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Universidade Federal de Campina Grande

Disciplina: Ensaio de Materiais


Professora: Estephanie Grassi
Data: 25/03/2022
Alunos:
André Antônio Feliciano Soares - 120210063
Gabriel Medeiros de Mendonça - 118210348

ENSAIO NÃO DESTRUTIVO POR


ULTRASSOM
Ensaio Não-Destrutivo Por Meio de Ultrassom
• caracteriza-se num método não destrutivo que tem por objetivo a detecção de
defeitos ou descontinuidades internas;
• Tais defeitos são caracterizados pelo próprio processo de fabricação da peça ou
componentes a ser examinada
- micro trincas em forjados;
- escorias em uniões soldadas;
- bolhas de gás em fundidos;
Ensaio Não-Destrutivo Por Meio de Ultrassom
• Consiste na passagem de ondas ultrassônicas no material que será analisado;
• Através do gráfico exibido no osciloscópio obtém-se uma noção das
descontinuidades que a peça possui
• O tamanho da descontinuidade será inversamente proporcional ao valor da
frequência da onda de ultrassom
Ondas Ultrassônicas
• O som é uma onda mecânica longitudinal, necessitando de um meio para se
propagar;
• as ondas sonoras têm como característica:
- frequência (f): número de vibrações por segundo (medido em Hertz, Hz);
- comprimento de onda (): distância entre duas cristas ou dois vales;
- amplitude (A): distância entre um ponto máximo da crista ou do vale da onda com relação
a sua posição de equilíbrio;

- período (T): intervalo de tempo em que cada ponto no meio que ocorre a propagação da
onda realiza um ciclo completo.

• A relação entre frequência e período é dada pela expressão:


Ondas Ultrassônicas
• A velocidade do som pode ser obtida pela relação: .
• Cada material apresentará uma velocidade de propagação de onda sonora
diferente;
• A velocidade de propagação da onda sonora será uma propriedade do
material.
Assumindo que as partículas que compõem o material podem oscilar em
qualquer direção, então as ondas mecânicas podem ser classificadas em três
tipos:
Ondas longitudinais ():
• Neste caso, as partículas oscilam na direção de propagação da onda. É o caso das ondas
sonoras. Este tipo de propagação ocorre em todos os materiais.
Ondas transversais ):
• Neste caso, as partículas do meio oscilam em uma direção perpendicular a de propagação.
Ocorre somente nos meios sólidos.
Ondas superficiais:

• Se propagam nas superfícies de sólidos e líquidos e corresponde 0,9, (pouco menos de 10% da
velocidade de propagação de uma onda transversal), é aplicado apenas na análise de finas
camadas de material que recobrem outros materiais.
• A propagação da onda no meio material será longitudinalmente ou transversalmente a fonte
geradora.
• As velocidades de propagação das ondas longitudinais, transversais e superficiais serão função
do módulo de elasticidade através do sólido.
Princípio de Funcionamento
Transdutor seccionado. no meio o material piezoelétrico.
TRANSDUTOR NORMAL
• É utilizado na análise de peças
com superfícies paralelas ou
quando o objetivo é detectar
descontinuidades na direção
perpendicular à superfície da
peça, por exemplo em chapas.
• Utilizado para análise ondas
longitudinais.

Cabeçote de um transdutor normal


TRANSDUTOR ANGULAR

• A lâmina forma um ângulo com a


superfície que está sendo
analisada.
• É amplamente utilizado na
inspeção de soldas, pois as soldas
não possuem superfície regular.
• Utilizado na análise de ondas
transversais.
FENÔMENOS QUE PODEM AFETAR O ENSAIO

Atenuação sônica
É a energia que a onda ultrassônica perde
quando percorre um material devido a
dispersão e absorção da onda, ocorre pelo
fato de a estrutura do material não ser
totalmente homogênea. Portanto, quanto
menor a energia menor será a
sensibilidade do ensaio.
Logo, quando o material é heterogêneo e
apresenta estrutura grosseira a imagem
gerada no aparelho sofrerá muitas
interferências devido os grãos se
comportarem como uma mudança de
meio, causa muitas reflexões e um alto
valor de atenuação sônica.
FENÔMENOS QUE PODEM AFETAR O ENSAIO

Divergência do feixe sônico


O feixe de emissão das ondas ultrassônicas tem
um ângulo de abertura, portanto ao afastar o
transdutor da peça o ângulo de abertura
aumenta e a sensibilidade do ensaio diminui, tal
fenômeno é a divergência e diminui a
sensibilidade do ensaio.
TÉCNICAS DE ENSAIO
• Para o ensaio de materiais por meio de ultrassom são empregadas duas
técnicas: reflexão e transparência.
TÉCNICAS DE ENSAIO
Método da reflexão ou pulso-eco
Neste tipo de método apenas um transdutor
responsável pela emissão e recepção da onda é
utilizado.
Logo, o transdutor será acoplado apenas em um
lado do material e será possível verificar a posição
da descontinuidade na peça.
TÉCNICAS DE ENSAIO
Método da Transparência
Neste tipo de método é utilizado dois transdutores em
lados opostos da peça, um transdutor emitirá as
ondas mecânicas e o outro transdutor receberá, caso
não ocorra descontinuidade na peça o transdutor
receptor irá receber a totalidade das ondas que foram
emitidas.
É um teste de caráter comparativo, ou seja,
diferentemente do método da reflexão não é possível
detectar a posição da descontinuidade na peça,
portanto servirá apenas como teste de controle, o
técnico apenas irá comparar queda de eco com uma
peça sem descontinuidade.
Método da Transparência
TÉCNICAS DE ENSAIO
• Além das técnicas de reflexão e transparência existe também a técnica de imersão. Nessa
técnica o transdutor é imerso na água que proporcionará um acoplamento sempre
homogêneo entre a superfície da peça e o transdutor.

No ponto "0" da escala calibrada para o aço, temos o pulso inicial do transdutor. A
primeira reflexão proveniente da superfície do material (1) aparece na marca 4 da
escala. Como a água possui velocidade sônica cerca de 4 vezes maior que a do aço,
esse pulso parecerá na marca de 4 vezes a espessura da coluna de água. O segundo
eco de entrada na superfície do material aparece na marca 8 da escala. Após à
primeira reflexão na tela, temos uma sequência de ecos (2), (3) e (4)
correspondendo ao eco de fundo da peça.
Formas de representação no aparelho:

• A tela do aparelho de ultrassom apresentará três formas básica a secção da


peça que está sendo inspecionada, são: A-scan, B-scan e C-scan.

A-scan:
• Neste tipo de ensaio a imagem exibida na tela mostra a forma tradicional de visualização na
forma de ecos de reflexão.
A-SCAN:
B-SCAN:

Neste tipo de apresentação, a tela


mostra a seção transversal da peça e
a visualização da peça é feita em
corte.
Útil para análise de corrosão em
peças, tubos e chapas pois o perfil
da espessura é visto diretamente na
tela.
A profundidade da descontinuidade
é apresentada na forma de gráfico
de barras.
C-SCAN:

Neste tipo de apresentação, o


aparelho mostra a vista superior da
peça. A varredura que o software do
aparelho realiza exibirá o tamanho
das descontinuidades de acordo com
uma escala de cores.
O software também permitirá que
seja obtido diversas informações
como profundidade amplitude e etc.
Vantagens em relação a outros ensaios:
• O método ultrassônico possui alta sensibilidade na
detectabilidade de pequenas descontinuidades
internas, por exemplo: · Trincas devido a tratamento
térmico, fissuras e outros de difícil detecção por ensaio
de radiações penetrantes (radiografia ou gamagrafia).

• Para interpretação das indicações, dispensa processos intermediários, agilizando a inspeção. (no caso de
radiografia ou gamagrafia, existe a necessidade do processo de revelação do filme, que via de regra demanda
tempo do informe de resultados).

• Ao contrário dos ensaios por radiações penetrantes, o ensaio ultrassônico não requer planos especiais de
segurança ou quaisquer acessórios para sua aplicação.

• A localização, avaliação do tamanho e interpretação das descontinuidades encontradas são fatores intrínsecos ao exame
ultrassônico, enquanto que outros exames não definem tais fatores. Por exemplo, um defeito mostrado num filme
radiográfico define o tamanho, mas não sua profundidade e em muitos casos este é um fator importante para proceder
um reparo.
Limitações em relação a outros ensaios:

• Requer grande conhecimento teórico e experiência por parte do inspetor.


• O registro permanente do teste não é facilmente obtido.
• Faixas de espessuras muito finas, constituem uma dificuldade para aplicação do
método.
• Requer o preparo da superfície para sua aplicação.
• Em alguns casos de inspeção de solda, existe a necessidade da remoção total do reforço
da solda, que demanda tempo de fábrica.
Conclusão
• o exame ultrassônico, assim como todo exame não destrutivo, visa diminuir o
grau de incerteza na utilização de materiais ou peças de responsabilidades.
Referências bibliográficas
• Ultrasonic Testing, Krautkramer
• Ensaios dos Materiais, Amauri Garcia

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