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A densidade volumétrica de cargas se reduz à densidade superficial σ

(número de cargas por unidade de área).


AULA 5: CÁLCULO DO CAMPO ELÉTRICO PARA
DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA EM DUAS E TRÊS (c) Distribuição volumétrica de cargas: o elemento de volume dV ′ pode
DIMENSÕES ser expresso das seguintes por

• dV ′ = dx dy dz para coordenadas cartesianas, figura 5.2a;


OBJETIVOS

• CALCULAR O CAMPO ELÉTRICO PARA QUALQUER DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGA • dV ′ = ρ dρ dφ dz para coordenadas cilíndricas, figura 5.2b;
• IDENTIFICAR E EXPRESSAR OS ELEMENTOS DE SUPERFÍCIE E DE VOLUME

• dV ′ = r 2 sinθ dr dφ dθ para coordenadas esféricas, figura 5.2c.


5.1 ELEMENTOS DE SUPERFÍCIE E DE VOLUME
A densidade volumétrica de cargas, chamada de ρ, indica o número de
Para resolver problemas que envolvem o cálculo do campo elétrico de cargas por unidade de volume.
distribuições contínuas de carga em duas e três dimensões, é importante conhecer os
elementos de volume dV ′ . Ou seja:

(a) Distribuição superficial de cargas: aqui o elemento de volume dV ′ se


reduz ao elemento de área:

• dA′ = dx dy para coordenadas cartesianas em uma superfície plana,


como ilustra a figura 4.2a;

• dA′ = r dr dθ para coordenadas polares (por exemplo, em um disco,


Figura 5.2: Elementos de volume: (a) coordenadas cartesianas, (b) cilíndricas e (c)
figura 5.1b.
esféricas.

5.2 CÁLCULO DO CAMPO ELÉTRICO PARA DISTRIBUIÇÕES DE CARGA


EM DUAS DIMENSÕES

Antes de prosseguir é importante relembrar a discussão do item 4.1 sobre os


problemas que envolvem o cálculo do campo elétrico de distribuições contínuas de
carga, tendo em mente que os passos a seguir são os mesmos. Vamos então começar
com o exemplo 5.1 da espira metálica.
Figura 5.1: Elementos de área no plano: (a) coordenadas cartesianas e (b) polares.

88 89
r λ R dθ ′
EXEMPLO 5.1 dE dq = cos φ kˆ.
4π ε 0 ( R 2 + z P2 ) 2
Considere uma espira metálica de raio R carregada com uma carga total Q
positiva, como mostra a figura 5.1. Calcule o campo elétrico no eixo que passa pelo r r λ 2π R dθ ′
Tal que E anel ( z P ) = ∫ dE dq = ∫ cos φ kˆ.
centro da espira. 4π ε 0 0 ( R 2 + z P2 ) 2

r λR 2π zP
Como cos φ = z P / R 2 + z P2 vem: ∫ dE = ∫ dθ ′ kˆ.
4π ε 0 ( R 2 + z P2 ) 3/2
dq
0

Repare que o integrando não depende de θ ′ . Fica então, muito fácil:

r λ 2π R z P Q zP
E anel ( z P ) = kˆ = kˆ. (5.1)
4π ε 0 ( R 2 + z P2 ) 3/2 4π ε 0 ( R 2 + z P2 ) 3/2
Note que o campo na origem zP = 0 é nulo, como seria de se esperar por simetria.

Outra vez, se z P >> R , devemos obter o campo de uma carga puntiforme. O


parâmetro adimensional que caracteriza essa condição é:

Figura 5.1: Espira carregada com uma carga Q. R


x= << 1.
zP
Reescrevendo:
SOLUÇÃO: Da figura, vemos que:
zP zP
= .
a) Para qualquer dq no aro, a distância que o localiza a partir do centro é ( R 2 + z P2 ) 3/2 z P3 (1 + x 2 ) 3/2
sempre r ′ = R .
r 2
b) A localização do ponto de observação é rP = z P kˆ . Usando a expansão em série de Taylor para x << 1 dada no Apêndice D, obtemos
imediatamente:
c) A distância entre dq e P é R 2 + z P2 . r Q
E anel ( z P ) = kˆ se R << y P . (5.2)
4π ε 0 z P2
Simetria: Vemos que, pela simetria do problema, o campo gerado por qualquer
elemento de carga dq , terá um correspondente simétrico com relação à origem, cujo Atividade 5.1
campo terá uma componente horizontal idêntica e na vertical de mesmo módulo e Qual é a força exercida sobre uma carga q =10,0 μC colocada sobre o eixo do anel e à
sentido. A carga total na espira Q = ( 2πR )λ tal que dq = λR dθ .
distância de 1,0 m do seu centro, se a carga do anel for de 5,5 μC?

O elemento diferencial do campo gerado por dq é então:

90 91
EXEMPLO 5.2
Atividade 5.2
Consideremos um aro uniformemente carregado, com densidade superficial de
Qual é a força exercida sobre uma carga q=10,0 μC colocada à distância de 1,0 m do
carga λ > 0 , e calcule o campo elétrico na origem do sistema de coordenadas da figura anel do Exemplo 5.2, supondo esta carga de 6,0 μC?
5.2.

EXEMPLO 5.3

Considere um disco de raio R com densidade superficial uniforme de carga σ


em sua face superior. Calcule o campo elétrico gerado por ele no ponto P situado
sobre seu eixo.

Figura 5.2: Aro uniformemente carregado.

SOLUÇÃO: Aqui novamente por simetria, o campo na direção x se anulará, visto que
haverá um elemento que gera um campo na direção de y negativo. Devemos calcular
então:
λ R dθ ′
| dE dq |= − ,
4π ε 0 R 2
Figura 5.3: Campo elétrico gerado por um disco carregado.
ou:
r λ R dθ ′cos θ ′ λR
∫ cos θ ′ dθ ′ ( −iˆ)
4π ε 0 R 2 ∫
E= ⋅ (−iˆ) = SOLUÇÃO: Tendo identificado todos os elementos essenciais ao nosso cálculo na
4π ε 0 R2 figura, notemos ainda que, outra vez, por simetria, teremos apenas resultado não nulo

para o campo na direção ẑ . A carga total no disco é Q = πR 2σ tal que dq = σ r ′dr ′dθ ′.
r Rλ λ
E ( x P = 0, y p = 0) = +
+ π/3
sen θ ′ −π/3 ( −iˆ) = + [sen(π/3) − sen(−π/3)](−iˆ), , O elemento infinitesimal de campo é:
4π ε 0 R 2 4π ε 0 R

σ r ′dr ′dθ ′
| dE dq |= .
r λ 3 1,73λ 4π ε 0 (r ′ 2 + z P2 ) 2
E ( x p = 0, y p = 0) = (−iˆ) = (−iˆ). (5.3)
4π ε 0 R 4π ε 0 R

92 93
r σ r ′dr ′cos φ dθ ′
Tal que o campo é dado por E(z P ) = ∫ zˆ.
4π ε 0 ( r ′ 2 + z P2 ) 2

r σ 2π R r ′dr ′
E como cosφ = y P / r ′ 2 + z P2 : E(z P ) = ∫ dθ ′ ∫ zˆ.
4π ε 0 0 0 ( r ′ 2 + z P2 ) 3/2

A integração em θ ′ pode ser feita imediatamente e dá um fator 2π . A integral é Figura 5.4: Disco plano com distribuição superficial de carga homogênea.
simples:

u = r ′ 2 + z P2 → du = 2 r ′dr ′ Então, o campo elétrico no ponto situado à distâcia z do centro do anel é:

2πσ
R
r ′d r ′ 1 dq r dr
E ( z P ) = ∫ dE = ∫r 4π ε 0 ∫0 (r 2 + z P2 ) 3 / 2
R 1 R 2 + z 2 du R2 + z2 = .
∫0 (r ′ + z P )
2 2 3/2
= ∫ 2 P 3/2 = −u 1/2 | 2 P
2 P
z u zP 4π ε 0 2

Finalmente, substituindo na expressão para o campo. Vem: Esta integral foi feita no Exemplo 4.3. O resultado então é:

r σ  zP  r σ  zP 
E(z P ) = 1 −  zˆ. (5.4) E( z P ) = 1 −  zˆ. (5.5)
2ε 0  R 2 + z P2  2ε 0  R + z P2
2

 

Atividade 5.4
Atividade 5.3
Qual seria o valor do campo elétrico caso R >> z P ? Nesse caso você poderia
Calcule o campo elétrico para pontos muito distantes do disco do exemplo 5.3
considerar o disco como um plano infinito de cargas?

EXEMPLO 5.4
SOLUÇÃO ALTERNATIVA PARA O PROBLEMA DO DISCO CARREGADO
5.3 CÁLCULO DO CAMPO ELÉTRICO EM DISTRIBUIÇÕES DE CARGA EM
TRÊS DIMENSÕES
Ao invés de resolvermos o problema com a integração direta do campo como acima,
podemos resolver o problema dividindo o disco em elementos de área dσ, constituidos O exemplo 5.5 mostra a dificuldade de calcularmos o campo elétrico de

por anéis de raio r e espessura dr como mostrado na Figura 5.4. distribuições contínuas de carga, por causa das integrais (no caso mais geral, triplas)
que aparecem durante o cálculo e exigem muito trabalho. É possível evitar ter que

O elemento de área do anel é: da = ( 2π r ) dr efetuar essas integrais e resolver o mesmo problema em algumas linhas efetuando no
máximo uma integral unidimensional. O que nos proporciona isso é a lei de Gauss, que
veremos na próxima unidade.

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Então, até como motivação para aprender a lei de Gauss, vamos antes disso vem:
mostrar como resolver o problema da esfera uniformemente carregada pelos métodos r r
rP − r = −r senθ cos φ iˆ − r senθ senφ ˆj + (rP − r cos θ ) kˆ.
que já aprendemos. Depois vamos ver como a lei de Gauss simplifica tudo.

EXEMPLO 5.5

Utilizando a Lei de Coulomb, encontre o campo elétrico em pontos internos e externos


a uma esfera uniformemente carregada com densidade volumétrica de carga ρ.

SOLUÇÃO: O procedimento é idêntico ao que adotamos anteriormente. Temos que:

1) escolher um referencial conveniente;


2) escolher um elemento de carga arbitrário dq;
3) desenhar o campo por ele gerado;
4) definir a posição r do elemento de carga dq , relativa ao referencial
escolhido;
5) definir a posição do ponto de observação;
6) definir a distância entre esses dois pontos, que é o que nos pede a lei de Figura 5.5: Escolha do referencial: coordenadas esféricas.

Coulomb.
Assim, de acordo com a equação (5.6) o elemento de campo elétrico gerado por

Se fizermos isso cuidadosamente, o problema estará essencialmente resolvido e se d q = ρdV fica:


resumirá a resolver integrais complicadas. Vamos escolher então o referencial. Como r 1 ρ r 2 dr senθ dθ dφ r r
dE dq = (rP − r ),
essa escolha é arbitrária, podemos colocar o ponto de integração sobre o eixo z. A lei 4π ε 0 [r + r 2 − 2rP r cosθ ]3/2
2
p
de Coulomb nos fornece:

r r
r r onde: rP − r = [rp2 + r 2 − 2 rP r cosθ ]1/2
r 1 dq rP − r
dE dq = r r 2 r r . (5.6)
4π ε 0 | rP − r | | rP − r |
e: dV = r 2 dr senθ dθ dφ
r r
O módulo do vetor rP − r pode ser escrito em termos das cordenadas esféricas. A
figura 5.6 ilustra o sistema de coordenadas utilizado. Como: é o elemento de volume em coordenadas esféricas. Podemos agora verificar
r explicitamente que os campos nas direções x e y se anulam. Para isso, escreva a
r = rsenθ cos φ iˆ − r senθsenφ ˆj + r cosθ kˆ.
r
e componente do elemento dE dq na direção x e o integre sobre o volume da esfera:
r
rP = rP kˆ

96 97
r R π 2π 1 ρ r 2 senθ Depois de usar a equação 5.7 no denominador:
E x = ∫ dE dq • iˆ = ∫ dr ∫ dθ ∫ [−r senθ cos φ ] dφ
0 0 0 4π ε [r + r − 2 r r cos θ ]3/2
2 2
0 p P

r 2 senθ (rP − r cos θ ) r ( r rp senθ dθ − r 2 senθ cos θ dθ )


dθ = =
A integral sobre φ só envolve o cos φ que, integrado no intervalo de 0 a 2π se [r p2 + r 2 − 2 rP r cos θ ]3/2 [ r p2 + r 2 + t ]3/2

anula. Um argumento completamente análogo vai levar você a concluir que:


r 2 senθ (rP − r cos θ ) r 2 r r p senθ dθ 2 r r p cos θ 2r rp senθ dθ
dθ = 2 [ + (− )]
E x = E y = 0. [rp + r − 2 rP r cos θ ]
2 2 3/2
[r p + r + t ]
2 3/2
2 2r p 2rp

Então, o que nos resta é calcular Ez . Entretanto, o cálculo desta integral é muito
trabalhoso, como você verá a seguir. r 2 senθ (rP − r cos θ ) r dt t dt r 1 t
dθ = 2 [ + ]= 2 [ + ] dt
[r p2 + r 2 − 2 rP r cos θ ]3/2 [rp + r 2 + t ]3/2 2 4r p2 [rp + r 2 + t ]3/2 2 4rp2
A integral Ez que desejamos é:

r 2 senθ (rP − r cos θ ) r 2r p2 + t


r ρ π r senθ (rP − r cos θ )
2 dθ = dt.
E z = ∫ dE dq • kˆ = −
R
dθ . [r p2 + r 2 − 2 rP r cos θ ]3/2 [ rp2 + r 2 + t ]3/2 4rp2
2ε 0 ∫ dr ∫
0 0 [rp2 + r 2 − 2 rP r cos θ ]3/2

Assim, ficamos com:


A integração sobre a variável θ pode ser efetuada fazendo a seguinte transformação
de variáveis:
ρ R + 2 r rP r (2rP2 + t ) ρ R r
Ez =
2ε 0 ∫ 0
dr ∫
− 2 r rP 4rP [rp + r 2 + t ]3/2
2 2
dt =
ε0 ∫
0 4rP2
I1 (r ) dr ,
t = −2 r rP cos θ → dt = +2 r rP senθ dθ . (5.7)
em que:

θ , vamos escrevê-la como:


+ 2 r rP (2rP2 + t )
Esta transformação afeta apenas a integral em I1 (r ) ≡ ∫ dt.
− 2 r rP [ r + r 2 + t ]3/2
2
p

π r 2 senθ (rP − r cos θ )


I (r ) = ∫ dθ . Fazendo uma nova transformação de variáveis: u = r 2 + rP2 + t , podemos notar que
0 [rp2 + r 2 − 2 rP r cos θ ]3/2
u − r + r = 2r + t , d o que nos permite reescrever a integral acima como:
2 2
P
2
P

O integrando pode ser preparado para integração da seguinte forma:


+ 2 r rP (2rP2 + t ) (r + r )2 (u − r 2 + rP2 )
I1 (r ) ≡ ∫ dt = .∫ P 2 du
− 2 r rP [ r + r + t ]
2 2 3/2 (r − rP ) [u ]3/2
r 2 senθ (rP − r cos θ ) ( r 2 rp senθ − r 3 senθ cos θ ) p
dθ = dθ =
[r p + r − 2 rP r cos θ ]
2 2 3/2
[ rp2 + r 2 − 2 rP r cos θ ]3/2

98 99
( r + rP ) 2
( r + rP ) 2  (rP2 − r 2 ) 1   (r 2 − r 2 ) 1 
Tal que I1 (r ) = ∫ 2  3/2
+ 1/2  du =  P 3/2 + 1/2  E vemos portanto que o campo elétrico cresce para pontos dentro da esfera à
( r − rP ) u u u u
    ( r − rP ) 2
medida que a carga interna à superfície esférica onde se encontra rP vai
crescendo.
 (r 2 − r 2 ) (r 2 − r 2 ) 
= 2− P + (r + rP ) + P − | rP − r |,
 ( r + rP ) | rP − r |  Um gráfico do campo elétrico obtido, como função da distância a partir da origem é

mostrado na Figura 5.6. Note que o campo elétrico é contínuo para rP = R , conforme
onde | rP − r |= (rP − r ) . É preciso ter muito cuidado com as duas raízes. Portanto é
2
pode ser testado das duas expressões obtidas para ele, dentro e fora da esfera.

necessário usar o módulo e avaliar as duas opções ao fazer as contas. Enfim,


agrupando os termos ficamos com:

 r − r  8r se rP > r
I1 (r ) = 4r 1 + P = (5.7)
 | rP − r |  0 se rP < r

Isto mostra que vamos obter expressões diferentes para o campo se o


calcularmos em pontos dentro ou fora da esfera.
Figura 5.6: Gráfico do campo elétrico em função de r.
Para os pontos externos, rP > r ,logo:

ATIVIDADE 5.5
ρ R r ρ 4R 3 1 Mostre que o campo elétrico é contínuo em rP = R .
Ez =
2ε 0 ∫0 4rP2
[8r ] dr =
ε 0 12 rP2
ou,
q
Ez = , (5.8)
4πε 0 rP2

se q = ρ 4πR 3 /3 .

Para pontos internos, temos que rP está entre zero e R ; portanto devemos
dividir a integral em duas partes e notar que a contribuição para r > rP é nula,
enquanto que para 0 < r < R , I ( r ) = 8r . Portanto:

ρ rP r ρ R ρ rP q rp
Ez =
ε0 ∫
0 4 rP2
[8r ] dr +
ε0 ∫rP
0 dr =
3ε 0
.=
4πε 0 R 3
(5.9)

100 101
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS A direção da força é radial e o sentido, do meio do aro para o centro (note o sinal
negativo na fórmula do campo elétrico e como o vetor unitário i está dirigido).

Atividade 5.1
Atividade 5.3

A força sobre a carga q =10,0 μC é:


Para calcular o campo elétrico para pontos muito distantes do disco utilize a equação

5.4 fazendo o limite para para z P >> R . O parâmetro adimensional que caracteriza
r r r qQ
F = qE = E ( z P ) = kˆ .
4π ε 0 z 2
P
essa condição é:
R
x= << 1.
zP
Atividade 5.2
zP zP 1
Reescrevendo: = = .
( R 2 + z P2 )1/2 z P2 (1 + x 2 )1/2 (1 + x 2 )1/2
A força exercida pela carga no arco é:

2
r r r 1,73λ ˆ Usando a expansão em série de Taylor para x << 1 dada no Apêndice D, obtemos
F = qE = E ( x = 0, y = 0) = − (i )
4π ε 0 R imediatamente:

r σ  zP  σ  1  σ  x2 
E(z P ) = 1 −  zˆ. = 1− 2 1/2 
zˆ = 1 − (1 − )  zˆ = 0
Como conhecemos a carga Q=6,0 μC, temos, na equação acima, ou substituir λ por 2ε 0  R + z 
2 2 2ε 0  (1 + x )  2ε 0  2 
 P

QL, sendo L o comprimento do aro, ou calcular λ com λ = Q/L. Vamos fazer a segunda
opção. O comprimento do aro é dado por L = Rθ, sendo θ o ângulo subentendido pelo
Atividade 5.4
aro no seu centro. Notemos que o ângulo θ é medido em radianos. Assim, como
θ=120° e R=1,0 m, temos:
Com a condição dada que R >> z P o campo elétrico será

σ   σ
π
[1 − 0] zˆ = σ zˆ
r zP
L=R × 120 0 = 2,09 m. E(z P ) = 1 −  zˆ =
180 0
2ε 0  R 2
+ z P2  2ε 0 2ε 0

A densidade linear de cargas é:


Como veremos mais adiante, esse é o valor do campo elétrico de um plano infinito de
q 6,00µC
λ= = = 2,8µC / m. cargas.
L 2,1m

Atividade 5.5
Então: Você não encontrará resposta para essa atividade.
9,0 × 10 9 × 1,73 × 2,8 × 10 −6 Nm
F= = 4,4 × 10 4 N .
1,0 m

102 103
PROBLEMAS P2.8) Um elétron com velocidade v = 5,0 ×108 m/s é lançado paralelamente a um

campo elétrico uniforme E = 1,0 ×103 N/C que o freia.


P2.1) Duas cargas elétricas iguais e de sinais contrários valendo q=50 μC são
(a) Qual a distância que o elétron percorre até parar?
separadas de 20 cm. Qual o campo elétrico no ponto médio da linha que une as
(b) Quanto tempo ele leva para parar?
cargas?
c) Se o campo elétrico se estende por uma região de 0,80 cm de comprimento, que
fração de energia cinética inicial o elétron perde ao atravessar o campo?
P2.2) Duas cargas elétricas iguais de 10 μC são alinhadas e separadas por uma
distância de 10 cm. Calcule o campo elétrico gerado no ponto P da mediatriz da reta
P2.9) Um elétron é lançado em um campo elétrico uniforme compreendido entre duas
que une as argas, à distância de 15 cm dela.
placas como mostrado na figura abaixo.

P2.3) Qual deve ser o valor da carga elétrica se o campo gerado por ela vale 4,0 N/C à
distância de 70 cm dela?

P2.4) Uma carga elétrica -5q é colocada à distância a de outra +2q. Em que ponto ou
pontos da linha reta que passa pelas cargas o campo elétrico é nulo?
Figura 3.10 – Elétron no campo uniforme entre duas placas

P2.5) A figura 3.9 representa um quadrupólo elétrico. Ele é composto por dois dipólos A velocidade inicial do elétron é v = 6,0 × 106 m/s e o ângulo de lançamento é θ = 45 °.
com momentos opostos. Se E = 2,0 × 103 N/C, L =10,0 cm e d =2,0 cm, (a) o elétron se choca contra alguma
das placas? (b) se sim, qual e a que distância do lançamento ele se choca?

Figura 3.9 – O quadrupólo elétrico

Calcule o campo elétrico do quadrupólo no ponto P, situado à distância r>>a.

P2.6) Duas pequenas esferas possuem uma carga total +140 μC. (a) Se elas se
repeliriam com uma força de 60 N quando separadas de 0,60 m, quais são as cargas
das esferas? (b) se elas se atraem com uma força de 60 N, quais as cargas em cada
uma delas?

P2.7) Uma carga de +6,0 μC é colocada no ponto P de coordenadas (2,5;-3,0) m. Uma


outra carga de -5,5 μC é colocada no ponto Q de coordenadas (-2,0;2,0) m. Determine
o vetor campo elétrico gerado por elas no ponto R de coordenadas (3,0;1,5) m.

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