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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
BELÉM – PA
2021
SYRLEIRE LOPES DE PAULA SILVA
BELÉM – PA
2021
3
4
Banca examinadora:
_____________________________________
Prof. Dr. Maria Adrina Paixão de Souza da Silva
Orientadora – Universidade Federal do Pará /UFPA.
_____________________________________
Prof. Dr. Otávio Fernandes Lima da Rocha
Membro interno – Instituto Federal do Pará/IFPA.
_____________________________________
Prof. Dr. Emmanuelle Sá Freitas Feitosa
Membro externo – PPG Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar – UNIFESP
5
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo,
Deivison Guerreiro;
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, autor da minha fé, pela oportunidade da vida, por ser
o meu sustento diário e por me permitir chegar até aqui com saúde.
Aos meus pais, Silas e Edna, por todos os ensinamentos e constantes orações.
À minha irmã Millena, ao cunhado Douglas, e ao novo amor das nossas vidas, Benício,
que tem nos trazido tantos momentos de alegria.
À Professora Maria Adrina por sua amizade, parceria, orientação e dedicação incansável
às atividades acadêmicas.
Aos amigos do Grupo PETMEC que levarei para a vida, prof. Saldanha, Maick, Layo,
Paulo Henrique, Ivana, Paulo Aquino, Natália, Cássio Augusto.
RESUMO
ABSTRACT
The wear of the cutting tool in machining is closely related to different factors such as chemical
and microstructural composition of the workpiece, type of cutting tool, process conditions, etc.
The addition of copper in aluminum alloys provides the material with an increase in mechanical
strength, hardness, resistance to fatigue, and improved machinability, essential properties in the
use of industrial sectors, such as automotive and aeronautics. The typical solidification
microstructure and aspects of machinability, such as cutting temperature and tool wear, are
directly influenced by the thermal solidification variables, which will determine the properties
of the finished product. Thus, the control of the solidification kinetics of metallic alloys has
become a fundamental object of study for obtaining materials with good machinability,
homogeneous properties, and adequate to the growing demand of the industrial sector. In this
sense, this work presents an experimental and comparative study, aiming to investigate the
maximum tool wear (VBmax) and cutting temperature (Average cutting heating rate, T ac) from
an Al-6.0wt.%Cu alloy neckings, solidified in a horizontal directional water-cooled device,
correlating the values obtained during machining with the thermal and microstructural
solidification parameters: cooling rate (TR) and secondary dendritic spacing (λ2), considering
the position variation from the metal/mold interface. A comparative study with the literature
was conducted considering the cutting temperature and tool wear, carried out under the same
machining conditions. Contrary to what was expected, the increase in solute content was not
responsible for the higher average heating rate values, leading to the conclusion that the
solidification structures formed and the wear mechanisms present during the bleeding process
were predominant in the behavior of the machinability of these alloys.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Alguns metais não ferrosos e ligas comuns, classificados por suas melhores propriedades _______ 20
Figura 2.2 Utilização do alumínio em componentes do setor automobilístico __________________________ 22
Figura 2.3 Várias ligas de alumínio utilizadas na estrutura de aeronaves ______________________________ 24
Figura 2.4 Técnicas experimentais de solidificação unidirecional: (a) vertical ascendente; (b) vertical
descendente e (c) horizontal. ________________________________________________________________ 27
Figura 2.5 Ilustração do forno de solidificação horizontal da FORTELAB: (1) metal líquido, (2) placas cerâmicas
refratárias, (3) molde retangular de aço inoxidável; (4) termopares, (5) paredes externas do dispositivo, (6)
entrada de água; (7) controlador de temperatura (8) registrado de temperatura Fieldlogger, (9) computador
com o software de aquisição de dados, (10) água de alimentação, (11) dispositivo de solidificação direcional,
(12) saída de água, (13) rotâmetro, and (14) bomba de água. ______________________________________ 28
Figura 2.6 Modos de transferência de calor atuantes no sistema metal/molde na solidificação horizontal. ___ 30
Figura 2.7 Representações esquemáticas da atuação dos fatores de influência na formação das microestruturas
de solidificação ___________________________________________________________________________ 31
Figura 2.8 Campo de concentração de carbono: (a) com 0,5% e fosforo (b) com 0,001% __________________ 32
Figura 2.9 Espaçamentos interdendríticos primários (λ1), secundários (λ2) e terciários (λ3): (a) Esquema
representativo; (b) Imagem em MEV mostrando o desenvolvimento de dendritas em uma superliga à base de
níquel. __________________________________________________________________________________ 33
Figura 2.10 Micrografia de solidificação direcional de liga Al-Cu com diferentes G e V. (a1) Microestrutura
dendrítica da liga Al-3%Cu (G=1.05 K/mm, V=8.17 µm/s, TR=0.01 K/s); (a2) (G=5.48 K/mm, V=87.73 µm/s,
TR=0.48 K/s); (b1) Microestrutura dendrítica da liga Al-6% _________________________________________ 34
Figura 2.11 Micrografia obtida pela técnica de microscopia eletrônica de varredura (MEV) exibindo um arranjo
dendrítico _______________________________________________________________________________ 35
Figura 2.12 Diagrama de fases do sistema Al-Cu _________________________________________________ 36
Figura 2.13 Representação esquemática para solidificação fora das condições de equilíbrio aplicada ao sistema
Al-Cu (C0=4%Cu). __________________________________________________________________________ 37
Figura 2.14 Classificação do processo de fabricação ______________________________________________ 39
Figura 2.15 Alguns processos de torneamento: (a) cilíndrico externo; (b) cônico externo; (c) curvilíneo; (d)
cilíndrico externo; (e) cilíndrico interno; (f) sangramento radial. _____________________________________ 40
Figura 2.16 Desenho esquemático do processo de torneamento_____________________________________ 40
Figura 2.17 Geometria da ferramenta de tornear ________________________________________________ 43
Figura 2.18 Zona de geração de calor em usinagem (simulação feita através do software AdvantEdge FEM) _ 45
Figura 2.19 Comparação das temperaturas durante a furação de ligas de alumínio com 0% de chumbo na B319
e com 0,17% de chumbo na B319(Pb). Cada pico corresponde a um furo. _____________________________ 46
Figura 2.20 Influência da temperatura nos mecanismos de desgaste da ferramenta _____________________ 47
11
Figura 2.21 Desgaste na ferramenta de corte: (a) desgaste de flanco; (b) desgaste de cratera; (c) desgaste de
entalhe _________________________________________________________________________________ 49
Figura 2.22 Parâmetros utilizados para medir os desgastes das ferramentas de corte ___________________ 50
Figura 2.23 Representação esquemática dos quatro principais mecanismos de desgaste _________________ 51
Figura 2.24 Imagens dos desgastes de ferramenta e aresta postiça de corte; (a) Ferramenta A, V=28 m/min, (b)
Ferramenta A, V=94 m/min, (c) Ferramenta B, V=28 m/min, (d) Ferramenta B, V=94 m/min. ______________ 53
Figura 2.25 Imagens dos desgastes de ferramenta e aresta postiça de corte; (a) Ferramenta A V=28 m/min, (b)
Ferramenta A V=94 m/min, (c) Ferramenta B V=28 m/min, (d) Ferramenta B V=94 m/min. _______________ 54
Figura 2.26 Fenômeno de oxidação no material aderido sobre a face de saída _________________________ 55
Figura 3.1 Representação das etapas deste trabalho _____________________________________________ 62
Figura 3.2 Representação esquemática do aparato utilizado no processo de solidificação da liga Al-6%Cu ___ 64
Figura 3.3 Representação esquemática do posicionamento (em milímetros) dos termopares adotado para o
dispositivo de solidificação horizontal. _________________________________________________________ 65
Figura 3.4 (a) Balança digital; (b) Cadinho e (c) Forno mufla ________________________________________ 65
Figura 3.5 Curva de Resfriamento da liga (a) Al-3%Cu e (b) Al-6%Cu _________________________________ 66
Figura 3.6 Representação esquemática: (a) corte perpendicular do lingote; (b) macrografia ______________ 67
Figura 3.7 Macroestrutura de solidificação da liga Al-3%Cu. ________________________________________ 68
Figura 3.8 Macroestrutura de solidificação da liga Al-6%Cu ________________________________________ 68
Figura 3.9 Procedimento de obtenção de amostras para medição dos espaçamentos dendríticos secundários. 69
Figura 3.10 Foto esquemática de um torno mecânico convencional __________________________________ 70
Figura 3.11 Imagem ilustrativa das (a) posições de corte; e (b) bedame e porta-ferramenta ______________ 70
Figura 3.12 Representação do corpo de prova antes dos sangramentos_______________________________ 71
Figura 3.13 (a1) Posicionamento da amostra no torno (a) amostra fixada na castanha do torno; (b) castanha de
fixação; (c) bedame acoplado ao porta bedame; (d) camera para aquisição de dados térmicos; (b1) Imagem da
câmera para aquisição de dados térmicos ______________________________________________________ 72
Figura 3.14 Região alvo para aquisição de dados térmicos _________________________________________ 72
Figura 3.15 Disposição do termômetro com relação ao torno convencional utilizado para os ensaios. _______ 73
Figura 3.16 Linhas de medição utilizando o software ImageJ, a) Imagem aumentada da região assinalada. __ 74
Figura 3.17 Interface do OriginPro ____________________________________________________________ 75
Figura 3.18 Valores reais de temperatura de corte em função do tempo calculados com a emissividade do cobre
________________________________________________________________________________________ 76
Figura 4.1 Temperatura média de corte em função do tempo da liga Al-3%Cu _________________________ 78
Figura 4.2 Taxa média de aquecimento em função da posição de corte na liga Al-3%Cu __________________ 79
Figura 4.3 Taxa média de aquecimento em função do espaçamento dendrítico secundário na liga Al-3%Cu __ 80
Figura 4.4 Bedame utilizado na posição 1 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B ____________________ 80
Figura 4.5 Bedame utilizado na posição 2 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B. ___________________ 81
Figura 4.6 Bedame utilizado na posição 3 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B. ___________________ 81
Figura 4.7 Bedame utilizado na posição 4 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B. ___________________ 81
12
Figura 4.8 Temperatura média de corte em função do tempo da liga Al-6%Cu _________________________ 83
Figura 4.9 Taxa média de aquecimento em função da posição de corte na liga Al-6%Cu __________________ 85
Figura 4.10 Taxa média de aquecimento em função do espaçamento dendrítico secundário na liga Al-6%Cu _ 85
Figura 4.11 Bedame utilizado na posição 1 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B ______________________ 86
Figura 4.12 Bedame utilizado na posição 2 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B ______________________ 86
Figura 4.13 Bedame utilizado na posição 3 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B ______________________ 87
Figura 4.14 Bedame utilizado na posição 4 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B ______________________ 87
Figura 4.15 Desgaste máximo em função da posição de corte na liga Al-3%Cu _________________________ 89
Figura 4.16 Desgaste máximo em função do espaçamento dendrítico secundário na liga Al-3%Cu__________ 90
Figura 4.17 Desgaste máximo em função da posição de corte na liga Al-6%Cu _________________________ 90
Figura 4.18 Desgaste máximo em função do espaçamento dendrítico secundário na liga Al-6%Cu__________ 91
Figura 4.19 Ilustração relacionando o tamanho da partícula com o tempo de corte. _____________________ 92
Figura 4.20 Micrografias obtidas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) para a liga Al-3%Cu, nas
posições 10 e 70 mm em relação à interface refrigerada (metal/molde). ______________________________ 93
Figura 4.21 Micrografias obtidas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) para a liga Al-6%Cu, nas
posições 10 e 70 mm em relação à interface refrigerada (metal/molde). ______________________________ 93
Figura 4.22 Taxa média de aquecimento em função do espaçamento dendrítico secundário das ligas Al-3%Cu e
Al-6%Cu. ________________________________________________________________________________ 95
Figura 4.23 Desgaste máximo em função do espaçamento dendrítico secundário das ligas Al-3%Cu e Al-6%Cu 95
Figura 4.24 Desgaste máximo em função da taxa de resfriamento das ligas Al-3%Cu e Al-6%Cu ___________ 96
Figura 4.25 Espaçamento dendrítico secundário em função da taxa de resfriamento ____________________ 97
13
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19
3. MATERIAIS E MÉTODOS 61
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 77
5.1 CONCLUSÕES 99
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 100
5.3 PRODUÇÕES CIENTÍFICAS ORIUNDAS DESTE TRABALHO 101
6. REFERÊNCIAS 102
15
1. INTRODUÇÃO
As ligas do sistema binário Al-Cu são largamente utilizadas nos setores aeronáutico e
automotivo em aplicações onde há solicitação de resistência mecânica e tenacidade à fratura
(D’ELIA et al., 2015). O cobre é um dos mais importantes elementos nas ligas de alumínio em
virtude de sua alta solubilidade e por conferir aumento de resistência através do efeito de
endurecimento obtido por meio de tratamentos térmicos de precipitação e envelhecimento, com
a formação da fase θ na matriz rica em Al (D’ELIA et al., 2015; SPINELLI et al., 2004). As
16
ligas de alumínio com teor de cobre variando entre 4 e 10%Cu são as que possuem maior
interesse industrial. Sendo que, as que melhor respondem aos tratamentos térmicos são as que
contém de 3 a 4,5% de Cu. Além disso, as adições de cobre em ligas à base de alumínio podem
ocasionar a redução da resistência a trincas de contração durante a solidificação, da fluidez do
metal em fusão e da resistência à corrosão (SPINELLI et al., 2004).
Segundo Diniz et al. (2014), a usinabilidade pode ser definida como uma grandeza
tecnológica expressa, por meio de um valor numérico comparativo (índice de usinabilidade).
Assim, pode-se entender a usinabilidade como o grau de facilidade ao usinar um determinado
material. Neste contexto, entendem-se como propriedades de usinagem de um material, aquelas
que expressam seu efeito sobre grandezas inerentes ao processo, tais como vida da ferramenta,
acabamento superficial da peça, esforços de corte, temperatura de corte, produtividade e
características do cavaco através das quais o grau de usinabilidade pode ser medido, contudo,
são escassos na literatura estudos que avaliem a influência da estrutura da peça de trabalho na
temperatura de corte.
1.2 Objetivos
• Analisar o desgaste das ferramentas de aço rápido HSST6 utilizadas nos sangramentos
da liga Al-6%Cu e apresentar os da liga Al-3%Cu – obtidas por Leal (2018),
correlacionando-a com os seus respectivos parâmetros microestruturais;
• Correlacionar as variáveis térmicas de solidificação (T R) e o parâmetro microestrutural
experimental (λ2) obtidos para as ligas em questão com os VBmax obtidos, determinando
equações experimentais, avaliando-se, também, neste caso, a influência do teor de
soluto neste critério de usinabilidade.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta uma revisão bibliográfica, que considera artigos científicos,
livros, teses, dissertações, relacionadas ao estudo abordado neste trabalho. Inicialmente, é
apresentada uma breve descrição do sistema de ligas Al-Cu. Em seguida, são realizadas
considerações sobre a solidificação, parâmetros térmicos e experimentais, os espaçamentos
dendríticos secundários para a melhoria das propriedades mecânicas de ligas à base de alumínio.
Finalmente, são abordados temas referentes a usinabilidade de ligas do sistema Al-Cu, bem
como definições e parâmetros relacionados temperatura de corte, desgaste de ferramenta de
corte, avarias, mecanismos de desgaste e vida de ferramenta de corte.
Metais não ferrosos e ligas têm assumido papéis cada vez mais importantes na
tecnologia moderna. Apesar de terem custo maior que o ferro ou aço, esses metais possuem
propriedades ou combinações de propriedades que não estão disponíveis em metais ferrosos,
como: resistência à corrosão, facilidade de fabricação, alta condutividade elétrica e térmica,
peso leve, força em temperaturas elevadas, dentre outras. Comparando-as com o aço, a
resistência das ligas não ferrosas é geralmente inferior, e o módulo de elasticidade é geralmente
menor, fato que os coloca em uma distinta desvantagem quando a rigidez é necessária. A
facilidade de fabricação, entretanto, costuma ser atraente. Muitas ligas possuem alta ductilidade
aliada a baixos pontos de escoamento, combinação ideal para trabalho a frio. A boa
usinabilidade também é característica de muitos materiais não ferrosos. Já a soldabilidade é a
única característica de fabricação onde as ligas não ferrosas deixam a desejar. No entanto, com
técnicas de junção modernas, geralmente é possível produzir soldagens em todos os metais não
ferrosos (KOHSER & BLACK, 2019). A Figura 2.1 ilustra alguns metais e ligas não ferrosas e
algumas de suas melhores características.
20
Figura 2.1 Alguns metais não ferrosos e ligas comuns, classificados por suas melhores
propriedades
a. Baixo Ponto de fusão: O alumínio possui ponto de fusão de 660°C, o que é relativamente
baixo comparado ao do aço, que é da ordem de 1570°C.
b. Peso específico: A leveza é uma das principais características do alumínio. Seu peso
específico é de cerca de 2,70 g/cm3, aproximadamente 35% do peso do aço e 30% do
peso do cobre.
c. Resistência à corrosão: O alumínio possui uma fina e invisível camada de óxido, a qual
protege o metal de oxidações posteriores. Essa característica de autoproteção dá ao
alumínio uma elevada resistência à corrosão.
d. Condutibilidade elétrica: O alumínio puro possui condutividade elétrica de 62% da
IACS (International Annealed Copper Standard), a qual associada à sua baixa
densidade significa que um condutor de alumínio pode conduzir tanta corrente quanto
um condutor de cobre que é duas vezes mais pesado e proporcionalmente mais caro.
e. Condutibilidade térmica: O alumínio possui condutibilidade térmica 4,5 vezes maior
que a do aço.
21
O alumínio e suas ligas ganharam enorme significado industrial devido sua excelente
combinação de propriedades mecânicas, físicas e tribológicas. Dentre essas propriedades estão:
alta resistência específica, resistência ao desgaste, alta rigidez, coeficiente de expansão térmica
controlada e melhor capacidade de amortecimento (DAS et al., 2008). São caracterizados por
uma densidade relativamente baixa (2,7g/cm3), apresentam cerca de 1/3 da densidade do
módulo de elasticidade dos aços, elevada condutividade térmica e elétrica, elevado coeficiente
de atrito, excelente conformabilidade, baixo ponto de fusão, alta resistência a corrosão, alta
neutralidade magnética e amplo espectro de possibilidade de tratamentos superficiais, quando
comparados aos aços (KOHSER & BLACK, 2019).
22
Nas ligas da série 1XXX, os dois últimos dígitos indicam a porcentagem de alumínio
que excede a 99%. Nas séries de 2XXX a 8XXX, os dois últimos dígitos diferem apenas ligas
de um mesmo grupo. Quando o segundo dígito é diferente de zero, indica que uma liga é
derivada daquela com o segundo dígito zero, por exemplo a liga 2124 é derivada da liga 2024
(KOHSER & BLACK, 2019).
As ligas de alumínio fundidas diferem das ligas conformadas pela ausência de qualquer
tipo de conformação mecânica em seu processamento, ou seja, são obtidas diretamente do
líquido por meio de processos de fundição. Do ponto de vista de fundição, as ligas de alumínio
caracterizam-se pela baixa temperatura de fusão. Esta característica permite uma grande
flexibilidade quanto aos tipos de moldes utilizados, já que as solicitações térmicas são reduzidas
(REIS, 2009).
2007; TEXEIRA et al., 2013). A Figura 2.3 ilustra diversas ligas de alumínio utilizadas na
fabricação de aeronaves, seguidas do tipo de tratamento térmico aos quais foram submetidos.
As ligas Al-Cu, conhecidas como ligas da série 2XXX (trabalhadas) e 2XX.X (fundidas)
na classificação da Aluminum Association, estão entre as ligas à base de alumínio mais antigas,
sendo que o seu surgimento data do início do século XX, quando Alfred Wilm, na Alemanha,
descobriu o fenômeno de endurecimento por precipitação (ARDELL, 1985). A presença do
cobre nas ligas de alumínio tem como objetivo aumentar a resistência à corrosão e à tração,
além de aumentar sua resistência mecânica, dureza, resistência à fadiga e melhora da
usinabilidade (FARIA & BRITO, 2015; OSORIO et al., 2011; ROCHA, 2003).
As ligas Al-Cu contendo 2% a 10% Cu, geralmente com outras adições, formam
importantes famílias de ligas. Tanto ligas fundidas quanto trabalhadas respondem ao tratamento
25
2.3. Solidificação
A solidificação tem sido utilizada por milhares de anos em ligas metálicas, como as de
cobre por serem de fácil obtenção, sendo um dos principais fenômenos ocorridos no
processamento de metais e ligas (STEFANESCU, 2009). O controle desse processo é
fundamental ainda que ocorra processamentos posteriores, pois a estrutura de solidificação e
seus defeitos podem persistir parcialmente no produto acabado. O interesse pela solidificação
há algum tempo extrapola o campo das engenharias de materiais e metalúrgica, avançando por
outras fronteiras das ciências aplicadas onde o conhecimento da teoria da solidificação agregado
a fundamentos de eletrônica, mecânica, química, física, matemática aplicada, dentre outros, é
utilizado na solução de problemas tecnológicos como: purificação de materiais e crescimento
de cristais, tratamentos superficiais por refusão com laser, obtenção de produtos quase acabados
por solidificação rápida (GARCIA, 2007).
Para Dias Filho (2013), a solidificação direcional em regime transitório de fluxo de calor
tem permitido a obtenção de muitas informações relevantes a respeito da evolução cinética do
processo de solidificação e sobre a redistribuição de soluto de ligas de diferentes sistemas
metálicos binários e ternários (BRITO, 2012; CASTANHO, 2013; GOMES, 2012; GOULART,
2010; MOUTINHO, 2012; ROSA, 2007; SILVA, 2008; SPINELLI, 2005; MEZA, 2012).
termopares, (5) paredes externas do dispositivo, (6) entrada de água; (7) controlador de
temperatura (8) registrado de temperatura Fieldlogger, (9) computador com o software de
aquisição de dados, (10) água de alimentação, (11) dispositivo de solidificação direcional,
(12) saída de água, (13) rotâmetro, and (14) bomba de água.
Ainda para Brito (2012), ao passo que essa protuberância cresce, o soluto é rejeitado e
a sua concentração lateral é maior do que em qualquer outro ponto do líquido. Nessas
condições, a protuberância adquire uma forma instável que se estende por toda a interface, que
degenera de uma situação plana a uma morfologia celular. Portanto, o crescimento de células
regulares dá-se a velocidades baixas e perpendicularmente à interface sólido/líquido, e na
direção de extração do fluxo de calor, sendo praticamente independente da orientação
cristalográfica.
Figura 2.8 Campo de concentração de carbono: (a) com 0,5% e fosforo (b) com 0,001%
Furtado (2007) propôs um modelo através do método de campo de fase para a análise
da difusividade dos solutos na solidificação de ligas ternárias do sistema Fe-C-P. A Figura 2.8
simula o crescimento de uma dendrita onde os braços secundários crescem a aproximadamente
90º a partir dos braços primários. A imagem também indica que a camada difusa do carbono é
mais extensa que a camada do fósforo. Isto ocorre devido à difusividade do soluto de carbono
ser maior que a difusividade do fósforo. Entre os braços secundários da dendrita pode-se
também notar o aprisionamento de soluto de carbono e fósforo, sendo essas regiões as mais
ricas em concentração dos dois tipos de soluto. Este acréscimo tem como consequência o
abaixamento da temperatura de solidificações nesses pontos, e elas serão as últimas a serem
solidificadas.
Figura 2.9 Espaçamentos interdendríticos primários (λ 1), secundários (λ2) e terciários (λ3):
(a) Esquema representativo; (b) Imagem em MEV mostrando o desenvolvimento de
dendritas em uma superliga à base de níquel.
do material solidificado (CRUZ et al., 2008; REIS et al., 2013). A literatura relata que os
espaçamentos microestruturais diminuem com o aumento de V L e de TR (BOUCHARD &
KIRKALDY, 1997; HUNT & LU, 1996). Desta forma, sistemas de solidificação que
promovam a formação de microestruturas refinadas, contribuem para a obtenção de produtos
de melhor resistência mecânica (CRUZ et al., 2008; REIS et al., 2013).
Çadirli (2013) estudou a evolução da microestrutura das ligas do sistema Al-Cu com
cinco diferentes concentrações de soluto durante a solidificação direcional ascendente em
regime estacionário de fluxo de calor utilizando um dispositivo de solidificação do tipo
Bridgman e notou que a microdureza aumentou com os crescimentos de T R e da concentração
de soluto, mas diminuiu com o aumento do espaçamento dendrítico (Figura 2.10).
Figura 2.11 Micrografia obtida pela técnica de microscopia eletrônica de varredura (MEV)
exibindo um arranjo dendrítico
(a) (b)
As ligas do sistema binário Al-Cu são amplamente utilizadas nos setores automotivo e
aeronáutico, em aplicações nas quais há solicitação de resistência e tenacidade. As propriedades
mecânicas das ligas Al-Cu dependem diretamente das características que o elemento de liga lhe
proporciona. O cobre é um dos mais importantes elementos nas ligas de alumínio devido sua
alta solubilidade, com a formação da fase θ na matriz rica em Al (D’ELIA et al., 2015). Ele é
adicionado às ligas de alumínio para aumentar sua resistência mecânica, dureza, tenacidade à
fratura, resistência à fadiga e melhora da usinabilidade. As mais utilizadas são as ligas de
alumínio contendo entre 4 a 10% Cu, em peso (OSORIO et al., 2008). As ligas de alumínio que
melhor respondem aos tratamentos térmicos são as que contém de 2 a 5% de Cu (ARAVIND
et al., 2004; SPINELLI et al., 2004; TILLOV et al., 2012), no entanto, as adições de cobre em
ligas à base de alumínio podem reduzir a resistência às trincas de contração, a fluidez do metal
em fusão e a resistência à corrosão (OSÓRIO et al., 2011; TOTTEN & MACKENZIE, 2003).
Durante a solidificação das ligas Al-Cu várias fases intermetálicas que podem ser
observadas no diagrama de fases Al-Cu. As fases como Al2Cu (θ), AlCu (η2), Al3Cu4 (ζ2) e
Al4Cu9 (γ1) são formadas durante a transformação da fase líquida para a fase sólida (CHEN &
HWANG, 2007). O composto intermetálico Al2Cu, conhecido como fase θ, consiste em um
composto tetragonal com a = b = 4,28 Å. e c = 2,40 Å, conforme determinado através de padrões
de difração de raios-X, denominada fase de Owen (WANG & FAN, 2019), é uma das fases
responsáveis pelo aumento na resistência mecânica das ligas Al-Cu, que se precipita nas regiões
36
Estudos apontam que a liga Al-4%Cu quando resfriada a taxa de 0,16 K/s, já apresentava
o patamar eutético característico nas curvas de análise térmica (FORNARO & PALACIO,
2009). Dehnavi et al. (2015) também encontraram resultados semelhantes ao analisarem os
perfis térmicos das ligas Al-3,7%Cu e Al-4,8%Cu resfriadas a 0,04 K/s, verificando
semelhantemente a presença da temperatura eutética (548ºC).
O resfriamento, durante a solidificação de ligas Al-Cu, pode ocorrer tão rápido ao ponto
de prejudicar a difusão do soluto (Cu) na fase sólida, alterando a curva solidus para menores
37
teores de cobre. No entanto, o líquido existente no sistema ainda poderá acomodar o soluto
remanescente. Admite-se que o equilíbrio é mantido na fase líquida como resultado de taxas de
difusão suficientemente altas nessa fase, já que não existe uma alteração equivalente na curva
liquidus. Com o avanço da fronteira sólido/líquido, a diferença entre a composição da liga e a
composição média atual da fase sólida pode ser tão grande que o processo de solidificação
continuará até que a temperatura eutética seja atingida. Este líquido, ao solidificar formará o
"eutético de não equilíbrio" ou "fase de não equilíbrio" (Al 2Cu no caso de ligas Al-Cu),
principal responsável pelo aumento de resistência mecânica em ligas binárias de Al-Cu
(ESKIN, 2008; VASCONCELOS, 2016).
Figura 2.13 Representação esquemática para solidificação fora das condições de equilíbrio
aplicada ao sistema Al-Cu (C0=4%Cu).
Entende-se por usinagem a operação que confere a uma determinada peça forma,
dimensões ou acabamento, ou ainda uma combinação qualquer desses três itens por retirada de
cavaco (KLOCKE & KÖNIG, 2008).
38
Klocke et al. (2001), diz que a usinagem pode ser considerada um sistema tribológico
com variáveis de entrada e saída, onde o desgaste da ferramenta é o principal fator de perda
decisivamente, afetando a variável de uso do sistema, que é a sua capacidade de moldar
materiais.
Para Wright & Trent (2000), a usinabilidade de um material pode ser definida como a
facilidade com a qual ele pode ser usinado, podendo ser avaliada pela vida útil da ferramenta,
taxa limite de remoção de metal, forças de corte, acabamento superficial ou formato do cavaco
(apud RAHMAN et al., 2003; GONÇALVES & SILVA, 2015).
Para Machado et al. (2009), usinagem pode ser definida como um processo de
fabricação com remoção de cavaco, e de forma mais abrangente, define como uma operação
que confere forma à peça, dimensões e acabamento, produzindo cavaco. Entendendo-se por
cavaco, porção de material da peça retirada pela ferramenta e caracterizada por apresentar forma
geométrica irregular.
Segundo Silva & Wallbank (1999), em relação aos processos de fabricação, a usinagem
é provavelmente o processo de fabricação mais amplamente utilizado e os metais e ligas
formam o grande percentual de materiais usinados, sendo necessário entender o conceito de
usinabilidade.
Figura 2.15 Alguns processos de torneamento: (a) cilíndrico externo; (b) cônico externo; (c)
curvilíneo; (d) cilíndrico externo; (e) cilíndrico interno; (f) sangramento radial.
Wright & Trent (2000) afirmam que a APC é uma estrutura dinâmica, sendo construída
por sucessivas camadas encruadas sob condições extremas de deformação. A instabilidade
deste material aderido é um fator que exige atenção pois enquanto está aderida na ferramenta,
pode gerar perda de qualidade superficial da peça e quando atinge um determinado tamanho,
pode ser arrancado pelo cavaco causando danos na superfície de saída da ferramenta.
Para o torneamento das ligas de alumínio são utilizadas condições de corte que
dependem do tipo da liga, do material e da geometria da ferramenta. As ligas de alumínio
tendem a apresentar a aresta postiça de corte (APC) devido a ductilidade, neste caso as
velocidades de corte não devem ser menores que 90 m/min afim de evitar a sua formação
(TOROPOV et al., 2005).
talvez seja um tanto óbvio deduzir, quanto mais complexos são esses materiais mais caro é o
custo do ferramental (CASARIN, 2018).
Segundo Machado et al. (2009), os materiais das ferramentas de corte devem apresentar
as seguintes propriedades desejáveis: alta dureza, tenacidade suficiente para evitar falhas por
fratura, alta resistência ao desgaste abrasivo, alta resistência à compressão, alta resistência ao
cisalhamento, boas propriedades mecânicas e térmicas em temperaturas elevadas, alta
resistência ao choque térmico, alta resistência ao impacto e ser inerte quimicamente.
2.4.2 Usinabilidade
Com a necessidade de maior qualidade das peças produzidas por diversos processos de
fabricação para a utilização na indústria, o acabamento superficial se torna um fator
determinante já que influencia no funcionamento de diversos dispositivos. A condição final de
uma superfície usinada é resultado de um processo que envolve deformações plásticas, ruptura,
recuperação elástica, geração de calor, vibração, tensões residuais e, às vezes, reações químicas.
Todos estes fatores podem ter efeitos diferentes na nova superfície e, portanto, engloba um
grande número de alterações sofridas por ela (MACHADO et al., 2009).
Temperatura de corte
O conhecimento dos fatores que influenciam a geração de calor é necessário para reduzir
custos no processo de usinagem. De acordo com Majumdar et al. (2005), a produtividade na
usinagem é dependente da quantidade de remoção de cavaco, influenciada pelo aumento da
velocidade de corte e/ou avanço, as limitações estão na capacidade da máquina-ferramenta e
nas ferramentas de corte. Entretanto, esta não é a maior preocupação ao usinar alumínio,
magnésio e algumas de suas ligas, pois existem outros problemas, como a habilidade de
controlar grandes quantidades de cavaco se movendo rapidamente, podendo limitar a taxa de
material removido (WRIGHT & TRENT, 2000).
da peça de trabalho (Figura 2.18). Se a ferramenta não é afiada, uma quantidade de calor de
fricção também será gerada na interface da ferramenta de trabalho. A maior parte do calor é
dissipada pela ferramenta, enquanto o restante é conduzido através da ferramenta e pela
convecção através da peça de trabalho. Se nenhum líquido de arrefecimento é usado à perda de
calor para o ar ambiente é desprezável (CHANG, 2007; YILDIZ & NALBANT, 2008).
Figura 2.18 Zona de geração de calor em usinagem (simulação feita através do software
AdvantEdge FEM)
Foi realizada uma investigação sobre furação a seco em placas de alumínio B319 com
pequenas quantidades de aditivos de livre-corte por Dasch et al. (2009). A Figura 2.19 apresenta
a medição de temperatura feita durante o processo evidenciando menores valores de
temperatura para a liga com adição de chumbo. Foi identificada uma nano camada de alumínio
enriquecido por aditivo na broca revestida, criando uma interface solida lubrificante que
auxiliou a evacuação do cavaco e a redução da temperatura. Nestes testes, a temperatura foi
adquirida através de imagens termográficas tomadas ao lado da placa de alumínio, 2,5 mm a
partir do furo utilizando uma câmera infravermelha.
46
Figura 2.19 Comparação das temperaturas durante a furação de ligas de alumínio com 0%
de chumbo na B319 e com 0,17% de chumbo na B319(Pb). Cada pico corresponde a um
furo.
Segundo Machado et al. (2009), podem ser destacados três fenômenos principais pelos
quais uma ferramenta diminui sua capacidade de corte em usinagem, pois geram alteração na
geometria da aresta de corte: deformação plástica, avarias, desgastes. O primeiro faz com que
o material seja deslocado, enquanto que os dois últimos estão associados à perda de material.
Figura 2.21 Desgaste na ferramenta de corte: (a) desgaste de flanco; (b) desgaste de
cratera; (c) desgaste de entalhe
O desgaste de entalhe (Figura 2.21c) pode ocorrer nas superfícies principal e secundária
de folga da ferramenta devido aos efeitos localizados como, por exemplo, o encruamento da
peça, a presença de óxidos e as altas temperaturas resultantes do corte. Esse desgaste aparece
sempre nas regiões coincidentes com as arestas laterais do cavaco e ocorre da usinagem de
materiais resistentes a altas temperaturas (ex. ligas de Ni, Ti, Co e aços inoxidáveis)
(MACHADO et al., 2009). Conforme Mills & Redford (1983), esse tipo de desgaste não afeta
significantemente as propriedades de corte da ferramenta; entretanto, pode levar a sua falha.
Figura 2.22 Parâmetros utilizados para medir os desgastes das ferramentas de corte
Mecanismos de desgastes
Diniz et al. (2014), descrevem adesão (ou aderência) como um mecanismo de desgaste
provocado pela formação um extrato metálico resistente no contato entre a ferramenta e o
cavaco e/ou a peça sob cargas moderadas a baixas velocidades de corte. Isso faz com que
partículas do cavaco e/ou peça migrem para a superfície (de saída e/ou de folga) da ferramenta,
gerando a aderência de material. Ao separar esse material aderido da superfície, fragmentos
microscópicos são arrancados da ferramenta e arrastados junto ao fluxo de material adjacente à
interface, promovendo o desgaste.
Machado et al. (2009), citam que no mecanismo de desgaste por difusão, a transferência
de átomos no contato entre ferramenta e cavaco (principalmente) depende da temperatura, do
tempo do contato e da solubilidade (afinidade físico-química) dos materiais envolvidos na zona
de fluxo. No corte de aços, a difusão dos átomos de Fe do cavaco para a ferramenta de metal-
duro muda as condições de equilíbrio entre os elementos constituintes da mesma, levando a
uma reação química entre essa e o cavaco. Essas reações químicas provocam a dissociação de
carbonetos de tungstênio (WC), formando um carboneto complexo do tipo (FeW) 23C6 e
liberando carbono. Esse novo carboneto tem uma resistência à abrasão muito menor que o
original, fragilizando a ferramenta de corte. TiC e TaC são carbonetos mais estáveis, presentes
em algumas ferramentas, que dificultam a formação de carbonetos complexos e impedem o
enfraquecimento da ferramenta no corte de aços. A difusão é responsável principalmente pelo
desgaste de cratera em altas velocidades de corte.
Diniz et al. (2014), explica que a separação da contribuição de cada mecanismo para a
geração do desgaste é praticamente impossível. Porém, é possível conhecer a influência de cada
fenômeno em função da temperatura na região de corte. Assim, em velocidades de corte baixas,
o desgaste pode ser elevado em função da abrasão e da aderência e arrancamento de material
por attrition. Em velocidades de corte maiores, o desgaste é causado principalmente por abrasão
combinado a fatores cuja intensidade depende diretamente da temperatura, como a difusão e a
oxidação.
Um estudo realizado por Ashrafi et al. (2012) sobre o efeito do desgaste de ferramenta
durante perfuração à seco do alumínio 2024 – utilizando brocas HSS e HSCo 6mm – detectou
53
Figura 2.24 Imagens dos desgastes de ferramenta e aresta postiça de corte; (a) Ferramenta
A, V=28 m/min, (b) Ferramenta A, V=94 m/min, (c) Ferramenta B, V=28 m/min, (d)
Ferramenta B, V=94 m/min.
Ashrafi et al. (2012), afirma que, apesar dos desenvolvimentos recentes em relação a
ferramenta de corte, as ferramentas HSS ainda são uma escolha econômica devido à resistência
relativamente alta e viabilidade de fabricação de geometrias complexas de brocas de aço rápido,
além do baixo preço, tornando esta ferramenta uma escolha comum para perfurar materiais
macios como o alumínio.
de desgaste por adesão foram a principal causa de modificação na geometria inicial da área de
corte e encurtamento da vida útil das ferramentas. O material aderido no flanco e na face de
saída da ferramenta durante a usinagem, mostra uma influência direta da agressividade das
condições de corte, com base na taxa de avanço, velocidade de corte e parâmetros de
profundidade (NIKNAM et al., 2018).
Figura 2.25 Imagens dos desgastes de ferramenta e aresta postiça de corte; (a) Ferramenta
A V=28 m/min, (b) Ferramenta A V=94 m/min, (c) Ferramenta B V=28 m/min, (d)
Ferramenta B V=94 m/min.
Ainda Ponce et al. (2019) apontam uma relação direta entre os desgastes da ferramenta
e parâmetros de corte, onde o avanço é mostrado como um parâmetro de controle para os
mecanismos de adesão e velocidade de corte para os fenômenos de desgaste por abrasão. Ao
aumentar esses parâmetros, os efeitos do mecanismo de desgaste também aumentam, reduzindo
drasticamente a vida útil da ferramenta de corte podendo chegar à falha.
Vida da ferramenta
Ligas fundidas com teores de silício maiores que 12% só podem ser usinadas
satisfatoriamente com ferramentas de metal duro e diamante; a velocidade deverá ser diminuída
com aumento do teor de silício. Além disso, nenhuma liga com mais de 5% de silício permite
a obtenção de superfícies brilhantes. As ligas não tratáveis termicamente e as tratáveis no estado
recozido tendem a formar cavacos contínuos em forma de fita na usinagem, apresentar
acabamento superficial ruim e uma tendência grande ao empastamento da ferramenta, mesmo
com velocidades de corte altas. Tais ligas não são recomendadas para componentes usinados;
se a sua utilização for imprescindível, devem ser usadas ferramentas com grande ângulo de
saída e fluido de corte especial. A característica de usinagem pode ser melhorada endurecendo-
se o material por laminação à frio ou trefilação e pela adição de elementos de liga ao alumínio.
Geralmente as ligas de alumínio moles (e algumas duras) têm tendência a formar aresta postiça.
A aresta postiça resulta da adesão de material da peça usinada altamente encruado que
se acumula na superfície da ferramenta de saída do cavaco e assume a função de corte. Esse
acúmulo de partículas do material usinado aparece quando a velocidade de corte (𝑣𝑐) é muito
baixa, a geometria da ferramenta é negativa ou há necessidade de fluido de corte (GÓMEZ-
PARRA et al., 2013).
58
A aresta postiça pode ser minimizada com a aplicação de fluido de corte, utilização de
velocidades de corte mais altas e acabamento da ferramenta polido, sem rebarbas e riscos
profundos (WEINGAERTNER & SCHROETER, 1990).
Estudos sobre as características de desgaste e resistência de ligas de Al- (Si; Fe; Mg;
Cu; Ni) de alta resistência mecânica foram realizados na última década. Taghiabadi & Ghasemi
(2009) investigaram o efeito de teor de Fe no comportamento ao desgaste e propriedades de
tração de ligas de Al-Si. Foi observado uma melhoria de aproximadamente 10% na resistência
ao desgaste com o acréscimo de 0,7% de Fe na liga; no entanto, a adição de Fe até 1,8% reduziu
a resistência ao desgaste. Soundiah (2014) relatou um estudo sobre os efeitos do tempo de
solidificação na amostra cilíndrica em relação a dureza, taxa de desgaste e o coeficiente de atrito
da liga Al-Si-Cu e os resultados mostraram que a taxa de desgaste é inversamente proporcional
à dureza da liga.
Recentemente, Kaiser et al. (2018) relataram um estudo sobre o efeito de Fe, Ni e Adição
de Cr no comportamento de desgaste da liga automotiva hipereutética Al-Si. Verificou-se que
a adição de Fe na liga de base aumentou a taxa de desgaste devido à formação de compostos
intermetálicos agulha-β e a adição de Ni não afetou a microestrutura. Por outro lado, a adição
de Cr reduziu os efeitos deletérios do Fe e melhorou a resistência ao desgaste.
mais refinada, além dessa estrutura apresentar, mesmo em regime de corte contínuo,
características de corte intermitente. Já Silva et al., (2018) ao analisarem a correlação entre
temperatura de corte e microestrutura na mesma liga citada, concluíram que as temperaturas
máximas de corte aumentaram com o aumento do espaçamento dendrítico secundário,
entretanto ainda há uma vasta gama de estudos a serem realizados a fim de avaliar o efeito
desses aspectos microestruturais na usinabilidade de ligas, especialmente de alumínio.
Para ter alta produtividade, o alumínio pode ser usinado com altas velocidades de corte,
acima de 1000 m/mim, necessitando de alta potência, até 5 vezes as necessárias para usinar
aços em condições normais. Neste caso, a máquina deve apresentar alta rigidez, transporte
adequado de cavaco (altas velocidade de corte produzem grande quantidade de cavaco),
proteção adequada ao operador (devido à alta produção e cavaco ou soltura da peça), utilização
de fluido de corte (dependendo da exigência de qualidade superficial) e sistema de fixação
adequado da peça (SOUSA, 2013).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O dispositivo possui acoplado à sua estrutura uma haste metálica munida de furos
passantes de diâmetros de 2 mm, onde são dispostos os termopares que, previamente conectados
ao registrador de temperaturas FieldLogger, realizam as medições de temperatura no metal
líquido em diferentes posições em relação à câmara de resfriamento (BARROS, 2016).
Figura 3.4 (a) Balança digital; (b) Cadinho e (c) Forno mufla
(a) (b)
Fonte: (BARROS, 2016a; DIAS FILHO, 2012).
A taxa de resfriamento (TR), para cada posição dos termopares foram obtidas
experimentalmente a partir das interseções das retas de cada temperatura liquidus (TL) com as
curvas de resfriamento para cada posição dos termopares, e através do quociente das
temperaturas imediatamente antes e depois da TL e dos tempos correspondentes, isto é, TR =
dT/dt. Maiores detalhes podem ser encontrados nos trabalhos de Dias Filho (2012) e Barros
(2016a).
Após a obtenção dos perfis térmicos, o lingote obtido (Figura 3.6) foi secionado
longitudinalmente ao meio, sendo uma das metades utilizada para caracterização
macroestrutural. Para isso as amostras foram lixadas com lixas de granulometria variando de
100 até 600. Em seguida a superfície recebeu um ataque químico por imersão através de uma
solução aquosa com a seguinte composição: 5 ml HF, 1,5 ml HNO 3, 3 ml HCl e 90,5 ml H2O,
durante 30 segundos. O resultado do ataque químico é a revelação da macroestrutura, que é
utilizada para aferir a direcionalidade da solidificação mostrado na Figura 3.7 e Figura 3.8.
Figura 3.6 Representação esquemática: (a) corte perpendicular do lingote; (b) macrografia
(a) (b)
Os cortes são realizados de duas formas diferentes, na configuração que está apresentada na
Figura 3.9, onde foi retirada uma secção longitudinal do centro do meio-lingote e seccionados em
pequenos pedaços nas direções longitudinais e transversais, para caracterização microestrutural,
visando a obtenção e quantificação dos espaçamentos dendríticos.
69
Com as amostras lixadas e limpas, elas foram polidas com abrasivo (pasta de diamante)
de 1 μm. O polimento também foi realizado com o auxílio de politrizes rotativas, tornando
assim a superfície a ser analisada pronta para o ataque químico. A revelação das microestruturas
ocorreu mediante imersão das amostras em uma solução aquosa de 5% NaOH por um tempo
30 segundos. Em seguida, foram realizadas análises microscópicas com auxílio do sistema de
processamento de imagens Olimpus, modelo UC30, acoplado ao software de captura de
imagem Analise Sys e Image J, para as ligas Al-6%Cu e Al-3%Cu, respectivamente.
4ª ETAPA – Usinagem
Figura 3.11 Imagem ilustrativa das (a) posições de corte; e (b) bedame e porta-ferramenta
Peça usinada
Bedame
(a) (b)
Para a liga Al-3%Cu, Leal (2018) adotou os seguintes parâmetros de corte nos 04
sangramentos: avanço de 0,1mm/rot; rotação de 710rpm; velocidade de corte de 67 m/min com
profundidade de corte variável. Para os 06 sangramentos da liga Al-6%Cu, os parâmetros de
corte adotados foram: avanço de 0,1mm/rot; rotação de 630rpm; velocidade de corte de 43,6
m/min com profundidade de corte variável.
72
Figura 3.13 (a1) Posicionamento da amostra no torno (a) amostra fixada na castanha do
torno; (b) castanha de fixação; (c) bedame acoplado ao porta bedame; (d) camera para
aquisição de dados térmicos; (b1) Imagem da câmera para aquisição de dados térmicos
(a1) (b1)
Vale ressaltar que durante a usinagem não foi aplicado nenhum tipo de lubrificante ou
líquido de arrefecimento, pois eles interfeririam diretamente na geração de calor, tornando o
processo extremamente complexo de ser modelado. Na Figura 3.15 é exemplificado de forma
geral como ocorreu a captura de dados pela câmera termográfica. Através de um tripé
basculante a câmera é acoplada e ajustada diretamente para o local desejado, dentro da faixa de
resolução da termocâmera.
Figura 3.15 Disposição do termômetro com relação ao torno convencional utilizado para os
ensaios.
Termocâmera
Castanha onde a
peça a ser
usinada é fixada
Após as etapas experimentais, todos os dados numéricos obtidos desde a preparação das
ligas (parâmetros térmicos – TR – e microestruturais – espaçamento dendrítico), até os
75
4 𝜀𝑎𝑝
𝑇𝑟 = 𝑇𝑎𝑝 ∗ √
𝜀𝑟
Onde Tr e Tap são as temperaturas real e aparente (medida com a emissividade padrão)
e ɛr e ɛap são as respectivas emissividades.
A Figura 3.18 mostra o gráfico com o perfil de temperatura de corte (ºC) em função do
tempo (s) indicando as temperaturas reais já convertidas, considerando a emissividade do cobre.
Figura 3.18 Valores reais de temperatura de corte em função do tempo calculados com a
emissividade do cobre
Temperatura Média de Corte do Al-3%Cu por segundo
85
80
Posição 1
Posição 2
75 Posição 3
70
Posição 4
Temperatura de Corte (°C)
65
60
55
50
45
40
35
30
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (s)
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste caso, com a velocidade de corte determinada e sem utilização do fluido de corte,
foi gerado um aumento na velocidade de escoamento do cavaco que consequentemente,
ocasionou um aumento significativo da temperatura sobre a superfície de saída da ferramenta,
conforme resultados obtidos na literatura (BOTELHO et al., 2017; LIST et al., 2005).
75
70
Posição 1
65 Posição 2
Posição 3
60
Temperatura de Corte (°C)
Posição 4
55
50
45
40
35
30
25
0,0 4,1 8,2 12,3 16,4 20,5 24,6 28,7 32,8 36,9 41,0 45,1 49,2 53,3 57,4
Tempo (s)
Fonte: Adaptado de (RODRIGUES & RIBEIRO, 2014)
79
Figura 4.2 Taxa média de aquecimento em função da posição de corte na liga Al-3%Cu
Variação da Temperatura em Função da Posição de Corte
1,8
Taxa Média de Aquecimento, Taq (°C/s)
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6 Al-3,0wt% Cu
0,69
Taq = 0,159.P
0,4 2
R = 0,83
0,2
5 10 15 20 25 30 35
Posição, P (mm)
Fonte: Adaptado de (RODRIGUES & RIBEIRO, 2014)
80
1,8
1,6
Taxa Média de Aquecimento, Taq (°C/s)
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
Liga Al-3,0wt% Cu
0,4 2
Taq = 0,0113. R = 0,83
0,2
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
As Figura 4.4 a Figura 4.7 mostram as pontas das ferramentas (vista do lado A e B) após
cada um dos sangramentos e a Erro! Fonte de referência não encontrada. mostra os valores
de desgaste máximo (VBmax) medidos. As ferramentas tiveram seus gumes postiços removidos
manualmente para que o desgaste real da ferramenta pudesse ser verificado. Leal (2018) ao
observar as imagens, com base apenas em inspeção visual, verificou a predominância do
desgaste de flanco da ferramenta.
Figura 4.4 Bedame utilizado na posição 1 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B
(a) (b)
81
Figura 4.5 Bedame utilizado na posição 2 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B.
(a) (b)
Figura 4.6 Bedame utilizado na posição 3 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B.
(a) (b)
Figura 4.7 Bedame utilizado na posição 4 para a liga Al-3%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B.
(a) (b)
Como já discutido por Leal (2018), o desgaste de flanco encontrado na liga Al-3%Cu
pode ter sido originado pela combinação de dois mecanismos: adesão e/ou abrasão. Diversos
trabalhos afirmam que em ligas Al-Cu, o desgaste de ferramenta é causado principalmente pelo
mecanismo de adesão (BATISTA et al., 2010; BATISTA et al., 2019; NOUARI et al., 2003).
Aqui também a formação da aresta postiça juntamente com a geometria do corpo-de-prova
(retangular) podem ter sido alguns dos fatores que favoreceram ainda mais o mecanismo de
adesão.
Vale ressaltar que as posições 5 e 6 não serão representadas nos demais gráfico devido
aos seguintes motivos:
Figura 4.9 Taxa média de aquecimento em função da posição de corte na liga Al-6%Cu
Variação da Temperatura em Função da Posição de Corte
1,5
1,3
1,2
1,1
1,0
0,9
Al-6.0wt% Cu
0,335
0,8 Taq = 0,431.P
2
R = 0,98
0,7
5 10 15 20 25 30 35
Posição, P (mm)
1,5
1,4
1,3
Taxa Média de Aquecimento, Taq (°C/s)
1,2
1,1
1,0
0,9
0,8
0,7
Liga Al-6,0wt% Cu
0,832 2
0,6 Taq = 0,043.2 ; R = 0,98
30 35 40 45 50 55 60 65 70
As Figura 4.11 a Figura 4.14, mostram as pontas das ferramentas (vista do lado A e B)
após cada um dos sangramentos e a Tabela 4-2 a Tabela 4-5 mostram os valores de desgaste
medidos nas ferramentas evidenciando o desgaste máximo (V Bmax) medidos. Da mesma forma
que para a liga Al-3%Cu, as ferramentas tiveram seus gumes postiços removidos manualmente
para que o desgaste real da ferramenta pudesse ser verificado. Através de inspeção visual das
imagens das ferramentas de corte, nota-se também a predominância do desgaste de flanco da
ferramenta.
Figura 4.11 Bedame utilizado na posição 1 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B
(a) (b)
Figura 4.12 Bedame utilizado na posição 2 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B
(a) (b)
Figura 4.13 Bedame utilizado na posição 3 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B
(a) (b)
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 4.14 Bedame utilizado na posição 4 na liga Al-6%Cu: (a) Lado A; (b) Lado B
(a) (b)
Para a liga Al-6%Cu o maior valor de desgaste encontrado fora de 0,29 mm. Também
de acordo com a NBR ISO 3685 (ABNT, 2017) e usando como critério o desgaste máximo de
ferramenta VBmax = 0,6 mm, considerando o desgaste irregular, nota-se que o fim de vida útil
da ferramenta não foi alcançado em nenhum dos sangramentos, apesar do processo ocorrer em
condições severas.
0,140
0,135
0,130
0,125
0,120
0,115
0,110
5 10 15 20 25 30 35 40
Posição, P (mm)
Figura 4.16 Desgaste máximo em função do espaçamento dendrítico secundário na liga Al-
Desgaste Máximo em função do3%Cu
Espaçamento Dendrítico Secundário
0,155
Al-3,0wt% Cu
0,150 -0,318
Vbmáx = 0,32.2
2
0,145 R = 0,98
Desgaste Máximo, Vbmáx (mm)
0,140
0,135
0,130
0,125
0,120
0,115
0,110
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
0,026 R = 0,92
0,024
0,022
0,020
0,018
0,016
0,014
0,012
0,010
5 10 15 20 25 30 35 40
Posição, P (mm)
Figura 4.18 Desgaste máximo em função do espaçamento dendrítico secundário na liga Al-
6%Cu
Desgaste Máximo em função do Espaçamento Dendrítico Secundário
0,030 Al-6,0wt% Cu
-1,22
0,028 Vbmáx = 1,89.2
2
Desgaste Máximo, Vbmáx (mm)
0,026 R = 0,92
0,024
0,022
0,020
0,018
0,016
0,014
0,012
0,010
30 35 40 45 50 55 60 65 70
Temperatura
Tamanho da Partícula
Tempo de corte
Figura 4.20 Micrografias obtidas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) para a
liga Al-3%Cu, nas posições 10 e 70 mm em relação à interface refrigerada (metal/molde).
Figura 4.21 Micrografias obtidas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) para a
liga Al-6%Cu, nas posições 10 e 70 mm em relação à interface refrigerada (metal/molde).
1,8
1,6
Taxa de Aquecimento, Taq (°C/s)
1,4
1,2
1,0
0,8 Al-3,0wt% Cu
Al-6,0wt% Cu
0,6 1,538 2
Taq=0,0113.2 ; R =0,83
0,4 0,832 2
Taq=0,043.2 ; R =0,98
0,2
10 20 30 40 50 60 70
Espaçamento Dendrítico Secundário, 2 (m)
Figura 4.23 Desgaste máximo em função do espaçamento dendrítico secundário das ligas
Al-3%Cu e Al-6%Cu
Desgaste Máximo em função do Espaçamento Dendrítico Secundário
0,16
Al-3,0wt% Cu
0,14 Al-6,0wt% Cu
-0,318 2
Vbmáx = 0,32.2 ; R = 0,98
0,12
Desgaste Máximo, Vbmáx (mm)
-1,223 2
Vbmáx = 1,89.2 ; R = 0,92
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
10 20 30 40 50 60 70
Figura 4.24 Desgaste máximo em função da taxa de resfriamento das ligas Al-3%Cu e Al-
6%Cu
Desgaste Máximo em função da Taxa de Resfriamento
0,12
Desgaste Máximo, Vbmáx (mm)
0,10
0,08
0,06
0,04
Al-3,0wt% Cu
Al-6,0wt% Cu
0,72 2
0,02 Vbmáx = 0,016.TR ; R = 0,71
0,076 2
Vbmáx = 0,11.TR ; R = 0,83
0,00
1 2 3 4 5 6 7
Sabe-se da literatura (BARROS et al., 2019; BARROS et al., 2016; BARROS et al.,
2015; COSTA et al., 2014; ROCHA et al., 2003; BARROS et al., 2017, 2016;
VASCONCELOS et al., 2016; SOARES, 2016), que a liga Al-3%Cu possui maiores taxas de
resfriamento que a liga Al-6%Cu. Observando-se o gráfico da Figura 4.25, para um mesmo
valor de taxa de resfriamento tem-se maiores valores de espaçamento dendrítico secundário
para a liga Al-6%Cu, ou seja, uma estrutura mais grosseira e distribuição mais heterogênea da
fase θ.
97
100
60
40
20
0
50 100 150 200 250 300
5.1 Conclusões
• Sugere-se que ligas de alumínio com baixo teor de soluto, submetidas à usinagem com
alta velocidade de corte e sem uso de fluido de refrigeração, apresentam uma vida útil
satisfatória apesar do desgaste de ferramenta identificado;
• Conclui-se que o teor de soluto não foi o responsável pelo aumento das taxas de
aquecimento médias, como era esperado, com a liga Al-3%Cu apresentando maiores
valores em relação à liga Al-6%Cu. Esses resultados são observados por conta do
comportamento termomecânico das partículas de Al2Cu, que são mais grosseiros e
possuem distribuição mais heterogênea na liga Al-3%Cu.
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