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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUIMICA


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

TEORIA ELETROMAGNÉTICA II (6666/01)


GUIAS DE ONDA
Resumo

Acadêmico:
Eduardo Hideki Kondo RA: 108260

Maringá, 10 de Maio de 2022


GUIAS DE ONDA

Definição de guia de onda


Um guia de onda é um meio de transmissão de ondas eletromagnéticas de alta frequência de
um ponto a outro. Tal meio comportam-se como filtro passa-alta transmitindo apenas ondas acima de
uma determinada frequência de corte. Além disso, os guias de onda são utilizados na faixa de
frequências de microondas (3-300GHz) para se obter maior largura de banda e menor atenuação do
sinal.

Guias de onda típicos


Os guias de onda possuem seção transversal uniforme, podendo ser de qualquer formato, mas
os tipos mais comuns são o retangular e o circular, além também dos tipos torcido e joelho a 90°.

Figure 1 - Guias de onda típicos

Teoria envolvendo guias de onda retangulares


Considerando o guia de onda da figura abaixo:

Figure 2 - Guia de onda retangular

e assumindo que ele está preenchido com um dielétrico sem perdas e livre de cargas e de correntes,
com paredes perfeitamente condutoras. Assim, as equações de Maxwell no dielétrico são:
onde

Assim, as equações (12.1) e (12.2) correspondem a três equações de Helmholtz. Portanto, para se obter
os campos E e H, deve-se resolver seis equações diferenciais escalares. Por exemplo, para encontrar
EZS:

Resolvendo a equação e assumindo que a onda se propaga através do guia de onda ao longo de +z,
obtém-se:

Desenvolvendo o mesmo raciocínio para a equação (12.2), obtém-se:

Resolvendo as equações de Maxwell para as demais componentes de E e H em função dos resultados


obtidos acima, conclui-se que:

sendo que para o modo TE, EZ = 0; e para o modo TM, HZ = 0.

onde

Modos de propagação TM e TE
Os modos de propagação TM e TE são compostos de superposições de ondas planas. Modos
TM não possuem componente HZ enquanto que modos TE não possuem componente EZ.

Modos Transversais Magnéticos (TM)


Utilizando as equações (12.11) e (12.15) e as condições de fronteira, deve-se encontrar EZ e,
em seguida, EX, EY, HX, HY. Assim, obtém-se:

e
A partir deste resultado, pode-se encontrar as outras componentes dos campos supondo HZS = 0.

Ao substituir (12.21) em (12.16) obtém-se a constante de propagação

onde k = ω με e γ = α + jβ.

Desta forma, há 3 casos possíveis de propagação:

 Corte: Caso α = 0ou α = β = 0, resultando em:

com

 Evanescente: Caso γ = α e β = 0, resultando em:

Neste caso, não há propagação de onda.

 Propagação: Caso γ = jβ e α = 0, resultando em:

Assim

Este é o único caso em que haverá propagação, pois todas as componentes de campo possuirão o fator
�−�� = �−��� .

Portanto, para cada modo caracterizado por um conjunto de inteiros m e n, haverá uma frequência de
corte correspondente fc.

Assim, o guia de onda opera como filtro passa-alta e a frequência de corte é dada por:
1
onde a velocidade de fase de uma onda plana uniforme no meio dielétrico sem perdas é u' = με
. Já o
comprimento de onda de corte é dado por:

Agora, a constante de fase � pode ser escrita em função da frequência de corte fc como

onde a constante de fase de uma onda plana uniforme no meio dielétrico é β' = ω/u' = ω με.

Assim, a velocidade de fase e o comprimento de onda no guia são dados por:

Pode-se, ainda, expressar a impedância intrínseca por:

*As grandezas-linha são as características da onda se propagando no meio dielétrico não limitado pelo
guia de onda.

A figura abaixo mostra um exemplo de configuração de campo para m=2 e n=1.

Figure 3 - Configuração de campo para o modo TM

Modos Transversais Elétricos (TE)


Aqui, ao fazer uma análise similar aos modos TM, encontra-se o valor de HZ e, posteriormente,
os campos E e H nas direções x e y. Assim, obtém-se

Impondo as condições de fronteira na equação (12.12), tem-se que


Os termos m, n, h e y, além da frequência de corte, comprimento de onda de corte, constante e
velocidade de fase e o comprimento de onda para os modos TE permanecem iguais aos dos modos TM.

No entanto, nos modos TE, os índices m e n não podem ser zero ao mesmo tempo, pois isso acarreta
que as componentes de campo sejam zero. O que implica em que um dos modos de menor frequência
de corte seja o TE10.

Por definição, o modo com menor frequência de corte (ou com maior comprimento de onda) é
chamado de modo dominante.

A partir da equação (12.28) obtém-se a frequência de corte do modo TE10, considerando m=1 e n=0.

Assim, o comprimento de onda de corte respectivo, seria

A impedância intrínseca para os modos TE é dada por:

Observa-se que as impedâncias intrínsecas dos modos TM e TE são puramente resistivas e variam de
acordo com a frequência, de acordo com a figura abaixo.

Figure 4 - Variação da impedância da onda com a frequência para os modos TM e TE

Já, a figura abaixo demonstra a configuração de linhas de campo para o modo TE10.
Figure 5 - Linhas de campo para o modo TE10

Por fim, as equações mais importantes para os modos TM e TE são resumidas na tabela abaixo.

Table 1 - Equações importantes para os modos TM e TE

Propagação da onda no guia


Uma onda dentro de um guia de onda pode ser decomposta em uma combinação de ondas
planas refletidas nas bordas do guia. Tem-se o exemplo para o modo TE10.
O primeiro termo da equação (12.45) representa uma onda se propagando na direção e sentido +z com
um ângulo com o eixo z dado por:

Já o segundo termo da equação (12.45) representa uma onda se propagando na direção e sentido -z com
um ângulo -θ. Dessa forma, o campo pode ser resumido à soma de duas ondas planas transversais
eletromagnéticas se propagando em trajetórias em zigue-zague entre as paredes do guia. Diante disso,
pode-se estender a decomposição do modo TE10 a qualquer modo TM e TE, resultando em quatro
ondas planas para m e n não nulos.

O comprimento de onda na direção z é dado por:

Ainda, a velocidade de fase up, que representa a velocidade na qual os pontos de mesma fase se
propagam ao longo do guia de onda, é expresso por:

Daí, surge o conceito de velocidade de grupo ug, que é resumido pela velocidade de propagação de um
conjunto de ondas pertencentes a um grupo de frequências. Seu valor é sempre inferior ao de u’ e é
expresso por:

A figura a seguir mostra a decomposição de uma onda em ondas planas transversais e a relação entre as
velocidades.

Figure 6 - (a) Decomposição do modo TE10 em duas ondas planas; (b) relação entre u', up e ug.
Transmissão de potência e atenuação
Para determinar o fluxo de potência no guia, é necessário primeiro calcular o vetor de
Poynting médio na direção z:

Assim, tem-se a potência média que atravessa a seção transversal do guia:

Considerando uma situação não ideal, há sempre uma perda contínua de potência ao decorrer da
propagação da onda. Desta forma, o fluxo de potência no guia é dado por:

Assim, para que haja conservação de energia, a taxa de decrescimento da potência média deve ser igual
à média temporal da potência dissipada por unidade de comprimento PL, isto é,

Assim, em geral:

onde �� e �� são as constantes de atenuação devido às perdas ôhmicas, ou por condução (�� ≠ ∞) e
devido às perdas no dielétrico (σ ≠ 0), respectivamente.

Para determinar �� , deve-se considerar que γ = jβ. Substituindo ε da equação (12.25) pela
permissividade complexa, obtém-se:

onde η' = μ/ε.

Aplicando um raciocínio similar e, após algumas manipulações matemáticas, encontra-se que �� para
os modos TE10 pode ser expresso por:

Já para os modos TEmn (� ≠ 0):

E, para modos TMmn:


Referências

 SADIKU, Matthew N. O; Elementos de Eletromagnetismo, 3ª Edição, Porto Alegre:


Bookman, 2004.

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