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Tarefa

1) Vapor d’água é admitido em um bocal isolado operando em regime permanente a


0,7 MPa, 320°C, 35 m/s e é descarregado a 0,15 MPa. Considerando que a
eficiência isentrópica do bocal é 94%, determine a velocidade de descarga, em m/s.
Resposta: 813 m/s

2) Ar é admitido em uma turbina de 3600 kW operando em regime permanente a


uma vazão mássica de 18 kg/s a 800°C, 3 bar e a uma velocidade de 100 m/s. O ar
se expande adiabaticamente através da turbina, sendo descarregado a uma
velocidade de 150 m/s. O ar então entra em um difusor, onde é desacelerado
isentropicamente até uma velocidade de 10 m/s e uma pressão de 1 bar. Utilizando o
modelo de gás ideal, determine:
a) a pressão e a temperatura do ar na saída da turbina, em bar e °C,
respectivamente.
b) b) a taxa de geração de entropia na turbina, em kW/K.
Resposta: 619°C e 0,958 bar; 2,11 kW/K
Resolução 1:
• A eficiência isentrópica de um bocal é dada por .

• Então,  é a velocidade de descarga. Vamos então obter a velocidade de saída no caso


isentrópico v2s.
•  
• Fazendo o balanço de energia entre a entrada e a saída, considerando que o processo é adiabático
e o trabalho de eixo é nulo, temos: 
•  

• Utilizando a tabela de propriedades termodinâmicas, para a entrada temos, para  T1 =320 0C e


P1=0,7 MPa, h1=3101 kJ/kg e s1=7,337 kJ/kg.K . Como estamos considerando s2s=s1 =7,337 kJ/kg.K
o caso isentrópico, temos  P2= 0,15 MPa, obtendo assim h2 =2750 kJ/kg. Realizando os cálculos,
temos:

• Então,  Portanto, a velocidade de descarga é 


Resolução 2:
• Hipóteses:
• Regime permanente
• Processo na turbina: adiabático
• Processo no difusor: isoentrópico

Dados:
Nesta Aula Veremos ...

CONTEÚDO

2.11 Refrigeração e bombas de calor;


2.12 Ciclo de vaporização-compressão;
2.13 Definição de COP;
2.14 Trabalho em processos em fluxo.
 
Tarefa
Exercício
1
Vapor superaquecido entra na turbina de alta pressão a 8MPa e é expandido
até a condição (curva) de vapor saturado a 300kPa. Em seguida, o vapor é
reaquecido para 400oC com pressão constante de 300kPa, e expandido
novamente até 10kPa na turbina de baixa pressão.
A) Calcule a temperatura do vapor superaquecido e o teor de umidade do
vapor na saída da turbina considerando um processo ideal.
B) Calcule o rendimento térmico do ciclo considerando um
processo ideal.
• Uma máquina térmica é um dispositivo que operando
segundo um ciclo termodinâmico, realiza um trabalho
líquido positivo à custa da transferência de calor de um
corpo de temperatura elevada para um corpo de
temperatura baixa.
Máquinas térmicas
As máquinas térmicas permitem obter trabalho a partir de um fluxo de
calor entre duas fontes a temperatura diferente.
O seu rendimento é:

O rendimento de uma máquina térmica é sempre inferior a 100%.


Reservatório Térmico
• Trata-se de um sistema grande o bastante capaz de manter constante a
temperatura enquanto recebe ou cede calor.
Exemplos de Fornecedores de calor:
• Fornos em centrais de carvão e outros combustíveis fósseis,
• Reatores nucleares,
• Câmaras de Combustão de motores automotivos
Exemplos de Absorvedores de calor:
• Grandes reservatórios de água: Oceanos, lagos, rios, grandes tanques
• A atmosfera terrestre Portanto,
os reservatórios térmicos são sistemas com capacidade térmica CV elevada, onde se
pode remover ou adicionar calor sem que a sua temperatura se altere
significativamente
Fluido de Trabalho
• As máquinas térmicas operam segundo a um ciclo termodinâmico,,
porém para este ciclo ocorrer deverá haver uma substância capaz de
absorver o calor da fonte quente e transportar esta energia, dentro de
processos termodinâmicos, para a fonte fria com a finalidade de converter
parte desta energia absorvida em trabalho como indica a figura anterior.

Ou seja, as máquinas térmicas utilizam-se de fluidos de trabalho, sendo


os principais:
• A água
• A gasolina, álcool, diesel entre outros combustíveis.
Máquinas térmicas
Os motores de explosão dos automóveis têm um rendimento próximo
dos 50%. Metade da energia consumida dissipa-se sob a forma de calor.
MÁQUINAS FRIGORÍFICAS
As máquina frigoríficas tem como objectivo absorver a
energia sob a forma de calor de uma região a baixa
temperatura mediante a realização de trabalho.
Trabalham de forma cíclica através de um fluído
refrigerante (fréon) que extrai o calor da zona a
refrigerar e liberta-o noutra parte do sistema.

O fluido refrigerante na forma de líquido saturado passa pelo dispositivo de expansão


(restrição), onde é submetido a uma queda de pressão brusca. Então o fluido é
conduzido pelo evaporador, que absorverá calor do ar do ambiente a ser refrigerado,
vaporizando-se.
ESTUDO DOS CICLOS TERMODINÂMICOS DE
REFRIGERAÇÃO
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Sabe-se que para uma substância passar do estado líquido para o estado de vapor é
necessário fornecer-lhe calor durante um certo tempo, até atingir a temperatura
de evaporação da substância. Esse é o princípio básico da refrigeração, ou seja,
toda substância ao evaporar rouba calor.
O fluxo de calor sempre ocorre de uma fonte quente para uma mais fria, e nunca
ao contrário, de acordo com os princípios da 2º lei da termodinâmica.
Sendo assim, quanto maior for à diferença de temperatura entre essas duas fontes,
maior será o fluxo de calor.
Em refrigeração, é de grande importância que esse transporte de calor ocorra de
modo eficiente, ou seja, sem perdas.
Agora, como conseguir alcançar um diferencial de temperatura muito alto? Considere
que a fonte quente esteja a 25ºC e que sejam utilizados os alimentos de um
refrigerador comum.
Se usarmos, por exemplo, a água como indica a tabela,
conseguiremos provocar um fluxo de calor dos alimentos para a
água? Evidentemente que não.

Sendo assim, precisamos de uma substância que evapore em


baixas temperaturas. Qual você escolheria da tabela abaixo?
Agentes de Refrigeração

Em qualquer processo de refrigeração a substância empregada como absorvente de


calor ou agente de esfriamento é chamada de refrigerante.

Na tabela anterior os mais empregados são o CFC 12 (diclorodifluormetano), CFC


22 (monoclorodifluormetano) e amônia. Elaborada em meados de 1920, a famíla
CFC inovou completamente o campo da refrigeração pelo simples fato de atingir um
ponto de ebulição extremamente baixo e de não ser tóxica e inflamável.
Atualmente a família CFC está sendo banida do mercado devido à constatação de
ser considerado um gás estufa que agride a camada de ozônio da atmosfera.
As temperaturas de evaporação e condensação constituem parâmetros que
determinam o tipo de refrigerantes adequado à instalação.
Refrigerantes de baixa temperatura crítica ou baixa temperatura de ebulição,
normal, devem ser utilizados em aplicações de baixa temperatura de evaporação.
Por outro lado, refrigerantes de elevada temperatura crítica são recomendados para
aplicações de alta temperatura de evaporação.
O CICLO DE REFRIGERAÇÃO DE CARNOT
As figuras ilustram o ciclo de refrigeração de Carnot que
corresponde como já foi visto o ciclo cujo rendimento é máximo.
Exemplo

Considere um ciclo de Carnot que apresenta os seguintes


valores:
T2= T3 = 250K

T1= T4= 300K

s1= s2= 0,9 KJ/KgK

s3= s4= 1,2 KJ/KgK

O calor absorvido da fonte fria é a área sob a linha 2-3 dada por:
Enquanto que o calor rejeitado no condensador é:

Qr = T4(s4 - s1) = 300 ( 1,2 - 0,9) = 90KJ/Kg

Através da 1º Lei podemos obter o trabalho líquido no compressor que


vale:

Qa + Wliq.= Qr

Wliq = Qr- Qa = 90 – 75 = 15 KJ/Kg

O COP de Carnot pode ser calculado por:

COPcarnot = Qa/ Wliq = T3 (s3 - s2) / (T4 - T3) (s3 - s2) = T3 / T4 - T3


CONDIÇÕES PARA COP ELEVADO EM CICLOS DE
CARNOT
Pela Eq. observa-se que se reduzirmos a temperatura de condensação T 4,
implica numa elevação do COP.
Por outro lado o mesmo efeito poderia ser obtido por elevada temperatura
de evaporação T3.
O ciclo da figura remove calor de um ambiente a baixa temperatura (-
20ºC), rejeitando para uma fonte quente que se encontra em alta
temperatura (35ºC).
Nessas condições a temperatura de evaporação deve ser inferior a do
ambiente frio, permitindo que haja uma troca de calor da fonte quente para
a fonte fria através de um ∆T.
Por outro lado, a fim de que o calor possa ser rejeitado, a temperatura
externa deve ser inferior à temperatura de condensação.
Percebe-se que o COP do ciclo está relacionado as diferenças de
temperaturas entre o espaço refrigerado e o evaporador e entre o
condensador e o ambiente externo.
Assim os ∆T devem ser mínimos, uma vez que nesse caso, a
temperatura de condensação será a menor possível, ao mesmo tempo
em que a temperatura de evaporação assumirá seu valor máximo.
Entretanto, uma redução no ∆T implica num fator de área de troca de
calor no limite, um ∆T nulo exigirá um trocador de calor de área infinita.
Apesar do ciclo de refrigeração de Carnot representar um COP
máximo, na prática que é uma condição mais realista ele será
modificado resultando no chamado ciclo de compressão de
vapor.
O ciclo de Carnot o processo de compressão se dá com o
refrigerante no ponto 3 que é uma mistura líquido-vapor que não
é interessante para o compressor, pois o mesmo correrá o risco
de que entre refrigerante líquido na camisa do compressor,
causando nele vários problemas como erosão das válvulas,
diluição do óleo de lubrificação na porção líquida.
Assim para esse novo ciclo o ponto 3 é afastado para a região da
vapor saturado onde ocorre a garantia teórica de que todo o
líquido após passar pelo evaporador esteja no estado de vapor.
O Ciclo de Refrigeração
Os ciclos de refrigeração, isto é, ciclos termodinâmicos de
fluidos refrigerantes em equipamentos frigoríficos por
compressão de vapor, são adequadamente representados em
diagramas P x h (pressão-entalpia, diagrama de Mollier) e
diagrama T x s (temperatura-entropia).
Diagrama de Mollier (P x h) para o refrigerante 22 (Freon 22)
O ciclo de compressão de vapor é o mais utilizado em
equipamentos frigoríficos para produção de frio: para conforto
térmico ambiente e para resfriamento e congelamento de
produtos.

A geladeira doméstica:
um exemplo de ciclo de
compressão de vapor
Mas, efetivamente, o que é o ciclo frigorífico de compressão de
vapor?
Ele consiste de uma série de processos executados sobre e por um
fluido de trabalho, denominado de refrigerante. A geladeira da nossa
casa, por exemplo, e o aparelho de ar condicionado de janela, da sala
de aula, ambos devem funcionar com o Refrigerante 22, o mais comum,
também conhecido por Freon 22 (em tempo, ciclos de compressão
modernos já estão utilizando refrigerantes “ecológicos”, que não afetam
a camada de ozônio da atmosfera pois refrigerantes cloro fluor
carbonados destroem o ozônio O3 da atmosfera). Assim como o ciclo de
compressão de uma geladeira do supermercado, o ar-condicionado dos
nossos carros, o sistema de condicionamento central de um edifício, de
um “shopping center”, e vários outros, industriais, comerciais e
residenciais.
O ciclo é constituído dos seguintes processos:

1. compressão de vapor, isto é, um compressor realiza


trabalho sobre o vapor;

2. a condensação do vapor, que ocorre no condensador


(o trocador de calor à direita, na figura acima);

3. a expansão do líquido após o condensador, que ocorre


na válvula termostática ou em um tubo capilar;

4. a evaporação do líquido no evaporador.


Processo de Refrigeração

1) Compressor: Sua função é succionar o


líquido refrigerante, a baixa pressão e
comprimi-lo a alta pressão e a alta
temperatura na fase gasosa, para o
condensador.

2) Condensador: É onde acontece a troca


de estado físico do líquido refrigerante, que
passa de vapor (alta pressão) para líquido
(alta pressão e resfriado), liberando o calor
para o ambiente.
Processo de Refrigeração
3)Tubo Capilar (elemento de
expansão): Tem com função de
receber o fluído, sub resfriado a alta
pressão, do condensador e
expandir o líquido (baixa pressão e
temperatura)

4) Evaporador: No evaporador, o
fluído absorve o calor do meio e é
transformado de líquido a baixa
pressão em vapor a baixa pressão.
NESTE PONTO QUE OCORRE A
REFRIGERAÇÃO.
5) LINHAS DE SUCÇÃO: que transporta basicamente vapor
refrigerante do evaporador para o compressor, deve-se ter uma
velocidade relativamente alta para conduzir o óleo de volta
para o compressor, ao mesmo tempo a queda de pressão deve
ser mínima para evitar quedas de capacidade e aumento de
potência do compressor. As linhas de sucção são
dimensionadas de forma que a perda de carga total não
exceda o equivalente a 2,2ºC de queda da temperatura de
saturação para fluidos halogenados e 1,1ºC para a amônia.
A velocidade máxima recomendada é de 16m/s.
Como em toda análise de ciclos, vamos começar analisando um
ciclo ideal de compressão de vapor.

Vale lembrar, novamente, que ciclos reais desviam-se dos ciclos


idealizados, isto é, o ciclo ideal serve, para nossa análise do
ciclo real, como uma referência.

Veja então um ciclo ideal de compressão de vapor, na figura


seguinte, representado esquematicamente e no diagrama de
Mollier (P versus h):
Representação
esquemática do ciclo
ideal de refrigeração
por compressão de
vapor no diagrama
de Mollier
Ciclo de compressão de vapor ideal no diagrama de Mollier
O equacionamento do ciclo ideal: seja a formulação
simples da Equação da Energia, conforme dada abaixo,
aplicável para um sistema em regime permanente, para
um escoamento unidimensional com uma entrada e uma
saída, isto é, ms = me = m.

Cada um dos processos que formam o ciclo devem ser


analisados separadamente:
Compressão >> Modelo Ideal do Compressor
No compressor só há um fluxo de entrada e um de saída:
me = ms= m.
Vamos desprezar a variação das energias cinética e potencial entre a
entrada e saída do compressor; e vamos admitir que o processo de
compressão é adiabático e reversível, isto é, é isoentrópico, veja a figura.
Assim, se o processo ocorre em regime permanente e se W é o trabalho
realizado sobre o VC,

As propriedades do refrigerante em 2 são conhecidas desde que se fixe a


pressão de condensação, pois o processo é isoentrópico.
Condensador e Evaporador >> Modelo Ideal do Condensador e do
Evaporador

As premissas são:
1. regime permanente;
2. só existe trabalho de escoamento (incluído na entalpia);
3. só existe um fluxo de entrada e um fluxo de saída, me = ms = m;
4. variações de energia cinética e potencial são desprezíveis frente à
variação da entalpia, e
5. a pressão é constante (esta é uma aproximação!).

Assim:
Condensador ideal: Evaporador ideal:
Válvula de Expansão >> Modelo Ideal da Expansão

As premissas são:
1. regime permanente;
2. processo adiabático;
3. só existe um fluxo de entrada e um fluxo de saída, m e = ms = m;
4. variação de energia potencial é desprezível
5. variação de energia cinética pode ser desprezível
Assim: Isto é,
Expansão ideal: Evaporador ideal:

(processo isoentálpico!)
Conseqüentemente, é irreversível
pois não é isoentrópico
(verificar o diagrama de Mollier):
isto é, um processo adiabático
isoentálpico não é isoentrópico
(e não é reversível)
Representação esquemática do
ciclo ideal de refrigeração por
compressão de vapor no
diagrama T versus s.

Ciclo ideal de compressão de vapor, diagrama T x s


Ciclo real de compressão de vapor, diagrama T x s
Coeficiente de performance do ciclo

O coeficiente de performance, COP, é um parâmetro


importante na análise das instalações frigoríficas.

Embora o COP do ciclo real seja sempre menor que o do ciclo


teórico, para as mesmas condições de operação, pode-se,
com o ciclo teórico, verificar que parâmetros influenciam no
desempenho do sistema. Assim, o COP é definido por:
Uma forma bastante usual de indicar a eficiência de um
equipamento frigorífico é relacionar o seu consumo, em
kW/TR, com a capacidade frigorífica, em TR, o que resulta em:

KW/TR = Wc / QL [Wats/TR]
Outra forma de indicar eficiência de uma máquina frigorífica é
a Razão de Eficiência Energética (EER), cujo nome se deriva
do inglês “Energy Efficiency Rate”, sendo dada pela expressão
abaixo:

EER = Q / W [(btu/h)/ Wats]


Parâmetros que Influenciam o COP do Ciclo de
Refrigeração
Vários parâmetros influenciam o desempenho do ciclo de refrigeração por
compressão de vapor. A seguir será analisada a influência de cada um
deles separadamente.

Influência da temperatura de evaporação no COP do ciclo teórico

Para ilustrar o efeito que a temperatura de evaporação tem sobre a


eficiência do ciclo será considerado um conjunto de ciclos em que somente
a temperatura de evaporação (To), é alterada. Nesta análise utilizou-se R22
como refrigerante, o qual é típico de sistemas de ar condicionado. Como
pode ser observado, uma redução na temperatura de evaporação resulta
em redução do COP, isto é, o sistema se torna menos eficiente.
Influência da temperatura de condensação no COP do
ciclo teórico

Como no caso da temperatura de vaporização, a influência


da temperatura de condensação é mostrada em um conjunto
de ciclos onde apenas se altera a temperatura de
condensação (Tc). Observe que uma variação de 15 ºC na
temperatura de condensação, resultou em menor variação
do COP, se comparado com a mesma faixa de variação da
temperatura de evaporação.
Influência do sub-resfriamento do líquido no COP do ciclo
teórico

De forma idêntica aos dois casos anteriores, o sub-


resfriamento do líquido na saída do condensador interfere
sobre a eficiência do ciclo. Embora haja um aumento no COP
do ciclo com o aumento do sub-resfriamento, o que é ótimo
para o sistema, na prática se utiliza um sub-resfriamento para
garantir que se tenha somente líquido na entrada do dispositivo
de expansão, o que mantém a capacidade frigorífica do
sistema, e não com o objetivo de se obter ganho de eficiência.
Influência do superaquecimento útil no COP do ciclo
teórico

Quando o superaquecimento do refrigerante ocorre retirando


calor do meio que se quer resfriar, chama- se a este
superaquecimento de “superaquecimento útil”. A variação do
COP com o superaquecimento depende do refrigerante.
Mesmo para os casos em que o superaquecimento melhora o
COP ele diminui a capacidade frigorífica do sistema de
refrigeração. Assim, só se justifica o superaquecimento do
fluido, por motivos de segurança, para evitar a entrada de
líquido no compressor.
REFRIGERAÇÃO COMERCIAL

DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÕES

Em sistemas de refrigeração também temos o estudo da


mecânica dos fluidos onde podemos determinar os diâmetros
adequados das tubulações utilizadas nos equipamentos. O
objetivo nesse caso é dimensionar corretamente a linhas de
sucção, a linha de líquido e a linha de descarga como indica a
figura. Para isso é preciso determinar as perdas de carga em
cada linha como também a diminuição de temperatura
máxima permitida em cada uma.
• 1. Compresor
• 2. Separador de óleo
• 3. Condensador
• 4. Garrafa de liquido
• 5. Válvula reguladora de água
• 6. Filtro de secador
• 7. Visor de líquido
• 8. Válvulas de serviço
• 9. Trocador de calor
• 10. Válvula solenóide
• 11. Válvula termostática
• 12. Evaporador
• 13. Termostato
• 14. Pressostato
• 15. Manómetros
LINHAS DE SUCÇÃO

Nas linhas de sucção que transporta basicamente vapor refrigerante do evaporador


para o compressor, deve-se ter uma velocidade relativamente alta para conduzir o
óleo de volta para o compressor, ao mesmo tempo a queda de pressão deve ser
mínima para evitar quedas de capacidade e aumento de potência do compressor.
As linhas de sucção são dimensionadas de forma que a perda de carga total não
exceda o equivalente a 2,2ºC de queda da temperatura de saturação para fluidos
halogenados e 1,1ºC para a amônia. A velocidade máxima recomendada é de
16m/s.

LINHAS DE LÍQUIDO

É a linha que transporta o refrigerante do compressor até o evaporador. A queda de


pressão nesse caso deve fazer variar no máximo 1,1ºC a temperatura na linha. A
boa prática também recomenda uma velocidade abaixo de 1,5m/s devido a golpes
de líquido, vibração e ruídos resultantes da ação das válvulas solenóides ou outras
válvulas de ação rápida.
LINHAS DE DESCARGA DE GÁS

A queda de pressão nessa linha aumenta a taxa de compressão e


conseqüentemente a potência necessária para acionar o compressor, esse aumento
faz com que a eficiência volumétrica diminua causando uma redução da capacidade
do compressor. Recomenda-se assim, que as linhas de descarga podem ser
dimensionadas para uma queda de pressão tal que a redução de temperatura
equivalente não seja superior a 1,1ºC. a velocidade máxima recomendada é de
16m/s baseadas em considerações de ruídos.

Para se determinar o diâmetro das tubulações, é necessário determinar a vazão


volumétrica de refrigerante em cada uma das linhas do sistema. Esta vazão é
determinada a partir do volume específico do fluido refrigerante em cada uma das
linhas e da vazão mássica.O volume específico nas linhas de sucção e de líquido
pode ser determinado através das tabelas de propriedades dos fluidos refrigerantes,
porém o volume específico na descarga do compressor depende do tipo do
compressor e da sua eficiência. Em geral, este volume específico pode ser estimado
pela seguinte equação: Vdesc = Vsuc (Psuc/ Pdesc) . 1,2
EXEMPLO PRÁTICO
Considere um sistema frigorífico operando com R22 com
capacidade de 352KW, temperatura de evaporação de -5ºC e
de condensação de 40ºC. A linha de sucção tem um
comprimento de 25m e é dotada de duas válvulas angulares,
uma válvula de retenção e três cotovelos. A linha de descarga
tem um comprimento de 30m, sendo dotada de uma válvula
globo, uma válvula de retenção e três cotovelos. A linha de
líquido tem um comprimento de 55m, duas válvulas angulares
e três cotovelos. Determine o diâmetro ideal dessas
tubulações.
SOLUÇÃO
Da tabela A27, tem –se m = 0,00636 Kg/s.KW ou m = 2,24Kg/s
Dos diagramas de propriedades temos:

v suc = 0,05534 m3/Kg


vliq = 0,000884 m3/Kg
Pdesc = 1534 Kpa
Psuc = 422 Kpa

Vazão volumétrica na sucção = 2,24Kg/s . 0,05534 m3/Kg = 0,124 m3/s


Vazão volumétrica na linha de líquido = 2,24Kg/s . 0,000884 m 3/Kg
= 0,00198 m3/s
Vazão volumétrica na linha de descarga:
Vdesc = 0,124. (422/1534). 1,2 = 0,0409 m3/s
Linha de sucção: admitindo-se inicialmente um diâmetro de 105mm,
tem-se:

Comprimento: 25m
2 válvulas angulares: 2x14,8m
1 válvula retenção: 1x12,6m
3 cotovelos(90º): 3x2,2m
total: 73,8m

Da tabela A19 tem-se: capacidade = 527,8KW , ∆T = 0,04K/m, ∆P = 572Pa/m

Cálculo da queda de temperatura:

∆T = 0,04. 73,8/1,0 (352/527,8)1,85 = 1,4ºC (< 2,2ºC )

Cálculo da queda de pressão:

∆P =572. 73,8/1,0 (352/527,8) = 28,1KPa


Da tabela A22, a capacidade mínima requerida para ocorrer transporte adequado do
óleo é de 115,24 KW. Como ∆T =1,4ºC calculado é menor que o máximo
recomendado (2,2ºC), e a capacidade é maior que a mínima requerida, o diâmetro
adotado pode ser utilizado.

Verificação da velocidade:

V = A. v
v = V/A = 0,124 m3/s / 0,00865m2 = 14,33m/s como a velocidade recomendada é de
16m/s então o valor encontrado está dentro da especificação.

Linha de descarga: admitindo-se inicialmente um diâmetro de 80mm, tem-se:

Comprimento: 30m
1 válvula globo: 1x 26m
1 válvula retenção: 1x 9,1m
3 cotovelos(90º): 3x 2,3 m
total: 72m
Da tabela A19 tem-se: capacidade = 476,3KW , ∆T = 0,02K/m, ∆P = 749Pa/m

Cálculo da queda de temperatura:

∆T = 0,02. 72/1,0 (352/476,3)1,85 = 0,82ºC (< 1,1ºC )

Cálculo da queda de pressão:

∆P =749. 72 /1,0 (352 / 476,3) = 39,8KPa


Da tabela A24, a capacidade mínima requerida para ocorrer transporte adequado do
óleo é de 88,73KW. Como ∆T= 0,82ºC calculado é menor que o máximo recomendado
(1,1ºC), e a capacidade é maior que a mínima requerida, o diâmetro adotado pode ser
utilizado.

Verificação da velocidade:
V = A. v
v = V/A = 0,0409m3/s / 0,005024 m2 = 8,14 m/s como a velocidade recomendada é de
16m/s então o valor encontrado está dentro da especificação.
Linha de líquido: admitindo-se inicialmente um diâmetro de 54mm, tem-se:

Comprimento: 55m 2
válvulas angulares: 2x7,7m 3
cotovelos(90º): 3x1,6m
total: 75,2 m
Da tabela A19 tem-se: capacidade = 794,2KW , ∆T = 0,02K/m, ∆P = 749Pa/m
Cálculo da queda de temperatura:
∆T = 0,02. 75,2/1,0 (352/794,2)1,85 =0,33ºC (< 1,1ºC )
Cálculo da queda de pressão:
∆P =749. 75,2 /1,0 (352 / 794,2) = 24,9 KPa
Como ∆T= 0,33ºC calculado é menor que o máximo recomendado (1,1ºC), o diâmetro
adotado pode ser utilizado.
Verificação da velocidade:
V = A. v
v = V/A = 0,000198m3/s / 0,002289 m2
= 0,086m/s como a velocidade recomendada é de 1,5m/s então o valor encontrado
está dentro da especificação.
EFICIÊNCIA DAS MÁQUINAS FRIGORÍFICAS

A eficiência da máquina frigorífica é o quociente entre a energia retirada


á máquina, como calor, da fonte fria (Q f), e a energia que a máquina
recebe como trabalho (W).

W + Qf = Qq, ou seja, W = Qq - Qf (lei da conservação da energia)

A eficiência da máquina frigorífica é sempre maior que 1. A eficiência


normal de uma máquina frigorífica é de 5.

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