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Linha de Transmissão

Tipos de linha:

• Linha bifilar

• Linha coaxial

• Guia de ondas

• Fibra óptica
Importância do comprimento da linha (1)

Exemplo:

Em linhas de transporte de energia (ac 50 Hz)

Em linhas de transmissão de comunicações (RF)

Nota: A diferença pode ser extrema


Importância do comprimento da linha (2)
Porque é que estes casos extremos
acontecem?
Demonstra-se que que uma onda electromagnética se
vai propagar ao longo da linha.
Em distribuição de energia (ac 50 Hz):

O comprimento dalinha é muitíssimo pequeno se


comparado com o comprimento de onda.
Em comunicações (RF):
é uma parte apreciável de ou mesmo igual a vários
comprimentos de onda.
Circuito equivalente da LT

R , L , G e C – Parâmetros da linha de transmissão


Parâmetros da linha

R – Resistência dos dois condutores da linha/m

L – Coeficiente de autoindução da linha/m

G – Condutância do dieléctrico da linha/m

C – Capacidade entre os dois condutores/m


Configuração do campo electromagnético
Análise dos parâmetros da linha

G e C – Não variam com a frequência

L – Varia muito pouco com a frequência

R – Varia fortemente com a frequência


Parâmetros típicos da linha
Efeito pelicular (1)
Em corrente contínua Em c.a. Radiofrequência
Efeito pelicular (2)

Causa – Autoindução no próprio condutor

Efeito – Redução, e mesmo anulamento, da corrente


eléctrica no interior do condutor

Consequência – Forte aumento da resistência do


condutor em relação à corrente
contínua
Densidade de corrente
• r – Raio variável de 0 – a
• – Raio do c a – Raio do condutor
• – Profundidade de penetra-
enepenetra- do ção do campo magnético
• Jo – Densidade de corrente
• para r = a
Profundidade de penetração (1)
Definição:
É a profundidade à qual a densidade de corrente
se reduz a 37% do seu valor à superfície do
condutor.

Para o cobre:
Profundidade de penetração (2)

f
1 KHz (AF) 2 mm
1 MHz (MW) 0,066 mm
10 MHz (SW) 0,02 mm
100 MHz (VHF) 0,0066 mm
1000 MHz (UHF) 0,002 mm
Resistência dos condutores
Em corrente contínua:

Em radiofrequência:
Conclusões importantes
O efeito pelicular é sempre muito intenso ( em
radiofrequência, e é tanto mais intenso quanto maior for
a frequência.
Em radiofrequência:
• A parte interna do condutor não serve para nada.
• Tudo se passa como se toda a corrente circulasse na
película de espessura , com uma densidade uniforme.
• A resistência do condutor é inversamente proporcional ao
seu perímetro e não à secção.
• Em RF a resistência é muito maior do que em corrente
contínua.
Efeito de proximidade (1)

- Resistência do condutor isolado


- Factor de proximidade
- Resistência do condutor na proximidade do
condutor de retorno
Efeito de proximidade (2)

d/a 5 10 15 20

fp 1,09 1,02 1,01 1,005


Estudo da Linha de transmissão
Âmbito de aplicação
Electrotecnia - Linhas de alta tensão

Comunicações - Linhas aéreas e cabos telefónicos


- “Feeders” das antenas

Radiodifusão - Linhas e cabos de audio


- “Feeders” das antenas
Linha a estudar
Linha bifilar
𝜀𝑖 𝜇𝑖 𝜎𝑖
2𝑎
𝜀𝑒 𝜇 𝑒 𝜎 𝑒

• Condutores paralelos e equidistantes


• Secção circular uniforme
Condições admitidas no estudo

1.

2.

3. Em certos casos admite-se:


Condutores perfeitos
Dieléctrico isolador perfeito
Implicação de

• Podem ser desprezadas as perdas por radiação.


• O campo electromagnético é puramente transversal.

• Se não for verificada a condição começa a haver


componente longitudinal do campo eléctrico:
Implicações de

• Efeito de proximidade negligível.


Aplicação das leis de Kirchoff (1)
Lei das malhas
Aplicação das leis de Kirchoff (2)
Lei dos nodos
Equações fundamentais da linha de
transmissão

Nota: Estas equações são válidas para qualquer


tipo de variação de tensão e da corrente
em relação ao tempo.
Regime forçado sinusoidal (1)
Regime forçado sinusoidal (2)
Equações fundamentais da linha em
regime forçado sinusoidal (1)
Equações fundamentais da linha em regime
forçado sinusoidal (2)
Soluções das equações diferenciais de
segunda ordem (1)

Nota - e não são quaisquer, demonstra-se


que dependem de e
Soluções das equações diferenciais de
segunda ordem (2)
Constante de propagação e Impedância
característica
Constante de propagação

Impedância característica
Soluções das equações diferenciais (1)
Soluções das equações diferenciais (2)
Soluções na forma exponencial
Soluções na forma trignométrica
Análise da onda incidente

Variação sinusoidal
no tempo

Variação sinusoidal
no espaço
2𝜋
𝛽=
𝜆
Significado físico de

Caso particular: Linha sem perdas ( e G)


Significado físico de

– Constante de atenuação
– Constante de fase

Amplitude da onda incidente:

Variação da fase com a distância:

Nota: À medida que a onda avança o ângulo de fase


atrasa-se do valor
Significado físico de

Caso particular: Linha sem perdas


Velocidade de fase
Definição:
É a velocidade que se teria de deslocar um
observador no sentido de propagação da onda
para ver sempre a mesma fase.
Velocidade de propagação da onda

Caso da linha sem perdas:


Determinação das constantes e (1)
Determinação das constantes e (2)
Tensão e corrente no fim da linha (Terminal 2)
Determinação das constantes e (3)
Equações da tensão e da corrente referidas
ao terminal 1
Linha adaptada (1)
Diz-se que a linha está bem adaptada à carga
quando não existe onda reflectida, nem para a
tensão nem para a corrente.

Condição necessária e suficiente:


Linha adaptada (2)
Tensão e corrente no terminal 1 ()

Tensão e corrente no terminal 2 ()


Primeiras conclusões
• Se, e só se, a linha estiver adaptada () não há
onda reflectida, quer para a tensão quer para a
corrente.

• A onda reflectida é, portanto, originada no fim


da linha sempre que .

• Se não é criada onda reflectida no fim da linha,


não haverá onda reflectida em nenhum ponto
da linha.
Linha em vazio (ou em circuito aberto)

Tensão e corrente no terminal 1 ()

Tensão e corrente no terminal 2 ()


Linha em em curto-circuito
Tensão e corrente no terminal 1 ()

Tensão e corrente no terminal 2 ()


Equações da linha em relação ao terminal 2

• É no final da linha que se geram as ondas reflectidas de


tensão e de corrente, o que é condicionado pelo valor de
• É também no fim da linha que sabemos de imediato a relação
entre a tensão e a corrente
• É por isso conveniente referir as equações ao terminal 2.
Equações da linha em relação ao terminal 2
Equações relativas ao terminal1:

Equações relativas ao terminal 2:


Factor de reflecção (1)
Definição
É a relação entre as amplitudes complexas da
tensão da onda incidente e da onda reflectida,
no fim da linha.
Factor de reflecção (2)

O factor de reflecção é um nº complexo que se


escrve na forma:
Factor de reflecção na linha adaptada

Não há onda reflectida nem para a tensão nem


para a corrente.
Factor de reflecção na linha em
curto-circuito
Factor de reflecção na linha em vazio

2
Lei de variação das amplitudes de tensão e de
corrente ao longo da linha
Caso mais geral: Linha desadaptada ()
Lei de variação das amplitudes de tensão e
de corrente
Factores variáveis de tensão e de corrente
Factores e
• Os factores e , que definem a lei de variação da
tensão e da corrente, são a soma de duas
parcelas, a primeira correspondente à onda
incidente e a segunda correspondente à onda
reflectida.
• O estudo destes factores é muito complexo,
porque são a soma algébrica de dois números
complexos variáveis, que se movimentam no
plano d’Argand em sentidos opostos.
• Para melhor compreensão começar-se-á por
estudar o caso mais simples da linha adaptada.
Factores e na linha adaptada

Para :
e na linha adaptada s/ perdas

Linha adaptada:
Linha sem perdas:
Estudo do factor quando

Caso particular: Linha sem perdas ()


Variação de no Plano d’Argand
Condição de máximo de (1)

O primeiro máximo de acontece para , a


uma distância do fim da linha de:
Condição de máximo de (2)

• O primeiro máximo de a contar do fim da linha,


corresponde ao primeiro máximo de tensão,
que acontece para:

• Os máximos de tensão estão afastados de


Condição de mínimo de

O primeiro mínimo de tensão acontece para


, a uma distância do fim da linha de:
Estudo do factor quando

Caso particular: Linha sem perdas ()


Máximos e mínimos de

Fazendo uma análise semelhante à feita


para o factor , conclui-se que é máximo
quando é mínimo e é mínimo quando é
máximo.
Variação dos factores e
Variação dos factores e

Linha com perdas

Linha sem perdas


Máximos e mínimos de e
Máximos e mínimos de e
Coeficiente de ondas estacionárias
Standing Wave Ratio (SWR)

1p

Ausência de reflexão:
Qualidade da adaptação de impedâncias

boa
Variação da impedância ao longo da linha
Impedância na linha sem perdas
Variação de e
na linha em vazio sem perdas (1)
Linha em vazio:
Variação de e
na linha em vazio sem perdas (2)
Variação de e
na linha em vazio sem perdas
Variação de e
na linha em vazio sem perdas (3)
Variação de e
na linha em curto circuito sem perdas (1)
Linha em c.c. :
Variação de e
na linha em curto-circuito sem perdas (2)
Variação de e
na linha em curto-circuito sem perdas
Variação de e
na linha em curto-circuito sem perdas (3)
Consequências da desadaptação
na linha
As ondas estacionárias trazem os seguintes inconvenientes:
• Provocam picos de tensão e picos de corrente, que podem danificar a linha
ou o emissor. Os picos de tensão (sobretensões), se ultrapassarem
determinados valores limite, provocam a disrupção através do dieléctrico
da linha, através do dieléctrico dos condensadores do emissor, através dos
semicondutores, ou mesmo através dos isolantes que separam os
componentes do emissor. Os picos de corrente (sobrecargas), ao passarem
nos vários componentes do emissor, provocam um grande aquecimento
que os pode destruir.
• Provocam uma atenuação por reflexão pois que nem toda a energia é
entregue à carga, parte dela perde-se por reflexão.
• As ondas estacionárias provocam ainda um aumento de perdas ohmicas, e
portanto um aumento da atenuação na linha.
• Provocam um aumento das perdas de radiação na linha aérea.
• Provocam ecos que prejudicam a comunicação.
“Stubs”
“Stubs” são pequenos troços de linha em curto-
circuito, ou em vazio, que se comportam como
bobinas ou condensadores.
Método prático para determinar a impedância
característica de uma linha

• Mede-se a impedância no extremo da linha


com o outro extremo em curto circuito:

• Seguidamente faz-se o mesmo com a linha em


vazio:

.
Condições necessárias para que não se verifique
distorção no sinal transmitido através de uma
linha (1)

Um sinal transmitido em RF, através de uma


linha de transmissão, é normalmente modulado
numa portadora de radiofrequência e é,
portanto constituído por componentes de várias
frequências.

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