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CURSO DE FORMAÇÃO

DE INSPETORES DE
EQUIPAMENTOS

DISCIPLINA: ULTRA-SOM

Instrutor: OMAR ABREU


ULTRA-SOM
Objetivos:
Método não destrutivo no qual o feixe sônico de alta
freqüência é efetivado no material a ser inspecionado
com o objetivo de detectar descontinuidades internas e
superficiais.
Tais descontinuidades são provocadas pelo processo de
fabricação da peça ou componente, tais como: bolhas de
gás, dupla laminação, trincas, escorias, falta de fusões,
etc., ou originadas em serviço: trincas, empolamento por
hidrogênio, etc..
Portanto, o exame de ultra-som visa diminuir o grau de
incerteza na utilização de materiais, peças ou
componentes.
ULTRA-SOM

Aplicações:
Detecção e avaliação de descontinuidades internas;
Detecção de descontinuidades superficiais;
Medição de espessura;
Controle de corrosão;
Determinação de propriedades físicas, estrutura, tamanho
de grão e constantes elásticas;
Limpeza de componentes.
ULTRA-SOM
Vantagens:
a) alta sensibilidade;
b) laudo imediato;
c) não requer cuidados especiais quanto a
segurança;
d) grandes espessuras não é uma limitação para o
ensaio;
e) permite definir a profundidade e o tamanho da
descontinuidade.
ULTRA-SOM
Limitações:
a) Requer grande conhecimento teórico e
experiência por parte do inspetor;
b) O registro permanente não é facilmente obtido;
c) Faixas de espessuras muito finas, constituem
uma dificuldade para a aplicação do método;
d) Requer o preparo da superfície e, em alguns
casos, existe a necessidade de remover o reforço
da solda.
ULTRA-SOM
ONDAS ULTRA SÔNICAS
Existem basicamente 4 tipos:
1) Ondas Longitudinais ou ondas de
compressão: se propagam nos sólidos, líquidos e
gases. É a onda de maior velocidade de
propagação.
2) Ondas Transversais, de corte ou de
cisalhamento: se propagam somente nos sólidos.
Sua velocidade é ~50% da onda longitudinal.
ULTRA-SOM
ONDAS ULTRA SÔNICAS
1) Ondas Superficiais de Rayleigh e de
Creeping: se propagam apenas nos sólidos. Sua
velocidade é ~10% inferior a onda transversal.
2) Ondas de Lamb: podem ser simétricas ou
dilatacional ou assimétrica ou compressional. A
velocidade varia em função do ângulo no qual a
onda entra na peça. É transmitida em espessuras
finas.
ULTRA-SOM
Freqüências:
Abaixo de 20 Hz:  Infra-Som
de 20 a 20.000 Hz:  Som (ouvido humano)
acima de 20.000 Hz:  Ultra-Som

Freqüência Ultra sônica


Ultra-Som industrial
Faixa utilizada:  de 0,5 a 25 MHz
Freqüências mais utilizadas:  2, 4 e 5 MHz
ULTRA-SOM
Freqüência:

- Definimos freqüência como sendo o número de


vezes que o fenômeno se repete por
unidade de tempo. No ultra-som utilizamos o
MHz.

- É uma característica do transdutor ou cabeçote.


ULTRA-SOM

Velocidade:

- Definimos velocidade de propagação como


sendo a distância percorrida pela onda na
unidade de tempo (m/s).

- É uma característica do meio, sendo constante


independentemente da freqüência.
COMPRIMENTO DE ONDA

É a medida entre dois picos (ou vales) de


ondas consecutivos. Representada pela letra
grega .
PROPAGAÇÃO DA ONDA
• Existe apenas o transporte de energia;
• Não existe transporte de matéria;
• Ao ser transmitida de um meio para outro, com
características acústicas diferentes:
– sofre mudança de velocidade e do comprimento de
onda;
–a freqüência permanece inalterada;
–A intensidade sônica é alterada (diminui);
RELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE,
COMPRIMENTO DE ONDA E
FREQÜÊNCIA.

V =  .F

Uma onda longitudinal, com freqüência de 2


MHz no aço apresentará um comprimento
de onda de:
 = V / F   = 5920/2 x 106 (metros)
 = 2950 x 106 ou 2,95 mm
IMPEDÂNCIA ACÚSTICA
É a reação do material ao deslocamento da onda
sônica no seu interior.
É definida como o produto da densidade sônica
pela velocidade sônica do material e é utilizada
no ensaio de ultra-som para calcular as
quantidades de energia refletida e transmitida
quando ocorre a incidência de um feixe ultra-
sônico em uma interface.
Z=xV
Tabela
Material Densidade Velocidade (Km/seg)
(Kg/m3)x103 Longitudinal Transversal
Alumínio 2,7 6,32 3,13
Chumbo 11,4 2,16 0,7
Aço 7,7 5,92 3,23
Ferro fund. 7,2 3,5 a 5,6 2,2 a 3,2
Cobre 7,2 4,7 2,26
Latão 8,9 3,83 2,05
Níquel 8,8 5,63 2,96
Vidro 2,5 5,66 3,42
Água 1,0 1,46 ---
INCIDÊNCIA DO FEIXE NUMA
INTERFACE

-Parte da energia será refletida e outra


transmitida;
-A quantidade de energia refletida ou
transmitida depende da diferença entre as
impedâncias do meio 1 e do meio 2;
- Quanto maior a diferença menor a
transmissão;
CÁLCULO DA ENERGIA SÔNICA
TRANSMITIDA E REFLETIDA

T´ = 2 . Z2 Energia Transmitida
Z1 + Z2

R´ = Z2 - Z1 Energia Refletida
Z1 + Z2

T + R = 1 ou 100%
No caso de ondas incidindo perpendicularmente à
interface, a refração ou transmissão para o outro meio
ocorrerá na mesma direção e sentido. A reflexão
ocorrerá no mesmo sentido e na direção contrária.
INCIDÊNCIA OBLÍQUA

Equação de refração:

sem  = sem  = sem 1


V1 V2 V3
ATENUAÇÃO SÔNICA
São as perdas de energia sônica durante a
propagação do som no material devido a:
 Perdas por transmissão (impedância, absorção
devido a energia gasta para movimentar as partículas,
espalhamento);
 Efeitos da difração (geração de ondas a partir de
orifício ou obstáculos existentes -->descontinuidades);
 Dispersão (falta de homogeneidade de fundidos,
possuem grãos de grafita e ferrita
 Divergência do feixe.
Efeito Piezo-Elétrico
Diversos materiais apresentam (cristais)
apresentam o efeito piezo-elétrico:
-Uma lâmina submetida a uma pressão (compressão)
gera cargas elétricas;
-se aplicarmos uma carga elétrica nessa lâmina, a
mesma comporta-se como se estivesse sob pressão e
diminui de espessura
O efeito piezo-elétrico é utilizado para geração das ondas
ultra-sônicas, através da aplicação de corrente alternada
no cristal. Ao tentarmos reter o movimento da placa, a
mesma transmite os esforços de compressão às zonas
adjacentes, gerando ondas longitudinais no meio.
Tipos de Cristais
 Quartzo (cristal natural);
 Sulfato de lítio (hidratado);
 Titanato de bário (sintetizado);
 Metaniobato de chumbo (sintetizado).

A freqüência gerada pelo cristal depende


principalmente da sua espessura.
Tabela de Comparação
Quartzo Titanato Sulfato Mataniobato
de Bário de Lítio de chumbo
Eficiência baixa alta média bom
na geração
Eficiência média média alta média
na recepção
Durabilidade frágil boa frágil envelh
rápido
Solubilidade não não sim não
Temperatura 576 60 60 300
Obs. Melhor melhor melhor melhor
estabilidade gerador/ recepção alta temp.
elétrica/mec transmissor
TIPOS DE CABEÇOTES

Reto ou normal
Angular
SE
Tabela de Comparação
Características 1 MHz 6 MHz
(baixa freq.) (alta
freq.)
Resolução ( menor) Baixa Alta
Sensibilidade (Ø da desc) Baixa Alta
Campo Próximo (Ø e ) Menor Maior
Penetração () Maior Menor

Divergência (propor a ) Maior Menor


Velocidade (material) Igual Igual
Atenuação Menor Maior
Espessura do Cristal Maior Menor
Acoplantes
•São produtos utilizados entre o cabeçote e a peça
em inspeção para permitir a transmissão da onda
ultra-sônica.
•São selecionados em função da rugosidade da
peça, o tipo de material, forma de peça, dimensões
da área de varredura e posição para inspeção.
•No exame ultra-sônico o mais utilizado é o
carbox metil celulose.
TRANSPAREÊNCIA X PULSO ECO
•Pulso Eco: permite avaliar a morfologia e
localização da descontinuidade (tipo, profundidade
e tamanho);
•Transparência: só é possível monitorar a
existência de uma descontinuidade pelo
comportamento do eco de fundo, não sendo
possível localizar ou avaliar a descontinuidade.
Para se manter a correta posição dos transdutores é
necessário um sistema de varredura mecanizado.
TÉCNICAS DE
DIMENSIONAMENTO
•Técnica dos 6 dB;
•Técnica dos 20dB;
•Técnica dos 12 dB;
•Técnica da região sã;
•Técnica da comparação de amplitude;
•Técnica da máxima amplitude;
•Técnica da difração (TOFD).
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO INSPETOR DE ULTRA-SOM

NÍVEL / SUBNÍVEL ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS


Execução de ensaio de medição de espessura em materiais metálicos, com
US-N1-ME
avaliação de resultados.
Abrange US-N1-ME + execução de ensaio em laminados com cabeçotes
US-N1-CL
normais e duplo cristal, com avaliação de resultados.
US-N2-FF Abrange US-N1-CL + inspeção de fundidos e forjados.
Abrange US-N1-CL + inspeção de soldas de topo em peças planas com e
=15mm + soldas de topo circunferências em tubos com e =15mm e Ø externo
US-N2-S1
=220mm (Ø nominal =8”) + soldas de topo longitudinais em tubos e =15 mm e
Ø externo =508mm (Ø nominal =20”).
Abrange US-N2-S1 + inspeção de soldas de topo em peças planas com 6mm
=e < 15mm + soldas de topo circunferências em tubos com 6mm =e < 15mm
US-N2-S2
e Ø externo =220mm (Ø nominal =8”) + soldas de topo longitudinais em tubos
com 6mm =e < 15mm e Ø externo =508mm (Ø
Abrange US-N2-S2 + inspeção em juntas de topo circunferências em tubos
US-N2-S2.1
com e =4,8mm e 60mm =Ø externo < 220 mm (2” =Ø nominal < 8”).
Abrange US-N2-S2 + inspeção de juntas de ângulo: em quina, em L em T ou
US-N2-S3
em ângulo.
Abrange US-N2-S3 + inspeção em juntas de seção transversal da solda com
US-N2-S4
geometria variável (conexões de equipamentos).
US-N2-G Nível 2 Geral a se definir para cada setor industrial.
US-N2-AE Abrange aplicações específicas detalhadas do setor.
US-N3 Aquelas definidas para profissionais níveis 3, relativas ao método Ultra-Som.
Aplicações específicas dos setores Petróleo / Petroquímico e Eletromecânico

NÍVEL / SUBNÍVEL ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS


Abrange US-N2-S4 + inspeção em juntas de “nós” de estrutura tubular de
US-N2-AE1
plataformas.
Inspeção por ultra-som automatizado de soldas longitudinais e helicoidais na
US-N2-AE2
fabricação de tubos com costura.
NOVIDADE
Dentro da área de Inspeções, fechamos contrato com uma
empresa especializada em Ensaios Especiais, que trouxe uma
novidade da Inglaterra que é o ACFM – Alternating Current
Field Measurement (Medida de Campo de Corrente Alternada),
técnica que substitui as inspeções de LP, PM e EVS, tem o
objetivo de monitorar a integridade estrutural de peças e
equipamentos sujeitos a esforços cíclicos, indutores de fadiga,
como as esferas.
É um ensaio feito através de unidade eletrônica onde são
conectadas as sondas de varreduras e todas as informações são
transferidas a um PC de controle, onde é rodado um software
com o programa de tratamento dos dados da inspeção,
aumentando a precisão, a eficácia, a confiabilidade e a velocidade
de execução de ensaio, fornecendo registro permanente dos
resultados em meio magnético.

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