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Educação especial: programa de estimulação precoce -

uma introdução às ideias de Feuerstein

Vitor da Fonseca
r,

Em Educação Especial, Vítor da Fonseca introduz o leitor de língua portuguesa às idéias de Feuerstein, as
quais permeiam seu levantamento da problemática da deficiência. Neste enfoque, aborda questões
referentes à prevenção e à identificação precoce, de uma forma pedagógica simples, sem dispensar o rigor
científico e respeitando a complexidade do tema. O autor analisa a deficiência mental numa perspectiva
atual, com ênfase na experiência mediatizada de aprendizagem e na flexibilidade da estrutura cognitiva,
procurando tocar, ainda, no envolvimento familiar e a sua importância na educação da criança com
necessidades especiais.

Resumo Fundamentos da Educação infantil


Este livro foi criado para ajudar a qualificar as instituições de cuidado e educação infantis
por meio da formação de professores. A partir de uma sólida base teórica, Janet Gonzalez-
Mena aborda o desenvolvimento de competências e apresenta uma visão geral das
instituições de educação infantil, em uma obra repleta de exemplos e histórias reais nas
quais os professores reconhecerão o dia a dia do trabalho nas creches e pré-escolas.

Este é um manual abrangente sobre como criar as bases para uma educação infantil de
qualidade, em que as crianças não apenas desenvolvam as habilidades básicas de que
necessitam para obter sucesso na escola e além dela, como também aprendam a interagir
cooperativamente em uma comunidade diversificada.
Escola infantil. Para que te quero?
Por um bom período da história da humanidade, não houve nenhuma instituição
responsável por compartilhar esta responsabilidade pela criança com seus pais e
com a comunidade da qual estes faziam parte.
O surgimento das instituições de educação infantil esteve de certa forma
relacionada ao nascimento da escola e do pensamento pedagógico moderno, que
pode ser localizado entre os séculos XVI e XVII.
A igreja teve um papel importante na alfabetização, para garantir que seus fiéis
tivessem um mínimo de domínio da leitura e da escrita. Com a implantação da
sociedade industrial, também passaram a ser feitas novas exigências educativas.
As creches e pré-escolas surgiram depois das escolas e o seu aparecimento tem
sido muito associado com o trabalho materno fora do lar, a partir da revolução
industrial.
Defendiam idéias de que proporcionar educação era, em alguns casos, uma forma
de proteger a criança das influencias negativas do seu meio e preservar-lhe a
inocência, em outros, era preciso afastar a criança da ameaça da exploração, em
outros, ainda, a educação dada ás crianças tinha por objetivo eliminar as suas
inclinações para a preguiça, a vagabundagem, que eram consideradas
“características” das crianças pobres. O que se pode perceber é que existiram para
justificar o surgimento das escolas infantis uma série de idéias sobre o que
constituía uma “natureza infantil”.

E então pra quê?


A educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos
complementares e indissociáveis: educar e cuidar. O que tem se verificado na
prática, é que tanto os cuidados como a educação tem sido entendidos de forma
muito estreita.
Cuidar tem significado, na maioria das vezes, realizar as atividades voltadas para os
cuidados primários: higiene, sono, alimentação. Prover ambientes acolhedores,
seguros, alegres, instigadores, com adultos preparados.
Cuidar inclui preocupações que vão desde a organização dos horários de
funcionamento da creche, compatíveis com a jornada de trabalho dos responsáveis
pela criança, passando pela organização do espaço, pela atenção aos materiais que
são oferecidos, como brinquedos, pelo respeito às manifestações da criança (de
querer estar sozinha, de ter direito aos seus ritmos, ao seu “jeitão”) até a
consideração de que a creche não é um instrumento de controle da família, para dar
apenas alguns exemplos.
Quando se trata das crianças de classes populares, muitas vezes a prática tem se
voltado para as atividades que têm por objetivo educar para a submissão, o
disciplinamento, o silêncio, a obediência. De outro lado, de forma igualmente
perversa, também ocorre experiências voltadas para o que chamo de “escolarização
precoce”.
A dimensão educativa tem desconhecido um modo atual de ver as crianças: como
sujeitos que vivem uns momentos em que predominam o sonho, a fantasia, a
afetividade, a brincadeira, as manifestações de caráter subjetivo. A infância passa a
ser nada mais do que um momento de passagem, que precisa ser apressado como,
aliás, tudo em nossa vida.
Enquanto se mantiver a confusão de papéis que vê na família ou na escola os
modelos a serem seguidos, quem perde é a criança.

A educação infantil como um percurso ou caminhada (ou isto, ou aquilo…)


Nos últimos três ou quatro séculos, a criança passou a ter uma importância como
nunca havia ocorrido antes e ela começou a ser descrita, estudada, a ter o seu
desenvolvimento previsto, como se ele ocorresse sempre do mesmo jeito e na
mesma seqüência (de forma linear e progressiva).
A criança não cria a partir do nada, mas de significados que fazem parte da
linguagem e do patrimônio cultural do seu grupo.
A responsabilidade pela entrada da criança no universo cultural que ela compartilha
com seu grupo social tem, cada vez mais, envolvido outros sujeitos e instituições
fora da família.
Este processo de constituição dos sujeitos no mundo da cultura, é o que chamamos
de educação – o fenômeno pelo qual a criança “mas também os jovens e adultos”
passa não apenas a absorver a cultura do seu grupo, mas também a produzi-la e
ativamente transforma-la. A forma como as instituições escolares, entre as creche e
pré-escolas, se organizam para produzir estes processo é currículo.
Conhecimento: o domínio de informações e o desenvolvimento do raciocínio, de
formas de pensar, que a gente quer cada vez mais complexas, aperfeiçoadas,
abstratas.
A experiência que a criança vive na escola infantil é muito mais completa e
complexa. Nela a criança desenvolve modos de pensar, mas também se torna um
ser que sente de uma determinada maneira. Também é preciso destacar que a
criança neste período se torna cada vez mais capaz do domínio das operações com
o próprio corpo, um sujeito que faz coisas, desenvolve habilidades, destrezas, que a
expressa de variadas formas, que se manifesta como um ser ativo e criativo.

A escola infantil
Os princípios originais da educação infantil eram: que as crianças pudessem estar
ao ar livre tanto quanto possível e aprender “quando sua curiosidade as levasse a
fazer perguntas”, dançar e cantar e não serem “aborrecidas com livros”. Que elas
fossem educadas e treinadas sem punições ou temor, que nenhuma restrição
necessária lhes fosse imposta e que lhes fosse ensinado somente “o que pudessem
entender”. A escola infantil trouxe uma abordagem humana e inovadora para a
educação de crianças pequenas no inicio do século XIX.
O jardim de infância de Froebel proporcionava educação simbólica baseada numa
filosofia ligada à unidade entre o homem, Deus e a natureza.
Os dons de Froebel são materiais educativos para manipulação. Os dons eram
conjuntos de pequenos materiais manipuláveis para serem usados pelas crianças
de formas preestabelecidas. O primeiro conjunto era uma série de seis bolas feitas
de cordão, cada uma de uma cor. Durante a manipulação, pouca atenção era dada
às propriedades físicas dos objetos, pois as sensações e percepções do mundo rel
não eram consideradas importantes.
As ocupações de Froebel são atividades manuais. As canções e jogos de mãe são
canções e brincadeiras para criança. Criadas especialmente por Froebel, eram
inspiradas nas brincadeiras das mães camponesas com seus filhos pequenos e nas
atividades do mundo social e natural. Logo, as instituições de treinamento para
jardineiras começaram a atrair um grande número de jovens alemãs.
De acordo com Hill, o conteúdo do programa dos jardins deveriam estar
relacionados a vida das crianças no momento, e não a das crianças de outra cultura
e outra geração. Elas deveriam adquirir o conhecimento da civilização, usando suas
experiências pessoais como meio de atingir a compreensão. Hill propôs o uso de
experiências concretas e de jogos de sala de aula baseado nas atividades naturais
da infância. As crianças deveriam ficar livres para reconstruir sua própria realidade.
Alguns dos elementos de Froebel que esses educadores apoiavam e incluíam:
 O conceito do desenvolvimento da infância. O desenvolvimento era visto
como um processo de expansão, e a educação têm lugar a medida que o
organismo se expande;
 Educação como auto-atividade. Froebel sugere que a educação para
crianças pequenas deveria deferir em forma de conteúdo da oferecida a
crianças mais velha;
 O valor educacional de brincar. Froebel via o brinquedo como uma atividade
importante para o amadurecimento e o aprendizado da criança, onde se
podiam observar as reproduções simbólicas das atividades adultas. O uso da
brincadeira na educação da criança pequena ainda é apoiado pelos
educadores.
A maternagem é uma forma de educação que responde as necessidades sociais,
físicas, intelectuais e emocionais de cada criança.

O método Montessori
O método Montessori é uma forma de auto-educação centrada no treinamento
sensorial. A dra. Maria Montessori criadora dessa nova instituição educacional,
tentava afastar-se da educação italiana tradicional. Montessori iniciou seu trabalho
como médica lidando primariamente, com crianças deficientes mentais.
Impressionada por seu estudo do trabalho de educadores como os de Seguin, ela
começou a modificar e a usar alguns de seus métodos e materiais.
A população alvo e os métodos básicos da escola montessoriana e do material
eram os mesmo: ambos trabalhavam com os filhos do pobres, foram influenciados
pelo trabalho e Seguin enfatizavam a educação sensorial.

As creches
A primeira creche (que literalmente significa “manjedoura”) foi criada em Paris em
1844 para ajudar as mães trabalhadoras, combater a mortalidade infantil e ensinar
hábitos de higiene. As creches são um produto da Revolução Industrial.

Rousseau e as novas idéias sobre a educação


Defendeu a idéia de que a verdadeira finalidade da educação é ensinar a criança a
viver e a aprender a exercer a liberdade. A criança era um ser de características
próprias, não só as suas idéias, seus interesses e suas vestimentas tinham de ser
diferentes dos adultos. Também o relacionamento rígido mantido pelos adultos em
relação a elas precisavam ser modificadas.
Cada fase da vida – infância, adolescência, juventude e maturidade – foi concebida
como portadora de características próprias, respeitando a individualidade de cada
um.
“A bondade e a felicidade do individuo são mais essenciais que o desenvolvimento
de seu talento.Colocando as necessidades e os interesses do individuo acima da
sociedade organizada, Rousseau inverteu a ordem universal. Na sociedade ideal e
natural, onde a natureza conserva sua simplicidade e inocência originais, todos os
indivíduos seriam educados juntos e participariam de interesses comuns.”
Mostrou que a criança devia fazer, sem ajuda dos outros, aquilo que é capaz de
fazer por si mesma.
Afirmou que a educação não vem de fora, é a expressão livre da criança no seu
contato com a natureza.

Pestalozzi e os fundamentos psicológicos da educação


João Pestalozzi (1746-1827). Ninguém acreditou mais que Pestalozzi no poder da
educação para aperfeiçoar o individuo e a sociedade. Com seu entusiasmo, reis e
governantes a pensarem na educação do povo.
O lar era para ele a melhor instituição de educação, base para a formação política,
moral e religiosa. E a instituição educacional deveria se aproximar de uma casa bem
organizada.
Na instituição de Pestalozzi, que contava com meninos e jovens, mestre e alunos
permaneciam juntos o dia inteiro.O dia escolar intenso e variado: Das 8 as 17 horas,
as atividades, organizadas, eram desenvolvidas de maneira flexível. A organização
da escola era simples, sendo que ficavam numa turma os que tinham menos de oito
anos; noutra, a classe inferior ficavam meninos de oito a onze anos e na superior,
os de onze a dezoito anos.
Pestalozzi condenava a coerção, as recompensas e punições. Problemas
disciplinares eram discutidos a noite.
Dava-se a memória um enorme valor, os professores não possuíam habitação.Os
poderes infantis brotam de dentro para fora; a graduação deve ser respeitada; o
método deve seguir a natureza; o professor é comparado ao jardineiro que
providencia as condições para a planta crescer; a impressão sensorial é
fundamental e os sentidos devem estar em contato direto com os objetos; a mente é
ativa.

Froebel e o surgimento do primeiro Jardim de Infância


Friedrich Froebel (1782-1852). Suas idéias reformularam a educação.Inspirou-se no
amor a criança e a natureza. A essência de sua pedagogia são as idéias de
atividade e liberdade.

Decroly e a escola para a vida


Ovide Decroly (1871-1932). Interessou-se especialmente (mas não apenas) pelas
crianças chamadas “retardadas” e “anormais”. Com o seu método dos centros de
interesse, rompeu com rigidez dos programas de ensino do seu tempo. Segundo
ele, a criança deve ser criança e não um adulto em potencial.
Nos centros de interesse, a criança passava por três momentos: o da observação, o
da associação e o da expressão.
A seriação de elementos não era obrigatória. De algo simples para a criança, como
comer, poderia surgir o estudo da alimentação.
Para Decroly, a sala de aula esta em toda parte, na cozinha, no jardim, no museu,
no campo, na oficina, na fazenda, na loja, na excursão, nas viagens…

Montessori e as “casas das crianças”


Maria Montessori (1870-1952). Mudou os rumos da educação tradicional, que
privilegiava a formação intelectual. Emprestou um sentido vivo e ativo a educação.
Destacou-se pela criação de Casas de Crianças instituições de educação e vida e
não apenas lugares de instrução.

O papel da concentração
A concentração também é muito trabalhada. Toda tarefa é procedida de uma
preparação. O trabalho se desenvolve e o seu ciclo se completa no intimo do
sujeito.

As ciências e as historias
O estudo da historia deve ser vinculado a evolução global da Terra. A criança deve
ir percebendo gradativamente as manifestações do homem; na natureza e na
cultura, tudo esta relacionado.
Muitas tem sido as criticas ao sistema montessoriano, entre elas o fato de não
favorecer o contato e a discussão do problemas da realidade vivida pela criança.

Piaget e os estágios de desenvolvimento da criança


Jean Piaget sua preocupação mais forte foi o sujeito epistêmico estudou a evolução
do pensamento ate a adolescência. Processo de interação individuo ambiente.
“A preocupação central de Piaget dirige-se a elaboração de uma teoria do
conhecimento, que possa explicar como o organismo conhece o mundo. A fundação
do desenvolvimento não consiste, em produzir estrutura lógica que permitam ao
individuo atuar sobre o mundo de formas cada vez mais flexíveis e complexas.”
O desenvolvimento da inteligência
O processo de desenvolvimento da inteligência, segundo Piaget leva-nos a alguns
conceitos fundamentais:
 A hereditariedade.
 A adaptação.
 Os esquemas.
 A equilibração
Quatro estágios de desenvolvimento
I – Estagio sensório motor (0 a 2 anos).
II – Estagio pré-operacional (2 a 6 anos).
III – Estagio de operações concretas (7 a 11 anos)
IV – Estagio das operações formais (12 anos em diante).
Autor: Douglas Leichtweis Vieira

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