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Newton Alves

Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar Angela Sá Lemos de Medeiross

Angela Sá Lemos de Medeiros


Newton Alves
Sonora e do Ar
e Controle de Poluição
Gerenciamento
Gerenciamento
e Controle de
Poluição Sonora
e do Ar
Newton Alves
Angela Sá Lemos de Medeiros

Curitiba
2017
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501

A474g Alves, Newton


Gerenciamento e controle de poluição sonora e do ar / Newton
Alves, Angela Sá Lemos de Medeiros. – Curitiba: Fael, 2017.
144 p.: il.
ISBN 978-85-60531-99-8

1. Poluição sonora 2. Fontes poluidoras I. Medeiros,


Angela Sá Lemos II. Título
CDD 363.74

Direitos desta edição reservados à Fael.


É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.

FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão FabriCO
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/musicman
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário

Carta ao aluno | 5

1. Tipos de fontes poluidoras | 7

2. Poluentes Primários e Secundários | 21

3. Os Efeitos na Atmosfera | 33

4. Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico | 47

5. Métodos para controle e monitoramento


da emissão de poluentes | 61

6. Poluentes emitidos nos diferentes setores produtivos | 75

7. Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar | 85

8. Técnicas de minimização e monitoramento


das emissões de gases e particulados | 101

9. Limites de emissão para poluentes atmosféricos | 115

10. Alternativas tecnológicas de controle ambiental | 125

Conclusão | 135

Referências | 137
Carta ao aluno

A humanidade atual “já consome 50% a mais de recursos


naturais renováveis do que a Terra consegue repor”. (AKATU, 2013).
Desde o Decreto Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, que
dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente, provocada
por atividades industriais no Brasil, a poluição é concebida como
um problema sério, relacionado ao ar, à água e ao solo e, conse-
quentemente, à saúde e à vida de todos os seres vivos. Desde então,
descobrimos como despoluir e dessalinizar a água (retirar o excesso
de sal), mas, ironicamente, quando a água se esgota, ainda temos
que torcer para chover.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Mais complicado ainda é controlar a qualidade do ar no momento do


seu consumo. Atualmente, a poluição atmosférica é uma das causas de morte
que mais cresce no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS, 2015).
A poluição sonora também preocupa, pois, além de prejudicar a audição
e causar stress nas pessoas, é responsável por afastar animais e aves, facilitando
o aumento de insetos, na ausência de predadores causando um desequilíbrio
ecossistêmico.
Dentro deste contexto, o objetivo desta disciplina é a formação de pro-
fissionais capazes de atuar no gerenciamento e controle da poluição sonora e
do ar, por meio da compreensão dos principais efeitos causados pelos poluen-
tes, da classificação das fontes causadoras de poluição e da proposição de
soluções em acordo com a legislação vigente.

– 6 –
1
Tipos de fontes
poluidoras

Pesquisas e estudos vêm alertando a sociedade para os efei-


tos drásticos dos padrões de desenvolvimento e consumo que esta-
mos cultuando. Um desses alertas veio da Organização Mundial da
Saúde (OMS, 2015), relacionando a poluição atmosférica com mais
de 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
Num cenário de avanços tecnológicos, crescimento indus-
trial, intensificação da mecanização nos campos, desmatamentos e
queimadas florestais, com o aumento do uso de carros e apelo ao
consumismo, entre outros fatores, estamos criando um quadro de
poluição hídrica, atmosférica e sonora.
Neste capítulo, aprenderemos a identificar os poluentes, a rela-
cionar seus principais efeitos às suas fontes poluidoras e, consequen-
temente, a classificar, monitorar e solucionar tais problemas.
Concentre-se e bom estudo!
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Objetivos de aprendizagem:
22 Identificar e relacionar as principais fontes poluidoras.

1.1 Os poluentes e seus principais efeitos


Vamos iniciar o estudo neste capítulo com um importante conceito. Ao
observar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política
Nacional do Meio Ambiente, entre outros temas, você poderá conferir a defi-
nição de poluição como:
A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-
-estar da população b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condi-
ções estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou
energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. (art.
3º, inciso III, Lei nº 6.938/1981)

Já o termo poluente deve ser entendido como todo composto, substância ou


elementos causadores de poluição. Os agentes poluentes são muito variados,
sendo capazes de alterar água, solo e ar, resultando em efeitos igualmente diversos.
Desta forma, entenda que a poluição ocorre toda vez que resíduos (sóli-
dos, líquidos ou gasosos) produzidos por organismos ou pelo homem, supe-
ram a capacidade de regeneração do ecossistema natural, intervindo na sobre-
vivência das espécies.

Figura 1 - Poluição significa Figura 2 - A degradação ambiental prejudica a


desequilíbrio ecológico. saúde, a segurança e o bem estar da população.
Fonte: Shutterstock (2016).

Fonte: Shutterstock, 2016.

– 8 –
Tipos de fontes poluidoras

Você sabia

A lei ambiental brasileira (Lei nº 6.938/1981) divide-se,


claramente,em antes e depois de 1981. Antes valia o pressuposto de
que toda a atividade produtiva causa certo impacto ao meio ambiente
e estes poderiam ser tolerados, desde que as emissões poluentes
atendessem aos parâmetros em vigor. Depois passou a valer o enten-
dimento de que não há emissão poluente a ser tolerada, visto que
mesmo o resíduo poluente, tolerado pelos padrões estabelecidos,
poderá causar um dano ambiental. É o conceito da responsabilidade
objetiva, ou do risco da atividade, segundo o qual os danos não
podem ser partilhados com a comunidade. (MONTEIRO, 2007).

Figura 3 - A poluição sonora é classi- A Norma Reguladora de Riscos


ficada como agentes físicos poluidores. Ambientais (NR-9) considera que
existem riscos ambientais quando há
Fonte: Shutterstock, 2016.

presença de agentes físicos, químicos


ou biológicos. Confira a seguir a dife-
rença entre os três tipos de agentes:
Agentes físicos: as diversas for-
mas de energia que um indivíduo possa
estar exposto, desde ruídos, vibrações,
pressões anormais, temperaturas extre-
mas (calor e frio), radiações (ionizantes Figura 4 - Detergentes, inseticidas,
e não ionizantes) e infrassom e ultras- fertilizantes e petróleo são considera-
som. (SALIBA, 2000b). dos agentes químicos poluidores.
Agentes químicos: correspon-
dem as substâncias, compostos ou
Fonte: Shutterstock, 2016.

produtos que possam ser absorvidos


por ingestão ou inalação pelo orga-
nismo, nas formas de poeira, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores,
ou que, pela natureza da atividade de
exposição. (SALIBA, 2000b)

– 9 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Figura 5 - As bactérias, protozoários, vírus Agentes biológicos: são as


e vermes são alguns dos agentes biológicos bactérias, fungos, bacilos, vírus,
poluidores existentes nos esgotos. protozoários etc.
Você sabia que os tipos
Fonte: Shutterstock, 2016.

de fontes poluidoras variam de


acordo com o tipo de agente
poluente? Quando se trata de
poluição hídrica ou da água, por
exemplo, os poluentes são intro-
duzidos no meio ambiente por
meio de fontes classificadas em
pontuais ou difusas.
22 As cargas pontuais recebem esse nome porque são introduzidas no
meio natural por meio de lançamentos individualizados, como os
esgotos sanitários ou os efluentes industriais. Isto facilita a identifica-
ção e, consequentemente, seu controle é mais eficiente e mais rápido.
22 As cargas difusas tem esse nome porque não possuem um ponto
de lançamento específico, tornando-se assim de difícil controle
e identificação, a exemplo da infiltração de agrotóxicos no solo,
provenientes de drenagens agrícolas, águas pluviais e escorri-
mento de lixeiras.
Quando falamos da poluição atmosférica, as fontes poluentes são classi-
ficadas como fontes móveis e fixas de origem natural ou antrópicas, isto é,
causadas pelo homem.
22 As fontes móveis se referem às emissões em movimento, a exemplo
dos veículos automotores, trens, aviões e embarcações marítimas.
22 As fontes fixas são as emissões lançadas à atmosfera por um ponto
fixo, a exemplo de chaminés, caldeiras e afins. Tais fontes também
podem ser naturais, como maresia e vulcanismo, que também cau-
sam intervenção na composição do ar.
Quando se trata de poluição sonora, diferentemente da poluição do ar e
da água, seu principal efeito, o ruído está em toda a parte e somente é perce-
bido nas proximidades da fonte causadora.

– 10 –
Tipos de fontes poluidoras

1.2 Tipos de fontes Figura 6 - Poluição sonora:


a partir de 85dB o som é
de poluição sonora prejudicial a saúde.
Todo fenômeno sonoro está relacionado à
vibração de um objeto em um meio mecânico,
a exemplo do diapasão (objeto) vibrando no ar

Fonte: Shutterstock2016.
(meio mecânico), sendo o som a onda resul-
tante dessa vibração.
A onda gerada na vibração pode ter perio-
dicidade e assim é possível que haja harmonia
(quando existe periodicidade entre duas ondas)
e dissonância (quando as ondas não combinam
acerca de seus períodos). Já o ruído é denominado quando não há periodici-
dade entre as ondas sonoras.
Importante

Som pode ser compreendido como qualquer vibração ou conjunto de


vibrações ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas. (SALIBA, 2000).

Saiba mais

Ruídos não possuem frequências, nem componentes de relações har-


mônicas, apenas dissonância. Portanto, quando chegam ao ouvido,
geram uma sensação de desconforto.

Costuma-se denominar barulho todo som que é indesejável. O ruído e o


barulho são interpretações subjetivas e desagradáveis do som. (SALIBA, 2000).
Você sabia

A frequência de um som é o número de ciclos de uma onda de som em


um segundo. A unidade de medição é hertz (Hz). A frequência de um
som aumenta à medida em que o número de ciclos por segundo também
aumenta. Vibrações entre 20 e 20 mil ciclos por segundo correspondem
ao limiar de audibilidade de um indivíduo saudável.(SALIBA, 2000).

– 11 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

O termo dB (decibéis) e a escala dB é utilizada em todo o mundo para


a medição dos níveis sonoros. É uma escala logarítmica, e a partir de 85dB,
não importa se agradável ou não, o som é prejudicial a saúde, pois cerca de 2
mil células da cóclea começam a se degenerar.
Confira na Tabela 1algumas referências e sensações de escala sonora.
Tabela 1 - Sensações em escala sonora.
Exposição diária
dB Sensação Atividade
máxima permissível
140 Doloroso Motor de um avião na decolagem 5 minutos
Passagem de um carro de
120 Doloroso 5 minutos
F-1 na arquibancada
100 Perigoso Passagem de um trem na estação 8 minutos
90 Fatigante Alarme de viatura 4 horas
80 Fatigante Rádio no volume alto 8 horas
Incomo- Conversa em restaurante, rua
60 8 horas
dativo ou local barulhento
Repou-
40 Escritório 8 horas
sante
Repou-
30 Sala de estar/quarto/sussurro suave 8 horas
sante
Repou- Som mais suave que uma pes-
0 Irrestrito
sante soa pode ouvir
Fonte: elaborado pelo autor, com base em Saliba, 2000.

A Resolução do CONAMAN.º001, de 8 de março de 1990, trata dos pro-


blemas dos níveis excessivos de ruído, incluídos entre os focos de Controle da
Poluição de Meio Ambiente. A resolução considera como prejudiciais à saúde e
ao sossego público, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis
pela norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 10152
- Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade
Esta norma determina as condições a serem observadas na avaliação da acei-
tação do ruído em comunidades, independente da existência de reclamações. O

– 12 –
Tipos de fontes poluidoras

método de avaliação previsto envolve as medições do nível de pressão sonora equi-


valente (LAeq) em decibel, ponderados em “A”, comumente chamado dB(A).

Importante

De acordo com a NBR 10152, o ruído pode ser classificado em:


Ruído com caráter impulsivo: contam com impulsos, considerados
picos de energia acústica, com duração menor do que 1 segundo
e que se repetem a intervalos maiores do que 1 segundo, como o
martelagens, bate-estacas, tiros e explosões.
Ruído com componentes tonais: contém tons puros, como o som de
apitos ou zumbidos.

Na ausência do ruído gerado pela fonte sonora procura-se observar o


nível de ruído ambiente (Lra) ao nível de pressão sonora equivalente ponde-
rado em “A”, no local e horário avaliados.
Para proceder com a análise e a avaliação do ruído é feita a comparação
entre o nível de pressão sonora corrigido (Lc) e o nível de critério de avaliação
NCA, estabelecido pela NBR 10152.
O nível de critério de avaliação NCA para ambientes internos é o nível
indicado na Tabela 2com a correção de - 10 dB(A) para janela aberta e - 15
dB(A) para janela fechada.
Tabela 2 – Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos em dB(A).

Tipos de áreas Diurno Noturno


Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana
50 45
ou de hospitais ou de escolas
Área mista, predominantemente, residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área, predominantemente, industrial 70 60
Fonte: NBR 10151, 1999.

– 13 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

A poluição sonora resulta de um som qualquer que altera a condição


normal de audição em um determinado ambiente. Diferentemente de outros
tipos de poluição, não implica em acúmulo de poluentes no meio ambiente,
mas gera danos diversos à saúde e à qualidade de vida das pessoas e, por isso,
já se tornou um problema de saúde pública mundial.
A Resolução do CONAMAN.º 002, de 08 de março de 1990, institui o
programa Nacional Educação e Controle da Poluição Sonora - “SILÊNCIO”.
Dentre os objetivos do programa, destacam-se os interesses em:
22 Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os proble-
mas de poluição sonora nos órgãos de meio ambiente em todo o país.
22 Divulgará população, por meio de matérias educativas, sobre os
efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruído.
22 Introduzir o tema “poluição sonora” nos cursos secundários da rede
oficial e privada de ensino; incentivar a fabricação e uso de máqui-
nas, motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade
de ruído.
22 Incentivar a capacitação de recursos humanos e apoio técnico e
logístico dentro da política civil e militar para receber denúncias e
tomar providências de combate à poluição sonora urbana em todo
o território nacional.
22 Incentivar apoio e iniciativas privadas no controle dos problemas
de poluição sonora em todo o país.
Tipos de fontes de poluição atmosférica ou poluição do ar
De acordo com a Resolução do CONAMA N.º 3, de 28 de junho de
1990, poluente atmosférico se refere a qualquer forma de matéria ou energia
com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em

– 14 –
Tipos de fontes poluidoras

desacordo com os níveis estabelecidos, e Figura 7 - A poluição atmosférica


que tornem ou possam tornar o ar: torna o ar ofensivo à saúde.
I. impróprio, nocivo ou

Fonte: Shutterstock, 2016.


ofensivo à saúde;
II. inconveniente ao bem
estar público;
III. danoso aos materiais, à
fauna e à flora;
IV. prejudicial à segurança,
ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da
comunidade.
Como vimos as principais fontes de emissão de poluentes podem se
relacionar á causas antrópicas (indústrias, queima de combustíveis fósseis,
queima de lixo, uso de agrotóxicos, automotores etc), mas também à causas
naturais (vulcões, queimadas espontâneas, decomposição anaeróbia de maté-
ria orgânica, desnitrificação por bactérias etc) e são classificadas em móveis
e fixas.
O Decreto-Lei n° 1.413, de 14 de agosto de 1975, prosseguindo com
o Decreto n° 76.389, de 3 de outubro de 1975, e a Lei nº 6.803, de 2 de
julho de 1980, regulamentou o controle da poluição do ar por fontes fixas de
emissão, ou seja, por indústrias, usinas termelétricas de energia elétrica, mine-
radoras etc. Sobretudo, a fixação de parâmetros para a emissão de poluentes
gasosos e materiais particulados (materiais sólidos pulverizados) por fon-
tes fixas começou a ser efetuada por meio da Resolução do CONAMA nº
005/1989, que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição
do Ar – PRONAR.
A Tabela 3 identifica as fontes dos principais tipos de poluentes existentes.

– 15 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Tabela 3 - Classificação e relação entre tipos de fontes e poluentes atmosféricos.

FONTES
POLUENTES
Classificação Tipo
Material particulado
Dióxido de enxofre e trióxido de enxofre
Combustão
Monóxido de carbono
Hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio
Fontes fixas ou Material particulado (fumos, poeiras e névoas)
Estacionárias Processo Industrial Gases: SO2, SO3, HCL
Hidrocarbonetos Mercaptanas, HF, H2S, NOx
Queima de Resí- Material particulado
duos Sólidos Gases: SO2, SO3, HCL, NOx
Outros Hidrocarbonetos, material particulado
Material particulado, monóxido de
Veículos Auto-
carbono, óxidos de nitrogênio, hidro-
motores
Fontes Móveis carbonetos e óxidos de enxofre
Aviões e Barcos Óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio
Locomotivas etc Ácidos orgânicos, hidrocarbonetos e aldeídos
Fontes Naturais
Gases – SO2, SO3, HCl, Material particulado – poeiras
NOx, hidrocarbonetos
Reações Químicas
Ácidos orgânicos, nitratos orgânicos Poluentes secundários - O3, aldeídos
Aerossol fotoquímico etc
Fonte: Maia, 2000.

Você sabia

Alguns gases e vapores possuem a capacidade de criar atmosferas


inflamáveis e explosivas, que podem resultar em morte ou em efeitos
à saúde irreversíveis. (SALIBA, 2000b).

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Tipos de fontes poluidoras

O Art. 2 da Resolução do CONAMA Figura 8 - A qualidade do ar


N.º 3, de 28 de junho de 1990, define os em alguns países asiáticos, como
padrões de qualidade do ar: Pequim, é considerada tão grave que
passar um dia nestes locais seria o
I- Padrões Primários de Qualidade equivalente a fumar 40 cigarros.
do Ar são as concentrações de

Fonte: Shutterstock, 2016.


poluentes que, ultrapassadas,
poderão afetar a saúde da popu-
lação.
II - Padrões Secundários de Quali-
dade do Ar são as concentrações
de poluentes abaixo das quais se
prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à
fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral.
Tais padrões de qualidade do ar orientam metas a serem atingidas
mediante a estratégia de controle fixada pelos padrões de emissão e orientam
a elaboração de Planos Regionais de Controle de Poluição do Ar.
Para monitorar os níveis de poluentes produzidos pela atividade
humana foi estabelecido o Índice de Qualidade do Ar (IQA), que rela-
ciona a qualidade do ar às quantidades de material particulado na atmos-
fera. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA(US-EPA) atribui como
limite para a condição saudável um número equivalente a 20 IQA. Alguns
estudos, no entanto, divulgados em janeiro de 2013, pela Organização
não governamental Berkeley Earth, revelaram que esse índice chegou a
ultrapassar o nível de 300 IQA, considerado poluição severa, em cidades
de países asiáticos como Pequim. Isso significa que passar um dia em
Pequim seria o equivalente a fumar 40 cigarros.
Tabela 4 - Qualidade do ar em relação ao IQA.
ÍNDICE QUALIDADE DO AR NÍVEL
0 –50 Boa Seguro à saúde
51 –100 Regular Tolerável
101 –199 Inadequada Insalubre para grupos sensíveis
200 – 299 Má Muito insalubre (Nível de atenção)

– 17 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

ÍNDICE QUALIDADE DO AR NÍVEL


300 –399 Péssima Perigoso (Nível de alerta)
400 ou maior Crítica Muito perigoso (Nível de emergência)
Fonte: FEPAM, 2015.

Você sabia

São Paulo é o único estado brasileiro que entrou para a lista da calcu-
ladora Real-time Air Quality Index (AQI), disponível em: <http://
aqicn.org/city/sao-paulo/>.Acesse a calculadora, escreva o nome da
cidade de São Paulo no campo de busca e compare com o resultado
do monitoramento do dia 26 de dezembro de 2015, que mostrou
um índice moderado de 62 IQA.

Poluente: todo composto, substância ou ele-


mentos causadores de poluição.
Poluição: degradação da qualidade ambiental resultante de
atividades que, direta ou indiretamente, prejudicam a saúde,
a segurança e o bem estar da população; criam condições
adversas às atividades sociais e econômicas; afetam desfavo-
ravelmente a biota; afetam as condições estéticas ou sanitárias
do meio ambiente e, por fim, lançam matérias ou energia
em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Poluição sonora: é o resultado de um som qualquer que altera
a condição normal de audição em um determinado ambiente.
Diferentemente de outros tipos de poluição, não implica em
acúmulo de poluentes no meio ambiente, mas gera danos
diversos à saúde e à qualidade de vida das pessoas e, por
isso, já se tornou um problema de saúde pública mundial.
Poluição atmosférica: se refere a qualquer forma de
matéria ou energia com intensidade e em quantidade, con-
centração, tempo ou características em desacordo com
– 18 –
Tipos de fontes poluidoras

os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar


o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconve-
niente ao bemestar público; danoso aos materiais, à fauna
e à flora e prejudicial à segurança, ao uso e gozo da pro-
priedade e às atividades normais da comunidade.
Agentes físicos: diversas formas de energia a que um
indivíduo possa estar exposto, desde ruídos, vibra-
ções, pressões anormais, temperaturas extremas
(calor e frio), radiações (ionizantes e não ionizan-
tes) e infrassom e ultrassom. (SALIBA, 2000b).
Agentes químicos: substân pela via respiratória, nas for-
mas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapo-
res; ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo
por meio da pele ou por ingestão”(SALIBA, 2000b).
Agentes biológicos: são as bactérias, fun-
gos, bacilos, vírus, protozoários etc.
Cargas pontuais: introduzidas no meio natural por
meio de lançamentos individualizados, são os esgo-
tos sanitários ou os efluentes industriais. De fácil
identificação e controle eficiente e rápido.
Cargas difusas: sem um ponto de lançamento específico,
o que dificulta o controle e a identificação, são as infiltra-
ções de agrotóxicos no solo, provenientes de drenagens
agrícolas, as águas pluviais e os escorrimentos de lixeiras.
Fontes móveis: se referem às emissões em movi-
mento, a exemplo dos veículos automotores,
trens, aviões e embarcações marítimas.
Fontes fixas: são as emissões lançadas à atmosfera por um
ponto fixo, a exemplo de chaminés, caldeiras e afins. Tais
fontes também podem ser naturais, como a maresia e o vulca-
nismo, que também causam intervenção na composição do ar.
– 19 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Antrópico ou antropogênico: o que é causado pelo homem


Dessalinização: processo de reti-
rada do excesso de sal da água.
Som: qualquer vibração ou conjunto de vibrações ou ondas
mecânicas que podem ser ouvidas. (SALIBA, 2000).
Escala dB (decibel): utilizada em todo o mundo
para a medição dos níveis sonoros.
Nível de critério de avaliação NCA: nível indi-
cado para ambientes internos com a correção de - 10
dB(A) para janela aberta e - 15 dB(A) para janela
fechada, de acordo com normas brasileiras.

Resumindo
Neste capítulo, aprendemos que os poluentes são introduzidos no meio
ambiente por meio de fontes diversas, classificadas como naturais ou antró-
picas e estudamos como os poluentes podem causar impactos severos à qua-
lidade de vida das pessoas.
Verificamos ainda estudos da OMS que já demostram o perigo ocultos
da poluição atmosférica e sonora para os seres vivos, que exigem, além de
bom senso de todas as partes, políticas públicas e planos de ações integra-
dos aos principais agentes poluentes. Vimos como as soluções de mobilidade
urbana podem contribuir para mitigar estes problemas, com rigor fiscal e
punitivo para empresas que cometem crimes ambientais e deixam de investir
e promover soluções sustentáveis.
Afinal, como estudamos, já saímos da era em que o dano ambiental
era passível, frente aos padrões permitidos, e entendemos agora que ele está
implícito em uma série de atividades industriais.

– 20 –
2
Poluentes Primários
e Secundários

Neste capítulo, estudaremos os poluentes atmosféricos,


que podem ser classificados quanto à sua origem (primários e secun-
dários), composição (orgânicos e inorgânicos) e estado físico (mate-
rial particulado, gases e vapores).
Essas classificações ajudam a compreender quando um com-
posto químico de fato age como poluente. Isto porque, conside-
rando as diferentes escalas da atmosfera, essa relação “poluente - não
poluente” pode variar. Na estratosfera, por exemplo, entre 15 km e
50 km de altitude, o ozônio é encontrado naturalmente e não é con-
siderado poluente. Porém, na troposfera, no nível do mar até 15 km
de altitude, o ozônio é considerado poluente, pois não é emitido dire-
tamente, e sim, formado a partir de outros poluentes atmosféricos.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Pelo estudo e compreensão da classificação dos poluentes quanto sua origem,


composição e estado físico é que se torna possível avaliar a ação dos poluentes.

Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender e classificar a origem dos poluentes;
22 Compreender e classificar a sua composição;
22 Compreender e classificar o estado físico dos poluentes.

2.1 Poluentes Atmosféricos


O ar atmosférico é composto por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio,
1% de argônio, dióxido de carbono e elementos vestigiais, como o vapor
d´água. Isso significa que existem diversas substâncias no ar que respiramos, e
algumas delas são naturais e outras poluentes atmosféricos.
Figura 1: Composição do ar atmosférico.

Fonte: Shutterstock (2016).

De maneira geral, classificam-se os poluentes do ar em relação à sua ori-


gem, o que resulta em dois grupos principais: os primários e os secundários.
Enquanto os primários saem diretamente da fonte emissora, aqueles poluen-
tes que são formados pela interação entre componentes naturais e poluen-
tes primários recebem a denominação de secundários, a exemplo do ozônio,
encontrado naturalmente na troposfera, chamado de ozônio estratosférico.

– 22 –
Poluentes Primários e Secundários

O ozônio estratosférico filtra a radiação ultravioleta do Sol e, portanto,


protege os seres humanos e outros organismos.

Importante
O planeta Terra é envolto por uma camada de gases retidos pela
força da gravidade que denominamos atmosfera terrestre, e possui
como camadas principais: a troposfera, que é a camada mais baixa da
atmosfera, a estratosfera, que é a camada intermediária, e a mesosfera,
camada imediatamente acima da estratosfera, que se estende de uma
altitude de 45 km a 80 km. As demais camadas, ionosfera e exosfera
não são relevantes sob o ponto de vista ambiental (MELO, 1997).

Figura 2: Camadas atmosféricas.

Fonte: Shutterstock, 2016.

Você sabia

O ozônio encontrado naturalmente na estratosfera (camada situada


entre 15 e 50 km de altitude) tem a função de absorver radiação solar,
impedindo que grande parte dos raios ultravioletas cheguem a super-
fície terrestre, contribuindo assim para a manutenção das condições
de vida na Terra.

– 23 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Mas quais seriam os poluentes primários e secundários mais conheci-


dos? São exemplos de poluentes primários: o dióxido de enxofre (SO2), o
ácido sulfídrico (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o
monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4),
fuligem, e aldeídos.
São exemplos de poluentes secundários: o peróxido de hidrogênio
(H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de
enxofre (SO3), os nitratos (NO3-), os sulfatos (SO42-) e o ozônio (O3).
Existem outras formas de classificação dos poluentes, como:
22 Poluentes orgânicos e inorgânicos;
22 Poluentes em forma de material particulado, gases e vapores.
Os poluentes atmosféricos podem ser classificados como poluentes orgâ-
nicos e inorgânicos, de acordo com a sua composição química, isto é, a classe
química a que pertencem.

Figura 3: Poluentes classificados pela composição química.

Fonte: Shutterstock, 2016.

– 24 –
Poluentes Primários e Secundários

E quanto aos orgânicos e inorgânicos? Quais são os exemplos mais


conhecidos? Nos orgânicos temos os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
e aldeídos. Já nos inorgânicos há o dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio.
Há alguma outra classificação para os poluentes atmosféricos? Eles tam-
bém são classificados em função de seu estado físico, uma vez que podem
estar dissolvidos na atmosfera como gases ou vapores, ou mesmo se apresen-
tarem nos estados líquido e sólido.

Ozônio estratosférico: filtra a radiação ultravioleta do


Sol e, portanto, protege os seres humanos e outros orga-
nismos. Na superfície terrestre, o ozônio se torna um
poluente, pois ajuda a agravar a poluição do ar das cida-
des e a chuva ácida. Mas, na estratosfera (entre 25 e 30
km acima da superfície), é um filtro a favor da vida.
Aerossol: é um conjunto de partículas sóli-
das ou líquidas dispersas no ar.

Figura 4: Poluentes classificados pelo estado físico.

Fonte: Shutterstock, 2016.

2.1.1 Tipos de poluentes atmosféricos


Os poluentes atmosféricos são formados principalmente por substâncias
gasosas e vapores, material particulado, além de substâncias sólidas e líquidas
em suspensão.

– 25 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Os poluentes do tipo material particulado apresentam-se principal-


mente sob as seguintes formas (CETESB, 2014):
22 Partículas inaláveis e fumaça: partículas de material sólido ou
líquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aeros-
sol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de tamanho ≤ 10µm (micrômetro).
22 Partículas inaláveis finas: partículas de material sólido ou líquido
suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuli-
gem, etc, que podem permanecer no ar e percorrer longas distân-
cias. Faixa de tamanho ≤ 2,5 µm (micrômetro).
22 Partículas totais em suspensão: partículas de material sólido ou
líquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aeros-
sol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de tamanho ≤ 50µm (micrômetro).
Existe uma grande distribuição nos tamanhos do material particulado,
variando de diâmetro de 0,002 µm (as menores) a um diâmetro de 100 µm
(BAIRD, 2002).

Você sabia
O tempo de permanência das partículas suspensas no ar está direta-
mente relacionado ao seu tamanho, e pode durar dias ou semanas,
dependendo da conformação de correntes de ar favoráveis. Em resul-
tado, tanto o ar local como em escalas superiores pode ser afetado.

Devido à complexidade e aos diferentes tamanhos das partículas na


determinação dos efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente, diver-
sos termos são utilizados para designar as partículas em suspensão, ou mate-
rial particulado atmosférico: poeira e fuligem referem-se a sólidos, enquanto
névoa e neblina referem-se a líquidos.

Importante

Um aerossol é um conjunto de partículas sólidas ou líquidas dispersas


no ar (BAIRD, 2002).

– 26 –
Poluentes Primários e Secundários

As partículas grossas, de diâmetro maior que 2,5 µm, resultam prin-


cipalmente da desintegração de grandes partículas e podem ser geradas por
emissões naturais, como erupções vulcânicas e ressuspensão do solo em áreas
sem cobertura vegetal, ou podem ter origem antropogênica, como o cultivo
da terra e atividades de mineração.
As partículas finas, de diâmetro menor que 2,5 µm, formam-se princi-
palmente por meio de reações químicas ou a partir da coagulação de espécies
ainda menores.

Importante

O material particulado serve de meio de transporte para outras subs-


tâncias, como hidrocarbonetos e metais, que se agregam às partículas
(QUITERIO, 2003).

Os efeitos nocivos do material particulado na atmosfera começam pelo


elemento estético, pois além da influência negativa na visibilidade, também
está associado com a corrosão e sujeira em edifícios, construções, tecidos,
eletrodomésticos e outros materiais.
A capacidade do material de partículas finas aumentar os efeitos fisioló-
gicos dos gases presentes no ar é um dos pontos chaves no estudo da poluição
do ar por material particulado. Isto porque os efeitos das associações entre
material particulado e outros agentes, a exemplo do dióxido de enxofre, mos-
tram resultados mais acentuados que
a presença isolada desses poluentes. Figura 5: forma molecular do Ozônio (O3).

Os poluentes do tipo gasoso pos-


suem como principais representantes:
Fonte: Shutterstock (2015).

22 Ozônio: o O3 é um gás
incolor, inodoro nas con-
centrações ambientais e o
principal componente da
névoa fotoquímica. Não é
emitido diretamente para
a atmosfera. É produzido

– 27 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

fotoquimicamente pela radiação solar sobre os óxidos de nitrogênio


e compostos orgânicos voláteis.
Nota: vermelho - átomos de oxigênio.
22 Dióxido de nitrogênio: o Figura 6: Forma molecular do dióxido
NO2 é formado pela reação de nitrogênio (NO2).
do óxido de nitrogênio e do
oxigênio reativo presentes

Fonte: Shutterstock (2015).


na atmosfera. Pode levar à
formação de ácido nítrico,
nitratos (o qual contribui
para o aumento das partícu-
las inaláveis na atmosfera) e
compostos orgânicos tóxi-
cos. Alguns processos indus-
triais, usinas térmicas que utilizam óleo ou gás, incinerações, fábri-
cas de pasta de papel e afins, podem liberar, dentre outros gases, o
dióxido de nitrogênio (NO2). Gás de coloração castanha ou mar-
rom avermelhado, com odor forte e irritante, pode levar a formação
de ácido nítrico, nitratos (os quais contribuem para o aumento das
partículas inaláveis na atmosfera) e compostos orgânicos tóxicos.
Nota: vermelho- átomos de oxigênio; azul- átomo de nitrogênio.
Figura 7: Forma molecular do
22 Monóxido de carbono: monóxido de carbono (CO).
trata-se de um gás incolor,
inodoro e levemente infla-
mável formado da com-
binação de uma molécula
Fonte: Shutterstock (2015).

de carbono com outra de


oxigênio, resultante da
combustão incompleta em
veículos automotores ou de
materiais que contenham
carbono, como derivados de
petróleo e carvão.

– 28 –
Poluentes Primários e Secundários

Nota: vermelho- átomos de Figura 8: Forma molecular do dióxido de


oxigênio; preto-átomo de carbono. enxofre (NH3).
22 Dióxido de enxofre: é
um importante precur-
sor dos sulfatos, um dos

Fonte: Shutterstock (2015).


principais componentes
das partículas inaláveis.
O dióxido de enxofre
é um gás incolor, com
forte odor, semelhante
ao gás produzido na
queima de palitos de
fósforo. Pode ser trans-
formado em SO3, que na presença de vapor de água passa rapida-
mente a H2SO4. É um importante precursor dos sulfatos e um dos
principais componentes das partículas inaláveis.
Nota: vermelho- átomos de oxigênio; amarelo- átomo de enxofre.

Você sabia

O dióxido de enxofre é utilizado como desinfetante, antiséptico e


anti-bacteriano, como agente branqueador e conservador de pro-
dutos alimentares, assim como na produção de bebidas alcoólicas,
como o vinho. No vinho, o dióxido de enxofre aparece na sua forma
livre hidratada H2SO3) ou ácido sulfuroso. Ele é prejudicial à nossa
saúde na forma de gás livre no ambiente.

Existe mais alguma classificação para os poluentes? Outra classificação que


vem sendo o foco de atenção de organismos de pesquisa, a exemplo da OMS,
são os chamados Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC ou em inglês
SLCP). Recebem este nome, pois permanecem na atmosfera de dias a décadas,
e apresentam efeitos nocivos à saúde, ao meio ambiente e ao efeito estufa.
Quais seriam os principais exemplos de PCVC? O carbono negro, o
metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidrofluorcarbonetos (HFC).

– 29 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

2.1.2 A importância da classificação dos poluentes


A qualidade do ar é diretamente influenciada pela distribuição e intensi-
dade das emissões de poluentes atmosféricos de origem veicular e industrial.
Portanto, a classificação da condição física e química é determinante para a
compreensão do tempo em que esses poluentes podem agir.
Além disso, é importante considerar que as concentrações dos poluentes
dependem do clima, da topografia, da densidade populacional, do nível e do
tipo das atividades industriais locais (BRAGA et al, 2002).
Isto porque, as condições meteorológicas, ou seja, a ocorrência de chu-
vas, por exemplo, interfere diretamente nas concentrações dos poluentes
atmosféricos, devido à possibilidade de dispersão (CETESB, 2014).
Por outro lado, a ausência de chuva reduz a capacidade de depuração
atmosférica, porque as formações hídricas têm menos água para diluição de
poluentes lançados e a atmosfera é prejudicada pela maior frequência de con-
dições desfavoráveis à dispersão dos poluentes.
A presença de ventos também é determinante no tocante ao desloca-
mento dos poluentes, seja pela influência na distância e na direção que as
partículas percorrerão para posterior deposição (CETESB, 2014).

Importante

Mesmo mantidas as emissões, a qualidade do ar pode mudar em


função das condições meteorológicas que determinam uma maior ou
menor diluição dos poluentes.

Sobretudo, quando se determina a concentração de um poluente na


atmosfera, é possível medir o grau de exposição dos receptores (seres huma-
nos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo de
lançamento desse poluente na atmosfera, a partir de suas fontes de emissão
e suas interações na atmosfera do ponto de vista físico (diluição) e químico
(reações químicas). Esse processo pode ser sintetizado pela seguinte equação:
Fontes de poluição - Processos atmosféricos - Receptores (poluentes
e/ou diluição reações químicas)

– 30 –
Poluentes Primários e Secundários

Os efeitos destas interações em seres humanos e meio ambiente é o tema


do próximo capítulo.

Você sabia

O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a adotar uma legis-


lação visando reduzir as emissões veiculares. Em 1976, o Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) estabeleceu, por meio da Resolução
nº 507/76, o controle das emissões de gases e vapores do cárter dos
veículos. E, em 1986, foi criado o Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores (Proconve), instituído pela Reso-
lução Conama 18/86 e pela Lei nº 8723, de outubro de 1993. Em
2002 foi a vez das motocicletas receberem atenção especial com o
estabelecimento de um programa específico para o controle da emis-
são de escapamento das motocicletas, o Promot, instituído por meio
da Resolução Conama nº 297/2002.

Saiba mais

Os programas de controle de emissão de veículos rodoviários Pro-


conve e Promot são regidos por ampla série de regulamentos, que
podem ser consultados na página do Ibama no endereço: <http://
www.ibama.gov.br/areas-tematicas-qa/programa-proconve>.

Resumindo
Ao longo deste capítulo, vimos que os poluentes podem ser classificados
quanto à sua origem, em primários e secundários; quanto à sua composição,
em orgânicos e inorgânicos; e quanto ao seu estado físico, em material parti-
culado, gases e vapores.
Verificamos que as fontes de emissão de poluentes estão diretamente
implicadas com o tipo de poluente gerado, e que estão presentes na atmos-
fera, principalmente na forma de gases, vapores e material particulado, for-

– 31 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

mados por substâncias sólidas e líquidas em suspensão, sendo os veículos


motorizados e poeira de rua suspensa, queima de biomassa e inclusive fontes
naturais como o pólen, aerossol marinho e solo, os responsáveis pela liberação
de partículas totais em suspensão.
Sobretudo, estudamos a importância da avaliação e classificação dos
agentes poluentes, considerando o interesse em medir a concentração de um
poluente na atmosfera e o grau de exposição dos receptores e seus efeitos.

– 32 –
3
Os Efeitos na
Atmosfera

Os efeitos dos poluentes atmosféricos no meio ambiente e na


saúde dos seres humanos são diversos. Mas, você consegue imaginar
quais são os problemas causados pela poluição atmosférica? O aumento
de doenças ligadas aos sistemas respiratórios e cardiovasculares, o empo-
brecimento do solo devido à acidificação de rios e florestas decorrente
de chuvas ácidas, a diminuição da visibilidade relacionada ao aumento
da formação de neblina, além da intervenção no quadro de mudanças
climáticas, são alguns dos pontos que destacaremos neste capítulo.
Apesar da melhoria da qualidade dos carros e dos combustí-
veis, considerados os principais meios propagadores de poluentes
do ar, depois da criação de leis específicas para a preservação e o
tratamento da qualidade do ar, o aumento do número de carros
nas cidades brasileiras segue contínuo, pois ainda somos um país
incipiente no quesito mobilidade urbana.
Nosso desafio é perceber a importância dos efeitos dos poluentes
e, assim, monitorar os tipos de danos e, consequentemente, evitar o
agravamento das condições na qualidade de vida das pessoas e também
do meio ambiente. Pronto(a) para começar? Então, vamos juntos.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender os efeitos dos poluentes gasosos na atmosfera;
22 Compreender os efeitos dos poluentes de partículas naturais e arti-
ficiais na atmosfera;
22 Compreender os efeitos dos poluentes de fontes fixas na atmosfera;
22 Compreender os efeitos dos poluentes de fontes móveis na atmosfera.

3.1 Efeitos sobre a qualidade do ar


Você sabia que qualquer substância que esteja no ar e ultrapasse os
padrões de qualidade estabelecidos, tornando o ar impróprio e prejudicial à
saúde, é chamada de poluente atmosférico?
A Organização Mundial da Figura 1: Qualidade do ar e de vida
Saúde (OMS, 2015) em relatório
intitulado Reducing global health

Fonte: Shutterstock (2016).


risks through mitigation of short-
-lived climate pollutants (Reduzindo
os riscos globais por ações mitigató-
rias de poluentes climáticos de vida
curta) confirma a relação da polui-
ção atmosférica e mais de 7 milhões
de mortes por ano no mundo todo.
Neste estudo, a OMS destaca a necessidade de reduzir as emissões de
poluentes como o carbono negro, o metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidroflu-
orcarbonetos (HFC), que também estão associados às mudanças climáticas e cor-
respondem aos Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC ou em inglês SLCP).
Estes poluentes podem, facilmente, afetar nossa saúde, pois o monóxido de
carbono, o ozônio e os outros poluentes correspondem a material particulado ina-
lável com diâmetro inferior a 10µm, que pode ser absorvido no corpo humano,
uma vez que um adulto inspira, aproximadamente, 10 mil litros de ar por dia,
podendo variar de acordo com o organismo e a atividade física que pratica.
De acordo ainda com o relatório da OMS, os efeitos dos PCVCs são
adversos. Vamos destacar, a seguir, alguns números que chamam a atenção,

– 34 –
Os Efeitos na Atmosfera

considerando a população mundial de 7 bilhões, e que chegará a 8 bilhões e


900 mil pessoas até 2050, de acordo com o Fundo de População das Nações
Unidas (UNFPA, informações digitais, 2016) .
22 A exposição ao ambiente (ao ar livre) de carbono negro, compo-
nente substancial de material particulado fino (PM2,5), está relacio-
nada a causa de 3,7 milhões de mortes prematuras por ano.
22 4,3 milhões de mortes são atribuídas à exposição a PM2.5 (que
inclui carbono negro), a partir da combustão de combustíveis sóli-
dos domésticos.

Importante

• PM2,5 é a sigla em inglês de partícula tematter ou matéria particu-


lada. O motivo da sigla são suas dimensões, que variam de 20
micra a menos de 0,05 mícron de diâmetro. Entre as doenças
causadas por exposição a PM2,5 estão: acidente vascular cere-
bral, doença cardíaca isquêmica, doença respiratória aguda baixa,
doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão.
• A exposição ao ozônio é responsável por cerca de 150 mil mor-
tes por doenças respiratórias anualmente.

Saiba mais

As fuligens (carbono preto), o iodeto de prata, os núcleos de com-


bustão e os núcleos de sal são exemplos de partículas sólidas menores,
formados por meio da perda de vapor d’água proveniente do mar.
As partículas do modo de nucleação são formadas por condensação
de vapor quente, proveniente de combustão ou da reação entre
moléculas de gases.
Os núcleos de sal correspondem às partículas de sal marinho (NaCl)
formado pelas bolhas de água, que explodem no mar e formam
pequenas partículas de aerossol. Quando a água dessas partículas se
evapora, novas partículas sólidas de núcleo de sal se formam.

– 35 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

O pó de cimento, a poeira e o carvão pulverizado são exemplos de


partículas sólidas maiores. Já os pingos de chuva, a névoa e as gotas
de ácido sulfúrico são exemplos de matéria particulada líquida.

Os efeitos da poluição do ar podem variar conforme o tipo e a concen-


tração dos poluentes, os volumes aspirados, o tempo de exposição e as condi-
ções fisiológicas de cada organismo.
Sabe-se que, nas grandes cidades, as crianças e os idosos compreendem os
grupos mais suscetíveis às consequências da exposição à poluição do ar, interfe-
rindo na saúde e na qualidade de vida dessa faixa populacional. (CETESB, 2014).
Vamos agora conhecer alguns dos principais efeitos dos poluentes na
saúde humana.

3.2 Efeitos dos poluentes à saúde


A exposição humana a poluentes atmosféricos ocorre por inalação, inges-
tão ou contato com a pele, mas, sobretudo, é a inalação a via mais importante
e mais vulnerável.
Vamos agora analisar os efeitos dos poluentes na saúde humana, con-
siderando a diferenciação entre os poluentes padronizados no Brasil, como
as partículas totais em suspensão, a fumaça, o dióxido de enxofre (SO2), as
partículas inaláveis, o monóxido de carbono (CO), o ozônio (O3) e o dióxido
de nitrogênio, e alguns não legislados.
Tabela 1: Tipos de poluentes e fontes de emissão
Tipos de poluentes Fontes de emissão Efeitos à saúde humana
Interfere no sistema respiratório,
pode afetar os pulmões e todo
Partículas inalá- Processos de combustão oorganismo. Exemplos: câncer
veis grossas com (indústria e veículos automo- respiratório, arteriosclerose,
diâmetro de 10 µm tores), aerossol secundário inflamação de pulmão,
(micra)(MP10) (formado na atmosfera). agravamento de sintomas de
asma, aumento de interna-
ções hospitalares e morte.

– 36 –
Os Efeitos na Atmosfera

Tipos de poluentes Fontes de emissão Efeitos à saúde humana


Processos industriais: veícu-
los motorizados (exaustão),
poeira de rua ressuspensa,
queima de biomassa. Irritação dos olhos, rea-
Partículas em
Fontes naturais: pólen, ções alérgicas e irritações
suspensão (poeira)
aerossol, cinzas vulcânicas, nas vias respiratórias.
partículas de sal marinho
queimadas e poeiras diver-
sas arrastadas pelo vento.
Fontes naturais, como vul-
cões, contribuem para o Ação irritante nas vias respira-
aumento das concentrações tórias, que provoca tosse e até
de SO2 no ambiente. falta de ar. Agravamento dos
sintomas da asma e da bronquite
Dióxido de A emissão antrópica está relacio-
crônica. Afeta, ainda, outros
enxofre SO2 nada à queima de combustíveis
órgãos sensoriais, resultando
fósseis que contenham enxofre
no aumento de internações
em sua composição, como óleo.
hospitalares, decorrentes de
Combustível, carvão problemas respiratórios.
mineral e óleo diesel.
Fontes naturais: vulcões,
ações bacterianas, des-
cargas elétricas etc.
Fontes antrópicas: pro- Agem sobre o sistema respira-
cessos de combustão em tório, podendo causar irritações
fontes móveis e fixas. e, em altas concentrações,
Óxidos de nitro-
problemas respiratórios e
gênio NO2 e NO As emissões naturais estão em
edema pulmonar, inclusive
maior escala do que as antro-
pogênicas, porém, em razão de o agravamento de casos de
sua distribuição sobre o globo pessoas sensíveis a alérgenos.
terrestre, têm menor impacto
sobre as concentrações deste
poluente nos centros urbanos.

– 37 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Tipos de poluentes Fontes de emissão Efeitos à saúde humana


Provoca dificuldades respirató-
rias e asfixia. É perigoso para
É emitido nos processos de
aqueles que têm problemas
combustão que ocorrem em con-
cardíacos e pulmonares. Este gás
dições não ideais, em que não há
tem alta afinidade com a hemo-
oxigênio suficiente para realizar a
globina no sangue, substituindo o
Monóxido de queima completa do combustível.
oxigênio e reduzindo a alimen-
carbono CO A maior parte das emissões em
tação deste ao cérebro, coração
áreas urbanas são decorrentes dos
e restante do corpo, durante o
veículos automotores e materiais
processo de respiração. Em baixa
que contenham carbono, como
concentração causa fadiga e dor
derivados de petróleo e carvão.
no peito; em alta concentração
pode levar a asfixia e morte.
Poluente secundário. Ou seja,
não é emitido diretamente
pelas fontes, ,pois é formado na
atmosfera por meio da reação
entre os compostos orgânicos Irritação nos olhos e nas vias
voláteis e óxidos de nitrogênio respiratórias, agravando doenças
em presença de luz solar. preexistentes, como asma e
bronquite, e redução das fun-
A formação do ozônio troposfé- ções pulmonares, ocasionando
Ozônio (O3) rico ocorre por meio de reações outras doenças pulmonares
químicas complexas que aconte- (enfisemas, bronquites etc.)
cem entre o dióxido de nitrogênio e cardiovasculares (arterios-
e compostos orgânicos voláteis, clerose). Um longo tempo
na presença de radiação solar. de exposição pode ocasionar
Estes poluentes são emitidos, redução na expectativa de vida.
principalmente, na queima de
combustíveis fósseis, volatili-
zação de combustíveis, criação
de animais e na agricultura.
Fonte: elaborada pelo autor, com base no Ministério do Meio Ambiente, 2016.

Considerando os padrões de qualidade do ar estabelecidos no Brasil pela


Portaria Normativa nº 348 do Ibama, de 14 de março de 1990, e pela Reso-
lução Conama nº 003, de 28 de junho de 1990, vale destacar o entendimento

– 38 –
Os Efeitos na Atmosfera

de que há um nível máximo tolerável e um nível desejável de concentração de


poluentes, sendo o primeiro tratado como Padrões Primários de Qualidade
do Ar e o segundo como Padrões Secundários de Qualidade do Ar.

Importante

Vale destacar que alguns poluentes não são legislados, isto é, não
configuram na lista de poluentes monitorados por agências gover-
namentais estudais e municipais. De acordo com a Resolução
CONAMA Nº 03/90, configuram-se, portanto, dois grupos de
poluentes: os legislados e os não legislados. São eles:
Poluentes legislados: - Ozônio - NOx - SO2 - CO - PTS - MP10 -
MP 2,5 - HCNM
Poluentes não legislados: - Aldeídos - Cetonas - Ácidos Carboxíli-
cos - Alcoóis - HC Alifáticos - HC Aromáticos - HC Policíclicos
- Metais – Microbiológicos.

Os Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de


poluentes que, se ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população, repre-
sentando metas de curto e médio prazo.
Os Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de
poluentes atmosféricos abaixo do mínimo efeito adverso tolerável sobre o
bem estar da população, da fauna, da flora, dos recursos e do meio ambiente
em geral, configurando metas de longo prazo.
A Resolução Conama nº 03/90 estabeleceu as diretrizes para que as fede-
rações definissem suas metas relacionadas à redução dos poluentes atmosféricos.

Saiba mais

Os padrões federais de qualidade do ar, assim como os critérios para


episódios agudos de poluição do ar, estabelecidos na Resolução
CONAMA n. 03/90, podem ser verificados em:
<www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0390.html>.

– 39 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Dentre estas diretrizes, cabe citar que cada poluente é medido e atribu-
ído a um índice, que é um valor adimensional que qualifica o ar conforme sua
qualidade. Cada índice é associado a uma cor e expressa os sintomas que cada
pessoa pode sentir mediante o grau de exposição aos poluentes.

Tabela 2: Qualidade do ar e efeitos à saúde


Qualidade Índice MP10 (μg/m³) O3 (μg/m³) CO (ppm) NO2 (μg/m³) SO2 (μg/m³)
0-40 0-50 0-80 0-4,5 0-100 0-80
BOA

Efeitos Efeitos Efeitos Efeitos Efeitos


desprezíveis desprezíveis desprezíveis desprezíveis desprezíveis
41-80 50-100 100-130 9-11 200-240 Pessoas 20-40
MODERADA

com doenças res-


Pessoas com Pessoas com Pessoas com piratórias podem Pessoas com
doenças respi- doenças respi- doenças cardíacas apresentar sinto- doenças respi-
ratórias podem ratórias podem podem apresentar mas como tosse ratórias podem
apresentar sinto- apresentar sinto- sintomas como seca e cansaço apresentar sinto-
mas como tosse mas como tosse cansaço e dor mas como tosse
seca e cansaço seca e cansaço no peito seca e cansaço
81-120 100-150 130-160 11-13 240-320 40-365
Pessoas com Pessoas com População em População em População em
doenças doenças respi- geral pode geral pode apre- geral pode apre-
respiratórias ou ratórias, como apresentar sentar sintomas sentar sintomas
cardíacas, idosos asma, e crianças sintomas como como ardor nos como ardor nos
e crianças têm têm os sintomas cansaço. Pessoas olhos, nariz e olhos, nariz e gar-
os sintomas agravados. com doenças garganta, tosse ganta, tosse seca
RUIM

agravados. cardíacas têm os seca e cansaço. e cansaço. Pes-


População em sintomas como soas com doenças
População em geral pode apre- cansaço e dor no Pessoas com respiratórias ou
geral pode apre- sentar sintomas peito agravados. doenças respira- cardíacas, idosos
sentar sintomas como ardor nos tórias e crianças e crianças têm
como ardor nos olhos, nariz e têm os sintomas os sintomas
olhos, nariz e garganta, tosse agravados. agravados.
garganta, tosse seca e cansaço.
seca e cansaço.
121-200 150-250 150-250 13-15 320-1130 365-800
Agravamento dos Agravamento de Agravamento Agravamento Agravamento dos
MUITO RUIM

sintomas respi- sintomas respi- das doenças de sintomas sintomas respi-


ratórios. Agrava- ratórios. Agrava- cardiovasculares, respiratórios. ratórios. Agrava-
mento de doenças mento de doenças como infarto Agravamento mento de doenças
pulmonares, pulmonares, do miocárdio e de doenças pul- pulmonares,
como asma, e como asma, e insuficiência car- monares, como como asma, e
cardiovasculares, doença pulmonar díaca congestiva. asma, e doença cardiovasculares,
como infarto obstrutiva crônica pulmonar obs- como infarto
do miocárdio trutiva crônica. do miocárdio

– 40 –
Os Efeitos na Atmosfera

Qualidade Índice MP10 (μg/m³) O3 (μg/m³) CO (ppm) NO2 (μg/m³) SO2 (μg/m³)
>200 >250 >200 >15 >1130 >800
Sérios riscos de Sérios riscos de Sérios riscos de Sérios riscos de Sérios riscos de
manifestações manifestações de manifestações de manifestações de manifestações
de doenças doenças respira- doenças respira- de doenças
Doenças car-
PÉSSIMA

respiratórias e tórias. Aumento tórias. Aumento respiratórias e


cardiovasculares. de mortes prema- diovasculares. de mortes prema- cardiovasculares.
Aumento de turas de pessoas Aumento de mor- turas de pessoas Aumento de
mortes prematu- com doenças tes prematuras de com doenças mortes prematu-
ras em pessoas respiratórias. respiratórias. ras em pessoas
com doenças pessoas com com doenças
cardiovasculares doenças cardiovasculares
e respiratórias. cardiovasculares. e respiratórias.

Fonte: CETESB, 2014.

Você sabia

Um dos registros mais graves de efeitos deletérios dos poluentes


do ar ocorreu no inverno de 1952 em Londres. O uso intenso de
carvão de baixa qualidade, como combustível em aquecedores de
domicílios e indústrias, gerou uma nuvem composta, principalmente,
por material particulado e enxofre (em concentrações até nove vezes
maiores do que a média de ambos). A nuvem manteve-se sobre a
cidade por, aproximadamente, três dias associando-se a, uma inver-
são térmica, que resultando em um aprisionamento dos gases tóxicos
próximo a superfície. Esta situação impediu a dispersão de poluentes
e resultou em um aumento de 4 mil mortes em relação à média de
óbitos em períodos semelhantes.

Importante

A inversão térmica se caracteriza por uma camada de ar quente que


se forma sobre a cidade, “aprisionando” o ar e impedindo a dispersão
dos poluentes. (CETESB, 2014)

– 41 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Os poluentes podem acarretar um tipo de dano à saúde humana,


porém, a associação entre poluentes também podem resultar em outros
efeitos deletérios.
O nosso corpo aciona diversos mecanismos de defesa à medida que
poluentes vão se depositando no trato respiratório a exemplo do espirro,
desencadeado por partículas inaladas e que, dependendo do seu tamanho, se
alojam na própria narina.
A tosse é outro exemplo de mecanismo de defesa e pode ocorrer com a
invasão do trato respiratório inferior (além da laringe) por partículas.
Quando as partículas avançam e se depositam na superfície das células
do trato respiratório é a vez do aparelho muco-ciliar agir em defesa do nosso
organismo. O aparelho muco-ciliar é um revestimento mucoso que protege as
vias aéreas por meio da junção mecânica com as células ciliadas, cuja função
é transportar o muco em direção à orofaringe.

3.3 Efeitos dos poluentes no meio Ambiente


Confira na Tabela 3 alguns dos diversos efeitos drásticos dos poluentes
atmosféricos, seus principais poluentes atmosféricos, suas características, suas
fontes de emissão e seus efeitos ao meio ambiente:
Tabela 3: Qualidade do ar e efeitos gerais no meio ambiente

Efeitos gerais ao
Poluente Características Fontes Principais
meio ambiente

Partículas de material sólido


Processos de combustão
ou líquido suspensas no ar, Danos à vegeta-
Partículas (industrial, veículos
na forma de poeira, neblina, ção, deterioração
inaláveis automotores), aerossol
aerossol, fumaça, fuligem etc, da visibilidade e
finas secundário (formado na
que podem permanecer no ar contaminação do
(MP2,5) atmosfera) como sulfato
e percorrer longas distâncias. solo e da água.
e nitrato, entre outros.
Faixa de tamanho ≤ 2,5µm.

– 42 –
Os Efeitos na Atmosfera

Efeitos gerais ao
Poluente Características Fontes Principais
meio ambiente

Partículas de material Processos de combustão


Danos à vegeta-
Partículas sólido ou líquido que ficam (indústria e veículos
ção, deterioração
inaláveis suspensas no ar, na forma automotores), poeira
da visibilidade e
(MP10) e de poeira, neblina, aerossol, ressuspensa, aerossol
contaminação do
fumaça fumaça, fuligem, etc. Faixa secundário (formado
solo e da água.
de tamanho ≤ 10 micra. na atmosfera).

Processos industriais,
Partículas de material
veículos motorizados Danos à vegeta-
Partículas sólido ou líquido que ficam
(exaustão), poeira de ção, deterioração
totais em suspensas no ar, na forma
rua ressuspensa, queima da visibilidade e
suspensão de poeira, neblina, aerossol,
de biomassa. Fontes contaminação do
(PTS) fumaça, fuligem, etc. Faixa
naturais: pólen, aerossol solo e da água.
de tamanho ≤ 50 micra.
marinho e solo.
Gás incolor, com forte odor,
semelhante ao gás produzido
Pode levar à for-
na queima de palitos de fósfo- Processos que utili-
mação de chuva
ros. Pode ser transformado a zam queima de óleo
Dióxido ácida, causar
SO3, que na presença de vapor combustível, refinaria
de enxo- corrosão aos
de água, passa rapidamente de petróleo, veículos a
fre (SO2) materiais e danos
a H2 SO4. É um importante diesel, produção de polpa
à vegetação:
precursor dos sulfatos, um e papel, fertilizantes.
folhas e colheitas.
dos principais componentes
das partículas inaláveis.
Gás marrom avermelhado,
com odor forte e muito Processos de combustão
Pode levar à
Dió- irritante. Pode levar à envolvendo veículos
formação de
xido de formação de ácido nítrico, automotores, processos
chuva ácida,
nitrogênio nitratos (o qual contribui industriais, usinas tér-
danos à vegetação
(NO2) para o aumento das partícu- micas que utilizam óleo
e à colheita.
las inaláveis na atmosfera) e ou gás, incinerações.
compostos orgânicos tóxicos.

– 43 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Efeitos gerais ao
Poluente Características Fontes Principais
meio ambiente
Monó-
xido de Gás incolor, ino- Combustão incompleta
carbono doro e insípido. em veículos automotores.
(CO)
Não é emitido direta-
Danos às colhei-
mente para a atmosfera.
Gás incolor, inodoro nas tas, à vegetação
É produzido fotoquimi-
Ozônio concentrações ambientais natural, às plan-
camente pela radiação
(O3) e o principal componente tações agrícolas
solar sobre os óxidos de
da névoa fotoquímica. e às plantas
nitrogênio e compostos
ornamentais.
orgânicos voláteis.
Fonte: CETESB, 2014.

Aerossóis: partículas pequenas suspensas no ar, que


podem se apresentar em formato líquido (nuvens
ou névoa) ou sólido (fumaça ou poeira).
Aerossol partícula atmosférica de tamanho coloidal
Aerossol de condensação: formado pela con-
densação de vapores ou reações de gases.
Aerossol de dispersão: formado pela moagem de sóli-
dos, atomização de líquidos ou dispersão de poeiras.
Inversão térmica: caracteriza-se por uma camada
de ar quente que se forma sobre a cidade, “aprisio-
nando” o ar e impedindo a dispersão dos poluentes.
Nevoeiro: termo denotando níveis altos de gotículas de água.
Neblina: denota visibilidade diminu-
ída devido à presença de partículas.
Fumaça: partículas formadas pela com-
bustão incompleta de combustível.

– 44 –
Os Efeitos na Atmosfera

3.4 Ações de mitigação Figura 2: Dietas mais saudáveis


Como já vimos, o relatório OMS
(2015) estimou que a implementação de
um pequeno conjunto de ações mitiga-

Fonte: Shutterstock (2016).


tórias de PCVC poderia evitar milhões
de mortes prematuras por ano A opção
por uma alimentação mais saudável é
uma das ações de mitigação simples, que
independem de ações diretas voltadas à
redução da poluição do ar e que igual-
mente resultam em benefícios à saú.
A OMS (2015) defende a ideia de que em populações mais abastadas,
por exemplo, reduzir o consumo de carnes vermelhas e optar por dietas mais
saudáveis e nutritivas, à base de verduras, frutas, legumes, nozes, sementes e
grãos integrais, podem reduzir os riscos de saúde e, ao mesmo tempo, dimi-
nuir a procura por produtos animais – cujo aumento é esperado nas próximas
décadas – e, consequentemente, as emissões associadas ao metano.
A arborização do meio urbano é outro fator, extremamente, importante
para a qualidade do ar, pois as árvores são sumidouros de CO2, ou seja, são
depósitos naturais, sendo capazes de reter mais de 80% das partículas inalá-
veis emitidas pelos motores a diesel (SIRKIS, 1999). Portanto, instalar áreas de
lazer, como praças e equipamentos para exercício físico, em vias próximas de
trânsito intenso é uma decisão contraditória do ponto de vista da saúde pública.
O relatório da agência da OMS (2015) também destacou duas cidades
brasileiras no quesito ações miti- Figura 3: Arborização Urbana
gatórias. Uma delas é Curitiba,
que conseguiu desenvolver um
Fonte: Shutterstock (2016).

amplo sistema de transporte utili-


zado por 72% de seus moradores,
plantou mais de 1,5 milhão de
árvores e criou um programa de
troca de “lixo” por passagens de
ônibus em comunidades carentes,
ação que tem contribuído para

– 45 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

que 50% dos resíduos produzidos e descartados (papel, metal, vidro e plás-
tico) sejam reciclados. Porto Alegre também foi citada, devido a seus bons
indicadores ambientais.

Resumindo
Como vimos, estabelecer ações de mitigação ao dano ambiental, em
especial aqueles relativos à poluição do ar, exigem o estabelecimento de obje-
tivos que despertem atitudes positivas nos cidadãos, visando a reflexão sobre
nosso modo de viver e nos relacionarmos enquanto sociedade. Um dos meios
para se atingir esta linha de objetivo é conhecer os efeitos dos poluentes que
geramos no nosso dia a dia.
Neste capítulo, aprendemos sobre os diversos tipos de efeitos dos
poluentes, sobre a saúde da população e também sobre o meio ambiente. A
maioria dos efeitos relacionada à fontes de emissão primária, causadas por
interferência antropogênica.

– 46 –
4
Efeitos dos poluentes
atmosféricos no
ciclo hidrológico

Elementos classificados como poluentes químicos pos-


suem uma capacidade tóxica elevada, e quando lançados nos corpos
hídricos, devido a processos industriais mal planejados, provocam
um efeito tóxico em animais, plantas aquáticas e seres humanos. E
isto graças ao chamado ciclo hidrológico, que está direta e indireta-
mente associado ao ciclo da poluição atmosférica.
As águas usadas em sistemas de refrigeração, por exemplo, cau-
sam poluição térmica, pois este efluente, quando despejado no rio,
acarreta o aumento da temperatura da água, diminuindo a concen-
tração de oxigênio dissolvido e impactando os organismos do meio.
A concentração de poluentes versus a capacidade de vazão dos
corpos hídricos é, portanto, um tema relevante, assim como com-
preender os principais efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo
hidrológico. Sendo assim, destacamos os objetivos de aprendizagem
do presente capítulo.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Objetivos de aprendizagem:
22 Relacionar emissões poluentes atmosféricas aos impactos observa-
dos no ciclo hidrológico do planeta;
22 Discutir como o controle dos poluentes atmosféricos pode reduzir
a poluição em corpos hídricos.
Como sabemos, a maior parte da poluição atmosférica é oriunda da
queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, que ao serem
queimados não liberam apenas energia, mas muitos produtos químicos, a
exemplo do enxofre e nitrogênio.
Essas substâncias, enxofre e nitrogênio, são subprodutos indesejáveis, e
ao contrário do que se imaginava, ao serem lançados diretamente na atmos-
fera passam por uma transformação e são convertidos em dióxido de enxo-
fre e óxidos de nitrogênio e, em seguida, são dispersados na atmosfera de
forma prejudicial a todos.
Figura 1: Ciclo de Poluição Atmosférica. Isto demonstra que a
poluição atmosférica ocorre em
um ciclo bem definido de emis-
são – dispersão|transformação|d
eposição – receptor.
Fonte: Shutterstock (2015).

Este ciclo se inicia com a


emissão, em que uma parte da
poluição rapidamente se preci-
pita ao solo, antes de ser absor-
vida pela umidade do ar, resul-
tando na deposição em árvores,
mares, rios, lagos, construções,
etc, remetendo à segunda fase.
Os depósitos são formados e, mais tarde, se combinam com a água
da chuva, transformando-se em ácidos. Essas substâncias químicas rea-
gem com o vapor d’água na atmosfera, resultando em ácidos sulfúrico
e nítrico diluídos. Esses ácidos também reagem com outras substâncias
químicas na atmosfera, formando poluentes secundários, a exemplo do
ozônio. Outra parte da poluição pode permanecer no ar por mais de uma

– 48 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico

semana e, por dispersão, ser transportada pelo vento além da área onde
iniciou a emissão.
A formação de poluentes secundários ocorre com o deslocamento das
massas de ar que, após um tempo, atingem concentrações mais elevadas em
áreas mais afastadas das fontes de emissão. Estes poluentes são responsáveis
pelo “smog”, nevoeiro, chuvas ácidas, etc, causando efeitos negativos à saúde,
ao meio ambiente e aos seus recursos. Somente são controlados por meio da
diminuição das emissões dos poluentes primários.

Importante

A palavra Smog tem origem na língua inglesa e resulta da associação


das palavras smoke (fumaça) e fog (nevoeiro) que por junção significa
nevoeiro de fumaça. Na prática constitui num fenômeno urbano que,
segundo o conceito de Fiorillo e Rodrigues (1999, p. 285), pode ser
definido como, “as massas gasosas naturais poluídas compostas por
diversos gases, vapores e fumaça que acabam nos nossos pulmões”.

Quando a precipitação ácida ocorre sob a forma de neve, os problemas


para o meio ambiente são atenuados, mas durante o inverno, a neve se acu-
mula no solo, retendo seus ácidos, de modo que na chegada da primavera, a
neve derrete e o fluxo de água emergente carrega as substâncias até os rios e
lagos liberando os ácidos até então retidos, ocorrendo a terceira fase, onde se
forma uma correnteza ácida prejudicando plantas e animais.
Figura 2: Correnteza ácida

Fonte: Shutterstock, 2015.

– 49 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

As plantas são responsáveis pela emissão de grande variedade de hidrocar-


bonetos gasosos, dentre os quais o metano (CH4), resultante da decomposição
de plantas e animais, gerando num fenômeno conhecido por gás dos pântanos.
É o ciclo hidrológico que entra em cena para dissipar a poluição gerada
e lançada na atmosfera nesse processo de decomposição das plantas e animais,
por meio das nuvens e precipitação, por exemplo, num processo natural que
iremos aprofundar a seguir.

Importante

A chuva naturalmente é ácida devido à presença de dióxido de carbono


(CO2) na atmosfera, mas quando seu pH é inferior a 4,5-5, temos o
chamado fenômeno da chuva ácida ou deposição ácida. Trata-se da pre-
cipitação ( seja em forma de neve, chuva, granizo ou nevoeiro), formada
a partir da reação dos óxidos de enxofre e azoto já convertidos em ácido
sulfúrico e nítrico, em contato com a água, oxigênio, dióxido de carbono
e luz solar que resultam em chuva corrosiva (ECOGUIA, 2016).

Saiba mais

Os ventos podem transportar as nuvens de “Chuvas ácidas” até cerca de


3000 Km de distância de seu local de formação original, dependendo
dos sistemas de dispersão atuantes, tais como o vento, a frequência das
chuvas e as condições da atmosfera. É justamente essa influência de
fatores que torna o controle ambiental um desafio (ECOGUIA, 2016).

4.1 Emissão de poluentes atmosféricos


e sua influência no ciclo hidrológico
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água
presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera.
Esse movimento é resumido por Rebouças (1997) da seguinte forma:
A energia térmica do sol e a transpiração dos organismos vivos transforma
parte da água dos oceanos e continentes (rios, lagos e umidade do solo)

– 50 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico

em vapor, que sobe à atmosfera e sofre condensação formando as nuvens.


Com a ação da energia gravitacional, a água atmosférica volta a cair na
forma de chuva, neblina, neve, indo alimentar o fluxo dos rios, a umidade
do solo e os estoques de água subterrânea (REBOUÇAS, 1997).

Figura 3: Ciclo hidrológico

Fonte: Shutterstock, 2016.

Na atmosfera, as nuvens formadas, quando carregadas, provocam preci-


pitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve. Por esta razão, o ciclo
hidrológico é um mecanismo determinante no ciclo da poluição, pois é um
catalisador eficaz na dispersão, uma vez que inicia pelo ar com a formação de
nuvens e se completa pela precipitação de chuva, neve ou granizo.
Pode dizer-se que mais de 80% dos poluentes são removidos pela pre-
cipitação (ECOGUIA, 2016). Além disso, a água precipitada pode seguir
diferentes caminhos, conforme tabela abaixo.
Tabela 1: Processos destinatários da água precipitada.

Processo Destino
Passagem lenta de um líquido através de um meio (no solo ou
Infiltração e
nas rochas), podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na
percolação
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.

– 51 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Processo Destino
Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos
Armaze-
solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um perí-
namento
odo muito variável, formando os aquíferos.
Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipita-
Escoamento
ção é maior do que a capacidade de absorção do solo.
Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evapora-
ção da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absor-
Transpi-
vida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a
ração
atmosfera por meio da transpiração. A esse conjunto, evapora-
ção mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração.
Congela-
Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.
mento
Fonte: MMA, Informações digitais (2015).

A água está sempre em movimento, o que permite a ocorrência da


chuva, da neve, a formação e regeneração de rios, lagos, oceanos, a formação
das nuvens e deposição das águas subterrâneas.

Importante

Umidade relativa do ar é a relação da quantidade de vapor de água


(calculada em gramas por metro cúbico de ar) com o volume e a tem-
peratura da atmosfera de um determinado lugar (REBOUÇAS, 1997).

Você sabia

Numa cidade cuja temperatura é de 20ºC, o ar fica saturado ao atingir 17


gramas de vapor água por metro cúbico (17g/m³). Neste caso, a umidade
relativa do ar atingiu 100%. Quando o ar atinge o seu ponto de saturação,
ocorrem as precipitações, principalmente as chuvas (REBOUÇAS, 1997).

A forma como os poluentes atmosféricos influenciam o ciclo hidroló-


gico se mostra sob diferentes aspectos, todos relacionados ao principal efeito:
mudanças climáticas.

– 52 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico

A variabilidade climática está relacionada com a variação natural do


clima no planeta. Já se sabe que o clima varia naturalmente, independente-
mente das intervenções do ser humano, as estações do ano não teriam sempre
as mesmas temperaturas, pelo simples fato de que o clima é dependente da
intensidade da radiação solar.
Mas como é determinada a intensidade da radiação solar? Os movimen-
tos de rotação e translação que aproximam e afastam o Sol e a Terra, em
alguns ciclos, determinam o maior ou menor grau de incidência de radiação
solar e, consequentemente, o grau de aquecimento ou resfriamento da Terra
sazonalmente e historicamente.
Mas, nesse contexto, quando uma camada de ar frio fica sob uma camada
de ar quente, produzindo uma inversão térmica, a dispersão de poluentes
lançados na atmosfera ocorre muito lentamente, facilitando o acúmulo de
contaminantes próximo ao solo.

Você sabia

O conceito de mudanças climáticas difere do de variabilidade cli-


mática, a medida que engloba diversos fenômenos, a exemplo da
acidificação da atmosfera e chuvas ácidas, do escurecimento global,
destilação global, aquecimento global por gases de efeito estufa,
redução da camada de ozônio.

Tabela 2: Principais impactos da poluição atmosférica no ciclo hidrológico.

Processo Destino
Acidificação Resultado da reação dos óxidos de enxofre e azoto, presen-
da atmosfera tes na atmosfera, ao contato com a água, oxigénio, dióxido
e chuvas de carbono e luz solar, se convertendo em ácido sulfúrico e
ácidas nítrico, ácidos fortes que resultam em chuva corrosiva.
Fenômeno atmosférico caracterizado pela redução da visi-
Escure-
bilidade e luminosidade, decorrente do aumento da quanti-
cimento
dade de aerossóis atmosféricos, como o carbono negro. Inter-
global
fere no ciclo hidrológico por redução da evaporação.

– 53 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Processo Destino
Processo geoquímico causado por produtos químicos, em especial,
Destilação
os poluentes orgânicos persistentes (POPs), que são transporta-
global
dos das zonas mais quentes para as regiões mais frias da Terra.
O efeito estufa natural mantém a temperatura em condições de vida
Aqueci- no planeta, por atuar como barreira para radiações nocivas a vida
mento ao absorver parte da radiação ultravioleta. O efeito estufa antro-
Global pogênico é decorrente da associação de gases naturais com gases
por Gases produzidos pelo homem, e radiam parte da energia absorvida de
de Efeito volta para a superfície, fazendo com que a superfície receba quase o
Estufa dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol tornando-
-a mais quente do que estaria sem a presença dos gases de estufa.
Camada que atua como barreira as radiações nocivas à vida ao absor-
ver parte da radiação ultravioleta, e que monitora-se a capacidade. A
Redução
Convenção de Viena, que trata da “Proteção da Camada de Ozônio”, e
da camada
o Protocolo de Montreal sobre “Substâncias que Destroem a Camada
de ozônio
de Ozônio”, tiveram seus textos promulgados pelo Decreto 99.280, de
6.06.1990, fazendo parte, portanto, do Direito Positivo Brasileiro.
Fonte: MMA, Informações digitais (2015).

Importante

Os poluentes orgânicos persistentes (POP) são organoclorados que não


se deterioram facilmente na natureza e se originam na produção de pestici-
das e plásticos, a exemplo do dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), comum
na década de 70 em produtos de controle de pragas agrícolas. Devido
a seus efeitos altamente nocivos, o uso do DDT atualmente é proibido.

É comum se pensar que qualquer evento atípico ou extremo é resultado


da mudança do clima, contudo, é preciso considerar que as mudanças do clima
e o aquecimento global estão inter-relacionados, mas não são o mesmo fenô-
meno. E qual seria a relação entre mudanças climáticas e aquecimento global?
O aquecimento global, no contexto atual, se refere a um aumento, além
do natural, da temperatura e da capacidade de retenção de calor da atmosfera.

– 54 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico

Ou seja, o aquecimento da Terra está relacionado à quantidade de energia que


entra (via radiação solar) e sai (via propagação de calor) da Terra.
Assim como o aquecimento Figura 4: Mudanças climáticas.
global, o buraco na camada de
ozônio, e a estação do verão,
aumentam a pressão atmosfé-

Fonte: Shutterstock (2015).


rica, que por sua vez, provoca a
oscilação da troposfera. Como
resultado, eliminam-se as con-
dições de condensação para
formação de chuvas, já que o
ar quente somente suporta con-
ter um certo limite de vapor de
água. No entanto, para que exista a condensação, é necessário que o vapor
de água (umidade do ar), em ascensão, encontre uma camada de ar frio.
Este tipo de interferência é causado facilmente pelos poluentes atmosféri-
cos, alterando o ciclo hidrológico e, por sua vez, impactando na mudança
do clima.
O aumento na concentração de gases de efeito estufa (GEE) e aerossóis
na atmosfera, associado aos diferentes processos de uso e ocupação do solo
(a exemplo dos desmatamentos), mostram-se como evidências fortes de que
estamos alterando de forma contundente os ciclos biogeoquímicos (sendo o
ciclo da água o mais factível) e afetando o sistema climático do planeta.

Importante

Os gases de efeito estufa (GEE) integram a atmosfera em sua ori-


gem natural, mas alguns se transformam em subprodutos indesejáveis
ao interagirem devido a lançamentos produzidos pelas intervenções
antrópicas, e outros são 100% produzidos por atividades humanas,
como os halocarbonetos e outras substâncias com cloro e bromo.
São assim chamados pela sua capacidade de absorver e reemitir radia-
ção infravermelha para a superfície da Terra e para a atmosfera, cau-
sando um efeito semelhante ao de uma estufa. Podemos comparar a
um carro fechado estacionado sob o sol a pino.

– 55 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

O Protocolo de Quioto listou seis GEE em seu famoso Anexo A:


o dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), o óxido nitroso
(N2O), o metano (CH4), os hidrofluorocarbonetos (HFC), os per-
fluorocarbonetos (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

Saiba mais

Foi convencionado um padrão comparativo entre os GEE, visto que


possuem capacidades distintas de impactar o clima. Trata-se do CO2-
-equivalente, que permite calcular a quantidade de emissões de um
determinado gás pelo seu efeito no clima. Um exemplo: o metano
tem 21 vezes mais impacto no clima do que o CO2. Por isto, 1 tone-
lada de metano corresponde a 21 toneladas de CO2 equivalente. Tal
padrão não é consenso entre os cientistas, mas é adotado pelo Painel
Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) criado em 1988,
por meio de uma iniciativa da Organização Meteorológica Mundial
(WMO) e do Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep).

4.2 Influência do lançamento de


efluentes contaminados em rios
e a poluição atmosférica
Cada atividade emite Figura 5: Smog
poluentes característicos, e
cada um causa um efeito,
com diferentes graus de
Fonte: Shutterstock (2016).

poluição, inclusive nos siste-


mas hídricos.
Como dito anterior-
mente, a principal influência
da poluição atmosférica no
ciclo hidrológico se refere à

– 56 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico

regulação do clima, que por sua vez, interfere nos fluxos hidrológicos e na
reciclagem de nutrientes.
Há uma relação direta entre os fenômenos do smog e das mudanças
climáticas: quanto mais brusca a alteração do regime do vento, associado
a poluição do ar nas mudanças climáticas, mais intensa será a ocorrência
do smog.
Sabe-se que as mudanças climáticas também afetam o regime de precipi-
tação que, somado ao smog, ocasiona a chuva ácida, que de todos os efeitos da
poluição atmosférica, talvez seja o fenômeno que mais se destaca.
Mas considerando que parte dos poluentes atmosféricos também se
depositam nos solos, rios e rochas, o processo de precipitação resulta na con-
taminação dos corpos hídricos, devido ao escoamento superficial e subterrâ-
neo, interferindo em outros aspectos, tais como: recreação, erosão, transporte
e deposição de contaminantes que, por sua vez, interferem em vários aspec-
tos, inclusive no processo de tratamento de águas.
O fósforo e o nitrogênio, por exemplo, são necessários para os proces-
sos biológicos, pois atuam no crescimento e reprodução de organismos que
causam a degradação da matéria orgânica. Isto porque, quando dissolvidos
na água, funcionam como alimento para algas, e quando excedem os níveis
de limite para regeneração do ecossistema, resultam no excesso de cianobac-
térias, por exemplo. Estas passam a se reproduzir em enorme quantidade,
consumindo o oxigênio, desequilibrando a manutenção da vida de outras
espécies e permitindo o processo de eutrofização, comuns em corpos d’água
como lagoas e outros ambientes de água parada (lênticos).

Saiba mais
Quando a carga dos esgotos lançados excede a capacidade de auto-
depuração do corpo de água, o rio fica sem oxigênio, como dito
acima, e os peixes, por exemplo, morrem, não por toxicidade, mas
por asfixia. Portanto, a quantidade de alimento (esgoto ou outros
despejos orgânicos assimiláveis) lançada em corpos hídricos deve ser
proporcional à sua vazão ou ao seu volume, isto é, à sua disponibili-
dade de oxigênio dissolvido (VALENTE et al, 1997).

– 57 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é usada para medir o


valor da poluição produzida por matéria orgânica oxidável biologicamente,
equivale à quantidade de oxigênio que é consumida pelos microrganismos
das águas poluídas, na oxidação biológica, quando mantida a uma deter-
minada temperatura por certo período de tempo. Essa demanda pode ser
elevada, a ponto de consumir todo o oxigênio dissolvido da água, o que
resulta na morte de todos os organismos aeróbios de respiração aquática
(DEBERDT, 2006).
A DBO é um dos principais fatores para avaliar o impacto da qualidade
da água, isso decorre da importância do oxigênio para a manutenção da vida
aeróbia, visto que os poluentes nos corpos hídricos podem influenciar na
concentração desse elemento eliminando as formas de vida que dependem de
oxigênio para sobreviver (EIGER, 2003 e BRAGA et al., 2005).

Importante

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é um indicador que deter-


mina indiretamente a concentração de matéria orgânica biodegradável
por meio da demanda de oxigênio exercida por microrganismos na
respiração (VALENTE et al, 1997).

Outra influência dos poluentes atmosféricos em corpos hídricos refere-


-se a presença de partículas em suspensão no meio líquido, que gera turbidez.
Em decorrência da dificuldade que essa turbidez causa na passagem da luz de
raios solares, diminui as condições da fotossíntese e, consequentemente, de
reposição do oxigênio (PINTO, 2003).
Óleos lubrificantes, óleos de cozinha, componentes residuais de origem
vegetal e animal dentre outros, são exemplos de elementos complicadores
do processo de tratamento da água quando presentes em corpos hídricos e
mananciais de abastecimento público. Tais elementos interferem tanto na
estética quanto na Demanda Química de Oxigênio (DQO), e isto faz com
que diminua a área de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico,
impedindo a transferência do oxigênio da atmosfera para a água, impactando
no ciclo hidrológico (CETESB, 2001).

– 58 –
Efeitos dos poluentes atmosféricos no ciclo hidrológico

Importante

Demanda Química de Oxigênio (DQO) é um indicador de maté-


ria orgânica baseado na concentração de oxigênio consumido para
oxidar a matéria orgânica, biodegradável ou não, em meio ácido e
condições energéticas por ação de um agente químico oxidante forte
(VALENTE et al, 1997).

Como visto diversas são as influências do lançamento de efluentes con-


taminados em rios, sendo que sua reação se estende para a atmosfera de uma
forma ou de outra graças à ação de um importante ciclo biogeoquímico, do
qual todos dependemos: o ciclo da água.
Por esta razão, compreender essa combinação de fatores e como as rela-
ções de efeito e causa se estabelecem é tão importante, já demandando muitos
estudos em todos os níveis.

Resumindo
Ao longo do curso, vimos que a quantidade de poluição encontrada
nas águas é medida por meio de características físicas, químicas e biológicas
das impurezas existentes, igualmente identificadas por parâmetros físicos,
químicos e biológicos.
Muitos dos poluentes atmosféricos estudados se relacionam com gases
do efeito estufa (GEE), estabelecendo uma relação direta e indireta com o
fenômeno das mudanças climáticas.
Isto porque, alguns elementos, como o óxido de enxofre (SO2), por exem-
plo, embora não se enquadrem como GEE, e não tenha influência na radiação
ultravioleta, ao reagir com a água, se precipita na forma de ácido sulfúrico
misturado com a água, resultando em chuva ácida, um dos maiores exemplos
de problemas relacionados entre poluição atmosférica e ciclo hidrológico.
Tais efeitos denotam a importância de se identificar os métodos para o
controle e monitoramento da emissão de poluentes e como se dá a implemen-
tação destes métodos no processo de emissão de poluentes, tema do nosso
próximo capítulo.

– 59 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Ciclo hidrológico ou ciclo da água: é o movimento


contínuo da água presente nos oceanos, continen-
tes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera.
Infiltração e percolação: é a passagem lenta de um líquido
através de um meio (no solo ou nas rochas), podendo
formar aquíferos, ressurgir na superfície na forma de
nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.
Armazenamento: é o resultado da água que flui len-
tamente entre as partículas e espaços vazios dos solos
e das rochas, podendo ficar armazenada por um perí-
odo muito variável, formando os aquíferos.
Escoamento: é o resultado da água que escoa sobre
a superfície, nos casos em que a precipitação é
maior do que a capacidade de absorção do solo.
Transpiração: é a água que evapora retornando à atmos-
fera. Em adição a essa evaporação da água dos solos,
rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plan-
tas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera
por meio da transpiração. A esse conjunto, evaporação
mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração
Congelamento: é a água que congela formando as
camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.
Umidade relativa do ar: é a relação da quanti-
dade de vapor de água (calculada em gramas por
metro cúbico de ar) com o volume e a tempera-
tura da atmosfera de um determinado lugar.

– 60 –
5
Métodos para controle
e monitoramento da
emissão de poluentes

Vivemos em um País de dimensões continentais, que é um dos


maiores detentores de recursos naturais de todo o mundo. O Bra-
sil possui biomas extremamente ricos em biodiversidade, como as
encontradas na Amazônia e Mata Atlântica por exemplo. Possuímos
uma das maiores malhas fluviais de todo o planeta, com extensos
rios que propiciam a formação de complexos ecossistemas. Grandes
extensões de florestas, que são responsáveis por incontáveis serviços
ambientais, fundamentais para a manutenção da vida em todas as
suas formas. Em contrapartida, há tempos a exploração inadequada
das riquezas naturais é uma triste realidade que deve ser repensada.
A poluição altera as características naturais do meio, levando à
piora significativa da qualidade do ar, água ou solo. Este efeito influen-
cia diretamente diversos processos biológicos, tanto para flora quanto
para fauna, resultando em diminuição da qualidade de vida de seres
humanos. Os aspectos naturais dos ecossistemas são modificados e
inúmeras relações ecológicas são comprometidas. Adicionalmente, a
população, exposta aos diversos tipos de poluentes, pode desenvolver
graves problemas crônicos de saúde, inclusive levando à morte. Neste
capítulo, você será capaz de identificar os métodos para controle e
monitoramento da emissão de poluentes, assim como implementar as
técnicas necessárias para o controle da emissão de poluentes.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Objetivos de aprendizagem:
22 Identificar os métodos para o controle e monitoramento da emis-
são de poluentes;
22 Realizar o controle do processo de emissão de poluentes;
22 Identificar os padrões de emissão;
22 Verificar a eficiência de um equipamento para controle e monitora-
mento da poluição atmosférica.

5.1 Métodos de controle da


emissão de poluentes
Para se controlar a emissão de poluentes de uma forma geral, pode-se
utilizar basicamente dois métodos: diretos e indiretos. Tais processos, quando
realizados de forma adequada, podem reduzir consideravelmente a concen-
tração de poluentes, levando-se em conta principalmente processos indus-
triais. Desta forma iremos detalhar adiante estas principais técnicas.

5.1.1 Métodos indiretos


Os métodos indiretos são aqueles que agem por meio da modificação
de um processo ou equipamento, com intuito de reduzir a emissão de gases.
Operam impedindo ou diminuindo a formação de determinados poluentes
ou, ainda, diluindo sua ação por meio de equipamentos.
De acordo com Saliba (2000) e Lisboa e Schirmer (2008), o controle
da poluição atmosférica pode ser subdividida, levando-se em consideração os
seguintes objetivos:
a) Impedir a geração de poluente:
22 Quando há a substituição de matérias-primas ou insumos por
outros menos tóxicos – a troca de enxofre por soda na produ-
ção da celulose e a não adição de chumbo tetraetila na fabri-
cação da gasolina. Substituição de combustíveis mais tóxicos,
como diesel e carvão, por outros menos tóxicos, como gás
natural, em processo de combustão.
22 Quando há mudanças de processos e/ou operações – utilização
de operações contínuas automáticas; uso de sistemas totalmente

– 62 –
Métodos para controle e monitoramento da emissão de poluentes

fechados; processo úmido ao invés de processo seco; condensa-


ção e reutilização de vapores na indústria petrolífera, etc.
b) Diminuir a quantidade de poluentes gerados:
22 Operar os equipamentos dentro da capacidade normal (sem
ultrapassar os limites); priorizar a boa utilização e manu-
tenção adequada dos equipamentos nos processos produ-
tivos; correto armazenamento do material pulverulento;
mudanças de comportamento em decorrência da educação
ambiental, etc.
22 Mudanças de combustíveis (por exemplo, um combustível
com menor teor de enxofre).

Material pulverulento: gerado durante o processo


de trituração de rochas para a produção de britas.

c) Diluir por meio de chaminés elevadas:


22 Fatores relacionados com o processo – quantidade emitida; tem-
peratura de emissão; estado e concentração dos poluentes, etc.
22 Fatores relacionados com a fonte – altura e diâmetro da cha-
miné, velocidade dos gases; relação com as demais chaminés.
22 Fatores meteorológi-
cos – direção e velo- Figura 1: Emissão sistemática de
poluentes pelo setor industrial.
cidade dos ventos;
temperatura e esta-
bilidade atmosférica.
Fonte: Shutterstock (2016).

d) Adequada construção e
manutenção dos edifí-
cios industriais: corretos
armazenamentos e dispo-
sição de produtos e resí-
duos sólidos e líquidos.

– 63 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

e) Planejamento territorial urbano: localização seletiva da fonte e do


receptor dos poluentes.
f) Mascaramento do poluente: por meio da substituição da percepção
de um odor por outro.

Você sabia

Recentemente, a prefeitura da cidade de Milão, na Itália, proibiu a


circulação de veículos no território do município nos dias 28, 29 e
30 de dezembro de 2015, entre às 10h e 16h, em decorrência de
alto índice de poluição. Os níveis de partículas poluentes estão acima
do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o
que pode trazer perigo à saúde da população. Também no mês de
dezembro de 2015, autoridades de Pequim, na China, decretaram
estado de emergência devido ao alto índice de poluentes no ar.
Agência Italiana de Notícias – ANSA BRASIL: disponível em
<http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/italia/noticias/2015/12/23/
Alto-indice-poluicao-faz-Milao-proibir-trafego-carros_8846100.html>.

5.1.2 Métodos diretos


Se após utilizarmos as medidas anteriormente citadas não conseguirmos
alcançar a eficiência necessária na
redução dos poluentes, torna-se Figura 2: Na China, a população utiliza
máscaras para se proteger da poluição.
necessário tomar medidas dire-
tas para a redução da emissão de
Fonte: Shutterstock (2016).

tais substâncias. São considerados


métodos diretos de controle algu-
mas técnicas destrutivas (incine-
ração e biofiltração) e técnicas
recuperativas (absorção, adsor-
ção e condensação). Os métodos
diretos podem ser divididos em:

– 64 –
Métodos para controle e monitoramento da emissão de poluentes

a) Concentração dos poluentes na fonte para tratamento efetivo antes


do lançamento na atmosfera: como, por exemplo, os sistemas de ven-
tilação local exaustora.
b) Retenção do poluente, após geração por meio de equipamentos de
controle de poluição do ar.

Importante

Os filtros são considerados equipamentos de alta eficiência em se tra-


tando de material particulado, pois são capazes de reter porcentagens
superiores a 99,9% das partículas presentes no fluxo gasoso.

5.2 Implementação do controle no


processo de emissão de poluentes
A utilização de fontes fósseis de energia é responsável pela emissão de
poluentes atmosféricos, devido à combustão, e gera impactos ambientais de
ordem global (com a emissão de CO2, causando efeito estufa), ordem regional
(com a emissão de SO2 e NO2, causando as chuvas ácidas) e de ordem local
(com o CO, SO2, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e materiais particu-
lados, aumentando a poluição do ar nas cidades) (SZWARCFITER, 2004).
Mas como ocorre o processo de poluição atmosférica? Para que haja a
poluição do ar, o processo segue determinadas etapas. Primeiramente, há a
geração da poluição propriamente dita, em seguida, ocorre a emissão destes
poluentes para atmosfera por meio da dispersão, momento em que pode
existir modificações físicas e químicas dos compostos e, por fim, é feita a
imissão (recepção) da poluição por diversos receptores, como seres humanos,
animais, florestas, etc.
Mesmo que dados científicos comprovem uma ineficiência para se
controlar de forma definitiva a poluição ambiental, pode-se verificar que
alguns países têm conseguido resultados significativos no controle da taxa de
aumento dos principais poluentes com a adoção de dispositivos (BRAUN et
al., 2003). E, para cumprir este objetivo são necessários equipamentos espe-
cíficos de controle de poluição.

– 65 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

E como escolhemos os equipamentos adequados? Para isso, são con-


siderados alguns aspectos técnicos como: tipo e natureza dos poluentes,
vazão da fonte, eficiência de retenção desejada, condições locais, forma
desejada para apresentação e destinação do poluente. A partir destes dados,
e levando-se em conta as características físico-químicas do poluente, os
equipamentos podem ser divididos em duas categorias: para controle de
material particulado e para gases e vapores. Vamos entender cada uma delas
a partir de agora.

5.2.1 Tipos de equipamentos de


controle de material particulado
Este tipo de material necessita de coletores, que trabalham com a utili-
zação de líquidos e outros secos. Podendo-se dividir em:
22 Coletores secos – coletores mecânicos inerciais e gravitacionais;
coletores centrífugos (como por exemplo, o ciclone); precipitado-
res dinâmicos secos; precipitadores eletrostáticos secos e filtros de
tecido (como por exemplo, o filtro de manga).
22 Coletores úmidos –lavadores com pré-atomização; lavadores com
atomização pelo gás; lavadores com enchimento; lavadores de leito
móvel; precipitadores eletrostáticos úmidos; precipitadores dinâmi-
cos úmidos.

5.2.2 Tipos de equipamentos de


controle de gases e vapores
Da mesma forma, os equipamentos são utilizados em decorrência de
suas propriedades físico-químicas:
22 Condensadores;
22 Absorvedores;
22 Adsorvedores;
22 Incineradores de chama direta;
22 Incineradores catalíticos.

– 66 –
Métodos para controle e monitoramento da emissão de poluentes

5.2.3 Principais equipamentos


utilizados e suas eficiências
Dentre os principais equipamentos de controle de material particulado,
segundo Fernandes (2007) e Lisboa e Schirmer (2008), destacam-se:
22 Câmara de sedimentação gravitacional – atua na separação dos
poluentes do fluxo gasoso. Os gases entram por uma câmara de
compartimento maior do que a tubulação pela qual entraram, logo
perdem velocidade, o que faz com que as partículas de maior massa
sejam levadas para a parte debaixo do compartimento, ao passo que
o resto do fluxo continua seu caminho original. É um equipamento
de pouca eficiência, pois não consegue reter material particulado
com diâmetros menores de 20 µm. Com frequência é utilizado
como pré-tratamento, para em seguida adotar outros métodos.
22 Ciclone – une as forças gravitacional e centrípeta. As partículas se
chocam na parte cônica do aparelho, perdem energia e descem em
circular à parte debaixo, onde formam um vórtice. Essas partículas
são armazenadas em uma seção inferior, enquanto o restante do
fluxo segue seu sentido original. Os ciclones possuem baixa efici-
ência, pois não conseguem reter partículas com diâmetros menores
do que 5 µm. Assim, são bastante utilizados como pré-coletores.
22 Filtros –são os equipamentos mais utilizados no controle da polui-
ção do ar. Podem ser descartáveis ou não. Os resíduos são usual-
mente retidos após o impacto das partículas contra a parede do
material de que é feito o filtro. Depois de se formar uma camada de
material retido na superfície, esta passa a atuar também como filtro.
Os filtros tipo manga são os mais utilizados no processo industrial.
Tratam-se de bolsas de forma cilíndrica, cujo tecido é usado para
retenção das partículas. Eles removem o pó do fluxo de gás, quando
ele passa pelo tecido poroso do equipamento.
22 Lavadores – equipamentos que absorvem as partículas do fluxo gasoso,
utilizando-se de um meio líquido. Assim, o líquido, ao entrar em con-
tato com o gás, redireciona as partículas para um sistema de tratamento
de efluentes líquidos, onde acontece a separação do sólido e do líquido,

– 67 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

este, por sua vez, volta ao equipamento para continuar o processo de


lavagem do fluxo gasoso. A parte sólida é separada adequadamente. A
eficiência dos lavadores pode variar de acordo com o tipo do equipa-
mento. O lavador do tipo Venturi possui a maior eficiência.
22 Precipitadores eletrostáticos – estes equipamentos se utilizam da força
elétrica como método de coleta. Basicamente, as partículas presentes
no fluxo gasoso se ionizam e, ao atravessarem um campo elétrico, elas
são atraídas para dois eletrodos metálicos, ali são retidas nos próprios
eletrodos ou nos setores inferiores de coleta. Possui grande eficiência
de coleta de partículas, podendo variar entre 95% e 99%.
Entre os equipamentos de controle de gases e vapores, podemos citar:
22 Condensadores – os condensadores atuam reduzindo um gás ou
vapor ao estado líquido. Desta forma, os compostos tóxicos podem
ser condensados por meio do resfriamento do fluxo gasoso. Redu-
zindo-se a temperatura do fluxo, diminui-se também a energia ciné-
tica das moléculas, o que gera a queda da velocidade e o aumento
da proximidade entre as moléculas, levando à condensação destes
compostos. Podem ser utilizados na redução de compostos tóxicos
nas indústrias petroquímicas e farmacêuticas. Os condensadores
geralmente possuem alta eficiência, todavia dependem muito da
temperatura do fluxo na entrada do equipamento.
22 Absorvedores – possuem a função de reter gases e vapores. Neste
caso, o aparelho baseia-se no princípio da absorção, que é a trans-
ferência de massa entre meios com diferentes concentrações. São
equipamentos muito semelhantes aos lavadores, porém com a dife-
rença de que, neste caso, o contato da molécula com o líquido não
é suficiente para que ocorra a absorção. Para que haja eficiência no
processo, é necessário que o gás a ser absorvido seja bastante solú-
vel. Este líquido não deve ser muito volátil nem corrosivo, e deve
ter baixa toxicidade. Normalmente é utilizado para absorção de áci-
dos clorídrico (HCl), sulfídrico (H2S), fluorídrico (HF), dióxido
de enxofre (SO2) e amônia (NH3). A eficiência geralmente depende
da concentração do meio absorvente, do tempo de contato e veloci-
dade entre os reagentes, e pode variar de 70 a 95%.

– 68 –
Métodos para controle e monitoramento da emissão de poluentes

22 Adsorvedores – atuam pro- Figura 3 - Sílica em gel.


movendo a transferência de

Fonte: Shutterstock (2016).


massa de um meio gasoso
ou líquido para um meio
sólido microporoso. Mais
utilizados para remover
gases ou vapores em baixas
concentrações, como subs-
tâncias causadoras de odor.
As moléculas são retidas na parte interna dos poros superficiais do
material adsorvente, por meio de forças de coesão. Em seguida, as
moléculas de gás poluente se prendem aos microporos em uma
região mais interna do adsorvente, enquanto nas camadas externas
se fixa o adsorvato. Trata-se de um método bastante adequado para
promover um controle seletivo, quando há a mistura de diferen-
tes tipos de gases. Os adsorvedores possuem alta eficiência quando
utilizados em compostos como: ácido acético, álcool isopropílico,
benzeno, fenol, óleos essenciais.

Adsorbato: moléculas de gás que são remo-


vidas durante o processo de adsorção.
Adsorvente: o sólido que retém as moléculas poluentes.
Exemplos: carvão
vegetal e sílica gel. Figura 4: Caldeira de utilização industrial.

22 Incineradores – assim
Fonte: Shutterstock (2016).

como a incineração de
resíduos sólidos (prá-
tica historicamente
bastante utilizada por
toda humanidade), a
combustão de gases

– 69 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

e vapores também pode ser aproveitada para o controle da poluição


atmosférica. Desta forma, utiliza-se o método da queima de compostos
orgânicos poluentes para originar compostos orgânicos não poluentes,
como vapores d’água e outros menos poluentes como dióxido e monó-
xido de carbono. Não se pode afirmar que esses gases sejam inofensi-
vos, todavia quando comparados aos compostos orgânicos originais
do processo, são considerados menos agressivos ao meio ambiente.
Também podem ser utilizados na combustão de compostos inorgâni-
cos como o gás sulfídrico (H2S), que possui odor desagradável carac-
terístico. Basicamente, os incineradores são divididos em dois tipos: os
de chama direta (como as caldeiras, por exemplo) e os catalíticos (que
se utilizam de catalisador para oxidar o poluente, como osusados em
veículos). Incineradores possuem níveis de eficiência acima de 98%.

Fatores bióticos: influência dos próprios organis-


mos vivos em determinadas condições ambien-
tais enfrentadas pelos seres vivos.Exemplo: pre-
dadores e presas em uma relação ecológica.
Fatores abióticos: influência de determinados aspectos
físicos, químicos ou climáticos em determinadas con-
dições ambientais enfrentadas pelos seres vivos. Exem-
plo: concentração de oxigênio, temperatura, pH.

5.3 Monitoramento da emissão de poluentes


A grande maioria dos processos industriais, de qualquer setor produtivo,
traz algum tipo de consequência negativa ao meio ambiente, pois para se pro-
duzir algo em escala industrial, deve-se transformar algum tipo de matéria-
-prima natural em um produto. Esse processo de transformação, seja de que
forma aconteça, influencia diretamente no equilíbrio dos recursos naturais
utilizados e no ambiente no qual eles estão inseridos. Uma das consequências

– 70 –
Métodos para controle e monitoramento da emissão de poluentes

é a alteração de ciclos físicos e biológicos que afetam diretamente a qualidade


de vida de toda a população.
Com o aumento da demanda de consumo de bens e serviços em todo o
mundo, é esperado que os processos industriais se intensifiquem para atender
às necessidades da sociedade. E, assim, da mesma forma, os impactos nega-
tivos causados pelo aumento da produção são igualmente esperados. Não
se pode impedir o avanço do desenvolvimento, contudo é de fundamental
importância que os processos minimizadores dos efeitos causados pela polui-
ção também sejam impulsionados. Com isso, é necessário avançar no moni-
toramento da emissão dos poluentes gerados pelas atividades produtivas para
alcançar a sustentabilidade das atividades humanas no planeta.
Mas como podemos aplicar na prática esse monitoramento? Os sistemas
de monitoramento ambientais podem ser utilizados para diversos fins, como
por exemplo, o controle das emissões de poluentes de uma pequena fábrica
até a qualidade do ar de todo um município. Dentro de um plano de monito-
ramento é necessário estudar detalhadamente as possíveis fontes de poluentes
e algumas de suas características como toxicidade e reatividade. Assim como
é fundamental compreender como essas substâncias tóxicas, como poluentes
atmosféricos, podem reagir com os diversos receptores (seres humanos, ani-
mais, plantas e etc.).

5.3.1 Padrões de emissões atmosféricas


Para se definir com eficiência o monitoramento de emissão de poluen-
tes, deve-se primeiramente conhecer os diversos tipos de emissões. Algumas
das principais são: emissões ligadas ao processo (emissões das chaminés); por
descontrole do processo, podendo ser previstas ou não (abertura de válvulas
de pressão); por falhas de tubulações e equipamentos; por erros operacionais,
dentre outras.
Os padrões de emissões atmosféricas são definidos como os valores máxi-
mos permitidos para lançamento na atmosfera, pelas diversas fontes poluido-
ras. Diferentemente dos padrões de qualidade do ar, que devem seguir uma
constante para determinados ambientes, os padrões de emissões são específi-
cos e necessitam ser diferenciados, dependendo da atividade industrial reali-
zada e para os mais diversos poluentes produzidos.

– 71 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

5.3.2 Métodos e equipamentos utilizados para


o monitoramento de emissões atmosféricas
Existem diferentes métodos e equipamentos para a realização do monito-
ramento de material particulado e de gases tóxicos na atmosfera. Como sei qual
o método e o equipamento mais adequado? A variação nas formas de monitora-
mento ocorre em função de diferenciações nas exigências legais e também devido
às características específicas de cada poluente, além das diferenças técnicas dos
equipamentos. Assim, alguns dos principais equipamentos utilizados são:
22 Amostradores passivos – o equipamento é formado por um tubo e
um disco amostrador, ele contém um suporte com função absor-
vente e adsorvente, que permanece exposto aos poluentes. O
método é simples e ocorre por meio de difusão molecular durante
o tempo de exposição previamente definido. Em seguida, o mate-
rial é levado ao laboratório para análise. Podem ser utilizados no
monitoramento de diversos poluentes urbanos, principalmente
SO2, NO2 e NH3, entre outros.
22 Amostradores ativos – neste caso, um volume de poluentes é
sugado através de uma bomba e, em seguida, passa por um coletor
por determinado tempo de exposição. A coleta pode ser realizada
por meio de absorção, adsorção, difusão ou por uma combinação
desses métodos. Em seguida, o material é encaminhado ao labora-
tório para posterior análise. São mais utilizados para medir SO2 e
material particulado, todavia vêm sendo substituídos por analisa-
dores automáticos.
22 Analisadores automáticos – equipamentos que operam por meio
de princípios eletro-ópticos. O ar entra por uma câmara de reação
que possui a capacidade de medir as propriedades óticas dos gases,
podendo ocorrer também por meio de uma reação química produ-
zindo luz fluorescente. Este método possui alto grau de precisão e é
bastante utilizado na medição de emissão de ozônio (O3).
22 Sensores remotos – estes equipamentos conseguem monitorar
emissões de poluentes mais distantes das fontes poluidoras. Utili-
zam-se de técnicas de eletroscopia, por meio de uma fonte de luz e

– 72 –
Métodos para controle e monitoramento da emissão de poluentes

receptor. Os diversos tipos de aparelhos podem operar na faixa do


ultravioleta (UV) ou, ainda, no infravermelho. A principal aplica-
ção é para a medição de hidrocarbonetos e monóxido de carbono
gerado pelos veículos automotores em vias públicas.
22 Bioindicadores – é a utilização de organismos vivos para verificar
os estados bióticos e abióticos do meio ambiente. Servem, muitas
vezes, como indicadores específicos de certos poluentes. A vanta-
gem é que eles propiciam sinais rápidos de como está a qualidade
de determinado ambiente e permitem verificar a eficiência das
ações minimizadores de impactos. Como exemplo, algumas espé-
cies de bromélias e líquens são utilizadas para verificar a qualidade
do ar de grandes cidades brasileiras.

Saiba mais

Algumas instituições públicas ambientais como a Companhia


Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) fornecem atualiza-
ções diárias da qualidade do ar de diversos municípios, exibindo os
índices de poluentes e a classificação da qualidade variando de boa
a péssima.
Quer acompanhar a qualidade do ar de seu município? Acesse:
<http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/Ar/php/mapa_qualidade_
rmsp.php?id=19#resultad>.

Resumindo
Neste capítulo você conheceu alguns métodos de controle e monito-
ramento das emissões de poluentes. Vimos que para o controle das emis-
sões existem os métodos diretos e os indiretos, e que para cada um desses
grupos somam-se diversos tipos de equipamentos que podem ser utilizados
no controle das emissões atmosféricas. Da mesma forma, estes equipamen-
tos servem para o controle de material particulado e para o controle de
gases e vapores.

– 73 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Abordamos os métodos de monitoramento das emissões atmosféricas. E,


com intuito de tornar mais eficiente os sistemas de monitoramento ambien-
tais, foram relacionados os principais métodos e equipamentos utilizados
com os diversos tipos de poluentes gerados no cotidiano. Deste modo, o
estudo destas técnicas, mencionadas acima, pode auxiliar o profissional de
meio ambiente a enfrentar as dificuldades das diversas áreas que compõem a
carreira ambiental.

– 74 –
6
Poluentes emitidos
nos diferentes
setores produtivos

Para diferentes setores da produção, o meio ambiente serve


como matéria-prima, de onde são extraídos diversos recursos. Com
isso, os processos acabam afetando o subsolo, o meio líquido, os
gases, o solo, a vegetação e os animais.
A chamada poluição industrial é proveniente dos bens retirados
da natureza, que passam por transformações na indústria. Assim,
todos os processos acabam agredindo o meio ambiente, devido aos
inúmeros tipos de poluição gerados. No entanto, identificamos
que o setor industrial contamina a natureza em seus três grandes
ambientes: atmosfera, hidrosfera e litosfera.
Com o aumento da quantidade de produção no setor industrial,
fez-se necessária uma adequação para melhorar a qualidade das emissões
atmosféricas por parte das empresas. Com o passar dos anos, a legislação
ambiental tornou-se mais rígida, ocasionando a aplicação de medidas
que minimizem os danos causados pelas indústrias ao meio ambiente.
Neste capítulo, abordaremos os conceitos associados à polui-
ção, no que diz respeito aos poluentes emitidos, e soluções para a
análise desses poluentes.
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Objetivos de aprendizagem:
22 Analisar os poluentes emitidos nos diversos setores produtivos;
22 Apresentar soluções em análises de poluentes emitidos nos diversos
setores.

6.1 Poluentes químicos


A poluição oriunda de poluentes solúveis acaba tendo como destino os
rios, lagos e mares. Os esgotos domésticos, os despejos industriais, o escoa-
mento da chuva das áreas urbanas e das águas de retorno de irrigação muitas
vezes têm seus dejetos largados diretamente nos rios. O problema torna-se
ainda maior devido aos esgotos dométicos conterem produtos químicos de
limpeza e os dejetos das indústrias apresentarem fertilizantes e inseticidas, que
contêm grandes concentrações de hidrogênio, nitrogênio e fósforo.
Esses agentes químicos afetam diretamente as plantas aquáticas, que se
multiplicam mais rapidamente, diminuindo, assim, a quantidade de oxigênio
dissolvido na água. Essa proliferação das plantas ocasiona a morte de outras
espécies de plantas e animais, e essa decomposição faz com que aumente
ainda mais a poluição desses rios. Esses e outros problemas referentes à polui-
ção têm causado sérios danos, tanto à vida quanto aos rios. Mesmo assim,
a poluição mais agravante ao meio ambiente ainda continua sendo a que o
próprio homem realiza.
Figura 1: Poluentes atmosféricos.

Fonte: Shutterstock (2016).

– 76 –
Poluentes emitidos nos diferentes setores produtivos

A figura 1 representa a grande quantidade de poluentes que as indústrias


de todos os setores transferem ao meio ambiente.

Saiba mais
Os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) são substâncias químicas
que têm sido utilizadas como agrotóxicos, para fins industriais, ou libe-
radas de modo não intencional em atividades antropogênicas. São pro-
dutos não facilmente degradáveis, capazes de serem transportados por
longas distâncias e de diversas formas, como pela água, através do solo e
até mesmo acumulados em tecidos gordurosos de organismos vivos, cau-
sando assim enormes problemas ao meio ambiente e à saúde humana.

6.1.1 O setor petroquímico


A indústria petroquímica é responsável pela produção de derivados do
petróleo, ou seja, responde por sua destilação, que é a separação dos com-
ponentes. No último século, essa área obteve um dos maiores crescimentos,
principalmente pela chamada 3ª geração, como é conhecida a indústria do
plástico. Sabe-se que no Brasil o petróleo se encontra em àguas profundas
e que, dessa forma, sua extração é muito cara. O estado brasileiro que mais
produz petróleo é o Rio de Janeiro, na Bacia de Campos -- sua contribuição
chega a 75%. Já, mundialmente, os países que mais produzem petróleo são:
Estados Unidos, Canadá, as potências europeias e o Japão.

6.1.2 Setor de papel e celulose


O processo para obter o papel e a celulose se inicia fora das indústrias,
mais especificamente junto às matérias-primas, como o eucalipto, pinus, nos
trabalhos agrícolas.
A produção de papel e celulose necessita de grandes extensões de áreas
florestais, pois atua principalmente com uma exploração da monocultura.
A fabricação desses produtos é considerada uma atividade com alto grau no
impacto ambiental, seja pela utilização de grandes áreas agrícolas, seja pelo elevado
consumo de água e utilização de produtos químicos para a separação dos resíduos.

– 77 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Conforme dados da Bracelpa (2011), o Brasil possui atualmente 2,2


milhões de hectares de florestas plantadas para produção exclusiva de papel
e celulose, e a expectativa é de expandir essa área em 45%, alcançando 3,2
milhões de hectares.
Os riscos ambientais aumentam muito com o aumento de novas áreas
ligadas à monocultura e, por meio disso, pode ocorrer:
22 a degradação da biodiversidade;
22 o aumento excessivo no consumo de água;
22 a possibilidade de compactação do solo com maior ocorrência de
erosões e assoreamento de rios;
22 a perda de nutrientes do solo;
22 a contaminação do solo e do lençol freático pelo uso intensivo de
agrotóxicos e outros.
A quantidade de água utilizada no processo é muito grande, além do
uso de produtos químicos para que seja realizada a degradação da lignina e o
branqueamento da polpa.
Conforme Santos (2009), como exemplo do risco associado a essa
indústria, relembramos o acidente ocorrido na cidade de Cataguases (MG)
em 2003, quando houve o rompimento de uma barragem de resíduos deri-
vados no processo Kraft com consideráveis danos ambientais e financeiros.

6.1.3 Setor cimentício


A indústria que atua na fabricação do cimento trabalha com a explo-
ração de pedreiras, que contêm determinadas proporções de calcário, argila,
minério de ferro e gesso.
Com a utilização de explosivos, obtêm-se blocos com dimensões inferio-
res a 0,5 m³ (meio metro cúbico). Após a extração, a matéria-prima passa por
um britador até que atinja uma dimensão inferior a 90 mm.
A última etapa consiste na moagem do cimento, alimentada com clín-
quer (95%) e gesso (5%). Em resumo, o processo de produção do cimento
ocorre com índices elevados de ruídos e poeira, fatores que afetam a vida de
trabalhadores do setor, visto que nem sempre são utilizados os equipamentos
adequados de proteção.

– 78 –
Poluentes emitidos nos diferentes setores produtivos

Há outro fator importante: na produção do cimento, é gasto muito


combustível. É utilizada uma combinação de diversos produtos como óleo,
coque de petróleo e resíduos industriais. A emissão de CO2 (gás carbônico)
no Planeta, devido à produção do cimento, chega a 7%, conforme dados da
Associação de Cimento de Portland (ABCP).
Conforme escreve Quintiere (2013), a fabricação de cimento está entre
as maiores fontes de emissão de poluentes atmosféricos perigosos, dos quais
se destacam:
22 as dioxinas e os furanos;
22 os metais tóxicos como mercúrio, chumbo, cádmio, arsênio, anti-
mônio e cromo;
22 os produtos de combustão incompleta;
22 os ácidos halogenados.

Importante

As emissões de CO2 no Planeta atingem 7% devido ao processo de


produção de cimento necessitar de combustão e descarbonatação da
matéria-prima.

6.1.4 Setor vítreo


A produção do vidro é realizada por meio da mistura de matérias-primas
de origem natural. A respeito da sua história, tem-se notícia de que o vidro
foi descoberto por acaso, por navegadores, quando notaram que era possível
combinar altas temperaturas com o calcário (conchas). Isto foi percebido por
volta de 7000 a.C pelos sírios, fenícios e babilônios.
Atualmente, o vidro é muito utilizado nas mais diversas formas, desde para-
-brisas e janelas dos automóveis, lâmpadas, garrafas, compotas, garrafões, frascos,
recipientes, copos, janelas, lentes, tela de televisores e monitores, fibra ótica etc.
As matérias-primas para a fabricação do vidro sempre foram as mesmas,
e ao longo dos anos foi aprimorada a tecnologia para a sua obtenção.

– 79 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

O processo de produção do vidro é o mesmo para a fabricação de todos


os tipos, e se divide em quatro etapas:
22 dosagem e mistura das matérias-primas;
22 fusão das matérias-primas gerando a massa de vidro fundida;
22 conformação da massa de vidro nos produtos;
22 recozimento para alívio de tensões residuais.
As indústrias do vidro têm impacto ambiental local relativamente baixo.
A maioria delas se encontra instalada em áreas urbanas, até mesmo em bair-
ros que, com o passar do tempo, perderam suas características industriais e
adquiriram um perfil residencial.
No processo vidreiro, todo o material que é enfornado se transforma em
produto. Caso haja algum rejeito, como uma peça que não cumpriu os requi-
sitos de qualidade, o vidro pode retornar inteiramente ao forno.
Por outro lado, os circuitos de água, utilizados para resfriamento na fabri-
cação do vidro, são fechados. A única emissão relevante ao meio ambiente são
os efluentes gasosos provenientes (1) da decomposição dos carbonatos, que
participam das matérias-primas, e (2) da combustão nos fornos.
Por exigência da legislação ambiental, os fornos instalados nos centros
urbanos dispõem de filtros para captação de particulados e eventuais gases
sulfurosos das fumaças antes de serem encaminhados às chaminés.

Você sabia

O vidro é um material totalmente reciclável, ou seja, 100% de tudo o


que é produzido pode ser reaproveitado. Para que ocorra a reutiliza-
ção das embalagens de vidro, basta que elas sejam esterilizadas. Dessa
forma, o ganho torna-se muito grande, pois com o aproveitamento
não há a necessidade de se fabricar novamente a peça, o que acar-
reta em uma diminuição dos efeitos da poluição na fabricação. Outra
economia se dá por meio da reciclagem do vidro, que é feita a uma
temperatura variável de 1000 ºC e 1200 ºC – já na fabricação, essa
temperatura aumenta de 1500 ºC e 1600 ºC.

– 80 –
Poluentes emitidos nos diferentes setores produtivos

6.1.5 Setor cerâmico


A principal matéria-prima bruta utilizada na obtenção de cerâmica ver-
melha é a argila comum, encontrada na natureza. Devido ao aumento do setor
de construção civil, a produção de argila vermelha foi intensificada, ocasio-
nando uma elevação na extração e no consumo de argilas. Uma das alterna-
tivas viáveis que pode ser aplicada para atenuar o alto consumo de argilas é o
uso de resíduos industriais incorporados às massas argilosas. Quando a mistura
é realizada com sucesso, além de reduzir o consumo de matérias-primas natu-
rais, reduz o custo e os efeitos do impacto gerado no meio ambiente, como:
22 perda de áreas onde ocorre a extração da argila;
22 alto consumo de energia devido ao processo ser realizado total-
mente através da queima;
22 geração de resíduos sólidos devido à grande perda nas peças que
não se encaixam nos padrões de qualidade;
22 grande número de poluentes atmosféricos emitidos para o meio
ambiente, ocasionando graves problemas relacionados ao efeito estufa.

6.2 Soluções em análises de poluentes


emitidos nos diversos setores
Na época do surgimento da indústria, os problemas relacionados ao
meio ambiente eram muito escassos, devido à baixa demanda da produção.
Com o passar dos anos, tudo isso mudou, pois aumentou a produção e, con-
sequentemente, os problemas relacionados ao meio ambiente também.
Por volta dos anos 1970, as indústrias começaram a produzir muito
mais, o que gerou aumento na poluição. Ao mesmo tempo, as exigências rela-
cionadas à questão ambiental começaram a ampliar, exigindo do setor pro-
dutivo a aplicação de melhorias para minimizar os danos causados ao meio
ambiente com a emissão de poluentes.
Atualmente, a sociedade preocupa-se muito mais com a questão ambiental.
Prova disso é que cada vez mais a pessoas procuram empresas que apliquem em sua
produção meios que tornem seus processos menos poluente ao meio ambiente.

– 81 –
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

6.2.1 Soluções apresentadas pelas


empresas para controle da poluição
A reciclagem é uma prática comum e secular na vidraria, pois o vidro de
fato é 100% reciclável e, ao empregá-lo em substituição às matérias-primas
minerais, obtêm-se diversas vantagens para o processo. A energia necessária
para elaborar um vidro a partir do caco é bem menor. Enquanto são necessá-
rios 2,889 GJ/t para a produção do vidro, a partir de matérias-primas apenas
1,616 GJ/t são exigidas quando o insumo é o caco.
Na indústria vítrea, a fixação de parâmetros para a emissão de poluentes
gasosos e materiais particulados (materiais sólidos pulverizados) por fontes
fixas começou a ser efetuada por meio da Resolução do Conama nº 005/1989,
que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar.
Segundo a Secil (empresa fabricante de cimento em Portugal), nas
indústrias em que ocorre a produção do cimento foram estabelecidos padrões
de emissão para material particulado, metais pesados, cloretos, monóxido de
carbono, dioxinas e furanos.
Esses materiais são provenientes de fornos e moinhos responsáveis pelo
resfriamento do clínquer. Assim, de uma forma geral, esse material particu-
lado é direcionado para chaminés e retido em coletores com ciclone, filtros de
manga e precipitadores eletrostáticos.
Segundo ABCP (Associação de Cimento Portland), as medidas de con-
trole para a redução da emissão de poeiras fugitivas nas áreas de mineração
e na área industrial são o abatimento dos particulados por aspersão de água
e o enclausuramento das áreas de estocagem e beneficiamento de materiais,
com a instalação de sistemas exaustores e de filtros coletores de pós, além da
pavimentação e da varrição das vias de circulação de veículos.
No que se refere à indústria do cimento, a ABCP (Associação Brasileira
do Cimento Portland) vem buscando maneiras que permitam melhorar e
proteger o meio ambiente em todos os níveis operacionais das fábricas.

Resumindo
Ao londo do tempo, as indútrias foram obrigadas a se adequarem às exi-
gências impostas por órgãos ambientais, e isto se deu em todos os âmbitos do

– 82 –
Poluentes emitidos nos diferentes setores produtivos

setor. Na indústria de papel e celulose, foram introduzidas algumas mudan-


ças, das quais podemos destacar:
22 a utilização cada vez maior de papéis de descarte;
22 reutilização tanto de água quanto das fibras que antes haviam sido
utilizadas na produção;
22 realização de tratamentos de efluentes;
22 utilização de restos de madeiras, resíduos gerados para o próprio
abastecimento de energia da indústria.
Sabe-se que as atividades econômicas são necessárias para a geração de
emprego. Obviamente, não somos contra as atividades econômicas e a neces-
sária geração de empregos, mas deve-se, sempre que possível, aprimorar as
ações, as rendas e os tributos, para que seja sempre possível buscar o desen-
volvimento mais harmônico e sustentável.
A opção pela reciclagem nos parece interessante, pois tem o mérito de
reduzir o volume de resíduos gerados, possibilitando menor impacto ambien-
tal e a minimização dos passivos ambientais.
Segundo informações da ABCP (Associação de Cimento Portland),
devemos considerar a possibilidade de inserirmos melhoramentos genéticos
voltados à obtenção de cultivares mais produtivas (mais madeira em menor
prazo), mais resistentes às pragas (menor demanda por agrotóxicos) etc.

CO2 - Dióxido de carbono ou gás carbônico: não se trata


de um gás tóxico, mas a sua capacidade de absorver a
radiação solar calórica contribui para o efeito estufa.

– 83 –
7
Legislação Aplicada
à Poluição Sonora
e do Ar

Atualmente, é crescente a preocupação com o meio em


que vivemos. Isso fica visível na preocupação dos legisladores em
desenvolver leis ambientais mais eficazes, que permitam fiscalizar e
prevenir os danos causados. Um dos problemas mais graves sofri-
dos hoje em dia é a poluição atmosférica e sonora, principalmente
nos grandes centros urbanos.
Para minimizar os efeitos da poluição atmosférica emitida
pelas indústrias, a legislação vigente tem sido mais rígida, estabe-
lecendo condições para a implantação e funcionamento de empre-
sas. Com isso, para que não haja um hiato em suas atuações no
setor produtivo, elas têm procurado se adequar às normas. Já no
que diz respeito à poluição sonora, que é o excessivo nível de ruídos,
há normalização também, e é fiscalizada e cumprida pelos órgãos
responsáveis, conforme regulamentação do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama), de acordo com que dispõe o inciso II do
artigo 6º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

É importante lembrarmos que há uma diferença entre som e ruído, feita


por meio de unidades de medição. Neste índice, encontramos padrões aceitáveis
e inaceitáveis. O aparelho que apura o nível de decibéis (db) é o decibelímetro.
Para aprofundarmos mais nossos conhecimentos, este capítulo será
destinado a explicar as legislações vigentes, os conceitos associados às leis
ambientais e suas aplicações, tanto para a poluição sonora como atmosférica.

Objetivo de Aprendizagem:
22 Compreender a legislação, de forma aplicada à poluição sonora e do ar;
22 Entender a aplicabilidade da legislação vigente para o meio ambiente.

7.1 Legislação aplicada à


poluição sonora e do ar
Você percebeu que, ao longo dos anos, houve um aumento significativo
nos barulhos que ouvidos? Hoje em dia, tudo é sinônimo de barulho. Seja o
trânsito intenso, as buzinas, até as construções. Todos estes sons que escuta-
mos, e que se tornam desagradáveis aos ouvidos, são chamados de poluição
sonora. Ela é proveniente de ruídos de elevado nível, acima de 70 db. A essa
altura, o ouvido humano já apresenta um desconforto, podendo causar trans-
tornos ou, até mesmo, danos à saúde. A ciência já comprovou os malefícios
que os ruídos em excesso causam a saúde mental das pessoas, e que a surdez
é só uma das consequências.

Importante

O ouvido humano suporta de 80 a 85 db, porém os aparelhos como


IPod, ou reprodutores de MP3 e MP4, e rádios acoplados ao celular
são capazes de emitir de 100 a 110 db. Os próprios fabricantes des-
ses aparelhos estão alertando para os possíveis danos causados pela
utilização desses aparelhos.

Os ruídos que muitas empresas emitem afetam tanto o meio ambiente


como as pessoas que trabalham nesses locais, além do incômodo a própria

– 86 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

vizinhança. Conforme Machado (2004), a poluição sonora e o estresse audi-


tivo são a terceira maior incidência de doenças do trabalho.
As indústrias são as principais fontes poluidores, visto que emitem seus
ruídos para além do âmbito interno do estabelecimento, o que prejudica
tanto os próprios trabalhadores como a vizinhança.
Para facilitar a fiscalização e a convivência entre indústria e sociedade, a
Lei nº 6.803/80 dividiu as áreas em: zona de uso estritamente industrial, pre-
dominantemente industrial e de uso diversificado. Vale lembrar que o ruído
causado pelas indústrias é considerado, por muitos, como vetor determinante
da alocação do estabelecimento a uma zona adequada.

Importante

Segundo a pesquisadora da Organização Mundial da Saúde, Rosane


Jane Magrini, um barulho de 70 decibéis não é agradável à audição
humana, e acima de 85 decibéis, chega a causar danos ao ouvido.
Níveis de 85 decibéis são encontrados com certa raridade na natu-
reza, como por exemplo em sons de trovoadas, grandes cachoeiras e
em explosões vulcânicas, visto que ocorrem com pouca frequência.

7.2 A Lei nº 6.938/81


Dentre as leis ambientais, a Lei nº 6.938/81 é a que possui mais rele-
vância, devido ao foco em políticas públicas para o meio ambiente, ficando
atrás apenas da Constituição Federal de 1988, que trouxe toda a abrangên-
cia necessária. A norma dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA) e institui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), seus
fins e mecanismos de formação e aplicação, e dá outras providências.
Segundo Luís Paulo Sirvinskasa (2005), esta lei definiu conceitos básicos
como o de meio ambiente, de degradação e de poluição, e determinou os
objetivos, diretrizes e instrumentos, além de ter adotado a teoria da respon-
sabilidade. Ricardo Carneiro (2003) destaca que a política ambiental atua
como uma organizadora da gestão estatal, pois controla os recursos ambientais
e a determinação de instrumentos econômicos capazes de incentivar as ações
produtivas ambientalmente corretas.

– 87 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Para Luís Paulo Sirvinskasa, o intuito da Política Nacional do Meio


Ambiente é tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, princípio expresso no caput do art. 225 da Constituição
Federal. E, por ambiente ecologicamente equilibrado se entende a qualidade
ambiental propícia à vida das presentes e das futuras gerações.
Mas é importante salientar que, conforme indica Paulo de Bessa Antu-
nes (2000), a Política Nacional do Meio Ambiente, por mais abrangente que
se apresente, não traz todos os princípios do Direito Ambiental explícitos em
suas orientações.
O que percebemos com os pensamentos expostos acima é que a aplica-
bilidade do Direito Ambiental é muito mais ampla do que as normas trazidas
pela Política Nacional do meio Ambiente, mesmo porque os princípios da
PNMA são decorrentes dos explicitados nas leis ambientais. Talden Queiroz
Farias (2006) explica que isso fica evidente ao analisarmos o art. 2º da Lei nº
6.938/81, em que a maioria dos incisos elenca ações para o alcance das metas,
ao invés de princípios propriamente ditos.

Saiba mais
A Política Nacional do Meio Ambiente tem seus instrumentos des-
critos no art. 9º da Lei nº 6.938/81. Essas orientações servem como
mecanismos para a Administração Pública ambiental, para que se
possa alcançar as metas impostas pela própria PNMA

7.3 Resolução Conama n° 005 de 1989


Vamos conhecer a Resolução Conama nº 005, de 15 de junho de 1989,
que traz a instituição do Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar.
Acompanhe abaixo a reprodução dos trechos referentes ao nosso tema de
estudo: poluição sonora e atmosférica (Pronar).
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no uso das atribui-
ções que lhe confere o inciso VII, do art. 8º, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981 e o art. 48, do Decreto nº 88.351, de 1 de junho de 1983
Considerando o acelerado crescimento urbano e industrial brasileiro e
da frota de veículos automotores;

– 88 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

Considerando o progressivo e decorrente aumento da poluição atmosfé-


rica, principalmente nas regiões metropolitanas;
Considerando seus reflexos negativos sobre a sociedade, a economia e o
meio ambiente;
Considerando as perspectivas de continuidade destas condições e,
Considerando a necessidade de se estabelecer estratégias para o controle,
preservação e recuperação da qualidade do ar, válidas para todo o Território
Nacional, conforme previsto na Lei no 6.938, de 31/08/81, que instituiu a
Política Nacional do Meio Ambiente, resolve:
1. Instituir o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar
(Pronar), como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental
para proteção da saúde e bem-estar das populações e melhoria da
qualidade de vida com o objetivo de permitir o desenvolvimento
econômico e social do País de forma ambientalmente segura, pela
limitação dos níveis de emissão de poluentes por fontes de poluição
atmosférica, com vistas a:
a) uma melhoria na qualidade do ar;
b) o atendimento aos padrões estabelecidos;
c) o não comprometimento da qualidade do ar em áreas consi-
deradas não degradadas.
2. Estratégias
A estratégia básica do Pronar é limitar, a nível nacional, as emissões
por tipologia de fontes e poluentes prioritários, reservando o uso dos
padrões de qualidade do ar como ação complementar de controle.
2.1 Limites máximos de emissão
Entende-se por limite máximo de emissão a quantidade de poluen-
tes permissível de ser lançada por fontes poluidoras para a atmosfera.
Os limites máximos de emissão serão diferenciados em função da
classificação de usos pretendidos para as diversas áreas e serão mais
rígidos para as fontes novas de poluição.

– 89 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

2.1.1 Entende-se por fontes novas de poluição aqueles empreendimentos


que não tenham obtido a licença prévia do órgão ambiental licencia-
dor na data de publicação desta Resolução.
Os limites máximos de emissão aqui descritos serão definidos através
de Resoluções específicas do Conama que são:
2.2 Adoção de padrões nacionais de qualidade do ar
Considerando a necessidade de uma avaliação permanente das
ações de controle estabelecidas no Pronar, é estratégica a adoção de
padrões de qualidade do ar como ação complementar e referencial
aos limites máximos de emissão estabelecidos.
2.2.1 Ficam estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os pri-
mários e os secundários.
a) São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de
poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da popu-
lação, podendo ser entendidos como níveis máximos tolerá-
veis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-
-se em metas de curto e médio prazo.
b) São padrões secundários de qualidade do ar, as concentrações de
poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito
adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo
dano à fauna e flora aos materiais e meio ambiente em geral,
podendo ser entendidos como níveis desejados de concentração
de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.
Os padrões de qualidade do ar aqui escritos serão definidos através de
Resolução específica do Conama.
2.3 Prevenção de deterioração significativa da qualidade do ar
Para a implementação de uma política de não deterioração significativa
da qualidade do ar em todo o território nacional, suas áreas serão enqua-
dradas de acordo com a seguinte classificação de usos pretendidos:
22 Classe I: áreas de preservação, lazer e turismo, tais como Par-
ques Nacionais e Estaduais, Reservas e Estações Ecológicas,

– 90 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

Estâncias Hidrominerais e Hidrotermais. Nestas áreas deverá


ser mantida a qualidade do ar em nível o mais próximo possí-
vel do verificado sem a intervenção antropogênica.

22 Classe II: áreas onde o nível de deterioração da qualidade do


ar seja limitado pelo padrão secundário de qualidade.

22 Classe III: áreas de desenvolvimento onde o nível de deterio-


ração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão primário
de qualidade.
Através de Resolução específica do Conama serão definidas as áreas
Classe I e Classe III, sendo as demais consideradas Classe II.
2.4 Monitoramento da qualidade do ar
Considerando a necessidade de conhecer e acompanhar os níveis de
qualidade do ar no país, como forma de avaliação das ações de con-
trole estabelecidas pelo Pronar, é estratégica a criação de uma Rede
Nacional de monitoramento da Qualidade do Ar.
Nestes termos, será estabelecida uma Rede Básica e Monitoramento
que permitirá o acompanhamento dos níveis de qualidade do ar e sua
comparação com os respectivos padrões estabelecidos.
2.5 Gerenciamento do licenciamento de fontes de poluição doa r
Considerando que o crescimento industrial e urbano, não devidamente
planejado, agrava as questões de poluição do ar, é estratégico estabele-
cer um sistema de disciplinamento da ocupação do solo baseado no
licenciamento prévio das fontes de poluição. Por este mecanismo o
impacto de atividades poluidoras poderá ser analisado previamente,
prevenindo uma deterioração descontrolada da qualidade do ar.
3. Instrumentos
Para que as ações de controle definidas pelo Pronar possam ser
concretizadas a nível nacional, ficam estabelecidos alguns instru-
mentos de apoio e operacionalização.

3.1 São instrumentos do Pronar:

– 91 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

22 Limites máximos de emissão;


22 Padrões de Qualidade do Ar;
22 Proconve - Programa de Controle da Poluição do Ar por
Veículos Automotores, criado pela Resolução Conama Nº
018/86;
22 Pronacop - Programa Nacional de Controle da Poluição
Industrial;
22 Programa Nacional de Avaliação da Qualidade do Ar;
22 Programa Nacional de Inventário de Fontes Poluidoras do Ar
22 Programas Estaduais de Controle da Poluição do Ar.

7.4 Resolução Conama n° 008 de 1990


Vamos conhecer agora a Resolução Conama nº 008, de 6 de dezembro
de 1990, que limita a emissão de poluentes no ar para processo de combustao
enterna de fontes fixas de poluição. Confira a reprodução parcial a seguir:
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no uso das atri-
buições que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
alterada pela Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, regulamentadas pelo
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em
seu Regimento Interno, e considerando o previsto na Resolução Conama nº
5, de 15 de junho de 1989, que instituiu o Programa Nacional de Controle
da Qualidade do Ar (Pronar);
Considerando a necessidade do estabelecimento de limites máximos de
Considerando, que o estabelecimento deste mecanismo, em nível nacional, cons-
tituise no mais eficaz instrumento de controle da poluição atmosférica, em con-
junto com os limites máximos de emissão veiculares, já fixados pelo Proconve; e
Considerando que, entre toda a tipologia industrial, os processos de
combustão externa constituem-se no maior contingente de fontes fixas de
poluentes atmosféricos, o que justifica ser a primeira atividade a ter emissões
regulamentadas em nível nacional, resolve:

– 92 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

Art. 1º Estabelecer, em nível nacional, limites máximos de emissão de


poluentes do ar (padrões de emissão) para processos de combustão externa
em fontes novas fixas de poluição com potencias nominais totais ate 70 MW
(setenta megawatts) e superiores.
§ 1º A definição de limites máximos de emissão e aquela dada pela
Resolução Conama no 5, de 15/06/89, que instituiu o Pronar.
§ 2º Para os efeitos desta Resolução, fontes novas de poluição são aquelas
pertencentes a empreendimentos, cujas LP venham a ser solicitadas aos
órgãos licenciadores competentes apos a publicação desta Resolução.
§ 3º Entende-se por processo de combustão externa em fontes fixas toda
a queima de substancias combustíveis realizada nos seguintes equi-
pamentos: caldeiras; geradores de vapor; centrais para a geração de
energia elétrica; fornos, fornalhas, estufas e secadores para a geração
e uso de energia térmica; incineradores e gaseificadores.
Art 2º Para efeitos desta Resolução, ficam definidos os seguintes limi-
tes máximos de emissão para partículas totais e dióxido de enxofre (SO2),
expressos em peso de poluentes por poder colorífico superior do combustível
e densidade colorimétrica, consoante a classificação de usos pretendidos defi-
nidas pelo Pronar.
2.1 Para novas fontes fixas com potencia nominal total igual ou inferior
a 70 MW (setenta megawatts):
2.1.1 Áreas Classe 1
2.1.1.1 Áreas a serem atmosfericamente preservadas (Unidades de Con-
servação, com exceção das APA’s).
Nestas áreas fica proibida qualquer atividade econômica que gere polui-
ção do ar.

2.1.1.2 Áreas a serem atmosfericamente conservadas (lazer, turismo,


estancias climática hidrominerais e hidrotermais)
a) Partículas Totais - 120 (cento e vinte) gramas por milhão de qui-
localorias.

– 93 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

b) Densidade Colorimétrica - máximo de 20% (vinte por cento),


equivalente a Escala de Ringelmann no 1, exceto na operação de
ramonagem e na partida do equipamento.
c) Dióxido de Enxofre (SO2) - 2.000 (dois mil) gramas por milhão
de quilocalorias.
d) O limite de consumo de óleo combustível por fonte fixa, (cor-
respondente a capacidade nominal total do(s) equipamento(s)),
será de 3.000 toneladas por ano. Consumos de óleo superiores ao
ora estabelecido ou o uso de outros combustíveis estarão sujeitos
à aprovação do órgão estadual do meio ambiente, por ocasião do
licenciamento ambiental.
2.1.2 Áreas Classe II e III

a) Partículas Totais
22 350 (trezentos e cinquenta) gramas por milhão de quilocalo-
rias (para óleo combustível).
22 1.500 (hum mil e quinhentos) gramas por milhão de quiloca-
lorias (para carvão Mineral).

b) Densidade Colorimétrica
22 Máximo de 20% (vinte por cento), equivalente a Escala de Rin-
gelmann no 1, exceto na operação de ramonagem e na partida
do equipamento.

c) Dióxido de Enxofre (SO2)


22 5.000 (cinco mil) gramas por milhão de quilocalorias (para
óleo combustível e carvão mineral).

2.2 Para novas fontes fixas com potencia nominal total superior a 70
MW (setenta megawatts):
2.2.1 Áreas Classe I
Nestas áreas não será permitida a instalação de novas fontes fixas com
este porte.

– 94 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

2.2.2 Áreas Classe II e III

a) Partículas Totais
22 120 (cento e vinte) gramas por milhão de quilocalorias (para
oleo combustível).
22 800 (oitocentos) gramas por milhão de quilocalorias (para
carvão mineral).

b) Densidade Colorimétrica
22 Máximo de 2% (vinte por cento), equivalente a Escala de
Ringelmann no 1, exceto na operação de ramonagem ou
na partida do equipamento.

c) Dióxido de Enxofre (SO2)


22 2.000 (dois mil) gramas por milhão de quilocalorias para óleo
combustível e carvão mineral.

Ramonagem: conforme o dicionário Micha-


elis, é a operação que consiste em lançar
um jato de vapor nos tubos de uma caldeira
para remover a fuligem aí depositada.

Saiba mais

A Escala de Ringelmann (figura 1) foi desenvolvida pelo enge-


nheiro francês Maximilian Ringelmann, na década de 1890. Ela
surgiu da necessidade de regular a queima nas caldeiras industriais.
Com a escala, foi possível ajustar a quantidade de combustível
consumido, observando a fumaça que saía da chaminé das fábricas
e classificando-as de acordo com o gráfico das tonalidades entre o
preto e o branco.

– 95 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Figura 1

0% Nº1
10 D
S EN
N
E Desconsiderada
Ruim

S
D

20
5

%
S 80%

Nº2 DE
Ruim Desconsiderada
EN

NS
D

4
1

0
º %
Ruim N

3 D %
ENS 60

Fonte: KAWANO, 2015.

Art 3º Para outros combustíveis, exceto óleo combustível e carvão mine-


ral, caberá aos órgãos estaduais de meio ambiente o estabelecimento de limites
máximos de emissão para partículas totais, dióxido de enxofre e, se for o caso,
outros poluentes, quando do licenciamento ambiental do empreendimento.
Art 4º Cabe aos órgãos estaduais de meio ambiente propor aos governos
de seus respectivos estados o enquadramento de suas áreas Classe I e III, con-
forme já previsto na Resolução Conama nº 5/89 e nº 3/90.
Art. 5º O atendimento aos limites máximos de emissão aqui estabele-
cidos não exime o empreendedor do atendimento a eventuais exigências de
controle complementares, conforme a legislação vigente.
Art 6º A verificação do atendimento aos limites máximos de emissão
fixados através desta Resolução, quando do fornecimento da Licença de
Operação (LO), poderá ser realizada pelo órgão ambiental licenciador ou
pela empresa em licenciamento, desde que com acompanhamento do refe-
rido órgão ambiental licenciador.
Art 7º Os limites máximos de emissão aqui fixados são passiveis de uma
1a revisão dentro de dois anos e, em seguida, a cada 5 (cinco) anos, quando
também poderão ser, eventualmente, acrescentados outros poluentes gerados
nos processos de combustão externa em fontes rixas.

– 96 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

7.5 Decreto Lei n° 1413 de 1975


Nesta parte do nosso capítulo, vamos entender melhor o Decreto Lei
nº 1413, de 31 de julho de 1975, que trata sobre o controle da poluição do
meio ambiente, provocada por atividades industriais. Conira uma parte da
reprodução feita abaixo:
O presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo
55, item I, e tendo em vista o disposto no artigo 8º, item XVII, alínea “c”,
da Constituição,
Decreta:
Art. 1º As indústrias instaladas ou a se instalarem em território nacional
são obrigadas a promover as medidas necessárias a prevenir ou corrigir os
inconvenientes e prejuízos da poluição e da contaminação do meio ambiente.
Parágrafo único. As medidas a que se refere este artigo serão definidas
pelos órgãos federais competentes, no interesse do bem-estar, da saúde e da
segurança das populações.
Art. 2º Compete exclusivamente ao Poder Executivo Federal, nos casos de
inobservância do disposto no artigo 1º deste Decreto-lei, determinar ou cance-
lar a suspensão do funcionamento de estabelecimento industrial cuja atividade
seja considerada de alto interesse do desenvolvimento e da segurança nacional.
Art. 3º Dentro de uma política preventiva, os órgãos gestores de incenti-
vos governamentais considerarão sempre a necessidade de não agravar a situ-
ação de áreas já críticas, nas decisões sobre localização industrial.
Art. 4º Nas áreas críticas, será adotado esquema de zoneamento urbano,
objetivando, inclusive, para as situações existentes, viabilizar alternativa ade-
quada de nova localização, nos casos mais graves, assim como, em geral, estabele-
cer prazos razoáveis para a instalação dos equipamentos de controle da poluição.
Parágrafo único. Para efeito dos ajustamentos necessários, dar-se-á apoio
de Governo, nos diferentes níveis, inclusive por financiamento especial para
aquisição de dispositivos de controle.
Art. 5º Respeitado o disposto nos artigos anteriores, os Estados e
Municípios poderão estabelecer, no limite das respectivas competências,
condições para o funcionamento de empresas de acordo com as medidas
previstas no parágrafo único do artigo.

– 97 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

7.6 Lei n° 9.605 de 1998


A Lei nº 9.605 de 1988 dispõe que tanto pessoas físicas quanto jurídicas
serão responsabilizadas por danos ao meio ambiente, ou seja, adota o sistema de
dupla imputação, que consiste em criminalizar a empresa e a pessoa que agiu em
nome dela, entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o
Supremo Tribunal de Justiça (STJ).. A responsabilização ocorre nas esferas admi-
nistrativa, civil e penal, não se excluindo a responsabilidade das pessoas físicas.
A pessoa jurídica (PJ) constituída ou utilizada para a prática de crimes
ambientais terá decretada sua liquidação forçada, sendo considerado seu
patrimônio. Para crimes ambientais de menor potencial ofensivo: a proposta
é a aplicação imediata da restritiva de direitos ou multa, previstas no art. 76
da Lei nº 9.099, que está condicionada à prévia composição do dano ambien-
tal, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
É considerada infração administrativa ambiental qualquer omissão ou
ação na qual seja violada a regra jurídica que rege o meio ambiente.

Saiba mais

Infração administrativa ambiental: toda ação ou omissão que viole as


regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do
meio ambiente.

Assim como todo cidadão tem o dever de reagir diante de um crime


ambiental, aos funcionários de órgãos ambientais a norma também é válida,
pois eles possuem o dever de, quando notificados de uma infração ambiental,
tomar providencias imediatamente. Caso isso não ocorra, o funcionário pode
ser enquadrado como corresponsável diante dos fatos apurados.
Vamos conferir alguns prazos que devem ser cumpridos:
a) 20 dias para o infrator oferecer defesa ou impugnar o auto de infração;
b) 30 dias para a autoridade competente julgar o auto de infração;
c) 20 dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância
superior do Sisnama;

– 98 –
Legislação Aplicada à Poluição Sonora e do Ar

d) 5 dias para pagamento de multa, contado do recebimento da noti-


ficação.
Se alguma empresa infringir os itens previstos no art. 72 das infrações
administrativas da Lei º 9.605, ou tiver duas ou mais infrações registradas,
pode sofrer:
22 proibição de contratar com a administração pública, por até 3 anos;
22 restrição a sanção de direito de suspensão ou perda de direito do
registro, licença ou autorização;
22 suspensão ou perda em benefícios fiscais e perda ou suspensão de
participação em financiamentos.
Para casos de infrações, também há a aplicação de multas. A federal é
substituída pelas multas geradas nos Estados, Municípios e Distrito Federal.

Resumindo
Ao longo dos anos, a população passou a enxergar a necessidade de bus-
car melhores condições de vida e, com isso, precisou se adequar à situação
ambiental, passando a cuidar e se preocupar mais com o meio ambiente e
os danos causados a ele. Graças a essa concientização da sociedade é que o
planeta segue suportando tamanho impacto que vem sofrendo.
Uma das aliadas no combate aos crimes ambientais é a Lei nº 9.605/98,
que preve sanções severas àquelas empresas que cometem danos ao meio
ambiente e também aos próprios seres humanos.
Atualmente, uma das maiores responsáveis por causar transtornos ao
bem-estar das pessoas é a poluição sonora, devido ao alto índice de ruídos
emitidos diariamente.
Dessa forma, é importante que a sociedade saiba que possui este ins-
trumento jurídico como aliado na prevenção dos danos ao meio ambiente.
Se cada um fizer sua parte, conseguiremos melhorar as práticas danosas ou,
até mesmo, extinguí-las. Assim, será possível deixar para as futuras gerações
um pouco do que nos foi dado forma tão plena.

– 99 –
8
Técnicas de
minimização e
monitoramento das
emissões de gases
e particulados

Ao longo dos anos, a população tem se conscientizado da


importância da conservação do meio ambiente. Cada vez mais as
pessoas estão preocupando-se em deixar um lugar melhor para as
futuras gerações. Um dos principais malfeitores é a poluição, que
responde por alterações significativas na natureza, influenciando
diretamente a qualidade do ar, água e solo. Por meio da antropos-
fera – parte da Terra onde vive o homem -, a poluição pode aumen-
tar a pressão sobre a ecosfera, que é o conjunto de ecossistemas da
Terra. Por isso, busca-se uma maior consciência da sociedade sobre
o tema, de modo que possamos encontrar soluções para auxiliar na
regeneração do meio ambiente, processo de extrema urgência, para
que as futuras gerações possam sobreviver no planeta Terra.
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Objetivo de Aprendizagem:
22 Conhecer as fases de tratamento de efluentes do sistema de tratamento
de água;
22 Direcionar a gestão ambiental de resíduos sólidos;
22 Comparar as técnicas de minimização e monitoramento das emissões
de gases e particulados;
22 Compreender o funcionamento do monitoramento de emissões
atmosféricas.

8.1 Efluente do sistema de tratamento de água


Para que possamos despoluir e reaproveitar as águas de efluentes é neces-
sário utilizar um sistema conhecido por tratamento de efluentes ou Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE), também chamado de Estação de Águas Residuais
(ETAR). Esse sistema segue etapas para a retirada dos compostos orgânicos e
inorgânicos, que causam poluição ao meio mabiente como rios, lagos, mar e len-
çol freático. O ETE trata das águas residuais domésticas e, logo após sua realiza-
ção em esgotos sanitários, os compostos retirados são escoados para o mar ou rio.
A poluição nesses esgotos é aceitável ao nível de emissão de poluentes aceitos pela
Norma ABNT 13.969 / 97 vigente, relacionada ao meio ambiente.
Há diversos tipos de tratamentos existentes, os quais são divididos em 4
fases. Conheça agora um pouco mais sobre o funcionamento de cada uma delas.

8.1.1 Tratamento preliminar


No tratamento preliminar, como o próprio nome sugere, acontece um pré-
-tratamento, em que são separados sólidos maiores ou mais grosseiros - também
conhecidos como gradeamento -, por meio de grades grossas, grades finas ou,
com peneiras rotativas que são aplicadas em caixas de areia que é realizado por
meio do desengorduramento nas caixas de gordura ou ainda nos chamados pré-
-decantadores. Desta forma, o esgoto passa para as demais fases subsequenes a
essa fase para os próximos tratamentos.

– 102 –
Técnicas de minimização e monitoramento das emissões de gases e particulados

8.1.2 Tratamento primário


Esta fase, quando ocorre a remoção dos sólidos suspensos, é conside-
rada um pouco melhor do que o tratamento preliminar, ou seja, suas carac-
terísticas relacionadas à poluição, praticamente, continuam inalteradas.
Nesta fase a matéria poluente é separada da água por meio de um processo
denominado sedimentação.

8.1.3 Tratamento secundário


No processo secundário ocorre dois processos que são eles: processo anae-
róbio. Consiste em um processo em que a matéria orgânica, que é o poluente,
é consumida por microorganismos nos reatores biológicos, que são grandes tan-
ques com elevada quantidade de agentes anaeróbios.
Ao sair desses tanques o esgoto ainda existe uma grande quantidade de
micro-organismos, desta forma se faz necessário o arejamento deste ambiente.
Este tratamento é bastante eficiente, chegando a eficiência de 95% ou até mais.
Uma vez terminado este processo o nível de poluição por matéria orgânica
é bastante reduzido, a cerca de 95% ou mais, podendo inclusive ser despejadas
no próprio ambiente, caso o efluente atinja concentrações de parâmetros abaixo
daqueles especificados pela Norma (Resolução CONAMA nº 430/2011).
Mesmo após o tratamento secundário, fenômeno este que aumenta o cres-
cimento excessivo de algas, porem a maioria acaba morrendo, fato este que pre-
judica bastante a vida dos peixes, pois o oxigênio que é consumido na decom-
posição das algas que morrem além do mais algumas algas contaminam as águas
porque produzem toxinas.

8.1.4 Tratamento terciário


O tratamento terciário não é etapa obrigatória, mas pode ocorrer, previa-
mente ao lançamento do efluente no corpo receptor, visando à desinfecção, isto
é, a redução de potenciais patógenos no efluente, ou à remoção de nutrientes,
entre eles o nitrogênio e o fósforo. A redução da concentração destes compostos
visa evitar que, em excesso, eles possam ser utilizados por algas e plantas aquáticas,
levando ao crescimento exacerbado destes organismos e à eutrofização dos cor-

– 103 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

pos hídricos que vão receber o efluente tratado. Nos tratamentos terciários
de efluentes são utilizadas técnicas físico-químicas ou biológicas para a
retirada de poluentes específicos que não foram retirados pelos outros
processos mais comuns. Alguns desses poluentes específicos podem ser con-
siderado matéria orgânica, compostos não biodegradáveis, nutrientes, metais
pesados, entre outros.
Nesses tratamentos terciários podem serem incluídos algumas etapas
dependendo do graus de depuração do qual se deseja obter .Nos tratamentos
terciários podem ser aplicados alguns tratamentos dos quais classificam –se:
22 Tecnologias de transferência de fase: é quando o poluente é sim-
plesmente passado para outro estado de agregação, isto é, passa da
fase aquosa para outra fase, que pode ser veiculada para a atmos-
fera ou ser transformada em resíduo sólido. Esse último ocorre, por
exemplo, com o método de adsorção por carvão ativado que será
explicado mais adiante.
22 Tecnologias destrutivas: é quando o poluente se transforma ou
deixa de existir, quando ocorre a oxidação da matéria orgânica ou
quando ela deixa de existir.
Veja agora os principais exemplos de tratamentos terciários de efluentes:
22 Microfiltração: é um processo de separação com o uso de mem-
branas com poros na escala de micrômetros (1 µm = 10-6 m) em
que a força que promove a separação da parte líquida dos sólidos
poluentes é a pressão através da membrana e os seus poros.
22 Precipitação e coagulação: São adicionadas à água substâncias
químicas coagulantes que formam flocos quando se juntam à
matéria em suspensão. Por exemplo, a adição de cal em esgotos
que contêm ferro produz flocos que descem para o fundo do
recipiente.
22 Adsorção (carvão ativado): Os poluentes ficam adsorvidos na
superfície do carvão: são transferidos.
22 Troca iônica: utiliza certos polímeros com sítios que podem reter
íons. Desse modo, os íons poluentes que estão na água, que ficam

– 104 –
Técnicas de minimização e monitoramento das emissões de gases e particulados

retidos na resina polimérica, podem ser trocados por outros íons de


mesma carga.
22 Osmose reversa: Por meio da aplicação de uma pressão, a água
pura vinda do efluente passa de modo forçado por uma membrana
semipermeável de material orgânico polimérico que os íons não
podem atravessar. Esse método é usado para dessalinizar a água,
por exemplo.
22 Ultrafiltração: É um processo de fracionamento seletivo que uti-
liza pressões acima de 145 psi (10 bar).
22 Eletrodiálise: uma série de membranas semipermeáveis é colocada
de modo vertical e alternadamente no interior de uma célula elé-
trica.
22 Cloração: O cloro (cloro gasoso ou hipoclorito de sódio) é adicio-
nado na água para duas ações principais, que são (1) destruir ou
anular a atividade de micro-organismos patogênicos, algas e bacté-
rias, e (2) agir como oxidante de compostos orgânicos e inorgâni-
cos presentes na água.
22 Ozonização: O ozônio (O3) é usado porque atua como um potente
agente oxidante, além de ser facilmente absorvido pela água. Ele é
usado principalmente para oxidar os compostos orgânicos não bio-
degradáveis.
22 PAOs (Processos Avançados de Oxidação): neste processo além
do ozônio, a oxidação química também pode ser realizada com
o uso de peróxido de oxigênio ou outro oxidante convencional.
Para acelerar esses processos, são utilizados radicais extremamente
oxidantes e pouco seletivos que podem ser obtidos por meio de
diferentes combinações entre a radiação ultravioleta, peróxido de
oxigênio, ozônio e fotocatalisadores.
22 Desnitrificação: Por meio deste processo é possível reduzir o nível
de nitrogênio. É necessários que haja condições anóxicas, ou seja,
ausência de oxigênio para que os seres biológicos consigam se for-
mar. Quanto maior o número de bactérias, mel.

– 105 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

8.1.5 Desinfecção Figura 1 - Decantadores secundários


posicionados após tanques de aeração por
As águas residuais apre- Iodo ativado.
sentam organismos patogê-
nicos e, por meio da desin-
fecção, é possível removê-los.
Com isso, conseguimos redu-
zir os odores que se formam

Fonte: Shutterstock, 2016.


nas estações de tratamento
de esgoto, além do potencial
de contaminação ambiental.
Uma das formas de se realizar
a desinfecção dos efluentes
é utilizando-se de radiação
ultravioleta. Entretanto, ape-
sar de elevada eficiência, este
método apresenta elevado
custo, além de ser incompatível com estações de tratamento com vazões
muito elevadas.

Figura 2 - Tratamento de resíduos


liquidos. Figura 3 - Resíduos liquidos.
Fonte: Shutterstock, 2016.

Fonte: Shutterstock, 2016.

– 106 –
Técnicas de minimização e monitoramento das emissões de gases e particulados

8.2 Técnicas de minimização e monitoramento


das emissões de gases e particulados
Conforme nos afirma Lora (2002), os poluentes atmosféricos podem
ser classificados em: antropogênicos e naturais. Os antropogênicos são emis-
sões provenientes de poluição resultantes da ação provocada pelo homem, e a
natural é a poluição causada por processos de ordem natural.
Conforme dados fornecidos pelas Nações Unidas, 2011 a maioria da
população vive nos centros urbanos. Só no Brasil, isso corresponde a 75% da
população, segundo IBGE (2005). Esta concentração de pessoas acarreta um
maior nível de poluição nessas área
Vamos conhecer quais as fontes de poluição do ar?
Naturais:
22 Emissões vulcânicas: as cinzas e os gases;
22 Agitação de areia e poeira;
22 Dejetos oriundos de seres animais e vegetais;
22 Elementos e gases oriundos de queimadas em florestas: partículas e
gases de incêndios florestais;
22 Sujeira espacial;
22 Evaporação congênita;
22 Ascendência fluidos da divisão da matéria orgânica;
22 Marulho de mares e oceanos.
Antropogênicas
22 Fontes oriundas de industriais;
22 Fontes de veículos movidos a gasolina, álcool, diesel e GNV;
22 Lixo sendo incinerado e a céu aberto;
22 Armazenagem e comércio de gênero etéreo;
22 Incineração de combustíveis no ramo industrial e termoelétrico;
22 Envio de procedimentos químicos.

– 107 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Efluentes: são os resíduos provenientes das indústrias,


dos esgotos e das redes pluviais, que são lançados no
meio ambiente, na forma de líquidos ou de gases.
Etéreo: concernente a, da natureza de ou próprio do éter.
Evaporação congênita: evaporação natural
Marulho: agitação
Sujeira espacial: lixo

Analisando essa lista, vemos que diariamente diversos fatores influenciam


a poluição atmosférica. Para que possamos minimizar o problema, é necessário
um melhor entendimento, por parte da população, pois os danos causados ao
meio ambiente e à saúde são imensos.

A poluição atinge desde as plantas, reduzindo sua capacidade de fotossín-


tese, o que reduz a produção agrícola, acidifica as águas da chuva e amplia a quan-
tidade de poeira, fatores que intensificam os problemas relacionados à poluição.

Você sabia

A chuva ácida é um fenômeno atmosférico no qual a poluição pro-


move altas cargas de ácido na chuva. Esta ação é ocasionada pelas
atividades naturais e pelas decorrentes do ser humano. A reação do
vapor da água com esses ácidos é o que dá origem a chamada chuva
ácida. (EPA, 2010).

8.3 Efeitos da poluição atmosférica


na saúde humana
Como já mencionado anteriormente, a poluição é prejudicial. Ao con-
tribuirmos com a poluição atmosférica, acabamos gerando um grande impacto
à nossa própria saúde, desde doenças respiratórias até alguns tipos de câncer.
Vamos conhecer as complicações mais comuns ocasionadas:

– 108 –
Técnicas de minimização e monitoramento das emissões de gases e particulados

22 Vias respiratórias: irritações que afetam diretamente os pulmões,


prejudicando o sistema respiratório;
22 Asfixia: irritações que provocam redução no nível de respiração
devido ao contato com grandes quantidades de CO, Hxs;
22 Câncer: pode atacar os pulmões por meio do contato com o aminto,
alcatrão, cromo.
Na tabela a seguir, é possível conferir os valores correspondentes a interna-
ções de idosos e crianças devido à poluição.
Tabela 1 - Internações ocasionadas pelos níveis de poluição em São Paulo.

Estatística descritiva dos níveis de poluição, variáveis meteorológicas e das internações de idosos e crianças.
São Paulo, Brasil, 1996-2000.
Parâmetros n (dias) Média DP Valor 25% 50% 75% Valor
mínimo máximo

PM10 (µg/m3) 1.461 54,49 25,24 13,93 37,04 48,57 64,56 186,25
SO2 (µg/m3) 1.459 17,71 9,86 2,58 10,54 15,38 22,83 75,24
CO (ppm) 1.459 3,24 1,64 0,54 2,17 2,86 3,87 12,58
NO2 (µg/m3) 1.452 103,46 51,18 19,00 68,05 93,73 127,97 421,62
O3 (µg/m3) 1.460 71,79 41,99 7,82 42,41 61,85 91,69 389,45
Temperatura (°C) 1.461 19,21 3,45 7,13 16,70 19,15 22,01 28,34
Umidade relativa (%) 1.461 81,29 8,06 48,45 77,08 81,98 86,79 96,63
Internações em idosos
Respiratórias 1.461 14,76 5,41 1 11 14 18 36
DPOC 1.461 3,59 2,58 0 2 3 5 19
Pneumonias 1.461 5,94 3,07 0 4 6 8 20
Circulatórias 1.461 43,38 15,71 10 32 48 52 165
Doença isquêmica do coração 1.461 8,60 3,83 0 6 8 11 21
Internações em crianças
Respiratórias 1.461 37,77 14,73 7 27 36 46 95
Asma 1.461 6,19 3,47 0 4 6 8 27
Pneumonias 1.461 22,48 10,09 3 15 21 28 65
DP = desvio padrão; DPOC = doença pulmonar obstrutiva crônica.

Fonte: GOUVEIA; FREITAS, LOURDES, 2006.

Importante

A poluição pode vir de diversas fontes. A oceânica, por exemplo,


vem do continente, ou seja, é trazida pelos rios, ventos, chuvas, repre-
sentando cerca de 80% do total de poluição. Os compostos mais
comuns são: agrotóxicos; materiais plásticos, latas, metais, madeiras e
materiais de pesca, resíduos industriais como metais pesados

– 109 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

(chumbo, mercúrio, cobre e estanho), esgotos lançados sem trata-


mento, óleo e petróleo derramado devido a acidentes com navios-
-tanques, rompimentos de dutos e emissários submarinos, até lixo
radiativo depositado por alguns países no fundo do mar.
Tudo isso faz com que pareça até difícil acreditar nas inúmeras pos-
sibilidades de poluição existentes, além das outras que estudamos
e são notadas e vistas por nós todos os dias. Quando estamos
jogando nosso lixo em lugares impróprios, por exemplo, estamos
contribuindo para o aumento desses índices absurdos de poluição.
Outro modelo de poluição que as pessoas realizam todos os dias
é a utilização de veículos por poucas pessoas, pois muitas vezes
pegamos nosso carro e vamos sozinhos para o trabalho. O índice
de poluição ocasionada é enorme. Para que possamos auxiliar na
preservação do meio ambiente, deveríamos utilizar mais o trans-
porte público.

8.3.1 Agravantes da poluição atmosférica


Nas altas camadas da atmosfera, o oxigênio se apresenta na forma diatô-
mica, onde absorve ondas de luz ultravioleta de até 150mm, formando assim
o oxigênio atômico. Quando o oxigênio atômico tem combinação com o oxi-
gênio diatômico, há a formação da molécula de ozônio, que absorve a radiação
ultravioleta e volta a se quebrar em oxigênio diatômico e oxigênio atômico,
dando início novamente ao ciclo. Por este motivo que, ao chegar na Terra, a
luz carrega uma parcela pequena de ultravioleta, porque a grande parte já foi
absorvida na camada de ozônio. Atualmente, o que se sabe é que a camada de
ozônio é muito afetada devido às diversas substâncias químicas sintetizadas pelo
homem. Dentre elas, estão as utilizadas na refrigeração doméstica, comercial,
industrial e automotiva, na produção de espumas, na agricultura, em labora-
tórios e também como matéria-prima de vários processos industriais, pois ao
chegar na estratosfera afetam o equilíbrio, devido à composição muito frágil.
Com a ação desses gases impróprios, a camada de ozônio vem sendo
diretamente diminuída. O aumento nos níveis de ultravioleta geram inúme-
ras mudanças em todos os organismos vivos, bem como nos seres humanos,

– 110 –
Técnicas de minimização e monitoramento das emissões de gases e particulados

que podem ter suas saúdes diretamente afetadas. Vamos conhecer quais as
doenças mais incidentes:
22 Aumento significativo de câncer de pele, bem como queimaduras
provenientes da exposição ao sol;
22 Diminuição do sistema imunológico e dificuldades relacionadas à visão;
22 Diminuição da visão, causando doenças como a catarata;
22 Alterações significativas nos genes, causando alterações tanto nos
seres humanos quanto nos vegetais;
22 Diminuição de algumas espécies e até extinção, como por exemplo
o planction, resultando em danos para toda cadeia alimentar;
22 Diminuição da qualidade dos alimentos, influenciando direta-
mente na agricultura.

Saiba mais

Os prejuízos causados pela poluição atmosférica as plantas é enorme.


O ozônio por ser altamente fitotóxico, ele reduz taxas fotossin-
téticas, crescimento, acelera a senescência foliar, provocar danos
foliares, como necroses e cloroses entre outros efeitos.

8.4 Direcionamento a respeito da gestão


ambiental de resíduos sólidos
Com o aumento da geração de resíduos ao longo dos anos, passou-se a dar
mais ênfase no estudo de sua destinação,tanto na esfera nacional quanto interna-
cional. Isto se deve a grande expansão da forma de pensar coletiva com relação ao
meio ambiente e a busca por melhoria da qualidade de vida da população em geral.
Atualmente, vem se buscando entender algumas mudanças atuais nas
demandas ambientais, sociais e econômicas como um todo. Podemos perce-
ber um novo posicionamento dos três níveis de governo, da sociedade civil e
da iniciativa privada, convergindo em mudanças nos setores para ampliar a
qualidade de vida da sociedade.

– 111 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

8.4.1 Resíduo de cinzas


Cinzas volantes são partículas sólidas de pequena dimensão arrastadas
pelos gases e são normalmente retidas em sistemas de filtragem. Esses resíduos
poderão conter também determinados metais.

8.4.2 Resíduos de emissões fugitivas


Os resíduos de emissões fugitivas, denominação dada a emissões de
gases ou de vapores de equipamentos, são provenientes do sistema no qual
se encontram sob pressão, devido a vazamentos e atividades ligadas aos tra-
balhos da indústria. Estas emissões são de difícil controle, ou seja, afetam
não só a qualidade do ar local como também podem, em certos casos, serem
responsáveis por colocar em perigo as instalações e a saúde de trabalhadores.

8.5 Monitoramento de emissões atmosféricas


Segundo a resolução do Conama nº 382, de 26 de dezembro de 2006,
que tem por finalidade o controle e recuperação da qualidade do ar, os níveis
de imissões de poluentes atmosféricos estão sendo observados, visando garan-
tir uma maior proteção da saúde e melhoria do bem-estar da população.
Conforme Botkine Keller et al.(2011), a poluição do ar deve ser elimi-
nada já em sua saída, ou seja, onde ela é produzida. Se fossem desenvolvidos
sistemas para prevenir a poluição, logo em seu ciclo inicial, teríamos grandes
chances de conseguir reduzir, ou mesmo zerar, os índices de poluição. Um
bom meio de se iniciar este processo seria por meio da escolha adequada de
equipamentos tais como filtros, entre outros que visem o tratamento correto
dos meios que poluem. Vamos ver de que forma podemos dividir as caracte-
rísticas para facilitar a escolha do melhor equipamento:
22 os aplicáveis aos controles de poluentes gasosos e os aplicáveis aos
de controle dos particulados: desta forma definiríamos em quais
equipamentos seriam separados, pois alguns poluentes possuem
partículas muito pequenas, com diâmetros que medem ape-
nas 0,0001 mícron, já outros possuem tamanhos a partir de 0,1
mícron, segundo Eletrosul (1990) .

– 112 –
Técnicas de minimização e monitoramento das emissões de gases e particulados

Resumindo
Neste capítulo estudamos os diferentes tipos de tratamento, dos quais se
dividem em :tratamento primário, secundário e terciário. Os diferentes tipos
de resíduos eliminados ao meio ambiente, bem como o que pode ser feito
para a minimização de tais efeitos nocivos a natureza.
Quando falamos de poluição, a sociedade como um todo tem sua par-
cela de culpa nos danos causados ao meio ambiente. A população é responsá-
vel tanto pela sua preservação quanto destruição. Aos poucos, as pessoas estão
se conscientizando de que é necessário mudar alguns comportamentos para
que as futuras gerações possam sobreviver na Terra.
A diminuição da qualidade do ar está diretamente ligada a vida das pes-
soas, ou seja, quanto pior é o ar respirável pelos seres, maior é o índice de
doenças ocasionadas. Nas grandes cidades, o problema se torna ainda maior,
pois como a quantidade de pessoas é muito grande, o nível de poluição gerado
é maior, causando ainda mais problemas de saúde, como câncer.

– 113 –
9
Limites de emissão
para poluentes
atmosféricos

O crescimento global, aliado a melhoria da qualidade de


vida, tem ocasionado cada vez a elevação nos índices de poluição.
Assim, consequentemente, há um aumento dos chamados poluen-
tes atmosféricos, que são gases e partículas poluidoras prejudiciais à
saúde humana e ao meio ambiente. Por isso, cada vez mais tem-se
procurado formas capazes de reduzirem a poluição para que o pla-
neta consiga ter melhores condições de sobrevivência.
Atualmente, existem inúmeros problemas relacionados a
poluição atmosférica, entre eles podemos destacar a poluição sobre
a deposição dos poluentes atmosféricos nas plantas, a acidificação
das águas da chuva e da poeira contaminando os recursos hídricos,
os biomas aquáticos e o solo.
A preocupação cada vez maior com o meio ambiente tem feito
com que a maioria da população tome consciência de seu papel como
agente modificador do meio e que apliquem seus conhecimentos para
melhorar as condições de sobrevivência, aliados a redução da poluição.
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Hoje em dia, existe uma crescente demanda de projetos e técnicas que


visam a melhoria da biosfera como um todo, ou seja, a busca por uma qua-
lidade de vida tem feito com que a população em geral busque meios que
tornem a vida mais saudável, principalmente quando se relaciona a qualidade
da água e do ar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a qualidade do ar que respi-
ramos tem altos índices de gases poluidores, causadores de inúmeras doenças.
O ser humano começou a entender que a preservação ambiental é
algo que precisa ser buscado de forma urgente e em todos os lugares para
que seja possível uma redução dos processos que aceleram a degradação dos
recursos naturais.
Ao longo dos anos, foram definidas algumas ações que buscam reduzir
os impactos ambientais oriundos, principalmente, da ação do homem, são
eles: Agenda 21, o Protocolo de Kioto e as 17 Leis Ambientais aprovadas.

Objetivo de Aprendizagem
Este capítulo irá abordar os conceitos associados à emissão de poluentes
atmosféricos e qualidade do ar:
22 Identificar, definir, classificar e avaliar as concentrações das emis-
sões dos poluentes;
22 Entender os efeitos do aquecimento global;
22 Definir e avaliar os conceitos associados à poluição atmosféricos.

9.1 Concentrações das emissões dos poluentes


Alguns fatores auxiliam na dispersão de contaminantes poluentes na
atmosfera, dentre eles destacam-se: fatores climatológicos, como a tempera-
tura, a velocidade do vento, o movimento de sistemas de alta e baixa pres-
são e a interação com a topografia, como a presença de morros, montanhas,
ocasionando a inversão térmica. A inversão térmica ocorre devido a camada
de ar frio ficar sob a camada de ar quente, assim os gases contaminantes se
acumulam próximos ao solo.

– 116 –
Limites de emissão para poluentes atmosféricos

9.2 Poluição Atmosférica


O ar atmosférico é um composto gasoso com mais de mil quilômetros de
espessura, ao redor da Terra, como uma capa, e integra a troposfera, camada da
atmosfera em que vivemos e respiramos, a qual possui 12 km de altura.
O ar é algo extremamente importante e indispensável ao homem, aos
animais e à vegetação, sendo insubstituível. Assim, o ar atmosférico é cons-
tituído por uma mistura de gases (entre eles: oxigênio, nitrogênio e gás car-
bônico). Mas encontramos também alguns gases nobres, como: o neônio,
o hélio, argônio, radônio, xenônio e o criptônio. O ar ainda possui vapor
d’água, ozônio, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, amônia, monóxido
de carbono, partículas sólidas em suspensão e outros componentes, porém
em porcentagens que variam dependendo do lugar em que se encontram.

9.2.1 Poluentes atmosféricos


A Resolução Conama nº. 003, de 28/06/1990, define como poluente
atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em
quantidade, concentração, tempo ou características que estejam em desa-
cordo com os níveis estabelecidos, e tornem ou possam tornar o ar:
I. não próprio para a saúde;
II. inconveniente ao bem-estar público;
III. prejudicial a toda natureza;
IV. não recomendável a utilização devido à falta de segurança, ao
uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comu-
nidade.

9.2.2 Efeitos da poluição atmosférica


Já é de conhecimento da maioria da população que o ar nas grandes
cidades possui baixa qualidade, estando entre os mais poluídos.
A precisão da poluição não pode ser precisa pois as pessoas estão expos-
tas a inúmeros tipos de poluentes. Alguns poluentes possuem reações
que intensificam uma reação quando combinados, enquanto outros
podem reagir mutuamente, reduzindo o efeito. Existem diversos fato-

– 117 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Figura 1 - Efeitos da poluição atmosférica. res responsáveis para que os poluentes


causem danos, entre eles podem incluir a
idade de uma pessoa, sua saúde e desgaste
físico, bem como a intensidade e duração
da exposição. (SEWELL, 1978, p. 167).

A figura a seguir mostra


o efeito da poluição junto as
camadas da atmosfera, ou seja,
os efeitos causados diretamente
pela poluição.
Fonte: Shutterstock, 2016.

9.3 Efeitos do aquecimento global


Um dos principais efeitos da poluição atmosférica é o fenômeno do
aquecimento global, que pode ser definido como um mecanismo de aumento
da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra, tendo
como efeito causador as emissões de gases do efeito estufa.
Tal fenômeno de elevação da temperatura global vem acontecendo desde
meados do século XIX, e deverá continuar no século XXI. Existem, entre os
gases poluidores, alguns que são emitidos mais pelo homem, como: o dióxido de
carbono e o metano, gases que são provenientes de diversas atividades, especial-
mente da queima de combustíveis fósseis, de fertilizantes e do desmatamento.
A Organização das Nações Unidas, em seu relatório anual sobre pes-
quisas feitas a respeito do aquecimento global em todo o mundo, por meio
do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), mostra que
Figura 2 - Efeitos do aquecimento global. esses estudos têm, por motivos
práticos, um alcance de tempo
até o ano de 2100. E indicam
que as consequências do aqueci-
mento global são graves e irrever-
síveis, permanecendo por séculos
adiante, dentro dos horizontes da
atual civilização.
A figura 2 apresenta a forma
Fonte: Shutterstock, 2016. que ocorre o aquecimento global.

– 118 –
Limites de emissão para poluentes atmosféricos

9.3.1 Efeito estufa


O efeito estufa, ou efeito de estufa, é um processo que se faz quando
uma parte de toda a radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre é
absorvida por alguns gases presentes na atmosfera. É um processo natural que
bloqueia a temperatura no planeta para que ela esfrie mais do que deveria,
ajudando assim a dar continuidade na vida da Terra. Atualmente, a emissão
de gases poluentes em grande escala tem contribuído muito para que o pro-
cesso de aquecimento da temperatura se torne maior com o passar dos anos.
A praticamente dois séculos atrás, a poluição existente praticante era
de forma natural na atmosfera, eram quase sempre de poluentes,
resultado basicamente das erupções vulcânicas, da decomposição
orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Algum tempo depois
quando foi iniciada a queima do carvão na Revolução Industrial, o
aumento da queima de partículas e gases aumentou cerca de 30%,
segundo informações de cientistas do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas. Na análise realizada através de bolhas de
ar presas há milênios no subsolo gelado da Antártica comprovou que
a atual concentração de CO2 na atmosfera é a maior já registrada nos
últimos 440.000 anos. Valores estes que são quase um terço a mais
do que a natureza é capaz de reciclar. (FONTENELLE & COUTI-
NHO, 2004, p. 188).

A figura abaixo apresenta um esquema do efeito estufa na atmosfera.


A atmosfera terrestre é praticamente transparente à radiação solar e absorve
fortemente na região do infravermelho.
Já na figura seguinte, mostramos uma medida da influência de um fator
(no caso, a concentração) na alteração do equilíbrio de energia que entra
e sai do sistema Terra-atmosfera: Figura 3 - Efeito estufa na atmosfera.
se positivo, tende a aquecer a
superfície. É o forçante radiativo,
devido ao aumento na concen-
tração do ozônio desde a era pré-
-industrial, é estimado em 0,35
Wm-2 (IPCC, 2007). Isto torna o
ozônio o 3º gás mais importante
do efeito estufa, somente atrás do
gás carbônico e do metano.
Fonte: Shutterstock, 2016.

– 119 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Figura 4 - Contribuição proporcional dos principais gases do efeito estufa


estimada desde a era pré-industrial até o presente.

Fonte: IPCC, 2007.

Você sabia

Com o aquecimento global, a floresta amazônica pode tornar-se um


deserto? Leia sobre o assunto no link:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/12/11/nao-
-existe-aquecimento-global-diz-representante-da-omm-na-america-do-sul.jhtm

9.3.2 O Protocolo de Kioto (1997)


O Protocolo de Kioto é o resultado do encontro de 160 nações, em
1997, no Japão, com o intuito de reduzir as emissões de gases que causam
o efeito estufa (CO2, CH4, entre outros) e, assim, incentivar o desenvolvi-
mento de novas tecnologias e a utilização de fontes limpas de energia. A partir
de então, houve a possiblidade de comercializar as emissões (principalmente
de CO2, resultante da queima de combustíveis fósseis, dos quais a utilização
nos países desenvolvidos se intensificou bastante).

– 120 –
Limites de emissão para poluentes atmosféricos

Segundo Coelho et al. (2000), nesse âmbito, o Brasil ocupa uma posi-
ção privilegiada devido, principalmente, ao Programa Nacional do Álcool,
responsável, em 1997, pela emissão de cerca de 13 milhões de toneladas de
carbono; isto possibilitou a busca por melhores resultados, não apenas pela
substituição de parte da gasolina pelo álcool para fins automotivos, mas tam-
bém pela própria geração com bagaço de cana, no setor alcooleiro, que é
autossuficiente em se tratando de termos energéticos.

9.3.3 A Agenda 21
A Agenda 21 é um documento que foi confeccionado pelas Nações Unidas,
o qual define um projeto de ação global, que visa o desenvolvimento sustentá-
vel, e foi adotado por chefes de Estado de 179 países participantes da Conferên-
cia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO/92,
realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992. (MOTA, 2000, p. 361).
O acordo é composto por quarenta capítulos, distribuídos em quatro seções,
as quais são agrupados por assuntos inter-relacionados e sempre voltados para o
desenvolvimento sustentável.” (MOTA, 2000, p. 362). O Capítulo Nono, Seção
II, trata da Proteção da Atmosfera e inclui as seguintes áreas de programas:
a) Considerações das incertezas: aperfeiçoamento da base científica
para a tomada de decisões;
b) Promoção do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento, efici-
ência e consumo da energia; transportes; desenvolvimento indus-
trial; desenvolvimento dos recursos terrestres e marinhos e uso da
terra;
c) Prevenção da destruição do ozônio estratosférico;
d) Poluição atmosférica transfronteiriça.

9.4 Índice de qualidade do ar


O índice de qualidade é o resultado de uma média aritmética calculada
para cada indicador, ou seja, de várias estações da rede de medição da zona.
Desta forma, mede as concentrações de ozônio entre outras partículas.

– 121 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Segundo a pesquisa da Organização Mundial de Saúde (2013), as prin-


cipais capitais do Brasil estão com índices de poluição acima do valor institu-
ído. Enquanto o índice ideal por metro cúbico é de 10 microgramas, todas as
cidades pesquisadas ultrapassaram o limite indicado.
A tabela a seguir indica a quantidade de microgramas por metro cúbico
medido em cada capital.
Tabela 1 - Índice de poluição nas capitais brasileiras.

Cidades Média de micrograma por metro cúbico


São Paulo 28,1
Rio de Janeiro 19
Belo Horizonte 16,5
Curitiba 16,5
Porto Alegre 16,3
Recife 11,1

Fonte: Organização Mundial da Saúde (2013).

9.4.1 Meio Ambiente


O meio ambiente, também chamado apenas de ambiente, pode ser defi-
nido como o conjunto de todas as coisas vivas e não-vivas que existem na
Figura 5 - Meio ambiente. Terra, ou em qualquer local dela.
Atualmente, a legislação,
que está em vigor no Brasil,
define meio ambiente como:
“(....)conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem
física, química e biológica que
permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas” (Lei 6.938,
de 31.08.81, mantida pela Lei nº
Fonte: Shutterstock, 2016. 7.804, de 18.07.89).

– 122 –
Limites de emissão para poluentes atmosféricos

A figura ao lado mostra a grandiosidade que é o meio ambiente.


Hoje em dia, um dos principais riscos ambientais com que nos defronta-
mos está intimamente associado à elevação do consumo de energia e preocupa
devido às consequências de seu prosseguimento, indefinidamente, no futuro.
Destes riscos, quatro se destacam por sua dimensão global: o efeito estufa; a
poluição do ar urbano, pelas indústrias e veículos de transporte; a chuva ácida
e o risco de acidentes em reatores nucleares (LA ROVERE, 1996, p.12).
Importante

As temperaturas em todo o mundo têm aumentado. Na Península


Antártica, por exemplo, as temperaturas subiram, nos últimos 50
anos, cerca de 6º C. O que não se esperava é que tal fato fizesse
com que a precipitação de neve também aumentasse. Este fenômeno
ocorre porque, ao se formar um manto impermeável sobre o oceano,
aumenta também a umidade na atmosfera .Alguns pinguins, como o
imperador, o papua e o barbicha, necessitam de solos sem vegetação
para construírem seus ninhos, com pedregulhos. Desta forma, como
o derretimento da neve não ocorre em tempo suficiente, os pinguins
acabam colocando seus ovos sobre a neve, perdendo os ovos
quando a neve derrete.

Partículas: constituinte fundamental da matéria, ou


da luz (fóton), que parece, no atual estágio do conhe-
cimento, não decomponível em outros elementos.
Climatológicos: que dependem do clima.

– 123 –
10
Alternativas
tecnológicas de
controle ambiental

Nos dias atuais, o que mais se houve falar é justamente da


questão ambiental, tempos estes em que se gera cada vez mais lixo,
mais papel, nunca se produziu tanto material relacionado ao assunto
meio ambiente.
Em vista disso, torna-se cada vez mais comum fenômenos como
enchentes, efeito estufa , tsunamis. Desta forma, faz-se necessário estu-
darmos e aprendermos sobre o assunto, para que saibamos de fato o
que se pode fazer e quais mecanismos de controle ambientais existentes.
O controle ambiental e as suas ferramentas, como a legislação
ambiental e o estudo de impactos ambientais, têm auxiliado muito
na fiscalização, buscando melhorias no controle dos problemas
causados. Vale lembrar que o controle ambiental é regido por leis,
decretos e normas técnicas, e tem como objetivo principal assegurar
a qualidade de vida da população.
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Neste capítulo, abordaremos os conceitos associados às tecnologias de


controle da poluição, suas ferramentas e aplicações.

Objetivo de Aprendizagem:
22 Definir as ferramentas de gestão ambiental e tecnologias de con-
trole ambiental;
22 Explicar as tecnologias de controle de poluentes e ambientais.

10.1 Controle ambiental


Figura 1 - Poluição atmosférica. O controle ambiental é
composto por regras definidas,
destinadas à fiscalização ambien-
tal, que regem os efeitos dos
impactos ambientais, ou seja, ava-
liam o meio ambiente, a quali-
dade ambiental. Está relacionado
a emissões atmosféricas, resíduos
sólidos, efluentes líquidos.

Fonte: Shutterstock, 2016. Abaixo, são apresentadas


imagens relacionadas às emissões
atmosféricas, resíduos sólidos
Figura 2 - Resíduos sólidos (lixo). e efluentes líquidos, para que
tenhamos uma ideia de como
esses emissores estão presentes
no nosso cotidiano.
Na figura seguinte é pos-
sível ver os resíduos sólidos, ou
seja, o lixo. Com o aumento da
demanda em locais impróprios,
muitos problemas acabam sendo
Fonte: Shutterstock, 2016. gerados, principalmente à saúde.
A seguir, vemos o que ocorre com a contaminação das águas, os problemas
desde a mortalidade de algumas espécies até os relacionados à vida humana.

– 126 –
Alternativas tecnológicas de controle ambiental

O controle ambiental se Figura 3 - Efluentes líquidos.


mantém exclusivamente entre
três eixos, que são: licenciamento,
fiscalização e monitoramento.
a) O licenciamento é o
que faz o controle de
prevenção, é por meio
dele que se tem ideia de
como se pode intervir
nas ações relacionadas Fonte: Shutterstock, 2016.
ao meio ambiente. O
licenciamento utiliza algumas ferramentas que possibilitam a pre-
venção, entre elas o EIA/Rima, estudo que controla e decide o que
deve ser feito para que os impactos ambientais sejam minimizados.
b) A fiscalização funciona como um meio que corrige e procura repa-
rar um dano, ou potencial de risco, na área ambiental. Procura
atentar para o que pode ser feito para minimizar os possíveis danos
que algum empreendimento possa causar.
c) O monitoramento é um mecanismo que estabelece um elo entre
o licenciamento e a fiscalização. É a partir do monitoramento que
são estabelecidas as metas que devem ser atingidas para preservar o
meio ambiente, ao serem cumpridas as exigências do órgão licen-
ciador, pode-se estabelecer uma boa ação fiscalizadora.
Figura 4 - Esquema do controle ambiental.

CONTROLE
AMBIENTAL

LICENCIAMENTO FISCALIZAÇÃO MONITORAMENTO

Fonte: elaborado pelo autor, com base no Manual do Controle Ambiental.

– 127 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Saiba mais

O Decreto nº 6.514, de 2008, não apresentou mecanismos que nor-


teassem a fixação do valor das multas entre o valor mínimo e o máximo
previsto em lei. Esta previsão legal muito aberta implicou na delegação
de excessiva liberdade às autoridades administrativas, que passaram a
aplicar as penas baseadas em critérios genéricos e abstratos.

10.1.1 Legislação ambiental brasileira


A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do mundo.
Mesmo não sendo cumpridas integralmente suas normas, possuem em sua
formação importantes conteúdos que garantem a preservação do meio
ambiente em todo o País. Atualmente, há 17 leis federais brasileiras que têm
como objetivo o meio ambiente e os impactos ambientais a saber:
1. Lei da Ação Civil Pública – número 7.347 de 24/07/1985 - Lei
de interesses difusos, trata da ação civil pública de responsabilidade
por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patri-
mônio artístico, turístico ou paisagístico
2. Lei dos Agrotóxicos – número 7.802 de 10/07/1989 - A lei
regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até
sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também
o destino da embalagem.
3. Lei da Área de Proteção Ambiental – número 6.902 de 27/04/1981
- Lei que criou as “Estações Ecológicas“, áreas representativas de
ecossistemas brasileiros, sendo que 90% delas devem permanecer
intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos.
4. Lei das Atividades Nucleares – número 6.453 de 17/10/1977.
- Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a
responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades
nucleares.
5. Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989 -
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infra-

– 128 –
Alternativas tecnológicas de controle ambiental

ções e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração


ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa,
se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um
crime ambiental.

6. Lei de Crimes Ambientais – número 9.605 de 12/02/1998 -


Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética,
desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos modi-
ficados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no
meio ambiente.

7. Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989 -


Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras.

8. Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967 - A lei


classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais sil-
vestres, caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre
e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de
espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização
do Ibama.

9. Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965 - Determina


a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação
permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma
faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reserva-
tórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior
a 45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude.

10. Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/


1988 - Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro, ou seja, define o que é zona costeira
como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra,
incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e
outra terrestre.
11. Lei da criação do Ibama – número 7.735 de 22/02/1989

– 129 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Criou o Ibama, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente


e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borra-
cha. Ao Ibama compete executar a política nacional do meio ambiente,
atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos
recursos naturais.
1. Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de
19/12/1979 - Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proi-
bidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição
representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços
2. Lei Patrimônio Cultural – decreto-lei número 25 de 30/11/1937
- Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, incluindo os bens de valor etnográfico, arqueológico, os
monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável
pela natureza ou a partir de uma intervenção humana.
3. Lei da Política Agrícola – número 8.171 de 17/01/1991 - Coloca
a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de
seus instrumentos.
4. Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938
de 17/01/1981 - É a lei ambiental mais importante, e define que
o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar,
independentemente da culpa.
5. Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997 -
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema
Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natu-
ral limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múl-
tiplos (consumo humano, produção de energia, transporte, lança-
mento de esgotos).
6. Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição
– número 6.803 de 02/07/1980 - Atribui aos estados e muni-
cípios o poder de estabelecer limites e padrões ambientais para a
instalação e licenciamento das industrias, exigindo o Estudo de
Impacto Ambiental.

– 130 –
Alternativas tecnológicas de controle ambiental

Importante

Mesmo não sendo seguida adequadamente, visto que seu descum-


primento causa sérios danos ao meio ambiente, ainda assim a Lei
Ambiental Brasileira é uma das mais completas do mundo.

10.2 Vistorias técnicas ambientais


As vistorias técnicas ambientais têm por finalidade investigar e analisar
ações a serem desenvolvidas, de forma a possibilitar a tomada de decisões.
Assim, é possível definir o que deve ser realizado diante de um determinado
risco ambiental que possa ter ocorrido ou possa ocorrer. Com isso, as vistorias
são responsáveis por analisar os danos e dar as devidas conclusões.

10.2.1 Laudo técnico


O laudo técnico ambiental ocorre após a vistoria, trazendo uma análise
técnica do problema encontrado. Para isso, são necessários alguns procedi-
mentos, entre eles, descrever exatamente o local em questão, o objetivo de
estar realizando tal trabalho, o histórico do procedimento que está sendo
realizado, bem como apresentar uma conclusão, elaborada pelo profissional
técnico devidamente habilitado. Nesta avaliação, deverá constar um levanta-
mento fotográfico, bem como toda a documentação necessária para facilitar
o entendimento da situação encontrada.

10.2.2 Parecer técnico


Após realizada a vistoria e emitido o laudo técnico, faz-se necessário o
parecer técnico ambiental. O documento é elaborado por uma equipe técnica
qualificada, profissionais que juntos com o perito ambiental darão suas con-
clusões, concordando ou discordando do laudo técnico pericial realizado pelo
perito ambiental.

10.3 Conselho Nacional do Meio


Ambiente (Conama)
Conforme o art. 8º da Lei nº 6.938 de 31/08/1981, compete ao Conama:

– 131 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

I - estabelecer, mediante proposta do Ibama, normas e critérios para


o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras,
a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo Ibama; (Redação
dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos
das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de proje-
tos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e
municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispen-
sáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos
relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação
ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.
(Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades
pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a pro-
teção ambiental; (VETADO);
V - determinar, mediante representação do Ibama, a perda ou restrição
de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral
ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada
pela Vide Lei nº 7.804, de 1989)
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de con-
trole da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações,
mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racio-
nal dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

10.4 Instrumentos de controle ambiental


O principal instrumento de controle ambiental é o licenciamento. O
art. 10 da Lei Federal nº 6.938/81 traz sua finalidade, que é atribuir o que
se deve fazer em empreendimentos que dependerão de prévio licenciamento:
Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capa-
zes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão
de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do
Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, e do Instituto Brasi-
leiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – Ibama, em
caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.

– 132 –
Alternativas tecnológicas de controle ambiental

Com relação ao licenciamento, a Resolução Conama nº 237, de 19 de


dezembro de 1997, no seu art. 1º, apresenta as seguintes definições:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo
qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras
de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente polui-
doras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degrada-
ção ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e
as normas técnicas aplicáveis ao caso.
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medi-
das de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empre-
endedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar
e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relati-
vos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação,
operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apre-
sentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais
como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preli-
minar de risco.
IV - Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambien-
tal que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no
todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados.

Você sabia
Há impactos ambientais na produção de carne.
Se a produção de carne vermelha fosse reduzida causaria um impacto
maior no meio ambiente em relação à emissão de carbono, ao se
comparar com a redução do número de carros.
A produção animal causa diversos impactos ao meio ambiente, afe-
tando a qualidade da água e do ar, a saúde do oceano, competindo
com a biodiversidade, além de utilizar grandes áreas de terra. É res-
ponsável por cerca de 20% das emissões de gases do efeito estufa.

– 133 –
Gerenciamento e Controle da Poluição Sonora e do Ar

Tsunamis: é um termo de origem japonesa são origi-


nados quando ocorrem abalos no fundo do mar.

Resumindo
A humanidade, com o passar do tempo, tem se preocupado mais em
melhorar sua condição de vida, procurando meios que a tornem mais susten-
tável, condição essa muito importante para a sobrevivência do ser humano.
As questões relacionadas a meio ambiente vem, aos poucos, adquirindo
maior importância dentro da sociedade, porém o que se percebe é que os
dirigentes públicos ainda não se preocupam o suficiente com os problemas
ambientais que vem ocorrendo, dentre eles: a qualidade do ar, da água e o
desmatamento. Em países como Índia e China, o crescimento economico e
populacional fizeram com que as questões ambientais fossem deixadas de lado.
Neste aspecto, o Brasil pode se orgulhar. As leis ambientais brasileiras
são as mais completas do mundo, mesmo não sendo aplicadas em sua totali-
dade. Essa ausência de aplicação pode, muitas vezes, causar danos irreparáveis
ao meio ambiente.Mas, aos poucos, tem-se buscado ampliar a vistoria e fis-
calização dos impactos ambientais para que se possa minimizar os problemas
ocasionados ao ambiente.

– 134 –
Conclusão
Gerenciamento e Controle de Poluição Sonora e do Ar

Ao final do nosso livro didático da disciplina de Gerenciamento e Con-


trole da Poluição Sonora e do Ar, concluímos o quanto pode ser amplo
o conceito de agente poluente. Considerando sua definição na Política
Nacional do Meio Ambiente, lei brasileira com o objetivo de preservar e
recuperar a qualidade ambiental no país, um poluente é todo agente capaz
de alterar solo, água e ar, ou interferir na manutenção e na sobrevivência
das espécies. Dentro deste conceito, este livro visou trazer informações
pertinentes aos futuros gestores ambientais em relação às poluições atmos-
férica e sonora, cujos efeitos, muitas vezes, só são percebidos a médio e
longo prazo.
A emissão de poluentes atmosféricos é uma das principais causas das
mudanças climáticas. Gases do efeito estufa, os chamados GEE, como o
dióxido de carbono, metano, ozônio e óxidos de nitrogênio, são lança-
dos diariamente na atmosfera em quantidades gigantescas, devido às mais
variadas atividades humanas. Quando presentes em concentrações mode-
radas, estes gases absorvem parte da radiação infravermelha emitida pela
superfície terrestre e têm papel fundamental na manutenção do calor e da
vida no planeta. Entretanto, devido ao aumento excessivo na geração des-
tes gases, o aquecimento global já é uma realidade incontestável, e medidas
para mitigar os efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos são cada vez
mais necessárias.
Assim como a contaminação do ar, a poluição sonora afeta tanto a
saúde, quanto o comportamento de seres humanos e animais. Entretanto os
efeitos deste tipo de poluição ainda são pouco considerados, e grande parte
da população submete-se voluntariamente a ruídos e sons que podem cau-
sar graves danos à saúde. Assim, além da eliminação ou redução das fontes
sonoras prejudiciais, é importante que a população conscientize-se acerca dos
malefícios associados à poluição sonora, já tipificada como crime ambiental
pela legislação ambiental brasileira.
Encerramos este tema, portanto, com a confiança de que aos futuros
gestores ambientais foram fornecidas as ferramentas necessárias para o ade-
quado gerenciamento e controle das fontes de poluição atmosféricas e sono-
ras. A estes profissionais, assim como a cada um de nós, cabe escrever um
futuro mais sustentável e em equilíbrio com o meio em que vivemos.

– 136 –
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SZWARCFITER, L. Opções para o aprimoramento do controle de emis-
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do potencial de programas de inspeção e manutenção e de renovação acelerada
da frota. 2004. 275 fls. Tese (Doutorado em Ciências em Planejamento Ener-
gético)- Programa de Pós-Graduação em Engenharia. Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
VALENTE, J. P. S; PADILHA, P. M.; SILVA, A. M. M. da. Oxigênio dissol-
vido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e demanda química de
oxigênio (DQO) como parâmetros de poluição no ribeirão Lavapés/Botucatu
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scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-46701997000100005>.
Acesso em: 4 jan. 2016.

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A humanidade atual “já consome 50% a mais de recursos naturais
renováveis do que a Terra consegue repor”. (AKATU, 2013).
Desde o Decreto Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, que dispõe
sobre o controle da poluição do meio ambiente, provocada por atividades
industriais no Brasil, a poluição é concebida como um problema sério, rela-
cionado ao ar, à água e ao solo e, consequentemente, à saúde e à vida de
todos os seres vivos. Desde então, descobrimos como despoluir e dessalini-
zar a água (retirar o excesso de sal), mas, ironicamente, quando a água se
esgota, ainda temos que torcer para chover.
Mais complicado ainda é controlar a qualidade do ar no momento
do seu consumo. Atualmente, a poluição atmosférica é uma das causas de
morte que mais cresce no mundo, de acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS, 2015).
A poluição sonora também preocupa, pois, além de prejudicar a
audição e causar stress nas pessoas, é responsável por afastar animais e aves,
facilitando o aumento de insetos, na ausência de predadores causando um
desequilíbrio ecossistêmico.
Dentro deste contexto, o objetivo desta disciplina é a formação
de profissionais capazes de atuar no gerenciamento e controle da poluição
sonora e do ar, por meio da compreensão dos principais efeitos causados
pelos poluentes, da classificação das fontes causadoras de poluição e da pro-
posição de soluções em acordo com a legislação vigente.

ISBN 978-85-60531-99-8

9 788560 531998

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