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Guias de ondas

• Qualquer sistema material ao longo do qual se propaga


uma onda electromagnética é um guia de ondas.

• A linha bifilar, o cabo coaxial, o tubo de material


condutor e o tubo de material dieléctrico são, portanto,
guias de ondas.

• Na prática, a designação de guias de ondas é


normalmente aplicada aos tubos de material condutor.

• Na propagação guiada, as designações usadas na


prática são: linha bifilar, cabo coaxial, guia de ondas e
fibra óptica.
Guia de ondas vs linha de transmissão
Existem diferenças importantes entre o guia de ondas e
as linhas de transmissão já estudadas:
• No guia de ondas não há condutor de retorno.
• Se d<<λ, o campo electromagnético na linha é, na
teoria, puramente transversal (modo de propagação
TEM). Nos guias de ondas, o modo TEM é impossível.
• A linha é usada da corrente contínua ao início das
microndas. O guia de ondas é usado no domínio das
microondas (SHF e EHF), porque a onda tem que
“caber” dentro do guia.
Frequência crítica
Demonstra-se que, por razões práticas, a propagação nos
guias de ondas só é possível para frequências muito
elevadas, porque tem que se verificar a condição:

- Comprimento da onda propagada no interior do guia


(dieléctrico), normalmente o ar (

- Comprimento de onda crítico correspondente à


frequência crítica
b - A menor dimensão transversal do guia
K - Constante de proporcionalidade
Condições fronteiras (1)
• Sendo o dieléctrico do guia de ondas limitado pelas
paredes do tubo metálico, tem que se analisar as
condições froteiras entre o dieléctrico e o tubo
metálico.
• Não se comete grande erro se considerarmos que
o dieléctrico é um isolador perfeito (e o tubo
metálico um condutor perfeito (), e isso vai facilitar
muito o estudo teórico do guia.
• Estas condições pressupõem que nem o tubo
metálico nem o dieléctrico introduzem perdas.
Condições fronteiras (2)
• Aplicandoas equações de Maxwell em regime
sinusoidal ao tubo condutor:

• Resultado que era de esperar porque o campo


electro-magnético não consegue penetrar num
condutor perfeito.
• A profundidade de penetração é nula:
Condições fronteiras (3)

1. Existe continuidade da componente tangencial


do campo eléctrico:

Conclusão: No dieléctrico, junto às paredes do


guia, o campo eléctrico é perpendi-
dicular à parede do guia.
Condições fronteiras (4)
2. A diferença entre as componentes normais do
deslocamento eléctrico é igual à densidade
superficial de carga eléctrica:

Conclusão: O campo eléctrico é proporcional à


densidade superficial de carga eléctrica.
Condições fronteiras (5)
3. Existe continuidade da componente normal da
indução magnética:

Conclusão: No dieléctrico, junto às paredes do


guia, o campo magnético é tangente
à superfície do guia.
Condições fronteiras (6)
4. A diferença entre as componentes tangenciais
do campo magnético é igual à densidade de
corrente de condução superficial:

Conclusão:
Embora, à primeira vista, a corrente de condução
superficial possa parecer ser nula, pois que e ,
ela tem um valor finito porque e 0 x é uma
indeterminação.
Densidade de corrente superficial
Porquê a impossibilidade do modo TEM nos
guias de ondas? (1)

• Admitindo que o campo magnético no guia de


ondas é transversal, as suas linhas de força têm
que abraçar corrente, seja ela de condução ou
de deslocamento.
• Não havendo condutor central não há corrente
de condução e, portanto tem que haver
corrente de deslocamento, cuja densidade é
( em regime sinusoidal.
• O campo eléctrico tem, portanto, componente
ao longo do guia.
Porquê a impossibilidade do modo TEM nos
guias de ondas? (2)
Porquê a impossibilidade do modo TEM nos guias
de ondas? (3)

Não existindo condutor central:


As linhas de força do campo magnético transversal
abraçam somente corrente de deslocamento, que flui
ao longo do guia, ou seja, o campo eléctrico tem que
ter componente longitudinal .
Conclusão sobre o modo de propagação
• Nos guias de ondas, não há possibilidade de
propagação no modo TEM.

• Se o campo magnético for transversal, o campo


eléctrico tem que ser longitudinal, conforme
demonstrado, ou seja, o modo de propagação é
TM.

• Pode-se trambém demonstrar que, se o campo


eléctrico for transversal, o campo magnético terá
que forçosamente ser longitudinal para que haja
propagação (modo TE).
Modos de propagação
• Como se demonstrará, existem m.n modos TE e
m.n modos TM possíveis.

• Nem todos estes modos são fisicamente possíveis


para as condições de propagação existentes.

• Normalmente procura-se que a propagação se faça


num único modo, mas é possível a coexistência de
vários modos de propagação. Neste caso, a
potência total transmitida é igual à soma das
potências transmitidas nos vários modos.
Estudo da propagação no G.O. (1)
O estudo vai-se limitar aos guias rectangulares e vai ser
feito admitindo que os materiais do guia são perfeitos e
que a adaptação à carga é perfeita.
Estudo da propagação no G.O. (2)
• Pesquisa de modos TE :

• Pesquisa de modos TM :

• A componente é a componente de suporte do


modo TE.
• A componente é a componente de suporte do
modo TM.

• As componentes transversais dos campos são


obtidas a partir da componente de suporte
longitudinal.
Estudo da propagação no G.O. (3)

Naturalmente que a componente de suporte vai ser da


forma:

O guia está adaptado à carga e, portanto, não há onda


reflectida ().

Na forma trignométrica resulta:


Estudo da propagação no G.O. (4)
• Sabemos das equações de Maxwell que:

• Forçosamente que tem que satisfazer a equação:


Estudo da propagação no G.O. (5)

Admitindo :
Modos de propagação TE
Aplicando as leis de Maxwell:
Primeiras conclusões para o modo TE

• Confirma-se que todas as componentes


transversais, do campo eléctrico e do campo
magnético, existem somente quando existir a
componente de suporte .

• A relação das componentes transversais dos


campos eléctrico e magnético, já não é , as
sim igual a , que é chamada Impedância
Característica para os modos de propagação
TE,
As constantes são determinadas de modo a que sejam
satisfeitas as condições fronteira, resultando:
Resumo para o modo TE
• Modos TE:
• Componente longitudinal de suporte:

• Componentes transversais dos campos:

• Impedância característica do guia para os modos TE:


Impedância característica do meio:
Constante de propagação do meio:

• Componentes transversais de propagação:


Resumo para o modo TM
• Modos TM:
• Componente longitudinal de suporte:

• Componentes transversais dos campos:

• Impedância característica do guia para os modos TM:

Impedância característica do meio:


Constante de propagação do meio:
• Componentes transversais de propagação:
Características gerais da propagação em guias
de ondas

• Constante de propagação

• Frequência crítica

• Comprimento de onda crítico

• Velocidade de fase
Constante de propagação (1)

A constante de propagação ao longo do guia


depende somente de e de , que têm a mesma
expressão para os modos TE e TM.
Constante de propagação (2)
Frequência crítica
é uma grandeza essencialmente positiva :
Comprimento de onda crítico

As expressões da frequência crítica e do compri-


mento de onda crítico, são válidas para qualquer
modo de propagação TE ou TM.
Modo de propagação ou

Dieléctrico de vácuo:

Dieléctrico de ar:
Velocidade de fase (1)
Frequência crítica:

Frequência angular crítica:

Constante de propagação
Velocidade de fase (2)
Velocidade de fase (3)

• O denominador da expressão da velocidade de


fase é menor do que a unidade e, consequen-
temente, a velocidade de fase num guia de ondas
é maior do que a velocidade da luz.

• Isto não contraria em nada a Teoria da


Relatividade de Einestein, pois que a velocidade
de fase não se refere a qualquer velocidade de
propagação de energia.

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