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de descontinuidades, pois são falhas em algo essencial ao funcionamento de
um equipamento.
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Onde há falhas na superfície ou subsuperfície do material, a limalha de
ferro se acumula e assim, ocorre uma descontinuidade nas linhas de fluxo, o
que é chamado de campo de fuga. Esse processo permite detectar
imperfeições ou falhas até 3mm de profundidade do material ou peça.
Importante, por ser um processo de análise não destrutivo que utiliza
campo magnético, esse só pode ser utilizado para materiais ferromagnéticos.
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1.4 Ensaio por ultrassom
Nesse, faz-se uso de ondas mecânicas, as quais se propagem em
meio material, e um transdutor, o qual emite uma onde mecânica e, a partir do
momento em que a onda é emitida o aparelho começa a contar o tempo. Ao
coincidir com uma descontinuidade no material, essa onda é refletida e retorna
ao equipamento, gerando um sinal elétrico, o qual é processado e mostrado na
tela do aparelho, indicando a posição do eco, o qual é proporcional ao caminho
percorrido até a descontinuidade do material ou peça.
A figura 2 a seguir apresenta imagens desse processo.
Figura 2: (a) Emissão do pulso de ultrassom; (b) eco gerado pelo reflexo da onda na
descontinuidade; (c) inspeção de peça por meio de ultrassom e (d) detalhe do gráfico formado
pela emissão e eco do ultrassom.
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1.5 Ensaio de radiografia
Esse processo usa o mesmo utilizado em radiografias humanas, no
entanto, com radiação 10 vezes mais intensa.
Neste, de acordo com Zolin (2011), emitem-se raios (x ou gama) sobre
o material, parte é absorvida e parte atravessa o mesmo, ou seja, onde há
descontinuidades no material deixa passar os raios (x ou gama) então,
sensibilizando e queimando o filme, produzindo então imagens em preto e
branco, onde o branco indica absorção do raio e o preto passagem do mesmo,
indicando descontinuidade no local.
Esse ensaio se torna muito usual para detectar defeitos e
descontinuidades em equipamentos de alta confiabilidade, como gasodutos
transportadores de óleos a elevas pressões, caldeiras de vapor e
equipamentos de refinarias.
O ensaio de radiografia e de ultrassom são métodos utilizados para
comprovar a qualidade de uma peça e poder confrontar com o que as normas
de fabricação preconizam (ZOLIN, 2011).
Como desvantagens, esse método exige equipamento específico para
sua realização e profissional qualificado, até mesmo compreender os
resultados.
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variação na impedância irá indicar e localizar descontinuidades na peça. As
falhas interferem no fluxo das correntes, o que chama-se de correntes
parasitas, e assim, pela intensidade na medida da impedância da bobina,
identificam-se os defeitos ou descontinuidades na peça.
Esse ensaio é rápido quanto a velocidade de inspeção, limpo e com
baixo custo operacional, e ainda, não causa nenhum dano a superfície
ensaiada. No entanto, como desvantagem, só pode ser realizado em materiais
eletricamente condutores.
RESUMO
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2 ENSAIOS DESTRUTIVOS
De acordo com Zolin (2011), esses são utilizados para determinar ou
verificar propriedades dos materiais, e também para medir a capacidade de
suportar esforços de uma peça.
Esses são ensaios mecânicos que inutilizam os materiais ou corpos de
provas ensaiados. Em muitos dos ensaios, a peça não é destruída, mas acaba
ficando com marcas que em seguida, serão pontos de concentração de
tensões e pontos de passíveis falhas. Assim, usam-se corpos de provas do
mesmo material das peças para serem ensaiados.
Os ensaios destrutivos são divididos em: ensaio de tração, de
compressão, de dureza, ensaio de fratura ou choque, de flexão ou
dobramento, de torção, de fadiga e ensaio de fluência.
A seguir, veremos detalhadamente cada um desses.
Figura 3 – (a) Ensaio de tração no aço com corpo de prova normatizado. (b) Comparação de
corpo de prova de aço íntegro e rompido por ensaio de tração. (c) Diagrama tensão x
deformação do aço.
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capacidade de aplicar uma força e um instrumento para verificar a deformação,
o extensômetro. O mesmo equipamento possui capacidade de realizar ensaio
de compressão.
Os resultados obtidos podem ser analisados pela lei de Hooke,
conforme a seguir:
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2.2 Ensaio de compressão
Esse, de acordo com Callister (2012), é semelhante ao ensaio de
tração no que relaciona ao método de aplicação das cargas, no entanto, um é o
oposto do outro. Ambos usam o mesmo equipamento para realização do
ensaio
Isso por que, em material metálico o comportamento elástico é
semelhante tanto sob a ação de ensaio de tração quanto de compressão.
O ensaio de compressão é melhor indicado para materiais com
comportamento frágil.
Em materiais dúcteis, o ensaio de compressão causará deformação na
secção transversal da peça (Figura 5a), sem que ocorra a ruptura da peça. Já
materiais frágeis e rígidos, com maior teor de carbono em sua estrutura que os
materiais dúcteis, a peça sofrerá efeito de cisalhamento e assim, a ruptura,
conforme a Figura 5b.
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2.3 Ensaio de dureza
De acordo com Zolin (2011), a dureza de um material é muito utilizada
para compará-lo em relação a outros materiais. É por meio da dureza de um
material que se pode indicar a sua resistência a ruptura e também a
capacidade de se deformar sob a ação de uma carga, seja essa de tração,
compressão ou outra qualquer.
A dureza, de acordo com a aplicação e ramo, possui diversas
descrições. No entanto, podemos dizer que é a resistência a deformação
plástica, ou seja, permanente (Callister, 2012). Na mecânica dureza significa a
resistência ao desgaste ou à penetração, a qual é medida pela unidade HB
(N/mm² ou Kgf/mm²). Já na mineralogia, dureza é a resistência do material ao
risco, o qual é realizado por outro mineral (ZOLIN, 2011).
Na mecânica, os ensaios de dureza são feitos pelo princípio da
penetração na superfície do metal. Neste, o penetrador, o qual possui forma
esférica, cônica, de pirâmide ou de tronco, de aço temperado, metal duro
(vídia) ou diamante, os quais são muito resistentes a penetração, são
submetidos a aplicar uma carga (estática ou dinâmica), sobre a superfície do
metal a ser ensaiado. A deformação (em diâmetro e profundidade) que o
penetrador realiza sobre o material ensaiado, relacionado com a carga
aplicada, indicará representativamente, a dureza do material, ou seja, a
capacidade de resistir à penetração do penetrador (TULLIO, 2019).
De acordo com Zolin (2011), os ensaios Rockwell e Brinell são os
mais utilizados para verificar a dureza dos materiais pelo princípio de
penetração.
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De acordo com a figura 6, esse ensaio consiste em uma esfera de aço
ou outro material, com diâmetro (D) conhecido, ser forçada a penetrar a
superfície do material ensaiado sob a ação de uma força (P em Kgf) também
conhecida, por 30 segundos, ou se necessário, 60 segundos. Em seguida, a
deformação ou impressão resultante na superfície do material, na forma de
uma calota esférica com diâmetro d e altura h em mm, irá determinar a dureza
Brinell do material.
Alguns fatores podem inferir nos resultados obtidos para dureza Brinell,
que são:
A distância do ponto de penetração da esfera até a extremidade da
peça ensaiada;
A relação entre o diâmetro da esfera do penetrador com a espessura
da peça ensaiada.
A superfície do material ensaiado não pode ser curva, apenas plana,
para não obter impressão de penetração da esfera irregular ou
deformada.
Esse ensaio não é recomendado para materiais mais duros que o
material do penetrador, podendo danificar o equipamento de ensaio.
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2.3.2 Ensaio de dureza Rockwell
Esse possui o princípio semelhante ao processo Brinell. No entanto, o
ensaio ocorre com penetrador com forma conhecida (esférica de aço ou cônica
de diamante), carga e dimensões determinadas. Seu resultado é determinado
diretamente no equipamento e através de unidade HR (TULLIO, 2019).
Nesse, ao invés de se avaliar o diâmetro da deformação realizada,
verifica-se a profundidade que o penetrador atingiu após a aplicação da carga.
Ainda, inicialmente aplica-se uma pré-carga, com a finalidade de vencer as
deformações elásticas, e em seguida, a carga principal do ensaio. Exemplo:
pré carga de 10kgf e após mais 140kgf (carga principal), totalizando 150kgf
como carga total.
Esse processo, por ser de fácil execução, preciso e rápido é o mais
utilizado universalmente (ZOLIN, 2011).
Nesse, por causar pouca impressão na superfície do material ensaiado,
não inutiliza completamente a peça.
Por utilizar penetrador de diamante, permite verificar a dureza de
materiais temperados de alta dureza.
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número de Vickers é determinado pela razão entre a força (F) aplicada e a
área do penetrador impressa na superfície do material ensaiado. Neste
ensaio o penetrador possui forma piramidal de base quadrada.
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impactos. Desse modo, ensaios estáticos não são capazes de simular a
situação real a que o material é submetido.
De acordo com Tullio (2019), o ensaio de fratura frágil determina a
quantidade de energia que o corpo absorve quando submetido a um choque.
Para realização desse ensaio, utiliza-se o equipamento chamado
martelo pendular (figura 7)
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rompeu, indicando assim que o material não é dúctil o suficiente, e não
atendendo as condições desejadas (ZOLIN, 2011).
Esse ensaio é bastante utilizado em materiais metálicos destinados a
construção civil, devido a necessidade freqüente de dobras nesses, como por
exemplo, barras de aço que serão utilizadas para confecção de estribos
estruturais.
De acordo com Zolin (2011), esse ensaio, embora pouco preciso,
permite ter a idéia conceitual de ductilidade do material e avaliar como
diferentes tratamentos no processo de fabricação influenciam nas propriedades
desses.
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Figura 9: Modificação do momento fletor alterando a distância de aplicação
Figura 10: Influência da posição de aplicação da força em relação a seção da peça, na flecha
de deformação gerada.
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2.8 Ensaio de Fadiga
De acordo com Tullio (2019), a fadiga ocorre quando um material está
sujeito a variações cíclicas ou alternadas de cargas. A repetição dos esforços
provoca uma falha ou fratura por fadiga.
Essa falha ocorre sem avisos. Sua origem pode ser devido à mudança
brusca de secção, marca na superfície do material ou outro tipo de defeito.
Através do ensaio de fadiga é possível verificar o número de ciclos que
o material resiste e assim, estimar sua vida útil.
Para realização desse ensaio utiliza-se um equipamento capaz de
aplicar cargas e contar os ciclos aos qual o material foi submetido.
Esse ensaio é muito utilizado na indústria automobilística, por exemplo,
para testas a suspensão dos veículos.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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