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Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Instituto de Geociências e Engenharias – IGE


Engenharia Química

Balanço de Energia

Vinicius Vescovi

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
 Nesses processos, é preciso usar a expressão mais geral da primeira lei da
termodinâmica.

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 − 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 =
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑆𝑎í𝑑𝑎

 Fluxo de massa (𝑚): O fluxo de massa entrando e deixando um sistema aberto é


uma forma de transferir energia (W e Q).

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 − 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 =
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑆𝑎í𝑑𝑎
𝑑𝐸𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐸𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 − 𝐸𝑠𝑎í𝑑𝑎 =
𝑑𝑡
𝑑𝐸𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
• Estado estacionário: =0
𝑑𝑡

𝑣2 2 𝑣1 2
𝑚𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐻2 + + 𝑧2 𝑔 − 𝑚𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐻1 + + 𝑧1 𝑔 = 𝑄 + 𝑊𝐸𝐼𝑋𝑂
2 2

𝑚𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑚𝑠𝑎í𝑑𝑎
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Balanço de Energia em Sistemas Abertos

Bocais e Difusores
• Bocal: Um bocal é um dispositivo que aumenta a
velocidade de um fluido causando queda de pressão.
– Energia de pressão  Energia cinética

• Difusor: Um difusor é um dispositivo que aumenta a


pressão de um fluido causando diminuição da sua
velocidade.
– Energia cinética  Energia de pressão
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Balanço de Energia em Sistemas Abertos

Bocais e Difusores

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos

Turbinas e Compressores
• Turbina: O escoamento do fluido é utilizado para a realização
de trabalho.
– ∆𝐻  Trabalho

• Compressores: Compressores são dispositivos que realizam


trabalho sobre um fluido, aumentando a pressão do fluido.
– Compressores: Gases e vapores
– Bombas: Líquidos
– Trabalho  Energia de pressão
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Balanço de Energia em Sistemas Abertos

Trocadores de Calor
• Trocadores de Calor: São equipamentos onde dois fluidos com
temperaturas diferentes trocam calor, mas sem entrar em contato
direto um com o outro.
– Não envolve trabalho.

– ∆𝐸𝑐 𝑒 ∆𝐸𝑝 são consideradas desprezíveis.

∆𝐻𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜,1 = ∆𝐻𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜,2

𝑄 = ∆𝐻 = 𝑚𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ 𝑐𝑝 ∙ ∆𝑇
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Balanço de Energia em Sistemas Abertos

Considerações sobre o processo:

 Adiabático (Q = 0); processo isolado termicamente.

 Isotérmico (∆𝑻 = 𝟎); processo a temperatura constante.

 Isobárico (∆P = 0); processo com pressão constante.

 Isocórico (∆V = 0); processo com volume constante.

 Isentálpico (∆H = 0); processo com entalpia constante.

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
Exemplo 1: Água a 325 K e 300 kPa será transformada em vapor d’água a 670 K e 5,0
Mpa em uma caldeira (gerador de vapor). Calcule a taxa de calor a ser fornecida na
caldeira para gerar 20000 kg/h do vapor.

ÁGUA VAPOR
CALDEIRA
H1 = 217,3 kJ/kg H2 = 3186,2 kJ/kg

Q = 16,5 MW

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
Estado de referência e propriedades de estado
 Primeiro vamos supor a necessidade de se aquecer um fluido de uma temperatura T1 até
uma temperatura T2 a pressão ambiente.

 É possível realizar essa operação de duas formas, em batelada ou sistema fechado (panela)
ou continuamente, sistema aberto (chuveiro).

Sistema fechado (processo em batelada):


∆U = m(𝑼𝟐 − 𝑼𝟏 ) = Q (kJ)

Sistema aberto (processo contínuo):


Em ambos os casos é necessário conhecer os
∆𝑼 = 𝒎 (𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 ) = 𝑸 (kJ/s)
valores inicial e final ou as diferenças de energia
interna específica ou de entalpia específica
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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
Estado de referência e propriedades de estado

 Não existem equipamentos para se medir a energia interna, ou seja, não é


possível conhecer o valor absoluto de U para um material num dado estado,
mas pode-se determinar a variação de 𝑈 correspondente a uma variação
específica de estado (P, T e fase).

∆𝑯 = ∆𝑼 + ∆ 𝑷𝑽

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS

 Uma forma conveniente de tabelar variações medidas de U e H é escolher


uma temperatura, pressão e estado de agregação como um estado de
referência, em que define-se o valor da energia interna específica como
sendo igual a zero. A partir daí, lista-se valores de U e H para mudanças de
estado, partindo-se desse estado de referência, para uma série de outros
estados.

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS

 Como exemplo, suponha as seguintes variações de entalpia específica


para o etano (C2H6) desde o estado de referência (0°C e 1 atm) para outros
dois outros estados:

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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS

 Tabelas de propriedades termodinâmicas diferentes podem apresentarem


estados de referência diferentes;

 Os valores tabelados de 𝑈 e 𝐻 serão diferentes;

 No entanto, não é preciso conhecer o estado de referência, pois os valores


de ∆ 𝑈 ou de ∆𝐻 associados a um mesmo processo termodinâmico
(compressão, expansão e etc), terão os mesmos valores
independentemente da tabela utilizada, pois 𝑼 e 𝑯 são propriedades dos
estados termodinâmico (inicial e final).
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Balanço de Energia em Sistemas Abertos
TABELAS DE PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
 Exercício: As seguintes quantidades são retiradas de uma tabela para cloreto de
metila saturado.
ESTADO CONDIÇÃO Volume específico ENTALPIA
TEMPERATURA PRESSÃO (ft3/lbm) (BTU/lbm)
(°F) (psia)
Líquido - 40 6,878 0,01553 0,0
Vapor 0,0 18,90 4,969 196,23
Vapor 50 51,99 1,920 202,28
a) Qual é o estado de referência da tabela.
b) Calcule o ∆H e ∆U para a transição de vapor de metila de 50 °F para 0 °, sabendo que a massa de vapor
equivale a 20 lbm. Obs: 1,987 BTU = 10,73 ft3 psia

R = ∆𝑼 = - 99,2 BTU
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Cálculo de Entalpia

 Nos sistemas abertos, a determinação da entalpia é uma tarefa a


ser realizada constantemente ao se fazer balanço de energia.

 A forma mais simples e rápida para o cálculo das variações de


entalpia é através dos dados de entalpia disponíveis na literatura –
Tabelas Termodinâmicas.

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Cálculo de Entalpia

Propriedades de uma
substância pura

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Cálculo de Entalpia

Diagrama P-T para a água.

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Cálculo de Entalpia

Diagrama P-T para a água.

S: sólido, LS: líquido saturado,


L: líquido, VS: vapor saturado,
V: vapor, VSA: vapor superaquecido
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LSR: líquido sub-resfriado,
Cálculo de Entalpia
Suponha o processo de aquecimento no qual se vai a P = 1 atm do ponto A ao ponto C,
passando pelo ponto B, Observe que se trata de um processo a P constante com variação de T,
ou seja:

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Cálculo de Entalpia
Suponha o processo de aquecimento no qual se vai a P = 1 atm do ponto A ao ponto C,
passando pelo ponto B, Observe que se trata de um processo a P constante com variação de T,
ou seja:

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Cálculo de Entalpia
Suponha agora o processo de despressurização da água a temperatura de T =
100ºC, no qual se vai a do ponto D (P > 1 atm = 1,013 bar) ao ponto E (P < 1
atm = 1,013 bar).

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Cálculo de Entalpia
Suponha agora o processo de despressurização da água a temperatura de T =
100ºC, no qual se vai a do ponto D (P > 1 atm = 1,013 bar) ao ponto E (P < 1
atm = 1,013 bar).

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Substância Pura
• Líquido comprimido ou líquido
subresfriado: Líquido entre os
pontos de fusão e ebulição.

• Líquido saturado: Líquido que se


encontra a ponto de vaporizar.

• Vapor saturado: Vapor que se


encontra a ponto de condensar.

• Vapor superaquecido: Vapor


acima do ponto de ebulição.
Substância Pura
• Temperatura de saturação:
Temperatura na qual o líquido
vaporiza, a uma pressão fixa
conhecida.

• Pressão de saturação: Pressão


na qual o líquido vaporiza, a uma
temperatura fixa conhecida.
Diagrama de fases
Diagrama T-V
Diagrama de fases
Diagrama P-V
Cálculo de Entalpia

Tabelas de propriedades termodinâmicas


 Estados de líquido e vapor
saturado
𝑉𝑙 → Volume específico do líquido
saturado.
𝑉𝑔 → Volume específico do vapor
saturado.
𝑉𝑙𝑔 → Volume específico, diferença
entre 𝑉𝑣 e 𝑉𝑙 .
ℎ𝑙𝑔 → Entalpia específica de
vaporização.
𝑥 → qualidade, fração de vapor
presente na mistura. 28
Cálculo de Entalpia

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Cálculo de Entalpia

 Exemplo: Calcule a variação da entalpia específica quando vapor


d’água saturado a 4,0 Mpa é levado para:

a) Vapor d’água saturado a 0,2 Mpa; b) Água saturada a 360 K.

 Estado 1 (Vapor d’água saturado - 4 Mpa)  Estado 2 (Vapor d’água saturado – 0,2 Mpa)
h1 = 2800,8 KJ/kg h2 = 2706,3 KJ/kg

∆h = h2 – h1 = 2706,3 – 2800,8 = -94,5 KJ/kg


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Cálculo de Entalpia
b)
 Estado 1 (Vapor d’água saturado - 4 Mpa)
h1 = 2800,8 KJ/kg

 Estado 2 (Água saturada – 360 K = 86,85°C)


h2(f) = 363,8 KJ/kg Após interpolação dos dados da tabela.

∆h = h2 – h1 = 363,8 – 2800,8 = -2437 KJ/kg

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Cálculo de Entalpia
Exemplo 2 – Água a 325 K e 300 kPa será transformada em vapor d’água a
670 K e 5,0 Mpa em um caldeira (gerador de vapor). Calcule a variação de
entalpia específica necessária para essa transformação.

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Cálculo de Entalpia

Estado 1 – Água a 325 K e 300 kPa

Necessário realizar a interpolação dos dados de entalpia! 33


Cálculo de Entalpia

Estado 2 – Vapor D’água a 670 K e 5 MPa

Necessário realizar a interpolação dos dados de entalpia! 34


Cálculo de Interpolação

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Cálculo de Entalpia
Exemplo 2 – Água a 325 K e 300 kPa será transformada em vapor d’água a
670 K e 5,0 Mpa em um caldeira (gerador de vapor). Calcule a variação de
entalpia específica necessária para essa transformação.

Estado 1 – Entalpia = 217,3 kJ/kg


Estado 2 – Entalpia = 3186,2 kJ/kg

∆h = h2 – h1 = 3186,2 – 217,3 = 2968,9 kJ/kg

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