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Tensões alternantes:

A maior parte das tensões alternantes têm forma senoidal, em tais tensões os picos máximos e
mínimos são de importante consideração pois daí serão determinados parâmetros importantes na
análise tensão versus tempo como por exemplo tensão máxima, tensão mínima, tensão média e
variação de tensão. Variando-se a tensão média ou a amplitude de tensão tem-se o efeito da tensão
flutuante, tais tensões podem levar um elemento à fadiga pois provocam a falha antes da resistência
última do material e abaixo da resistência ao escoamento.

No que diz respeito a análise de tensões alternantes alguns gráficos são de fundamental importância
na análise do comportamento do material quando sujeito as respectivas tensões. Dentre tais gráficos
é importante citar o diagrama S-N (Figura C1), a curva S-N relaciona a tensão aplicada ao material ao
número de ciclos até a falha, portanto, para uma dada faixa de estresse, é possível calcular o número
de ciclos qual o material irá falhar (vida útil do elemento). Ademais, ainda nesta curva, tem-se outros
dados importantes: é possível traçar o limite de resistência a fadiga(abaixo deste limite,
teoricamente, a vida útil do elemento é infinita), a curva pode ser dividia em baixos(maiores tensões
cíclicas , falha ocorre em poucos ciclos) e altos(baixas tensões cíclicas , neste caso tem-se apenas
deformação elástica como consequência das baixas tensões) ciclos de fadiga. Nas regiões de baixo
ciclo ocorrem deformações plásticas e elásticas devido as tensões envolvidas estarem acima da linha
de escoamento e nas regiões de maiores ciclos, devido a tensão ser menor que a tensão de
escoamento, apenas deformação elástica ocorre.

Ademais, outro gráfico importante na análise de falha por tensões alternadas é o diagrama de
Goodman (Figura C2). Tal diagrama relaciona o limite de resistência à fadiga com a tensão média
atuante. A tensão média é plotada no eixo horizontal e as componentes de tensão traçadas na
ordenada, uma linha entre o limite de resistência à fadiga em uma tensão média igual a zero é
traçada em relação ao limite de resistência do material, na região abaixo da linha de Goodman o
elemento estará livre da falha por fadiga. Tal método é importante para determinar se um elemento
terá uma vida infinita. Outras variações do diagrama de Goodman existem (Figura C3), a linha de
Soderberg utiliza a resistência ao escoamento, linha de Greber resistência à tração.

Além disso existe importantes relações entre tração e compressão no material (Figura C4), o material
será muito mais resistente quando submetido a tensões de compressão.

Concentradores geométricos de tensão:

A existência de irregularidades ou descontinuidades como orifícios, sulcos ou entalhes aumentas as


tensões nas proximidades da continuidade gerando concentradores de tensão diminuindo a
resistência a fadiga do elemento (Figura C5). Ademais, o fator de superfície também irá afetar a
resistência à fadiga pois uma superfície bem polida irá implicar em uma melhor resistência à fadiga
devido a menores concentradores de tensão (Figura C6), além que uma superfície rugosa poderá
alterar as propriedades físicas da superfície da peça. A dimensão da peça terá importante influência,
uma maior área acarretará em maiores concentradores de tensão e, consequentemente, menor
resistência a fadiga.

Tratamento superficial e temperatura:

O valor da temperatura pode alterar aspectos do elemento. Em temperaturas elevadas tem-se um


aumento de tenacidade à fratura e ocorre um declínio da resistência ao escoamento, logo o
escoamento pode ocorrer mesmo antes da falha por fadiga. Em baixas temperaturas a tenacidade à
fratura diminui, altas temperaturas irão desfazer o ponto de inflexão do gráfico S-N fazendo com que
o limite a fadiga caia com o aumento do número de ciclos. A fluência passará a ser considerada
relevante em temperaturas acima de 50% do valor da temperatura de fusão absoluta do material,
tem-se um fator de temperatura.

Os tratamentos superficiais irão provocar tensões residuais como é o caso do jateamento de esferas
e da conformação a frio. No jateamento de esferas ocorrerá um estado de tensões residuais de
compressão e encruamento do material da superfície.

Fadiga de contato:

A fadiga de contato é resultante das tensões de contato geradas entre dois corpos sob ação de uma
força normal. Para tal há duas formas de contato entre os elementos: conforme quando as
superfícies dos corpos em contato se ajustam sem gerar concentração de tensões pontuais ou
lineares, não conforme quando as superfícies dos corpos não apresentam um perfil semelhante
gerando concentrações de tensões pontuais ou lineares

Como exemplo tem-se a distribuição de tensões para o contato não-conforme de uma esfera contra
um plano:

Além das condições de contato outros fatores como presença de lubrificantes, dureza e revestimento
são preponderantes na fadiga por contato.
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Na Figura tem-se o caso da falha de um rolamento por lascamento devido à fadiga de contato.
Durante seu uso as tensões de contato são cíclicas e induzem solicitações de cisalhamento que, após
determinado número de ciclos, ocorre surgimento de trincas superficiais ou subsuperficiais que leva
a falha do componente por lascamento.

Como exemplo de caso real tem-se as imagens de estágio inicial e avançado de fadiga de contato em
mancais de rolamento. Há dois locais em que as fadigas de contato ocorrem, um iniciando na região
subsuperficial devido a máxima tensão de cisalhamento que é descrita pelo modelo de Hertz e o
outro que se inicia na superfície do componente relacionado a fatores de concentração de tensões
como: qualidade superficial do componente, marcas causadas por partículas dispersas no
lubrificante, etc.

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