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O ar em que vivemos

Eduardo Antonio Licco1

Embrapa,
Direito Ambiental,
V.3, Seção 2 Recursos atmosférico, Parte 1 Atmosfera Capítulo 1

A respiração é o ato mais primitivo do homem. Comandada pelo sistema nervoso


central, ela se inicia com o primeiro volume de ar inalado quando da expansão dos pulmões
pós-nascimento, se prolonga ininterruptamente por toda a vida e se encerra com a exalação do
último volume de ar, na morte, com o relaxamento dos músculos respiratórios. Com o
primeiro volume inalado a vida humana cria uma relação de total dependência com o ar e com
a atmosfera.
Os humanos, assim como boa parte dos seres vivos, vivem imersos na atmosfera,
seguindo um íntimo e contínuo processo de trocas de matéria e energia. A presença de
qualquer substância considerada perigosa no ar atmosférico cria uma situação única de risco
de danos a tudo e a todos por implicar em uma exposição praticamente inevitável.
Diariamente, um humano adulto consome cerca de 2 litros de água, 1,6 quilogramas de
alimentos e aproximadamente 13 quilogramas de ar. O mesmo humano adulto consegue
sobreviver semanas (4 a 6) sem alimentos, dias (3 a 8) sem água, mas apenas alguns minutos
(4 a 6) sem ar. Em um determinado espaço geográfico é possível evitar o uso, o contato e o
consumo da água presente, o uso e o contato com o solo, mas não é possível evitar o contato e
o consumo do ar. Quantitativamente, a vulnerabilidade dos humanos frente a presença de
substância tóxicas no meio ambiente pode ser considerada 6 vezes maior quando estas
estiverem no ar do que quando estiverem na água ou nos alimentos2.

1
Engenheiro Químico, Engenheiro Sanitarista, Master of Science in Engineering, Doutor em Saúde
Pública. Professor Doutor em cursos de pós-graduação na Escola Politécnica da USP, Escola de Agronomia Luiz
de Queiroz, Instituto Mauá de Tecnologia e de graduação no Centro Universitário Senac. Proprietário da
Eduardo Antonio Licco Consultoria, empresa voltada à gestão do meio ambiente industrial.
ealicco@uol.com.br

2
Considerando a mesma concentração em massa de substância tóxica por massa de ar, água ou alimento
A atmosfera

A atmosfera terrestre, como atualmente conhecida, é uma fina camada de gases que
cerca o planeta. Alguns desses gases são considerados permanentes, ou seja, têm uma
concentração constante e são misturados uniformemente por toda a atmosfera, como o
oxigênio e o nitrogênio, enquanto que outros apresentam concentrações que variam no espaço
e no tempo, como os óxidos de carbono, de enxofre e de nitrogênio, o metano, o ozônio e o
vapor de água (PIDWIRNY, 2006).
A atmosfera se mantém presa à Terra por força da gravidade, como resultado de um
delicado equilíbrio entre sua composição, tamanho e densidade da Terra, campo magnético e,
distância da Terra ao Sol. Juntamente com a hidrosfera e a litosfera compõe a base de
sustentação da biosfera.
Como um volume gasoso em contato direto com massas de água e terra aquecidas
diferentemente pelo Sol, a atmosfera se dilata e contrai continuamente provocando
movimentos horizontais e verticais do ar que, com o movimento de rotação do planeta dão
origem a assim chamada circulação global da atmosfera (LICCO, 2008). A movimentação das
massas de ar, cada qual com diferente pressão, temperatura e umidade origina as condições do
tempo e o clima. A dinâmica da atmosfera é responsável pelo transporte de calor e umidade
das regiões equatoriais para as polares, assim como pela dispersão dos materiais nela
lançados. Ela protege ainda os seres vivos contra as radiações do espaço exterior filtrando a
radiação UV abaixo de 300 nm e permitindo apenas a radiação UV de 300 a 400 nm, a
radiação visível (400 - 750nm), infravermelha (750 - 2500nm) e as ondas do rádio (0,01 a 40
m) serem absorvidas pela Terra.
Além de cumprir funções de proteção e manutenção da vida no planeta a atmosfera
disponibiliza dois importantes serviços à humanidade: a oferta de matérias primas (nitrogênio,
oxigênio, hélio e argônio são gases de uso industrial e médico extraídos da atmosfera) e a
recepção, transformação e dispersão de resíduos gasosos. Os principais serviços prestados
pela atmosfera estão resumidos no Quadro 1.
Quadro 1. Serviços prestados à humanidade pela atmosfera
Meio de Suporte (uma grande parte da biosfera vive e se desloca imersa no ar)
Meio fornecedor dos gases necessário ao desenvolvimento da vida (N2, CO2, O2)
Meio de Proteção contra as radiações e materiais provenientes do espaço externo
Meio de transporte de matéria e energia (ciclo hidrológico; vapor e calor)
Meio de Comunicação e Transporte (sons e odores, aviação, comunicação por rádio...)
Fonte de Gases para Processos Industriais (combustão, oxidação, refrigeração,...)
Meio de Recepção, Transporte, Diluição, Dispersão e Transformação de Resíduos
O sistema social
Toda atividade socioeconômica se baseia na transformação de matéria e energia.
Inevitavelmente, dessa transformação sempre restará uma parcela residual, associada à
ineficiência do processo, que será também, inevitavelmente, lançada no ar, nas águas ou no
solo. A presença desses resíduos nesses meios, dependendo de sua composição e
concentração, representa um perigo (poluição) a ameaçar a vida e/ou o patrimônio.
Materializando as características humanas de socialização e competição as economias
crescem. Com elas crescem as cidades que se desenvolvem em espaços relativamente
pequenos reunindo habitações, indústrias, comércios, serviços, lazer e, populações. Como
todas as atividades humanas geram resíduos, nem sempre a dinâmica da atmosfera urbana
consegue dispersar os lançamentos que recebe, perdendo sua capacidade de suporte. O que se
observa então é a acumulação de substâncias estranhas no ar, o que pode ser entendido como
Nos casos de poluição do ar a exposição aos poluentes é
irrestrita.
Em face desse cenário, e ante a inevitabilidade da atividade socioeconômica, resta o
desenvolvimento e a aplicação das melhores práticas para gerenciamento dos riscos
envolvidos. Para tanto se faz necessário conhecer os perigos (poluentes do ar) e suas origens
(fontes de poluição), quantificar sua presença no ar (monitoração da qualidade do ar), estimar
os danos e suas probabilidades de ocorrência (avaliação da qualidade do ar), adotar as devidas
medidas de prevenção e mitigação (controle da qualidade do ar) e acompanhá-las (Figura 1).

Figura 1. O ciclo da gestão da qualidade do ar


Poluição do ar
O fenômeno poluição do ar surge quando os ventos locais não conseguem dispersar
suficientemente as substâncias lançadas na atmosfera (WILLIANSON,1973). A presença
acumulada dessas substâncias altera as características naturais do ar, pondo em risco a saúde e
o bem estar da população, a biota e os bens materiais.
Do ponto de vista legal, a Lei Federal 6938 de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, define poluição como sendo

que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o


bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades
sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem
as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem
matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais

No Estado de São Paulo, a Lei 997 de 31 de maio de 1976, que trata do Controle da
Poluição do Meio Ambiente considera poluição do meio ambiente como:
presença, o lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou
no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, com
intensidade, em quantidade, de concentração ou com características
em desacordo com as que forem estabelecidas em decorrência desta
Lei, ou que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou solo: I -
impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde; II - inconvenientes ao bem
estar público; III - danosos aos materiais, à fauna e à flora; IV -
prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às

A origem da
degradação da qualidade do ar. Em seu Artigo 4 º, o Decreto Estadual 8468/76 define fontes
de poluição como:

dispositivos, móveis ou não que, independentemente de seu campo de


aplicação, induzam, produzam ou possam produzir a poluição do
meio ambiente, tais como: estabelecimentos industriais,
agropecuários e comerciais, veículos automotores e correlatos,

Embora não explicitado nas definições legais supra as fontes de poluição podem ser de
origem natural ou antropogênica. As fontes naturais estão associadas às manifestações
geológicas (erupções vulcânicas, tempestades de areia; os oceanos como os maiores
contribuintes para a existência de particulados na atmosfera (aerosol marinho)); à ação
bacteriana sobre a matéria orgânica (emissões de metano e gás sulfídrico em áreas
pantanosas); às exsudações vegetais (polens, esporos, compostos voláteis das plantas) e, às
radiações naturais (UVA, UVB, materiais radiativos).
Muito embora as fontes naturais apresentem um potencial emissor maior
(STERN,1973), são as fontes antropogênicas as que mais preocupam por serem múltiplas,
envolverem uma pletora de sustâncias químicas perigosas, muitas delas sintetizadas pelo
homem, por apresentarem emissões concentradas e persistentes e por estarem localizadas em
áreas densamente habitadas.
Para fins da gestão da qualidade do ar as fontes antropogênicas de poluição atmosférica
são classificadas como fixas e móveis, pontuais ou dispersas, com ou sem processo de
combustão (Figura 2). As fontes fixas englobam processos industriais, serviços e obras, sendo
que os processos industriais, pela quantidade, diversidade e concentração de suas emissões
são as fontes que mais demandam dos gestores ambientais. As fontes móveis se destacam por
seu grande número, reatividade de seus poluentes e pela distribuição espacial de suas
emissões.

Figura 2. Fontes de poluição do ar

Os poluentes do ar representam os perigos a que a população e o meio ambiente se


expõem. Estão presentes na forma de matéria (substâncias químicas na forma de gases,
vapores ou particulados), ou energia (vibrações, ruído, ou radiações eletromagnéticas
ionizantes ou não ionizantes).
Os poluentes atmosféricos na forma de matéria são classificados como primários e
secundários. Poluentes primários são aqueles encontrados no ar ambiente na forma química
em que foram emitidos. O dióxido de enxofre (SO2) e o monóxido de carbono (CO) são
exemplos de poluentes primários. Poluentes secundários são aqueles resultantes de reações
ocorrendo na atmosfera entre poluentes primários, oxigênio, água e luz solar. O ozônio (O3),
o ácido sulfúrico (H2SO4) e o Peróxido Acetil Nitrato (PAN) são exemplos clássicos de
poluentes secundários (Figura 3).

Figura 3. Poluentes atmosféricos

Os principais poluentes encontrados em atmosferas urbanas são os óxidos de carbono


(monóxido e dióxido de carbono), os óxidos do enxofre (dióxido e trióxido de enxofre), os
óxidos do nitrogênio (monóxido e dióxido do nitrogênio, NO e NO2), os compostos orgânicos
voláteis (COV), resultantes da volatilização de substâncias químicas diversas, as partículas,
subdivididas em função de sua granulometria em material particulado sedimentável, material
particulado em suspensão, material particulado inalável 3 e material particulado respirável4 e,
os poluentes fotoquímicos, assim chamados por decorrerem de reações atmosféricas
catalisadas pela luz solar. Estes últimos são inúmeros e ainda pouco conhecidos. A figura 4 é
uma amostra simplificada da química da atmosfera.

3
Partículas com diâmetro aerodinâmico menor do que 10 um
4
Partículas com diâmetro aerodinâmico menor do que 2,5 um
Figura 4. Reações na atmosfera

De todos os poluentes atmosféricos, as partículas finas são as que apresentam o maior


efeito sobre a saúde humana. A maior parte do material particulado mais fino vem da queima
de combustíveis, tanto em fontes móveis como em fontes estacionárias.
Segundo publicação da Organização Mundial da Saúde, as partículas finas estão associadas a
um amplo espectro de doenças agudas e crônicas, como câncer de pulmão e doenças
cardiopulmonares. A nível global estima-se que causem cerca de 9% das mortes por câncer de
pulmão, 5% das mortes cardiopulmonares e cerca de 1% das mortes por infecções
respiratórias. Estima a publicação da Organização Mundial da Saúde que a redução na
concentração de partículas inaláveis de 70 para 20 microgramas por metro cúbico de ar pode
reduzir o número de mortes relacionadas em cerca de 15% (WHO, 2006).
As reações fotoquímicas são outra séria preocupação para os gestores da qualidade do
ar. Como mencionam Brown e Flavin (1999), em 1900 o homem trabalhava 20 elementos da
Tabela Periódica. Ao final do século 20 todos os elementos naturais tinham algum tipo de
aplicação prática, seja na indústria, seja no uso cotidiano das pessoas. Como muitos dos
elementos da Tabela Periódica são tóxicos aos seres vivos o fato de obtê-los, transformá-los e
dissipá-los pelo meio ambiente aumentou grandemente o risco de danos à saúde por exposição
à poluição ambiental. Segundo a American Chemical Society até dezembro de 2012 cerca de
70 milhões de substâncias químicas haviam sido registradas; 295.000 estavam
inventoriadas/regulamentadas e mais de 71 milhões eram produtos químicos comercialmente
disponíveis5 (CAS, 2012). Considerando que todas as substâncias apresentam a possibilidade
de seus vapores alcançarem o ar atmosférico e reagirem entre si sob influência da luz solar e
da umidade, fica patente o potencial de risco de danos à saúde das emissões antropogênicas.
Estudos realizados pela Organização mundial da Saúde corroboram com esta posição ao
indicarem a existência de sérios riscos à saúde advindos da exposição a material particulado
fino e oxidantes fotoquímicos. Estes estudos estimam que a poluição atmosférica em áreas
urbanas seja responsável por 1.3 milhões de mortes anualmente, no mundo todo (WHO,
2006).

Qualidade do ar
Desde sempre o ar atmosférico recepciona, transporta e transforma continuamente as
múltiplas formas de matéria e energia que nele são lançadas ou liberadas pelas atividades
humanas e pelos fenômenos naturais. As alterações nas características do ar causadas pela
presença de substâncias estranhas trazem efeitos importantes sobre a saúde e a qualidade de
vida, assim como sobre os ecossistemas e as condições climáticas. Evidências médicas
mostram que milhares de pessoas morrem prematuramente, passam mal ou exigem tratamento
hospitalar todos os anos devido aos efeitos da poluição atmosférica, com registros de agravo
ao processo durante condições climáticas extremas. Crianças e enfermos são especialmente
afetados, assim como as pessoas que vivem em áreas carentes (CANÇADO, 2003;
CANÇADO et all,2006).
Devido ao seu impacto potencial sobre a saúde humana, o bem-estar e os ambientes
naturais, as concentrações de poluentes atmosféricos são medidas em estações de
monitoramento da qualidade do ar localizadas nas grandes cidades de todo o mundo. Medir e
compreender a poluição do ar proporciona uma sólida base científica para a sua gestão e
controle.6
Qualidade do ar pode ser definida como sendo o conjunto de características que o ar
deve apresentar para atender determinados usos estabelecidos. Dentre os diversos usos que o
ar atmosférico apresenta, o mais importante é o de servir como meio de proteção e suporte à
vida. Neste caso, a presença de substâncias estranhas à sua composição normal, ou o aumento
na concentração de compostos naturalmente presentes, pode levar a alterações adversas de
suas características, resultando em ameaças à vida e ao ambiente que a suporta.

5
Estes dados podem ser acessados em: http://www.cas.org/content/at-a-glance
6
Para conhecer mais veja: GEMS/AIR : Global Environmental Monitoring System, a global programme for
urban air quality monitoring and assessment. Disponível em:
http://www.who.int/iris/handle/10665/58355
A qualidade do ar de uma região é afetada pela presença das fontes emissoras de
poluentes atmosféricos, pela topografia local, pela meteorologia, e pelo uso e ocupação do
solo. Neste sentido, os níveis de poluição atmosférica variam consideravelmente no espaço e
no tempo. Em áreas urbanas observam-se variações nas concentrações de poluentes de bairro
para bairro em um mesmo período de tempo, e sensíveis flutuações ocorrendo entre as
estações do inverno e verão no mesmo local (LICCO, 2008).
Normalmente, a presença de poluentes no ar atmosférico é quantificada por meio de
amostradores (automáticos ou manuais) distribuídos pelas áreas de interesse. Medições da
qualidade do ar mostram claramente diferentes perfis de comportamento para os poluentes,
dependendo da forma como eles são formados e da localização de suas principais fontes
(CETESB, 2009; 2010). Os níveis de poluentes primários tendem a ser mais elevados em
torno de suas fontes, geralmente localizadas em zonas com ocupação mais densa ou industrial.
O perfil de distribuição dos poluentes secundários, tais como o ozônio e as partículas
formadas por reações químicas na atmosfera, é nitidamente diferente daquele dos poluentes
primários. Eles são menos dependente das fontes locais de emissão, sendo fortemente
influenciado pela distribuição regional de fontes de poluição, pela meteorologia e pela
química da atmosfera. Os veículos automotores representam uma fonte significativa de
poluentes precursores de poluição secundária nas grandes cidades. São, em especial, uma
importante fonte de óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e compostos orgânicos voláteis
(COV), poluentes precursores da poluição fotoquímica. As fontes móveis são responsáveis
também por uma proporção significativa da emissão total de particulados, nomeadamente
PM10 e PM 2.5.
A monitoração da qualidade do ar pode ser feita de três formas:
1. Por meio de redes de vigilância (surveillance) _ monitoramento realizado de forma
ininterrupta, com o intuito de acompanhar em tempo real a presença de poluentes no
ar atmosférico e permitir a adoção de medidas imediatas de caráter preventivo, como
realizado pela CETESB na cidade de São Paulo;
2. Por meio de redes de monitoramento (monitoring) _ medição sistemática de dados em
pontos de amostragem pré-selecionados, com o intuito de estabelecer tendências e
permitir medidas preventivas e corretivas de curto e médio prazo, como realizado pela
NOAA7 no acompanhamento das concentrações globais de CO2;

7
NOAA National Oceanic & Atmospheric Administration /Earth System Research Laboratory
3. Por meio de estudos especiais (survey) _ coleta planejada, esporádica, de dados para
apoio a estudos e pesquisas.
Os resultados das medições de concentrações de poluentes no ar são comparados com
valores padrão de qualidade do ar, legalmente estabelecidos, permitindo as ações em resposta
que se fizerem necessárias.

Padrões de qualidade do ar
O grau de preservação ou de degradação da qualidade do ar é avaliado em base a limites
legalmente estabelecidos, que objetivam assegurar a saúde humana e outros requisitos
ambientais. Nesse sentido, define-se padrões de qualidade do ar como as concentrações de
poluentes presentes no ar, ao longo de um determinado período de tempo, consideradas
aceitáveis à luz do que é cientificamente conhecido a respeito dos efeitos de cada poluente
sobre a saúde e o meio ambiente. Eles estabelecem legalmente a concentração máxima de um
poluente na atmosfera que garante a proteção da saúde e do meio ambiente. São baseados em
estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos (critérios de qualidade do
ar) e são fixados em lei em níveis que propiciam uma adequada margem de segurança.
As concentrações de poluentes no ar atmosférico são comparadas tanto com padrões
para longos períodos de exposição, quanto com padrões para curto tempo de exposição. As
análises dos dados de qualidade do ar consideram os períodos de curto prazo, ou seja, 1, 8 e
24 horas conforme o poluente, e de longo prazo (médias anuais dos valores diários).
Os padrões de qualidade do ar atualmente em vigor no Estado de São Paulo (Decreto
8468/76) e no Brasil (Resolução CONAMA 03/90) foram estabelecidos em 1976 e 1990,
respectivamente, com base nos valores adotados pela Environmental Protection Agency dos
Estados Unidos US.EPA e Organização Mundial da Saúde OMS. Eles são usados como
referência no acompanhamento do comportamento da poluição no tempo.
No caso dos particulados e do dióxido de enxofre, os valores diários são as médias das
concentrações medidas ao longo do dia. Para o ozônio e dióxido de nitrogênio é considerada a
maior concentração horária do dia. Para o monóxido de carbono é considerada a maior
concentração média de 8 horas do dia (CETESB, 2010).
Uma violação de padrão é o período de tempo (que é definido para cada padrão) em que
a concentração do poluente presente no ar é maior do que o valor estabelecido pela norma.
Para fins de comparação entre padrões estabelecidos para poluentes com diferentes tempos de
exposição, relata-se o número de dias em que foi registrada uma ultrapassagem. Por lei, um
determinado padrão não pode ser excedido mais do que um número máximo de dias ao ano
(CETESB, 2010).
Segundo a legislação ambiental brasileira, os padrões de qualidade do ar estão
classificados em padrões primários e secundários.
Padrões primários de qualidade do ar são as concentrações de poluentes que,
ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis
máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em
metas de curto e médio prazo.
Padrões secundários de qualidade do ar são as concentrações de poluentes
atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da
população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de
poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo. O objetivo do estabelecimento de
padrões secundários é criar uma base para uma política de prevenção da degradação da
qualidade do ar. Não se aplicam, pelo menos a curto prazo, a áreas de desenvolvimento,
onde devem ser aplicados os padrões primários.
A Tabela 1 apresenta os padrões nacionais de qualidade do ar, conforme Resolução
CONAMA 03/90.

Tabela 1. Padrões Nacionais de Qualidade do AR: Resolução CONAMA 03/90


Padrão Padrão
Tempo de Método de
Poluente Primário Secundário
Amostragem Medição
Partículas totais 24 horas 1 240 150 Amostrador de
em suspensão MGA 2 80 60 grandes volumes
24 horas 1 150 150 Separação
Partículas inaláveis
MAA 3 50 50 inercial/filtração
24 horas 1 150 100
Fumaça Refletância
MAA 3 60 40
24 horas 1 365 100
Dióxido de enxofre Pararosanilina
MAA 3 80 40
Dióxido de 1 hora 320 190
Quimiluminescência
nitrogênio MAA 3 100 100
Monóxido de 1 hora 1 40.000 40.000 Infravermelho não
carbono 8 horas 1 10.000 10.000 dispersivo
Ozônio 1 hora 1 160 160 Quimiluminescência
1 - Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano.
2 - Média geométrica anual.
3 - Média aritmética anual.
Fonte: Resolução CONAMA 03/1990
A Tabela 2 apresenta os níveis máximos recomendados pela Organização Mundial da
Saúde - OMS como referência para controle da poluição atmosférica e proteção à saúde
humana.

Tabela 2. Níveis máximos recomendados pela Organização Mundial da Saúde


TEMPO
POLUENTE
AMOSTRAGEM
20 24 horas
Dióxido de enxofre
500 10 minutos
200 1 hora
Dióxido de nitrogênio
40 Anual

Monóxido de carbono 10.000


8 horas
Ozônio 100 8 horas
10 Média aritmética anual
Material particulado MP2,5
25 24h (percentil 99)
20 Anual
Material particulado MP10
50 24h (percentil 99)
Fonte: OMS (2005) apud CETESB, 2010

Em 13 de junho de 2012, a 296ª Reunião Ordinária do Plenário do CONSEMA aprovou


a Deliberação 25/2012 que se colocava favorável à minuta de decreto que estabelece novos
padrões de qualidade do ar para o Estado de São Paulo. Segundo a minuta aprovada estes
novos padrões seriam aplicados no tempo, seguindo metas pré-estabelecidas. Esta ação
culminou na publicação do Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013, estabelecendo novos
padrões de qualidade do ar por intermédio de um conjunto de metas gradativas e progressivas
para que a poluição atmosférica seja reduzida a níveis desejáveis ao longo do tempo (Tabela
3) .
Tabela 3. Padrões de qualidade do ar segundo o Decreto Estadual 59113/2013

POLUENTE TEMPO DE MI1 MI2 MI3 PF


AMOSTRAGEM (µg/m³) (µg/m³) (µg/m³) (µg/m³)
Partículas inaláveis 24 horas 120 100 75 50
(MP10) MAA1 40 35 30 20
Partículas inaláveis finas 24 horas 60 50 37 25
(MP2,5) MAA1 20 17 15 10
Dióxido de enxofre 24 horas 60 40 30 20
(SO2) MAA1 40 30 20
Dióxido de nitrogênio 1 hora 260 240 220 200
(NO2) MAA1 60 50 45 40
Ozônio 8 horas 140 130 120 100
(O3)
Monóxido de carbono 8 horas 9 ppm
(CO)
Fumaça* 24 horas 120 100 75 50
(FMC) MAA 1 40 35 30 20
Partículas totais em 24 horas 240
suspensão* (PTS) MGA2 80
Chumbo** MAA1 0,5
(Pb)
1 Média aritmética anual.
2 Média geométrica anual.
* Fumaça e Partículas Totais em Suspensão parâmetros auxiliares a serem utilizados apenas em situações
específicas, a critério da CETESB.
** Chumbo a ser monitorado apenas em áreas específicas, a critério da CETESB.

De acordo como Decreto 59113/13 as Metas Intermediárias devem ser obedecidas em 3 (três)
etapas, assim determinadas:
1. Meta Intermediária Etapa 1 (MI1) Valores de concentração de poluentes
atmosféricos que devem ser respeitados a partir de 24/04/2013;
2. Meta Intermediária Etapa 2 (MI2) Valores de concentração de poluentes
atmosféricos que devem ser respeitados subsequentemente à MI1, que entrará em
vigor após avaliações realizadas na Etapa 1, reveladas por estudos técnicos
apresentados pelo órgão ambiental estadual, convalidados pelo CONSEMA;
3. Meta Intermediária Etapa 3 (MI3) Valores de concentração de poluentes
atmosféricos que devem ser respeitados nos anos subsequentes à MI2, sendo que seu
prazo de duração será definido pelo CONSEMA, a partir do início da sua vigência,
com base nas avaliações realizadas na Etapa 2.
Os padrões finais (PF) são aplicados sem etapas intermediárias quando não forem
estabelecidas metas intermediárias, como no caso do monóxido de carbono, partículas totais
em suspensão e chumbo. Para os demais poluentes, os padrões finais passam a valer a partir
do final do prazo de duração do MI3.
Efeitos da poluição ar
O contato direto com os poluentes do ar pode levar a prejuízos à saúde e ao bem estar
do homem, à flora e à fauna, aos materiais e ao uso e gozo da propriedade. Os poluentes
presentes no ar podem igualmente causar prejuízos à qualidade da água, do solo e do próprio
ar.
Os efeitos mais relevantes da poluição atmosférica são sobre a saúde humana,
abordando os prejuízos ao bem estar, as doenças do aparelho respiratório, reprodutivo,
endócrino; as dores de cabeça, irritação dos olhos e o envelhecimento precoce da pele, assim
como o risco de câncer e o aumento das taxas de mortalidade.
A poluição do ar pode afetar a saúde de várias maneiras com efeitos de curto e longo
prazo. Diferentes grupos de indivíduos são afetados diferentemente pela poluição do ar.
Algumas pessoas são muito mais sensíveis aos poluentes do que outras. As crianças pequenas
e os idosos, por exemplo, tendem a sofrer mais com os efeitos da poluição do ar do que os
adultos. Pessoas com problemas de saúde como asma e doenças cardíacas ou pulmonares
também sofrem mais quando o ar está poluído. O grau em que um indivíduo é prejudicado
pela poluição atmosférica depende, em geral, da exposição total às substâncias poluentes, isto
é, a duração da exposição e a concentração dos poluentes devem ser levadas em conta.
Efeitos de curto prazo da poluição do ar incluem irritação dos olhos, nariz e garganta, e
infecções no trato respiratório superior, tais como bronquite e pneumonia. Outros sintomas
seriam dores de cabeça, náusea e reações alérgicas. Em curto prazo, a poluição do ar pode
agravar as condições médicas de indivíduos com asma e enfisema. No famoso episódio de
poluição do ar de Londres, em 1952, um excesso de quatro mil pessoas morreu em poucos
dias devido às altas concentrações de poluentes no ar (BELL, FLETCHER, 2004)
Efeitos em longo prazo sobre a saúde incluem doença respiratória crônica, câncer de
pulmão, doenças cardíacas, e até mesmo danos ao cérebro, nervos, fígado ou rins. A
exposição contínua à poluição do ar afeta os pulmões das crianças em crescimento e pode
agravar ou complicar condições médicas em idosos. A poluição atmosférica urbana é tida
como responsável por 1,3 milhão de mortes em todo o mundo anualmente (WHO, 2011).
Estima-se que meio milhão de pessoas morre prematuramente a cada ano nos Estados Unidos
como resultado da exposição ativa e passiva à fumaça do cigarro (CDC, 2004).
Fauna e flora são igualmente afetadas pela poluição do ar. Poluentes presentes no ar, ou
depositados no solo, ou nas folhas podem exercer efeito tóxico, reduzindo o desenvolvimento
e a produção da planta. Depositados em excesso podem impedir a fotossíntese e levar à morte.
Bell e Treshow (2002), em sua publicação Air Pollution and Plant Life fazem uma rica
apresentação dos efeitos da poluição do ar sobre a vegetação.
Quanto aos efeitos da poluição do ar nos animais existe uma preocupação direta a
respeito em face do considerável risco de perda econômica associado. O interesse nos efeitos
da poluição do ar sobre a fauna desenvolveu-se também como um corolário das preocupações
sobre a influência desse tipo de poluição na saúde humana. Estudos nos quais animais eram
expostos experimentalmente a poluentes do ar foram desenvolvidos durante muitos anos
visando a geração de dados toxicológicos para substâncias frequentemente presentes no ar
atmosférico. Esses dados foram fundamentais na determinação dos efeitos da poluição do ar
sobre a saúde humana. Dados de morbidade e mortalidade de animais após episódios críticos
de poluição atmosférica foram registrados e analisados para um melhor entendimento das
injúrias identificadas nos humanos (CATCOTT, 1961).
Newman (1979) em seu artigo sobre efeitos da poluição do ar industrial sobre a vida
selvagem mostra que os poluentes atmosféricos têm um efeito global sobre aves e mamíferos
selvagens sendo, muitas vezes, causa de decréscimos acentuados em populações animais
localizadas. Os principais efeitos da poluição do ar que identifica incluem mortalidade direta,
debilidade, estresse fisiológico, anemia e bioacumulação de substâncias químicas. Para
Newman, alguns poluentes atmosféricos são prováveis responsáveis por mudanças na
distribuição espacial de certas espécies de animais selvagens.
Os efeitos danosos da poluição do ar são percebidos também sobre os materiais, sendo
conhecidos há muito tempo, destacadamente aqueles causados pela fumaça da queima de
carvão. John Evelin em sua obra Fumifugium or The Inconvenience of the Air and Smoke or
London Dissipated (1661) descreve os impactos da fumaça sobre a vida e os pertences dos
londrinos no século 17 em um relato detalhado sobre a poluição do ar já presente naquela
época. Como escreveu Evelin:
.
Stern e colaboradores, no clássico Fundamentals of Air Pollution faz uma detalhada
descrição dos efeitos das atmosferas corrosivas sobre materiais como metais, alvenaria,
pedras, couro, papel, tintas e elastômeros, explicando os mecanismos físico- químicos por trás
dos impactos identificados (STERN et all, 1973).
Os efeitos da poluição do ar podem ser analisados também em termos de escalas
temporal e espacial, podendo ser classificados como locais (odores de uma fábrica, ruídos de
uma máquina),urbanos (emissões veiculares de monóxido de carbono), regionais (poluição
por queimadas), continentais ou mesmo globais, quando se consideram as mudanças
climáticas e a redução da camada de ozônio, impactos associados a poluentes como o CO2 e
os CFCs, respectivamente.

Controle da poluição do ar
Licco (1996) considera controle da poluição como um conjunto complexo de ações
envolvendo aspectos legais, técnicos e tecnológicos, sociais, políticos, econômicos, culturais,
éticos e ecológicos que busca estabelecer as causas, os efeitos, os agentes causais e as
medidas para prevenção, reparação e repressão de danos a algo ou alguém. É um processo
contínuo de busca por situações desejáveis e de prevenção contra situações indesejáveis,
desenvolvido em base ao conhecimento e reconhecimento de uma situação atual e ao firme
desejo de obtenção de uma situação futura, desejável .
Para o autor a gestão da qualidade do ar se faz a partir do conhecimento do conjunto das
fontes existente em uma dada localidade, do seu potencial poluidor, dos impactos causados e
prováveis de vir a causar, e do contexto sócio econômico presente (LICCO, 2010). O processo
se inicia com o conhecimento da qualidade do ar local (avaliada diretamente com o auxílio de
amostradores da qualidade do ar, ou indiretamente a partir dos registros de reclamações da
população). Identificadas as relações de causa (fontes de poluição) e efeito são planejadas e
implementadas ações de prevenção para evitar agravos, de correção para reduzir impactos e
de repressão para desencorajar futuras violações ambientais. Em paralelo desenvolvem-se
ações de monitoramento, tanto nas fontes como no ar ambiente para verificação da eficácia
das ações implementadas e da necessidade de possíveis correções de rota.
Ações de prevenção de caráter macro envolvem programas de licenciamento ambiental,
de uso e ocupação do solo, de zoneamento industrial e estudo ambientais como Estudo de
Impacto Ambiental e Estudo de Análise de Riscos. De caráter micro estão as intervenções no
processo produtivo, as substituições de matérias primas e insumos, os programas de boas
práticas de operação e manutenção, procedimentos de trabalho e treinamento de mão de obra.
No mesmo sentido, as ações macro de correção se baseiam nos programas de
fiscalização de conformidade com as normas e procedimentos legais de emissão, suportados
pelo monitoramento da qualidade do ar e das fontes poluidoras. Do ponto de vista micro, as
ações de controle se baseiam em captar, concentrar, separar e dispor os diferentes poluentes
emitidos pelas fontes de poluição. Os assim chamados sistemas de controle da poluição
desempenham essa tarefa baseando-se em sistemas de captação (materializados pela
instalação de ventilação local exaustora nas fontes), equipamentos de controle (filtros para
particulados, lavadores de gases, adsorvedores...), e sistemas de disposição final dos gases
tratados, representados pelos dutos de descarga e chaminés. A exemplo do que ocorre com as
ações de prevenção a existência de procedimentos conhecidos e de treinamento adequado da
mão de obra completam as ações de correção micro. A figura 5 resume o processo de
gerenciamento da poluição do ar discutido por Licco.

Figura 5. A mecânica do gerenciamento da poluição do ar

A comunicação às partes interessadas a respeito da presença e concentração dos


poluentes no ar, dos riscos impostos à saúde, das medidas de prevenção e correção adotadas e
das tendências no comportamento desses poluentes no tempo fecha o quadro de gestão da
qualidade do ar, como se pode observar na figura 6.

Figura 6. Visão completa da gestão da qualidade do ar


Referências

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