
72 SENAI
Controle ambiental

e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III


conforme o uso pretendido (ver CONAMA n.º 05/89). A mesma resolução prevê ainda
que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões aplicáveis
serão os primários.
• Áreas classe I: áreas de preservação, lazer, turismo, tais como Parques
Nacionais e Estaduais, Reservas e Estações Ecológicas, Estancias
Hidrominerais e Hidrotermais. Nestas áreas deverá ser mantida a qualidade do ar
em nível o mais próximo possível do verificado sem a intervenção antropogênica.
• Áreas classe II: áreas onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja
limitado pelo padrão secundário de qualidade.
• Áreas de classe III: áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da
qualidade do ar seja limitado pelo padrão primário de qualidade
Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão,
fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e
dióxido de nitrogênio. Os padrões nacionais de qualidade do ar fixados na Resolução
CONAMA n.° 3 de 28/06/90 são apresentados na tabela abaixo.

Padrões Nacionais de Qualidade do Ar (Resolução CONAMA n.° 3 de 28/06/90)

PADRÃO PADRÃO
TEMPO DE MÉTODO DE
POLUENTE PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
AMOSTRAGEM MEDIÇÃO
µg/m³ µg/m³
Partículas
24 horas (1) 240 150 Amostrador de
Totais em
MGA (2) 80 60 grandes volumes
Suspensão
Monóxido de 1 hora (1) 40.000 (35 ppm) 40.000 (35 ppm) Infravermelho não
Carbono 8 horas (1) 10.000 (9 ppm) 10.000 (9 ppm) dispersivo
Ozônio 1 hora (1) 160 160 Quimiluminescência
24 horas (1) 150 100
Fumaça Refletância
MAA (3) 60 40
Partículas 24 horas (1) 150 150 Separação
Inaláveis MAA (3) 50 50 Inercial/Filtração
Dióxido de 1 hora (1) 320 190
Quimiluminescência
Nitrogênio MAA (3) 100 100

SENAI 73
Controle ambiental

(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano.
(2) Média geométrica anual (MGA).
(3) Média aritmética anual (MAA).

A mesma resolução (CONAMA 03/90) estabelece ainda os critérios para episódios


agudos de poluição do ar. Esses critérios são apresentados na Tabela 2.
A Legislação Estadual de São Paulo (DE 8468 de 08/09/76) também estabelece
padrões de qualidade do ar e critérios para episódios agudos de poluição do ar, mas
abrange um número menor de parâmetros. Os parâmetros fumaça, partículas inaláveis
e dióxido de nitrogênio não têm padrões e critérios estabelecidos na Legislação
Estadual. Os parâmetros comuns às legislações federal e estadual têm os mesmos
padrões e critérios, com exceção dos critérios de episódio para ozônio. Neste caso a
Legislação Estadual é mais rigorosa para o nível de atenção (200 µg/m3) e menos
rigorosa para o nível de emergência (1.200 µg/m3). O nível de alerta é o mesmo (800
µg/m3).

Critérios para Episódios Agudos de Poluição do Ar (Resolução CONAMA n.° 3


de 28/06/90)

NÍVEIS
PARÂMETROS ATENÇÃO ALERTA EMERGÊNCIA
Dióxido de
800 1.600 2.100
Enxofre(µg/m³) -24 h
Partículas Totais em
Suspensão (PTS) 375 625 875
(µg/m³)-24 h
SO2 X PTS
65.000 261.000 393.000
(µg/m³)(µg/m³) - 24 h
Monóxido de Carbono
15 30 40
(ppm) - 8 h
Ozônio (µg/m³) - 1 h 400* 800 1.000
Partículas Inaláveis
250 420 500
(µg/m³) - 24 h
Fumaça (µg/m³) - 24 h 250 420 500
Dióxido de Nitrogênio
1.130 2.260 3.000
(µg/m³) - 1 h
* O nível de atenção declarado pela CETESB com base na legislação Estadual SP que
é mais restritiva (200 µg/m³).

74 SENAI
Controle ambiental

Relação de normas e resolução referentes a poluição atmosférica

Legislação Federal
Portaria n.° 100/1980 - Ministério do Interior: estabelece os limites de emissão para
fumaça preta para veículos movidos a diesel. O limite de emissão a altitudes acima de
500m , o Ringelmann n.° 3 (60%). Abaixo de 500 m e para frotas com circulação
restrita à área urbana em qualquer altitude, o limite é o Ringelmann n.° 2 (40%).

Resolução CONAMA n.° 018/86, de 06/05/86, dispões sobre a Instituição do


Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE e
estabelece os limites máximos de emissão para motores e veículos novos, bem como
as regras e exigências para o licenciamento para fabricação de uma configuração de
veículo ou motor e para a verificação da conformidade da produção

Resolução CONAMA n.º 003/89, de 15/06/89, estabelece limites para emissão de


aldeídos, presentes no gás de escapamentos de veículos leves do Ciclo Otto.

Resolução CONAMA n.° 004/89, de 15/06/89, dispõe sobre a emissão de


hidrocarbonetos por veículos automotores leves e equipados com motor à álcool.

Resolução CONAMA n.° 005/89, de 15/06/89, institui o programa Nacional de


Controle da Qualidade do Ar - PRONAR, e dá outras providências.

Resolução CONAMA n.° 003/90, de 28/06/90, estabelece padrões da Qualidade do Ar


(padrões primários e secundários) e amplia o número de poluentes atmosféricos
passíveis de monitoramento e controle.

Resolução CONAMA n.° 008/90, de 06/12/90, que estabelece limites máximos de


emissão de poluentes do ar a nível nacional para processos de combustão externa em
fontes novas fixas com potências nominais até 70 MW e superiores.

Fontes Novas Fixas de Potências Nominais igual ou inferiores à 70MW

*Valores em gramas por milhão de calorias

SENAI 75
Controle ambiental

Densidade
Material Particulado SO2
Colorimétrica
Classe I 120 Máx. 20% ER Nº1 2000
Óleo Carvão
Classes II e III Combust. Mineral Máx. 20% ER Nº1 5000
350 1500

Fontes Novas Fixas de Potências Nominais superiores à 70MW

*Valores em gramas por milhão de calorias


Densidade
Material Particulado SO2
Colorimétrica
Não será permitida a instalação de novas fontes fixas
Classe I
deste porte .
Óleo Carvão
Classes II e III Combust. Mineral Máx. 20% ER Nº1 2000
120 800

Resolução CONAMA n.° 06/93, de 31/08/93, estabelece a obrigatoriedade dos


fabricantes e importadores de veículos disporem de procedimentos e infra-estrutura
para a divulgação sistemática das especificações de regulagem e manutenção dos
motores e sistemas de controle de poluição.

Resolução CONAMA n.° 07/93, de 31/08/93, estabelece os padrões de emissão e


procedimentos de inspeção para veículos em uso, bem como os critérios para a
implantação dos Programas de I/M (inspeção e manutenção).

Resolução CONAMA n.° 08/93, de 31/08/93, estabelece limites de emissão de


poluentes para motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados.

Resolução CONAMA n.° 16/93, de 17/12/93, ratifica limites de emissão de poluentes


por veículos automotores e determina a republicação de Resoluções do CONAMA.

Resolução CONAMA n.° 09/94, de 04/05/94, dispõe sobre os limites para a emissão
de hidrocarbonetos e aldeídos dos veículos automotores leves e equipamentos com
motor a álcool.

76 SENAI
Controle ambiental

Resolução CONAMA n.° 15/94, de 29/09/94, dispõe sobre a implantação dos


Programas de Inspeção e Manutenção para Veículos Automotores em uso - I/M.
.
Resolução 507/1976 - Ministério da Justiça: estabelece os limites de emissão do
cárter para os novos veículos a gasolina.

Portaria IBAMA n.° 1937/90, que disciplina o controle de emissão para veículos
importados.

Legislação do Estado de São Paulo


Lei número 977 e Decreto número 8.468, que a regulamenta, ambos de 1976:
regulamentam as ações de controle ambiental e padrões, licenças para as novas
indústrias, bem como para aquelas já estabelecidos, e as sanções para ações
corretivas. Este regulamento mantém os padrões federais de qualidade do ar e
acrescenta os seguintes principais requisitos:

a) Ringelmann número 1 é o limite de emissão para fumaça preta emitida por fontes
estacionárias;
b) Ringelmann número 2, o limite de emissão para fumaça preta emitida por veículos a
diesel a qualquer altitude em operação normal;
c) Os padrões de emissão para material particulado são impostos para Cubatão;
d) A melhor tecnologia disponível será adotada quando não houver regulamentação
para padrões de emissão;
e) Normas para localização, operação e sistema de controle para fontes estacionárias;
f) Normas especificas para incineração;
g) Queimas ao ar livre estão proibidas;
h) Fica estabelecido um plano de Emergência para episódios agudos de poluição do
ar.

1 EXERCÍCIOS

1) Cite 3 fontes de emissão de poluentes


SENAI 77
Controle ambiental

2) No mundo moderno e industrializado a maior preocupação dos cientistas é


quanto a emissão de gases poluentes na atmosfera . Por região quais são os
maiores poluidores?

( ) Ásia , África e América do Norte/Central


( ) Europa, América do Sul, e Ásia
( ) América do Norte/Central, Ásia e Europa
( )África, América do Sul e URSS

3) Hoje as técnicas de medição de poluentes são muito precisas e confiáveis . São


os motivos para medição de emissões de poluentes :

( ) Calcular fator de emissão; Calcular fluxo de componentes


( ) Controle de eficiência de equipamentos; Controle de processo poluidor
( ) Determinar a exposição aos poluentes; Controle de padrões de emissão
( ) Avaliar a formação de poluentes dentro do processo; Gerar relatórios sobre a
qualidade de ar.

4) Cidades como Cubatão, perto de pólos industriais há preocupação com a


medição de imissão de gases dentro da cidade .São motivos para medição de
imissão:

( ) Calcular fator de emissão; Calcular fluxo de componentes


( ) Determinar a exposição aos poluentes; Avaliar a formação de poluentes dentro do
processo
( ) Gerar relatórios sobre a qualidade de ar; Calcular fluxo de componentes
( )Estudar o impacto de novas fontes de emissão; Controle de eficiência de
equipamentos

5) O s fenômenos meteorológicos são fundamentais no processo de dispersão de


poluentes. O estudo das escalas de movimento é necessário. A escala que está
associada aos movimentos do ar resultantes da circulação real da atmosfera ,
interagindo com as massas de ar é a escala:

( ) Megaescala
( ) Mesoescala
78 SENAI
Controle ambiental

( ) Sinótica
( ) Microescala

6) São condições favoráveis para dispersão dos poluentes atmosféricos :

( ) Chaminé alta; Topografia acidentada (Vale)


( ) Ventilação horizontal; Chaminé alta
( ) Topografia acidentada (vale); Concentração de fontes
( ) Gradiente de temperatura instável; Concentração de fontes

7) A Resolução CONAMA n º 03/90 prevê aplicação de padrões primários e


secundários em áreas divididas em classes . As áreas de desenvolvimento são
classificadas de áreas :
( ) Classe I
( ) Classe II
( ) Classe III
( ) Classe IV

8) Quais dos gases emitidos NÃO são controlados pela CETESB:

( ) SO2 e NO2
( ) O2 e N2
( ) Material Particulado e CO
( ) O3 e SO2

SENAI 79
Controle ambiental

Medição de poluentes
atmosféricos

Desde dos tempos remotos, sempre houve emissão dos “atuais poluentes” na terra.
Isso era devido as emissões causadas por fenômenos naturais, tais como: cinzas e
gases de emissões vulcânicas, tempestade de areia e poeira, decomposição de
vegetais e animais, partículas e gases de incêndios florestais, sprays salinos dos
mares e oceanos (maresia), e outros, porém sempre havia auto-regulação do
ecossistema .
Com a modernização, o homem tem interferido contínua e desordenadamente no
ecossistema, emitindo grande quantidades de poluentes na atmosfera. De alguns anos
para cá , o mundo está preocupado em controlar e amenizar os impactos ambientais.
Como?
Para controlar precisa antes medir e é ai que entra os analisadores industriais, que tem
a função de “dedurar”, é claro no bom sentido, alarmando se algum dos poluentes está
fora dos níveis estabelecidos pelos órgãos controladores

Escala de Ringelmann

Escala gráfica para avaliação colorimétrica de densidade de fumaça,


constituída de seis padrões com variações uniformes de tonalidade entre o
branco e o preto. Os padrões são apresentados por meio de quadros
retangulares, com rede de linhas de espessura e espaçamento definidos, sobre
um fundo branco. Os padrões da escala de Ringelmann são numerados de 0 a
5.

SENAI 81
Controle ambiental

Escala de ringelmann

Para descobrir se o ônibus ou caminhão está emitindo fumaça acima do


permitido, utiliza-se a Escala de Ringelmann. Trata-se de um cartão de
papelão, com um buraco no centro, no qual existe um pentagrama com uma
escala de cinco variações de cor, que vão de cinza claro até o preto. Compara-
se a cor da fumaça que sai do escapamento do veículo com o padrão 2 da
escala. Ultrapassado esse padrão, o veículo é autuado, porque acima disso a
fumaça preta se concentra com densidade colorimétrica superior a 40%. Cerca
de 50% das partículas presentes na atmosfera da Grande São Paulo são
lançadas por veículos ( o restante é proveniente das indústrias, caldeiras e
queima de lixo).

Por exemplo:
Legislação do Estado de São Paulo
Lei número 977 e Decreto número 8.468, que a regulamenta, ambos de 1976:
regulamentam as ações de controle ambiental e padrões, licenças para as novas
indústrias, bem como para aquelas já estabelecidos, e as sanções para ações
corretivas. Este regulamento mantém os padrões federais de qualidade do ar e
acrescenta os seguintes principais requisitos:

a) Ringelmann número 1 é o limite de emissão para fumaça preta emitida por fontes
estacionárias;

b) Ringelmann número 2 é o limite de emissão para fumaça preta emitida por veículos
a diesel a qualquer altitude em operação normal.

82 SENAI
Controle ambiental

Amostrador isocinético – medição de fontes estacionárias

O objetivo do CIPA (Coletor Isocinético de Poluentes Atmosféricos) ou amostrador


isocinético é obter uma amostra de material particulado suspenso em uma corrente
gasosa, sem a separação mecânica do material particulado. Da mesma forma esta
amostragem é feita para outros poluentes como o Dióxido de Enxofre. Os óxidos de
enxofre sempre estão unidos com as partículas, pois possuem origem comum, são
resultantes da combustão de combustíveis fósseis.

A maneira de se evitar que ocorra a separação mecânica, devido a inércia das


partículas, é tomando-se a amostra na mesma velocidade de saída dos gases na
chaminé. Por esta razão que se denomina amostrador isocinético. As partículas
coletadas representam exatamente o estado da corrente gasosa amostrada.
O amostrador isocinético é composto basicamente de:

1. sonda;
2. caixa quente (filtro);
3. caixa fria (borbulhadores);
4. cordão umbilical;
5. módulo de controle.

SENAI 83
Controle ambiental

O amostrador de chaminé esquematizado acima é constituído das seguintes


partes:

Sonda: constituída de um tubo interno com resistência de aquecimento e um tubo


externo para proteção mecânica. Em sua ponta é acoplada a boquilha de coleta. Junto
à sonda, firmemente preso para não girar, está um tubo de pitot tipo “S” para a medida
do diferencial de pressão de velocidade. Também se encontra, na mesma, um sensor
térmico para medida de temperatura da chaminé.

Caixa Quente: compartimento isolado termicamente, aquecido internamente por


resistência elétrica e dotado de sensor térmico para controle de aquecimento. Possui
em seu interior um ciclone com coletor para reter partículas de maior tamanho e um
porta filtro para filtragem e retenção de partículas de menor tamanho.

Caixa Fria: compartimento isolado termicamente contendo, em banho de gelo, quatro


borbulhadores (impingers), sendo os dois primeiros cheios com água ou alguma
solução absorvedora, conforme o trabalho a ser realizado, o terceiro vazio e o quarto
com sílica gel desidratada. O objetivo deste conjunto é a condensação da umidade do
gás e/ou a reação de algum componente do gás com alguma solução absorvedora
colocada nos borbulhadores 1 e 2 conforme o caso.

Cordão Umbilical: conjunto flexível contendo tubulação que conduz o gás amostrado

84 SENAI
Controle ambiental

da caixa fria a unidade de controle, tubulações do tubo de pitot e fios elétricos de


ligação das resistências de aquecimento e dos sensores térmicos. Interliga a caixa de
amostragem à unidade de controle.

Módulo de Controle: conjunto de parelhos de medida e comandos que permitem o


controle da amostragem. Contém bomba de vácuo do tipo hermético, com válvulas de
controle grosso e fino, para succionar o ar amostrado da caixa fria e pressioná-lo para
o medidor de volume seco (dry-gas meter) o qual, em sua tubulação de saída, possui
um medidor de vazão tipo placa de orifício. Possui dois manômetros para as medidas
de delta P (pressão de velocidade na chaminé) e delta H (pressão de velocidade no
medidor). Possui medidor de vácuo para controle do grau de dificuldade que está
tendo a bomba para executar a sucção do gás. Possui termômetro que recebe o
impulso elétrico dos vários sensores distribuídos pelo aparelho. Mediante acionamento
de chave seletora, nos indica a temperatura no ponto selecionado. Possui comandos
de liga-desliga geral, liga-desliga aquecimento da sonda, liga-desliga aquecimento da
caixa quente e liga-desliga da bomba de vácuo. Possui, também, duas chaves
seletoras de intensidade de amperagem com par bimetálico para regular o
aquecimento da sonda e da caixa quente.

Coleta de material particulado

Princípio do método
O material particulado (MP) é coletado isocineticamente ponto a ponto e sua
massa é determinada gravimetricamente. Simultaneamente, é determinado o
volume do gás amostrado. A concentração do MP é obtida pela relação entre
ambos.

Isocinetismo
Existem condições isocinéticas de amostragem sempre que a velocidade dos gases
que estão sendo amostrados (Vn) na ponta da boquilha é exatamente igual a
velocidade dos gases na chaminé ou duto (Vs).

A percentagem de isocineticidade está definida como:

Vn
Isocineticidade (%) = × 100
Vs
Quando Vn é diferente de Vs, a amostragem não é isocinética e pode resultar em
concentrações menores ou maiores do que a realidade, segundo veremos a seguir.

SENAI 85
Controle ambiental

Quando as linhas de fluxo de um gás são desviadas, como acontece numa


amostragem não isocinética, temos:
• as partículas maiores, portadoras de inércia maior, tendem a mover-se na direção
inicial, não se sujeitando ao desvio de fluxo;
• as partículas menores, portadoras de pequena inércia, tendem a acompanhar o
desvio do fluxo;
• as partículas de tamanho intermediário desviam-se um pouco da trajetória original.

Estudemos um exemplo simplificado para entender melhor o fenômeno. Suponhamos


um gás que possua unicamente partículas grandes de 6 mg e pequenas de 0,03 mg
em concentrações de 50 %.

Numa primeira situação, vamos supor que a amostragem é isocinética e ocorre


segundo a figura abaixo.

Por definição Vn = Vs (isocinética)

Supondo uma vazão de amostragem Qn = 1 m3/min, são coletadas 4 partículas


grandes e 4 partículas pequenas por minuto.

A massa coletada será, então, 4 x 6 + 4 x 0,03 = 24,12 mg/min

24,12mg / min
Concentração = = 24,12mg / m3
1m3 / min

Vamos, agora, analisar o caso em que, no mesmo fluxo, a velocidade de coleta é o


dobro da velocidade de chaminé Vn= 2Vs, ou seja, 200 % de isocineticidade. Tudo

86 SENAI
Controle ambiental

ocorreria conforme a figura abaixo.

Com Vn = 2Vs
Qn = 2 m3/min

A massa de particulado coletada será: 4 x 6 + 8 x 0,03 = 24,24 mg/min

24,24mg / min
Concentração = = 12,12mg / m3
2m3 / min

Analisemos, agora, ocaso em que a velocidade de amostragem é igual à metade da


velocidade de chaminé, Vn = 1/2 Vs, ou seja, 50 % de isocineticidade. tudo ocorreria
conforme a figura abaixo.

Vn = 0,5Vs
Qn = 0,5 m3/min

A sonda coleta 4 partículas grandes e só 2 pequenas, sendo a massa coletada 4 x 6 +


2 x 0,03 = 24,06 mg/min.

24,06mg / min
Concentração = 3
= 48,12mg / m3
0,5m / min

Os critérios que determinam quais são as faixas de tamanho e como podemos


classificá-las em grandes, médias e pequenas, dependem da densidade das
partículas, velocidade dos gases na chaminé, temperatura e viscosidade, forma das
partículas e diâmetro da boquilha.

SENAI 87
Controle ambiental

A situação analisada acima pode variar um pouco, dependendo da quantidade de


partículas que sofreram alteração de trajetória por mudanças na velocidade de coleta.
Ainda não existe uma maneira racional de avaliar o quanto se alterou uma medida de
concentração por variação de isocinética. As normas técnicas que regulam o assunto
consideram válida a amostragem numa faixa de 90 a 110 % de isocinética.

88 SENAI
Controle Ambiental

Opacímetro

Um dos primeiros métodos para avaliação de fumaça, foi a escala de


Ringelman (1898), que consistiu na comparação visual da amostra a ser
analisada com um padrão reticulado.
Para uniformizar as avaliações dos efluentes gasosos, a “EPA” em 1971,
promulgou o método 9, que utilizou a escala de Ringelman. Posteriormente
incrementou-se o método 9, alternativa 1, com a utilização de medidores
analíticos de opacidade (Transmissômetros), que permitiu o monitoramento
contínuo em fontes estacionárias.
Cada tipo de fonte estacionária, terá um limite percentual de opacidade
permitido, por um determinado tempo de emissão, pois existe uma correlação
entre opacidade e a concentração de material particulado. Incrementando com
outros parâmetros como pressão, vazão e temperatura, poderemos ter o
monitoramento da TAXA DE EMISSÃO, parâmetro exigido pelo órgão
fiscalizador.

Os monitores de opacidade (medição da densidade dos particulados dos gases


resultantes da combustão), estão sendo utilizados em diversos tipos de
aplicação, como segue:
Otimização da relação ar/combustível, em caldeiras a óleo, fornos e outros
equipamentos de combustão na siderurgia, metalúrgica, petroquímica, etc.
Monitoração dos índices de poluição atmosférica e controle de equipamentos
como: incineradores, filtros eletrostáticos, precipitadores, moinhos de carvão,

SENAI 89
Controle Ambiental

cal, cimento, mineração e outros equipamentos que, na sua operação lançam


partículas sólidas na atmosfera.
Monitoração de ambientes com grande concentração de poluição (poeira)
como: minas e grandes túneis rodoviários, permitindo o acionamento de
ventiladores e exaustores.

Princípio de medição

O Opacímetro é baseado no princípio da espectrofotometria . Um feixe de luz com


características definidas é projetado através do efluente gasoso no duto ou chaminé
(on-sito), sendo atenuado, devido com a interação da luz com a matéria, ocorrendo
absorção com dispersão no particulado .A porcentagem atenuada é definida como a
opacidade do particulado.
Emissões transparentes ocorrem quando a luz não é atenuada, alcançando uma
transmitância de 100% ou 0% de opacidade.
Quando as emissões são opacas, toda luz atenuada terá uma transmitância de 0% ou
100% de opacidade. Portanto podemos concluir:

% Opacidade = 100% - %Transmitância

Natureza da luz
Várias técnicas analíticas, utilizam o princípio do espectrofotômetro na interação da
luz com a matéria .
A propagação da luz é de natureza ondulatória, e composta por uma componente
elétrica e outra magnética, e se caracteriza pelo seu comprimento de onda (λ).

90 SENAI
Controle Ambiental

A luz ao atravessar o efluente gasoso contendo particulado, pode sofrer os seguintes


efeitos:
Difração (desvio de direção, devido ao efeito de borda da partícula);
Refração (a luz choca-se com a partícula, diminuído o seu “λ”, interferindo na direção
original);
Reflexão (choca-se com a partícula, mudado de direção original sem atravessá-la);

Absorção a luz é absorvida pela partícula promovendo o aumento de energia interna);

SENAI 91
Controle Ambiental

Os princípios que regem a extinção da luz em um meio com particulado são dados
pela Lei de Beer-Lambert:

I / Io = e -blc
I / Io = Transmitância
(I / Io ) = Opacidade

Onde:

I = Intensidade de luz emitida


Io = Intensidade de luz recebida
b = Constante de Beer (caracteriza o efeito de absorção ou dispersão)
l = Passo óptico;
c = Concentração (densidade do particulado)

A lei de Beer-Lambert é válida para baixas concentrações, onde o múltiplo


espalhamento possa se considerado desprezível.

Região Espectral

Para minimizar ao máximo as interferências do tipo umidade, SO2, NOX , CO, CO2,
hidrocarbonetos, etc..., a técnica analítica do monitor de opacidade, trabalha na região
espectral do visível (400-700nm), como podemos constatar no gráfico abaixo

92 SENAI
Controle Ambiental

Norma
O procedimento para testes e especificações de um Opacímetro são encontrados nas
normas da "EPA": Método 9, Alternativa 1 e Método de especificação e performance
nº1; estes métodos se encontram no CFR 40, parte 53 a 60 de 01/07/89 "Code Federal
Regulations".

SENAI 93
Controle Ambiental

Principais especificações

A resposta de pico espectral deve ser de 500 a 600 nm. Abaixo de 400 e acima de
700nm deve ser menor de 10% da resposta de pico.
O angulo máximo de projeção e de prospeção não poderá ultrapassar a 5°, pois para
uma melhor detecção do feixe a colimação deste deverá ser do tipo canhão laser.

O Opacímetro deve conter um sistema de zero e span para calibrações periódicas do


sistema enquanto em operação.
A instalação do Opacímetro deve ser onde as medidas sejam representativas da
emissão total da fonte de poluição em questão, após o sistema de controle poluente,
isento de vapor d’água, livre de interferência da luz ambiente, e em local de fácil
manutenção.
O Opacímetro deverá possuir no mínimo 3 filtros específicos para verificarmos a
calibração.

94 SENAI
Controle Ambiental

Funcionamento

Uma fonte de luz gera um feixe que atravessa um conjunto de lentes de projeção que
tem a finalidade focar o feixe de luz. Em seguida atravessa um divisor de feixe, sendo
dividido em dois feixes: um é desviado para o detetor de referência e o outro atravessa
a chaminé e é refletido de volta por um espelho retro refletor, atravessando o processo
novamente, até chegar no espelho divisor que desvia o feixe para o detetor de amostra
.
Como podemos observar na figura a seguir, o sistema de medição com feixe duplo
possui maior sensibilidade, pois apresenta o dobro de passo óptico ( l ). Assim obtêm-
se o dobro de sinal detectado para o mesmo valor de concentração, e a separação
amostra e referência, permitirá que obtenhamos o quociente entre as mesmas (I / Io),
cancelando a variação produzida pela mesma fonte de luz.

Aplicabilidade
Com o monitoramento contínuo da opacidade, podemos realizar vários trabalhos
importantes na área de controle ambiental e também na eficiência de combustão de
uma determinada fonte.
Pode-se obter o valor de concentração do particulado, relacionado com a % de
opacidade. Quando parâmetros como pressão, velocidade, temperatura e umidade do

SENAI 95
Controle Ambiental

efluente são incrementados, obtemos a taxa de emissão. A eficiência de combustão é


obtida em função do material não queimado.

Analisador de nox

O NOx é o termo genérico usado para expressar uma mistura que contém os
componentes óxido nítrico (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2).
Assim [NOx ] = [NO] + [NO2] .
O NOx é gerado na reação do nitrogênio com o oxigênio do ar na chama a altas
temperaturas . Também se forma através da oxidação do nitrogênio contido no
combustível.
A seqüência a baixo mostra os combustíveis em ordem crescente de emissão de NOx.
1. Metanol
2. Etanol
3. Gás natural
4. Butano
5. Óleo
6. Carvão

Principio de medição

O analisador de NOx funciona pelo princípio da quimioluminescência, ou seja reação


química que gera luz.
Para produzir essa reação mistura-se NO com ozônio, produzindo dióxido de
nitrogênio (NO2) e oxigênio (O2). O NO2* são moléculas de NO2 eletronicamente

96 SENAI
Controle Ambiental

excitadas que imediatamente voltam ao estado estável liberando fótons. As reações


envolvidas são:

NO + O3 Æ NO2* + O2

NO2* Æ NO2 + hv
(Estado exitado)

Onde:

h = constante de Plank
v = freqüência

Pela reação anterior, pode-se verificar que a intensidade de energia liberada ( ) na


reação é proporcional a concentração de NO. Essa emissão (fótons) pode ser medida
por um detetor do tipo tubo fotomultiplicador ou fotodiodo, associado a um circuito
eletrônico para amplificação de sinal.

Determinação do NOx
Um exemplo de realização prática para medição de NOx é mostrado nas duas figuras
a seguir. Primeiramente converte-se o componente NO2, presente na mistura, em NO.
A reação envolvida é:

2 NO2 2 NO + O2

Em seguida o gás convertido é dirigido para uma câmara de reação onde mistura-se
com o ozônio, gerando NO2* (estado exitado). Os fótons emitidos na transição
para o estado estável do NO2 são capturados pelo fotomultiplicador, transformando em
um sinal eletrônico proporcional a concentração de NOx.

SENAI 97
Controle Ambiental

O ozônio usado na reação quimioluminescente é produzido em uma câmara


(ozonizador) onde um fluxo de ar ou oxigênio proveniente de um cilindro externo é
exposto a radiação ultravioleta de uma lâmpada. A reação é:

3 O2 2 O3

Analisador de hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos são compostos orgânicos que tem em sua composição carbono e
hidrogênio. São gases combustíveis e são gerados a partir da combustão de derivados
de petróleo.
Os Hidrocarbonetos produzem uma série de substâncias químicas geradas na
atmosfera terrestre em presença da radiação solar. Estas substâncias, chamadas de
oxidantes fotoquímicas, são o ozônio (O3) e o PAN ( peróxiacetíl nitrato). A mistura do
O3, PAN e outros contaminantes do ar formam o smog fotoquímico. Tais oxidantes são
removidos da atmosfera por reação com a vegetação e o solo.

Principio de medição
O analisador de hidrocarbonetos por ionização de chama, utiliza um detetor baseado
no princípio de que a condutividade elétrica do gás é diretamente proporcional à
concentração de partículas eletricamente carregadas, existentes no gás. O esquema a
seguir mostra um circuito de medição típico.

98 SENAI
Controle Ambiental

O detetor é basicamente um pequeno queimador que desenvolve uma chama


produzida pela queima de hidrogênio + oxigênio e hidrocarbonetos quando presentes
na amostra. A ponta do queimador constitui um eletrodo (cátodo), enquanto que um
outro eletrodo (ânodo) é colocado na periferia da chama. A combustão é iniciada com
um ignitor alimentado por corrente elétrica.
Entre os dois eletrodos estabelece-se um campo elétrico cujo potencial é fornecido
pela fonte de alimentação elétrica. Os íons formados na combustão são atraídos pelo
ânodo, estabelecendo uma corrente de alguns picoampéres. Quando a amostra não
contém hidrocarbonetos ocorre apenas a combustão entre o ar e o hidrogênio. Neste
caso a condutividade elétrica do gás que se queima entre os eletrodos é baixa, uma
vez que a quantidade de íons formados é muito pequena. Estabelece-se pelo circuito
uma corrente constante, chamada de “corrente de fundo”. Quando a amostra contém
hidrocarbonetos, esse último é queimado na chama, provocando um aumento de íons
proporcional a concentração. Então, a condutividade elétrica do gás que se queima
entre os eletrodos cresce, aumentando a corrente no circuito de medição.
As vazões de ar e combustível (hidrogênio) do queimador são ajustadas pelas
reguladores em oposição as restrições. A amostra é introduzida continuamente no
queimador à vazão constante ajustada por um regulador de pressão.
A vazão de bypass é regulada para diminuir o tempo de resposta do instrumento.

SENAI 99
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Analisador de so2

O Dióxido de Enxofre (SO2) é formado na combustão do petróleo, do carvão e de


combustíveis fósseis. Mais de 130 milhões de ton/ano são desprendidos no planeta. É
um dos principais formadores das chuvas ácidas.
O Trióxido de Enxofre (SO3) é gerado durante a queima de carvão e produtos de
petróleo, fundição de minérios de enxofre, na indústria de papel e polpa de celulose e
em outras operações industriais. O trióxido de enxofre se dissolve prontamente em
água para formar o ácido sulfúrico, que é um ácido forte capaz de atacar os tecidos
respiratórios. É, também, um dos responsáveis pela chuva ácida.

Ultravioleta
Ultravioleta é o nome dado à região do espectro eletromagnético compreendido entre
os comprimentos de onda de 0,1µm a 0,4µm. Veja a figura abaixo. A energia radiante,
nesta região do espectro, é absorvida pela matéria produzindo transições atômicas, ou
seja, mudanças dos elétrons entre os níveis eletrônicos.

Princípio de medição

O sistema de medição, representado na figura a seguir, é composto por três partes


básicas:

Fonte de radiação: gera a energia radiante com potência e comprimento de onda


adequado à natureza do gás analisado;
Câmara de amostra: permite que o gás analisado fique exposto a radiação ultravioleta
num percurso pré-definido (passo óptico);
Detetor: gera um sinal proporcional a intensidade de energia que emerge da câmara
de medição, ou seja, que não foi absorvida pelo gás na câmara de medição.

100 SENAI
Controle Ambiental

O tratamento eletrônico de sinal gerado pelo detetor, provê a amplificação, indicação


local da concentração do gás analisado e transmissão para outros instrumentos.

Ao longo dos anos esse tipo de instrumento vem recebendo inúmeras inovações. As
mais significativas estão relacionadas com os elementos do sistema de medição que
levaram ao aumento da sensibilidade e estabilidade na medição. Inovações no
tratamento de sinal incorporaram circuitos microprocessados que deram maior
versatilidade ao instrumento. O sistema de medição apresentado a seguir demonstra
essa evolução.
Nele é empregado uma lâmpada que gera um feixe de UV pulsante na faixa de 225 a
550 nm. Esse tipo de fonte elimina o modulador mecânico, usados em outros
analisadores, diminuindo o ruído e o problema de estabilidade. Além disso a ação
pulsante aumenta e pelo menos em duas vezes a vida útil da lâmpada. Um espelho
colimador é utilizado para focalizar e direcionar o feixe de UV. Porém, antes de entrar
na câmara de amostra , o feixe UV passa por um divisor de feixe plano, insensível a
vibrações que direciona 50% do feixe transmitido para o primeiro bloco detetor.

SENAI 101
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1. Lâmpada 5 Espelho refletor 50% TR


2. Filtro com 50% TR 6 Espelho refletor 50% TR
3. Espelho 7 Detetor
4. Divisor do feixe 8 Câmara de amostra

No bloco detetor são usados espelhos com características seletivas de comprimento


de onda ao invés de usar filtros óticos. Estes espelhos melhoram a isolação das
radiações internas dos comprimentos de ondas de medição e referência e os refletem
sobre um jogo de detetores com fotodiodos .
O segundo bloco detetor, está localizado após a câmara de amostra e é uma duplicata
exata do primeiro bloco. Estes dois sensores permitem que um circuito processe o
sinal comparando ambos sinais de comprimento de onda de medição e referência .
Este método rende uma alta precisão e sensibilidade na medição de SO2. Utilizando
esta mesma técnica no segundo bloco adjacente, melhora a medição e elimina os
efeitos da absorção de gases interferentes, tais como, óxidos de nitrogênio e ozônio .

102 SENAI
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Controle da poluição do ar

O controle da poluição do ar envolve desde o planejamento do assentamento de


núcleos urbanos e industriais e do sistema viário, até a ação direta sobre a fonte de
emissão.
As medidas usualmente utilizadas para controlar este tipo de poluição são:

Medidas Indiretas
Ações que visam a eliminação, redução, diluição, segregação ou afastamento dos
poluentes.

Medidas diretas
Ações que visam reduzir a quantidade de poluentes descarregada na atmosfera,
através da instalação de equipamentos de controle (‘filtros de ar”).

Medidas indiretas de controle da poluição


Método que consiste basicamente numa melhor distribuição espacial das fontes da
poluição, aumentando a distância fonte - receptor; diminuindo a concentração de
atividades poluidoras próximas a núcleos residenciais; melhorando o sistema viário,
proibindo a instalação de fontes altamente poluidoras em regiões críticas; localizando
as fontes, preferencialmente, à jusante dos ventos predominantes na região, em
relação à assentamentos residenciais e controle da circulação desnecessária de
veículos em áreas congestionadas.

SENAI 103
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Este método é tanto uma forma de diluição pela diminuição da densidade de fontes
por área, quanto pela redução da emissão.

A utilização de ações de planejamento urbano para controle da poluição do ar pode


reduzir, a curto prazo, as exigências de controle na fonte, pela possibilidade de
utilização da capacidade diluidora da atmosfera, bem como, pode ser um método
mais econômico e eficaz por se tratar de medida preventiva.

Infelizmente, temos no Brasil e também no exterior, exemplos de falta de


planejamento, do ponto de vista ambiental, da localização de complexos industriais,
provocando graves problemas de poluição do ar.

Diluição através de chaminés altas

Não se trata, propriamente, de uma medida indireta de controle da poluição, uma vez
que não busca A utilização de chaminés altas visa a redução da concentração do
poluente ao nível do solo, sem a redução da quantidade emitida. Trata-se, portanto,
de uma medida auxiliar, cuja eficácia depende da distribuição espacial das fontes e
das condições meteorológicas e topográficas da região.

É uma técnica recomendável como medida adicional para melhoria das condições de
dispersão dos poluentes na atmosfera, após o devido controle da emissão na fonte.

Na prática, a altura da chaminé deve ser, no mínimo, 2,5 vezes a altura da edificação
mais próxima. Quanto mais alta for a chaminé, maior será a diluição dos poluentes.

Medidas para impedir a geração do poluente


Em muitos casos, os poluentes podem ser eliminados total ou parcialmente através
da substituição de combustíveis, substituição de matérias-primas e reagentes que
entram no processo ou mudança de equipamentos e processos.

Um exemplo típico é a eliminação da emissão de compostos de chumbo por veículos


a gasolina quando o chumbo tetra-etila, um aditivo anti-detonante, deixa de ser
adicionado à gasolina, sendo substituído por álcool (etanol) anidro.

A substituição de combustíveis com enxofre por combustíveis isentos ou com baixos


teores de enxofre (Diesel Metropolitano no RS e gás natural em SP) elimina ou

104 SENAI
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diminui consideravelmente a formação e emissão de compostos de enxofre na


atmosfera.

Medidas para reduzir a geração de poluentes

• A diminuição da quantidade de poluentes gerada pode ser conseguida pelas


seguintes medidas:
• Operar equipamentos dentro da sua capacidade nominal;
• Operar e manter adequadamente os equipamentos produtivos (caldeiras, fornos,
veículos, etc.);
• Armazenamento adequado de materiais pulverulentos e / ou fragmentados,
evitando a ação dos ventos sobre os mesmos;
• Adequada limpeza do ambiente em conjunto com prédios projetados e
construídos adequadamente;
• Utilização de processos, equipamentos e operações de menor potencial poluidor;
• Utilização de matérias-primas e reagentes de menor potencial poluidor;
• Utilização de combustíveis de menor potencial poluidor.

Alguns exemplos dessas medidas são:

• Utilização de veículos de acordo com as especificações do fabricante, sem


violação do lacre da bomba de injeção em caminhões e ônibus, reduzindo, com
isso, a emissão de fumaça preta;
• Regulagem adequada de carburadores, injetores e dos motores de veículos à
gasolina e a álcool;
• Utilização de combustíveis com menor teor de enxofre;
• utilização de combustível gasoso ao invés de combustível sólido (carvão, lenha,
etc.) ou líquido que poluem mais;
• utilização de fornos elétricos para produção de ferro e aço e na fundição de
metais não ferrosos, ao invés de fornos a óleo ou a carvão;
• utilização de processos de dupla catálise na produção de ácido sulfúrico, ao invés
do processo de catálise simples, que elimina a necessidade de instalação de
equipamentos de controle de dióxido de enxofre, além de reduzir o consumo de
enxofre (matéria-prima importada), etc.
• a pavimentação de ruas reduz a emissão de poeira para atmosfera, o que pode
ser reduzido ainda mais pela umectação;
• evitar deixar áreas com solo sem vegetação, mantendo-as, pelo menos,
gramadas, o que contribui inclusive para reduzir a erosão e o assoreamento.

SENAI 105
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Equipamentos para controle


de poluentes atmosféricos

O tratamento

Realizado através de equipamentos de controle de poluição do ar. Nesses


equipamentos são aplicados fenômenos físicos e/ou químicos à mistura gasosa que
contém os poluentes, de forma a separá-los do gás que os transporta. Os
mecanismos a serem aplicados dependerão do tipo e natureza dos poluentes e do
tipo de equipamento de controle utilizado.
A escolha de um equipamento de controle depende de vários fatores, entre os quais o
tipo, natureza dos poluentes, eficiência de controle desejada, condições locais e
custo.

Eficiência de controle
A eficiência de controle de um equipamento de controle de poluição do ar indica a
quantidade de poluentes que o equipamento remove (coleta) ou tem condições de
remover .
Deve-se ressaltar que a eficiência dos equipamentos do controle de poluição do ar
nunca alcança 100%, apesar de existirem equipamentos capazes de removerem mais
que 99,9% dos poluentes. Assim, o termo ar limpo deve ser entendido que contém
uma quantidade de poluentes dentro de níveis aceitáveis, e em relação ao poluente
considerado.
Quando a eficiência é expressa por tamanho de partícula a mesma recebe a
denominação de Eficiência Fracionada. Exemplo de eficiência fracionada é mostrada
na tabela abaixo para vários tipos de coletores. A eficiência fracionada também pode
ser expressa por uma curva e nesse caso temos a Curva de Eficiência.
Na prática existem muitos casos de utilização de equipamentos de controle em série
com a intenção de aumentar a eficiência, como por exemplo um ciclone seguido de
um lavador.

SENAI 107
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Eficiência fracionada de coletores de material particulado em função da distribuição


de tamanhos de partículas (em porcentagem)

Diâmetro de partícula ηm
Tipo de Equipamento 0-5 5 - 10 10 - 20 20 - 44 > 44
Câmara de sedimentação
7.5 22.0 43.0 80.0 90.0
quantitacional
Ciclone convencional 12.0 33.0 57.0 82.0 91.0
Ciclone de alta eficiência 40.0 79.0 92.0 95.0 97.0
Multiciclone 25.0 54.0 74.0 95.0 98.0
Lavadores de média
80.0 90.0 98.0 100.0 100.0
energia
lavador Venturi (lavador
95.0 99.5 100.0 100.0 100.0
de alta energia)
Precipitador eletrostático 97.0 99.0 99.5 100.0 100.0
Filtro de tecido 99.0 100.0 100.0 100.0 100,0
* Valores para fins comparativos. Não deverão ser utilizados para fins de projeto.

Classificação dos equipamentos de controle de poluição do ar


Os equipamentos de controle são classificados primeiramente em função do estado
físico de poluentes a ser considerado. Em seguida a classificação envolve diversos
parâmetros como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro líquido etc. A
classificação abaixo é a mais usual.

Equipamentos de controle de material particulado:

Coletores secos
• Coletores mecânicos inerciais e gravitacionais
• Coletores mecânicos centrífugos (ex.: ciclones)
• Precipitadores eletrostáticos secos
• Precipitadores dinâmicos secos

Coletores úmidos
• Lavadores com pré-atomização (lavadores tipo spray)
• Lavador com atomização pelo gás (ex.: lavador Venturi, lavador de orifício)
• Lavadores de leito móvel
• Lavadores com enchimento
• Precipitadores eletrostáticos úmidos

108 SENAI
Controle Ambiental

• Precipitadores dinâmicos úmidos


• Lavador ciclônico

Equipamentos de controle de gases e vapores


• Absorvedores
• Adsorvedores
• Incineradores de gás com chama direta
• Incineradores de gás catalíticos
• Condensadores
• Biofiltros

Equipamentos de controle de material particulado mecanismos de coleta


A coleta de partículas envolve a aplicação de um ou mais dos seguintes mecanismos:
• Sedimentação gravitacional
• Força centrífuga
• Impactação
• Intercepção
• Força eletrostática
• Força térmica

Sedimentação gravitacional
A eficiência de coleta de partícula através de sedimentação gravitacional é função da
velocidade terminal da partícula.
A sedimentação gravitacional é um mecanismo de deposição importante somente
para partículas grandes.

Força centrífuga
A Força Centrífuga age sobre partículas que estejam em movimento numa trajetória
circular, fazendo com que a partícula se afaste do centro do círculo e no caso de
ciclones, se dirija às paredes do mesmo.

A coleta por força centrífuga na prática é limitada a fonte de poluição do ar que


emitem quantidades razoáveis de partículas maiores que 5 e10 microns. Em geral os
coletores centrífugos (ciclones) são utilizados como pré-coletores.

Impactação inercial
A impactação é importante mecanismo de coleta de partículas. A impactação
representa a "batida" da partícula contra um obstáculo que faz com que a partícula

SENAI 109
Controle Ambiental

que estava em movimento diminua a sua energia e se separe do fluxo gasoso que a
transportava.

O controle de partículas por impactação é geralmente conseguido através de


pequenos obstáculos secos ou úmidos. O obstáculo úmido em geral são as gotas do
líquido de lavagem. Os obstáculos secos são de várias formas como por exemplo
cilíndricos, esféricos, chatos, etc.

A impactação inercial é um importante mecanismo de coleta mas se restringe a


partículas maiores que 1 µm em diâmetro. A impactação aumenta com o aumento da
massa da partícula e da velocidade relativa partícula-coletor. Quanto maior a
impactação maior a eficiência de coleta por este mecanismo. Os lavadores de
partículas funcionam principalmente através do mecanismo de impactação, o qual é
também importante na filtragem através de tecidos (filtro-manga por exemplo).

Intercepção
A intercepção é um mecanismo de coleta que pode ser considerado como um caso
limite da impactação pois representa o mecanismo de coleta para as partículas que
ao atingir o coletor (obstáculo) estejam a uma distância igual ao seu diâmetro ou seja,
aquelas partículas que "raspam" o coletor.

Quanto maior a relação diâmetro da partícula/diâmetro do coletor maior será o efeito


da intercepção.

Força eletrostática
A força eletrostática é um mecanismo de coleta predominante em precipitadores
eletrostáticos no entanto apresenta importância também em outros tipos de
equipamentos de controle de poluição do ar como os filtros de tecidos uma vez que
as partículas podem ter na ausência de campo elétrico, cargas elétricas positivas ou
negativas.

De acordo com a lei de Coulomb a força eletrostática é expressa por: F = q . E.


sendo:

F = força eletrostática
q = carga elétrica da partícula
E = intensidade do campo elétrico

110 SENAI
Controle Ambiental

O carregamento elétrico de partículas ocorre não só por ação do campo elétrico, o


qual é importante para partículas de tamanho maiores que 0,5 µm em diâmetro, mas
também por difusão, o qual age mais intensamente em partículas pequenas (menores
que 0,2 µm).

Para as partículas com diâmetro entre 0,2 µm e 0,5 µm o carregamento elétrico


ocorre tanto por ação do campo elétrico como por difusão.

Força térmica
A termoforese é um mecanismo pelo qual partículas sujeitas a um gradiente de
temperatura migram da zona mais quente para a zona mais fala.

A utilização de precipitadores térmicos tem se restringido ao campo de amostragem


de material particulado onde eficiência altíssimas são obtidas para partículas
pequenas.

É importante ressaltar que as partículas emitidas por fontes de poluição do ar situam


numa faixa de tamanho bastante ampla. No entanto, as partículas "grandes" (maiores
que 10 µm) são mais fáceis de serem coletadas.

Quanto menor a partícula maior a dificuldade de coleta. Infelizmente as partículas


pequenas são aquelas passíveis de serem respiradas podendo portanto terem
contato com as partes mais profundas do sistema respiratório aumentando a
probabilidade de ocorrência de efeitos nocivos. Entende-se como partículas
respiráveis aquelas de diâmetro aerodinâmico menor que 10 µm.

Câmara de sedimentação gravitacional

A câmara de sedimentação gravitacional é um equipamento de controle cujo


mecanismo de coleta é a força gravitacional. Apresenta pouca importância em termos
de poluição do ar face a baixa eficiência para partículas menores que 40 µm. O seu
uso mais comum é como pré-coletor que retira o particulado grosso diminuindo a
sobrecarga do equipamento de controle final. Outra desvantagem é o espaço
ocupado.

A velocidade do gás na câmara em geral é limitada a máximo 3 m/s para evitar a


reentrada das partículas coletadas no fluxo gasoso.

SENAI 111
Controle Ambiental

Usos
Pré-coletor de partículas grandes ( > 40 micrômetros)
Diminuir (reduzir carga para coletor final).

Vantagens
• Baixa perda de carga ( < O,5 "CA)
• Projeto, Construção e Instalação simples
• Baixo custo de instalação, operação e manutenção
• Pequenos desgaste
• Não tem limitação de temperatura exceto para matérias de construção
• Coleta a seco (permite recuperação fácil)

Desvantagens
• Baixa eficiência para partículas pequenas ( < 10 micrômetros)
• Requerer grande espaço para instalação
• Requerer cuidados especiais para substâncias inflamáveis ou explosivas.

Ciclones
Ciclones são coletores que utilizam primariamente a força centrífuga para a coleta de
partículas. São de grande uso em controle de poluição do ar, principalmente como
pré-coletores. Devido à sua eficiência baixa para partículas pequenas, o seu uso
nesses casos apresenta restrições face à impossibilidade de atender normas de

112 SENAI
Controle Ambiental

emissão mais exigentes. Em geral são utilizados para coleta de material particulado
com diâmetro maior que 5 µm.

Um tipo de ciclone muito utilizado na prática são os multiciclones. Os multiciclones


são constituídos por um agrupamento de pequenos ciclones da ordem de 25 cm de
diâmetro, que trabalham em paralelo e que possuem entrada radial. Os multiciclones
apresentam as seguintes vantagens em relação aos ciclones:
• São mais eficientes.
• Custam menos.
• Ocupam menor espaço.
• Apresentam menor perda de carga para eficiência equivalentes.
• Resistem melhor à erosão.

No entanto, apresentam um problema sério que é o de entupimento freqüente.

Usos
Em geral como pré-coletor para partículas de tamanho médio e grande ( > 10
micrômetros).
Coletor final em alguns casos

Vantagens
• Baixo custo de construção
• Perda de carga baixa a média (2 a 6 "CA)
• Projeto relativamente simples
• Equipamento simples com poucos problemas de manutenção.
• Simples de operar

SENAI 113
Controle Ambiental

• Não tem limitação de temperatura e pressão exceto pelo material de construção.


• Espaço para instalação relativamente pequeno.

Desvantagens
• Baixa eficiência para partículas pequenas ( < 10 micrômetros).
• Possibilidade de obstrução no caso de material adesivo ou higroscópico.
• Pode apresentar problemas de abrasão para determinados tipos de partículas e
• determinadas velocidades.
• Não pode ser utilizado para partículas com características adesivas.

Filtro de mangas (bag house)


Os filtros de tecido (ou de mangas) são sistemas de filtragem mais freqüentemente
utilizados. Sua utilização se dá não só para controle de poluição do ar mas também
como parte integrante do processo industrial como é o caso do processo de produção
de óxido de zinco.
O princípio de funcionamento de um filtro de tecido é bastante simples. Trata-se da
passagem da mistura gasosa que contém as partículas através de um tecido sendo
que um gás atravessa os poros do tecido e as partículas, na sua maioria, ficam
retidas na sua superfície, que de tempos em tempos tem que ser retiradas para evitar
uma camada muito expressa que dificultará a passagem do gás (aumento da perda
da carga).
No começo do processo de filtragem a coleta se inicia com a colisão das partículas
contra as fibras do meio filtrante e sua posterior aderência de partículas coletadas vai
aumentando tomando-se então o meio de coleta.

114 SENAI
Controle Ambiental

Em alguns tipos de filtro e importante a permanência de uma camada de partículas,


após cada ciclo de limpeza, para aumentar a eficiência de coleta.

Os mecanismos envolvidos na coleta de partículas em filtros de tecido são


principalmente a impactação/inercial, a difusão, a atração eletrostática e a força
gravitacional e secundariamente a intercepção e possivelmente as forças térmicas e
sônicas.

O filtro de tecido é um equipamento enquadrado na categoria dos de alta eficiência de


coleta, chegando em alguns casos a valores de eficiência maiores que 99,9%. A
eficiência num filtro de tecido é obtida, por experiência anterior em utilizações
similares.

Apesar de existirem modelos para determinações da eficiência os mesmos são de


difícil aplicação prática.

O mecanismo de limpeza de um filtro de tecido pode ser por:


• Sacudimento mecânico
• Ar reverso
• Jato pulsante de ar comprimido.

A limpeza por jato pulsante é o que tem sido mais utilizado atualmente, pois
apresenta a vantagem de exigir uma área de filtragem menor que os que utilizam
limpeza por sacudimento mecânico ou ar reverso, possibilitando limpeza contínua e
automática das mangas.

Os projetos de equipamentos de controle tipo filtro de tecido envolve basicamente a


escolha do tipo de filtro a ser utilizado (manga ou envelope), a escolha do sistema de
limpeza, o meio filtrante a ser utilizado e o dimensionamento da área de filtragem
necessária. O fluxo gasoso deve ser adequadamente condicionado antes de entrar
no filtro de tecido no que diz respeito à temperatura e umidade.

A escolha do meio filtrante a ser utilizado dependerá das características do gás


transportador (temperatura, umidade, alcalinidade e acidez), das características das
partículas a serem filtradas (concentração, distribuição de tamanhos, abrasividade),
disponibilidade do mercado.

SENAI 115
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Em certos casos o meio filtrante recebe tratamento especial como por exemplo a
aplicação de silicone e grafite. Atualmente os meios filtrantes feltrados estão bastante
utilizados principalmente o de poliéster.

A perda de cargas em filtros de tecido é o somatório da perda de carga do filtro limpo


(após cicio de limpeza) mais a resistência imposta pela camada de partícula
depositada no filtro, a qual varia em função do material coletado. Na prática é fixado
um valor de perda de carga máximo e após atingido esse limite o sistema de limpeza
é acionado.

Usos
Coletor final de partículas de todos os tamanhos inclusive submicrônicas, exceto
oleosas e adesivas.

Vantagens
• Proporciona alta e eficiência de coleta (99,9 %)
• Pouco sensível a flutuação de vazão e concentração.
• Coleta a seco possibilitando recuperação de material sem tratamento.
• Não apresenta problemas de resíduos líquidos.
• Corrosão pouco acentuada
• Manutenção simples
• Operação relativamente simples
• Princípio de funcionamento e projeto simples.
• Perda de carga e custo de operação moderados.
• Vida útil longa chega a 20 anos

Desvantagens
• Temperatura máxima restringidas (limitadas) em função do material das mangas.
• Pode requerer tratamento especial de mangas para determinar aplicações.
• Custo de manutenção alto (troca de mangas).
• Materiais higroscópicos, adesivos e condensação de umidade pode ocasionar
entupimento das mangas.
• Localização de mangas furadas relativamente difícil.
• Requer espaço razoável especialmente no caso de limpeza por fluxo reverso.

116 SENAI
Controle Ambiental

Lavadores (scrubbers)
Os lavadores são equipamentos do controle de poluição do ar que podem ser
utilizados tanto para o controle de gases e vapores. Nesta seção vamos tratar de
lavadores utilizados para o controle do material particulado. Os lavadores utilizados
para o controle de gases e vapores recebem a denominação de absorvedores.

Existe um número grande de tipos de lavadores disponíveis no mercado. Abaixo são


citados os mais usuais:
• Câmara de spray gravitacional
• Coletores dinâmicos úmidos
• Lavadores ciclones de spray
• Torres de enchimento
• Lavadores de impactação
• Cavadores auto-induzidos (de orifício)
• Lavador Venturi

Os lavadores auto-induzidos e o lavador Venturi são também denominados de


lavadores gás-atomizador face ao processo de atomização do líquido que ocorre pela
passagem do gás a ser tratado.

O mecanismo de coleta predominante no caso de lavadores é a impactação inercial.


Outros mecanismos são a força centrífuga, no caso de lavadores centrífugos e a força

SENAI 117
Controle Ambiental

gravitacional. A impactação em lavadores ocorre principalmente entre as partículas e


as gotas de líquido.

Lavador venturi
Necessita ter em série um equipamento que coletará as partículas que tiverem o seu
tamanho aumentado ao passar pela garganta do Venturi. Nota-se portanto, que o
Venturi age como um aglomerador de partículas. O equipamento de coleta final é em
geral um coletor ciclônico que separará as gotas e as partículas do fluxo gasoso. O
venturi é um equipamento de coleta de uso bastante difundido pela alta eficiência de
coleta que o mesmo pode atingir, pela sua simplicidade operacional e por ser um
sistema compacto.

Tem como desvantagem principal a alta perda de carga necessária para o seu
funcionamento.

118 SENAI
Controle Ambiental

Usos
Coletor final partículas de todos os tamanhos.
Podem ser utilizados também para a coleta de determinados gases e ou vapores.

Vantagens
• Não é fonte secundária de poeiras (Disposição).
• Em geral compactos, exigindo pouco espaço para instalação.
• Coleta partículas adesivas sem ocasionar entupimento.
• Pode tratar gases a altas temperaturas e altas umidades.
• Pode proporcionar alta eficiência de coleta partículas pequenas (a custa de altas
perdas de carga).

Desvantagens
• Material coletado está na forma úmida e em geral necessita tratamento para sua
reutilização
• Pode causar problema de poluição das águas.
• Pode necessitar sistema de tratamento de efluentes líquidos.
• O material é coletado a úmido dificultando a sua reutilização.
• Mais suscetível a problemas de corrosão.
• Perda de carga alta para altas eficiência de coleta.
• Necessita material de construção especial (inox ou fibra de vidro).
• Pode apresentar pluma visível proveniente da condensação da umidade contida
nos gases (usar reaquecimento antes do lançamento na atmosfera).
• Custo de manutenção relativamente alto.
• Pode apresentar problema de incrustação.
• Faixa ampla de eficiência.

Precipitadores eletrostáticos
Os precipitadores eletrostáticos vem sendo utilizados há muitos anos como um meio
efetivo para o controle de emissões atmosféricas na forma de partículas.

O processo de precipitação eletrostática se inicia com a formação de íons gasosos


pela descarga do corona de alta voltagem no eletrodo de descarga. A seguir as
partículas sólidas e/ou líquidas são carregadas eletricamente pelo bombardeamento
dos íons gasosos ou elétrons. O campo elétrico existente entre o eletrodo de
descarga e o eletrodo de coleta faz com que a partícula carregada migre para o

SENAI 119
Controle Ambiental

eletrodo de polaridade oposta, descarregue a sua carga, ficando coletada. De


tempos em tempos a camada de partícula se desprende do eletrodo de coleta, pela
ação do sistema de "limpeza" e por gravidade se deposita na tremonha de
recolhimento de onde então é transportada para o local de armazenamento para
posterior condicionamento e/ou reutilização e/ou disposição final.

Os precipitadores eletrostático podem ser classificados da seguinte forma:

a) Quanto à voltagem ?
Baixa voltagem: voltagem menor ou igual a 30 kV
Alta voltagem: voltagem maior que 30 kV

b) Quanto à polaridade do eletrodo de descarga ?


Corona positivo
Corona negativo

120 SENAI
Controle Ambiental

c) Quanto ao número de estágios ?


Simples estágios com carga e disposição simultâneas
Duplo estágio, com carga em um primeiro estágio e a deposição num estágio
posterior.

d) Quanto à geometria do eletrodo de coleta tubulares em forma de placas ?

Os precipitadores podem ainda ser classificados em secos e úmidos dependendo


da utilização ou não de líquido de lavagem no mesmo.

Os precipitadores de baixa voltagem, como corona positivo e duplo estágio em geral


tem empregos não industriais e são de pequeno porte, como por exemplo aqueles
utilizados em conjunto com sistemas de ar condicionado.

A velocidade de migração é função dos seguintes parâmetros: diâmetro das


partículas, voltagem aplicada, campo elétrico, constante dielétrica da partícula,
viscosidade do gás e temperatura de operação.

Uma característica importante da partícula que influencia a sua coleta em


precipitadores eletrostáticos é a sua resistividade elétrica. Partículas de baixa
resistividade se carregam facilmente mas também cedem sua carga com muita
facilidade ao atingir o eletrodo de coleta podendo em conseqüência retomar ao fluxo
gasoso. Já em relação às partículas de resistividade muito alta ocorre o inverso
podendo gerar o processo denominado "back corona" que é uma descarga localizada
no eletrodo de coleta, devido à formação de uma camada de material não condutor.

Usos
Coleta final para partículas de todos os tamanhos.
Fontes médias a grandes.
Em geral para grandes vazões.

Vantagens
• Alta eficiência de coleta. Pode exceder 99,9%.
• Coleta de partículas submicrônicas.
• Baixa perda de carga
• Podem operar a altas temperaturas

SENAI 121
Controle Ambiental

Baixo custo operacional.


• Coleta a seco possibilidade fácil reutilização.
• Pode coletar partículas sólidas e líquidas que são difíceis de coletar com outros
equipamentos.
• Poucos problemas de manutenção e operação.
• Podem ser operados continuamente por longos períodos.
• Processam altas vazões e faixa ampla de concentração.
• Podem operar em faixa ampla de pressões positivas ou negativas.
• Vida útil longa.

Desvantagens
• Investimento inicial alto.
• Requer grande espaço para instalação.
• Apresenta riscos de explosão quando processa partículas ou gases inflamáveis.
• Exige medidas especiais de segurança contra alta voltagem.
• Muito sensível a variações de vazão, temperatura e umidade.
• Alguns materiais são de difícil coleta por apresentarem resistividade alta ou baixa.
• exige pessoal especializado para manutenção.
• produção de ozônio.

Equipamentos de controle de gases e vapores

Mecanismos de coleta
O controle de gases e vapores envolve operações unitárias e reações químicas.
As operações unitárias principais são a absorção física, a adsorção e a condensação.
Reações químicas ocorrem em casos de absorção e adsorção com reação química
(quimissorção), na incineração (combustão) e em processos especiais.

Adsorvedores
A adsorção é um processo seletivo e bastante apropriado para a remoção de gases e
vapores quer a baixas concentrações, quer a altas concentrações. A eliminação de
compostos odoríferos, os quais em geral estão presentes em baixas concentrações,
pode ser realizada com alta eficiência através da adsorção.

O controle de emissões de solventes, em alguns casos a altas concentrações, pode


também ser feita através da adsorção com regeneração do material adsorvente e com
recuperação do solvente, como é o caso do controle de solventes emitidos pelo

122 SENAI
Controle Ambiental

sistema de lavagem de roupas a seco, o qual leva significativa vantagem econômica


em relação à incineração pela não necessidade de uso de combustível auxiliar.

A presença de material particulado no fluxo gasoso prejudica a performance do


adsorvedor, encurtando a sua vida útil. O mesmo ocorre se houver presença de
vapor de água.

A adsorção é o fenômeno de transferência de massa de uma fase gasosa (ou líquida)


para um sólido poroso. Os materiais com grande capacidade de adsorção como o
carvão ativado e a sílica gel apresentam grandes áreas superficiais e possuem
propriedades de superfície adequadas para tanto.

Fatores importantes na adsorção são: o temperatura, pressão, concentração,


tamanho molecular, ponto de ebulição, peso molecular e polaridade do gás
(adsorbato). o polaridade superficial, tamanho e espaçamento dos poros do material
adsorvente.

Os principais adsorventes utilizados são:


• Carvão ativado
• Alumina ativada
• Sílica gel
• Peneiras moleculares

Os três primeiros são substâncias amorfas enquanto as peneiras moleculares são


substâncias cristalinas constituídas basicamente de alumino-silicatos de metais
SENAI 123
Controle Ambiental

(cálcio, magnésio, potássio e sódio). As peneiras moleculares são relativamente


novas, tendo o seu uso comercial se iniciado por volta de 1954. Possuem vantagens
de poderem ser feitas sob medida para uma aplicação específica.

O carvão ativado é o adsorvente mais importante no grupo dos sólidos não polares.
Ele é produzido pelo aquecimento de sólidos orgânicos (carvão, coco, madeira dura,
etc) a aproximadamente 900 oC em atmosferas redutoras. Esse adsorvente é um
dos mais antigos e é muito utilizado face à sua versatilidade, disponibilidade e custo.

Os adsorventes em geral tem tamanhos na faixa de 4 a 20 mesh (4,76mm a O,841


mm) e são disponíveis em geral na forma esférica (pellets).

Outra característica importante de um adsorvente é a sua alta temperatura de


oxidação para prevenir oxidação e adequada resistência de forma a manter-se
estruturalmente estável.

A impregnação do carvão ativado com substâncias químicas adequadamente


escolhidas pode aumentar a afinidade adsorptiva para certas substâncias. Um
exemplo é o uso de carvão ativado impregnado com acetato de chumbo para a
adsorção de gás sulfídrico. Nesse caso ocorre uma reação química resultando na
formação de sulfeto de chumbo o qual pode ser recuperado sem a destruição do
adsorvente que deve então ser descartado.

Na tabela a seguir é mostrada a capacidade de adsorção relativa do carvão ativado


para várias substâncias. Esse quadro é importante para verificar a viabilidade de
utilização do carvão ativado para a adsorção de uma substância específica.

124 SENAI
Controle Ambiental

Capacidade de adsorção relativa do carvão o ativado para várias substanciais


orgânicas.

Grau 4 - Alta capacidade de adsorção. Uma grama adsorve de 20 a 5O% do seu próprio
peso (média de 33%).
Ácido acético Ácido caprílico Tetracloreto de carbono
Álcool Álcool butílico Acetato de etila
Álcool isopropílico Benzeno Álcool butírico
Cresol Fenol Cloropicrína
Gasolina Mercaptanas Fumaça de cigarro
Odores hospitalares Odores de Perfumaria Odores corporais
óleos essenciais Ozona Píridina
Terebentina
Tolueno
Grau 3 - Capacidade de adsorção satisfatória. Adsorve entre 10 a 25% do seu peso (média
de 16,7%).
Acetona Acroleína Cloro
Cheiro de fumaça de óleo Gás sulfídrico
diesel
Grau 2 - Capacidade de adsorção razoável. Requer estudos específicos para sua utilização.
Acetaldeído Aminas Amônia
Butano Formaldeído Propano
Grau l - Baixa capacidade de adsorção. Uso não recomendado.
Etileno Gás carbônico Monóxido de carbono

Os adsorvedores podem operar com sistema de regeneração ou o material


adsorvente pode ser descartado após a sua exaustão. A regeneração é conseguida
em geral pela passagem em fluxo contrário de vapor a baixa pressão, o qual será
condensado, juntamente com o adsorbato (substância adsorvida) num sistema de
condensação adequado. Caso o adsorvato não seja de fácil condensação o mesmo
deverá ser incinerado ou controlado por outro meio. A regeneração é importante para
reduzir os custos do sistema quando o produto tem valor comercial e está presente
em concentrações razoáveis, de preferência em altas concentrações.

Eficiência de Remoção
Os adsorvedores são extremamente efetivos na remoção de poluentes gasosos.
Mesmo para gases e vapores presentes em baixas concentrações, os mesmos
podem ser projetados e operados a eficiência próximas a 100%.

SENAI 125
Controle Ambiental

Dados empíricos necessitam ser utilizados para estabelecer as condições de


operação para atingir à eficiência desejada ou atingível para uma dada aplicação,
bem como para estabelecer o "breaking point".

Usos
Controle de gases e vapores orgânicos e inorgânicos.

Vantagens
Possível a recuperação do produto.
Pouco sensível a variações do processo.
Não há problema de disposição de resíduos quando se processa a recuperação do
produto.
Capacidade de operação totalmente automática. Altas eficiência de coleta.

Desvantagens
Recuperação em geral cara.
a eficiência cai progressivamente com o uso necessitando substituição do adsorvente
Regeneração requer fonte de vapor ou vácuo.
Investimento inicial relativamente alto.
Requer pré-filtragem de partículas para evitar entupimento.
Necessita condicionamento dos gases em relação à temperatura (50oC)
Necessita grande quantidade de vapor para a desorção de hidrocarbonetos de alto
peso molecular.

Incineradores
A incineração é um método bastante eficaz a eliminação de gases e vapores de
origem orgânica. A combustão, que é o processo utilizado na incineração, transforma
os contaminantes combustíveis em dióxido de carbono e vapor d'água, no caso de
combustão completa. A incineração também pode ser utilizada para a oxidação de
compostos inorgânicos como por exemplo o gás sulfídrico (H2S), que é um gás de
odor bastante desagradável, transformando-o em dióxido de enxofre e vapor d'água.
Neste último caso temos a transformação de um gás poluente em outro também
poluente porém, dependendo da quantidade de dióxido de enxofre que será formada,
é melhor que se tenha este último do que o odor desagradável do gás sulfídrico.
A combustão também pode ser utilizada na redução das emissões de monóxido de
carbono e hidrocarbonetos por fontes móveis (veículos), através do uso de
combustores catalíticos ou térmicos.

126 SENAI
Controle Ambiental

No caso de fontes de poluição do ar, os poluentes geralmente estão presentes a


baixas concentrações e necessitam do fornecimento de energia suplementar. A
energia adicional deve ser suprida pela queima de combustível auxiliar. O sistema de
combustão catalítica utiliza oxidação a temperatura mais baixas que o de combustão
por chama direta.
O principal fator de projeto para se obter combustão auto-sustentável é o
conhecimento da temperatura mínima requerida para queimar gases ou vapores
orgânicos na presença de oxigênio em quantidade adequada.

Equipamentos de Incineração
Três tipos básicos de equipamentos de incineração são utilizados para o controle das
emissões de gases e vapores combustíveis quais sejam:
incinerador de chama direta
incinerador catalítico
Flare.
A incineração em uma câmara de combustão já existente, na qual existe um outro uso
principal, como é o caso da utilização de câmaras de combustão de caldeiras,
enquadra-se como incinerador de chama direta.

Incinerador de chama direta


O incinerador de chama direta consiste de uma câmara de combustão com paredes
revestidas com material refratário um ou mais queimadores, indicador-controlador de
temperatura equipamento de segurança e trocador de calor. A seção transversal
deste tipo de equipamento pode ser cilíndrica ou retangular.

SENAI 127
Controle Ambiental

O funcionamento do incinerador de chama direta depende do contato da chama e da


existência de temperaturas relativamente altas para queimar os contaminantes. Em
princípio qualquer tipo de combustível pode ser utilizado como combustível auxiliar,
contudo, para propósitos de controle de poluição do ar o combustível mais indicado é
o gasoso, sendo que o combustível líquido também tem sido usado.

Parâmetros Básicos
a) Temperatura
A tabela abaixo fornece algumas recomendações de temperaturas de operação de
incineradores para determinadas fontes de poluição do ar. Em geral a temperatura
varia do mínimo de 650ºC ao máximo de 815ºC.

Deve-se ressaltar que a temperatura deve ser a mínima necessária porque o custo de
operação está baseado no consumo de combustível auxiliar.

b) Tempo de Residência (tr)


O tempo de residência é definido como o tempo em que o gás permanece na câmara
de combustão.

c) Velocidade na Câmara de Combustão


A velocidade deve ser adequada de modo a promover uma boa mistura.

d) Contato entre Contaminante e Chama


O contato entre contaminante e chama na câmara de mistura depende do mo de
entrada do combustível auxiliar do ar e do poluente também da posição relativa
destas entradas.
A câmara de mistura deve prover boa mistura entre os poluentes, o comburente e a
chama. As velocidades usuais para a câmara de mistura variam de 7,5 a 15 m/s.
Essa faixa de velocidade em geral também é suficiente para evita volta de chama pois
é maior que a velocidade de propagação da chama, para a maiorias dos casos
práticos.

Consumo de Combustível Auxiliar


A quantidade de calor a ser provida ao sistema para atingir a temperatura operação
especificada é calculada pela diferença entre as entalpias do gás saída e na entrada
do incinerador.

128 SENAI
Controle Ambiental

Essa quantidade de calor será suprida pelo calor produzido pela queima combustível
auxiliar. O consumo do combustível auxiliar dependerá do poder calorífico do mesmo
e da eficiência de queima. Previsão deve ser feita possíveis perdas de calor.

Incinerador catalítico
O incinerador catalítico consiste basicamente de uma câmara que contém um
camada do catalisador que promoverá a oxidação do poluente. A incineração
catalítica necessita temperaturas mais baixas quando comparada com a d incineração
com chama direta, mas na maioria dos casos há necessidade d câmara de pré-
aquecimento. O incinerador catalítico também deve possuir dispositivos indicadores,
controladores de temperatura, dispositivos de segurança sistema de recuperação de
calor.

O catalisador aumenta velocidade da reação e, teoricamente, não é modificado pelo


processo de combustão catalítica ocorre na superfície do catalisador, sem chama.

A combustão catalítica é um fenômeno de superfície que envolve os seguintes


passos:
difusão dos reagentes para a superfície do catalisador
adsorção dos reagentes na superfície do catalisador
reação, envolvendo os reagentes adsorvidos
difusão dos produtos da reação para fora do catalisador

SENAI 129
Controle Ambiental

O fenômeno de adsorção é exotérmico, portanto fornece a energia necessária para a


combustão dos reagentes, os quais apresentam-se em altas concentrações na
superfície do catalisador.
A eficiência do incinerador catalítico é função de várias variáveis, entre as quais
podemos citar:
• Área superficial do catalisador
• Uniformidade do fluxo dos gases através do leito catalisador
• Natureza do material a ser queimado
• Concentração de oxigênio
• Volume de gases por unidade de área do catalisador
• Temperatura dos gases

Os elementos que tem sido utilizados como catalisadores são metais e óxidos
metálicos da família da platina e outros metais nobres. Como a catálise é um
fenômeno de superfície, pequenas quantidades de catalisador são suportadas por um
meio expandido, tal como a alumina, de tal modo que seja conseguida uma grande
área superficial.
A temperatura na entrada do leito catalisador está usualmente na faixa de 340 °C a
540 °C.
O peso molecular do hidrocarboneto também exerce influência na eficiência de
remoção. Hidrocarbonetos de baixo peso molecular podem reagir mais rapidamente
devido às maiores taxas de difusão, contudo a estabilidade da molécula tem que ser
levada em consideração.
A eficiência do incinerador catalítico deteriora com o tempo de uso e portanto, deve
ser feita a reposição periódica dos elementos. Essa reposição varia largamente,
desde alguns meses até vários anos. Em adição, a performance do catalisador é
seriamente afetada por materiais que o envenenam, como por exemplo mercúrio,
arsênio, zinco e chumbo. Substâncias que cobrem o catalisador, tais como resinas,
devem ser evitadas.
A principal vantagem do incinerador catalítico sobre o incinerador de chama direta é o
baixo custo operacional devido à menor quantidade de combustível auxiliar requerida.
Como desvantagem podemos citar a eficiência geralmente mais baixa e o problema
da disponibilidade do catalisador no mercado interno.

Flare
O sistema de flare é usado primeiramente com um método de segurança para
disposição do excesso de gases residuais. É usado para hidrocarbonetos, amônia,
cianeto de hidrogênio e outros tóxicos e perigosos gases que estão sujeitos a

130 SENAI
Controle Ambiental

condições de emergência, que requerem o imediato lançamento de grandes


quantidades do gás para a proteção da planta industrial e dos operadores.

Usos
Controle de gases e vapores orgânicos.
Controle de H2S

Vantagens
Operação simples
Capacidade de recuperação de calor.
Alta eficiência de coleta.
Desvantagens
Custo de operação alto (combustível auxiliar).
Perigo de explosão pelo retorno da chama.
Envenenamento do catalisador, no caso de combustão catalítica.
Combustão incompleta - fonte de poluição do ar.

SENAI 131
Controle Ambiental

Absorvedores

Os absorvedores são equipamentos utilizados na absorção de gases. À absorção é


uma transferência de massa (poluentes) da fases gasosa para a fase líquida
(absorvente).

Os absorvedores usualmente utilizados são:


torre de enchimento;
torre de pratos;
lavador Venturi;
lavador de spray.

Os usos típicos de absorção são o controle do dióxido de enxofre (SO2), gás sulfídrico
(H2S), gás clorídrico (HCl), cloro (Cl2), Amônia (NH2), gás fluorídrico (HF) e
hidrocarbonetos leves.

1. Passos para o projeto:


2. seleção do solvente;
3. obtenção de dados de equilíbrio de reação;

132 SENAI
Controle Ambiental

4. seleção do tipo de absorvedor,


5. determinação da vazão do líquido;
6. escolha do enchimento;
7. dimensionamento do absorvedor (diâmetro e altura);
8. escolha de material de construção;

Seleção do líquido absorvente


O absorvente ideal deve obedecer aos seguintes requisitos:
o gás deve ser prontamente solúvel no mesmo ou deve ser altamente reativo para ter-
se altas taxas de transferências de massa de forma a diminuir a quantidade de líquido
absorvente;
o absorvente deve ser não volátil para evitar emissões secundadas e aumento de
consumo;
deve ser não corrosivo para reduzir custo com matérias de construção especiais
deve ser barato e facilmente disponível;
deve ter baixa viscosidade para aumentar a absorção e reduzir o flooding
(inundação);
deve ter baixa toxicidade, não inflamável e quimicamente estável.
O líquido absorvente mais comum é a água. No caso de absorção de dióxido de
enxofre são utilizados principalmente a solução de soda cáustica, suspensão aquosa
de carbonato de cálcio ou cal e solução amoniacal. A absorção de hidrocarbonetos e
usualmente realizada com solventes orgânicos.

Exemplo:

CaCO3 (insolúvel) + H2O + CO2 ⇒ Ca(HCO3)2 (solúvel)

Ca(HCO3)2 + SO2 ⇒ CaSO3 + 2CO2 + H2O

CaSO3 + 1/25O2 + 2H2O ⇒ CaSO4.2H2O (gesso)

SENAI 133
Controle Ambiental

Seleção do Absorvedor
Vários fatores ditam a escolha do absorvedor. Inicialmente deve ser escolhido aquele
que proporcione a maior área de transferência de massa, de funcionamento simples e
de menor custo.

Os enchimentos são utilizados para aumentar a área disponível para transferência de


massa, no entanto podem ser também um foco de incrustações e entupimentos.

No caso de torres de pratos o contato é feito através dos borbulhadores.

No caso do lavador venturi ou lavador tipo spray, o contato entre gás e líquido é feito
através da superfície das gotas formadas sendo recomendados somente para gases
altamente solúveis ou altamente reativos no líquido absorvente escolhido.

Em relação às torres de pratos, as torres de enchimento apresentam as seguintes


vantagens:
apresentam estruturas mínimas ou seja somente um suporte do enchimento e um
distribuidor de líquidos a cada 3 metros;
são mais versáteis pois o enchimento pode ser trocado para aumentar a eficiência,
diminuir a perda de carga ou aumentar a capacidade;
no caso de fluídos corrosivos podem ser utilizados enchimentos de cerâmica ou de
plástico;
custo relativamente baixo quando se utiliza enchimento plástico;

134 SENAI
Controle Ambiental

pode trabalhar com líquidos com tendência a formação de espuma.


A torre de pratos, por sua vez, apresenta as seguintes vantagens:
de fácil limpeza;
em geral tem menor peso;
é melhor quando a grandes variações de temperatura pois resiste à contração e
expansão térmica;
não apresentam o problema de canalização "Channeling" do líquido "tendência do
líquido se dirigir para as paredes do absorvedor de enchimento";

Eficiência de controle
A eficiência de controle é função da qualidade do projeto, das condições de operação
de manutenção. Em geral apresentam eficiência na faixa de 70 a 95%.

Usos
Controle de gases e vapores solúveis em água
Amônia, Dióxido de Enxofre, Ácido Fluorídrico, Gás Sulfídrico, Hidrocarbonetos
de baixo peso molecular.

Vantagens
Perda de carga relativamente baixa.
Uso de fibra de vidro permitido em atmosferas corrosivas.
Capazes de atingir alta eficiência de coleta.
Versáteis quanto ao aumento de eficiência (aumento da altura ou troca de
enchimento).
Custo de operação relativamente pequeno para instalação.
Pode coletar gases e partículas (cuidado).

Desvantagens
pode causar problemas de poluição das águas.
pode necessitar tratamento de efluentes.
custo de manutenção relativamente alto.
Condensadores

Seu princípio de funcionamento está no aumento de pressão e diminuição de


temperatura de modo a condensar os gases. Na prática os equipamentos de controle
de poluição atmosférica operam com a extração de calor. Existem basicamente dois
tipos:
- quando o refrigerante está em contato íntimo com os gases e vapores;

SENAI 135
Controle Ambiental

- quando o refrigerante está separado dos gases e vapores por uma superfície.

São de construção simplificada, de baixo custo de instalação e requer pequeno


número de equipamentos auxiliares e de manutenção.

Usos
Controle de vapores em altas concentrações e com pressão de vapor alta.

Vantagens
Permite recuperação de produto puro.
Reaproveitamento da água de resfriamento.

Desvantagens
Eficiência de coleta baixa para concentrações típicas de fontes de poluição do ar.
Custo de resfriamento pode ficar muito caro.

Biofiltração
O processo de biofiltração é similar a um lodo ativado, pois microorganismos oxidam
os compostos orgânicos a CO2 e H2O. A principal diferença é que no biofiltro os
microorganismos estão imobilizados no material filtrante ou de empacotamento,
enquanto que no lodo ativado os microorganismos estão dispersos na suspensão
líquida.
A biofiltração é frequentemente de alta eficiência e baixo custo comparada com outras
técnicas de controle de poluentes atmosféricos. Tem sido largamente empregada com
sucesso na remoção de VOCs.

136 SENAI
Controle Ambiental

Usos
controle de VOCs, H2S, NH3

Vantagens
processo natural, seguro e de ambientalmente correto;
possui baixo custo de operação;
tecnologia simples com baixo custo de manutenção e operação;

Desvantagens
Pouca eficiência na remoção de gases com altas concentrações de poluentes;
os microorganismos estão sujeitos a cargas tóxicas de componente químicos;
tempo de aclimatação dos microorganismos no início da operação do biofiltro;
necessário um tempo de residência ou retenção longo;
pouco conhecido e difundido industrialmente.

SENAI 137
Controle Ambiental

Seleção de equipamentos de
controle de poluição do ar

A característica básica que influência, em primeira instância, é a eficiência da coleta


necessária para conseguir que a emissão da fonte esteja dentro dos padrões exigidos.

A eficiência de coleta, para todos os tipos de coletores de material particulado, é


dependente da distribuição do tamanho das partículas presentes no gás a ser tratado.

Fatores Envolvidos
Os fatores envolvidos na escolha de um equipamento de controle técnica e
economicamente viável são:

Caracterização do Problema
• Identificação da Fonte Emissora
• Tipo de Poluente
• Quantidade emitida, através de: balanço material, fatores de emissão, amostragem
em chaminé

• características do Fluxo Gasoso


• composição do gás
• vazão de gases a serem tratado
• variabilidade do fluxo
• temperatura dos gases
• pressão dos gases

SENAI 139
Controle Ambiental

• umidade e ponto de orvalho


• viscosidade
• corrosividade
• explosividade
• reatividade
• concentração
• granulometria (se partículas)

• Características físicas e químicas


• composição
• densidade
• forma da partícula
• combustibilidade
• abrasividade
• corrosividade
• propriedades elétricas
• higroscopicidade
• solubilidade
• capacidade de se aglomerar (no caso de partícula)
• reatividade

• Condição de Lançamento na Atmosfera


• altura da chaminé
• localização da chaminé

• Características da lndústria
• Condições meteorológicas da região
• Localização em relação à áreas residenciais, parques, áreas verdes em geral outras
indústrias mais sensíveis à poluição.
• disponibilidade de insumos (água, energia elétrica e combustíveis)
• Área disponível para implantação do sistema de controle
• Disposição de resíduos
• Necessidades de recuperação de calor

• Possíveis Efeitos dos Poluentes


• O danos à saúde
• danos à vegetação
• danos a materiais

140 SENAI
Controle Ambiental

• odor
• natureza das reclamações
• Grau de Controle Requerido
• Exigências legais
• padrão de emissão
• padrão de qualidade do ar padrão de condicionamento e projeto eficiência
requerida
• exigências da comunidade condições previsíveis para o futuro exigências quanto à
disposição de resíduos

• Possíveis Soluções
• Métodos Indiretos
• impedir a geração de poluente
• diminuir a quantidade gerada
• diluição através de chaminé alta
• adequada localização da fonte

• Métodos Diretos
• ciclones
• multiciclones
• lavadores
• lavador venturi
• filtro de tecido
• precipitadores eletrostáticos
• absorvedores
• adsorvedores
• incineradores de gases
• condensadores

• Combinação de Dois ou Mais Métodos


• Característica de Cada Alternativa
• aplicabilidade ao caso
• eficiência de controle
• espaço requerido
• consumo de água
• consumo de energia
• controles requeridos

SENAI 141
Controle Ambiental

• simplicidade ou complexidade de construção e operação.


• requisitos de manutenção
• flexibilidade do sistema
• aspectos de segurança
• vida média
• temperatura máxima de operação
• limitação quanto à umidade
• materiais de construção requeridos
• equipamentos auxiliares
• disponibilidade no mercado (equipamentos e peças)
• disponibilidade e qualidade da assistência técnica sistema de exaustão

• Aspectos Econômicos de cada Alternativa


• Custo de Implantação
• projeto
• matérias auxiliares construção civil
• movimentação de terra estrutura necessária custo de instalação e montagem
tratamento de resíduos transporte
• impostos
• seguro
• Custo de Operação
• Custo de Manutenção
• Custo Atualizado

• Custo de equipamento de controle de poluição do ar


• De posse das possíveis alternativas técnicas para controle da fonte de poluição do
ar, deve ser então procedida a análise econômica das diversas alternativas de
forma a encontrar aquela de menor custo.
• Na análise econômica deverão ser considerados:

• O investimento inicial que inclui os custos:


• do sistema entre si;
• dos equipamentos auxiliares;
• de instrumentação e parte elétrica;
• fretes e seguros;
• montagem;
• obras civis necessárias para a instalação do sistema;
• pintura;

142 SENAI
Controle Ambiental

• preparação do local;
• teste inicial do sistema;
• do sistema de disposição do material coletado;
• projetos e administração da obra.

• Custos de operação e manutenção Os custos de operação e manutenção incluem:


• Custo da mão de obra para operar o sistema;
• Custo das utilidades: eletricidade, combustíveis, água vapor e ar comprimido;
• Custo da disposição do material coletado;
• Custo de mão de obra para manutenção;
• Custo de peças de reposição;
• Custo de outros materiais necessários para manutenção;
• Seguros;
• Custo administrativo e encargos sociais;
• Taxa de amortização do equipamento.
• O valor obtido com a reutilização ou venda do material coletado.

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