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Capacidade de transmissão de

uma estação emissora


• O alcance de uma estação depende fundamentalmente
de dois parâmetros:
 A potência do emissor (potência da portadora) e
 O ganho da antena.
• Podemos conseguir um determinado alcance com um
emissor de potência elevada e uma antena de baixo
ganho, ou com um emissor de menor potência e uma
antena de maior ganho.
• Cabe ao engenheiro de comunicações encontrar a
solução que conduza a menores investimentos.
Capacidade de transmissão
• Para definir a capacidade de transmissão da
estação emissora foram considerados os segintes
parâmetros, que têm em conta a potência de
alimentação da antena e o ganho da antena:
 Potência isotrópica radiada equivalente (P.I.R.E.)
 Potência aparente radiada (p.a.r.)
 Potência aparente radiada referida a uma
antena vertical curta posta ao solo ().
• A potência de alimentação da antena é a potência
do emissor deduzida das perdas da linha que
interliga o emissor com a antena.
Potência isotrópica radiada equivalente
• A P.I.R.E. de uma estação emissora, numa
determinada direcção, é a potência que seria
necessário aplicar a uma antena isotrópica para se
conseguir a mesma radiação que a antena da
estação na direcção considerada.

• O parâmetro P.I.R.E. é sobretudo usado nas


frequências muito elevadas, acima de 1 GHz.
Potência aparente radiada
• A p.a.r. de uma estação emissora, numa
determinada direcção, é a potência que seria
necessário aplicar a um dipolo de meia onda,
correctamente orientado, para se conseguir a
mesma radiação que a antena da estação na
direcção considerada.

• O parâmetro p.a.r. é sobretudo usado nas


bandas de frequências em que os dipolos são
usados (HF, VHF e UHF até 1 GHz).
Potência aparente radiada para estações com
antenas verticais postas ao solo
• A de uma estação emissora com antena vertical
posta ao solo, é a potência que seria necessário
aplicar a uma antena vertical curta posta ao solo,
para se conseguir a mesma radiação ao longo do
solo que a antena da estação.

• Conforme a definição refere, o parâmetro só se


aplica nas baixas frequências (ondas longas e
ondas médias, em que se usam antenas verticais
postas ao solo.
Antenas elementares
• Consideramos antenas elementares as antenas
constituídas por um único elemento radiante, quando
isoladas no espaço.
• São exemplos de antenas elementares os dipolos, os
quais se classificam, quanto ao comprimento, em
dipolos curtos, dipolos de meia onda e dipolos de
onda completa e, quanto à posição, em dipolos
horizontais e verticais.
• São também antenas elementares as antenas
verticais postas ao solo curtas, de de altura e de de
altura.
Estudo do dipolo isolado no espaço
• O dipolo é a antena elementar mais usada na
prática.
• O comprimento do dipolo pode variar de um
décimo do comprimento de onda a um
comprimento de onda.
• O dipolo é uma antena de polarização linear,
que pode ser polarização horizontal quando o
dipolo estiver horizontal e polarização vertical
se o dipolo for montado na vertical.
Impedância do dipolo
• O dipolo deriva da linha em circuito aberto e
portanto nele se desenvolve uma onda
estacionária de corrente.

• O dipolo, é uma antena de onda estacionária.

• O valor da impedância depende do comprimento


do dipolo.
Dipolo vs linha em vazio
Linha em vazio:

𝑦 < λ/ 4
𝑍=− 𝑗𝑋 𝑍 =0 𝑍= 𝑗𝑋 𝑍 =∞

Dipolo:
Impedância do dipolo (1)
• O estudo do dipolo é feito admitindo que o dipolo é
infinitamente fino e que a distribuição de corrente é
sinusoidal.
• Nestas condições, a impedância do dipolo de meia
onda é 73 Ω.
• Na prática os dipolos não são infinitamente finos e,
em certos casos, são bastante grossos.
• Como consequência dos dipolos serem espessos, o
dipolo de meia onda tem uma resistência um pouco
menor do que 73 Ω. Tanto menor quanto mais
espesso for o dipolo.
Impedância do dipolo de meia onda
• O aumento da espessura do dipolo de meia
onda tem outro efeito importante, que é o da
ressonância ser conseguida com comprimentos
um pouco menores do que λ/2 , tanto menores
quanto maior for a espessura.
• Vejamos um exemplo do dipolo de meia onda:
Impedância do dipolo de onda completa

• No caso do dipolo de onda completa, a


impedância tem valores muito mais elevados
do que 73 Ω, e variam fortemente com a
espessura do dipolo.

• O mesmo acontece com o encurtamento do


dipolo para se conseguir a ressonância
Estudo do dipolo vertical de comprimento ℓ

Ponto M distante
Condições do estudo
Admite-se que:
• O dipolo é infinitamente fino,
• O dipolo é constituído por uma infinidade de
dipolos infinitamente pequenos (dipolos de
Hertz),
• A distribuição de corrente é sinusoidal:
Desenvolvimento matemático

Considerando somente a amplitude complexa


para os dipolos de Hertz de cota positiva:

Para os dipolos de Hertz de cota negativa:

+
Resultado da integração

Amplitude a força cimomotriz:

Factor direccional:
Aplicação aos dipolos usados na prática
Os dipolos mais usados na prática são:

• Dipolo curto

• Dipolo de meia onda

• Dipolo de onda completa


Dipolo curto vertical (1)

Da trignometria:
Dipolo curto vertical (2)
Para o dipolo curto:

São ângulos muito pequenos e pode-se escrever:


Dipolo curto vertical (3)
Dipolo curto vertical (4)
Não considerando as constantes:

Conclusão:

Se o dipolo for curto, o factor direccional é


aproximadamente igual ao factor direccional do
dipolo de Hertz, ou seja, o dipolo curto tem o
mesmo diagrama vertical que o dipolo de Hertz.
Dipolo de meia onda vertical
Dipolo de onda completa vertical

Factor direccional normalizado:


Força cimomotriz específica dos dipolos

Do estudo de radiação dos dipolos conclui-se que:


Diagramas de radiação dos dipolos (1)
Há duas situações diferentes quando queremos
traçar o diagrama de radiação de uma antena:

• Ou queremos simplesmente traçar o diagrama


da antena para termos uma ideia da sua
directividade,

• Ou queremos comparar a directividade da


antena com a directividade de outras antenas.
Diagramas de radiação dos dipolos (2)
• No primeiro caso, basta fazermos o diagrama a
partir do factor direccional normalizado do
dipolo.
• Entende-se por factor direccional normalizado o
factor direccional cujo máximo é igual à unidade.
• Se o valor máximo não for unitário, o factor
direccional normalizado obtém-se pela
expressão:
Diagramas de radiação dos dipolos (3)
• No caso em que queremos comparar diagramas,
poderá ser mais conveniente traçar os diagrams
tendo em conta as forças cimomotrizes máximas.

Dipolo curto:

Dipolo de meia onda:

Dipolo de onda completa:


Diagramas de radiação dos dipolos
Diagramas normalizados dos dipolos
Dipolo em presença de um plano reflector
• Entende-se por plano reflectro uma superfície
condutora, ou mesmo o solo.
• Havendo um plano reflectro próximo do dipolo, ele vai
afectar as características de radiação do dipolo.
• Deixamos de ter um dipolo isolado no espaço e
passamos a ter uma constituída por um dipolo e um
plano reflector.
Teoria das imagens (1)
Para estudarmos o comportamento de um dipolo
em presença de um plano reflector temos que
recorrer à Teoria das Imagens.
Teoria das imagens (2)

A configuração do campo eléctrico criado pela


carga positiva, face a um plano conductor, é
exactamente igual à configuração da metade
superior do campo criado pelas duas cargas de
sinal contrário.
Em vez de se fazer o estudo da carga face ao
plano, pode-se fazer o estudo das duas cargas
equivalentes
Teoria das imagens (3)
• A configuração do campo eléctrico criado pela carga
positiva, facea um plano condutor, é exactamente
igual à configuração da metade superior do campo
criado pelas duas cargas de sinal contrário.

Em vez de se fazer o
estudo da carga face ao
plano, pode-se fazer o
estudo da carga positiva
na presença de uma
carga imagem negativa
Teoria das imagens (4)

Um condutor vertical percorrido por uma corrente


eléctrica cria, abaixo do plano reflector, um condutor
imagem igual, percorrido por uma corrente igual em
intensidade e sentido.
Teoria das imagens (4)

Um condutor horizontal percorrido por uma corrente


eléctrica cria, abaixo do plano reflector, um condutor
imagem igual, percorrido por uma corrente de igual
intensidade mas de sentido contrário,
Dipolo vertical em presença do solo
À luz da teoria das imagens, pode-se dizer que um
dipolo vertical percorrido por corrente, em presença de
um condutor perfeito, é equivalente a um sistema de
dois dipolos iguais (dipolo real e dipolo imagem)
percorridos por correntes iguais e do mesmo sentido.
Dipolo horizontal em presença do solo
De acordo com a teoria das imagens, o dipolo
horizontal percorrido por correnet em presença do
solo é equivalente a um sistema de dois dipolos
iguais (dipolo real e dipolo imagem) percorridos por
correntes iguais mas de sinal contrário.
Dipolo em presença de um plano reflector
qualquer
• A teoria das imagens aplica-se em relação ao
solo, porque o solo é um plano com
características condutoras.
• Mas também seaplica a qualquer outro plano
condutos, por exemplo um plano vertical.
Antena vertical posta ao solo
• Este tipo de antena é fundamentalmente
usado nas ondas quilométricas (ondas longas)
e nas ondas hectométricas (ondas médias).

• O condutor vertical tem a sua parte inferior


muito próxima do solo e isolada dele, por meio
de um isolador de porcelana.

• O altura a que se estende o condutor vertical


varia, normalmente entre λ/6 e λ/4
Teoria das imagens aplicada à AVPS
A teoria das imagens permite estudar as
características da antena vertical posta ao solo.
Antena vertical posta ao solo
• Para efeitos de radiação, verifica-se que a AVPS é
equivalente a um dipolo vertical com o dobro do
comprimento.

• Comparando com o dipolo equivalente, a


radiação máxima da AVPS é feita rente ao solo.

• A onda electromagnética penetra muito pouco


no solo e passa a ser guiada pelo solo.
Distribuição de corrente da AVPS
Dada a equivalência com o dipolo, a distribuição
de corrente na AVPS é igual à distribuição de
corrente sinusoidal na metade superior do dipolo
equivalente.
Impedância da AVPS
Analisando em detalhe os pontos de alimentação da AVPS e
do seu dipolo equivalente, verificamos que a tensão na AVPS
é a mesma do dipolo mas a intensidade de corrente é
metade e, como consequência, a impedância da AVPS é
metade da impedância do dipolo equivalente.
Polarização e factor direccional da AVPS
• Sendo uma antena vertical e equivalente a um
dipolo vertical, naturalmente que a AVPS é uma
antena de polarização vertical.
• Dada a equivalência, o factor direccional da AVPS
é igual ao do dipolo equivalente, considerando
somente o hemisfério acima do solo, ou seja,
fazendo variar somente entre zero e 90 graus.
• Sendo , a expressão geral do factor direccional
da AVPS é:
Factores direccionais das AVPS
mais usadas

AVPS curta
AVPS de

AVPS de
Força cimomotriz da AVPS (1)
• Acima do solo, a AVPS radia exactamente da mesma forma que
radia o seu dipolo equivalente.
• Porque a AVPS só radia potência para o hemisfério acima do solo,
ela, para radiar o mesmo que o dipolo equivalente nesse mesmo
hemisfério, só precisa de ser alimentada com metade da potência
de alimentação do dipolo .
• Isto significa que, sendo alimentada com metade da potência de
alimentação do dipolo equivalente, a força cimomotriz da AVPS é a
mesma que a força cimomotriz do dipolo, no hemisfério superior.
• Se a potência de alimentação for igual para a AVPS e para o dipolo
equivalente, a força cimomotriz da AVPS, em qualquer direcção do
hemisfério superior, será vezes maior do que a dorça cimomotriz
do dipolo equivalente, na mesma direcção.
Força cimomotriz da AVPS (2)
AVPS curta (equivalente ao dipolo curto)

AVPS de (equivalente ao dipolo de meia onda)

AVPS (equiv. ao dipolo de onda completa)


Diagrama de radiação da AVPS
• Para qualquer dos 3 tipos de AVPS, o diagrama
de radiação no plano horizontal é uma
circunferência.
• Diagramas de radiação no plano vertical:
Ganho da AVPS
O ganho daa AVPS é calculado tomando como
referência a AVPS curta.
• Em função da intensidade de radiação:

• Em função da força cimomotriz:


Dipolo dobrado (1)
• O dipolo dobrado é um dipolo constituido por dois
condutores, com a seguinte configuração:

• O dipolo dobrado é sempre um dipolo de meia onda.


• Se os dois condutores tiverem o mesmo diâmetro a
impedância do dipolo dobrado é 4 vezes maior que a do
dipolo de meia onda, ou seja 292 Ω (aproximadamente 300Ω).
• O afastamento entre os dois condutores é pequeno, muito
menor do que o comprimento deonda.
Dipolo dobrado (2)
• O dipolo dobrado tem tem as mesmas caracte-
rísticas direccionais do dipolo de meia onda.

• A força cimomotriz do dipolo dobrado é a


mesma do dipolo de meia onda, ou seja 222 V,
e o diagrama de radiação é também igual.

• A diferença fundamental está na impedância,


que tem um valor aproximado de 300 Ω.
Dipolo dobrado (3)
A impedância do dipolo dobrado pode ser alterada para
um valor mais conveniente, por ddois processos:
• Fazendo o dipolo dobrado com dois condutores de
diâmetros diferente.
• Fazendo a dobragem num ponto intermédio
conveniente:
AVPS dobrada
A AVPS de , que é equivalente ao dipolo de meia
onda, também pode ser dobrada, com as
seguintes configurações possíveis:

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