Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
7. Estados planos
8. Carga de temperatura
9. Materiais ortotrópicos
10. Outras designações para comportamento mais geral dos meios contínuos
10.1 Cedência
, , u
que no total corresponde a 6+6+3=15 componentes, funções incógnitas. Para as resolver é preciso
estabelecer também 15 equações. As equações definidas até agora são:
3 Equações de equilíbrio
u
T
Pode-se assim concluir que ainda faltam 6 equações. O significado destas equações é neste
momento óbvio, porque até agora não se definiu nenhuma ligação entre a tensão e a deformação
e nenhuma característica que assegurava que diferentes tipos de material respondem ao
carregamento de maneira diferente.
Do ponto de vista matemático, a ligação entre 2 tensores de 2ª ordem, têm que envolver um
tensor de 4ª ordem. O tensor de propriedades constitutivas é por isso de 4ª ordem. Neste caso, as
equações constitutivas só se poderiam escrever na forma indicial de Einstein, que não foi dada
nesta cadeira. A forma matricial seria impossível, porque implicava matriz em 4 dimensões. No
entanto, as componentes do tensor constitutivo exibem muitas simetrias que permitem reduzir o
número de componentes a 21, e assim colocar as componentes numa matriz simétrica 6x6.
Tensão de
rotura
Patamar de
cedência
Limite de
linearidade
Limite de linearidade: corresponde à tensão ao nível em que a recta inicial passa a ter forma de
uma curva. Ao declive da recta inicial atribuiu-se um significado particular definido como:
tan E
Patamar de cedência: corresponde à tensão, ao nível em que a extensão começa a aumentar sem
aumento da força aplicada, o que corresponde à parte horizontal da curva do gráfico.
Tensão de rotura (ruptura): a máxima tensão no gráfico, no entanto a rotura (falta de integridade
de provete), ocorre no momento em que a monitorização está interrompida, ou seja no final da
curva.
E
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
ou
E
Um material mais rígido tem este modulo maisr, o que significa que para mesma deformação
sobre de maiores tensões
Figura
O inverso é uma medida de flexibilidade, o que para mesma tensão deformação maior
Figura.
As análises lineares são as mais simples, no entanto abrangem uma gama de cálculos
suficientemente detalhados para dimensionamento de estruturas. As análises lineares têm uma
grande vantagem relativamente às não-lineares, que é a validade de princípio de sobreposição. Às
vezes, devido à grande utilidade deste princípio, admitem-se pressupostos de tal maneira para se
assegurar a linearidade do problema, com o objectivo de usufruir do princípio de sobreposição. No
caso de não-linearidade que é impossível evitar, admitem-se coeficientes correctivos no
dimensionamento estrutural para se manter aproximadamente a validade do princípio de
sobreposição.
, , u
1 1 1
, , u
2 2 2
1 2
A resposta à combinação de carregamentos P P
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
Efeito de Poisson é definido como o facto que durante a aplicação de carga numa direcção, as
dimensões nas direcções transversais (perpendiculares à direcção da carga aplicada) também
sofrem alterações. Seria de esperar que aplicando uma tracção, as dimensões na direcção da carga
aplicada aumentam e nas direcções transversais diminuam. Na aplicação de carga de compressão,
os efeitos são opostos. Para se poder quantificar este efeito, introduz-se o número ou o
coeficiente de Poisson, que se define como razão entre a extensão na direcção transversal à carga
e a extensão na direcção da força aplicada, juntando ainda o sinal negativo. Ou seja
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
y
z
x x
L h
x , z , z
L h x
Assim
F
Lb
Quando o material é suficientemente flexível, pode-se assumir que as arestas verticais após a
aplicação da carga mantêm-se rectas. Neste caso, os ângulos originalmente rectos nos planos
paralelos ao plano coordenado 0xy sofrem uma distorção no valor de
u
h
De modo similar ao ensaio de tracção, pode-se fazer o gráfico de tensão de corte versus distorção.
No caso do comportamento linear, o declive da recta do gráfico corresponde ao módulo de corte.
G
xy
G
xy
Visto que as componentes de deformação não têm unidade, a unidade do módulo de Young e de
corte, é igual à unidade de tensão, e o número de Poisson não tem unidade. No entanto, os
valores dos módulos costumam ser maiores que os valores comuns de tensões na prática de um
engenheiro civil, e por isso a unidade habitual que se usa é GPa 109 Pa . Os valores do módulo de
elasticidade referente à gama de materiais tipo aço são à volta de 200GPa e dos betões à volta de
30GPa.
m
V 3 m
K
Os módulos definidos até agora, ou seja de Young, de corte e de volume e o número de Poisson
chamam-se constantes elásticas do material.
C
D
C D
1
Torna-se indispensável definir quantas constantes de material são precisas para descrever
correctamente a ligação entre as componentes de tensão e de deformação, para poder construir a
matriz de rigidez ou de flexibilidade, que são mutuamente inversas. Para isso é preciso introduzir
definições de tipos de material.
Em primeiro lugar é preciso distinguir os materiais em que as propriedades mudam ou não com a
posição. Define–se:
As definições em cima não afectam o número dos parâmetros necessários para descrever o
comportamento, apenas estabelecem se estes parâmetros são dependentes da posição ou não. As
definições que são necessárias para estabelecer o número mínimo de parâmetros, são ligadas à
comparação de comportamento de um dado material em várias direcções. Define-se:
Caso típico de um material ortotrópico é, madeira, betão armado e compósitos reforçados por
fibras da maneira que é possível estabelecer os eixos de ortotropia. Materiais verdadeiramente
anisotrópicos não são muito comuns, e para a sua descrição precisavam de 21 constantes
diferentes. No entanto, pode-se comprovar que os materiais isotrópicos precisam para a sua
descrição apenas dois parâmetros. Como já foram definidos 4, podem-se escolher 2 e usá-los para
a construção de matrizes de rigidez ou de flexibilidade. Os restantes 2 parâmetros são
dependentes dos 2 já escolhidos. Na prática de engenharia civil, costumam-se escolher o módulo
de Young e o número de Poisson. As equações que descrevem as relações constitutivas, ou seja
equações tensão-deformação, chamam-se neste caso Lei de Hooke generalizada.
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
x
1
E
x y z
e análogamente para restantes extensões.
xy
xy
G
Estas duas relações permitem concluir que matriz de flexibilidade de um material isotrópico pode-
se escrever na forma:
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
D 0
D 01 D
2
Em que os blocos 0 são blocos 3x3 de zeros e os restantes blocos são definidos como
1 1 0 0
1
e D2 0 1 0
1
D1 E 1
G
1 0 0 1
1 1 0 0
C 0 ,
C 01 1 , C2 G 0 1 0
C2 1 1 1 2
E
C
1 0 0 1
Chama-se à atenção que no caso de componentes de corte e distorções, em cada plano
coordenado, cada componente de tensão de corte está ligada à sua correspondente componente
de distorção, no entanto, relativamente às componentes normais e extensões isso não se verifica.
Tensão normal na direcção do eixo coordenado 0x provoca extensões em todas as três direcções
e vice versa.
Foi dito anteriormente que para descrição de um material isotrópico seriam precisas apenas duas
constantes, no entanto as relações em cima usam três. Pode-se comprovar que para assegurar a
isotropia, ou seja, propriedades iguais em todas as direcções, o módulo de corte tem que ter a
forma
E
G
2 1
x
E
1 1 2
1 x y z
y
E
1 1 2
1 y x z
z
E
1 1 2
1 z x y
a soma dá
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
x y z
E
1 2
1
1 x y z 2 x y z
3 m
E
1 2
1
1 x y z
E E
3 m 3 m , ou seja m V
1 2 3 1 2
comparando com
m
V 3 m
K
E
K
3 1 2
Posteriormente comprovar-se-á que os módulos têm que ser positivos. Resumindo, das relações
que se obtiveram
E E
K e G
3 1 2 2 1
pode-se concluir que o número de Poisson tem que verificar os limites seguintes
1 1/ 2
Recorda-se que o valor 1/ 2 foi atribuído aos materiais que não alteariam o seu volume após da
colocação da carga, ou seja materiais incompressíveis. Agora pode-se verificar que o módulo de
volume destes materiais tende para infinito, o que comprova que não se verifica alteração de
volume após da aplicação de carga.
Os valores negativos do número de Poisson, significam que aplicando a carga de tracção numa
direcção, as dimensões quer longitudinal (na direcção da carga) quer transversais (nas direcções
perpendiculares à direcção de carga) aumentam. Um exemplo deste material mostra-se na figura
seguinte, este material é composto pelas barras rotuladas. É fácil de imaginar, que aplicando a
carga na direcção horizontal a forma da figura que se chama favos de mel invertidos, passa a ter a
forma de favos de mel, ou seja vai aumentar na direcção vertical.
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
No entanto os materiais que se usam na prática de um engenheiro civil têm o número de Poisson
positivo, metais à volta de 0,3 e betões à volta de 0,2.
Como foi dito anteriormente, para descrição de um material isotrópico podem-se escolher 2
constantes de material. Além da escolha de módulo de Young a do número de Poisson explicada
acima, existem outras possíveis descrições frequentemente usadas. A descrição introduzida por
Lamé usa ainda outra constante, constante de Lamé e para módulo de corte G usa . Esta
formulação simplifica a forma de matriz de rigidez, cujo primeiro bloco tem depois a seguinte
forma:
2
C1 2
2
1
C1
E
1
1 1 2 1
E
1 1 2
basta então comprovar, que com esta definição a componente diagonal verifica a sua forma, ou
seja
E E 1 2 E 1
2 2 E
2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 2
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
K 4G / 3 K 2G / 3 K 2G / 3
C1 K 2G / 3 K 4G / 3 K 2G / 3
K 2G / 3 K 2G / 3 K 4G / 3
Para verificar que também esta formulação é idêntica às outras, podem-se comparar directamente
os termos diagonais
4 E 4 E 1 2 1 2 E 1
K G E
3 3 1 2 3 2 1 3 1 1 2 1 1 2
e fora da diagonal
2 E 2 E 1 1 2 E
K G E
3 3 1 2 3 2 1 3 1 1 2 1 1 2
Como foi dito em cima, esta formulação tem vantagens na descrição da energia de deformação.
Estas vantagens são ligadas ao facto, que se conseguem separar as partes de energia de
deformação que corresponde à alteração de volume e à alteração de forma. Esta separação tem
vantagens na definição de critérios de cedência e de rotura. Vai-se em seguida mostrar esta
separação nas relações constitutivas. Isso significa que existem relações constitutivas que ligam
apenas as partes volúmicas de tensão e de deformação, e depois outras que ligam apenas as
partes desviatóricas. A ligação das partes volúmicas já foi estabelecida como:
m K V
Recorda-se que a parte volúmica do tensor das tensões foi definida como:
V m I
V 3 m
D 2G D
xy 2G xy G xy
xD x m 2G xD 2G x m
x 3K m 2G x m
x y z x y z
x 3K 2G x
3 3
x K x y z G 2 x y z K G x K G y K G z
2 4 2 2
3 3 3 3
T
ou seja, o produto interno entre a tensão e a deformação escritas na forma vectorial. Vai-se provar
que é possível separar este produto na parte volúmica e desviatórica, ou seja em alteração de
forma e de volume.
m2 D : D
3 m m D : D KV2 2G D : D
T
K 2G
Na descrição em cima, o símbolo “:” significa produto interno entre matrizes, ou seja no caso de
matrizes 2x2 isso implica
a b e f
c d : g ae bf cg dh
h
x x m x m m x m
T T T
y y m y m m y m
z z m z m m z m
T
yz yz 0 yz 0 yz
xz xz 0 xz 0 xz
xy xy 0 xy 0 xy
m m
T
m m
m
m 3 m m
0 0
0 0
0 0
x m x m
T
y m y m
z m z m
:
D D
yz yz
xz xz
xy xy
x m
T
m
y m m
z m
m m x m m y m m z m m x y z 3 m 0
yz 0
xz 0
xy 0
m x m
T
m y m
m z m
m x m m y m m z m m x y z 3 m 0
0 yz
0 xz
0 xy
7. Estados planos
Muitas vezes é possível simplificar a análise e reduzi-la para duas dimensões. Isso acontece
quando, nem forma, nem propriedades do material do meio contínuo, nem o carregamento
depende de uma direcção, a que se pode atribuir o eixo coordenado 0z , por exemplo.
Infelizmente não é possível nestes casos simplesmente reduzir as componentes de tensão e de
deformação, e tem que se distinguir dos casos: tensão plana e deformação plana.
x 1/ E / E / E 0 0 0 x
y / E 1/ E / E 0 0 0 y
z / E / E 1/ E 0 0 0 0
yz 0 0 0 1/ G 0 0 0
xz 0 0 0 0 1/ G 0 0
xy 0 0 0 0 0 1/ G xy
A forma em cima permite concluir que a matriz de flexibilidade poderá ser reduzida e a relação
constitutiva simplificada a
x 1/ E / E 0 x
y / E 1/ E 0 y
0 1/ G xy
xy 0
em que
1/ E / E 0
D red
/ E 1/ E 0
0 0 1/ G
Verifica-se ainda que xz yz 0 , mas z tem que ser diferente de zero, para não violar as
relações constitutivas. Assim
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
z
E
x y
No entanto as relações constitutivas com a matriz de rigidez, não se podem obter pela redução da
matriz de rigidez, mas pela inversa da matriz de flexibilidade reduzida, ou seja
x x d / E d / E 0 x
1
y D y d / E d / E 0 y
red
0 G xy
xy xy 0
x E 1 x
1 e xy G xy
y 1 y
2
z
E
x
y
E
E 1 2
x y x y
1
x y
Chama-se à atenção que a forma em cima representa um invariante.
E 1 E E
0 0
0
1 1 2 1 1 2 1 1 2
x x
E E 1 E
y 1 1 2 0 0 0 y
z 1 1 2 1 1 2
0
E E E 1
yz 0 0 0 0
xz 1 1 2 1 1 2 1 1 2 0
G 0 0
xy
0 0 0
xy
0 0 0 0 G 0
0 0 G
0 0 0
A forma em cima permite concluir que a matriz de rigidez poderá ser reduzida e a relação
constitutiva simplificada a
E 1 E
0
1 1 2 1 1 2
x x
E E 1
y 0 y
1 1 2 1 1 2
xy
xy G
0 0
em que
E 1 C1red
0
C1red
1 1 2 ,
1
C red
G ,
C red
C2red
2
0
Verifica-se ainda que xz yz 0 , mas z tem que ser diferente de zero, para não violar as
relações constitutivas. Assim
E
z
1 1 2 x y
No entanto, as relações constitutivas com a matriz de flexibilidade não se podem obter pela
redução da matriz de flexibilidade, mas pela inversa da matriz de rigidez reduzida, ou seja
x x red 1 x
1 C1 0
y C y
red
1 y
0 C2red
xy xy xy
em que:
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
1 1 2 1 1 1 1
e C2 1/ G
1
red 1
C1red 2
1 1 E 1
2
E
Assim, pode-se simplificar a relação para z e exprimi-la usando outras componentes de tensão,
ou seja
E E 1 1 1
z
1 1 2
x y
1 1 2 E
x y x y x y
Como resumo desta parte, tem que se salientar que estados planos não correspondem um ao
outro ou seja, quando se verifica o estado de tensão plana ( z 0 ), não se verifica o estado da
deformação plana, porque z 0 , e vice versa.
Recorda-se, que os estados planos foram introduzidos principiante com o objectivo de simplificar
o problema. Isso não inviabiliza a utilização das equações em 3D, introduzindo correctamente as
componentes nulas e não nulas.
8. Carga de temperatura
A aplicação do campo de temperatura constante aos meios contínuos causa expansão uniforme
(ou seja de volume), desde que não há constrangimentos. Já no ensino secundário ensinou-se que
uma barra sujeita ao aumento de temperatura T altera o seu comprimento pelo
L TL
T T fin Tini
que poderá ter sinal negativo, o que causará diminuição de comprimento ou redução do volume
em 3D.
em que o número “1” significa que se consideram componentes do primeiro bloco, ou seja
extensões. A deformação térmica tem a forma:
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
Deste modo a deformação vai ser composta de duas partes: elástica (que foi utilizada até agora) e
térmica. Ou seja
E T D T
D
1 1, E 1,T
1
1 1,T
visto que a relação constitutiva entre as componentes de tensão de corte e distorções fica sem
alterações.
x x T x 1
y D1 y T D1 y T 1
T 1
z z z
x x 1
D1 y y T 1
1
z z
ou seja
x 1 x 1 x T
C1 y T 1 y T 1 y
E E E
1 C 1 C T
1 1 2 1 1 2 1 1 2 T
z z z
C 1 E2
1
1
1, E 1,T
equações, tal como foi feito na parte de explicação relativa aos estados planos e depois as
inverter.
No caso de tensão plana, foi deduzido que se podem reduzir relações constitutivas que usam a
matriz de flexibilidade, ou seja
T
D1red x x
y y T
x x
1 1 T
D1 D1
red red
y y T
1
D1red já foi calculada antes como
1 E 1
D1red 1
1 2
por isso
z
E
x
y T
1
x
y
E
E 1
T
E
1
T T
1
1
x
y
1
T
No caso de deformação plana, foi deduzido que se podem reduzir relações constitutivas que usam
a matriz de rigidez, ou seja
T
C1red x x
E
y y 1 2 T
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
x x
1 E 1 T
C1 C1red
red
y y 1 2 T
1
C1red já foi calculada antes como
C1red
1 1 1
1
E
por isso
1 1 x T
1
E 1 y T
E
z
1 1 2
x y
E
1 2
T
x y 1 E1 2 1 T 1 T 1 E2 T x
y ET
9. Materiais ortotrópicos
Simetria de material, roda-se e resposta igual. Isotrópicos: cada plano é um plano de simetria.
Orto têm três planos de simetria.
j
ij i j
i
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
ij ji
Usando o mesmo raciocínio com para os materiais isotrópicos, a extensão por exemplo x , terá
três contribuições, x / Ex devido à aplicação de x , yx y yx y / Ey devido à aplicação de y
e zx z zx z / Ez devido à aplicação de z . Em resumo:
1 yx
x x y zx z
Ex Ey Ez
e análogamente para outras extensões. As relações entre componentes tangenciais são óbvias. A
forma de matriz de flexibilidade é muito semelhante à do material isotrópico:
D 0
D 01 D
2
1 yx zx 1
0 0
Ex Ey Ez G yz
zy
e D2 0
1
D1 Exy
1
0
Ey Ez Gxz
x
1
xz yz 1 0
0
Ex Ey Ez Gxy
Contudo, pode-se comprovar que a matriz de flexibilidade tem que ser simétrica e por isso a
relação
ij ji
Ei E j
reduz os números de Poisson a três valores independentes. Em resumo, pode-se concluir que é
preciso de definir 9 constantes de material. É valido ij ji , no entanto existem 2 caso em que os
valores são iguais, trivialmente quando ij 0 e quando Ei E j .
A matriz de rigidez seria demasiado complicada e por isso não se vai mostrar. Os valores de
números de Poisson não são limitados pelo valor 1/ 2 tal como em materiais isotrópicos, mas tem
que se verificar que os determinantes das matrizes constitutivas são positivos. Isso é de facto
mesma condição como em materiais isotrópicos. Os materiais cuja matriz constitutiva têm
determinante negativo são instáveis, e por isso não se encontram numa posição de equilíbrio.
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
Usando as definições anteriores, torna-se óbvio que a relação constitutiva só poderá ser escrita no
referencial que coincide com os eixos de ortotropia. Tentar exprimir a matriz constitutiva num
referencial diferente implicava cálculos bastante complicados, pelo que se aconselha alterar as
componentes de tensão ou de deformação.
É possível que num plano formado pelos 2 eixos de ortotropia se verifica isotropia. Para isso ser
válido, por exemplo no plano coordenado 0xy , é preciso que E x E y , mas não é suficiente. A
condição de isotropia dita que
Ex
Gxy
2 1 xy
recorda-se que neste caso xy yx .
Comportamento elástico: comportamento elástico significa que quer a parte de carga, quer a
parte de descarga, segue sempre a mesma recta ou curva no gráfico tensão-deformação. Carga,
significa que a carga que se colocou no provete está a ser gradualmente removida. Os materiais
elásticos não apresentam assim nenhumas deformações permanentes; após a descarga completa
Sebenta da Disciplina MMC, Zuzana Dimitrovová, DEC/FCT/UNL, 2016
o material está livre de deformações. Quando o gráfico corresponde a uma recta, a elasticidade é
linear, quando é curva, a elasticidade é não-linear.
Pode-se assim concluir que os estados de tensão e de deformação não dependem da história de
aplicação de cargas, o que significativamente simplifica as análises. O comportamento não-linear é
habitualmente representado pela uma curva côncava.
10.1 Cedência
O patamar de cedência Y (yield stress) designa o nível de tensão que faz separação entre o
comportamento reversível e irreversível. Assim define-se que desde que as cargas e descargas
efectuam-se pela relação tensão-deformação, mas abaixo do patamar de cedência, não há
deformações permanentes, consequentemente a história de carregamentos não é importante e os
parâmetros que caracterizam o comportamento do material mantém-se inalterados. Atingindo a
cedência, existem em princípio 3 possíveis comportamentos.
Endurecimento: os limites de cedência seguintes aumentam, ou seja, neste caso o gráfico a partir
de patamar de cedência é representado pela curva crescente
Plasticidade perfeita: atingindo a cedência a deformação aumenta sem limite, mantendo o nível
de tensão, ou seja, neste caso o gráfico a partir de patamar de cedência é representado pela curva
horizontal
Amolecimento: os limites de cedência seguintes diminuem, ou seja neste caso o gráfico a partir de
patamar de cedência é representado pela curva decrescente
Mostrou-se experimentalmente que a maior parte dos materiais têm após cedência
comportamento incompressível.
até cedência:
elasto: existe parte elástica, ou seja parte recta definida pelo módulo de Young inicial do valor
finito
rígido: módulo de Young tende para infinito, esta parte do gráfico é vertical
pós-cedência:
plástico com endurecimento: após da primeira cedência o gráfico continua crescente, com declive
menor que inicial
É importante perceber que após descarga completa o novo carregamento segue o mesmo
caminho pelo qual se efectuou descarregamento e depois continua pelo gráfico original. Isso
implica que nos comportamentos com endurecimento o patamar de cedência depende da história
de carregamentos. Ultrapassando o valor inicial Y ,0 o nível de tensão em que começou o
descarregamento tomará a função do patamar de cedência novo Y ,1 .
Em todos os gráficos anteriores a descarga mostrada foi completa. Note-se no entanto que é
possível descarregar apenas parcialmente antes de começar um carregamento novo. No entanto
nada se altera daquilo que foi explicado anteriormente, apenas a parte da descarga não atingirá o
valor nulo de tensão.