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2012
Dedicatória
A todos os amigos e familiares que nos apoiaram, mais precisamente nesses cinco
anos de caminhada.
Aos professores e profissionais que muito nos ensinaram sobre nossa carreira e nos
ensinaram a enxergar o mundo lá fora.
Em especial, nossos pais, porto seguro pra onde corríamos sempre que a vida exigisse.
Agradecimentos
À Deus, fonte de vida e sabedoria, que sempre nos guiou, nos fez forte para que
superássemos as adversidades da vida.
Aos nossos pais, que se fizeram fortes o tempo todo, não nos deixando perceber suas
fraquezas para que também nós pudéssemos ser fortes e não desistir pelo caminho.
Aos demais familiares, pelo apoio, confiança, as inúmeras orações e as palavras de
incentivo.
Aos colegas de trabalho da Cameron e Vale Soluções em Energia, que nos apoiaram na
execução deste trabalho.
Às professoras orientadoras MSc. Erika Peterson Gonçalves e MSc. Natália
Fedumenti, pela paciência, dedicação em nos ensinar e guiar, sempre buscando o melhor
resultado final.
Aos profissionais Daniel Catarina, Diego Souza e Aline Maciel que muito nos
ajudaram nas técnicas laboratoriais.
À Multialloy que nos cedeu alguns dos materiais para estudo.
Aos colegas de classe pelos momentos difíceis de incertezas e os inúmeros de
descontração.
Em especial aos amigos Raquel, Afonso, João Pontes, Ricardo Lucianetti, Carlos
Picoli, Juliane, Jucilaine, Bruno, Samara e Agnes, que sempre estiveram por perto, que
disseram verdades entre um chopp e outro, que acompanharam nossas vitórias e fizeram
piadas amenizando nossos problemas.
E à nossa parceria, por termos concluído este trabalho sem desavenças e por ter
tornado nossa amizade ainda mais forte.
Resumo
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11
Ligas Metálicas ..................................................................................................................................... 11
Processo de preparação metalográfica .............................................................................................. 12
Avaliação de Microestrutura ............................................................................................................. 14
Estrutura Dendrítica ...................................................................................................................... 14
Contorno de grão ........................................................................................................................... 14
Contornos de macla ....................................................................................................................... 16
Propriedades Mecânicas - Dureza ..................................................................................................... 17
Objetivo Geral ................................................................................................................................... 17
Objetivos Específicos .................................................................................................................... 17
MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................. 19
Etapas de desenvolvimento ............................................................................................................... 19
Obtenção de Materiais....................................................................................................................... 20
Preparação dos corpos de prova ........................................................................................................ 21
Ataque Químico ................................................................................................................................ 22
Análise Microestutural ...................................................................................................................... 23
RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................................... 24
Ataques Químicos ............................................................................................................................. 24
Liga Inconel X750......................................................................................................................... 24
Liga Inconel 718............................................................................................................................ 25
Liga IN 713C................................................................................................................................. 27
Liga MAR M247 ........................................................................................................................... 28
Microscopia Eletrônica de Varredura e Análise de Energia Dispersiva – MEV/EDS ...................... 29
Medidas de Microdureza ................................................................................................................... 31
CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 34
ANEXO I – CERTIFICADOS DE QUALIDADE INCONEL X750 ................................................... 36
ANEXO II - CERTIFICADOS DE QUALIDADE INCONEL 718 ..................................................... 37
ANEXO III – RESULTADOS INSATISFATÓRIOS .......................................................................... 38
ANEXO IV – ANÁLISE QUÍMICA EXPERIMENTAL PARA AS LIGAS ESTUDADAS ............. 43
ANEXO VI – MICRODUREZAS ........................................................................................................ 52
ANEXO VII – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 54
INTRODUÇÃO
Ligas Metálicas
11
estabilidade estrutural. Esta liga tem encontrado grande aceitação na classe das superligas,
devido a sua inerente fusibilidade, estabilidade e alto nível de resistência e ductilidade a
temperaturas elevadas. Entre as aplicações comerciais da liga pode-se citar: palhetas de
turbinas, guias para turbinas industriais, discos de turbinas e outros [6].
A liga forjada Inconel 718 de base níquel pode ser utilizada em temperaturas que
variam de 252 °C a 704 °C. A facilidade e a economia com a qual a liga Inconel 718 é
processada, aliada com as propriedades de resistência a tração, corrosão, fadiga, deformação à
ruptura e fissuração após a solda, resultaram na sua ampla aplicação tais como componentes
de foguetes movidos por líquidos; anéis, carcaças e várias peças de chapa de metal para uso
em aeronaves, motores de turbina á gás, tanques criogênicos, parafusos e prisioneiros a altas
temperaturas, componentes para extração de óleo e gás e na engenharia nuclear [3,7].
O material MAR M247 é uma liga fundida de base níquel para aplicações que
requerem resistência à elevada temperatura até cerca de 1000 °C. A sua composição química
equilibrada oferece uma excelente combinação de propriedades mecânicas tais como:
resistência à tração e deformação de ruptura, resultados do reforço aprimorado por solução
sólida e contorno de grão reforçado [8]. Então, em solução sólida, há 60% da fase γ’ na matriz
γ e isso significa que a solução sólida é r eforçada por uma fase contendo cobalto, molibdênio,
cromo e tungstênio. Os carbonetos têm efeito de reforço nos contornos de grão, e também
contribuem para a resistência e ductilidade. Uma microestrutura que possui grãos finos
contribui para uma melhor resistência a fadiga em temperaturas moderadas (427-760°C). [9]
A liga forjada Inconel X750 de base níquel-cromo endurecida por precipitação, perde
essa característica em temperaturas acima de 704 °C. Este material, tratado termicamente
pode suportar temperaturas de até 982 °C. Esta liga também possui excelentes propriedades
em temperaturas criogênicas. É também resistente a diversas substâncias industriais
corrosivas, tanto sob as condições de oxidação quanto redução. Resiste ao ataque da oxidação
e outros mecanismos de corrosão a altas temperaturas até cerca de 700 °C [10].
As microestruturas dos metais e das ligas metálicas são função da sua composição
química, processos de solidificação e tratamento termomecânico. Portanto, estas variáveis de
processo determinam a resposta desses materiais em serviço. Por causa das relações entre
estrutura e as propriedades do material, a caracterização metalográfica constitui parte das
12
análises exigida para controle de processo, controle e garantia de qualidade e análise de falhas
[11].
Sendo assim, a microestrutura revela as características microscópicas do material
podendo determinar o sucesso de sua aplicação, além de averiguar se os requisitos de projeto
foram atendidos. Desta forma, torna-se necessário o uso de ensaios metalográficos [12].
Para materiais fundidos o corte deve ser realizado no sentido perpendicular a
superfície para exibir variações da estrutura do exterior para o interior da amostra. Em casos
onde os materiais estudados forem trabalhados a quente ou frio o corte pode ser transversal ou
longitudinal.
Os cortes nas seções transversais perpendicular ao eixo principal do material são
utilizados para revelar as variações na estrutura, distribuição de impurezas não metálicas,
descarbonetação, profundidade de imperfeições superficiais e corrosão, espessura de
revestimentos de proteção.
As seções longitudinais paralelas ao eixo principal do material determinam o conteúdo
de inclusão presente, grau de deformação plástica, presença ou ausência de bandas na
estrutura e a microestrutura obtida após o tratamento térmico.
O tamanho da amostra deve estar entre 12-25 mm para material quadrado e cilíndrico
e a altura deve ser adequada para o manuseio durante o polimento [12].
O corte da amostra deve ser cuidadoso a fim de não aquecer o material evitando a
alteração da estrutura do metal. Existem três tipos comuns de seccionamento:
• Serragem à mão ou à máquina: processo fácil e rápido, usado em materiais com
durezas inferiores a 350 HV;
• Corte abrasivo: produz uma superfície lisa além de ser mais rápido do que serrar. O
ponto de corte, lubrificantes, condições de arrefecimento, grau de dureza influenciam
a qualidade do corte;
• Cisalhamento: o material sob a forma de fios, folhas, chapas ou haste é cortada entre
duas lâminas opostas.
A limpeza durante todo o processo de preparação das amostras é fundamental para
evitar interferências na análise da microestrutura, sendo assim, todas as graxas, óleos,
refrigerantes e resíduos de lâmina de corte sobre o material deve ser removido antes do
polimento.
As amostras podem ser mecanicamente embutidas em um material de enchimento
deve ser escolhido para que não reaja com a amostra durante o processo. Polímero, cobre e
13
chumbo são os materiais mais utilizados para preenchimento. O material mais comumente
conhecido para este fim são as resinas fenólicas, baquelites [12].
Após embutidas devem ser lixadas utilizando primeiramente as lixas mais grossas e
seguir para polimento, a fim de obter uma superfície plana e especular [13].
Avaliação de Microestrutura
Estrutura Dendrítica
Contorno de grão
Contornos de grãos são regiões nos materiais policristalinos que possuem a estrutura
cristalina com a mesma orientação. Nos materiais metálicos, os contornos de grãos são
14
formados durante a solidificação, onde os cristais são gerados a partir de diferentes núcleos,
crescem simultaneamente e se encontram.
Os contornos de grãos só podem ser revelados em uma amostra polida e atacada. Uma
amostra policristalina polida, porém não atacada se levada ao microscópio de modo geral
aparecerá inteiramente branca, ou seja, não haverá a presença dos contornos de grãos.
Para determinar as propriedades do metal, os contornos de grãos são de grande
importância, no geral quando estão em baixas temperaturas apresentam-se muito fortes e não
causam o enfraquecimento do metal, pois dificultam a movimentação das discordâncias,
provocando assim um aumento da resistência mecânica. Por isso os materiais puros muito
deformados e grande parte das ligas quando estão à baixa temperatura sofrem trincas que se
desenvolvem através dos cristais e não pelos contornos de grãos, são as chamadas fraturas
transgranulares.
Sob altas temperaturas e com baixa velocidade de deformação há uma perda maior de
resistência dos contornos de grãos do que nos cristais, resultando em uma fratura
intergranular, pois o escorregamento através dos contornos de grãos dá origem a regiões de
fraqueza nos metais policristalinos [16].
O tamanho de grão é um parâmetro estrutural de grande importância de um metal puro
ou monofásico. Pode ser obtido com o método ASTM, no qual se define o número de
tamanho de grão como:
N = 2n-1, onde:
N é o número de grãos por polegada quadrada, numa superfície do material, polida e
contrastada, observada com uma ampliação de 100x;
n é um inteiro designado número ASTM de tamanho [17].
Em se tratando de propriedades mecânicas se não considerarmos a temperatura muito
elevada nos materiais policristalinos, podemos dizer que no geral, devem mostrar forte
dependência entre a resistência, tamanho de grão e dureza. Sendo assim, segundo Hill, quanto
menor o tamanho de grão, maior a dureza ou tensão de deformação plástica, onde a tensão de
deformação plástica é a tensão que, em um ensaio de tração, corresponde a um valor fixo de
deformação [16].
O deslocamento de átomos das posições que eles ocupariam em um cristal perfeito,
necessita de um aumento da energia do cristal. Toda discordância tem uma energia de
deformação associada, sendo assim, deverá haver também uma energia associada à fileira de
discordâncias que formam o contorno entre dois cristais [16].
15
A existência da energia interfacial que está associada ao contorno de grão se deve aos
fatores:
• Contornos de grão são regiões quimicamente mais reativas;
• Contornos de grão em temperaturas elevadas tendem a reduzir sua área,
consequentemente aumentando o tamanho médio do grão;
• As impurezas segregam em contornos de grão (e na maioria dos casos diminui a energia
do contorno).
• O contorno de grão possui átomos que ocupam posições distorcidas que tendem a
aumentar a energia no contorno. Como os contornos de grão possuem energia mais
elevada e estrutura mais aberta, são regiões mais favoráveis à nucleação e ao crescimento
de precipitados e fases na conformação [17].
Contornos de macla
As maclas podem ser consideradas um tipo de contorno de grão especial com uma
simetria especular, ou seja, os átomos que estão localizados de um lado do contorno tem sua
posição refletida do outro lado [17].
Durante a solidificação, deformação plástica, recristalização ou o crescimento de grão,
pode ocorrer o defeito de macla.
Podem ser distinguidas de duas formas conforme sua origem: macla de recozimento e
macla de deformação. Cristalograficamente as duas são idênticas na mesma estrutura.
Elevadas temperaturas dão origem as maclas de recozimento, que apresentam contornos
retilíneos, já as maclas de deformação são formadas ao longo da deformação a frio, e tem seus
contornos lenticulares [18].
As maclas tem sua formação em direções cristalográficas específicas e planos
cristalográficos definidos dependentes da estrutura cristalina. Maclas de recozimento são
comumente encontradas em metais com estrutura CFC, já as maclas de deformação (maclação
mecânica) podem ser observadas em metais HC e CCC [17,18].
Maclas de recozimento são geradas com mais frequência durante a recristalização e/ou
crescimento de grão. Materiais com baixa energia de empilhamento apresentam uma alta
frequência de maclas de recozimento, já que são encontradas com maior frequência nesses
materiais [17]
Macla de deformação (ou macla mecânica) é considerada uma deformação plástica,
não envolve difusão e para ocorrer precisa do movimento coordenado de átomos, que envolve
16
pequenos deslocamentos devido ao movimento. Tais características podem ser comuns em
transformações martensíticas. [18].
Propriedades Mecânicas - Dureza
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
17
• Analisar e/ou confirmar a composição química dos materiais selecionados neste
trabalho;
• Executar e reportar, testes complementares, se pertinentes.
18
MATERIAIS E MÉTODOS
Etapas de desenvolvimento
O trabalho desenvolvido contempla cinco grandes etapas como pode ser visto na
Figura 1.
Preparação Metalográfica
Ataque Químico
ASTM E407 Metals Handbook v. 9
Análise Microestutural
Comprovação da eficácia dos ataques
19
Obtenção de Materiais
As ligas que compõem o escopo deste trabalho foram selecionadas sob critério de
disponibilidade comercial tendo em mente as superligas utilizadas em turbinas. Foram
selecionadas quatro ligas de níquel.
Duas ligas metálicas foram fornecidas pela empresa Multialloy – Metais e Ligas
Especiais Ltda: Inconel X750 e Inconel 718, cuja análise química em porcentagem conforme
certificado do fabricante encontram-se na Tabela 1 e Tabela 2, respectivamente.
A liga metálica IN 713C, MAR M247 cujos resultados são de interesse da empresa, foi
disponibilizada pela empresa Vale Soluções em Energia S.A. A composição nominal destas
ligas foi retirada da literatura e confirmada por técnica experimental (EDS – Análise por
Energia Dispersiva) na própria VSE. Os resultados para ambas as ligas estão apresentados nas
Tabelas 3 e Tabela 4, respectivamente para Inconel 713C e MAR M247.
20
Tabela 4: Composição Química MAR M247
21
Ataque Químico
Tabela 5: Relação das soluções para ataques químicos em ligas de níquel e o procedimento de
execução conforme recomendado pela norma ASTM E407 – 07 [21].
22
foram atacados com as sete soluções propostas. Após o ataque as amostras foram lavadas em
água corrente para paralisar o processo de corrosão e logo após foram secas com auxílio de
um soprador térmico e algodão embebido em álcool para evitar manchas.
Análise Microestutural
23
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para facilitar a leitura deste documento, a Tabela 6 apresenta uma matriz dos
experimentos executados cujos resultados foram satisfatórios relacionando o tempo, a solução
de ataque químico e a temperatura para cada um dos materiais listados no escopo deste
trabalho. Vale ressaltar que, experimentalmente, foram conduzidos os ensaios nos tempos de
5s, 10s, 20s, 30s, 40s e 60s. As temperaturas foram mantidas constantes na temperatura
ambiente (22 oC – 25 oC) a exceção da solução Gliceréia, cujo corpo-de-prova foi preaquecido
em água à temperatura de ebulição antes do ataque, atendendo à recomendação da norma
ASTM E 407.
Os resultados insatisfatórios serão apresentados no Anexo III.
Solução Material
Ataque Inconel X750 Inconel 718 IN 713C MAR M247
10 s 5s
Água Régia - -
T: amb. T: amb.
20 s 20 s, 30 s 30 s 30 s
Ataque 22
T: amb. T: amb. T: amb. T: amb.
30 s 40 s 10 s
Marble -
T: amb. T: amb. T: amb.
Gliceréia 30 s 60 s 30 s
-
Acética T: amb. T: amb. T: amb.
- 10 s 60 s 10 s
92-5-3
T: amb. T: amb. T: amb. T: amb.
30 s
Gliceréia - - -
T: 83 °C
Ataques Químicos
24
Figura 2: Microscopia óptica do material Figura 3: Microscopia óptica do material
Inconel X750. Ataque: 22. Tempo: 20 s. Inconel X750. Ataque: Marble. Tempo: 30 s.
Ampliação: 50x. Microestrutura equiaxial Ampliação: 50x. Microestrutura equiaxial.
com presença de maclas.
25
Figura 4: Microscopia óptica do material Figura 5: Microscopia óptica do material
Inconel 718. Ataque: 22. Tempo: 20 s. Inconel 718. Ataque: Gliceréia Acética.
Ampliação: 50x. Microestrutura equiaxial Tempo: 30 s. Ampliação: 50x. Microestrutura
com presença de maclas. equiaxial. Considera-se este ataque pouco
eficaz.
Observou-se após os ataques que a liga IN 718 apresenta uma estrutura equiaxial. Nas
Figuras 4 e 6 têm-se contornos de macla de alto ângulo e a nitidez dos contornos de grão,
devido ao tempo de exposição ao ataque. O ataque que apresentou mais claramente a
microestrutura foi a solução 22, apresentada na Figura 4, seguida da solução 92-5-3 (Figura
6). Já na Figura 5 o ataque Gliceréia Acética não foi tão satisfatório, porém pode-se identificar
os contornos de grão.
26
Liga IN 713C
27
soluções que promovem o ataque desta liga de forma mais assertivas são: Água Régia,
Marble, Glicerégia Acética.
Figura 11: Microscopia óptica do material Figura 12: Microscopia óptica do material
MAR M247. Ataque: Água Régia. Tempo: 5 MAR M247. Ataque: 22. Tempo: 30 s.
s. Ampliação: 50x. Microestrutura dendrítica. Ampliação: 50x. Microestrutura dendrítica.
Figura 13: Microscopia óptica do material Figura 14: Microscopia óptica do material
MAR M247. Ataque: Marble. Tempo: 10 s. MAR M247. Ataque: Gliceréia Acética.
Ampliação: 50x. Microestrutura dendrítica. Tempo: 30 s. Ampliação: 50x. Microestrutura
dendrítica.
28
Figura 15: Microscopia óptica do material
MAR M247. Ataque: 92-5-3. Tempo: 10 s.
Ampliação: 50x. Microestrutura dendrítica.
A Figura 11 atacada pela Água Régia revelou a estrutura dendritica somente através da
luz polarizada, assim como a Figura 14 atacada por Gliceréia Acética, as manchas que
aparecem nessas duas micrografias são possivelmente locais onde o ataque não foi efetivo.
As Figuras 12 e 13 respectivamente com os ataques das soluções 22 e Marble,
apresentaram os melhores resultados de microestrutura para a liga fundida MAR M247. Todas
as figuras apresentaram estrutura dendrítica primária e secundária. Esta consideração
fundamenta-se na definição mais clara do contorno de grão e da verificação da orientação dos
mesmos.
Na Figura 15 é possível observar assim como nas anteriores a estrutura dendrítica na
matriz de níquel.
29
As análises foram realizadas por Imagem de Elétrons Retroespalhados, que permite
avaliar a estrutura superficial dos materiais, assim como seus contornos de grão, elementos
específicos e impurezas.
Para fins de conhecimento do resultado numérico obtido da análise, as tabelas e
espectros estão apresentados nos ANEXO IV ao VII.
Predominantes: Cr, Ni
Ni
Menores Quantidades: C, F, Ti, Fe
Ni
Cr
Figura 16: Imagem por elétrons retroespalhados obtida por MEV e análise química semi-
quantitativa obtida por EDS do material Inconel X750. Magnificação: 500X.
Ni
Cr
Figura 17: Imagem por elétrons retroespalhados obtida por MEV e análise química semi-
quantitativa obtida por EDS do material Inconel 718. Magnificação: 500X.
30
Predominantes: Cr, Ni Ni
Menores Quantidades: C, Al, Mo
Ni
Cr
Figura 18: Imagem por elétrons retroespalhados obtida por MEV e análise química semi-
quantitativa obtida por EDS do material IN 713C. Magnificação: 500X.
Ni
Cr
Figura 19: Imagem por elétrons retroespalhados obtida por MEV e análise química semi-
quantitativa obtida por EDS do material MAR M247. Magnificação: 500X.
Medidas de Microdureza
300
250
200
150
100
50
0
Inconel X750 Inconel 718 IN 713C MAR M247
Material
Conforme avaliado na Figura 20, as ligas Inconel 718 e MAR M247 apresentaram
dureza mais elevada quando comparada às demais ligas deste trabalho, pois quanto menor o
tamanho de grão, conforme pode ser visto nas figuras apresentadas na seção anterior, maior a
dureza do material. Materiais duros são desejáveis para algumas aplicações, no entanto, os
valores de dureza, por si só, não representam as propriedades mecânicas importantes para a
seleção do material e sua aplicação em um projeto. Vale salientar, entretanto, que esta medida
traz informações da condição da liga estudada e, é tratada neste trabalho como um dado
complementar já que a microdureza está intimamente ligada com o processo de manufatura e
tratamento térmico dos materiais.
Acerca dos desvios padrão, observa-se que algumas ligas apresentam maior
variabilidade, por exemplo, o Inconel 718. Como a dureza foi verificada em diversos pontos
aleatórios, as medidas podem ter sido feitas em fases de durezas diferentes ou ainda sobre
precipitados, fator que acarretou maior oscilação nos valores. De qualquer maneira, entende-
se que os desvios assumem valores aceitáveis em todos os casos, já que representam, no
máximo, 5% do valor médio das medidas.
32
CONCLUSÃO
Diante das ligas selecionadas para compor o escopo deste trabalho, observou-se que:
• As composições químicas obtidas através da análise experimental por dispersão de
energia confirmaram tratar-se dos materiais apresentados por comparação às análises
feitas pelos próprios fornecedores e pela composição nominal obtida da literatura;
• A revelação da microestrutura é dependente de alguns fatores, dentre eles, a solução
de ataque químico, o tempo e a temperatura;
• Não se observou nenhum ataque satisfatório obtido com a utilização de temperaturas
elevadas;
• Com relação aos ataques químicos, para cada uma das ligas, os resultados deste
trabalho sinalizam os melhores ataques apresentados na Tabela 7.
Tabela 7: Relação dos melhores resultados para os ataques químicos das ligas estudadas
Sendo assim, este trabalho expõe relevância como uma etapa de todo o processo de
caracterização e controle de qualidade de materiais. Da forma como foi concebido, apresenta
a importância da microestrutura e uma contribuição para o entendimento dos fatores
relevantes para obtenção das mesmas.
Finalmente, este trabalho constitui uma fonte de pesquisa das melhores condições para
obter a revelação da microestrutura dos materiais.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] REED, R. C. The Superalloys fundamentals and applications. New York: Cambridge
University Press, 2006. p.1-8.
[2] ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO ITA, 15, 2009, São José dos Campos.
SP. Anais eletrônicos ... São José dos Campos: ITA, 2009. Disponível em:
<http://www.bibl.ita.br/xvencita/>. Acesso em: 05 out. 2012.
[3] DAVIS, J.R. Nickel cobalt and their alloys. 2. ed. ASM Specialty Handbook, 2000. p. 3-
10.
[4] ARAUJO, V. H. L. Efeito da soldagem por feixe de elétrons e tratamento térmico pós-
soldagem em características mecânicas e microestruturais de tiras de Inconel 718
aplicadas em componentes nucleares. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) –
Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Lorena, 2009.
[6] NICKEY INSTITUTE. 337 Alloy 713C technical data. Engineering properties Alloy
713C. Disponível em:
<http://www.nickelinstitute.org/~/media/Files/TechnicalLiterature/Alloy713C_337_.ashx>.
Acesso em 26 out. 2012.
[13] HUBERTUS, C. Metalografia dos produtos siderúrgicos. 3.ed. São Paulo: Editora
Edgard Blücher Ltda, 1974, p.21-24.
34
[14] GARCIA, A. Solidificação: Fundamentos e Aplicações. 2. ed. Campinas: Editora
UNICAMP, 2007.
[15] CAHN, R.W; HAASEN, P. Physical metallurgy. 4. ed. Amsterdam: North Holland
Physics, 1996. v.1. p.731-733.
[16] HILL, R. E. R. Princípios da metalurgia física. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois,
1982. p.161-196.
[20] SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP, 20, 2010, São Paulo, SP. Anais
eletrônicos ... São Paulo: USP, 2010. Disponível em
<https://uspdigital.usp.br/siicusp/cdOnlineTrabalhoVisualizarResumo?numeroInscricaoTrabal
ho=3041&numeroEdicao=18 >. Acesso em 27 out. 2012.
[21] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E407 – 07. Standard
Practice for Microetching Metals and Alloys, 2011.
35
ANEXO I – CERTIFICADOS DE QUALIDADE INCONEL X750
36
ANEXO II - CERTIFICADOS DE QUALIDADE INCONEL 718
37
ANEXO III – RESULTADOS INSATISFATÓRIOS
Nesta sessão serão apresentados os ataques químicos realizados nos quais não obteve-se
sucesso.
Apesar da variação do tempo para os diferentes ataques os materiais não revelaram suas
microestruturas possivelmente devido a incompatibilidade entre os componentes da solução e
os componentes dos materiais.
38
Figura E: Microscopia óptica do material IN Figura F: Microscopia óptica do material IN
X750. Ataque: 92-5-3. Tempo: 30 s. X750. Ataque: Gliceréia. Tempo: 40s.
Ampliação: 50x. Ampliação: 50x.
Liga IN 718
40
Liga IN 713C
Figura AA: Microscopia óptica do material Figura AB: Microscopia óptica do material
MAR M247. 153. Tempo: 60s. Ampliação: MAR M247. 154. Tempo: 30s. Ampliação:
50x. 50x.
42
ANEXO IV – ANÁLISE QUÍMICA EXPERIMENTAL PARA AS LIGAS
ESTUDADAS
Para verificação da composição química dos materiais utilizados neste trabalho, foram
realizadas análises no Microscópio Eletrônico de Varredura com EDS acoplado.
Foi possível identificar picos omitidos, a tensão de aceleração, o tempo de processo,
bem como a composição química apresentada em tabelas e gráficos.
43
Análise química experimental do Inconel X750
01/11/2012 14:14:02
Análise Química
44
Element App Intensity Weight% Weight% Atomic%
Totals 100.00
Figura AC: Composição química do Inconel X750 obtido pelo MEV/EDS Jeol 6610 LV.
45
Análise química experimental do Inconel 718
01/11/2012 13:56:15
Análise Química
Livetime (s) : 50.00 The element used for optimization was Copper
Real time (s) : 85.67 Detector efficiency : Read from file ( X-Max 1.efy )
Detector : X-Max
Window : SATW Standard :
C CaCO3 1-Jun-1999 12:00 AM
Spectrum processing :
Peak possibly omitted : 12.440 keV
Processing option : All elements analyzed (Normalised)
Number of iterations = 3
46
Element App Intensity Weight% Weight% Atomic%
Totals 100.00
Figura AD: Composição química do Inconel 718 obtido pelo MEV/EDS Jeol 6610 LV.
47
Análise química experimental do IN 713C
48
Element App Intensity Weight% Weight% Atomic%
Totals 100.00
Figura AE: Composição química do IN 713C obtido pelo MEV/EDS Jeol 6610 LV.
49
Análise química experimental do MAR M247
Spectrum processing :
No peaks omitted
Processing option : All elements analyzed (Normalised)
Number of iterations = 3
50
Element App Intensity Weight% Weight% Atomic%
Totals 100.00
Figura AE: Composição química do MAR M247 obtido pelo MEV/EDS Jeol 6610 LV.
51
ANEXO VI – MICRODUREZAS
Inconel 718
IN 713C
52
MAR M247
MIN. MAX.
Material MEAN SD CV RANGE
VALUE VALUE
Inconel X750 174.93 8.11 4.63 162.67 183.08 20.41
Inconel 718 383.11 16.01 4.18 356.78 400.31 43,53
IN 713C 350.49 2.90 0.83 345.86 353.61 7.75
MAR M247 391.45 7.82 2.00 378.48 398.42 19.94
53
ANEXO VII – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
• Estudo das interações entre a composição das soluções e a composição dos materiais;
• Estudo da velocidade de ataque nas superligas;
• Verificar qual tipo de ataque é mais adequado para a revelação de determinada;
característica, exemplo: contornos de grão, precipitados, porosidades, etc.
54