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MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário

Introdução .................................................................................................................. 3

Meio ambiente ........................................................................................................... 5

Elementos e conceitos que envolvem o meio ambiente ....................................................... 6

Conceitos Ambientais do Planeta Terra ................................................................................. 9

▪ Espaço ambiental ......................................................................................................... 9

▪ Pegada ecológica e capacidade de suporte ............................................................... 10

Os problemas ambientais numa visão sistêmica .................................................................. 13

Desenvolvimento sustentável ................................................................................ 17

Dimensões que edificam a sustentabilidade ........................................................................ 20

Metas do desenvolvimento sustentável ............................................................................... 22

A conservação da biodiversidade – o EIA/RIMA ................................................................... 23

▪ Estudo de Impactos Ambientais – EIA ....................................................................... 24

▪ Relatório de Impactos Ambientais – RIMA ................................................................ 25

Referências .............................................................................................................. 27

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Introdução
Compreender e conscientizar-nos das implicações de nossas relações com o meio
ambiente nunca foram tão importantes como na atualidade.

O aumento demográfico da população mundial e nossas interferências no meio


ambiente, seja por nós pessoas ou pelas organizações industriais são apenas dois
motivos de uma lista sem fim que justificam a preocupação com o ambiente a nossa
volta.

Figura 1 – Região de mata degradada

A degradação do meio ambiente é um tema muito em voga e sempre presente em


todas as discussões sobre as questões ambientais que nos afligem desde o século
passado. A degradação vem avançando sobre todos os ecossistemas e as suas
causas e consequências são as mais variadas.

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Figura 2 – Desenvolvimento sustentável

Ser sustentável é descobrir maneiras de promover a exploração dos recursos naturais,


de forma que prejudique o menos possível o meio ambiente, estabelecendo, assim,
um equilíbrio. Embora esse conceito pareça ser difícil de ser implementado, a
aplicação de políticas de sustentabilidade nas atividades humanas que causam altos
impactos no meio ambiente, como a mineração, a extração vegetal, a agricultura em
larga escala, a fabricação de papel e celulose e etc., está mostrando que é, ao
contrário do que muitos pensam, economicamente viável.

Pois bem, ao longo desse caderno veremos conceitos, causas, consequências e


possibilidade de contornar essas questões com a prática do desenvolvimento
sustentável.

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Meio ambiente
O meio ambiente, comumente chamado apenas de ambiente, envolve todas as coisas
vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os
ecossistemas e a vida dos humanos.

De acordo com o art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81, o meio ambiente é “o conjunto de


condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Tomando por base a Constituição Federal (CF) de 1988, o meio ambiente é dividido
em físico ou natural, cultural, artificial e do trabalho:

a) Meio ambiente natural – Formado pelo solo, a água, o ar, flora, fauna e todos
os demais elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio dinâmico entre os
seres vivos e o meio em que vivem (CF, 1988, art.225, caput e §1º);

b) Meio ambiente cultural – Aquele composto pelo patrimônio histórico, artístico,


arqueológico, paisagístico, turístico, científico e pelas sínteses culturais que
integram o universo das práticas sociais das relações de intercâmbio entre
homem e natureza (CF, 1988, art.215 e 216);

c) Meio ambiente artificial – É o constituído pelo conjunto e edificações,


equipamentos, rodovias e demais elementos que formam o espaço urbano
construído (CF, 1988, art. 21, XX, 182 e segs., art. 225);

d) Meio ambiente do trabalho – É o integrado pelo conjunto de bens, instrumentos


e meios, de natureza material e imaterial, em face dos quais o ser humano
exerce as atividades laborais (CF, 1988, art.200, VIII).

Como podemos perceber, o conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus
componentes:

a) Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema


natural mesmo com uma massiva intervenção humana e outras espécies do
planeta, incluindo toda a vegetação, animais, microrganismos, solo, rochas,
atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites.

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b) Recursos e fenômenos físicos universais que não possuem um limite claro,
como ar, água, e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica, e
magnetismo, que não se originam de atividades humanas.

Elementos e conceitos que envolvem o meio ambiente

Meio ambiente – É o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de ordem


física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Biosfera – Bios vem do grego “vida”. A biosfera se estende um pouco acima e um


pouco abaixo da superfície do planeta é uma película de terra firme, água, energia e
ar que envolve o planeta Terra. É o habitat viável de todas as espécies de seres vivos.

Ecologia – É o estudo do lugar onde se vive, com ênfase sobre a totalidade ou padrão
de relações entre os organismos e o seu ambiente. Deriva do grego “oikos” = casa e
“logos” = estudo, ou seja, o estudo do meio ambiente onde vivemos e a sua relação e
interação com todos os seres vivos.

Impacto ambiental – Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e


biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota;
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambientais.

EL NIÑO – É um fenômeno meteorológico natural que se repete de 2 a 7 anos, em


média, e decorre do aumento anormal da temperatura do Oceano Pacífico, atingindo
mais intensamente o Peru. A costa peruana é caracterizada por águas muito frias.
Como a substituição das águas normalmente frias por quentes costuma ocorrer logo
após o Natal, esse fenômeno meteorológico passou a ser chamado de El Niño (o
Menino Jesus, em espanhol). Há registros de sua ocorrência desde a época do
descobrimento da América. O aquecimento das águas superficiais do Pacífico
interfere no regime de ventos e, portanto, no deslocamento das nuvens e no regime
das chuvas, gerando alterações significativas do clima em todo o planeta. Grandes

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secas na Índia, no Nordeste do Brasil, na Austrália, Indonésia e África podem ser
decorrentes do fenômeno, assim como algumas enchentes no Sul e Sudeste do Brasil,
Peru, Equador e no Meio Oeste dos Estados Unidos. Em algumas áreas, observam-
se temperaturas mais elevadas que o normal (como é o caso das regiões central e
Sudeste do Brasil, durante o inverno), enquanto em outras ocorrem frio e neve em
excesso. Especificamente no Brasil, o El Niño provoca chuvas intensas no Sul e secas
mais severas no Norte e Nordeste. O Estado de São Paulo está localizado numa zona
de transição, onde o El Niño provoca chuvas ligeiramente acima do normal, mas
também provoca uma melhor distribuição de chuvas em alguns meses (setembro,
novembro, abril e maio). Isso significa que o fenômeno pode apresentar aspectos
negativos, como a maior possibilidade de ocorrência de inundações, mas também
pode ser benéfico, desde que se esteja convenientemente preparado para enfrentá-
lo. Assim, a melhor distribuição de chuvas pode beneficiar a agricultura. Do ponto de
vista hidrológico, o El Niño aumenta a chance de ocorrência de vazões mais elevadas
em rios do Estado de São Paulo. Isso pode provocar enchentes e inundações, mas
ao mesmo tempo, também com o aumento da vazão dos rios, melhora as condições
de geração de energia e abastecimento de água. O ciclo normal das chuvas está
sendo alterado não pelo el-nino, mas sim pela mão do homem. Observe a Amazonas:
ainda temos uma densa biodiversidade de elementos vegetais, a quantidade de
floresta é imensa e úmida, o que provoca chuvas torrenciais quase todos os dias,
embora o solo seja muito pobre, a floresta é rica em vida animal. As árvores seguram
o vento não deixando que circule livremente sendo que em uma área aberta ele cria
força transformando em furacão. A influência dos ventos sem a umidade necessária
das árvores, os rios e nascente secam mais rapidamente e o vento se encube de levar
esta evaporação para lugares distantes, esta é a umidade do solo que causa a chuva.

Unidades de conservação – Unidades de conservação são as porções do território


nacional, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais de relevante
valor de domínio público ou propriedade privada, legalmente instituídas pelo poder
público com os objetivos e limites definidos, sob regimes especiais de administração,
às quais se aplicam garantias adequadas de proteção.

Floresta – Entidade biológica formada por um conjunto complexo de formas vegetais


interdependentes, que se dispõe em camadas, e cujo elemento dominante é a árvore.

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Flora Silvestre – É o conjunto de vegetais naturais de uma região ou país. Vegetais
nativos do lugar.

Flora exótica – É o conjunto de vegetais não nativos de uma região, que foi adaptado
ao local ou importado.

Mata Atlântica – Formação vegetal com grande riqueza de espécies, geralmente


apresentando três estratos: superior com espécies arbóreas de altura entre 15 a 40
metros; intermediário com alta densidade de espécies, constituído por arbustos,
arboretos e árvores de pequeno porte, entre 3 e 10 metros; e um terceiro, composto
por grande variedade de ervas rasteiras, cipós, trepadeiras, além de palmeiras e
samambaias. A Mata Atlântica abriga grande variedade de espécies da fauna
brasileira, como: onça, sagui de tufo preto, paca, cotia, tucano de bico verde,
caxinguelê, mono-carvoeiro, entre outras. Essa vegetação atualmente recobre
principalmente o litoral e Serra do Mar, estendendo-se para o interior do Estado, onde
adquire características típicas de clima mais seco com perda de folhas, floração e
frutificação em períodos bem determinados. Entre a formação vegetal da Mata
Atlântica encontra-se o pau-jacaré, bromélia, palmeira, guapuruvú e a embaúba hoje
só existem 3% da mata atlântica e se extinguirá em pouco tempo, enquanto a fauna e
flora agonizam sua morte.

Mangue – Formação típica de litoral, sob ação direta das marés, com solos limosos
de regiões estuárias. Constitui-se de único estrato de porte arbóreo e diversidade
muito restrita. Neste ambiente salobro desenvolvem-se espécies adaptadas à essas
condições, ora dominado por gramíneas o que lhe confere uma fisionomia herbácea;
ora dominado por espécies arbóreas. O mangue abriga grande variedade de espécies
da fauna brasileira, como tapicuru, guará, crustáceos, sapos, insetos, garça, entre
outros. O mangue, devido ao acúmulo de material orgânico, característica importante
desse ambiente, garante alimento e proteção para a reprodução de inúmeras espécies
marinhas e terrestres.

Área de Proteção Ambiental (APA) – São destinadas à proteção ambiental, visando


assegurar o bem-estar das populações humanas e a conservação ou melhoria das
condições ecológicas locais.

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Reservas biológicas – São áreas delimitadas com a finalidade de preservação e
proteção integral da fauna e flora, para fins científicos e educativos, onde é proibida
qualquer forma de exploração dos seus recursos naturais.

Estações ecológicas – São áreas representativas de ecossistemas brasileiros,


destinados à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia; à proteção do
ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Nessas áreas
não há exploração do turismo.

Parques – São áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos


naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição de
inalienabilidade e indisponibilidade em seu todo. Destinam-se a fins científicos,
culturais, educativos e recreativos. São criadas e administradas pelos Governo
Federal, Estadual e Municipal, visando principalmente a preservação dos
ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem.

Conceitos Ambientais do Planeta Terra

▪ Espaço ambiental
Segundo Mineiro (2001), o ambiente da Terra é agrupado em Espaço ambiental,
pegada ecológica e capacidade de suporte.

Há que se ressaltar que o espaço ambiental diz respeito à quantidade de recursos não
renováveis, energia e terras que se pode obter da Biosfera, de maneira
ambientalmente sustentável. Indica o consumo per capita destes recursos dentro de
um intervalo que não ultrapasse um teto (quantidade máxima per capita) e um piso
(quantidade mínima per capita). Pelo princípio da equidade, todo ser humano teria
direito ao uso equitativo dos recursos naturais, patrimônio comum da Humanidade,
considerando a finitude destes recursos.

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▪ Pegada ecológica e capacidade de suporte
A pegada ecológica, por sua vez, pode ser definida como a área de terra e água
ecologicamente produtiva que se necessita de forma contínua para proporcionar os
recursos energéticos e materiais consumidos, e absorver todos os resíduos gerados
por esta população.

A Pegada Ecológica mede a quantidade de recursos naturais renováveis para manter


nosso estilo de vida. Basicamente, tudo o que usamos para viver vem da natureza e
mais tarde voltará para ela. Essa é a nossa Pegada.

Figura 3 – Pegada ecológica

O WWF Brazil (2020) explica que para calcular as pegadas foi preciso estudar os
vários tipos de territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceanos, florestas, áreas
construídas) e as diversas formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens
e serviços, transporte e outros). As tecnologias usadas, os tamanhos das populações
e outros dados, também entraram na conta.

Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área
medida em hectares. Além disso, é preciso incluir as áreas usadas para receber os
detritos e resíduos gerados e reservar uma quantidade de terra e água para a própria
natureza, ou seja, para os animais, as plantas e os ecossistemas onde vivem,
garantindo a manutenção da biodiversidade.

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O consumo das comunidades, empresas e governos entram no cálculo, pois a pegada
ecológica busca mensurar as demandas de capital natural da população em questão
em relação ao território que ocupa. O tamanho da pegada não é fixo, mas depende
do ingresso financeiro e valores socioculturais, assim como do estado da tecnologia
disponível. Ao contrário do espaço ambiental, o cálculo da pegada demonstra que não
existe um piso nem um teto ambiental.

Hoje, segundo os cálculos da pegada ecológica, a humanidade já excederia a


capacidade global de carga do planeta, impondo altos custos às gerações futuras.

A capacidade de suporte avalia a quantidade de seres vivos que um ecossistema pode


sustentar para desenvolver sua capacidade produtiva ao máximo.

Para simplificar a coleta de dados estatísticos sobre o consumo humano, o método da


Pegada Ecológica adota uma classificação de cinco categorias: alimentação,
habitação, transporte, bens de consumo e serviços. A escolha das variáveis depende
muito de cada pesquisador e as mais utilizadas estão relacionadas na tabela 1
(LISBOA; BARROS, 2010).

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Tabela 1: Variáveis mais utilizadas no método da PE e suas justificativas

VARIÁVEIS JUSTIFICATIVAS

A cobertura vegetal é de fundamental importância para que haja equilíbrio entre o solo e o
clima, interferindo no processo de absorção e escoamento das águas pluviais, minimizando
Área Verde
as altas temperaturas, tendo assim, um efeito positivo no balanço microclimático Além disso,
deve-se considerar o papel que a cobertura vegetal exerce na absorção do CO2.

A impermeabilização do solo acarreta diversos problemas tanto relacionados ao escoamento


Área
e infiltração da água da chuva como ao conforto térmico, além de diminuir a quantidade de
Construída
áreas verdes.

Responsável pela emissão de gases que provocam o efeito estufa, principalmente o gás
Combustível
carbônico. Automóveis são responsáveis por 88% do 1,5 milhão de toneladas de monóxido de
Fóssil
carbono despejadas diariamente na atmosfera.

Cada 3 kg de lixo produzido equivalem a 1 kg de CO2 (igual quantidade de produção de CH4).


Resíduos
Contudo, é subtraída do total produzido por uma localidade a quantidade de lixo reciclável.

É tomado como parâmetro no Brasil, por ser abastecida de energia provinda de usinas
Eletricidade hidroelétricas. A área alagada na represa de uma usina deixa de absorver CO2, aumentando
a Pegada Ecológica.

O total de água utilizada para consumo humano provém de rios, açudes e poços que estavam
Água em equilíbrio ecológico e ao ser consumida retorna ao ambiente natural poluída tornando difícil
sua absorção pela natureza.

Criações de gado bovino são responsáveis pela emissão de 80 milhões de toneladas anuais
de metano para atmosfera durante a ruminação. E o esterco acrescenta mais 25 milhões de
Carne Bovina toneladas. Cada molécula de metano é 23 vezes mais eficaz para aquecer a atmosfera que a
do gás carbônico. No Brasil a pecuária bovina é a maior responsável pelo desmatamento e
consome grande parte da produção de grãos para seu alimento.

Representam terras aráveis para o cultivo de alimento com baixa absorção de CO2. Na
agricultura são utilizados mais de 141 milhões de toneladas de pesticidas e fertilizantes no
Alimentos
mundo para a produção de alimentos. Geração de grande quantidade de embalagens não
recicláveis para seu armazenamento.

Áreas de São áreas com impacto ambiental significativo ocasionado pelas ocupações ilegais incluídas
Ocupação em áreas de APPs. Entre elas estão as favelas, nascentes e fundos de vales ocupados e áreas
Ilegal urbanizadas em terrenos com declividade acima de 45%.

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Anote aí:

A Pegada Ecológica, utilizada como ferramenta de avaliação ambiental, mede o


potencial de sustentabilidade em diferentes escalas espaciais. Seu cálculo pode ser
utilizado não apenas para a avaliação comparativa da qualidade de vida e do ambiente
na região estudada, como também para auxiliar no processo de planejamento das
cidades e microrregiões em relação à integração entre meio ambiente e crescimento/
desenvolvimento econômico.

O cálculo da Pegada Ecológica incorpora indicadores relevantes, determinadas por


valores culturais, tecnologia e elementos econômicos de uma dada área. Contudo,
como não é possível estimar a demanda para todos os bens de consumo e serviços,
os cálculos se restringem apenas às categorias mais importantes.

Os problemas ambientais numa visão sistêmica

O pensamento sistêmico compreende todo o contexto onde o assunto, a coisa ou o


problema se insere, levando a uma visão mais abrangente, ao contrário do
pensamento analítico, que fragmenta ou isola alguma coisa a fim de entendê-la.

De acordo com Vidal (2004) essa visão sistêmica compreende a realidade como uma
teia de relações, um todo integrado, um sistema vivo, constituído pelos organismos
individuais, os sistemas sociais, incluindo as organizações e os ecossistemas. A
natureza de todo sistema vivo deriva das relações entre suas partes componentes e
das relações do sistema todo com seu ambiente. Essa visão amplia o entendimento
sobre a questão ambiental.

Então, para exemplificar os problemas que devem ser compreendidos nessa visão
sistêmica, encontramos em Morin (2001, p. 72), uma relação desses problemas e o
alerta de que eles constituem ameaça para todos os seres vivos e seus ecossistemas:

[...] o efeito estufa provocado pelo aumento do CO2 na atmosfera, os desmatamentos


em grande escala das grandes florestas tropicais produtoras de nosso oxigênio
comum, a esterilização dos oceanos, mares e rios fornecedores de alimentos, as
poluições sem conta, as catástrofes sem limites [...] a explosão de novos vírus e de

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micróbios antigos fortalecidos [...] é a barbárie anônima e fria do mundo técnico-
econômico.

A visão de Morin deixa clara a interligação sistemática dos problemas ambientais e


também que não podem ser contextualizados ou superados nas suas partes, mas sim
no seu todo.

Segundo George (1998) talvez um começo desses problemas tenha se dado com o
início da Revolução Industrial, quando os níveis de dióxido de carbono chegaram a
níveis alarmantes. A queima de carvão e petróleo para suprir a infraestrutura industrial
produz dióxido de carbono em larga escala. O metano, que também provoca o efeito
estufa, tem aumentado significativamente em função da atividade humana. Produzido
no interior dos cupinzeiros, o metano tem aumentado em quantidade em função da
destruição das florestas tropicais, cujos restos alimentam os cupins. O uso excessivo
de produtos à base de cloro também causa a destruição do ozônio. As florestas,
depósitos naturais de carbono, estão sendo destruídas em larga escala.

O abate de florestas tropicais aumenta o aquecimento global, e mesmo tendo-se


clareza disso, a realidade aponta que apenas 1% da floresta tropical está protegida
ou é administrada de forma sustentável (GEORGE, 1998). A Mata Atlântica, bioma de
importância inquestionável, foi reduzida a 7% e continua sendo explorada (DIAS,
2002).

O aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, claramente acentuados


pela ação humana, são, sem dúvida, os dois desafios ecológicos mais sérios que o
mundo enfrenta no presente (VIDAL, 2004).

Dias (2002) mostra como o modelo de “desenvolvimento” usado nas últimas décadas,
seguiu dois caminhos conflitantes que levam à “degradação ambiental”. De um lado,
a “exclusão social”, o desemprego, a miséria, a fome, a violência; de outro, a
concentração da renda, a opulência, o consumismo e o desperdício.

Guimarães (2000) também fala da relação da crise ambiental como reflexo do modelo
de sociedade urbano-industrial que potencializa, dentro da sua lógica, valores
individualistas, consumistas, antropocêntricos, e ainda como componente desta lógica,
as relações de poder que provocam dominação e exclusão, não só nas relações
sociais como também nas relações sociedade-natureza.

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Boff (2002) elenca alguns sintomas da crise civilizacional:

• A falta de cuidado para com a ingenuidade e potencialidade de nossas crianças


e idosos;

• O destino dos pobres e marginalizados, flagelados pela fome e doenças;

• Os desempregados e aposentados;

• A generosidade dos sonhos, da solidariedade e dos ideais de liberdade de


todos em detrimento do individualismo e da exaltação da propriedade privada;

• A coisa pública, especialmente no nível moral, uma vez que é marcada pela
corrupção e pelo jogo de poder;

• O abandono da reverência, necessária aos cuidados da vida em sua fragilidade,


e da dimensão espiritual que cultiva o amor por tudo que existe e vive.

Boff (2002, p. 19) ainda nos alerta ainda que “ao continuar esse processo, até meados
do século XXI terão desaparecido, definitivamente, mais da metade das espécies
animais e vegetais atualmente existentes”.

Precisamos concordar com Krüger (2001, p.6), quando ele diz que a natureza dos
problemas ambientais nos tem mostrado que estes não se restringem apenas a
localidades específicas nem se manifestam linearmente em relações de causa e efeito
onde os agentes causadores do impacto são perfeitamente reconhecíveis. Temos
inúmeros exemplos atuais e que aconteceram em todos os cantos do mundo:
enchentes no Peru; seca no nordeste e sul do Brasil; nevascas homéricas na Europa;
os terremotos no Chile, na Itália e na China.

Uma vez constatados que os problemas são globais, decorrentes de tecnologias


abusivas, necessário se faz uma conscientização e controle, também globais.

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Anote aí:

Figura 4 – Ação antrópica

As consequências da ação antrópica, como geradora de impacto ambiental, incluem


fatores como a dinâmica populacional (aglomerações, crescimento populacional,
deslocamentos, fluxos migratórios), o uso e a ocupação do solo (expansão urbana,
paisagismo, instalações de infraestrutura, rede viária, etc.). São definições
importantes para aqueles que pretendem, por exemplo, elaborar projetos que irão
impactar o meio ambiente (BRASIL, 1997).

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Desenvolvimento sustentável
Partindo do princípio de que todos os seres vivos têm direito a viver em um ambiente
saudável e ecologicamente equilibrado, esse nosso meio ambiente precisa ser
utilizado com consciência, sendo dever de todos nós cuidarmos dele.

Nós sabemos que sua destruição, aqui entendido como desmatamento, uso dos
recursos de maneira indiscriminada, matança de animais e poluição dos rios, lagoas,
matas, etc. são ações prejudiciais para toda a cadeia de animais e plantas que fazem
parte do meio ambiente, inclusive nós, seres humanos.

Alguns dos recursos que encontramos na natureza podem ser renováveis, é fato, mas
grande parte deles se esgota com a retirada indiscriminada pelas mãos do homem,
portanto devemos conhecer a dinâmica do meio ambiente para preservar e respeitar.

De maneira ampla e geral, o desenvolvimento sustentável, sustainable development


ou nachhaltige Entwicklung deveria proporcionar o atendimento às necessidades das
gerações presentes sem, no entanto, comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem às suas próprias necessidades (BARBIERI; SERRANO, 2008).

O termo desenvolvimento sustentável (DS) começou a aparecer na década de 1970,


nos relatórios da União Internacional para a Conservação da Natureza, e foi
popularizado em 1988 pelo Relatório Brundtland - Nosso futuro comum -, que trouxe
as primeiras linhas de um conceito sobre sustentabilidade (STAHEL, 1998).

Aplicado à causa ambiental, o termo sustentabilidade surgiu como um conceito


tangível na década de 1980 por Lester Brown, que foi o fundador do Wordwatch
Institute. A definição que acabou se tornando um padrão seguido mundialmente com
algumas pequenas variações representa o seguinte: diz-se que uma comunidade é
sustentável quando satisfaz plenamente suas necessidades de forma a preservar as
condições para que as gerações futuras também o façam.

Da mesma forma, as atividades processadas por agrupamentos humanos não podem


interferir prejudicialmente nos ciclos de renovação da natureza e nem destruir esses
recursos de forma a privar as gerações futuras de sua assistência (ABREU, 2008).

Para Dovers e Handmer (1992 apud SARTORI, LATRÔNICO, CAMPOS, 2014)


sustentabilidade é a capacidade de um sistema humano, natural ou misto resistir ou

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se adaptar à mudança endógena ou exógena por tempo indeterminado, e, além disso,
o desenvolvimento sustentável é uma via de mudança intencional e melhoria que
mantém ou aumenta esse atributo do sistema, ao responder às necessidades da
população presente.

Anote aí:

Numa primeira visão, o desenvolvimento sustentável é o caminho para se alcançar a


sustentabilidade, isto é, a sustentabilidade é o objetivo final, de longo prazo.

Segundo Dias (2009) foi na última década do século XX que se consolidou essa nova
visão de desenvolvimento que não somente envolve o meio ambiente natural, mas
também inclui os aspectos socioculturais numa posição de destaque, revelando que
a qualidade de vida dos seres humanos passa a ser a condição para o progresso. As
propostas de desenvolvimento sustentável estão baseadas na perspectiva de
utilização atual dos recursos naturais desde que sejam preservados para as gerações
futuras.

O princípio do desenvolvimento sustentável consiste na compatibilização do


desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico.

Contempla as dimensões humana, física, econômica, política, cultura e social em


harmonia com a proteção ambiental, buscando atender aos anseios do presente, sem
comprometer a capacidade e o meio ambiente das gerações futuras.

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Figura 5 – Representação do modelo Triple Bottom Line

Para Elkington (1994), criador do termo Triple Bottom Line, a sustentabilidade é o


equilíbrio entre os três pilares: ambiental, econômico e social. A expectativa de que
as empresas devem contribuir de forma progressiva com a sustentabilidade surge do
reconhecimento de que os negócios precisam de mercados estáveis, e que devem
possuir habilidades tecnológicas, financeiras e de gerenciamento necessário para
possibilitar a transição rumo ao desenvolvimento sustentável (ELKINGTON, 2001
apud SARTORI, LATRÔNICO, CAMPOS, 2014).

Nessa segunda visão, o desenvolvimento sustentável é objetivo a ser alcançado e a


sustentabilidade é o processo para atingir o DS.

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Essencialmente, a ideia do tripé da sustentabilidade é que as empresas obtenham
sua licença para operar não somente satisfazendo os seus acionistas através de
lucros e dividendos (tripé econômico), mas pela satisfação simultânea de outros
stakeholders da sociedade (empregados, comunidades, clientes e outros), através do
melhor desempenho nos tripés ambiental e social (SIGMA PROJECT, 2002 apud
GOMES, 2005).

Dimensões que edificam a sustentabilidade

Segundo Sachs (1993) há um amplo consenso de que a sustentabilidade edifica-se


em diferentes dimensões que podem ser analisadas individual ou coletivamente.
Vejamos:

a) Sustentabilidade social – busca o estabelecimento de um padrão de


desenvolvimento que conduza à distribuição mais equitativa da renda,
assegurando a melhoria dos direitos das grandes massas da população e a
redução das atuais desigualdades sociais.

b) Sustentabilidade econômica – é possível através de inversões públicas e


privadas e da alocação e do manejo eficiente dos recursos naturais para
redução dos custos sociais e ambientais.

c) Sustentabilidade ecológica – entendida como o aumento ou a manutenção da


capacidade de suporte do planeta, mediante intensificação do uso do potencial
de recursos disponíveis, compatível com um nível mínimo de deterioração
deste potencial; e a limitação do uso dos recursos não-renováveis pela
substituição por recursos renováveis e, ou, abundantes e inofensivos.

d) Sustentabilidade espacial - busca uma configuração urbano-rural mais


equilibrada, evitando-se a concentração da população em áreas metropolitanas
ou em assentamentos humanos em ecossistemas frágeis.

e) Sustentabilidade cultural – garantia da continuidade das tradições e


continuidade da pluralidade dos povos.

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Figura 6 – Dimensões da sustentabilidade

Marinho (2001) citando O’Riordan e Voisey (1998) afirma que a transição para a
sustentabilidade é um processo permanente, uma vez que a “sustentabilidade pura”
nunca será, de fato, alcançada.

Dentro dessa perspectiva, os autores identificam os vários estágios da


sustentabilidade, variando em uma escala que vai de sustentabilidade muito fraca,
implicando pequenas mudanças de práticas ambientais, até sustentabilidade muito
forte, mais inclusiva, autossustentada e que se preocupa em envolver as pessoas
afetadas pelos processos produtivos nas decisões. A sustentabilidade envolve,
portanto:

• Educação.

• Mudança cultural.

• Consideração dos interesses coletivos nas decisões.

21
Anote aí:

Desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas
próprias necessidades”.

Nas propostas apresentadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma), emprega-se o termo “desenvolvimento sustentável” significando
“melhorar a qualidade da vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte
dos ecossistemas”. Isso implica, entre outros requisitos, o uso sustentável dos
recursos renováveis — ou seja, de forma qualitativamente adequada e em
quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação (DIAS, 2009).

Metas do desenvolvimento sustentável


São metas ou aspectos prioritários de um desenvolvimento sustentável:

a) A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação,


saúde, lazer, etc.);

b) A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo


que elas tenham chance de viver);

c) A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da


necessidade de conservar o ambiente e fazer, cada um, a parte que lhe cabe
para tal);

d) A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.);

e) A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e


respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do
massacre de populações oprimidas, como por exemplo, os índios);

f) A efetivação dos programas educativos (MENDES, 2003).

De acordo com as premissas e metas acima, na tentativa de chegar ao


desenvolvimento sustentável, sabe-se que a Educação Ambiental é parte vital e

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indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma
de suas metas: a participação da população.

Segundo Dias (2009) o progresso em direção ao desenvolvimento sustentável é um


bom negócio, pois consegue criar vantagens competitivas e novas oportunidades,
mas isto exige mudanças profundas e de amplo alcance na atitude empresarial,
incluindo a criação de uma nova ética na maneira de fazer negócios.

No tocante às empresas, principalmente industriais, para se manterem competitivas,


atuando como empresas proativas, elas precisam buscar novas posturas, seja no
modo de operar seus negócios, seja em sua organização, indo muito além de
simplesmente evitar uma imagem negativa e atritos junto às comunidades locais, mas
incorporando fatores ambientais em suas metas, práticas e estratégias, o que, via de
regra tem na educação ambiental um dos caminhos a ser seguido.

A conservação da biodiversidade – o EIA/RIMA

A palavra biodiversidade remete à existência de uma grande variedade de espécies


animais, vegetais e microrganismos em determinado habitat natural (FERREIRA,
2001).

Numa ampliação desse conceito, tanto nos meios científicos quanto no cotidiano dos
meios de comunicação, ela serve para tratar da variabilidade genética (diferença
existente entre indivíduos da mesma espécie quanto a características específicas,
como a cor dos olhos) como da diversidade biológica (número de espécies) e dos
processos biológicos existentes em algum local (MENDES, 2007).

Embora seja de extrema importância conhecer a diversidade, uma vez ser ela fonte
de imensas riquezas materiais (tais como a fauna e a flora) ainda não exploradas, seja
sob a forma de alimentos, medicamentos ou bem-estar, ainda não tem sido tratada
com a seriedade necessária.

Exemplo característico é a região tropical, localizada entre os Trópicos de Capricórnio


e de Câncer, rica em número de espécies animais e vegetais, onde encontra-se a
floresta úmida brasileira, com a maior biodiversidade do planeta, ainda não totalmente

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descoberta mas já declarada pela ONU como área emergencial para a conservação
(SCHIAVETTI, 2007).

É preciso conservá-la como forma de assegurar seu uso, pelo ser humano, dos
benefícios atuais e futuros como os produtos farmacêuticos e industriais
(SCHIAVETTI, 2007).

Deste modo, para conhecer e preservar a biodiversidade tem-se duas ferramentas


importantes, o estudo dos impactos ambientais (EIA) e o relatório de impactos
ambientais (RIMA) analisados a seguir.

▪ Estudo de Impactos Ambientais – EIA


Partindo do entendimento de que Impacto Ambiental é a alteração no meio ou em
algum de seus componentes por determinada ação ou atividade e, que estas
alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo
ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas, o estudo desses impactos
ambientais tem como objetivo principal, avaliar as consequências de algumas ações,
para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá
sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a implementação dos
mesmos.

O EIA permite analisar e compreender a questão da proteção e preservação do


ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.

É possível encontrar desde grandes áreas impactadas devido ao rápido


desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção dos recursos naturais,
levando à escassez de água ou poluição, bem como pode-se encontrar áreas
impactadas por causa do subdesenvolvimento, que traz como consequência a
ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico.

Assim, o EIA avalia para planejar. Isto permite que desenvolvimento econômico e
qualidade de vida possam estar caminhando juntas (SOARES, 2007).

Quatro pontos básicos são premissas do EIA para que depois se faça um estudo e
avaliação mais específica. São eles:

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1. Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será
feito e o tipo de material usado;

2. Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísico e/ou


sócio-econômico) será modificado pela ação;

3. Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças, projetando


a proposta para o futuro;

4. Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo


de tomada de decisão.

O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do Meio
Ambiente. São elas:

a) Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto,


levando em conta a hipótese da não execução do projeto.

b) Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação


e operação das atividades.

c) Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos impactos (área de


influência do projeto), considerando principalmente a “bacia hidrográfica” na
qual se localiza;

d) Levar em conta, planos e programas do governo, propostos ou em implantação


na área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis.

Soares (2007) lembra ainda que é imprescindível que o EIA seja feito por vários
profissionais, de diferentes áreas, trabalhando em conjunto, ponderando que esta
visão multidisciplinar é rica para que o estudo seja feito de forma completa e de
maneira competente, de modo a sanar todas as dúvidas e problemas.

▪ Relatório de Impactos Ambientais – RIMA


O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - é o relatório que reflete todas as
conclusões apresentadas no Estudo dos Impactos Ambientais. Deve ser elaborado de
forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos,
enfim, por todos os recursos de comunicação visual.

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Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessível
ao público. Para isso, deve constar no relatório:

a) Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e


planos governamentais.

b) Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-prima, fontes de


energia, resíduos etc.).

c) Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto.

d) Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e


dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação.

e) Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes


situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não
realização do mesmo.

f) Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos


impactos negativos e o grau de alteração esperado.

g) Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.

h) Conclusão e comentários gerais (SOARES, 2007).

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