Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL II

Aula pratica 4 – Equipotenciais e o Campo Elétrico

Alunos:

Henrique Antony Rodrigues de Medeiros – Matrícula: 20170108882

Jéssica Beatriz Torres Apolinário – Matrícula: 20160131760

Lucas Quevedo Gurgel Hempfel Ferreira Gomes - Matrícula: 2016017684

NOVEMBRO DE 2022

João Pessoa – PB
1. OBJETIVO
- Proporcionar um entendimento prático dos conceitos de Potencial Elétrico e de Campo
Elétrico e da relação entre essas duas grandezas físicas, a partir da determinação de curvas
equipotenciais em uma cuba eletrolítica, variando o formato dos eletrodos.

- Comportamento do potencial no interior de um condutor.

2. INTRODUÇÃO
Dentro de um condutor isolado o campo elétrico é nulo. Se assim não fosse, existiria
movimento das cargas livres, criando-se um campo interno que contrariava o campo externo;
o movimento das cargas livres só para quando o campo total é nulo. Num metal, o tempo que
demoram as cargas livres a redistribuírem-se até o campo interno ficar nulo é muito reduzido,
da ordem dos 10^−19 s.

Como o campo elétrico é nulo dentro do condutor isolado, não existem linhas de campo
elétrico, e o potencial em todos os pontos dentro do condutor é o mesmo. O fluxo em
qualquer parte dentro do condutor também é nulo e, assim, de acordo com a lei de Gauss, não
pode existir carga em nenhum ponto dentro do condutor. Toda a carga elétrica se acumula na
superfície do condutor. A própria superfície do condutor é uma superfície equipotencial, já que
todos os pontos do condutor têm o mesmo potencial e as linhas de campo elétrico fora do
condutor são então perpendiculares à sua superfície.

Um exemplo de condutor isolado é um automóvel. A carroçaria metálica é um condutor e os


pneus de borracha são isoladores. A superfície da carroçaria é uma superfície equipotencial e a
Terra, que também é condutora, é outra superfície equipotencial. Se não existir nenhuma
carga elétrica no automóvel, o campo elétrico da atmosfera, que é vertical e para baixo,
induzirá cargas negativas na parte superior da carroçaria, e cargas positivas na parte inferior.
Algumas linhas de campo terminarão na parte superior da carroçaria, perpendiculares a ela, e
outras linhas de campo começarão na parte inferior, também perpendiculares a ela, tal como
mostra a figura 1. No chão, que tem menor potencial do que o automóvel, as linhas de campo
terminam todas na direção vertical.

Figura 1: Linhas do campo elétrico da atmosfera e equipotenciais, num automóvel com carga
nula.

Fonte: Internet
Se o automóvel estiver carregado, por exemplo, com carga positiva como na figura 2, o
potencial nele tem um valor máximo local. A superfície da carroçaria é superfície equipotencial
e há outras superfícies equipotenciais à sua volta, com valor menor. Há linhas de campo a
começar em todos os pontos da superfície da carroçaria, perpendiculares a ela.

Figura 2: Superfícies equipotenciais e linhas de campo de um automóvel com carga positiva.

Fonte: Internet
A distribuição de cargas na superfície de um condutor isolado não pode ser uniforme. Por
exemplo, no caso do automóvel da figura 2, com carga positiva distribuída na sua superfície,
admitamos que a carga superficial σ fosse igual em toda a superfície. A lei de Gaus implica que
o módulo do campo em cada ponto da superfície é igual a 4πkσ ; como estamos a admitir que a
carga superficial σ é constante, então o módulo do campo, E , seria igual em todas as partes da
superfície, em particular nas regiões 1, 2 e 3 indicadas na figura 2

A figura 3 mostra as linhas de campo nessas três regiões; na região 1, onde o condutor é


convexo, as linhas de campo afastam-se entre si, ou seja, o campo elétrico diminui em função da
distância s desde a superfície. Na região 2, onde o condutor é plano, as linhas de campo são
paralelas na vizinhança da superfície, o que implica que o campo permanece constante
para s próxima de zero, mas as linhas acabam por se afastar entre si, fazendo com que E comece
a diminuir em função de s . Na região 3, onde o condutor é côncavo, as linhas de campo
inicialmente aproximam-se entre si, antes de começar a se afastar; isso implica que E aumenta
em função de s até um valor máximo, e logo começa a diminuir. O gráfico no lado direito da
figura 3 mostra como seria E , em função de s , nessas 3 regiões.
Figura 3: Módulo do campo elétrico em função da distância s a partir da superfície do condutor,
em 3 regiões de um condutor, admitindo que a carga superficial é constante.

Fonte: Internet

O potencial em cada uma das 3 regiões do condutor seria a área sobre cada uma das três
curvas no gráfico da figura 3 (integral do campo elétrico desde a superfície, s=0 , até
infinito). Como tal, o potencial na região 3, onde o condutor é côncavo, seria maior do
que na região 2, onde o condutor é plano, e ainda maior do que na região 1, onde o
condutor é convexo.

Mas como o potencial nas três regiões tem de ser igual, conclui-se que o campo na
superfície e, portanto, a carga superficial, não pode ser igual nas três regiões. A carga
superficial tem de ser maior na região convexa, menor na região plana, e ainda menor
na região côncava. Desta forma obtém-se o mesmo valor para o integral do campo
elétrico nas 3 regiões, como se mostra na figura 4

Figura 4: Gráfico do módulo do campo elétrico em 3 partes diferentes da superfície de


um automóvel com carga.

Fonte: Internet

Nas regiões convexas, quanto menor for o raio da curvatura, maior será a carga
superficial, e nas regiões côncavas quanto maior for o raio de curvatura, maior será a
carga superficial. A carga acumula-se mais nas pontas da superfície do condutor. Esse
efeito é o princípio de funcionamento do pára-raios; os raios são atraídos para a ponta
do pára-raios, onde há uma maior acumulação de cargas e, portanto, campo elétrico
mais forte.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Imaginemos um espaço vazio livre de qualquer influência elétrica. Se a este espaço trazemos
agora uma carga elétrica, toda a região em volta é perturbada pela sua presença. A essa
perturbação chamamos Campo Elétrico. Para detectar essa nova propriedade do espaço
precisamos, entretanto, de outra carga. Podemos então dizer: o Campo Elétrico se manifesta
na região do espaço que envolve uma carga elétrica. Ao colocarmos outra carga, esta sofre a
ação de uma força de atração ou de repulsão. Isso é apenas uma noção qualitativa do campo
elétrico. Para caracterizar matematicamente as propriedades adquiridas pela região do espaço
na qual colocamos uma carga elétrica, ou seja, para caracterizar essa nova qualidade da região,
consideraremos a seguinte situação: imaginemos uma carga elétrica Q. Ela modifica as
propriedades elétricas de certa região do espaço, isto é, produz um campo elétrico ao seu
redor. Coloquemos em um ponto qualquer desta região que envolve Q outra carga elétrica
muito pequena, que chamaremos de “carga de prova” ou “carga de teste”, e que, por
conveniência, será positiva. Essa segunda carga sofrerá a ação de uma força F. Definimos então
o vetor campo elétrico no ponto onde colocamos a “carga de teste”, como sendo o vetor,

F
E=
q

Eq (1)

onde q indica a carga de prova, F é a força que atua sobre ela e E é o vetor campo elétrico no
ponto onde se encontra a carga de prova. A direção de um campo para qualquer ponto é
definida como a direção da força sobre uma carga positiva colocada naquele ponto. A
orientação do campo elétrico numa região pode ser representada graficamente por linhas de
força. Uma linha de força de um campo elétrico é uma linha traçada de tal modo que a
tangente a ela em qualquer ponto indique a direção do campo elétrico naquele ponto.

A noção de potencial elétrico provém do conceito de trabalho e é, por definição, igual ao


trabalho W necessário para trazer uma carga de prova q do infinito até a distância d da carga
Q, dividido pela carga q:

W
V=
q

Eq (2)

Uma superfície escolhida de modo a que todos os pontos tenham o mesmo potencial é
chamada SUPERFÍCIE EQUIPOTENCIAL. Uma linha de tal superfície é conhecida como LINHA
EQUIPOTENCIAL. Superfícies equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas de força.
Com efeito, o trabalho da força eletrostática é definido como o produto escalar da força pelo
deslocamento. Logo, o deslocamento de uma carga teste numa superfície equipotencial não
envolve trabalho, uma vez que a força e, portanto, o campo elétrico é sempre perpendicular às
equipotenciais. Se em um sistema eletrostático as linhas equipotenciais podem ser
desenhadas, as linhas de força podem ser imediatamente construídas, uma vez que elas são
perpendiculares às linhas equipotenciais.

As linhas equipotenciais podem ser determinadas a partir da medida do potencial em diversos


pontos. Precisamos entender como a partir dessas linhas é possível determinar a direção e
sentido do campo elétrico.
Figura 4: Linhas de campo e curvas equipotenciais para 2 eletrodos pontuais.

Fonte: Roteiro

Considere os pontos A, B e C da Fig. 1. O ponto A está sobre uma linha equipotencial,


enquanto B e C sobre outra próxima da primeira. A diferença de potencial entre A e B
(VAB) é a mesma que entre A e C (VAC), No entanto, a distância entre A e B (dAB) é
maior que entre A e C (dAC). Portanto, podemos concluir que:

V AB / dAB < VAC / dAC Eq (3)

Vemos então que a diferença de potencial (d.d.p.) entre A e B varia mais lentamente
com a distância do que entre A e C. Da Fig. 1 podemos observar que a direção em que a
d.d.p. varia mais rapidamente entre duas linhas equipotenciais é dada por uma linha
ortogonal às duas equipotenciais. Por isso, se a linha que une A e C for perpendicular às
equipotenciais, teremos:

VAC / dAC = ( VC – VA ) / dAC = máximo Eq (4)

No limite em que dAC tende a zero, esta é justamente a definição do gradiente do


potencial (V), que como sabemos, fornece o campo elétrico no ponto

Eq (5)

Em coordenadas cartesianas (x,y,z) temos

Eq (6)

Onde os símbolos δV/δx, δV/δy e δV/δz , representam as derivadas parciais de V(x, y,


z) em relação a x, y e z respectivamente e i, j e k são os correspondentes vetores
unitários em cada direção. Desta discussão vemos claramente que o campo elétrico é
perpendicular às linhas equipotenciais, pois esta é a direção de máxima variação de V.

4. MATERIAIS
 Multímetro
 Eletrodos planos e circulares
 Cuba eletrolítica
 Cabos de conexão
 Fonte de tensão
 Papel quadriculado.

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Figura 5: Esquema do arranjo experimental.

Fonte: Roteiro

A Fig. 5 esquematiza o arranjo experimental. A cuba é de vidro e o eletrólito é água de


torneira. Os eletrodos devem ficar em posição perpendicular ao fundo da cuba e ligada à
fonte de tensão. A tensão fornecida pela fonte será fixa durante todo o experimento a
um determinado valor V0 Volts, a ser medido e anotado na folha de dados. Portanto, a
diferença de potencial entre os eletrodos será de V0. O multímetro deve ser conectado
de tal modo que a ponta de prova preta COM fique fixa no mesmo potencial do polo
negativo da fonte de alimentação. A ponta vermelha, que chamaremos de sonda, poderá
ser posicionada em qualquer ponto do líquido.

O voltímetro medirá a diferença de potencial entre o ponto localizado pela sonda e o


eletrodo negativo. Durante a execução do experimento a sonda deve ser manipulada
suavemente e na posição vertical. Para cada configuração dos eletrodos, o experimento
consiste em determinar a forma de diversas linhas equipotenciais, que são localizadas e
seguidas com a sonda.

1- Determine 5 equipotenciais, uma após a outra, preenchendo o valor do potencial no


ponto central (0,y) e depois determinando as posições que mantém o mesmo potencial,
permitindo o esboço da linha equipotencial.
A posição dos pontos é lida na graduação no fundo da cuba, anotada na tabela e em
seguida transportada para o papel quadriculado. Você deverá traçar as linhas
equipotenciais, e as linhas de campo para as seguintes configurações:

a) Campo elétrico de duas “cargas pontuais".

Fixe os dois eletrodos cilíndricos, de modo que permaneçam perpendiculares ao


fundo da cuba e com o centro separados por aproximadamente 20 cm. Eles
devem ser dispostos sobre a linha horizontal central da escala no fundo da cuba,
em posições equidistantes do ponto (0,0). Preencha a tabela 1 (em anexo) com as
medidas realizadas.

b) “Carga pontual” em frente a um plano condutor.

Substitua um dos eletrodos cilíndricos por um eletrodo plano, com a superfície


convexa tangenciando o ponto de referência (0,10). Preencha a tabela 2 com as
medidas realizadas.

2- Meça o potencial ao longo do eixo que une os dois eletrodos, preenchendo a tabela 3.
Coloque um anel condutor no centro da cuba e repita o procedimento (segunda linha da
tabela 3). Meça ainda o potencial em diferentes pontos do condutor (terceira linha).

3- Meça a corrente total do circuito para diferentes distâncias entre os eletrodos (tabela
4 em anexo).

6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Figura 6: Folha de Dados
Fonte: Autores

Você também pode gostar