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Escola Superior de Tecnologia – EST

ESTEEL0709
ANÁLISE DE SISTEMAS DE POTÊNCIA I

Unidade III- Parâmetros elétricos de linhas


de transmissão: resistência, indutância,
capacitância, condutância.
Prof. Dr. Israel Gondres Torné
CONTEÚDO
1. Introdução
2. Parâmetros de Linhas de Transmissão
3. Resistência. Condutância de Dispersão. Efeito
Corona. Exemplos.
4. Indutância.
5. Capacitância.
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Divisão dos Estudos em SEP

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Parâmetros de Linhas de Transmissão

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Parâmetros de Linhas de Transmissão

Cabo de guarda

Isolador

Flecha

Condutores
Poste

Vão

Figura 2. Exemplo de uma linha de transmissão

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Actualmente a maioria das linhas aéreas usa condutores de alumínio.
Embora esta opção signifique maiores secções que as de cobre para
um mesmo nível de perdas, o alumínio tem menor custo e menor
peso. Também, o alumínio é mais abundante que o cobre. Os
condutores das linhas são em geral condutores constituidos por mais
de um fio.

Tipos principais de condutores em termos da composição de fios:

• Condutores só de alumínio AAC - “All Alluminum Condutors”;


• Condutores com ligas de alumínio AAAC – “Aluminum alloy
conductors”;
• Condutores de alumínio com reforço de aço (Al/Aço) ou ACSR-
“Alluminum conductor steel reinforced”;
• Condutores de alumínio reforçado com ligas de alumínio ACAR-
“Alluminum conductor Alloy reinforced”.
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Figura 3. Corte transversal de um condutor de alumínio reforçado com aço (ACSR).

Nas linhas de muito altas tensões ou grandes potências de transmisão existe mais de
um condutor por fase, persseguindo-se os seguintes objectivos:

• Repartição da elevada potência de transmissão por circuito paralelos;


• Diminuição da impedância série através da utilização de circuitos paralelos;
• Diminuição do efeito de coroa nas linhas de muito altas tensões através do aumento
do diâmetro equivalente dos condutores de fase.

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Quanto à disposição na estrutura de suporte distinguem-se os seguintes arranjos
principais dos condutores:

• Arranjo vertical;
• Arranjo horizontal;
• Arranjo triangular;
• Arranjo rectangular.

Tabela 1. Distância entre condutores em função do nível de tensão

Nível de Tensão Distância entre


[KV] condutores [m]
30 1,5-2,0
30 -60 2,0-3,0
110 3,0-5,0
220 6,0-7,0
220- 400 12,0-15,0

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TABELA A.1 PAG. 447

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Resistividade de diferentes condutores a uma temperatura de 20ºC.

Condutibilidade Constante de
(20 º C)
Material Relativa Temperatura
[%] mx10 -8  o C
Cobre macio 100 1,72 234,5
Temperado
Cobre duro 97,3 1,77 241,5
Alumínio duro 61 2,83 228,1
Latão 20-27 6,4-8,4 480
Bronze 9-13 13-18 1980
Ferro 17,2 10 180
Prata 108 1,59 243
Sódio 40 4,3 207
Aço 2-14 12-88 180-980

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As perdas por efeito de coroa podem ser estimadas a partir de fórmulas empíricas como
a forma de Peek que a seguir se apresenta:
r
(f + 25 ) eq (U − Ucr )2 x10 − 5 
244 KW 
Pcondutor/corona =
δ D eq  Km 
U  220 kV
válida para 
r  10 mm
Com

293 P P P T0
= x = 0,386x = x
760 T 273 +  P0 T
T é a temperatura absoluta do ar (em o K)
d
Ucr = Ecr δ.m1.m2 .n.r.ln nm KV  Ecr é a intensidade de campo crítica do ar (21,2kVef/cm)
req m1 é o factor de correcção que considera a qualidade da
superfície do condutor variando entre 0,80 (má superfície) e
onde 0,90 (boa superfície)
f é a frequência da corrente em Hz m2 é o factor de correção que considera as condições
req é o raio equivalente do conductor de fase em cm meteorológicas, sendo

D eq é distância média geométrica entre condutores em cm m 2 = 1,0 para bom tempo



U
é o valor eficaz da tensão fásica da rede em m 2 = 0,6 − 0,7 para tempo chuvoso
KV m = 0,5 − 0,6 para geada
Ucr  2
é o valor eficaz da tensão crítica ou disruptiva do ar em KV
P é a pressão atmosférica do ar em Torricceli (Torr)

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As perdas de coroa totais para um sistema trifásico por cada quilómetro da linha
são dadas por:

Pc 3Φ = 3  Pcondutor/km

No caso mais geral, em que a formula de Peek não pode ser usada, as perdas
de coroa por condutor poderão ser calculadas a partir da fórmula de Mayr:

 2 .10 3 Er 
Pcoroa/condutor = 4,44.10 −4
f.r .Er .(Er − E cr ) ln 
2
− 1
 f.r 
 

onde: Er é a intensidade de campo na superfície do conductor;


Ecr é a intensidade do campo disruptiva do ar que é:

 KV
 21,2x  xm 1 ≈ 18 para bom tempo
Cm

E cr = 
 KV
21,2x x m1xm 2 ≈ 10 para tempo chuvoso
 Cm

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Dispersão e Efeito Corona)

Comparação entre perdas de coroa e óhmicas em linhas de transmissão

Un [KV] Póhmicas [Kw/Km] Pcoroa[Kw/Km]


110 14 0-6
220 46 0-25
380 82 0,15-70
500 86 4-345
735 88 15-420

Como os valores das perdas de coroa e desprezando as perdas por correntes


de fuga pelo isolamento pode-se calcular a conductância da linha de transmissão
através de:

P 3Pc1Φ P
Gc = c3Φ = = c1Φ
2
ULL (
3ULN
2
)2
ULN

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Dispersão e Efeito Corona)

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EXEMPLOS DE CALCULOS
EXEMPLO 1. O condutor de alumínio puro, identificado pelo nome-código Bluebell, é
composto de 37 fios com diâmetro de 0,1672 polegadas cada um. As tabelas de
características de condutores de alumínio puro apresentam uma área de 1.033.500 CM
para este condutor. Concordam entre si estes valores? Determine a área em milímetros
quadrados. Sabendo que 1 cmil= (π/4)x10-6 pol2.

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EXEMPLOS DE CALCULOS
EXEMPLO 2. Determine a resistência CC em Ω/km para o Bluebell a 20°C usando a
equação (3) e a informação dada do Exemplo 1, e compare o resultado com o valor
tabelado de 0,1678 Ω por mil pés. Calcule a resistência CC em Ω/km a 50°C e compare o
resultado com a resistência CA a 60Hz de 0,1024 Ω/milha, apresentado nas tabelas para
este condutor a 50°C. Explique qualquer diferença nos valores obtidos.

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EXEMPLOS DE CALCULOS
Exemplo 3. Pelas tabelas de caraterísticas elétricas de condutores encordoados de
alumínio puro, o condutor Marigold de 1.113.000 CM e de 61 fios tem resistência CC a
20°C de 0,01558 Ω por 1.000 pés e resistência CA a 50°C de 0,0956 Ω por milha. Verifique
a resistência CC e determine a relação entre as resistências CA e CC.

Para 20°C, da equação (3) com o aumento de 2% por causa do encordoamento

Para 50°C, da equação (4)

O efeito pelicular causa um aumento de 3,7% na resistência

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Inductância

➢ Inductância interior de um condutor cilíndrico.


➢ Inductância de uma linha monofásica de dois
condutores.
➢ Inductância de Linhas Monofásicas de Condutores
Múltiplos Agrupados em Feixe ( Compostos)
➢ Inductância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores em Triângulo Equilâtero.
➢ Indutância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores Desigual (Assimétrico).
➢ Indutância de Linhas Trifásicas com Cabos Múltiplos.

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Inductância interior de um condutor cilíndrico

A inductância de um condutor de uma linha de transmissão pode


ser calculada a partir do fluxo de acoplamento e da corrente
abraçada, isto é:

Ψ
L=
I
Onde Ī e Ψ são fasores. Para grandezas sinusoidais, a corrente
produzirá um fluxo também sinusoidal, em fase
com a corrente.

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Inductância interior de um condutor cilíndrico
Consideremos agora um condutor cilíndrico muito comprido, cuja secção transversal é
mostrada na figura

f.m.m. =  (Hxds) = I
r

Onde
dx
H é a intensidade de campo magnético por unidade de comprimento
x s é o percurso
dy
I é a corrente abraçada
H

Figura 1. Secção transversal de um conductor cilíndrico

Portanto, a indutância interior (coeficiente de auto-indução) por unidade de comprimento será:

Ψ'int 1
L'int = = x10 − 7 H/m
I 2
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Inductância interior de um condutor cilíndrico
Vamor deduzir a expressão para o fluxo de acoplamento de um condutor isolado
que é devido apenas à porção de fluxo exterior entre dois pontos P1 e P2 que
distam D1 e D2 do centro do conductor

A indutância exterior, devido ao fluxo entre os pontos 1 e 2 será:

ψ12 −7 D2
D1
P1 L12 = = 2x10  ln
r
x
I D1
dx
D2

E por unidade de comprimento:

P2 −7 D2 H
L' 12 = 2x10 ln  m 
D1
Figura 2. Um condutor
com pontos exteriores
P1 e P2
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Inductância de uma linha monofásica de dois condutores
Vamos agora determinar a indutância de uma linha monofásica de dois condutores
rígidos com raios diferentes sendo um deles o de retorno. A figura mostra o diagrama de
um arranjo dete tipo:

1. Consideremos primeiro os fluxos de acoplamento


provocados pela corrente no condutor 1.
2. O fluxo de acoplamento entre o condutor 1 e um
ponto para além de D + r2 do centro do condutor 1 e
desprezível.
r1 3. À distância D - r2, a fracção da corrente total ligada a
D r2 uma linha de fluxo é igual a 1,0.
or 2

Condutor 1
4. Assim, para D muito maior que r1 e r2 podemos
dut

substituir D - r2 e D + r2 por D.
Con

5. Também pode ser demonstrado que tal assumpção


continua válida mesmo para valores pequenos de D.

Figura 3. Condutores de diferentes


raios e o campo magnético devido
apenas à corrente no condutor 1
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Inductância de uma linha monofásica de dois condutores
Adicionando a indutância devido ao fluxo interior de acoplamento calculada

1 D −7  H  Que é a indutância por unidade de


L' =  + 2ln x10   comprimento do circuito causada apenas
2 r1  m  pela corrente no contudor 1.

Se r'1 = r'2 = r ', a inductância por unidade de comprimento total será,

D D
L = 4x10 -7 ln = 4x10 -7 ln
(r' )
1
2 r

Este valor de inductância é por vezes chamado de indutância do circuito


ou de malha para distingui-la da indutância devida a corrente num só
condutor. Esta última que é metade da inductância de uma linha monofásica
é também chamada de indutância por condutor.
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Inductância de Linhas Monofásicas de Condutores
Múltiplos Agrupados em Feixe ( Compostos)
Muitas linhas aéreas são compostas por condutores múltiplos em feixe, isto é,
cada condutor é composto por um grupo de dois ou mais elementos ou
subcondutores ligados electricamente em paralelo através de ligadores
apropriados.

b c b' c'

a
a'
n
m

Condutor x Condutor y

Figura 4. Linha monofásica constituida por dois condutores compostos

L' xmedio L' a +L' b +L' c +... + L' n


Assim, a indutância do conductor x sera: L' x = =
N N2
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Inductância de Linhas Monofásicas de Condutores
Múltiplos Agrupados em Feixe ( Compostos)

−7
MN (D aa'D ab'D ac' ...Dam )(Dba'Dbb'Dbc' ...Dbm )...(Dna'Dnb'Dnc' ...Dnm )
Portanto, L' x = 2x10 ln
N2 (D D D ...D )(D D D ...D )(D D D ...D )
aa ab ac an ba bb bc bn na nb nc nn

−7 D xy −7 Dmg
L' x = 2x10 ln = 2x10 ln
D xx rmg
Onde,
D xy é a raiz de ordem MN do produto das MxN distâncias dos subcondutores do
N  M  condutor X aos subcondutores do condutor Y. Associados a cada subcondutor n

D xy = Dmg = MN ∏ ∏ Dkm  do condutor X existem distâncias D x1 , D x 2 ,…, DxM aos subcondutores do
  condutor Y. Para N subcondutores do condutor X há portanto, MxN distâncias ao
k = 1 m = 1  subcondutores do conductor Y. Dxy é chamada de distância média geométrica
entre os condutores X e Y(Dmg).

N  N Também D xx é a raiz de ordem N2 do produto das N2 distâncias entre os



Dxx = rmg = N ∏ ∏ Dkm 

2 subcondutores do condutor X. Associado a cada subcondutor K há N distâncias,
  Dk1, Dk2 Dkk = r ' , ..., DKN . Para N subcondutores no condutor X, há portanto, N2
k = 1 m = 1  destas distâncias. D xx é também chamada de raio médio geométrico do condutor
X (rmg).

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Inductância de Linhas Monofásicas de Condutores
Múltiplos Agrupados em Feixe ( Compostos)

A inductância equivalente da linha por unidade de comprimento será:

' D xy D xy
L = L'x + L'y = 2x10 -7
x ln + 2x10 −7
ln
D xx D yy
(D xy )2 D xy
= 2x10 -7
x ln = 4 x10 -7
x ln
D xxD yy D xxD yy
Dmg
= 4 x10 -7
x ln
rmg

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Inductância de Linhas Monofásicas de Condutores
Múltiplos Agrupados em Feixe ( Compostos)
Exemplo: 1 Cada circuito de uma linha monofásica de transmissão é composta de 3
sucondutores rígidos de 0,25 cm de raio por condutor. O retorno é composto de 2
subcondutores de 0,5 cm de raio. O arranjo é mostrado na figura. Calcular a indutância
devida a corrente em cada lado da linha e a inductância de toda a linha.
9 m
Solução:
a d
A distância media geométrica entre X e Y será:

6 m Dmg = D xy = 2x3 DadDaeDbdDbeDcdDce

b e = 6 DadDaeDbdDbeDcdDce
Dad = Dbe = 9 m
Condutores y

6 m
Dae = 9 2 + 6 2 = 117 m = Dbd = Dce

c
Dcd = 12 2 + 9 2 = 15 m
Condutores x

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Inductância de Linhas Monofásicas de Condutores
Múltiplos Agrupados em Feixe ( Compostos)
D xy = 6 9x 117 x 117 x9x15x 117 = 10,743 m

2
D xx = 3 DaaDabDacDbaDbcDbbDcaDcbDcc = 0,481 m

2
D yy = 2 D ddD deD eeD ed = 4 D ddD deD eeD ed

=
4
(0,5x0,7788 x10 − 2 )2 x6 2 = 0,153 m
D xy 10,743
L' X = 2x10 − 7 ln = 2x10 − 7 ln = 6,212x10 − 7 H/m
D xx 0,481

D xy 10,743
L' Y = 2x10 − 7 ln = 2x10 − 7 ln = 8,503x10 − 7 H/m
D yy 0,153

L' = L' X +L' Y = 6,212x10 −7 H/m + 8,503x10 −7 H/m = 14,715x10 −7 H/m

Ou ainda,
D xy
L' = L'x + L'y = 4 x10 - 7 x ln
10,743
= 4 x10 - 7 x ln
D xxD yy 0,481 0,153

= 14,715x10 − 7 H/m

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Inductância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores em Triângulo Equilâtero
b Se assumirmos que não existe um conductor neutro ou, existindo, o sistema
trifásico de correntes é equilibrado, teremos Ia + Ib + Ic = 0 .

D
 1 1 1
D Ψ' a = 2x10 − 7 x Ia ln + Ib ln + Ic ln 
 D aa D D
a
E como Ia = -(Ib + Ic )
D
c
Figura 4. Condutores de uma  1 1 D
Ψ' a = 2x10 − 7 x I a ln − I a ln  = 2x10 − 7 I a ln
linha trifásica dispostos em  D aa D D aa
triângulo equilátero
´
Ψa D
E a indutância por unidade de comprimento: L' a = = 2x10 - 7 xln
Ia D aa

D
Sendo igual o espaço entre condutores, vem: L' a = L'b = L'' c = L' = 2x10 − 7 xln
D aa
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Indutância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores Desigual (Assimétrico)

Quando os condutores da linha não estão igualmente


espaçados o problema do cálculo da indutância é mais
complexo. Os fluxos de acoplamento e as indutâncias
de cada fase não são iguais. Indutâncias diferentes
nas fases, resultam em circuito desequilíbrado.

O equilíbrio de fases pode ser restabelecido através da


transposição que consiste em alterar a posição dos
condutores de modo que ao longo da linha cada
condutor ocupe as 3 posições em intervalos regulares.

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Indutância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores Desigual (Assimétrico)
Um ciclo completo de transposição é mostrado na figura 5. Os
condutores de fase são designados a,b,c,e as posições ocupadas
1, 2 e 3. A transposição faz com que as indutâncias médias de
cada condutor ao longo da linha sejam iguais.
Troço 2 Troço 3
Troço 1

Condutor a Condutor c Condutor b


Posição 1
Condutor b Condutor a Condutor c
Posição 2
Condutor c Condutor b Condutor a
Posição 3

Figura 5. Ilustração de um ciclo completo de transposição de uma linha trifásica

Linhas modernas não são transpostas em intervalos regulares sendo a alternância de


posição feita apenas nas subestações e postos de seccionamento.
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Indutância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores Desigual (Assimétrico)

Generalizando, a inductância média por unidade de comprimento por fase de uma linha
trifásica transposta é dada por:

−7 Deq
L' = 2x10 xln
DSL
Onde Deq ou Dmg é a distância equivalente ou média geométrica do conjunto das
distâncias entre condutores de fase dada por:

D eq = Dmg = 3 D12D 23D13

E DSL é o raio médio geométrico dos condutores de cada fase para o cálculo da
inductância para distingui-lo daquele usado para o cálculo de capacitância (DSC) dado por:

D SLa = D aa

 D SLb = Dbb
 D
 SLc = D cc
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Indutância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
entre Condutores Desigual (Assimétrico)
Exemplo 2. Calcula a reactância indutiva por Km de uma linha trifásica simples operada a
60Hz com os condutores arranjados como na figura. Assume que cada conductor tem um
diâmetro de 0,50 cm.

20 m
20 m

38 m

Solução:

Daa = r'a = 0,7788 x ra = 0,7788 x 0,25 = 0,1947 cm

D eq = 3 20x20x38 m

3
−7 20 2 x38 m H
L  = 2x10 xln = 1,89 x10 − 6
0,1947x10 − 2 m m

X'L = 2 π f L' = 6,28 x 60 x1,89x10 −6 Ω = 0,71 m Ω/m = 0,71 Ω/km


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Indutância de Linhas Trifásicas com Cabos Múltiplos

Para muito altas tensões, isto é, acima de 230 kV, o


efeito de coroa com as consequentes perdas de coroa e
as interferências com comunicações tornam-se notórios
se se usar apenas um condutor por fase.

Os elevados gradientes de tensão nas superficies dos


condutores podem ser reduzidos significativamente
usando dois ou mais condutores por fase suficientemente
próximos comparado com a distância entre as fases.

Tal linha é designada de linha com condutores


múltiplos ou feixe de condutores.

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Indutância de Linhas Trifásicas com Cabos Múltiplos
Cada feixe de condutores (grupo) consiste em 2,3 ou 4
condutores. A figura 6 mostra alguns arranjos de linhas com
condutores múltiplos.
d

d d d
d
d
d
d
Condutor
Condutor Condutor quadruplo
duplo triplo

Figura 5. Arranjos típicos de linhas com feixes por fase

A redução da reactância indutiva é uma outra vantagem da utilização


de linhas com condutores múltiplos. Por outro lado, o aumento do
número de condutores em cada fase reduz o efeito de coroa.

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Indutância de Linhas Trifásicas com Cabos Múltiplos
Neste método, cada subcondutor do grupo será tratado como um fio de um
condutor multifilar. Se designarmos Dmn
SL
ao raio médio geométrico dum comdutor

múltiplo D SL ao raio médio geométrico de cada subcondutor individual do feixe


vêm, para os três arranjos, as fórmulas apresentadas na tabela a seguir.

Tabela 1. Expressões para o raio médio geométrico para condutores em feixe

Arranjo Fórmula

Condutor duplo Dm2


SL
=
4
(D SL
xd ) 2
= DSL d

Dm3
SL
=
9
(D SL
x dx d )3
= 3 DSL d2
Condutor triplo

Condutor quadruplo Dm4


SL
=
16
(D SL
xd xd 2 d )4
= 1,09x 4 DSL d3

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Indutância de Linhas Trifásicas com Cabos Múltiplos
Exemplo 3. Calcular a reactância indutiva em Ohms por quilómetro por fase, para uma linha
trifásica com 2 condutores por fase e configuração mostrada na figura a seguir. O raio de
cada subcondutor de fase é de 0,0466 pés e a distância entre os subcondutores é de 45 cm.
Calcula também, a reactância total em valores por unidade considerando um comprimento
de linha de 160 km, nas bases de 100 MVA, 345 kV.

a a' b b' c c'


d d d
8m 8m

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Indutância de Linhas Trifásicas com Cabos Múltiplos
a a' b b' c c'
d d d
8m 8m

Solução:

m
Dm2
SL = D SL d = 0,3048 x 0,0466 ftx 0,45m = 0,080 m
ft

D eq = 3 8x8x16 = 10,08 m

Em valores verdadeiros:

10,08
X L = 2 π x 60x2x10 -7 x10 3 ln (Ω /km)/fase = 0,365 (Ω /km)/fase
0,08

Em valores por unidade:


345 2
Z base = = 1190 Ω
100

0,365 (Ω km )x160 km
XLpu = = 0,049 pu
1190 Ω
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Professor Adjunto. EST-UEA
Capacitância.

1. Parâmetros de Linhas de Transmissão.


2. Capacitância de um arranjo.
3. Capacitância de Uma Linha Monofásica de Dois Condutores.
4. Capacitância de Uma Linha Trifásica com Espaçamento
Equilátero.
5. Capacitância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
Entre Condutores Desiguais.
6. Efeito da Terra na Capacitância das Linhas Trifásicas.
7. Capacitância de Condutores Múltiplos.
8. Linhas Trifásicas Paralelas.
9. Exemplos.
Capacitância de um arranjo.

A capacitância entre dois pontos de contorno de um arranjo é


definida como a relação entre a carga existente entre os dois
pontos do contorno do arranjo (1, e 2) e a diferença de potencial
entre esses pontos do arranjo que mantem a carga, isto é

Q
C12 =
U12
P1

Caminho de
D1 integração

D2

 ( E. dS )
Q’ D2
P2
U12 =
D
1

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Capacitância de Uma Linha Monofásica de Dois
Condutores.
A capacitância por unidade de comprimento entre os condutores de uma linha
monofásica de dois condutores como a mostrada na figura 2 é definida como a relação
entre a carga nos condutores (Q’) e a tensão entre os condutores (Uab), isto é:
Q'
C' =
Uab

ra rb

a
b

Figura 2. Secção transversal de uma linha monofásica com dois fios paralelos

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Capacitância de Uma Linha Monofásica de Dois
Condutores.
Q' a Q' a πε
C' ab = = =
Uab Q' a D D
ln ln
πε ra rb ra rb
Para a maior parte dos casos práticos em que ra = rb = r , vem:
π ε
C' ab ==
D
ln
r
Se a linha for alimentada por um transformador com uma tomada central ligada à
terra, a diferença de potencial entre cada condutor e a terra, será metade da
diferença de potencial entre os condutores,e a capacidade em relação à terra, será:

Q' a 2 π ε
Cn ' = Can ' = C'
bn = =
Uab D
ln
2 r
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Capacitância de Uma Linha Monofásica de Dois
Condutores.
b
a cab

a) Representação da capacitância fase-fase

a Can=2cab Cbn=2cab b
n

b) Representação da capacitância fase-neutro

Figura 3. Relação entre os conceitos capacitância fase-neutro e linha-linha

1 1
A reactância capacitiva será dada por: X' c = =
ωC 2 π f C'
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Capacitância de Uma Linha Monofásica de Dois
Condutores.
Exemplo 1.

Calcula a reactância capacitiva por Km, de uma linha aérea monofásica operando a 60Hz. O
condutor é do código “Partridge” sendo o espaçamento entre os centros de 20 pés.

Solução
O diâmetro exterior deste condutor “Partridge” pode ser extraido de uma tabela e o seu valor
é de 0,642 polegadas, isto é,

cm
0,642 polx2,52
pol −2 m
r= x10 = 0,8089x10 − 2 m
2 cm

m
D = 20 pesx0,3048 = 6,096 m
pes

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Capacitância de Uma Linha Monofásica de Dois
Condutores.
−12 F
2πε 2 π x1x8,85x10
C'an = = m
D 6,096 m
ln ln
r 0,8089x10 - 2 m

F F
= 8,3892 x 10 −12 = 8,3892 x 10 − 9
m km

1 1
X'CLn = = Ω km = 316.350,52 Ωkm
ωC' an 2 π x60x8,3892 x 10 − 9

A reactância capacitiva linha-linha por unidade de comprimento será:

1 1
X' CLL = = 2x Ω km = 632.701,05 Ωkm
ωC' LL 2 π x60x8,3892 x 10 − 9

A susceptância linha-linha por unidade de comprimento será:

1 1 S
BCLL = = = 1,5805x10 − 6
X'CLL 632.701,05 Ωkm km

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Capacitância de Uma Linha Trifásica com Espaçamento
Equilátero.
Condidera-se um arranjo de três condutores idênticos de raio r de uma linha trifásica com
um espaçamento entre fases equilátero como o mostrado na figura 4.
b

1  D r D
Uab =  Q'a ln + Q'b ln + Q'c ln 
2πε  r D D
d d

1  D D r
Uac =  Q'a ln + Q'b ln + Q'c ln 
d 2πε  r D D
a c

1  D  r D  D r 
Uab + Uac =  2Q' a ln + Q' b ln x  + Q' c ln x 
2πε  r  D D  D D

1  D r r
=  2Q'a ln + Q'b ln + Q'c ln 
2πε  r D D
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Professor Adjunto. EST-UEA
Capacitância de Uma Linha Trifásica com Espaçamento
Equilátero.

Q' a D
Uan = ln
2πε r

A capacidade de cada fase em relação à terra para uma linha


trifásica com os condutores em triângulo equilátero

Q' a 2πε
C' an = =
Uan D
ln
r
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Capacitância de Uma Linha Trifásica com Espaçamento
Equilátero.

O conceito corrente de carregamento em vazio da linha é


frequentemente usado para designar a corrente capacitiva da
linha operando em vazio. Para uma linha monofásica a corrente
de carregamento em vazio é dada por:

Icap = j ω C'n Uan

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Capacitância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
Entre Condutores Desiguais.
2

D
12
D
Figura 5. Vista transversal de uma linha trifásica 23

com espaçamento entre condutores assimétrico


D
31

3
1
Troço 2 Troço 3
Troço 1

Condutor a Condutor c Condutor b


Posição 1
Condutor b Condutor a Condutor c
Posição 2
Condutor c Condutor b Condutor a
Posição 3

Figura 6. Ilustração de um ciclo completo de transposição de uma linha trifásica

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Capacitância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
Entre Condutores Desiguais.
• Para a fase a na posição 1, fase b na posição 2 e fase c na posição 3:

1  D12 r D23 
Uab =  Q' a ln + Q'b ln + Q' c ln 

2πε  r D12 D31 

• Para a fase a na posição 2, b na posição 3 e c na posição 1 vem :

1  D23 r D31 
Uab =  Q' a ln + Q'b ln + Q' c ln 

2πε  r D23 D12 

• Para a fase a na posição 3, b na posição 1 e c na posição 2 vem :

1  D31 r D12 
Uab =  Q' a ln + Q'b ln + Q' c ln 

2πε  r D31 D23 

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Capacitância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
Entre Condutores Desiguais.
O valor médio da tensão entre a e b, assumindo uma distribuição de carga linear
uniforme em todas as partes do ciclo de transposição, pode ser determinado
somando e dividindo a soma por 3, isto é:

1  D12D 23D31 r3 D12D 23D31 


Uabmedio = Q' a ln + Q' b ln + Q' c ln 
6 π ε  r 3 D12D 23D31 D12D 23D31 

1   D12D 23D 31 
 

 r 

= Q' a 3ln 3 + 3Q' ln
6πε   r  b
 3 D D D 
    12 23 31  

1  D eq r 
= Q' a ln + Q' b ln 
2 π ε  r D eq 

Onde: D eq = 3 D12D 23D 31


Dr. Israel Gondres Torné. 69
Professor Adjunto. EST-UEA
Capacitância de uma Linha Trifásica com Espaçamento
Entre Condutores Desiguais.

Uma vez que Q' a + Q' b + Q' c = 0 :

Q' a D eq
Uan = ln
2πε r

Donde:
Q' a 2πε
C'n = =
Uan D eq
ln
r

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Efeito da Terra na Capacitância das Linhas Trifásicas.

A terra afecta a capacitância de uma linha da


transmissão porque a sua presença influencia o campo
eléctrico da linha.

Considere-se um circuito consistindo de uma linha aérea


monofásica em que o caminho de retorno é a terra. Ao carregar-
se o condutor cargas dirigem-se da terra para a superfície do
condutor e uma diferença de potencial entre o condutor e a terra é
criada. A terra fica com uma carga de igual magnitude que a do
condutor mas com sinal oposto.

O fluxo do campo eléctrico entre as cargas sobre o condutor e as


da superfície da terra é perpendicular ao plano equipotencial da
terra uma vez que esta é assumida ser um condutor perfeito.

Dr. Israel Gondres Torné. 71


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Efeito da Terra na Capacitância das Linhas Trifásicas.
Para o cálculo da capacitância de uma linha aérea trifásica vai-se aplicar o método das
imagens simétricas partindo do arranjo apresentado na figura 7.
2
D
12 Q’b
2πε
1 C'n =
Q’a  Deq   3 H12H23H31 
ln   − ln 
D
D 23

 3 HH H 
31

3
 r   1 2 3 
Q’c

Contudo, para a maioria dos casos práticos,


H13
H12 H23  H12  H1

H1 H2 H3 H23  H2
H  H
 31 3
Terra

Do que resulta,
H12
2πε
, C'n ≈
3´ D eq
-Q’c
ln
D 31
D 23
r

-Q’a Figura 7. Representação do efeito da terra unma linha aérea trifásica
D 12 Dr. Israel Gondres Torné. 72
-Q’b 2´
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Efeito da Terra na Capacitância das Linhas Trifásicas.

Isto é, na maior parte das linhas aéreas


trifásicas com funcionamento equilibrado,
o efeito da terra pode ser desprezado,
excepto nos casos em que o objeto do
estudo é o próprio efeito da terra.

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Capacitância de Condutores Múltiplos.

D13

a a' b b' c c'


d d d
D12 D23

Condutor 3
Condutor 2
Condutor 1

Figura 8. Vista transversal de uma linha trifásica com dois condutores por fase

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Capacitância de Condutores Múltiplos.

2πε 2πε 2πε


C'n = = =
 D eq   D eq   D eq 
ln   ln  m  ln  m 
 rd D  r 
   SC   mgc 

Onde:
Deq = 3 D12D23D31 é a distância média geométrica entre os condutores
de fase;

Dm m
SC = rmgC é o raio médio geométrico do conjunto dos condutores
parciais de cada fase para a capacitância. A tabela 1 mostra as
expressões para o raio médio geométrico em função do número
de condutores parciais de fase.

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Capacitância de Condutores Múltiplos.

Tabela 1.
Expressões para o raio médio geométrico de condutores múltiplos

Arranjo Fórmula
Condutor duplo Dm2
SC = 4
(r x d)2
= rxd

SC = (rxdxd) = rxd
Condutor triplo 3 3
D m3 9 2

Condutor quadruplo
Dm4
SC = 16
(
rxdxd 2 d )4
= 1,09x 4 rxd3

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Capacitância de Condutores Múltiplos.
Exemplo 2.

Calcula a reactância capacitiva em relação a terra em Ω/km para


uma linha aérea com 2 condutores por fase, dispostos em linha
recta, com um espaçamento entre fases de 8m. A distância entre os
centros dos condutores parciais (subcondutores) de cada fase é de
45 cm. O comprimento da linha é 160 km e o raio de cada condutor
parcial é de 17,55 mm.

Solução:

r = 0,01755 m

D eq = 3 8x8x16 = 10,08 m

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Capacitância de Condutores Múltiplos.

Dm2
SC = r d = 0,01755x0, 45 = 0,0889 m

2 x πx 8,85 x 10 −12 F
C'n = = 11,754 x10 − 12
 10,08  m
ln  
 0,0889 

1 1 1 6
X'C = = = −
= 0,2257x 10 Ω km/fase
ω C' 2 π f C' 2x πx 60x 11,754x 10 12

1 1 −6
B' C = = 6
= 4,4306 x10 (S/km )/ fase
X'C 0,2257x 10

Dr. Israel Gondres Torné. 78


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Linhas Trifásicas Paralelas.

Duas ou mais linhas com características construtivas idênticas


podem operar em paralelo. A resistência equivalente poderá
facilmente ser calculada dividindo a resitência de uma única linha
pelo número de linhas paralelas, isto é, :

R'1linha
R'P
eq =
n
Onde
R' P
eq é a resistência equivalente do paralelo de linhas;

R' 1linha é a resistência de uma linha individual

Dr. Israel Gondres Torné. 79


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Linhas Trifásicas Paralelas.

Duas ou mais linhas com características construtivas idênticas


podem operar em paralelo. A resistência equivalente poderá
facilmente ser calculada dividindo a resitência de uma única linha
pelo número de linhas paralelas, isto é,

R'1linha
R'P
eq =
n
Onde
R' P
eq é a resistência equivalente do paralelo de linhas;

R' 1linha é a resistência de uma linha individual

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Linhas Trifásicas Paralelas.
18'

a c'

10'
21'

b'
b

10'

c a'
18'

Figura 9. Arranjo típico de condutores em linhas trifásicas de circuito duplo


Dr. Israel Gondres Torné. 81
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Linhas Trifásicas Paralelas.
Exemplo 3.
Uma linha trifásica de circuito duplo é constituida de condutores de 300.000,00-
cmil 26/7 de código Ostrich arranjados como na figura. Calcula a reactância
indutiva e a susceptância capacitiva a 60 Hz em Ω/milha por fase e S/milha por
fase respectivamente.

Solução:

Da tabela de condutores, obtem-se para Ostrich,

DS=0,0229 pés

Portanto,

A distância entre a e b (posição original) será:

D ab = 10 2 + 1,5 2 = 10,1 pes

A distância entre a e b’ (posição original) será:

Dab' = 10 2 + 19,5 2 = 21,9 pes


Dr. Israel Gondres Torné. 82
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Linhas Trifásicas Paralelas.

O distância média geométrica entre fases será:

DP = DP
= 4 (10,1 x 21,9 )2 = 14,88 pes
ab bc

ca = (20 x 18 ) = 18,97 pes


DP 4 2

E a distância equivalente entre fases será então:

DP
eq = 14,88x14,8 8x18,97 = 16,1 pes
3

Para a inductância, o raio médio geométrico para o circuito paralelo é obtido


depois de primeiro calcular-se os raios médios geométricos para as 3
posições. A distância real entre a e a’ é

D aa' = 20 2 + 18 2 = 26,9 pes .

Dr. Israel Gondres Torné. 83


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Linhas Trifásicas Paralelas.
Assim o raio médio geométrico de cada fase será:

Na posição a-a’:

DSLa − a' = 26,9x0,0229 = 0,785 pes

DSLb − b' = 21x0,0229 = 0,693 pes

DSLc − c' = 26,9x0,022 9 = 0,785 pes


3
Portanto, DP
SL = 0,785x0,69 3x0,785 = 0,753 pes

−7 16,1  H -7  H 
L' = 2x10 x ln   /fase = 6,13 x 10   /fase
0,753  m  m

−7 H 3 m Ω
X'L = 2x πx 60 x 6,13 x 10 x10 = 0,23097
m km km

Dr. Israel Gondres Torné. 84


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Linhas Trifásicas Paralelas.
Para o cálculo da capacitância D PSC
é o mesmo que D P
SL excepto que no
lugar do raio médio geométrico da inductância é usado o raio exterior do
condutor. O diâmetro exterior do condutor Ostrich é 0,680 pol. Portanto,

0,68
r= = 0,0283 pes
2x12

Donde,

DP
SC =
3 26,9 x0,0283 x 21x0,0283 x 26,9x0,028 3

= 0,837 pes

2 x π x 8,85 x 10 −12 F
E C' n = = 18,807 x 10 − 12
16,1 m
ln
0,837

 S 
B' c = 2 x π x 60 x 18,807 x 10 − 12 x 10 3 = 7,086 x 10 − 6   /por fase ao neutro
 km 
Dr. Israel Gondres Torné. 85
Professor Adjunto. EST-UEA
BIBLIOGRAFIA
1. Monticelli, A. J., “Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica”, Ed.
Edgard Blücher Ltda, 1983.
2. Glover, D; Sarma, M; and Overbye, T. Power System Analysis and
Design. Fifth Edition. Publisher, Global Engineering: 2012.
3. Stevenson Jr., W. D., “Elementos de Análise de Sistemas de
Potência”, McGraw-Hill, 2ª edição, 1986.

Dr. Israel Gondres Torné. 86


Professor Adjunto. EST-UEA
Obrigado !

Dr. Israel Gondres Torné. 87


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