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Série de Problemas 03
O Potencial Central
3 de Novembro de 2022
~ = m1~r1 + m2~r2 ,
R ~r = ~r2 − ~r1 , (2)
m1 + m2
e a massa reduzida 1
m1 m2
m= . (3)
m1 + m2
~ e ~r.
a) Escreva ~r1 e ~r2 em função de R
L0 = LCM + L , (4)
onde
1 ~˙ 2 , 1
LCM = (m1 + m2 )R L = m~r˙ 2 − V (r) . (5)
2 2
d) Será L invariante para rotações? O que pode concluir daı́ sobre o momento angular
~`θ ≡ ~r × p~ ? (7)
`θ = mr2 θ̇ , (9)
1 2
E = mṙ + Veff (r) , (10)
2
onde
`2θ
Veff = V (r) + . (11)
2mr2
f ) Encontre as eqs. de E-L de (8). Reorganize-as por forma a confirmar os resultados da alı́nea anterior.
g) Quantas constantes de integração (condições iniciais) são necessárias para determinar r(t) e θ(t) a
partir das eqs. (9) e (10)?
h) Combine as eqs. (9) e (10) por forma a encontrar uma equação da órbita, que permita determinar
formalmente (isto é, sem a resolver) r(θ). Quantas constantes de integração serão necessárias?
Como compara com o número de constantes de integração que referiu em g)? Qual o significado
fı́sico da diferença?
2. Equação da órbita.
Considere a massa reduzida m num potencial central V (r). Vimos na aula que a equação da órbita se
pode escrever como
Z
0 du
θ=θ − q , (12)
2m 2
`2 (E − V ) − u
θ
onde
u = 1/r . (13)
a) Mostre que
du 1 dr
= − , (14)
dθ r2 dθ
d d
V (r) = −u2 V (1/u) . (15)
dr du
d `θ d
= . (16)
dt mr2 dθ
c) Mostre que a equação radial se pode escrever como
d2 dV `2θ
m r = − + . (17)
dt2 dr mr3
Substitua sucessivamente os resultados anteriores nesta equação para obter a equação da órbita:
d2 u m d
2
+ u = − 2 V (1/u) . (18)
dθ `θ du
u = u0 1 + cos (θ − θ0 )
(19)
3. Cónicas.
No problema de Kepler (potencial V = −k/r), a equação da órbita pode-se escrever como
1 1
= [1 + cos θ] , (20)
r r0
onde
r
`2 2Er0
r0 = θ , = 1+ , (21)
mk k
sendo m, `θ e E, respectivamente, a massa, o momento angular e a energia do problema. Este problema
destina-se a escrever esta equação em formas mais habituais da geometria analı́tica.
a) Mostre que o valor mı́nimo de r é finito independentemente do valor de e determine-o. Para que
valor de θ ocorre? Diz-se que o planeta está no periélio.
b) Determine o valor máximo de r, para cada valor de . Para valores finitos, diz-se que o planeta está
no afélio. Encontre o correspondente valor de θ.
x2 + y 2 = r02 . (23)
2
Este problema mostra que a equação (18) é, em certo sentido, um retrocesso. Se, devido à identificação da energia como
constante, já tı́nhamos uma equação em primeiras derivadas, voltar a uma equação para segundas derivadas parece pouco
sensato. No entanto, esta equação tem interesse para certos argumentos teóricos, nomeadamente para a demonstração do
Teorema de Bertrand. Ver, por exemplo, A truly elementary proof of Bertrand’s theorem, S.A. Chin, Am. J. Phys. 83, 320
(2015).
e) Tome 0 < < 1: elipse. Mostre que (20) dá
(x − x0 )2 y 2
+ 2 = 1, (24)
a2 b
onde
r0 r0 r0
x0 = − , a= , b= √ . (25)
1 − 2 1 − 2 1 − 2
(x − x0 )2 y 2
− 2 = 1, (27)
a2 b
onde
r0 r0 r0
x0 = , a= , b= √ . (28)
2−1 2 −1 2 − 1
b
y = ± (x − x0 ) , (29)
a
e que estas se cruzam no ponto (x0 , 0), denominado “centro da hipérbole”. Note que o “centro da
hipérbole” não coincide com o “centro da força” (em que ponto está este último?).
Podem-se definir os dois focos da hipérbole do seguinte modo. Tomemos um ponto (x, y) na hipérbole.
Seja d1 (d2 ) a distância a um (ao outro) foco. Então os focos são tais que |d1 − d2 | é uma constante
(para qualquer ponto da hipérbole). Designa-se por “distância focal” a distância de um foco ao centro
da hipérbole. Pode-se mostrar que essa distância é dada por
p
c = a2 + b2 . (30)
b) Mostre que, no caso da eq. (27), c ≡ x0 . Convença-se que isto implica que um foco está na origem.
(Onde estava o centro do potencial?)
c) Mostre que, quando a partı́cula está mais próximo do centro da hipérbole, a distância entre a
partı́cula e o centro da hipérbole é a. Nessa situação, qual é a distância entre a partı́cula e o centro
do potencial, em termos de a, b, c? Qual a relação com rmin ?
Consideremos que uma das partı́culas é o Sol e que a outra é um planeta com a massa do Sol. Claramente,
(31) não estaria de acordo com a terceira Lei de Kepler
4π 2 3
τ2 = a , (32)
GM
se nesta última se interpretasse a como semi-eixo maior da órbita do planeta e M = M .
c) Encontre uma expressão semelhante a (32) que descreva bem a relação entre o perı́odo do movimento
de um planeta de massa mP , com semi-eixo maior da órbita (aP ), em torno de um “Sol” de massa
M . [Sugestão: Poderá querer usar o resultado da alı́nea 1a).]
a) Mostre que o potencial se pode escrever como V = −k/r, mas que, agora, k < 0.
c) Mostre que em (19) a escolha θ0 = 0 significa que o ângulo θ está a ser medido a partir do periélio
(da posição na qual a distância ao centro é menor). Isto é, que θ = 0 corresponde a rmin .
d) Mostre que, para que em (33) o ângulo θ esteja a ser medido a partir do periélio, é necessário agora
escolher θ0 = π, escrevendo-se
r̄0
= cos (θ) − 1 . (35)
r
e) Note que neste caso, θ não pode tomar um valor qualquer. Determine o ângulo máximo ψ que θ
pode ter.
a) Mostre que, tal como na alı́nea g) do problema 3, a equação da hipérbole se pode escrever como
(x − x0 )2 y 2
− 2 = 1, (36)
a2 b
identificando x0 , a, e b em termos de r̄0 e .
b) Onde está o “centro da força”? Qual a distância mı́nima da partı́cula ao centro da força, em termos
de a, b, c?
c) Mostre que a recta passando pelo centro da força e definida pelo ângulo limite ψ tem a mesma
inclinação da recta (que passa pelo centro da hipérbole) que dá a assimptota da hipérbole. Isto é,
mostre que tan ψ = b/a. Determine a distância entre as duas rectas.
b
y = ± tan ψ x, y = ± (x − x0 ). (38)
a
Indique em quatro sı́tios diferentes da figura o ângulo ψ.
e) De quanto teria que rodar a figura que desenhou na alı́nea anterior, para que ela se parecesse mais
com a figura 3.20 do livro? Como relacionaria o novo ângulo θnew com o antigo?
a) Definindo
X
G= ~ri · p~i , (39)
i
considere a média temporal de dG/dt. Mostre que a energia cinética média, hT i, pode ser dada por
1 X~
hT i = − h Fi · ~ri i , (40)
2
i
onde h i representa a média temporal tomada num intervalo de tempo τ , que escolhemos ser muito
maior do que qualquer tempo caracterı́stico do sistema.
P V = N kB Θ , (42)
c) Assuma, agora, que o sistema evolui apenas sob o efeito de forças centrais. Mostre que, para
potenciais do tipo
V = α rn−1 , (43)
onde G é a constante gravitacional universal. Nesta notação, F~ji é a força que a massa j exerce sobre a
massa i; sendo ~rji = ~ri − ~rj .
Zwicky faz agora aproximações audazes, assumidas como válidas em ordem de magnitude. Usa a inferência
das velocidades de galáxias vindas de “redshift” para estimar o lado esquerdo da equação como M v 2 ,
onde
sendo M a massa do cluster, que se pretende determinar. E estima o lado direito da equação como
GM 2 /R, onde R é o raio do cluster. Usa ainda as medições
R ∼ 2 × 106 (anos-luz) ,
L ∼ 8.5 × 107 L ,
G ∼ 6.67 × 10−11 (m3 kg −1 s−2 ) ,
M ∼ 1.99 × 1030 (kg) , (48)
onde L é a luminosidade galáctica média e L é a luminosidade solar, tomada como uma luminosidade
caracterı́stica de estrelas (tomadas, por sua vez, como sendo a fonte de luminosidade das galáxias).
b) Use os dados mencionados para mostrar que a massa de cada galáxia será, em média, dada aproxi-
madamente por 7 × 1010 M .
M
800 , (49)
L