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MUSICA, DANÇA E LUCIDADE

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Sumário
INTRODUÇÃO 4

BREVE HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL SÉCULO XX 5

A EDUCAÇÃO DA CRIANÇAS: A PARTICULARIDADE BRASILEIRA 7

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 13

O BRINCAR E O EDUCAR 15

O BRINCAR NA SALA DE AULA 17

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DA CRIATIVIDADE 21

AS IMPLICAÇÕES NO ATO DE BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR 24

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR QUE VAI TRABALHAR DE FORMA LÚDICA


NA EDUCAÇÃO 27

A LUDICIDADE COM A ULTILIZAÇÃO DA MÚSICA E DA DANÇA 32

A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO. 35

APRENDER DANÇANDO. 38

A DANÇA NA SALA DE AULA: PLANEJAR É IMPORTANTE 41

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE: A MÚSICA E A DANÇA NO


DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 43

CONCLUSÃO 47

REFERENCIAS 48

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FACUMINAS

A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo


de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a Facuminas, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

O aspecto lúdico torna-se importante instrumento na mediação do processo de


aprendizagem, principalmente das crianças, pois elas vivem num universo de
encantamento, fantasia e sonhos onde o faz de conta e realidade se misturam,
favorecendo o uso do pensamento, a concentração, o desenvolvimento social,
pessoal e cultural, facilitando o processo de construção do pensamento.

A criança constrói e reconstrói sua compreensão de mundo por meio do


brincar; amadurecem algumas capacidades de socialização, por meio da interação,
da utilização e experimentação de regras e papéis sociais presentes nas brincadeiras.

O brincar reflete a maneira que a criança, ordena, organiza, desorganiza,


destrói e reconstrói o mundo ao seu modo. Podendo ela expressar suas fantasias,
desejos, medos, sentimentos e conhecimentos novos que vão incorporando a sua
vida, utilizando uma das qualidades mais importantes do lúdico, que é a confiança
que a criança tem quanto à própria capacidade de encontrar solução.

Pelo lúdico a criança ”faz ciência”, pois trabalha com imaginação e produz uma
forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao
combinar informações e percepções da realidade, problematiza, tornando-se criadora
e construtora de novos conhecimentos.

A ludicidade com utilização da música e dança, bem como o uso de outros


meios artísticos, pode incentivar a participação, a cooperação, socialização, e assim
destruir as barreiras que atrasam o desenvolvimento curricular do ensino. Para isso
acontecer é necessário a revisão dos métodos, da fundamentação, das bases que
orientam as várias atitudes didático-pedagógicas dos conteúdos disciplinares. A
interdisciplinaridade ainda não se apresenta com muita visibilidade em nossa

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educação, tanto nas áreas de pesquisa como no ensino, o que acontece são
diferentes posições multidisciplinares.

Nessa situação, é importante que os conhecimentos não se configurem em


apenas um grande número de informações, transformados em receitas educacionais.
Se faz necessário a busca de novas formas metodológicas e didático-pedagógicas a
serem desenvolvidas e introduzidas no meio educacional. Devendo se apresentar
maneiras de transmitir e produzir o conhecimento, e também repensar a educação,
se é que existe a tendência de superação da transmissão tediosa de conteúdo
escolar.

A linguagem musical no processo de ensino apresenta-se como instrumental


metodológico e pedagógico de significativa importância, pois além das vantagens já
colocadas, traz a sua natureza e caráter, a interdisciplinaridade com a qual se
dinamiza todo o processo de ensino-aprendizagem.

BREVE HISTORIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL SÉCULO XX

Dentre os principais pioneiros que construíram com a ideia de uma educação


infantil, incluímos o nome de Maria Montessori (1870-1952), que construiu o
pensamento de educação infantil na perspectiva biológica do crescimento e
desenvolvimento infantil, com propostas de material, equipamentos adequados as
crianças. Segundo Montessori (1990), ela acreditava que as crianças sabiam mais
que ninguém como deviam ser ensinadas.

Nos primeiros tempos do Movimento Montessori, poucas pessoas discutiam


seus métodos porque os resultados eram visíveis nas Casas das Crianças, salas
cheias em vibrante atividade, com crianças aprendendo em seu próprio ritmo, porém
controladas de certa forma pelos materiais a ela oferecidos.

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Montessori e alunos: uma sala de aula fora dos padrões tradicionais

Sua carreira profissional inicia com crianças portadoras de deficiências


mentais, e é nessa experiência que percebe que elas têm mais necessidade de um
tratamento de cunho pedagógico do que propriamente médico. Portanto, vai buscar
um maior aprofundamento na pedagogia, através do curso de filosofia e de psicologia
experimental na Universidade de Roma. Consequentemente, começa a aplicar sua
proposta com crianças consideradas normais.

Em 1907 ela dá início ao andamento dos trabalhos na primeira Casa dei


Bambini (Casa das Crianças), a qual foi destinada a crianças filhas de operários, em
um bairro do proletariado em Roma. Só mais tarde vão sendo criadas outras Casas
das Crianças, destinadas também a crianças da classe burguesa.

Hoje em dia, na maioria dos países, quando as crianças entram na escola, tem
no início liberdade de escolher suas próprias atividades. Em 1907, quase não se ouvia
falar disso. Era exatamente o contrário de que os professores haviam sido preparados
para fazer.

Em 1909 faz sua primeira publicação em livro, a obra conhecida como o


método da pedagogia científica. Seu método passa a ser disseminado pelo mundo, a
partir de suas publicações, palestras e cursos de formação de professores. “Prêmios
e punições são incentivos para ações antinaturais ou forçadas. ”

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De acordo com Montessori (1904):

(...) o jóquei oferece um tablete de açúcar ao cavalo antes de montá-lo. O


cocheiro bate no cavalo para que ele responda os sinais dado pelas rédeas. E ainda
assim nenhum deles corre tão bem quanto os cavalos soltos dos campinas. ”

A EDUCAÇÃO DA CRIANÇAS: A PARTICULARIDADE


BRASILEIRA

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No Brasil, a infância começa a ganhar importância em 1875, surgindo no Rio
de Janeiro e em São Paulo os primeiros jardins de infância inspirados na proposta de
Froebel, os quais foram introduzidos no sistema educacional de caráter privado
visando atender às crianças filhas da emergente classe média industrial.

Diferentemente dos países europeus, no Brasil, as primeiras tentativas de


organização de creches, asilos e orfanatos surgiram com um caráter assistencialista,
com o intuito de auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de casa e as viúvas
desamparadas.

O surgimento das creches, enquanto, no mundo, a creche servia para as


mulheres terem condição de trabalhar nas indústrias, no Brasil, as creches populares
serviam para atender não somente os filhos das mães que trabalhavam na indústria,
mas também os filhos das empregadas domésticas. As creches populares atendiam
somente o que se referia à alimentação, higiene e segurança física.

No início do século XX, o número de creches e jardins de infância começam a


crescer de forma significativa. Já em 1930, o atendimento pré-escolar passa a contar
com a participação direta do setor público, fruto de reformas jurídico educacionais.
Seu conteúdo visava tanto atender à crescente pressão por direitos trabalhistas em
decorrência das lutas sindicais da então nova classe trabalhista brasileira, quanto
atender à nova ordem legal da educação: pública, gratuita, e para todos.

O investimento na área educacional, ampliou o número de universidades, de


escolas públicas, a Educação Infantil deu um grande salto no século XX, surgem os
colégios de aplicação e a formação dos professores vem passando por diversas
reformulações. O desenvolvimento da vida urbana e industrial juntamente com o
agravamento das condições de vida das pessoas, começa a interferir para o
desenvolvimento das instituições de educação infantil, confirmando que a história da
educação nesse século não pode ser separada da história da sociedade e da família.

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Nas últimas décadas do século XIX e início do século XX, o Estado começou
a ter uma presença mais direta na questão da infância, atuando, inicialmente, como
agente fiscalizador e regulamentador dos serviços prestados pelas entidades
filantrópicas e assistenciais.

As primeiras creches, em algumas cidades do país, vieram substituir a Casa


dos Expostos, instituições criadas para receber e cuidar das crianças abandonadas,
atendidas em regime de internato. É interessante ressaltar que, ao longo das
décadas, arranjos alternativos foram se constituindo no sentido de atender às
crianças das classes menos favorecidas.

Uma das instituições brasileiras mais duradouras de atendimento à infância,


que teve seu início antes da criação das creches, foi a roda dos expostos ou roda dos
excluídos.

Observamos que as creches no Brasil surgiram para minimizar os problemas


sociais decorrentes do estado de miséria de mulheres e crianças, ao contrário dos
países da Europa, em que a expansão das creches decorria da necessidade do
atendimento às crianças cujas mães foram recrutadas como mão de obra para as
fábricas. As experiências que se iniciaram do atendimento em creches no início do
século XX revelaram o caráter assistencial e de guarda das crianças, voltado ao
atendimento das crianças e famílias empobrecidas.

A partir de 1930 com o estudo da situação do bem-estar social e aceleração


dos processos de industrialização e urbanização, manifestam-se elevados graus de
nacionalização das políticas sociais assim como a centralização de poder. Nesse
momento, a criança passa a ser valorizada como um adulto em potencial, matriz do
homem, não tendo vida social ativa.

A partir dessa concepção, surgiram vários órgãos de amparo assistencial e


jurídico para a infância, como o Departamento Nacional da Criança em 1940, Instituto
Nacional de Assistência em 1942, Projeto Casulo e vários outros. A população em
geral não é beneficiada pelo desenvolvimento e qualidade, somente alguns recebem

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esses benefícios em nome do bem-estar social, muita teoria e pouca prática definem
essa fase na educação.

Na década de 60 e meados de 70 do século XX, tem-se um período de


inovação de políticas sociais nas áreas de educação, saúde, assistência social,
previdência. A educação, o nível básico é obrigatório e gratuito, o que consta a
Constituição. Há a extensão obrigatória para oito anos desse nível, em 1971. Neste
mesmo ano, a lei 5.692/71 traz o princípio de municipalização do ensino fundamental.
Contudo, na prática, muitos municípios carentes começam esse processo sem a
ajuda do Estado e da União.

Em 1970, a fase de evasão escolar e repetência das crianças das classes


pobres no primeiro grau, pede que seja instituída a educação pré-escolar (chamada
educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos para suprir as
carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa. As carências
culturais existem, as famílias pobres não conseguem oferecer condições para um
bom desenvolvimento escolar, fazendo com que as crianças não consigam um
aprendizado correto e repitam o ano.

Os requisitos básicos que não foram transmitidos pelo meio social e que seriam
necessários para garantir um aprendizado de qualidade e garantindo o sucesso
escolar indicam a necessidade da pré-escola para suprir essas carências, mas
inicialmente criadas de maneira informal, sem contratação de professores
qualificados e remuneração digna para a construção de um trabalho pedagógico
sério, eram exercidas por voluntários, que rapidamente desistiam desse trabalho.

Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, a educação foi


reconhecida como um direito de todas as crianças e um dever do Estado. Houve uma
expansão do número de escolas e uma melhoria na formação dos profissionais. E na
década de 90, com a promulgação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente),
os direitos das crianças foram concretizados. Período esse que a educação infantil
passa a ser vista pelo ângulo que valorizar a criança e a sua cultura a tornara capaz

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de construir o seu próprio conhecimento. O professor passa a assumir um novo papel,
o de mediador entre a criança e o mundo.

A família é parte do processo de ensino-aprendizagem, inclusive a criação de


um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, de maneira a levar a
todas as escolas as propostas pedagógicas voltadas para a criança tal como ela se
apresenta.

Com as revoluções acontecendo, provocando transformações nos modos de


vida e o cotidiano das famílias, as mudanças de que no conceito das escolas também
é necessário presenciarmos no cotidiano da comunidade escolar o posicionamento e
a reflexão que precisam fazer parte dos profissionais envolvidos na educação.

Para Hall (1997, p.17):

No século XX, vem ocorrendo uma revolução cultural no sentido substantivo,


empírico e material da palavra. Sem sombra de dúvida, o domínio constituído pelas
atividades, instituições e práticas culturais expandiu-se para além do conhecido. Ao
mesmo tempo a cultura tem assumido uma função de importância sem igual no que
diz respeito à estrutura e a organização da sociedade moderna.

Ao longo das décadas, as poucas conquistas não aconteceram sem conflitos.


Com o avanço da industrialização e o aumento das mulheres da classe média no
mercado de trabalho, aumentou a demanda pelo serviço das instituições de
atendimento à infância, precisando muito que a educação saia dos projetos da teoria
e sejam vistas na prática, dar a atenção adequada para que a educação infantil saia
do século passado e entre definitivamente neste século, com melhora significativa na
educação e seu desenvolvimento.

A educação musical permaneceu como disciplina curricular até o início da


década de 1970, quando, com a Lei n. 5.692/71, o Conselho Federal de Educação
instituiu o curso de licenciatura em educação artística (parecer n. 1.284/73, alterando
o currículo do curso de educação musical. Esse currículo passou a compor-se de
quatro áreas artísticas distintas: música, artes plásticas, artes cênicas e desenho.

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Assim, a educação artística foi instituída como atividade obrigatória no
currículo escolar do 1º e 2º graus (atuais ensinos fundamental e médio), em
substituição às disciplinas “artes industriais”, “música” e “desenho”, e passando a ser
um componente da área de comunicação e expressão, a qual trabalharia as
linguagens plástica, musical e cênica. Esse entendimento foi estendido aos diversos
estados, tais como relatava a Proposta curricular para o ensino de educação artística
de São Paulo (1991).

Essas transformações também abrangeram os currículos dos cursos


superiores em música, que, a partir da Lei n. 5.540/68, passaram a ter duas
modalidades: licenciatura em educação artística (habilitação em música, artes
plásticas, artes cênicas ou desenho) e bacharelado em música (habilitação em
instrumento, canto, regência e/ou composição).

Embora ainda não se saiba se os conteúdos serão trabalhados em uma


disciplina específica ou nas aulas de Artes, com professores polivalentes, as escolas
devem adaptar seus currículos até o início do ano letivo de 2012. Tocar, ouvir, criar e
entender sobre a História da Música são pontos fundamentais de ensino.

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LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Em 1925 foi promulgado o decreto no Estado de São Paulo regulamentando


as escolas maternais, em 1935 foram instituídos parques infantis nos bairros
operários, sob a direção de Mário de Andrade. Os parques infantis atendiam crianças
de diferentes idades em horário contrário ao da escola para atividades recreativas.

As políticas públicas, no início da década de 1930, eram de interesses distintos


da burguesia, dos trabalhadores e do Estado, fazendo que o poder público fosse
chamado cada vez mais a regulamentar a questão do atendimento à infância. Na
esfera federal, a partir de 1930, o Estado, a criação do Ministério da Educação e

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Saúde, assumiu oficialmente responsabilidade pelo atendimento à infância, ainda que
solicitando a contribuição das instituições particulares.

Dessa forma, em São Paulo, até 1930, as instituições foram mantidas com
objetivos diferenciados no atendimento das crianças de 0 a 6 anos, fosse de forma
assistencial ou educativa e pedagógica.

Na década de 1940, regida pelo governo de Getúlio Vargas, um marco legal


na legislação sobre as creches com CLT, que apresentavam obrigatoriedade de as
empresas particulares com mais de 30 mulheres empregadas acima de 16 anos
manterem creches para os filhos de suas empregadas. Essa lei referiu-se ao período
de amamentação, afirmando às empresas de oferecer local apropriado permitido às
empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período de
amamentação.

Até início dos anos 60 o Brasil possuía uma rede de ensino público de
qualidade, quando o golpe de 1964 instaurou a Ditadura Militar e transformou o
cenário educacional brasileiro modificado pela política econômica adotada pelos
militares. Além do percurso histórico, as dificuldades em definir as funções da
educação infantil, as ações buscam um caráter assistencial e educacional. A função
educativa ganha força junto às crianças de zero a seis anos, contando com dois
grandes marcos: a Constituição Federal de 1988, que traz o dever do Estado de
oferecer creches e pré-escolas para todas as crianças de zero a seis anos, e o ECA
(BRASIL, 1990), enfatizando, em seus artigos 53 e 54, o direito da criança à
educação.

A educação tem desde então tem buscado um caminho de acertos em sua


contribuição ao desenvolvimento de vida das crianças.

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O BRINCAR E O EDUCAR

Com base nos objetivos propostos pelo RCNEI, entre outros, citam-se:

Contribuir para que a criança amplie seu conhecimento de mundo, por meio do
desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, afetivas e sociais;

Propiciar à criança o contato inicial com o patrimônio cultural de seu espaço


local, ou seja, da sociedade onde vive;

Estimular nas crianças sua responsabilidade global em relação à educação


ambiental e ao saber conviver em sociedade;

Possibilitar à criança recursos e meios, a fim de que lhe seja permitido explorar
a sua infância como seu tempo presente.

Nessa etapa inicial da escolarização, o brincar e o educar têm uma função de


contribuir para que a criança viva seu tempo, sem atropelos e tenha respeitado o seu
ritmo, já que toda brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo
essencial com aquilo que é o ‘não – brincar’. Assim pode-se oferecer a criança uma

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aproximação com a escola, despertando o desejo de ali permanecer, com prazer, e
tendo sucesso em seu percurso.

O brincar não significa só reproduzir a realidade, pois ao fazê-lo, a criança


desenvolve uma ação social e cultural e a recria com o seu poder de reinvenção e de
imaginação. Ao explorar o ambiente, a criança vai desenvolvendo o educar, ou seja,
incorpora processos de formação e de aprendizagem, socialmente elaborados e
destinados a instruí-la ao saber social. Educar nessa perspectiva, portanto remete à
ludicidade, ao jogo, às interações na rodinha, à socialização em espaços escolares e
não-escolares.

Sendo assim, os professores tem a tarefa de mediar brincadeiras como forma


de educar, ao contrário do pensamento de muitos que brincar na educação venha a
ser perda de tempo, não o brincar e o educar se integram na educação, sendo papel
de maior importância de o professor fazer com que a criança tenha um tempo de
sonhar, de crescer, de amadurecer, de possibilitar desenvolver as suas estruturas
mentais superiores de forma equilibrada e contínua em busca de sua autonomia.

Neste universo de possibilidades, não se pode limitar a atuação do professor


ao espaço da sala de aula, devemos abrir um leque de oportunidades dentro e fora
da escola, trazendo para sala de aula as vivências de mundo que este aluno tem, e
adaptá-lo dentro das atividades escolares, assim podemos trabalhar com respeito e
dignidade humana.

Deve-se pensar a escola como espaço de ações e interações de grande


influência significativamente no processo de ensino e aprendizagem dos nossos
alunos, não só o professor, no interior de uma sala de aula, mas outras pessoas que
também compõem esse espaço escolar potencializam ou inibem a aprendizagem,
interferindo na formação do aluno.

Cabe ao professor, o papel de mediador da aprendizagem, devendo fazer uso


de novas metodologias, procurando sempre incluir na sua prática as brincadeiras,
pois seu objetivo é formar educandos atuantes, reflexivos, participativos, autônomos,
críticos, dinâmicos e capazes de enfrentar desafios.

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Deve-se entender também que a criança necessita de orientação para o seu
desenvolvimento, perspicácia do educador levando-a a compreender que a educação
é um ato institucional que requer orientação, supervisão e mediação de um adulto.

O BRINCAR NA SALA DE AULA

Um ambiente de aprendizagem escolar é um ambiente em que um indivíduo


está sujeito a oportunidades de aprendizagem. Muitas vezes o termo ambiente de
aprendizagem é confundido com o espaço físico onde ocorrem práticas educativas.
Um exemplo de ambiente de aprendizagem é o ambiente de aprendizagem escolar,
que é um ambiente planejado, ou organizado, para que ocorram práticas educativas.
Nesse ambiente, o professor tem um papel fundamental, que pode ser tanto na
preparação, organização e sistematização da aprendizagem, como no
direcionamento ou orientação do processo de aprendizagem.

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Os ambientes de aprendizagem podem ser classificados a partir de vários
critérios, pois há vários fatores que interferem num processo de aprendizagem, entre
eles a sistematização e a autonomia do aprendiz. A sistematização é o que estrutura
e valida o processo de aprendizagem, como avaliações, certificados e contratos entre
os sujeitos que participam do processo. Já o nível de autonomia do aprendiz expressa
o grau de controle que a organização do ambiente e os demais atores envolvidos
imprimem nas interações do aprendiz com os diferentes objetos de aprendizagem. A
caracterização de um ambiente de aprendizagem pode ser realizada a partir de uma
linha contínua em que quanto maior a sistematização e menor a autonomia, maior o
caráter formal da aprendizagem.

Assim, podemos ter a dimensão do valor da ludicidade tendo o papel de


permitir que você e seu aluno experimentem novas aventuras, novos aprendizados,
porque está livre para descobrir uma nova janela para o saber. Os estímulos do meio
externo entram provocando e respondendo aos interesses da educação permitindo
avançar nos descobrimentos produzidos pelos diferentes caminhos do conhecimento
e da convivência.

A ludicidade permite a liberdade emocional necessária para explorar e


experimentar, para envolver-se emocionalmente numa criação e para permitir
descobrimentos incentivados pela curiosidade.

A sala de aula pode se transformar também em lugar de brincadeiras, se o


professor conseguir conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do aluno, para
tal, é necessário encontrar o equilíbrio entre o cumprimento de suas funções
pedagógicas – ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e psicológicas,
contribuindo para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser
humano autônomo e criativo – na moldura do desempenho das funções sociais –,
preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva, incentivar a busca da justiça
social e da igualdade com respeito à diferença.

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Reconstruir conceitos importantes sobre o ato de brincar e sua importância no
contexto escolar é fundamental para a prática pedagógica do professor. Se ele busca
a formação de indivíduos dinâmicos, criativos, reflexivos e capazes de enfrentar
desafios, devem proporcionar condições para que as crianças brinquem de forma
espontânea, dando a elas a oportunidade de ter momentos de prazer e alegria no
ambiente escolar, tornando-se autoras de suas próprias criações. Mais uma vez
remetendo a, quando não reprimidas, a espontaneidade e a criatividade agem no
sentido de fazer as coisas, de brincar; consequentemente, as crianças alcançam a
aprendizagem.

Mas o que seria, de fato, uma aula lúdica? Para Fortuna (2000, p. 9), “uma aula
lúdica é uma aula que se assemelha ao brincar”, ou seja, é uma aula livre, criativa e
imprevisível. É aquela que desafia o aluno e o professor, colocando-os como sujeitos
do processo pedagógico. A presença da brincadeira na escola ultrapassa o ensino de
conteúdos de forma lúdica, dando aos alunos a oportunidade de aprender sem
perceber que o estão.

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O brincar estimula a inteligência porque faz com que o indivíduo solte sua
imaginação e desenvolva a criatividade, possibilitando o exercício da concentração,
da atenção e do engajamento, proporcionando, assim, desafios e motivação.

Por meio dos jogos e das brincadeiras o educando explora muito mais sua
criatividade, melhora sua conduta no processo ensino-aprendizagem e sua
autoestima, porém, o educador deve ter cuidado de como são colocados os jogos em
seus fins pedagógicos, para que não se transformem em atividade dirigida e
manipuladora. Se isso ocorrer o jogo deixará de ser jogo, pois não será caracterizado
com liberdade e espontaneidade.

Sendo assim, o jogo deve ser visto como possibilidade de ser mediador de
aprendizagens e propulsor de desenvolvimento no ensino formal, mas quando, a
atividade se torna utilitária e se subordina como meio a um fim, perde o atrativo e o
caráter de jogo. A partir do momento que a criança é obrigada a realizar um jogo, sem
nenhum interesse ou motivação, o jogo perde toda a sua característica e acaba
tornando-se mais uma atividade “séria” de sala de aula.

Há diferença entre o jogo e a brincadeira, dentro e fora da sala de aula. O jogo


carrega em si um significado muito abrangente. É construtivo porque pressupõe uma
ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de simbolismo, reforça a motivação
e possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras, que definem a perda ou
o ganho. Nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos de divertimento, pois a
perda muitas vezes pode ocasionar sentimento de frustração, insegurança, rebeldia
e angústia. Dessa forma, são sentimentos que devem ser trabalhados principalmente
na escola, para que não se perpetuem impossibilitando que a criança tenha novas
iniciativas. A brincadeira é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar
alegria, liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao
concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica.

Os jogos e brinquedos são meios que ajudam a criança a penetrar em sua


própria vida tanto como na natureza e no universo.

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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DA CRIATIVIDADE

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O lúdico é extremamente importante para o desenvolvimento do ser humano,
e pode auxiliar na aquisição de novos conhecimentos, em sala de aula, facilitando
muito no processo ensino-aprendizagem. É através de atividades lúdicas, que “o
educando” explora muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no processo de
ensino-aprendizagem e sua autoestima.

O professor precisa apropriar-se do brincar, inserindo-o no universo escolar. O


adulto é afetivamente importante para a criança, quando acolhe suas vivências
lúdicas e abre um espaço potencial de criação. Com isso, o professor instiga a criança
à descoberta, à curiosidade, ao desejo de saber. A criança tem no professor um
parceiro nessa busca.

Kishimoto (1994, p. 18),

Explicita que o jogo educativo tem a vantagem de aliar contentamento e


aprendizagem. Ele afirma também que muitos autores, ao tratar dessa temática,
tentam conciliar a tarefa de educar com a necessidade irresistível de brincar.

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“Nessa junção surge o jogo educativo, um meio de instrução, um recurso de
ensino para o professor e, ao mesmo tempo, um fim em si mesmo para a criança que
só quer brincar.

“O jogo transita livremente entre o mundo interno e o mundo real” (FORTUNA,


2000, p. 2), o que garante à criança a fuga temporária da realidade. Tudo se
transforma em lúdico para o aluno, mas o professor precisa trazer do lúdico a
realidade, a verdade subentendida como conhecimento, especialmente o escolar.

Como afirma Fortuna (2008, p. 4), “defender o brincar na escola, por outro lado,
não significa negligenciar a responsabilidade sobre o ensino, a aprendizagem e o
desenvolvimento”.

É preciso, nesse aspecto, que o professor busque o equilíbrio entre ministrar


aulas convencionais, em que recursos como lápis e caderno precisam fazer parte do
cotidiano como forma de preparo para o mundo adulto, e aulas lúdicas. Por isso, o
professor deve utilizar as atividades criativo-lúdicas como suporte do
desenvolvimento e da aprendizagem, por meio de seus procedimentos, e, nesta
circunstância, criar situações e propor problemas, assumindo sua condição de
parceiro na interação e sua responsabilidade no desenvolvimento cognitivo,
psicomotor e psicossocial do aluno.

Ao buscar uma rotina que propicie o desenvolvimento pleno do ser humano,


indo além de teorias e conceitos, nada melhor que explorar e experimentar. Assim, o
lúdico se faz uma ferramenta enriquecedora, pois brincando o aluno expressa suas
ideias e pensamentos sobre o mundo que o cerca. Dessa maneira, dá pistas ao
professor de como complementar, no sentido de promover, outros conhecimentos,
ampliando seu repertório e seu conhecimento de mundo.

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AS IMPLICAÇÕES NO ATO DE BRINCAR NO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO AMBIENTE
ESCOLAR

A brincadeira favorece a criação da Zona de Desenvolvimento Proximal, pois


ao brincar a criança age além do comportamento da sua faixa etária e da sua
realidade diária, produzindo atividades e experiências novas, criando modos de
pensar e agir no mundo que desafiam o seu conhecimento já internalizado. A

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brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal, porque ela favorece a
emergência de certos processos psicológicos e estimulam outros que começam a se
constituir.

Acreditamos que a criança usa a brincadeira como mediadora desse processo


de apropriação, expandindo suas relações com o mundo dos objetos e símbolos
humanos, dessa forma, assimila, compreende e aprende a viver socialmente no
espaço em que está inserida. Defendo a concepção de que a escola precisa ressaltar
a importância da brincadeira para o desenvolvimento social e cognitivo da criança,
para que o conteúdo seja apresentado à criança de forma mais prazerosa dando
assim um aprendizado mais consistente e estimulante para o aluno, pois a sociedade
difunde uma idéia que limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções
mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas. É preciso reforçar
a ideia de que os professores tem na brincadeira uma ferramenta importante para
proporcionar aos alunos momentos lúdicos que possibilitem o desenvolvimento de um
processo de aprendizagem e socialização.

A criança precisa de um momento livre maior para ampliar as suas atividades


lúdicas, pois a brincadeira é muito importante para o desenvolvimento de vários
processos mentais.

Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é “divertir-se, recrear-se, entreter-


se, distrair-se, folgar”, também pode ser “entreter-se com jogos infantis”, ou seja,
brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria ser. Segundo
Oliveira (2000):

O brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como


uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma
e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas
que se estabelecem durante toda sua vida.

Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes


como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o

25
desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade,
inteligência, sociabilidade e criatividade.

Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia


histórico-cultural, partiu do princípio que: “O sujeito se constitui nas relações com os
outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por
ferramentas técnicas e semióticas”.

Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para


a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional
de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, podemos
afirmar que a brincadeira é como uma maneira de expressão e apropriação do mundo
das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar,
fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos faz surgir, nas crianças, através
do brincar, pois a criança por intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas está
vivenciando novos conhecimentos, e atua, mesmo que simbolicamente, nas
diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos,
conhecimentos, significados e atitudes trazendo para si uma enorme bagagem de
conhecimento e vivências prazerosas de sua vida escolar.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil


(BRASIL, 1998, p. 27, v.01):

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem


enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à
realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas
pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos.

Quando brinca, a criança prepara-se para a vida, pois é através de sua


atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai
compreendendo como são e como funcionam as coisas. Assim, podemos destacar
que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma
simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas
situações.

26
Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento
infantil e na vivência escolar, na medida em que a criança pode transformar e produzir
novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível observar
que rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo
significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio
desenvolvimento. A introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é
muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois
quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e
dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR QUE VAI TRABALHAR


DE FORMA LÚDICA NA EDUCAÇÃO

27
A educação é um processo historicamente construído, e o educador possui um
papel nesse processo, que é mediar o educando a buscar sua identidade e atuar de
forma crítica e reflexiva na sociedade. Assim sendo, a formação do educador depende
da concepção que cada profissional possui sobre criança, homem, sociedade,
educação, escola, conteúdo e currículo.

A formação pedagógica dos educadores pode solucionar e ajudar na prática


de diferentes métodos pedagógicos que permitam estabelecer a comunicação
educativa e aperfeiçoar essa comunicação.

Portanto, a formação pedagógica do professor não se restringe ao estudo


limitado de alguns processos práticos. O professor, ao conhecer as razões da
utilização de diferentes metodologias refletidas junto à formação acadêmica, busca o
conhecimento do que faz, porque o faz com mais segurança e domínio dos
instrumentos pedagógicos para adaptá-los melhor às exigências das novas situações
educativas. A aceitação do método utilizado pelo professor ocorre na medida em que
este esteja preparado para compreender e utilizar o instrumento que lhe é
apresentado por razões explícitas, em função dos objetos que se fixou no ambiente
de ensino aprendizagem.

28
Ao abordar o lúdico na formação do professor pode-se dizer que a ludicidade
é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, e não pode ser vista apenas
como diversão ou passatempo.

Ao desenvolver conteúdos que abordam o lúdico como uma proposta


metodológica junto a professores, sempre ocorre reflexões acerca das possibilidades
de intervenção e de ensino. Tais reflexões evocam sentimentos, posicionamentos que
partem de suas relações mais evolutivas no que diz respeito à relação de professor e
aluno, adulto e criança.

Através da prática pedagógica do jogo, o professor pode conhecer as


expressões da personalidade do aluno, porque nele a criança se liberta de situações
difíceis, as coisas e ações não são o que aparentam ser.

O professor que está interessado em promover mudanças poderá encontrar na


proposta do lúdico uma importante metodologia, que pode até contribuir para diminuir
os altos índices de fracasso escolar e evasão escolar verificados nas escolas, no
decorrer do ensino fundamental, pois a partir do momento que o aluno se envolve
com o aprendizado, as chances de ele fracassar ou desistir da escola diminuem
consideravelmente.

No entanto, o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido se o


professor estiver preparado para realizá-lo, tiver conhecimento sobre os fundamentos
da mesma e vontade de estar em contínuo aprendizado e renovação, pois trazer
atividades que interessem aos alunos demanda pesquisa, estudo, observação das

29
crianças com as quais se trabalha entre outros esforços por parte do professor e da
escola. Pois não é só dar qualquer jogo por ser educativo ou propor uma brincadeira,
o professor precisa mediar este processo e mesmo que não participe efetivamente,
de estar muito atento ao que acontece para saber aonde intervir, e a escola tem um
papel de muita importância com o professor, pois serve de apoio, suporte e estimulo
tanto para o professor quanto para o aluno.

O papel do pedagogo e do professor é de fundamental importância para a


colocação deste tipo de ensino no ambiente escolar, e aplicação de recursos lúdicos,
o professor ao se conscientizar das vantagens do lúdico, e adequá-la a determinadas
situações de ensino, utilizando-as de acordo com suas necessidades. O pedagogo,
como pesquisador, estará em busca de ações educativas eficazes para que o mesmo
prazer que a criança tem ao sair para o recreio, ao ir às aulas de educação física ou
na hora da saída, esteja presente na sala de aula.

30
O professor deve também renunciar, modificar algumas posturas e atitudes já
incorporadas, o que se torna mais difícil, pois lidar com a mudança, com o diferente
é desafiador e nem todos estão abertos para isto.

É importante considerar que a formação lúdica não é importante somente para


a criança, mas também para o professor, pois possibilita a ele conhecer-se como
pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara
sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do
adulto.

De acordo com Almeida (SANTOS, 1997; KISHIMOTO, 1999 apud ALMEIDA,


s/d) : “Mas, se ainda é complicado a inserção da ludicidade em sala de aula para
crianças, no caso dos adultos, na formação dos professores torna-se uma realidade
mais distante ainda”.

O trabalho em grupo cria um clima de cooperação dentro da sala de aula e


facilita as relações que se darão dentro daquele espaço, além de o grupo se tornar
mais responsável pelo seu processo e resolver seus problemas e conflitos de forma
mais clara e aberta entre os membros. Se as crianças começarem a ter atividades
lúdicas, mas ainda se sentirem isoladas e não incluídas entre elas e não tiverem
construído uma relação de amizade e afinidades entre os colegas, bem como o
envolvimento com as atividades, tornam-se mais egocêntricas e distantes do outro,
passando a ter um aprendizado desfocado dentro da realidade a qual esta
vivenciando neste referido momento de sua vida, e esta falta de estímulo e interesse
pode causar dificuldades no seu aprendizado ocasionando assim seu fracasso
escolar. Por este motivo é tão importante a troca com o outro podendo ser assim
muito enriquecedora, além de fazer parte de toda a nossa vida, pois a todo o momento
estaremos convivendo e vivendo com os outros.

É essencial que nós professores tenhamos uma formação continuada, também


com relação aos aspectos metodológicos do lúdico, e percebamos a importância que
tem o desenvolvimento de atividades lúdicas para as crianças, jovens e adultos. E
que assim, possamos trabalhar cada vez mais com a criatividade para levar melhores

31
atividades e dinâmicas para a sala de aula. Que possa através da troca de
experiências com outros profissionais estar sempre se renovando e inovando a sua
prática fazendo com que seus alunos possam ficar cada vez mais interessados e
envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem.

A maior parte das crianças em situação de fracasso são as de classe popular


e elas precisam ter prazer em estudar; do contrário, desistirão, abandonarão a escola,
se puderem. Quanto mais os alunos enfrentam dificuldades de ordem física e
econômica, mais a escola deve ser um local que lhes traga outras coisas. Essa
alegria, não pode ser uma alegria que os desvie da luta, mas eles precisam ter o
estímulo ao prazer. A alegria deve ser prioridade para aqueles que sofrem mais fora
da escola.

A dificuldade em aprendizagem muitas vezes vai além dos problemas da


criança. O fracasso escolar, na avaliação de muitos pesquisadores, pode ser visto
como o fracasso do próprio sistema de ensino. É importante também nesse momento
que todos tomem parte dos problemas relacionados ao fracasso escolar, mas
principalmente que sejam desenvolvidas por parte das autoridades, com ações no
sentido de conceder uma melhor distribuição dos recursos para a educação e para
as escolas, incentivando também, o aluno, o professor e a família.

A LUDICIDADE COM A ULTILIZAÇÃO DA MÚSICA E DA


DANÇA

É necessário trazer a questão da ludicidade na Educação Infantil, como


aprender de forma lúdica num mundo em construção partindo desta ideia ludicidade
faz com que a criança aprenda com prazer, alegria e divertimento. Segundo Sneyders
(1996, p.36) que “Educar é ir em direção à alegria.”

32
[…] A Educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre como
uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na
elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o
pensamento coletivo. […] (ALMEIDA,1995,p.11).

Como fala o autor é de grande importância o trabalho lúdico pois traz o


desenvolvimento global, meio as descobertas, criatividade onde a criança pode se
expressar e transformar sua realidade. E preciso refletir sobre a importância da
Educação lúdica, como ocorre este processo de ensinar e aprender na dança. Para
a criança, brincar é se descobrir e viver, a brincadeira traz a emoção o
reconhecimento de algo novo que ela gosta de conhecer.

A dança aliada a brincadeira tornar-se a Educação lúdica onde a criança


desenvolve as suas próprias expressões, que não seja repetições de movimentos
mais que esteja associado com a sua realidade cotidiana, dança com expressões de
animais, contextualizando com a história de alguns personagens vivenciando um
mundo de imaginário de descobertas.

Segundo Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na


constituição do pensamento infantil. É brincando, dançando que a criança expressa

33
seu estado cognitivo, visual, tátil, motor, seu modo de aprender entra em relação com
o mundo e com as pessoas do seu convívio.

A criança brinca e desenvolve sua capacidade para determinado tipo de


conhecimento, é no brincar que está um dos maiores espaços para formação de
vários conceitos, é onde tudo se inicia o começo da autonomia e respeito entre os
colegas.

Temos alguns documentos que norteiam a prática pedagógica um deles é o


Referencial curricular da Educação Infantil (1998, p.23), onde afirma que Educar
significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens
orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma
atitude básica de aceitação, respeito e confiança.

Permitir o acesso, as crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade


social e cultural. A dança e a brincadeira são experiências de vivencias prazerosas,
a escola e o professor ao valorizar atividades lúdicas, ajudam a criança a formar um
bom conceito do mundo em que a sociabilidade estimula as crianças.

34
Com o surgimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
(1996) passa-se a se concretizar objetivo principal da Educação Infantil que é
desenvolver integralmente a criança até seis anos de idade, a fim de complementar
a ação da família e da comunidade. A respeito do desenvolvimento integral infantil, o
Plano Nacional para Educação (2000) afirma que o potencial humano deve ser
explorado por profissionais capacitados a fim de promover o seu desenvolvimento
sem desperdiçar suas habilidades.

Portanto é por meio das atividades lúdicas, e suporte de profissionais


habilitados que a criança reproduz situações vividas em seu dia a dia, pela
imaginação e pelo faz- de –conta são reelaboradas, experiências que se tornam de
fundamental importância para o desenvolvimento da criança de forma lúdica na
dança.

A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO.

35
Alunos preparados para desempenhar funções motoras e cognitivas, bem
como relacionar-se bem com o meio social pode ser uma tarefa difícil de se executar,
quando não se coloca isto como objetivo principal. As ferramentas de trabalho caem
para os profissionais como fontes de atividade que interagem o aluno com os demais,
mostrando que a expressão é um fator decisivo no processo de aprendizagem.

A música não somente é uma simples ferramenta, sendo acessível, ela não
necessita, necessariamente, de mais nada além de alunos e professores para ser
produtiva, ser adaptável, ela precisa apenas ser ouvida, sentida, pois um som
produzido, tanto por instrumentos elétricos ou pelo corpo como assobios e palmas,
pode transportar os alunos para um mundo de aprendizado amplo em que a
intensidade deste processo varia de acordo com as diferenças individuais.

Na educação infantil existem inúmeras possibilidades de se trabalhar a música


e os benefícios que ela pode oferecer. Os materiais podem ser diversos, não

36
necessariamente é preciso dispor de materiais caros. As escolas muitas vezes não
dispõem de condições de elaborar projetos com alto custo, o que não seria viável
para os professores, nem para os alunos. Isso evidencia que um trabalho criativo e
competente colaborará com a criança para desenvolver sua criatividade, socialização,
expressão e também serve como estímulo para o aluno da educação infantil aprender
mais e de forma contextualizada

Os benefícios que as utilizações da música permitem é o desenvolvimento


social/afetivo, pois crianças, até a fase adulta, estão desenvolvendo sua identidade,
descobrindo e passando pelo auto aceitação e auto-estima, tudo isso acontecendo
no contato com as outras crianças.um convívio extremamente fortalecedor.

Para WEIGEL (1988, p. 15) assegura que o trabalho com a música pode
proporcionar essa integração social, já que as atividades geralmente são coletivas e
o trabalho em grupo produz compreensão, cooperação e participação.

A afetividade é uma sensação de prazer que possibilita expressão dos


sentimentos perante os outros, desenvolvê-la acarreta uma sensação de segurança.
Quando expressamos nossos sentimentos ocorre o desenvolvimento da sensação e
de realização.

O ensino de música não precisa ser discutido e sim facilitado para que a escola
consiga influenciar o principal objetivo que é o de não necessariamente a formação
de instrumentistas, concertistas e nem dominar instrumentos ou cantar almejando
uma carreira profissional como músico. O fator de importância é que o aluno pode sim
no futuro desejar alcançar uma dessas carreiras, mas o ato do ensinar canto,
trabalhar com a música ou tocar alguns instrumentos, deve ser o de ter como objetivo
o desenvolvimento da criança, aliando a música a elementos pertinentes do currículo
da educação infantil.

37
APRENDER DANÇANDO.

A dança traz inúmeros benefícios ao ser humanos vários autores, defendem


seu benefício pedagógico como também para saúde Marques (1997), assinala que
na dança também estão contidas as possibilidades de compreendermos,
desvelarmos, problematizarmos, e transformarmos as relações que se estabelecem
em nossa sociedade entre etnias, gêneros, idades, classes sociais e religiões. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC, 1998), afirmam que a criança na escola
convive com a diversidade e poderá aprender com ela.

Uma das barreiras do ensino da dança é a falta de conhecimento do professor


e a carência de materiais e espaço adequado para trabalhar a dança na escola,
apontadas pelos professores como limitações para trabalhar esse conteúdo nas aulas
de Educação Física, foram abordados em estudos Pereira (2009), Sousa (2010),
anteriores.

A literatura fala sobre a falta de preparo na formação de professores para


trabalhar a dança de forma pedagógica, segundo Marques(1997) a formação de
professores que atuam na área de dança é sem dúvida um dos pontos mais críticos
no que diz respeito ao ensino desta arte em nosso sistema escolar, não tendo
conhecimento suficiente para a práxis.

38
Contudo percebe-se a importância de tratar o lúdico ligando a atividade do dia
a dia, fica uma aprendizagem prazerosa e divertida Para Wallon (1975) explica que
as ações cotidianas de andar, correr, saltar, são atividades dinâmicas ligadas a
necessidade de experimentar o corpo para o domínio dos movimentos e para a
construção da autonomia.

O ensino de dança na escola pode dar subsídios ao aluno para melhor


compreender, desvelar, desconstruir, revelar e transformar as relações que se
estabelecem entre corpo, arte e sociedade, de forma a contribuir para que os alunos
tomem consciência de suas potencialidades, aumentando sua capacidade de
resposta e sua habilidade de comunicação. Seu objetivo englobaria a sensibilização
e a conscientização tanto nas posturas, atitudes, gestos e ações cotidianas, quanto
em suas necessidades de se expressar, comunicar, criar, compartilhar, interagir na
sociedade em que vivemos (GODOY IN GODOY & ANTUNES, 2010, p.39).

Como mencionado por Godoy a Educação Infantil é a base da Educação do


reconhecimento do mundo, o que gosto de brincar, ou de fazer irá formando a
personalidade e de grande importância o trato da dança nas aulas de Educação física
nesta faixa etária, onde ocorre as interações que as crianças estabelecem sejam de
cooperação, brincadeira ou confronto, elas aprendem a solucionar problemas, agir
nos diferentes contextos, lugares, tamanho do grupo e objetos disponíveis .

39
A dança na educação infantil deve permitir que as crianças compreendam suas
ações particulares e coletivas através da linguagem corporal, visto que a
exteriorização dos sentimentos humanos também se dá pelo movimento.
Concordamos que, nesta faixa etária, o trabalho corporal em dança não deve priorizar
uma técnica padronizada por limitar os movimentos das crianças. (SILVEIRA;
LEVANDOSKI; CARDOSO, 2008)

Destaca-se a necessidade de estudos que ofereçam aos profissionais da


Educação Infantil conhecimentos para uma prática pedagógica sobre a cultura do
movimento adequada à pequena infância, oriunda de situações concretas de ensino-
aprendizagem dentro das realidades possíveis.

40
A DANÇA NA SALA DE AULA: PLANEJAR É
IMPORTANTE

Ao planejar uma aula lúdica com a utilização de músicas e dança, necessário


pontuar alguns critérios , tais como:

a) o tipo de dança- popular, folclórica, contemporânea.

b) faixa etária.

c)música.

d) possibilidade dos movimentos grau de dificuldade e facilidade.

e) objetos e vestimentas.

f) segurança do espaço organizado.

g)Participação da família.

h) Mobilização de outros profissionais da instituição.

41
Ressalta-se a importância da cooperação de diversos profissionais, para torna-
se um projeto interdisciplinar pode-se trabalhar além da dança. Com história, ciências
e português, e trazer diversas temáticas, ou seja, aprender brincando.

O caminho para chegar a maturidade adulta começa na infância, valores,


crenças a autodescoberta corporal se constroem nesta fase sendo assim, os
estímulos visuais, tátil, afetivo e motor, desenvolvidos na dança, são fundamentais
para formação e integração social das crianças

(VERDERI,1999;GOMES,2007;TREVISAN,2006). Como a autor afirma a


formação das crianças o imaginário e o lazer deve ser explorado, a constante busca
da alegria e do prazer em se movimentar através de movimentos ritmados e
compassados, que desenvolve de forma criativa as diferentes funções mimicas e de
expressões, é sem dúvida a melhor caracterização para dança e seus movimentos.

Desde a Educação infantil é importante adaptar criar propostas político-


pedagógicas que vinculem a cultura escolar e as aprendizagens de origem externa
da escolaridade, de acordo com a realidade vivenciada pelas crianças.

Neste sentido, a dança se torna uma possibilidade para o desenvolvimento do


lazer e do mundo imaginário nas escolas e nos espaços comunitários, principalmente
seguindo um objetivo pedagógico, por meio de uma metodologia que valoriza a
imaginação e a desconstrução de padrões de movimentos, onde o que importa é o
processo de construção e não o produto final, proporcionando momentos de
autoconhecimento, de satisfação e de prazer na criação o aprender brincando.

42
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE: A MÚSICA E A
DANÇA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA
NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desde bem pequenos observamos que a música já faz parte da vida, pelo seu
poder criador e libertador, a música torna-se um grande recurso educativo a ser
utilizado na Pré-Escola. Segundo Leda Osório (2011) estudos realizados permitem
dizer que a infância é um grande período de percepção do ambiente que nos cerca,

43
pois a criança é influenciada pelo que acontece a sua volta. A música é uma
linguagem que comunica e expressa sensações, a criança desde o nascimento vive
ao mesmo tempo em um meio onde descobre coisas todo tempo, pois sua interação
com o mundo a permite desenvolver o individual.

Nas muitas situações presentes o suporte para atender a vários propósitos,


como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do
lanche, escovar os dentes, a realização de comemorações relativas ao calendário de
eventos do ano letivo simbolizados no dia da árvore, dia do soldado, dia das mães, a
exploração que a criança percebe por meio dos sentidos é de como ela interage com
o mundo, através de seu próprio corpo, suas habilidades motoras, adquirindo a
linguagem.

A maneira a favorecer a sensibilidade, a criatividade, o senso rítmico, o ouvido


musical, o prazer de ouvir música, a imaginação, a memória, a concentração, a
atenção, a autodisciplina, o respeito ao próximo, o desenvolvimento psicológico, a
socialização e a afetividade, além de originar a uma efetiva consciência corporal e de
movimentação. Segundo Koellreutter (2001) é preciso aprender a apreender o que
ensinar.

A associação da música, enquanto atividade lúdica, com os outros recursos


dos quais dispõem o educador, facilita o processo de ensino aprendizagem, pois
incentiva a criatividade do educando através do amplo leque de possibilidades que a
música disponibiliza. Aliar a música à educação também obriga o professor a assumir
uma postura mais dinâmica e interativa junto ao aluno. Conforme Koellreutter (2001)
“ o professor entende que por meio do trabalho de improvisação abre-se espaço para
dialogar e debater com os alunos e, assim, introduzir os conteúdos adequados. ”

O processo de aprendizagem se torna mais fácil quando a tarefa escolar


atender aos impulsos deste a exploração e descoberta, entre professor e aluno,
quando o tédio e a monotonia se tornarem ausentes das escolas, pois o professor,
além das aulas expositivas e centralizadoras, possa proporcionar experiências
diversas com seus alunos, o que facilita muito a aprendizagem. Portanto, a integração

44
entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção
de integração e comunicação social, conferem um caráter significativo à linguagem
musical.

É muito importante a utilização da música no espaço de educação infantil, pois


a criança além de aprender brincando, o ambiente escolar se torna mais agradável e
estimula cada vez mais à vontade dela participar das aulas, introduzir conteúdos
através da música as crianças de 0 a 5 anos desenvolvem relações afetivas, de
socialização, cognitivo e ainda torna o aprendizado de qualquer área de
conhecimento ainda mais fácil de ser absolvido.

Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de


ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa numa profusão de ritmos evidenciados
por diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas, no vôo dos pássaros, nos
pingos de chuva, nas batidas do coração, numa banda, num motor, no piscar de olhos
e até mesmo na voz das pessoas mais próximas. No período da alfabetização a
criança beneficia-se do ensino da linguagem musical quando as atividades propostas
contribuem para o desenvolvimento da coordenação viso motora, da imitação de sons
e gestos, da atenção e percepção, da memorização, do raciocínio, da inteligência, da
linguagem e da expressão corporal. Essas funções psiconeurológicas envolvem
aspectos psicológicos e cognitivos, que constituem as diversas maneiras de adquirir
conhecimentos, ou seja, são as operações mentais que usamos para aprender, para
raciocinar. Rosa (1990) afirma que a simples atividade de cantar uma música
proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões importantes. A
musicalização é importante é importante na infância porque desperta o lado lúdico
aperfeiçoando o conhecimento, a socialização, a alfabetização, inteligência,
capacidade de expressão, a coordenação motora, percepção sonora e espacial e
matemática.

No início do século XX, aparecem os métodos ativos de: Declory, Montessori,


Dalton e Pakhurst, formando a nova escola.

45
Esses pensadores outorgaram a música como um dos principais recursos
didáticos para o sistema educacional, reconhecendo o ritmo como um elemento ativo
da música, favorecendo as atividades de expressão e criação. Para Maria Montessori
as crianças gostam de aprender, ela desenvolveu muitas ideias na época que hoje
são aceitas sem restrições. A pesquisa de Maria provou que as crianças passam por
um período mais sensitivo dos 2 anos e meio aos 6 anos, e durante essa fase sua
mente é receptiva à aprendizagem de forma diferente da de qualquer outra faixa
etária. Os materiais que ela desenvolveu e o ambiente que criou davam-lhes uma
oportunidade de ganhar independência e capacidade de reflexão mesmo com tão
pouca idade.

A música em suas inúmeras formas quando utilizada em sala de aula,


desenvolve diferentes habilidades como: o raciocínio, a criatividade, promove a
autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética, além de desenvolver a
linguagem oral, a afetividade, a percepção corporal e também promover a
socialização.

Pode-se observar que em vários segmentos a música é utilizada como meio


de integração e melhoramento do indivíduo tanto pessoalmente como coletivamente.

O canto coral é a atividade


mais praticada, pois esta é
uma atividade que permite a
integração e exige
cooperação entre seus
membros, além de
proporcionar relaxamento e
descontração. Cantar é
uma atividade que exige
controle e uso total da
respiração, proporcionando
relaxamento e energização.
O canto desenvolve a

46
respiração, aumenta a proporção de oxigênio que rega o cérebro e, portanto, modifica
a consciência do emissor. A prática do relaxamento traz muitos benefícios,
contribuindo para a saúde física e mental.

Cantar pode ser um excelente companheiro de aprendizagem, contribui com a


socialização, na aprendizagem de conceitos e descoberta do mundo.

CONCLUSÃO

O lúdico é uma ferramenta importante no processo de aprendizagem, pois a


criança pode ser trabalhada na individualidade ou em grupos e ela mesma poderá
buscar respostas para suas dúvidas e corrigir o que é de real dificuldade. Assim, ela
passará a se conhecer melhor, criará estratégias para um melhor aprendizado, que
será prazeroso e significativo.

O brincar é importante em todas as fases da vida humana, pois possibilita,


assim a interação da criança com o mundo externo e interno, formando conceitos,

47
ideias, relações lógicas, socializando, absorvendo o indivíduo de acordo como seu
ritmo e potencial.

A brincadeira deve fazer-se presente e acrescentar elementos indispensáveis


ao relacionamento com outras pessoas.Tendo em vista que a ludicidade é uma
necessidade do ser humano, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser
vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as
potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações
interpessoais, sociais, culturais e emocionais, e deve acontecer com trocas recíprocas
que se estabelecem durante toda a formação integral da criança.

Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é


muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois
quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, na emoção ele tende a torna-
se mais disposto e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem, tornando assim
este processo mais prazeroso e menos maçante, tanto no ponto de vista do aluno
quanto no ponto de vista do professor.

Assim, podemos concluir que o aspecto lúdico com a utilização da musica e


dança, voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral
nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo.

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